Psicrometria2 PDF
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Parte IV
Psicrometria
PSICROMETRIA................................................................................................... 3
AR ........................................................................................................................ 3
Ar seco ............................................................................................................. 3
LEI DE DALTON ..................................................................................................... 4
PROPRIEDADES TERMODINMICAS DO AR MIDO.................................................... 4
Temperatura de Bulbo Seco (tBS)............................................................................... 5
Temperatura de Bulbo mido (tBU) ........................................................................... 5
Temperatura de Orvalho (t0)...................................................................................... 6
Presso de Vapor (PV) ............................................................................................... 6
Presso de Vapor Saturado (PVS) ............................................................................... 7
Razo de Umidade (x)............................................................................................... 7
Umidade Relativa ()................................................................................................ 8
Grau de Saturao () ............................................................................................... 8
Volume Especfico (v)............................................................................................... 8
Entalpia para o Ar mido (h) .................................................................................... 8
Presso Atmosfrica .................................................................................................. 9
DIAGRAMA PSICROMTRICO ................................................................................. 10
Diagrama de Carrier................................................................................................ 11
Diagrama de Mollier ............................................................................................... 11
DETERMINAO DAS PROPRIEDADES DO AR .......................................................... 14
PROCESSOS PSICROMTRICOS ............................................................................... 16
Mistura Adiabtica de duas quantidades de Ar mido............................................. 16
Aquecimento Sensvel ou Aquecimento Seco........................................................... 17
Resfriamento sem Desumidificao ou Resfriamento Seco....................................... 18
Resfriamento com Desumidificao......................................................................... 20
Fator de Bypass .................................................................................................. 22
Fator de Calor Sensvel (R)................................................................................. 23
Resfriamento e Umidificao .................................................................................. 25
Aquecimento e Umidificao................................................................................... 26
MTODOS DE MEDIO DE UMIDADE EM GASES .................................. 30
1. INTRODUO ................................................................................................... 30
2. O QUE A UMIDADE?....................................................................................... 30
3. MTODOS DE MEDIO DE UMIDADE ............................................................... 31
Princpios de Operao de Vrios Higrmetros .............................................. 31
Higrmetros Mecnicos........................................................................................... 31
Psicrmetros de bulbos seco e mido....................................................................... 31
Medidores por Impedncia Eltrica (Capacitivos ou Resistivos)............................... 31
Sensores Capacitivos............................................................................................... 32
Sensores Resistivos ................................................................................................. 32
Sensores de Ponto de Orvalho por Impedncia......................................................... 32
Higrmetros por Condensao................................................................................. 32
Higrmetros de Cloreto de Ltio Saturado................................................................ 33
Eletroltico (pentxido fosforoso) ............................................................................ 33
Higrmetros Espectroscpicos................................................................................. 33
Outros Mtodos....................................................................................................... 33
Acstico.............................................................................................................. 33
Expanso Adiabtica........................................................................................... 34
Gravimtrico....................................................................................................... 34
Fibra ptica........................................................................................................ 34
Piezoeltrico (oscilador de quartzo)..................................................................... 34
Ponte Pneumtica................................................................................................ 34
Condutibilidade Trmica..................................................................................... 34
Zircnia .............................................................................................................. 34
4. VANTAGENS E LIMITAES .............................................................................. 36
Higrmetros Mecnicos........................................................................................... 36
Psicrmetros de bulbos seco e mido....................................................................... 36
Medidores por Impedncia Eltrica (Capacitivos ou Resistivos)............................... 36
Higrmetros por Condensao................................................................................. 37
Higrmetros de Cloreto de Ltio Saturado................................................................ 37
Eletroltico (pentxido fosforoso) ............................................................................ 37
Higrmetros Espectroscpicos................................................................................. 38
Medidores de Umidade por Mudana de Cor........................................................... 38
5. SELEO DE UM TIPO DE HIGRMETRO ............................................................. 38
6. CALIBRAO DE HIGRMETROS ....................................................................... 39
7. REFERNCIAS .................................................................................................. 39
EQUAES PSICROMTRICAS ..................................................................... 39
Notao Utilizada........................................................................................... 39
ASAE................................................................................................................. 40
A Linha de Saturao, PVS em funo de T................................................... 40
B Linha de Saturao, T em funo de PVS ................................................... 40
C Calor Latente de Sublimao na Saturao.............................................. 40
D Calor Latente de Vaporizao na Saturao ............................................ 40
E Linha de Bulbo mido.............................................................................. 41
F Razo de Umidade.................................................................................... 41
G - Volume Especfico .................................................................................... 41
H Entalpia ................................................................................................... 41
I Umidade Relativa...................................................................................... 41
ALBRIGHT ........................................................................................................... 41
A Presso de Saturao do Vapor................................................................ 41
B Umidade Relativa..................................................................................... 43
C Razo de Umidade ................................................................................... 43
D Volume Especfico.................................................................................... 43
E Entalpia ................................................................................................... 43
F Temperatura de Orvalho........................................................................... 43
G Temperatura de Bulbo mido .................................................................. 43
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 43
Psicrometria
O estudo detalhado da mistura ar seco vapor dgua de tal importncia que constitui uma
cincia parte, a Psicrometria, dotada de todo um vocabulrio prprio.
A Psicrometria definida como o ramo da fsica relacionado com a medida ou determinao das
condies do ar atmosfrico, particularmente com respeito mistura ar seco vapor dgua, ou ainda,
aquela parte da cincia que est de certa forma intimamente preocupada com as propriedades
termodinmicas do ar mido, dando ateno especial s necessidades ambientais, humanas e tecnolgicas.
O conhecimento das condies de umidade e temperatura do ar de grande importncia. Alm do
conforto trmico, que depende mais da quantidade de vapor presente no ar do que propriamente da
temperatura, tambm em muitos outros ramos da atividade humana. A conservao de produtos como
frutas, hortalias, ovos e carnes, em cmaras frigorficas depende da manuteno da umidade relativa
adequada no ambiente. Por exemplo, a perda de peso depende da umidade do ar na cmara de estocagem,
se a umidade baixa, a perda de peso elevada e vice-versa.
Ar
Pelas suas dimenses e pelos processos fsico-qumicos e biolgicos que se desenvolveram, o
planeta Terra possui, hoje, uma camada gasosa que o envolve (ar atmosfrico). Essa massa gasosa constitui
a atmosfera da Terra e essencial s formas de vida que nela se encontram.
O ar atmosfrico constitudo de uma mistura de gases, assim como de vapor dgua, e uma
mistura de contaminantes (fumaa, poeira e outros poluentes gasosos ou no) presentes normalmente em
locais distantes de fontes poluidoras.
Ar seco
Por definio, ar seco (dry air) a mistura dos gases que constituem o ar atmosfrico com excluso
do vapor dgua, i.e., quando todo o vapor dgua e os contaminantes so removidos do ar atmosfrico.
Extensivas medies tm mostrado que a composio do ar seco relativamente constante, tendo pequenas
variaes na quantidade dos componentes com o tempo, localizao geogrfica e altitude. A composio
percentual, em volume ou nmero de moles por 100 moles do ar seco, dada na Tabela 1.
A mistura ar seco vapor dgua denominada de ar mido (moist air) ou de mistura binria
(binary mixture) de ar seco e vapor dgua. A quantidade de vapor dgua presente na mistura pode variar
de zero at um valor correspondente condio de saturao. Isso corresponde quantidade mxima de
vapor dgua que o ar pode suportar em determinada condio de temperatura.
Definindo:
AR SATURADO uma mistura de ar seco e de vapor dgua saturado. Mais precisamente o
vapor dgua que saturado e no o ar.
AR NO SATURADO uma mistura de ar seco e vapor dgua superaquecido.
Lei de Dalton
A presso total de uma mistura de gases igual a soma das presses parciais de cada componente
na mesma temperatura da mistura.
Define-se presso parcial de cada componente como a presso que ele exerceria se ocupasse
sozinho o volume da mistura, na temperatura da mistura.
VA P t VA + VB + VC = V
PA.V = R.TA
VB P t
P.VA = R.TA
VC P t
PA.V = P.VA
PB.V = P.VB
PC.V = P.VC
(PA + PB + PC).V = P. (VA + VB + VC) = P.V
P = PA + PB + PC
PA, PB, PC so respectivamente as presses parciais dos gases A, B e C.
Para o caso do ar mido, teremos:
P = presso atmosfrica
P = PA + PV PA = presso parcial do ar seco
PV = presso parcial do vapor dgua
4
b) Temperatura termodinmica do bulbo mido (tBU);
c) Temperatura do ponto de orvalho (t0).
Algumas propriedades termodinmicas caracterizam a quantidade de vapor dgua presente no ar
mido:
d) Presso de vapor (PV);
e) Razo de umidade (x);
f) Umidade relativa ();
g) Grau de saturao ().
Outras propriedades de fundamental importncia, relacionadas com o volume ocupado pelo ar e
com a energia do ar, respectivamente, so:
h) O volume especfico (v) e
i) A entalpia (h).
A entalpia e o volume especfico so propriedades da mistura ar seco vapor dgua, mas, por
convenincia, so expressas com base em uma unidade de massa de ar seco.
Apresenta-se, a seguir, uma breve descrio de cada propriedade.
5
Entende-se por estado de equilbrio a situao em que o fluxo de energia do ar para o bulbo do
termmetro igual energia necessria para a evaporao da umidade.
2) Se a mistura for resfriada com presso total (P) constante e com contedo de umidade x constante a
presso parcial do vapor (R) ser mantida constante e o ponto 2 ser alcanado tendo incio a
condensao.
PONTO 1 - condies do vapor
PONTO 2 - ponto de orvalho
PONTO 3 - observe que se o resfriamento for feito a volume constante, haver condensao numa
temperatura inferior a temperatura de orvalho.
onde:
6
a1 = 0,000662 (1/C) para psicrmetros com sistema de movimentao de ar (aspirao), tipo
ASSMANN, sendo a velocidade do ar maior que 3(m/s).
a1 = 0,000800 (1/C) para psicrmetros sem sistema de movimentao de ar (aspirao), instalado
num abrigo meteorolgico, onde a velocidade do ar em torno de 1 (m/s).
a1 = 0,00120 (1/C) para psicrmetros no ventilados, i.e., ar sem movimento (em repouso).
C8 2 3
T +C9 +C10Tb +C11Ts +C12Tb +C13 ln(Tb )
PVSBU = e b
onde:
C8 -5800,22006
C9 1,3914993
C10 -0,04864024
C11 4,17648E-05
C12 -1,4452E-08
C13 6,5459673
so constantes da equao, que vlida de 0 a 200 C, segundo 1997 ASHRAE Fundamentals [1].
7
mV
x=
mA
P = PA + PV isolando: PA = P - PV
mas: PA.V = mA.RA.t
PA m A R A
assim: =
PV mV RV
mV PV R A
= =x
m A PA RV
R A PV P
x= = 0,622 V
RV PA PA
0,622.PV
x=
P PV
Umidade Relativa ()
definida como sendo a relao entre a presso parcial do vapor dgua na mistura (PV) e a
presso de saturao correspondente temperatura de bulbo seco da mistura (PVS).
.100 (%)
PV
=
PVS
Grau de Saturao ()
Grau de Saturao (), a relao entre a razo de umidade atual da mistura (x) e a razo de
umidade do ar na condio de saturao (xS) mesma temperatura e presso atmosfrica.
x
=
xS
8
t (C )
kcal
h = 0,24t + (595 + 0,46t ) x h
kg de ar seco
1
Presso Atmosfrica
A temperatura e a presso baromtrica do ar atmosfrico varia consideravelmente tanto com a
altitude como com as condies climticas e geogrficas do local. A atmosfera padro uma referncia
para estimar as propriedades do ar mido a vrias altitudes. Ao nvel do mar, a temperatura e a presso
padro de 15C e 101,325kPa, respectivamente[7].
Assume-se que a temperatura decresce linearmente com o aumento da altitude por toda a troposfera
(baixa atmosfera) e constante em distncias menores da estratosfera. A baixa atmosfera assumida como
ar seco, portando-se como um gs perfeito. A gravidade tambm assumida constante e com um valor
padro de 9.806 65(m/s).
A presso atmosfrica calculada pela equao:
(
P = 101,325 1 2,25577.10 5 Z )5,2559 (kPa)
9
Tabela 3 Dados para Atmosfera Padro para altitudes de at 10.000m
Temperatura Presso
Altitude (m) Presso (kPa)
(C) (kgf/cm)
-500 18,2 107,478 1,096
0 15,0 101,325 1,034
500 11,8 95,461 0,974
1000 8,5 89,875 0,917
1500 5,2 84,556 0,862
2000 2,0 79,495 0,811
2500 -1,2 74,682 0,762
3000 -4,5 70,108 0,715
4000 -11,0 61,640 0,629
5000 -17,5 54,020 0,551
6000 -24,0 47,181 0,481
7000 -30,5 41,061 0,419
8000 -37,0 35,600 0,363
9000 -43,5 30,742 0,314
10000 -50,0 36,436 0,372
Diagrama Psicromtrico
As propriedades termodinmicas da mistura ar seco vapor dgua que constituem o ar
atmosfrico podem ser convenientemente apresentadas em forma de diagramas, denominados Diagramas
Psicromtricos (Cartas Psicromtricas). Estes so construdos para determinada presso atmosfrica,
embora, s vezes, hajam curvas de correo disponvel para outras presses.
H diferentes diagramas psicromtricos em uso. Os grficos diferem com respeito presso
baromtrica, faixa de temperaturas, nmero de propriedades includas, escolha das coordenadas e
temperatura de referncia para a entalpia. O mais usado nas Amricas o Diagrama de Carrier (Figura 4),
aquele em que a razo de umidade e/ou a presso de vapor (que uma das coordenadas) so traadas
versus temperatura de bulbo seco juntamente com uma outra coordenada oblqua, a entalpia. Na Europa,
entretanto, tem sido usado o Diagrama de Mollier (Figura 5), com a razo de umidade e entalpia como
coordenadas.
10
Diagrama de Carrier
P = 760 mm de Hg
h = entalpia
v = volume especfico
t = temperatura
= umidade relativa
x = razo de umidade
Diagrama de Mollier
P = 760 mm de Hg
h = entalpia
v = volume especfico
t = temperatura
= umidade relativa
x = razo de umidade
11
Figura 4 Carta Psicromtrica Carrier
12
Figura 5 Carta Psicromtrica de Mollier
13
Na Figura 6 so mostradas, de forma esquemtica, as linhas que representam as propriedades
termodinmicas do ar mido no diagrama psicromtrico.
Ponto de Estado tBS (C) tBU (C) t0 (C) (%) v (m/kg) x (kg/kg ar) h (lccal/kg)
Valores 25 21 19,1 70 0,86 0,014 18,8
14
Figura 7 Propriedades do Ar mido em uma condio especfica
15
Processos Psicromtricos
Figura 8 Mistura de
correntes de ar
Sendo:
m& A,m
& B,m
& C = massa de ar seco respectivamente em A, B, C (kg/s).
16
Figura 9 No Diagrama, a mistura de correntes de ar.
Observa-se que a entalpia final a mdia ponderada das entalpias das correntes que se misturam, o
mesmo ocorrendo com a razo de umidade (umidade absoluta final) em relao s umidades absolutas das
correntes de ar que se misturam. Uma aproximao freqentemente utilizada a de que a temperatura
resultante a mdia ponderadas das temperaturas das correntes de entrada.
Sendo adotada esta aproximao, possvel localizar o estado final da corrente de ar na carta
psicromtrica sobre o segmento que une os pontos representativos dos estados das correntes de entrada.
17
gua quente, gua de resfriamento do Condensador
Figura 11 Esquema bsico do processo.
O calor entregue ao ar para que o processo ocorra pode ser calculado pelas seguintes expresses:
kcal
q
kg de ar umido
kg de ar umido
onde: m&
h
m de ar standard
3
v&
h
Por ar standard entende-se o ar seco a uma presso de 760 mmHg a uma temperatura de 21,1C.
Nestas condies:
m3 0,24
v = 0,833 donde = 0,29
kg 0,833
18
gua gelada com temperatura superior, igual ou pouco
menor que a temperatura de orvalho do ar
Figura 13 Esquema bsico do processo.
O calor retirado do ar pelo processo pode ser calculado pelas mesmas expresses dadas no caso
anterior.
Na Figura 14, o ar com propriedades termodinmicas no ponto de estado definido por tBS=25C e
tBU=20C sofre, um processo de aquecimento at a temperatura de 46C. Em outro processo, o ar do ponto
[1] sofre resfriamento at a temperatura de 20C.
3 1 2
19
Tabela 4 Propriedades termodinmicas do ar nos processos de aquecimento e resfriamento seco
Aquecimento Seco Resfriamento Seco
Propriedade Ponto de Estado Ponto de Estado
1 2 1 3
tBS (C) 25,0 46,0 25,0 20,0
tBU (C) 20,0 26,0 20,0 18,6
(%) 65,0 20,0 62,0 87,0
PV (kPa) 2,1 2,1 2,1 2,1
x (kg/kg) 0,0127 0,0127 0,0127 0,0127
h (kcal/kg) 57,5 80,0 57,5 52,5
v (m/kg) 0,860 0,922 0,860 0,847
t0 (C) 17,7 17,7 17,7 17,7
20
Figura 15 No Diagrama, o processo de resfriamento com desumidificao.
onde:
tD = temperatura mdia da superfcie do trocador de calor.
Supondo que somente uma parte do ar tem contato com a serpentina (superfcie fria) e que esta
parte segue a trajetria ACD (Figura 15) adquirindo a temperatura mdia tBSD da serpentina, no trecho CD
ocorre a desumidificao. O restante do ar, seguindo um raciocnio simplificado, no entra em contato com
a serpentina e, portanto, no sofre transformao alguma. Na sada da serpentina tm-se, ento, uma
mistura do ar na condio D e do ar na condio A, sendo esta mistura representada pelo ponto B.
A frao de ar que no troca calor com a serpentina chamada de ar de bypass.
O calor retirado pela serpentina nesse processo pode ser calculado da seguinte forma:
qtot = q s + q1
q s = m& (h A hE ) = 0,24m& (t A t E ) pois t A = t A'
ql = m& (h A h A' ) = 0,595m& (x A x A )
kcal
0,595 = calor latente de vaporizao da gua em
gr de vapor
qtot = m& (h A hE )
onde:
kcal
qtot = calor total
h
kcal
qs = calor sensivel
h
kcal
q1 = calor latente
h
kg de ar umido
m& =
h
gramas de vapor
x
kg de ar seco
kcal
h = entalpia especifica
kg de ar seco
21
Fator de Bypass
O Fator de bypass definido como a relao entre a massa de ar de bypass e a massa total de ar
que passa pelo trocador de calor, Figura 15.
Este fator depende do n. de filas, velocidade frontal do ar, etc. O mesmo pode ser demonstrado na
Tabela 6 e Tabela 7, abaixo.
22
Fator de Calor Sensvel (R)
O Fator de Calor Sensvel (R) definido pela relao entre o calor sensvel e o calor total:
qS h h
R= = A' B
qtot hA hB
onde:
Ponto A - representa as propriedades do ar de bypass
Ponto D - representa as propriedades do ar desumidificado, com =100%, em contato direto com a
serpentina de resfriamento
Ponto B - representa as propriedades do ar resultante da mistura de A com D, ar que sai da serpentina
de resfriamento
Ponto A representa a propriedades do ar no ponto B ao ser aquecido, i.e., ao receber apenas calor
sensvel
hA a entalpia do ponto A
hA a entalpia do ponto A
hB a entalpia do ponto B
Exemplo:
Para manter um ambiente a 26C e com 50% de umidade relativa necessrio retirar do mesmo
20.000(kcal/h) de calor sensvel e 10.000(kcal/h) de calor latente. A temperatura de bulbo seco do ar
insuflado no ambiente fixado arbitrariamente em 20, 15 e 10C. Determinar a vazo de ar necessria nos
trs casos.
Soluo:
Podemos chamar tA a temperatura ambiente, igual a 26C, e tI a temperatura do ar insuflado neste
ambiente. Consideremos, para incio do clculo, tI = 20C.
23
A vazo necessria para absorver um calor sensvel de 20.000(kcal/h) pode ser determinado por:
Q& 20.000 kg
m& 1 = = = 13.887,5
c p (t A t I ) 0,24(26 20) h
Ao mesmo tempo, para que essa vazo possa neutralizar o calor latente do ambiente, necessrio
que sua umidade especfica seja suficientemente inferior do ambiente, que igual a 10,5g de vapor por kg
de ar seco.
g vapor
xambiente = 10,5
kg
ar
Supondo o calor latente de evaporao da gua igual a 0,6(kg/gr), verificamos que um calor latente
10.000
de 10.000(kcal/h) corresponde a = 16.666 gramas de gua que devem ser retirados do ambiente.
0,6
g vapor
Chamando x a diferena de umidade especfica entre o ar ambiente e o ar insuflado,
kg
ar
deve-se observar:
16.666 g vapor
x = = 1,2
13.887,5 kg ar
Sobre a Carta Psicromtrica (Figura 17), o ponto que representa o ar insuflado ser pois o indicado
pela letra C.
24
Tabela 8 Propriedades do ar insuflado
x
ti (C) m&
t A tI g agua Ponto no Diagrama
temperatura ar
(C) (kg/h)
insuflado kg
ar
20 6 13.887,5 1,2 C
15 11 7.575,7 2,2 D
10 16 5.208,3 3,2 E
Resfriamento e Umidificao
A adio de umidade do ar sem que se acrescente energia faz com que o ponto de estado se mova
sobre uma linha de entalpia constante (transformao isoentlpica). A transformao ocorre praticamente
com temperatura de bulbo mido constante.
A Figura 18 demonstra um mtodo de se realizar essa transformao. Em A uma vazo de ar no
saturado insuflado em uma cortina de gua gelada, saindo mais frio e com a mesma energia (entalpia)
inicial.
25
Figura 19 Processo de Resfriamento e Umidificao
ES =
(t A t B ) .100
(t A tC )
onde:
tA temperatura de bulbo seco do ar na entrada do processo
tB temperatura de bulbo seco do ar na sada do processo
tC temperatura de bulbo mido do ar na entrada, a qual coincidiria com a temperatura de bulbo seco da
sada se o ar saturasse completamente
Na prtica, se o condicionador suficientemente grande/potente e possua um mnimo de duas
linhas de pulverizao, a eficincia da saturao pode alcanar e at superar 92%.
Este processo foi um dos primeiros a ser empregados nas instalaes de ar condicionado e ainda
empregado nas indstrias txteis e, em geral, naquelas que necessitam para seus ciclos de produo uma
massa de ar com umidade relativa elevada.
Aquecimento e Umidificao
26
Figura 20 Exemplo de Processo de Aquecimento e Umidificao
- AB representa a transformao sofrida pelo ar no caso da temperatura da gua pulverizada ser inferior
temperatura de bulbo seco do ar na entrada.
- AC e AD representam transformaes anlogas, onde a temperatura da gua pulverizada se encontra,
na mesma temperatura de bulbo seco do ar de entrada (AC) e acima desta ltima (AD).
Como no caso do processo de resfriamento e umidificao (resfriamento adiabtico), o ar sair
saturado do condicionador. A capacidade de saturao do ar pode ser expressada da mesma forma que a
Eficincia de Saturao.
27
B) Se a quantidade da gua pulverizada relativamente pequena em comparao com a vazo de ar
insuflado
A gua se esfriar notavelmente em contato com o ar e o processo ocorrer como representado na
Figura 21, pelos pontos B, C e D. Observe-se que o ar resultante no estar saturado, estando com uma
umidade relativa prxima dos 90%, dependendo das condies colocadas anteriormente (temperatura gua,
vazo gua, ...).
O processo pode ser tambm efetuado por uma injeo direta de vapor no ar insuflado, fazendo
este ltimo passar sobre uma superfcie de gua, que mantida quente por meio de serpentinas por onde
circulam vapor de gua a temperaturas elevadas ou por meio de resistncias eltricas.
Nesse caso, o ponto representativo do ar no diagrama pode ser calculado fazendo-se um balano de
entalpias e razes de umidades.
28
RESUMO
29
Mtodos de Medio de Umidade em Gases1
1. Introduo
A presena ou ausncia de vapor dgua no ar ou em outros gases influencia uma ampla faixa de
processos fsicos, qumicos e biolgicos. Desse modo, as medies de umidade so importantes para diversos
processos industriais, e para alguns deles so parmetros crticos que influenciam os custos do processo, a
qualidade do produto, a sade e a segurana.
Existem inmeras tcnicas conhecidas para a medio da umidade. O assunto tambm
complicado pela confusa variedade de modos de se expressar a umidade. Analogamente ao que ocorre em
outros campos da metrologia, a utilizao de uma forma consistente e harmonizada de se expressar a
medio de umidade tem se tornado cada vez mais importante, do mesmo modo que necessrio um
entendimento comum das definies e dos termos utilizados na higrometria.
A umidade uma quantidade relativamente difcil de ser medida na prtica, e a exatido atingvel
normalmente no to boa quanto as possveis de serem obtidas em outras reas da metrologia. Por
exemplo, a massa de um objeto pode ser determinada pela pesagem em um laboratrio comum dentro de
uma parte em 100.000. Analogamente, a presso atmosfrica pode ser freqentemente medida dentro de 5
partes em 10.000.
A umidade, entretanto, pode ser normalmente medida apenas dentro de 3 partes em 100, ou seja, com uma
incerteza no resultado de 3%.
Para se realizar uma medio confivel, em um determinado nvel de exatido, necessrio utilizar
uma tcnica segura e apropriada. Para isto, necessitamos definir precisamente o objetivo da medio,
selecionar um mtodo adequado de medio validado por uma calibrao confivel, realizar a medio
corretamente sem introduzir erros e, finalmente, interpretar com bom senso o resultado da medio.
2. O que a Umidade?
A palavra umidade significa a presena de vapor dgua no ar ou em outro gs. O vapor dgua o
estado gasoso da gua, e pode ser imaginado como algo similar a qualquer outro tipo de gs. normalmente
transparente, e participa com aproximadamente um centsimo (ou um porcento) no ar ao nosso redor.
A umidade surge na prtica porque, do mesmo modo que a gua quente emite o vapor
caracterstico, a gua fria, incluindo-se o gelo, tambm exala vapor dgua. Onde quer que haja gua ou
gelo, existe um processo de evaporao, ou seu oposto, a condensao. A intensidade com que isto ocorre
depende de uma srie de fatores, dos quais o mais importante a temperatura. De modo anlogo, outros
lquidos ou materiais slidos, a maioria dos quais possui alguma gua incorporada, tambm desprendem, ou
s vezes absorvem, vapor dgua. evidente que o vapor dgua tambm pode ser encontrado em locais
onde no existe nenhum lquido ou slido nas vizinhanas, a exemplo do que ocorre nas camadas remotas
da atmosfera terrestre.
O ar possui uma determinada capacidade de absorver o vapor dgua. Como dito anteriormente,
esta capacidade depende principalmente da temperatura. Em geral, quanto mais quente o ar, mais vapor
dgua ele pode absorver.
Em uma determinada temperatura, o ar que contiver a sua mxima capacidade de absoro de
vapor dito estar saturado. A umidade relativa de uma amostra de ar expressa o seu nvel de saturao de
vapor dgua. Uma variedade de outros parmetros (absolutos) so utilizados para expressar a quantidade de
vapor presente no ar, independentemente da temperatura ou do nvel de saturao.
1
MERCOFRIO 98 Feira e Congresso de Ar Cond., Refrigerao, Aquecimento e Ventilao do Mercosul
Cludia dos Santos - claudias@ipt.br - Kazuto Kawakita - kawakita@ipt.br
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo S.A. - Laboratrio de Vazo
So Paulo - SP - Brasil
30
3. Mtodos de Medio de Umidade
Os diferentes parmetros e unidades utilizadas na medio de umidade so todas interrelacionadas,
algumas das quais como funes da temperatura e presso, e tambm do teor de umidade contido no gs.
Isto significa que existe freqentemente uma opo de escolha para o parmetro a se medir. A umidade
relativa, em particular, pode ser medida diretamente utilizando alguns tipos de instrumentos disponveis
comercialmente.
Entretanto, a mesma pode ser derivada indiretamente, por exemplo, a partir de medies de
temperatura e de ponto de orvalho.
A umidade influencia uma ampla gama de processos fsicos, qumicos e biolgicos. Em decorrncia
deste fato, existem diversos tipos de efeitos relacionados com a umidade que podem ser explorados para a
indicao das mudanas de umidade. A descrio de alguns do mtodos mais importantes para a medio da
umidade em gases so fornecidos a seguir.
Higrmetros Mecnicos
Os higrmetros mecnicos exploram as propriedades de expanso e de contrao de materiais
orgnicos conforme as variaes de umidade. O elemento sensor pode ser confeccionado a partir do cabelo
humano, catgut (material utilizado em cordas de violino, raquetes de tnis, etc.; obtido atravs da toro de
intestinos de ovelhas e outros animais), tecidos e plsticos.
31
Existem atualmente disponveis sondas de perfil especial para aplicaes particulares. Estas sondas
so normalmente equipadas com uma espcie de filtro para proteg-las de contaminaes, apesar de que esta
proteo pode prejudicar o tempo de resposta do sensor. Os higrmetros de impedncia so normalmente
equipados tambm com um sensor de temperatura. As leituras so fornecidas diretamente em um display,
algumas vezes com a possibilidade de escolha do parmetro desejado (P.e. umidade relativa ou ponto de
orvalho), e podendo inclusive dispor de uma sada na forma de um sinal eltrico proporcional.
Sensores Capacitivos
Respondem mais efetivamente umidade relativa do que ao ponto de orvalho, apresentando uma
melhor linearidade em baixas umidades relativas. Em geral os sensores capacitivos no sofrem danos pela
condensao (100% de umidade relativa), contudo, se isto ocorrer, a calibrao pode apresentar um desvio.
Sensores Resistivos
Analogamente aos sensores capacitivos, respondem mais efetivamente umidade relativa do que ao
ponto de orvalho. Por outro lado, apresentam uma melhor linearidade em umidades elevadas. A maioria dos
sensores resistivos no toleram a condensao sobre o elemento sensor. Entretanto, alguns modelos possuem
dispositivos de proteo que evitam a condensao, por exemplo atravs de um aquecimento automtico do
sensor.
Um tipo especfico de sensor resistivo por vezes referido como Eletroltico devido ao uso de um
polieletrlito como elemento higroscpico do sensor. Entretanto, este sensor no deveria ser confundido com
os sensores eletrolticos que utilizam a eletrlise como mecanismo sensor.
32
Higrmetros de Cloreto de Ltio Saturado
O elemento sensor, que um sal higroscpico, absorve o vapor dgua do ar. Uma tenso eltrica
aplicada atravs do sal e uma corrente proporcional atravessa o mesmo de acordo com a quantidade de
vapor dgua que foi absorvida. No mesmo instante, a corrente eltrica tambm aquece o sal. Ao final,
alcanado um balano entre a absoro e o aquecimento. A temperatura em que este equilbrio ocorre ,
ento, relacionada com a presso de vapor dgua. O instrumento normalmente disponvel na forma de
uma sonda, com as leituras apresentadas na forma de ponto de orvalho.
Higrmetros Espectroscpicos
Em geral, uma tcnica espectroscpica aquela onde a composio de uma mistura de gs
determinada atravs da anlise do modo como as substncias absorvem ou emitem luz de comprimentos de
onda e freqncias particulares. Toda substncia qumica possui uma banda de freqncias caracterstica, e
ela pode estar nas faixas do ultravioleta ou do infravermelho do espectro. A tcnica espectroscpica pode ser
uma alternativa til se for necessria a medio das concentraes de outras substncias, alm da do vapor
dgua.
A tcnica espectroscpica utilizada tanto para a umidades altas quanto para as moderadas
baseada na absoro infravermelha. A gua absorve a radiao infravermelha em vrios comprimentos de
onda na faixa de 1mm a 10mm. A intensidade da radiao transmitida mediada em um destes
comprimentos de onda e comparada com aquela obtida para um comprimento de onda de referncia,
utilizando uma fotoclula para deteco. A quantidade desta radiao absorvida pelo gs proporcional
concentrao espacial (ou presso parcial) do vapor dgua.
As tcnicas espectroscpicas podem ser tambm utilizadas para a medio de concentraes
extremamente baixas de vapor dgua, da ordem de algumas partes por bilho (ppb). Existem vrias verses
desta tecnologia sofisticada, incluindo-se a APIMS (atmospheric pressure ionisation mass espectrometry), a
FT-IR (Fourier-transform infrared spectroscopy), e a TDLAS (tunable diode laser absotion espectroscopy).
Medidores de Umidade por Mudana de Cor Existem indicadores de umidade que indicam as mudanas de
umidade atravs de alteraes na cor de uma tira de papel ou de outro material. O material sensor
impregnado com cloreto de cobalto, e a mudana de cor ocorre como resultado de uma reao qumica da
umidade com esta substncia qumica. Outras tcnicas de medio baseadas na alterao de cor envolvem o
bombeamento de gs atravs de uma pequena garrafa recheada com cristais que mudam de cor de acordo
com a umidade do gs.
Outros Mtodos
Obviamente, a relao apresentada est longe de ser completa. Outros mtodos e princpios que tm seus
usos em aplicaes particulares incluem:
Acstico
33
A alterao da velocidade de transmisso do som no ar (ou em outros materiais) pode ser um
indicador da umidade.
Expanso Adiabtica
O efeito do resfriamento do ar em uma expanso produz uma nvoa se a temperatura de ponto de
orvalho for alcanada.
Gravimtrico
Baseia-se na pesagem da umidade absorvida por um material. Lyman-alpha. A absoro e emisso
de luz ultravioleta pelo ar um indicativo da presso parcial do vapor dgua.
Fibra ptica
A perda ou reflexo da luz pelas camadas da fibra indicam alteraes na umidade. ndice de
Refrao ptica. A velocidade da luz no ar depende de sua composio, incluindo o vapor dgua.
Ponte Pneumtica
A presso do vapor dgua determinada a partir da mudana na presso global quando a presso
de vapor removida.
Condutibilidade Trmica
A perda de calor a partir de um fio quente afetada pelo vapor dgua e pelos demais gases
constituintes.
Variao Trmica.
Calor de adsoro ou deadsoro da gua a partir de um secante.
Zircnia
O vapor dgua detectado pela medio do teor de oxignio no gs, e comparando-o com uma
quantidade de referncia de oxignio.
34
Tabela 1. Resumo de algumas caractersticas dos principais princpios de medio de umidade.
Faixas tpicas de operao Melhor
Tolerncia
Umidade (faixas ampliadas entre Unidades Configurao, incerteza tpica
contaminao (2)
Tipo de Sensor absoluta ou parnteses) tpicas de tipo de de
(aps a limpeza
relativa indicao amostragem amostragem(3)
Umidade Temperatura (1) entre parnteses)
()
Prxima
20% a 80% Totalmente
Mecnico R temperatura %UR *** 5 15%UR
UR imerso
ambiente
%UR
0C a 100C
Psicrmetro (calculada a Totalmente
5% a 100% (tambm *
aspirado de bulbos R partir das imerso (ou por 2 5%UR
UR utilizvel alm (**)
seco e mido temperaturas amostragem)
desses limites)
lidas)
-30C a +60C Sonda (ou
5% a 95% UR
Resistivo R (-50C a %UR ** totalmente 2 3%UR
(at 99% UR)
200C) imerso)
5% a 100%
-30C a +60C Sonda (ou
UR (at
Capacitivo R (-40C a %UR ** totalmente 2 3%UR
prximo de 0%
200C) imerso)
UR)
Ponto de
Ponto de
orvalho de At +60C
Ponto de Orvalho orvalho,
A 85C (ou Evitando-se a ** Sonda 2 5C
por impedncia presso de
inferior) a saturao
vapor
+60C
-85C a
Ponto de
+100C
Ponto de Orvalho orvalho abaixo Ponto de * Amostragem de
A (equipamento 0,2 1,0C
por condensao de 85C a orvalho (**) gs (ou sonda)
temperatura
+100C
ambiente)
Ponto de
orvalho de
-20C a +60C
45C a +60C
Ponto de Orvalho (alguns operam Ponto de
A Sempre o gs * Sonda 2 4C
por Cloreto de Ltio de -40C a orvalho
acima de
+100C)
11%UR e no
saturado
Menos que Prxima ppmV
Eletroltico Amostragem de 3 10% da
A 1ppmV a temperatura ou presso *
Pentxito Fosforoso gs leitura
1000ppmV ambiente de vapor
3 10% da
Faixa Faixa bastante Amostra de gs
leitura em altas
extremamente ampla (amostragem
ppmV umidades,
Espectroscpico A ampla, (equipamento *** na linha de
(e outros) muito maior
dependendo do temperatura viso em alta
em baixas
tipo ambiente) umidade)
umidades
Carto de teste
Prxima em papel (ou
20%UR a
Variao de cor R temperatura %UR ** gs bombeado 10 20%UR
80%UR
ambiente em garrafa de
vidro)
(1) Quando as faixas de temperatura so fornecidas, elas se referem s faixas de operao para a medio de
umidade, e no s faixas de operao de algum tipo de sensor de temperatura eventualmente incorporado ao
medidor.
(2) A tolerncia geral de contaminao indicada atravs de astersticos: [* * *] para uma boa tolerncia, [*
*] para uma mdia e [*] para uma tolerncia pobre.
35
(3) As incertezas indicativas assumem uma calibrao rastreada e no incluem qualquer contribuio que
poderia advir de uma utilizao inadequada do medidor. As incertezas so fornecidas a um nvel de
confiana de aproximadamente 95% (i.e. um fator de abrangncia k = 2).
4. Vantagens e Limitaes
A seguir esto listadas algumas das vantagens e desvantagens de cada um dos principais mtodos
de medio de umidade apresentados.
Higrmetros Mecnicos
So adequados medio das condies normalmente presentes dentro de laboratrios e ambientes
fechados em geral.
+ Alguns modelos no necessitam de alimentao ou baterias.
+ Os termohigrgrafos permitem o registro permanente em carta.
+ Podem ser relativamente mais baratos.
- Apresentam uma resposta lenta a mudanas na umidade.
- Podem sofrer de histerese.
- Podem se descalibrar devido a vibraes e movimentaes.
37
Higrmetros Espectroscpicos
Ampla faixa de utilizao, indo desde a medio de umidade de gases em fornos e processos de
combusto at a medio de traos de componentes em processos envolvendo gases de alta pureza.
+ Adequado ao uso com quase qualquer tipo de gs, inclusive os corrosivos e reativos.
+ Pode ser utilizado para a medio de concentraes de outras substncias ao mesmo tempo.
+ Consegue medir a umidade em gases a altas temperaturas.
+ Princpio de medio sem contato.
+ Resposta rpida.
+ Alta sensibilidade.
- Utiliza tecnologia sofisticada.
- relativamente caro.
- difcil de calibrar.
- Dixido de carbono pode interferir na medio da umidade se presente em alta concentrao.
Outros mtodos espectroscpicos como o APIMS, o FT-IR e o TDLAS podem ser tambm
utilizados para a medio de concentraes extremamente baixas de vapor dgua, da ordem de algumas
partes por bilho (ppb).
+ Podem medir concentraes bastante baixas de vapor dgua.
- Exige uma percurso longo da amostra para uma sensibilidade adequada em nveis baixos de
umidade.
A fim de assegurar a adequao finalidade necessrio, antes de tudo, estabelecer com clareza
qual a finalidade da medio. A realizao de uma medio da umidade realmente necessria? Se sim,
qual ser o seu uso, negcios ou processo? Para serem teis, como os resultados deveriam ser expressos? A
medio visa atender uma necessidade prtica, ou objetiva cumprir uma especificao documentada, e se for
este o caso, a especificao significativa e realstica? Uma vez que a necessidade e o objetivo de se realizar
a medio esto claros, importante decidir quais fatores so relevantes para se atingir tal objetivo.
Para isto, o usurio deveria considerar as seguintes questes. Qual a unidade ou a escala de
medio a utilizar? O parmetro de interesse pode ser umidade relativa, ponto de orvalho, ou alguma outra
medida de concentrao de vapor dgua.
geralmente melhor selecionar um mtodo de medio que intrinsecamente detecta o parmetro de
interesse. Muitos higrmetros fornecem os resultados em termos de dois ou mais parmetros de umidade.
Isto freqentemente til, mas deveria ser entendido que normalmente somente um parmetro est sendo
medido, e os outros valores so resultantes de converses numricas. Devido a isto, o que se espera que um
instrumento possa fornecer uma indicao confivel de apenas um dos parmetros apresentados.
Alm disso, na seleo de um medidor, outros fatores tambm devem ser considerados a exemplo
da faixa de operao, do desempenho, tipo de indicao e sinal de sada, facilidade de utilizao, materiais
construtivos, etc..
38
6. Calibrao de Higrmetros
7. Referncias
BS 4833: 1986 (1992), Hygrometric tables for use in the testing and operation of environmental enclosures.
Santos, C. e Kawakita, K., 1992, Introduo a medio e controle da umidade atravs de higrmetros
mecnicos, The Institute for Measurement and Control, 1996, A guide to the measurement of humidity.
Equaes Psicromtricas2
O diagrama psicromtrico meio muito conveniente de se determinar as relaes entre a gua e o
ar, no entanto, algumas vezes necessrio se calcular estas propriedades usando equaes. Muitas equaes
so publicadas visando expressar essas relaes. Segue-se um conjunto de equaes publicadas pela ASAE
American Society of Agricultural Engineers e pela ASHRAE American Society of Heating,
Refrigerating and Air-Conditioning Engineers.
Notao Utilizada
2
http://aeserver.ageng.ndsu.nodak.edu/envr/PsycEqns.htm
39
PV Presso do vapor (Pa)
RH Umidade relativa (decimal)
T Temperatura de bulbo seco (K)
TDP Temperatura de orvalho (K)
TWB Temperatura de bulbo mido (K)
VSA Volume especfico do ar (m/kgar seco)
W Razo de umidade (kggua/kgar seco)
WS Razo de umidade na saturao (kggua/kgar seco)
t* Temperatura termodinmica de bulbo mido (C)
h* Entalpia na temperatura de bulbo mido (kJ/kg)
Ra Constante do gs para o ar Ra = 287,055 (J/kg.K)
As equaes seguintes foram publicadas na ASAE Standard Psychrometric Data ASAE D271
(ASAE, St Joseph, MI USA).
ASAE
P A + BT + CT 2 + DT 3 + ET 4
para (273,16 T 533,16)
ln VS =
R (
FT GT 2 )
onde:
R = 22 105 649,25 D = 0,125 58.10-3
A = - 27 405,526 E = -0,485 02.10-7
B = 97,541 3 F = 4,349 3
C = - 0,146 244 G = 0,393 81.10-2
40
E Linha de Bulbo mido
PSWB PV = B1 (TWB T )
onde:
P
1006,9254(PSWB PTM )1 + 0,15577 V
PATM
B1 = para (255,38 T 533,16)
(0,62194hFG1 )
F Razo de Umidade
para (255,38 T 533,16)
0,6219PV
H=
(PATM PV )
PV < PATM
G - Volume Especfico
287T
VSA =
(PATM PV )
H Entalpia
h = 1006,9254(T 273,16) H [333432,1 + 2030,598(273,16 TDP )] + hIG 2 H + 1875,6864H (T TDP )
I Umidade Relativa
PV
RH =
PS
Albright
Albright (Environment Control for Animals and Plants, 1990, ASAE, St Joseph, MI, USA, usou
seguintes equaes do 1997 ASHRAE Handbook: Fundamentals (American Society of Heating,
Refrigeration and Air-Conditioning Engineers, Atlanta, GA, USA) e desenvolveu:
42
Para gelo (-100 < T < 0C) Para gua (0 < T < 200C)
C1 - 5,674 359.10-3 - 5,800 220 6.103
C2 6,392 524 7 1,391 499 3
C3 - 9,677 843 0.103 - 4, 864 023 9.10-2
C4 6,221 570 1.10-7 4,176 476 8.10-5
C5 2,074 782 5.10-9 - 1,445 209 3.10-8
C6 - 9,484 024 0.10-13 0,0
C7 4,163 501 9 6,545 967 3
B Umidade Relativa
PV
RH =
PVS
C Razo de Umidade
0,62198PV
W =
(PATM PV )
0,62198PVS
WS =
(PATM PVS )
D Volume Especfico
RT (1 + 1,6078W )
V SA =
PATM (1 + W )
E Entalpia
h = 1,006t + W (2501 + 1,805t )
t = T 273,15
F Temperatura de Orvalho
t DP = 60,45 + 7,0322 ln(PV ) + 0,3700(ln(PV ))2 para ( 60 < t < 0 C )
hS* = h + hW
*
(
WS* W )
hS* = 4,186t *
Bibliografia
43
1. ASHRAE; 1997 ASHRAE HANDBOOK Fundamentals; Captulo 6 Psychrometrics.
2. Pizzetti, Carlos; Acondicionamiento del aire y refrigeracion teoria y clculo de las instalaciones.
Editorial Interciencia; Madrid, Espanha, 1970.
3. Mendes, Luiz Magno de Oliveira; Refrigerao e Ar-Condicionado Teoria, Prtica, Defeitos;
Editora Ediouro, SP, 1994.
4. Creder, Hlio; Instalaes de Ar Condicionado. 3 Edio; Livros Tcnicos e Cientficos Editora
S.A., RJ, 1988
5. Elonka, S.M. e Minich, Q.W.; Manual de Refrigerao e Ar Condiconado; Editora McGraw-Hill;
1978; SP
6. Stoecker, W. F. e Jones, J. W.; Refrigerao e Ar Condicionado; Editora McGraw-Hill; 1985; SP
7. ASHRAE, 1997 ASHRAE Handbook: Fundamentals; 1997; Atlanta, GA, USA
44