Arte 1 Ano PDF
Arte 1 Ano PDF
Arte 1 Ano PDF
ORIENTAES
CURRICULARES E
DIDTICAS DE ARTE PARA
O ENSINO FUNDAMENTAL
ANOS INICIAIS
1 ANO
So Paulo
2015
Catalogao na Fonte: Centro de Referncia em Educao Mrio Covas
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7849-731-6
CDU: 371.3:7
2
GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Mrcio Frana
Secretrio da Educao
Herman Voorwald
Secretria-Adjunta
Irene Kazumi Miura
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Prezados professores,
4
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Sumrio
DANA .................................................................................................................................... 46
MSICA................................................................................................................................... 93
TEATRO ................................................................................................................................134
6
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Artes Visuais
1
M Terezinha T Guerra
A histria das artes visuais confunde-se com a histria da humanidade; faz parte do ser e
do sentir-se humano: no h povo, cultura, poca ou pas que no as tenha produzido ou
entrado em contato com elas.
Signos visuais tm presena cada vez mais macia na contemporaneidade. Imagens da
fico e da realidade, do virtual e do concreto invadem o nosso cotidiano.
Entre os referenciais de crianas, jovens e adultos contemporneos esto a televiso, a
propaganda, a multimdia, os videogames, a internet. Todos eles pautados pela presena
macia de imagens, que interferem na maneira de cada um ver a si e ao outro, vida. Cada
vez mais sabemos e falamos sobre coisas, pessoas e lugares que conhecemos apenas por
meio de imagens! A criao e a circulao destas produes constroem significados coletivos
que podem tambm se transformar em instrumentos de dominao e poder. (Cf. GUERRA,
2005).
E a escola? Qual seu papel frente a esse mar de visualidades? Qual o papel do
professor em artes visuais?
H que se saber fazer a distino entre as imagens da arte e as demais, j que, o objeto
de estudo aqui tratado so as artes visuais em suas diferentes modalidades: desenho, pintura,
escultura, modelagem, gravura, fotografia, cinema, objeto, histrias em quadrinhos, instalao,
flash mobs, performance, arte na rua, entre outras. Entretanto, o conhecimento sobre arte pode
promover o discernimento na percepo das demais imagens presentes no cotidiano.
Arte e traz conhecimento. Alm dos muitos saberes especficos das artes visuais, por
meio de suas produes temos acesso arte de diferentes povos, pocas, pases e culturas.
Muito do que sabemos hoje sobre a histria da humanidade, da vida, do planeta, est nos
registros visuais deixados pelos homens em pedras, ossos, papiros, madeira, sarcfagos.
Cada modalidade das artes visuais apresenta especificidades e conhecimentos
singulares. Conhecimentos relacionados tanto ao fazer/criar quanto ao interpretar/ler/fruir e
contextualizar as produes; (...) um tipo de conhecimento que envolve tanto a experincia
de apropriao de produtos artsticos quanto o desenvolvimento da competncia de configurar
situaes atravs da realizao de formas artsticas. Ou seja, entendemos que aprender Arte
envolve no apenas uma atividade de produo artstica pelos alunos, mas tambm a
conquista da significao do que fazem, atravs do desenvolvimento da percepo esttica,
alimentada pelo contato com o fenmeno artstico visto como objeto de cultura atravs da
histria e como conjunto organizado de relaes formais. (PCN Arte, 1998).
1
Autora e coautora de diversos livros e publicaes sobre o Ensino de Arte, entre eles: A lngua do mundo: Poetizar,
fruir e conhecer Arte Edit.FTD; formadora do Cenpec e Pinacoteca do Estado de So Paulo, entre outras instituies.
7
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Se arte entendida como linguagem, o que se pretende nas aulas que tratam de artes
visuais possibilitar aos alunos que eles sejam leitores dessas manifestaes e tambm
desenvolvam seus prprios percursos de criao. Familiarizar as crianas com as diferentes
modalidades das artes visuais, seus conceitos especficos, procedimentos tcnicos e
expressivos, transformaes histricas e valores associados arte. Encorajar os alunos a,
alm de ler as produes dos seus colegas e de diferentes artistas, a construir e expressar sua
arte de maneira singular exercendo sua sensibilidade, emoo e pensamento ao se relacionar
com a arte e as prprias motivaes criativas.
Ana Mae Barbosa, trazendo consideraes de Paulo Freire e Elliot Eisner, afirma que:
para ambos a educao mediatizada pelo mundo em que se vive, formatada pela cultura,
influenciada por linguagens, impactada por crenas, clarificada pela necessidade, afetada por
valores e moderada pela individualidade. Trata-se de uma experincia com o mundo emprico,
com a cultura e a sociedade personalizada pelo processo de gerar significados, pelas leituras
pessoais autossonorizadas do mundo fenomnico e das paisagens interiores". (BARBOSA,
2008, p.12)
Conhecer artes visuais, portanto, possibilita ao aluno: adentrar no universo da arte;
aprofundar o olhar sobre si mesmo; ampliar sua leitura sensvel e crtica do mundo; criar de
modo simultaneamente autoral e informado por suas experincias e conhecimentos.
Considerando que este pode ser o primeiro contato de seus alunos com as artes visuais
na escola, importante voc ajud-los a entender com palavras acessveis idade - que o
acesso a essa linguagem ir permitir-lhes novas formas de expressar o que sentem e pensam
e tambm a possibilidade de ler produes visuais de diferentes pocas e autores. Explique
aos seus alunos, por meio da realizao das proposies das Situaes de Aprendizagem,
como esta outra maneira de ler e produzir textos necessita de informaes, de conhecimentos
sobre como realiz-la. Dessa forma, o contato com as artes visuais se dar com a sua
mediao, ao desenvolver as situaes de aprendizagem nas quais seja possvel que a criana
compreenda e se aproprie dessa linguagem, adquirindo as competncias necessrias
produo, leitura e contextualizao de imagens.
Considerando tambm que cada indivduo v, sente e pensa o mundo - e as imagens - a
partir de suas prprias experincias, necessrio que voc gradualmente conhea o repertrio
artstico e esttico de seus alunos, investigando seus conhecimentos prvios sobre os
contedos propostos nas situaes de aprendizagem e tambm suas preferncias, gostos,
estranhamentos, indagaes, buscas, lacunas, as relaes que estabelecem, as concepes e
prticas que trazem, analisando-as com a inteno de ampliar e aprofundar conhecimentos nas
artes visuais.
Por meio das proposies que compem as situaes de aprendizagem sugeridas para
os anos iniciais do Ensino Fundamental e do contato com obras de artes visuais em suas
diferentes modalidades as crianas podero investigar, interpretar e experimentar diversas
maneiras de criar sua arte expressando-se com sensibilidade e fazendo uso de seus
conhecimentos.
8
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
importante que as crianas saibam que as artes visuais esto presentes na vida do ser
humano desde os tempos mais remotos, quando os suportes para pinturas, por exemplo, eram
rochas em cavernas. No entanto, essa e outras informaes devero ser socializadas durante o
desenvolvimento das propostas e integradas ao apreciar e ao fazer arte, de acordo com a faixa
etria e o repertrio simblico dos alunos com os quais voc est trabalhando. importante
instig-los a estabelecer relaes entre o que esto aprendendo e o prprio ponto de vista, o
seu cotidiano, garantindo, assim, que estejam implicados nas aprendizagens.
Vale lembrar que, durante essas aulas os alunos, aos poucos, devero habituar-se e
apropriar-se de termos do vocabulrio das artes visuais, tais como: suporte, materiais,
composio, imagem, forma, cor, artista, autor, instalao. Pode ser criado na sala de aula um
painel para registrar as novas palavras escritas em letra de forma, tipo basto, associando-as a
imagens.
Professor, lembre-se, tambm, que em artes visuais, o foco das situaes de
aprendizagem, - leitura e produo dos trabalhos - acontecer por meio das cores, linhas,
formas, pontos, objetos, espaos, luzes, imagens, aes, planos, volumes, etc, ou seja, a
construo de sentidos se dar por meio da leitura e da produo de trabalhos artsticos.
Algumas das proposies sugeridas podero ser desmembradas em um maior (ou
menor) nmero de aulas, adaptadas, reorganizadas, aprofundadas em funo do seu contexto
de ensino e de aprendizagem sempre observando os alunos, como professor comprometido
que com o papel da arte na educao escolar. Como diz Paulo Freire: Sem a curiosidade
que me move, que me inquieta, que me insere na busca, no aprendo nem ensino.
9
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Bom trabalho!
10
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
IAVELBERG, Rosa. O Ensino de Arte. Presente em Revista, So Paulo, p. 2 - 4,03 mar. 2006.
11
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
12
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
13
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Esta situao de aprendizagem foi elaborada com o objetivo de oferecer subsdios para
o desenvolvimento de um trabalho em artes visuais para o primeiro ano do Ensino
Fundamental.
Conforme afirmam Maria Heloisa Correa de Toledo Ferraz e Maria Felisminda de
Rezende e Fusari:
Se pretendemos trabalhar as linguagens visuais na escolarizao artstica infantil,
preciso caracterizar quais conceitos so essenciais para integr-los aos j conhecidos pelas
crianas. Isto implica definir tambm os procedimentos e tcnicas pedaggicas a serem
utilizadas nas atividades de ver apreciativamente e expressar prazerosa e ludicamente as
formas visivas. O professor poder encaminhar as bases principais desse ensino e
aprendizagem integrando alguns procedimentos com atividades ldicas de conversar ou contar
histrias sobre formas visuais produzidas por artistas, com o objetivo de mobilizar as crianas a
expressarem visualidades com diversos materiais. Por meio de instigante apresentao e
anlise de ilustraes (reprodues grficas), objetos, etc., usando uma linguagem acessvel,
possvel explicar s crianas as tcnicas, o jeito de ver o mundo e (se for o caso) as maneiras
de que se valem os artistas para produzi-las. (FERRAZ: 1993. p.111).
Considerando tais reflexes, as proposies apresentadas contemplam pequenas
imerses na Histria da Arte, passam pela apreciao esttica, por breves contextualizaes,
pela produo de desenho e pintura em vrios suportes e diferentes materiais, e ampliam a
noo de espao numa composio tridimensional.
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
14
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
CONTEDOS:
Ponto
Linhas
Cores
Formas (bi e tridimensionais)
Arte Figurativa e Arte Abstrata (Conhecimentos iniciais)
Leitura e produo em artes visuais
Histria da Arte (primeiros contatos)
Proposio 1
Professor, este seu primeiro encontro com os alunos para tratar das artes visuais,
assim vamos iniciar esta proposio, pedindo aos alunos que deem as mos e formem um
crculo, propiciando dessa forma um momento de integrao. Nessa formao ser possvel
que se olhem e por meio do olhar todos sero acolhidos. A seguir, pea que soltem as mos,
sentem-se no cho. Converse com as crianas de forma bem descontrada, perguntando-lhes:
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
15
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
escolha, por exemplo: o tema (assunto), as cores, o que sentem ao ver a imagem, o que
imaginam sobre como seria poder ver aquela obra todos os dias.
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Combinem um tempo para isso e, terminada a tarefa, cada grupo dever falar aos outros
voc deve ajud-los a localizar a pgina sobre a imagem selecionada e explicar o porqu
da escolha. Oriente-os a respeitar o tempo de cada grupo de modo que todos possam mostrar
e justificar, um de cada vez, os critrios e motivos da seleo da imagem.
Insista em que relacionem a escolha da imagem leitura dela feita, pedindo que
observem cores, formas, luzes, sombras, tamanhos, distncia, proximidade, etc. Por exemplo,
se um grupo diz o que determinada imagem significa para eles, pergunte-lhes se por causa
das cores utilizadas, do tamanho de determinada figura, da forma do desenho, etc...
17
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Pergunte sempre aos alunos se concordam com as escolhas e por que. Comente que a
leitura de cada imagem muda de pessoa para pessoa, portanto, nem sempre o que escolhido
por uns coincide com a escolha de todos!
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Finalize a aula com uma roda de conversa retomando a atividade. Estimule-os a falar
sobre o livro, as imagens que encontraram e, especialmente sobre como resolveram o
problema proposto: escolher uma obra. Pergunte se acreditam que desenhos e pinturas podem
transmitir ideias, despertar sentimentos, emoes e outras imagens em nossos pensamentos.
Questione se perceberam que as pessoas podem conversar por meio de imagens e que cada
uma delas pode ter um autor ou vrios! Diga-lhes que a maioria dessas obras traz a
assinatura de quem as fez, mas, algumas, perdidas na vastido dos tempos, ficaram annimas,
ou seja, embora algum artista as tenha produzido, no sabemos o nome de seus autores.
Proposio 2
Professor, antes de iniciar a proposio, apresente para seus alunos uma obra escolhida
por voc. Sentados em crculo explique que, assim como eles, voc tambm quer que
conheam uma obra que voc aprecia muito. Como professor de Arte certamente voc possui
reprodues que fazem parte do seu material de trabalho. Alm disso, a SEE, em diversos
projetos, enviou vrias reprodues de diferentes artistas para as escolas.
Inicialmente convide-os para, silenciosamente, observarem a imagem por alguns minutos
tentando perceber seus detalhes sem nenhuma preocupao com questes.
18
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Em seguida, conte para eles porque gosta muito desse quadro. Incentive-os a expor
suas impresses e opinies sobre sua escolha e mais uma vez comente que nem sempre o
que escolhido por uns agrada aos outros. Conte para seus alunos quem pintou o quadro que
voc gosta, onde essa pessoa viveu e em que poca. Se for possvel faa alguma relao com
algum acontecimento da mesma poca, porm sem entrar em detalhes, apenas como
curiosidade.
Aps essa breve conversa, distribua a cada aluno uma folha de papel, de preferncia
diferente da folha sulfite padro e lpis grafite preto. Diga-lhes que agora os autores das
imagens sero eles. Pea-lhes que faam um desenho com seu tema (assunto) preferido, pois,
j viram no livro de arte obras de diferentes autores, mas ainda no conhecem o trabalho de
seus colegas e nem mostraram os seus a eles. Explique que esse desenho no ser colorido,
pois as cores sero aplicadas em outro momento. Lembre-os que artistas assinam as suas
obras e que tambm eles devero colocar seu nome em suas produes. Este trabalho
individual.
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Professor, este trabalho objetiva uma sondagem inicial do repertrio artstico, esttico e
simblico de sua turma. Para criar condies que ampliem o conceito de arte, importante que
voc conhea o repertrio do aluno e respeite suas referncias. Faa os seus registros
organize um portflio. - anotando as caractersticas dos trabalhos, o uso do espao pictrico, a
composio, propores, detalhes, movimento, a presena (ou no) de esteretipos, a
familiaridade (ou no) com os materiais; o reconhecimento (ou no) de formas, pequeno,
grande, longe, perto... Tudo isto, - especialmente as dificuldades das crianas - dever ser
contemplado por voc com delicadeza sem expor o aluno, individual ou coletivamente, durante
o desenrolar das proposies. Alm de lhe dar pistas para novas propostas de atividades, esta
avaliao, seus registros e anotaes lhe indicaro os pontos que dever reiterar, retomar,
possveis intervenes e encaminhamentos dos trabalhos.
Recolha todos os desenhos dos alunos e guarde-os para a prxima aula.
Proposio 3
O objetivo desta proposta a identificao de diferentes tipos de linhas nos desenhos:
retas, curvas, finas, grossas, zigzag, etc. Devolva aos alunos os desenhos que fizeram
anteriormente e pea-lhes para observ-los atentamente, passar o dedo nas linhas e perceber
semelhanas e diferenas entre as que criaram em seus desenhos e as desenhadas por seus
colegas.
Pergunte s crianas se sabem o que uma linha reta, por exemplo, e solicite que a
mostrem nos desenhos, que a desenhem na lousa ou a mostrem em algum objeto na sala.
Faa o mesmo exerccio com outros tipos de linha. No se preocupe com conceitos, apenas se
20
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
21
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Proposio 4
Pea aos alunos que em pequenos grupos abram o livro Arte para Crianas na pgina
76 e observem a reproduo da tela de Paul Klee, Castelo e Sol. Pergunte-lhes:
O que vm?
Quais so as cores e como so as linhas usadas pelo artista?
Alm das linhas e das cores figuras tambm fazem parte do quadro. Pea que mostrem
onde se localizam na obra. Sabem os nomes dessas figuras?
Estas figuras so todas do mesmo tamanho?
So iguais ou parecidas? Pea que mostrem as iguais, as parecidas e as diferentes.
As figuras e linhas formam desenhos? Quais?
Essas figuras, linhas e cores podem formar outros desenhos? Quais?
Para esta atividade importante que voc prepare exemplos dessas formas geomtricas
em cartolina ou papel encorpado, preferencialmente em diferentes cores, para que as crianas
possam identific-las. Nomear cada uma destas formas ser decorrncia desta leitura
comparativa e da sua fala sobre o nome destas diferentes formas e suas caractersticas. Como
continuidade ou como forma de avaliar a compreenso do percurso realizado at agora,
sugerimos que voc proponha aos alunos, em grupos, que recortem figuras geomtricas de
revistas e jornais e, aps combinarem o suporte, realizem um grande painel de colagem. Se a
ideia for desenvolvida, no se esquea da exposio e leitura das produes por todos os
alunos.
Fale um pouco sobre o artista que alm de artista pintor estudava msica e era um
violinista muito talentoso. Voc encontrar informaes no prprio livro, se puder pesquise
mais.
Organize uma roda e mostre as pginas 86 e 87 do livro Arte para Crianas. Pea aos
pequenos grupos de alunos que observem as obras apresentadas nestas pginas e reparem
especialmente no tipo de linha usado pelos artistas: de Malevitch Construo Suprematista;
de Mondrian Composio com vermelho, azul e amarelo, de Omar Rayo, O brinquedo de
Mateo e de Alfredo Volpi Fachada em azul, branco e rosa. Convide-os para, inicialmente,
olhar silenciosamente tentando perceber cada detalhe das linhas, das figuras, das cores.
Lembre-os que a proposta no buscar significados. Pea-lhes que comentem sobre como as
linhas aparecem nessas imagens. Como esto distribudas em cada um dos quadros? E as
figuras, so conhecidas? Quais se repetem? Pea para que mostrem no livro.
22
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Proposio 5
23
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Para explicar aos alunos o percurso desta linha fale sobre como se arrasta uma serpente
no cho, indicando o movimento com as mos no ar. Deixe-os serpentear com as mos e ao
mesmo tempo andar pelo caminho da serpente, caminhando sobre o barbante no cho
percorrendo-o de uma ponta a outra. Organize-os em pequenos grupos, enfileirados para
participar da atividade, enquanto uns percorrem a linha sinuosa indo e voltando os demais
observam.
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
comea em um ponto e vai se abrindo (de dentro para fora) ou em outro e vai fechando (de fora
para dentro). Deixe que brinquem com estes dois tipos de movimento, acompanhe esses dois
tipos de gesto realizando os movimentos no ar e coordenando os alunos com sua fala: agora
abrir o gesto para fazer o caracol; agora fechar; observem os colegas e tentem fazer juntos!
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
25
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
de uma coisa que conhecem. Conte para eles que um grande artista chamado Picasso, criou
uma grande srie de desenhos com uma nica linha. Ou seja, o artista espanhol, sem tirar o
lpis do papel do incio ao final do desenho, criava seus trabalhos. Antes de propor essa
atividade, pesquise os desenhos de Picasso e, juntamente com os alunos, crie o seu tambm.
Proposio 6
Dando continuidade ao trabalho da aula anterior, prepare, com antecedncia, pelo
menos oito crculos de papel Paran ou similar, se possvel, com o maior dimetro que a
dimenso do papel possibilitar. Prenda-os, com fita crepe, na parede, respeitando a altura das
crianas, de modo que alcancem todo o crculo. Passe cola branca espessa com rolinho de
espuma em cada um deles, as crianas podem colaborar nesta tarefa.
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Antes, porm, explique a proposta, caso contrrio, a cola ficar seca antes da concluso
dos trabalhos.
Organize os alunos em grupos e solicite a eles que desenhem e pintem nos painis
redondos, utilizando apenas linhas de barbante que voc vai cortar em diversos tamanhos e
disponibilizar.
26
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Como sempre, caminhe entre os grupos, apoiando-os na execuo sem fazer por eles,
esclarecendo dvidas, oferecendo ajuda, fazendo suas anotaes!
Terminados os desenhos, pea aos alunos que assinem suas obras e que observem
todos os painis. Faa perguntas:
Como fizeram seus trabalhos?
H linhas retas? Onde?
Aparecem linhas sinuosas? Onde?
E espirais? Onde?
Eles podem introduzir cores sobre os barbantes com caneta hidrocor e voc pode seguir
com a leitura.
Quais as cores que aparecem? Onde esto? Vai at l e mostre com sua mo?
Algum trabalho parece com alguma coisa que vocs j viram? Esse trabalho
figurativo.
Qual s tem linhas de diferentes tipos?
Alguns trabalhos ficaram parecidos? Quais? Por qu?
Faa as suas anotaes. Sempre que possvel, fotografe os trabalhos dos alunos; assim
voc preserva um registro do percurso de sua turma que pode mostrar a eles em outras
conversas, retomando e valorizando suas criaes. Sorteie quem vai ficar com os painis.
Com o intuito de ampliar o repertrio dos alunos a respeito de linhas, procure vdeos,
imagens e/ou livros que apresentem, de forma expressiva, movimentos e composies com
diferentes linhas e proporcione momentos de apreciao/leitura dos recursos utilizados.
27
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Proposio 7
28
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Em seguida, pea aos alunos que em subgrupos abram o livro Arte para Crianas na
pgina 21 e observem a pintura Serpente sonhando, do artista Keith Kaapa Tjangala.
Pergunte-lhes como acham que essa pintura foi feita, com o auxlio das seguintes questes:
Qual seria a cor do suporte?
Aparecem quais tipos de linhas? (retas, curvas, sinuosas, espirais).
H pontos?
Quem est vendo a serpente? De onde?
Ser que essa pintura foi feita com lpis de cor, canetas hidrogrficas, tinta e pincel?
Falem sobre esta imagem, o que ela diz para vocs?
Vocs fariam um desenho apenas com pontos?
Por que ser que o artista deu esse nome sua obra? Serpentes sonham? O que?
Deixe disposio dos alunos folhas de papel carto em diferentes cores e pea para
que cada um escolha uma, na cor que preferir. Diga-lhes que devero criar um desenho,
inspirados no do artista estudado e fazendo-o utilizando apenas pontos. Diga-lhes tambm
que, embora o suporte seja retangular, eles podero alter-lo, recortando ou rasgando, de
modo a deix-lo no formato que preferirem: um quadrado, um tringulo, um crculo, uma forma
irregular, uma folha com um buraco recortado no meio para pintar em volta...
29
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Embora o trabalho seja individual, voc pode organizar os alunos em grupos para facilitar
a utilizao das tintas e a conversa sobre os trabalhos entre as crianas durante o fazer.
Distribua copinhos descartveis de caf com tinta guache azul, vermelho, amarelo, preto
e branco (um conjunto para cada grupo ou aluno), cotonetes e/ou qualquer outro material que
possibilite o desenho com pontos: lpis (usar o lado inverso ao da ponta), o cabo do pincel...
Tambm podero utilizar a ponta dos dedos, entretanto, apenas aps o professor verificar se
h indicao de que a tinta no txica na embalagem.
De maneira informal oriente os alunos na utilizao de cores diferentes das oferecidas;
para isso, deixe disposio dos grupos alguns copinhos extras para que possam fazer as
possveis misturas. Incentive a pesquisa de cores!
30
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Proposio 8
Antes da aula, prepare papis celofane de muitas cores, cortados de forma retangular,
de maneira que possam cobrir os olhos das crianas como se fossem culos.
Diga-lhes que a aula hoje ser fora da sala: no ptio, no jardim, se possvel na rua, em
volta do prdio da escola. Antes de sarem reforce que necessrio que fiquem sempre juntos
a voc. Explique que a proposta observar com muita ateno as cores do cu, das rvores,
flores, animais, automveis, paredes, telhados...
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Faa o mesmo exerccio com as cores do cu, das flores, etc. Observe sempre os alunos
que tm mais dificuldade em identificar cores e ajude-os!
A seguir, distribua os retngulos de papel celofane, um conjunto de vrias cores para
cada aluno. Pea a eles que coloquem sobre os olhos, primeiro uma cor de cada vez, e depois
experimentem colocar duas ou mais cores sobrepostas Pergunte-lhes se com esses culos
h alterao nas cores que veem. Incentive-os nessa investigao, pedindo que olhem para o
cu, as casas, os colegas, as flores, a escola, etc.
Voltando para a sala, organize a roda de conversa para que as crianas relatem suas
experincias. importante que voc estimule todas a falar! Pergunte-lhes sobre as cores que
mais viram. Solicite que falem, tambm, o que mudou e por que quando utilizaram o papel
celofane sobre os olhos.
Diga-lhes que em arte as cores e as formas so feitas e escolhidas com liberdade pelo
artista, tudo pode acontecer: um cavalo pode ser roxo, os relgios derretidos, as casas
voadoras, basta o artista pensar e, com alguma inteno, criar sua obra.
Proposio 9
33
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Proposio 10
Professor, esta aula destina-se experimentao com tintas e cores. Relembre aos
alunos o passeio pela escola, o uso do papel celofane, a observao das cores e as obras que
voc projetou.
Prepare todo o material antes: tinta guache nas cores azul, vermelho, amarelo, preto e
branco; copos descartveis de caf (para as tintas) e de gua; pincis redondos de diferentes
tamanhos, folhas de papel canson (ou similar encorpado) e papel toalha para limpeza. Embora
o trabalho seja individual, voc poder organizar os alunos em grupos, para facilitar a
distribuio do material.
O desafio ser criar o maior nmero possvel de cores! Auxilie aqueles que ainda tm
dificuldades com o guache, pincis e uso da gua como diluente. Oriente-os na mistura das
tintas, especialmente na utilizao do branco, provavelmente pouco lembrado por eles, na
criao de diferentes tonalidades. Ainda no necessrio falar em nuances, matizes,
tonalidades, monocromia, cores primrias, secundrias, contraste...
Pea que cada um faa, na folha que recebeu, manchas ou bolinhas com as cores que
inventou, organizando-as como se fosse um catlogo de cores. Incentive a investigao!
Quanto mais cores diferentes melhor!
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Exponha todos os trabalhos e pea que comentem: as cores que mais aparecem, as
mais diferentes, os nomes que elas tm, como conseguiram inventar determinada cor...
Pergunte, apontando algumas delas ou objetos na sala de aula, quais tintas misturariam para
faz-las e por que. Instigue a imaginao, a percepo, o raciocnio das crianas!
Na roda de conversa, pergunte-lhes o que aprenderam nas ltimas aulas, quais suas
descobertas e dificuldades. Incentive todos a manifestar opinio.
34
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Faa os seus registros e fotografe os trabalhos dos alunos quando possvel. Anote suas
observaes, intervenes e encaminhamentos.
Proposio 11
Para desenvolver esta proposio, voc vai precisar do mesmo material utilizado na
anterior, com exceo do papel canson que ser substitudo por um painel de papel carto.
Organize pelo menos seis grupos de alunos. Deixe disposio deles diversas folhas de
papel carto em diferentes cores e fita crepe. Pea para que cada grupo escolha duas folhas
da mesma cor ou no e cole-as pelo avesso com a fita crepe, formando um painel com o
tamanho de duas folhas. Diga-lhes que podero, se quiserem, alterar a forma desse suporte,
recortando-o.
Prenda, com fita crepe, os painis na parede, de forma que seja fcil para as crianas
desenharem e pintarem sobre ele. Diga-lhes que todo o cuidado necessrio, pois, a tinta, se
estiver muito lquida, poder escorrer, manchar ou estragar o trabalho. Se voc preferir no
correr riscos, oriente-os a pintar com os painis no cho ou sobre as carteiras, colocando-os na
parede apenas depois de prontos.
O desafio ser criar um desenho de algo que no existe ou algo que existe, mas pintado
com cores inusitadas lembre-os do exerccio de observao com papel celofane!
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Proposio 12
Para esta atividade, leve para a sala de aula um objeto tridimensional dentro de uma
caixa de papelo fechada, mas com duas aberturas laterais para que um aluno por vez possa
introduzir suas mos e manipul-lo sem v-lo. Escolha um objeto que tenha variedade de
texturas e que possibilite uma experincia ttil enriquecedora, evitando formas simplificadas
como esferas ou cubos. D preferncia a um objeto que no oferea riscos s crianas, pois
elas iro toc-lo.
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Oriente os alunos para que apenas toquem o objeto at reconhec-lo, mas que no
digam nada aos outros; a descoberta dever ser mantida em segredo!
36
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Depois que todos tiverem sentido o objeto sem falar nada, pergunte a toda a classe o
que perceberam:
pesado? Leve?
quente? Frio?
uma pea nica? Tem partes que se movem?
spero ou liso? Tem partes speras?
De que material voc acha que foi feito? (Pelcia, borracha, loua, plstico, metal,
Diversos materiais misturados?).
Que objeto seria? (uma boneca, um carrinho, um vaso, um animal, uma colher, algo
desconhecido?).
Pea-lhes que faam, rapidamente, um desenho, um rascunho de como imaginam que
seja este objeto. A seguir, retire o objeto da caixa e mostre-o aos alunos.
Na roda de conversa diga s crianas que artistas desenham, pintam, fotografam, mas
tambm fazem esculturas, modelagens, objetos artsticos.
Converse com o grupo sobre tridimensionalidade, dizendo que, diferente de um
desenho, de uma fotografia, que so bidimensionais, um objeto tridimensional como a
modelagem, a escultura pode ser visto ou sentido - de todos os lados. No se preocupe com
esses conceitos ainda.
Proposio 13
Retome a proposio anterior e, mais uma vez, com os alunos organizados em grupos,
entregue a cada grupo um livro Arte para Crianas e mais outros que existam na biblioteca da
escola e pea-lhes que procurem quatro imagens que representem esculturas, modelagens ou
objetos tridimensionais.
Combinem um tempo para a pesquisa; circule entre os grupos, oferea ajuda.
Terminada a investigao, solicite que cada grupo mostre aos outros as imagens
encontradas. Mais uma vez, ajude-os na localizao das pginas. Comentem as imagens, diga
o nome de seus autores. Lembre-os que so obras de arte que podem ser vistas de todos os
lados, embora as imagens delas disponveis nos livros, por serem fotografias, mostrem apenas
um dos lados. Conversem sobre isso!
A seguir, projete imagens digitalizadas mostrando esculturas de diferentes pocas,
pases, culturas, autores. Voc precisa preparar este material com antecedncia.
Na roda de conversa, pergunte-lhes:
Na cidade em que moram, ou em outra que conhecem, j viram alguma escultura?
Onde? (praas, jardins, igrejas, museus ou cemitrios?).
Por que elas foram colocadas nestes lugares?
So esculturas de pessoas, animais ou de que?
No se preocupe, ainda, em diferenciar escultura, modelagem, objeto...
Lembrete: Solicite aos alunos que tragam para a prxima atividade, massinha de
modelar e objetos pequenos como: tampinhas de garrafa, canudinhos para refrigerantes,
37
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
gravetos, arames encapados com plstico colorido, (utilizados para fechar pacotes de po de
forma), botes, bolinhas de isopor, caixinhas, barbante, etc.
Proposio 14
Professor, esta proposta individual.
Com o material solicitado na aula anterior, cada aluno dever criar um objeto
tridimensional. Diga-lhes que devero criar algo que possa ser contemplado de todos os lados,
inclusive, visto de cima! Podero criar bichos, pessoas, bonecos ou at uma forma abstrata.
Leve voc tambm alguns materiais e, se possvel, argila.
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
Circule pela sala oferecendo ajuda e material. Observe se, de fato, os alunos trabalham
tridimensionalmente, pois, muito comum que crianas, embora utilizem massinhas, faam
desenhos no plano - com elas.
A seguir, coloque todos os trabalhos sobre uma mesa grande ou carteiras reunidas - e
comentem os resultados. Converse com os alunos e verifiquem se houve o mesmo cuidado na
execuo de todas as faces dos objetos. Oriente a leitura de alguns deles de modo que falem
sobre suas escolhas no uso das cores, das formas e volumes.
Na roda de conversa estimule todos a comentarem suas produes, se h diferena
entre o desenho e estas representaes, se elas podem ser vistas de todos os lados, quais
suas maiores dificuldades, o que aprenderam...
Conversem sobre as diferentes possibilidades de se fazer arte, de expressar ideias,
lembrando que artistas no utilizam apenas lpis e papel! Pergunte ao grupo se j viram outras
formas de manifestaes artsticas.
No se esquea das suas anotaes!
38
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Lembrete: Diga aos alunos que, na prxima aula faro um trabalho gigante, em
grupos! Solicite que tragam caixas grandes (podem pedir em lojas, supermercados), massinha
de modelar, tampinhas de garrafa, canudinhos para refrigerantes, gravetos, arames encapados
com plstico colorido, botes, bolinhas de isopor, caixinhas, embalagens diversas, barbante,
sucata, fitas, clipes, etc.
Voc dever preparar com antecedncia, material para pintura: tinta guache, pincis,
copos descartveis, papel toalha. No se esquea de providenciar, tambm, cola, grampeador,
fitas crepe e adesiva, elsticos, diferentes tipos de papis coloridos: espelho, carto, celofane,
laminado, etc.
Proposio 15
Mostre aos alunos reprodues de obras de Joan Mir ou de outros artistas que voc
pesquisar e que apresentem caractersticas semelhantes a das obras que sugerimos:
Personagens, 1976 Paris
Personagem, 1967 Frana
A carcia de um pssaro - Fundao Mir Barcelona
Mulher e pssaro 1983 - Barcelona
39
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Grupo 1
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
40
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Grupo 2
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
41
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Grupo 3
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
42
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Onde vive?
Tem poderes especiais? Quais?
O que veio fazer na Terra? Como chegou at aqui?
Qual recado deixaria para os habitantes do nosso planeta? ...
Na leitura incentive os alunos a falarem sobre as cores, linhas, formas, volumes,
estruturas e materiais presentes no trabalho.
Fotografe as obras! Guarde-as com voc.
Lembrete: Solicite aos alunos que tragam, na prxima aula, os trabalhos realizados nas
proposies anteriores que ficaram com eles, para organizarem, juntos, uma exposio.
Fale com os gestores sobre o uso dos corredores e outros locais da escola para expor as
produes dos alunos.
Proposio 16
Junto aos seus alunos, selecionem o que dever ser exposto, tendo o cuidado que
TODOS tenham pelo menos um trabalho na mostra. No se esquea de elaborar com eles as
etiquetas com os crditos.
Ocupem corredores, quadras, escadas, jardins com os desenhos, painis, os seres de
outro planeta e tambm as suas fotos. Procurem locais inusitados, especialmente para colocar
os aliengenas! Conversem sobre isso!
Diretoria de Ensino Regio de Marlia/ EE Prof. Amaury Pacheco /1 ano do Ensino Fundamental
Profa. Sandra Aparecida Cavassani Penedo
AVALIAO
Realize uma roda de conversa final retomando todas as proposies, desde o incio,
como forma de sistematizao dos conhecimentos. Um recurso interessante apresentar
turma alguns registros fotogrficos de cada proposio. Possibilite aos alunos momentos de
autoavaliao, instigando-os a comentar seu percurso at aqui.
Tenha em mos os seus registros, reveja as produes de sua turma (individuais e
grupais) e reflita sobre a apropriao de noes/conceitos, avanos e dificuldades. Retome as
expectativas de aprendizagem e verifique os diferentes graus de aproximao de cada aluno
em relao a elas. Articule o desempenho dos alunos frente aos momentos de
produo/criao, apreciao/leitura e pesquisa na Histria da Arte.
De maneira adequada a esta faixa etria, observe se o aluno:
Percebe uma gama diferenciada de cores, linhas, planos, formas, luzes, sombras,
texturas, volumes, nos prprios trabalhos, nos dos colegas e nas imagens da arte.
Experimenta o uso de diferentes cores, linhas, formas, luzes, texturas, planos,
suportes, materiais, instrumentos, etc em suas produes.
Desenvolve um percurso de criao cultivado (influenciado pelas aprendizagens da
arte) com marca pessoal;
Cria novas cores a partir das j existentes que recebe; investiga formas, utiliza
diferentes suportes e formatos.
Investiga, experimenta diferentes materiais, suportes e instrumentos lpis, tintas,
esptulas, papis, tecidos, computador, argila, massa de modelar, etc. - ao desenhar, pintar,
esculpir, modelar, filmar, fotografar... Produz formas no espao bi e tridimensional; etc.
Utiliza, intencionalmente, em suas produes alguns dos elementos da linguagem
visual para expressar-se e comunicar-se;
Percebe que tambm pode construir sentidos articulando, intencionalmente, alguns
elementos da linguagem visual;
Interpreta suas prprias produes, as de seus colegas e atribui sentidos a
algumas obras de arte; Compreende, ainda que parcialmente, que linhas, formas, cores podem
significar ideias, sentimentos;
Compreende que produes artsticas tm autoria e que a arte sempre existiu, em
diferentes pocas e culturas;
Conhece algumas obras de alguns artistas.
44
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
GUERRA, Maria Terezinha T. Ensinar e Aprender: Corrigindo o fluxo do ciclo II. SEE, SP:
2001.
_____________________ (et.al.) Ensinar e Aprender Arte. Ensino Fundamental Ciclo II,
volume do Professor. Cenpec: So Paulo, 2010.
FERRAZ, Maria Heloisa Correa de Toledo. Metodologia de ensino de Arte. Maria Heloisa C de
T Ferraz, Maria F. de Rezende e Fusari. So Paulo: Cortez 1993.
IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender Arte: sala de aula e formao de professores.
Rosa Iavelberg. Porto Alegre: Artmed, 2003.
KINDERSLEY, Dorling; traduo Maria Anunciao Rodrigues. Arte para Crianas. So Paulo:
Publifolha, 2012.
45
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
DANA
2
Ana Terra
3
Uxa Xavier
A dana uma linguagem artstica do corpo em movimento. A prtica da dana
possibilita o desenvolvimento da sensibilidade e da motricidade como pares entrelaados. O
domnio do movimento na dana propicia a ampliao de repertrios gestuais, novas
possibilidades de expresso e comunicao de sensaes, sentimentos, pensamentos. O
refinamento do corpo em movimento encontra-se articulado expressividade e criatividade,
envolvendo processos de conscincia corporal (individual) e social (relacional), assim como,
processos de memria, imaginao, concepo, e criao em dana nos mbitos artstico e
esttico.
So esses alguns dos paradigmas da dana como linguagem artstica a ser ensinada e
aprendida na escola.
A dana est presente no salo de baile, nos desfiles de Carnaval, em um encontro de
danas urbanas ou na roda de samba na rua, no ptio de uma escola, no palco de um teatro,
no cinema, na televiso. As danas tm funes e sentidos ligados ao contexto de
acontecimento, aos sujeitos que a vivenciam e que a desfrutam como pblico. Pensando em
uma dimenso abrangente, acreditamos que todas as pessoas podem danar.
Mas ser que essas pessoas podem danar qualquer uma das diferentes danas
mencionadas acima assim que desejar? Cada uma dessas danas requer que aquele que
deseja aprender se disponha a experimentar, a praticar (talvez repetidas vezes), seja
vivenciando aprendizados informais (aprender com os amigos na roda de samba), no formais
(fazer dana de salo na associao de moradores do bairro) ou formais (estudar a dana
como uma das linguagens da disciplina Arte, cursar uma escola tcnica ou superior de
formao profissional na rea).
Se por um lado, cada contexto de ensino e aprendizagem da dana tem contornos
diferenciados, poderamos dizer que existe algo comum, importante a ser destacado para o
professor que ir percorrer as situaes de aprendizagem aqui propostas. Danar implica em
aprender sobre o movimento que aborda: o espao nas suas relaes de direes, nveis e
planos; o tempo nas relaes de pulsos, ritmos, pausa e velocidades com e no prprio corpo,
tendo a ao e a reflexo sempre presentes.
Talvez, muitos professores possam se perguntar ento: como irei ensinar dana se no
sou bailarino ou mesmo, se no costumo danar? De fato, para algum se tornar um artista da
dana cnica (espetacular) dever realizar uma formao especfica, contnua e profunda. Mas,
sabemos que o ensino da arte na escola no tem a funo de oferecer uma formao
profissional, mas, proporcionar aos alunos a oportunidade de conhecer, apreciar, criar e viver a
2
Educadora e artista da dana, sociloga (FFLCH/USP), mestre em Artes (IA/UNICAMP) e doutora em Educao
(FE/UNICAMP). professora titular do Curso de Dana da Universidade Anhembi Morumbi. Presta consultorias a
projetos de formao profissional e educao continuada para artistas e professores de dana.
3
Especialista no Mtodo Laban Especializao pela USP; coordena o Lagartixa na janela grupo de pesquisa e
criao em Dana/ Educao; Curadora de Dana do projeto Casas de Cultura e Cidadania AES/Eletropaulo.
46
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
dana na escola, tendo experincias com sentido e ligada ao mundo dessa linguagem
expandindo as possibilidades de formao e de participao social.
Estamos ento convidando os professores de Arte para enfrentar um desafio: aproximar-
se da Dana como uma linguagem artstica, procurando pontes com as demais linguagens de
seu conhecimento, com suas histrias pessoais de corpo e movimento, com suas memrias e
desejos danantes, por vezes no manifestos.
As bases ou pilares para que o processo de ensino e de aprendizagem possa ter incio
que voc professor se permita vivenciar uma aproximao do prprio corpo: visitar seu corpo-
casa, conforme sugerido por Vianna e Castilho (GARCIA, 2002, p.17). Alm disso, sugerimos
uma atitude de observao constante do corpo e do movimento da criana no cotidiano
escolar, o que ir, sem dvida, lhe oferecer um rico repertrio de aes corporais, formas de
movimento, interaes, jogos e danas que seus alunos dominam e vivenciam entre eles na
escola.
As situaes de aprendizagem propostas esto fundamentadas por referenciais terico-
prticos, didtico-metodolgicos oriundos da pesquisa de especialistas, artistas e educadores.
De fato, subjazem a esse material conceitos, experincias, reflexes, danas. Sua
disponibilidade de no apenas ler, mas, estudar previamente e orientar as aprendizagens de
seus alunos nas proposies de dana permitir a ocorrncia de um rico processo de
conhecimento na linguagem.
Sintetizamos a seguir, alguns conceitos importantes para o estudo e o desenvolvimento
das Situaes de Aprendizagem na linguagem da dana.
Em uma definio sucinta podemos dizer que o que caracteriza a linguagem da dana
o movimento do(s) corpo(s) do(s) danarino(s) no espao e no tempo.
Enfim, danar significa experimentar o corpo em movimento para alm de sua
funcionalidade (carter instrumental) cotidiana. Do mais simples ao mais complexo dos
processos de aprender uma dana o corpo poder ter experincias de criao e construo de
movimentos expressivos nos quais cada aluno que dana est implicado com seu mundo
interno, sua memria, sua histria, dialogando com o as culturas da dana presentes no
mundo.
Em especial, na primeira infncia, as crianas esto em pleno momento de descobertas
e refinamento de seus gestos e movimentos, tanto de carter instrumental, quanto expressivo.
H, em geral, uma enorme disponibilidade para mover-se. As brincadeiras da criana de seis,
o o
sete ou oito anos (alunos do 1 e 2 ano) so jogos e narrativas em movimento, muitas vezes,
permeados pelo danar.
Apesar dessa disponibilidade e da presena da prpria dana, por vezes, no cotidiano de
algumas das crianas, o estudo da dana como uma das linguagens artsticas na escola ir
envolver o dilogo por meio do corpo em movimento com os pares e o professor (a), de
maneira que o aluno possa experimentar, criar, executar, transformar, observar, organizar
diferentes maneiras de danar. Para a criana, ser lanado um convite para aprender e
47
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
desenvolver seu potencial em dana, de forma que ela possa tambm viver, conhecer e
apreciar dana.
Nesse sentido, cabe reiterar que o estudo da dana na escola no pode estar restrito ao
aprendizado de coreografias. Como o coregrafo e pesquisador brasileiro Klauss Vianna
discute em seu livro A dana (VIANNA, 2005), o sentido da aprendizagem da dana no
deveria ser decorar passos, mas sim, aprender um caminho.
Para Valerie Preston-Dunlop, pesquisadora inglesa que vem ampliando os estudos de
Rudolf Laban, a dana uma linguagem comunicada por movimentos, que podem ser vistos,
escutados ou percebidos a partir dos corpos cnicos dos bailarinos (apud LOBO, 2003, p.
141). Nesse sentido, como componentes da dana figuram: 1) o elemento central, o
movimento; 2) o(s) danarino(s); 3) os elementos sonoros, que incluem a msica, o uso da voz,
o silncio, o som ambiente; 4) os elementos visuais que so compostos pelo espao cnico ou
pelo espao onde a dana acontece, envolvendo tambm, objetos de cena, figurinos, cenrios,
vdeos.
A motivao de um artista ou professor-artista na criao de uma dana originria de
um sentimento, de uma ideia, de uma inteno, ou simplesmente do prprio movimento, como
em certas danas contemporneas (LOBO, 2003, 142). O processo criativo em dana se
materializa em uma composio coreogrfica a qual pode envolver diferentes arranjos entre o
movimento e a msica, entre o movimento e o espao, entre o movimento e os elementos de
cena. Nesse sentido, para fruir e analisar a forma/contedo de uma obra de dana
necessrio observar as conexes estabelecidas entre tais componentes.
As proposies de dana que sero apresentadas, associando aspectos do imaginrio
das crianas, da sua cultura e de outras referencias propostas pelo professor focalizam o
estudo da estrutura do movimento. Se tomarmos a imagem de uma estrela de cinco pontas,
cada uma delas corresponde a um componente estrutural do movimento, a saber: corpo,
aes, espao, dinmica e relacionamentos (LOBO, 2003).
A delimitao de focos para experimentao, improvisao, apreciao do movimento
necessria a ttulo de estudo, pois a dana, na prtica, envolve a interao de todos esses
componentes: movimento no espao, criado pelas aes corporais, que por sua vez adquirem
qualidades atravs das dinmicas, que so visveis em partes especficas do corpo e que
envolvem relacionamentos entre danarinos e destes com o ambiente, com objetos, etc.
(COSTAS, 1997, p. 38).
Nas proposies das Situaes de Aprendizagem, ser possvel observar o
desenvolvimento desses estudos prticos em dana, pois so sugeridos diferentes estmulos
para as experimentaes do movimento. Tais estmulos podem ser: auditivos ou sonoros (sons,
msicas, voz); visuais (imagens, fotos, cores); tteis (contato com objetos, com colegas, com o
ambiente); imaginativos ou literrios (narrativas, contos, poemas); e, cinestsicos, nesse caso,
o prprio movimento (COSTAS, 1997).
48
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
A CRIAO DO AMBIENTE
49
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
O banho
Os focos desse aquecimento so a percepo da pele, das articulaes, dos espaos
articulares, dos ossos, de todo o contorno do corpo e do espao pessoal (cinesfera).
Proponha aos alunos que fiquem em p numa roda, diga a eles que no centro dela
existem sabonetes mgicos e que cada um vai pegar um sabonete. Pergunte a eles qual o
cheiro do sabonete de cada um.
Convide-os a sentir o cheiro do sabonete num faz de conta, colocando as mos em
concha e inspirando o cheiro imaginrio.
Estabelea a seguinte regra: ningum pode sair do lugar enquanto se ensaboa; pode
sentar, deitar, mas no pode se deslocar no espao.
Inicie o jogo do banho onde cada criana passa o sabonete em seu corpo. Proponha que
os movimentos sejam realizados de forma lenta onde eles ficam mais tempo massageando
uma regio, ou de maneira mais rpida, para ativar bem a pele.
4
Esses aquecimentos foram elaborados pela artista e educadora de dana, Uxa Xavier.
50
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Lavando o p
51
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Quando todos estiverem secos voltam para a roda inicial. Pergunte a eles se sentiram
que podem criar vento com seus corpos.
O banho pode ser realizado no silncio ou pode ter como estmulo sonoro msicas
instrumentais, com variaes de andamento rpidos e lentos para o ensaboar e, rpido, para o
vento. O importante criar um ambiente favorvel movimentao.
Esse aquecimento muito indicado para introduzir proposies em duplas ou grupo,
onde eles precisam se conectar, se tocar, trabalhar junto. Nesse sentido, como sugesto de
variao e aprofundamento dessa proposta voc poder propor a formao de duplas e trios
no momento de ensaboar.
O respeito ao outro um valor fundamental a aprender no danar em grupo. Nesse
aquecimento, o respeito ao prprio corpo e ao corpo do colega fundamental, por essa razo
importante voc estar atento como, eles esto se tocando. Caso voc perceba algum toque
com uma intensidade que esteja incomodando o colega, interessante que voc intervenha
mostrando como o tocar o outro com respeito pode ser um experincia de ampliao da
percepo do outro e de si mesmo.
Acordando o esqueleto!
Os focos desse aquecimento so a percepo da pele, dos ossos, das diferentes partes
do corpo. Preferencialmente realizada numa posio sentada (sobre os ossos da pelve,
chamados squios) ou mesmo, de p, mas, sempre com um grupo organizado em roda.
52
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
A recepo das propostas em que so sugeridas aes de toque e contato com o prprio
corpo, ou com o corpo do colega, ir variar segundo cada criana, nas diferentes turmas e
anos. Sabemos que a relao com o corpo pode favorecer a manifestao de valores e
comportamentos que esto sendo aprendidos na famlia, na comunidade em que reside, nos
ambientes religiosos, e, da mesma forma, nos meios de comunicao diversos. Portanto,
importante sempre estar atento s dvidas e expresses dos alunos sobre as questes
corporais promovendo o dilogo de acordo com as demais orientaes e diretrizes
curriculares, de forma articulada com outros professores responsveis pela sala. Lembramos
ainda que tais prticas podero ser fundamentais na formao de uma atitude de respeito e
cuidado com o prprio corpo.
Proponha aos alunos que toquem seu corpo como se estivessem tirando uma poeirinha
bem fina da pele. Depois vo entrando em contato com os ossos fazendo movimentos de
amassar com delicadeza.
Percutindo os ossos
53
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
No final, proponha que todos se deitem e sintam a presena dos ossos que tocaram,
tocando o cho. Uma maneira divertida de percepo do esqueleto, caso o cho seja de
madeira, solicitar aos alunos que ainda deitados batam os ps (com as pernas flexionadas)
no cho, ou ainda, os punhos cerrados. Possivelmente, alm do som, podero sentir a vibrao
do cho em seus corpos.
Pea que se espreguicem sentindo os ossos e as dobradias entre eles, que permitem
que o corpo como um todo expanda e encolha (expanso e recolhimento).
Deitado espreguiando
Encolhimento
Sugira que eles prossigam com esses movimentos de encolher e expandir at sentar e
depois que realizem uma pausa agachados na posio de ccoras, apoiando mos e ps no
54
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
cho. Da, devagarzinho, indique que levantem o quadril na direo do teto deixando os joelhos
ligeiramente flexionados (muitas crianas tem encurtamento na musculatura posterior, por isso
deixe que eles faam esse movimento nas suas possibilidades, incentivando-os a cada
encontro a alongar um pouco mais) sem esticar as pernas totalmente; podem soltar o apoio das
mos no cho e se manterem assim, apoiados sobre os ps com a coluna pendurada para
baixo. Prosseguindo, proponha o desenrolar da coluna, segmento por segmento, sempre
lembrando que a cabea a ultima que chega.
Tronco em elevao
Essa sequncia, em todo seu percurso, pode ser realizada com uma msica com
instrumentos de percusso variados de forma a favorecer a explorao de ritmos e
intensidades.
Esse aquecimento indicado para proposies iniciadas por atividades individuais.
Estimula a propriocepo corporal, em especial, a percepo do esqueleto, favorecendo uma
presena mais viva, acordada, ativa.
Boneco articulado
55
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
quais partes tocam o solo e quais no tocam. Deixe um espao de tempo para que todos
possam compartilhar suas percepes.
Convide-os a espreguiarem-se como um gato. interessante propor que eles
perguntem ao corpo qual parte quer comear a se espreguiar. A ideia mover parte por
parte. Por exemplo, proponha que enrolem e desenrolem a coluna como o gato faz. Observe
atentamente a movimentao dos alunos, pois, eles iro apresentar ideias que podero ser
compartilhadas a partir de sua orientao.
Espreguiando
Nessa prxima etapa, a proposta ser associar pausa e movimento aos momentos de
silncio e som. Com palmas ou com um instrumento sonoro voc poder realizar um pulso ou
ritmo que ser acompanhado pelo movimento de cada parte do corpo at que o grupo comece
a se erguer, direcionando-se para o nvel mdio (caso alguns estejam ainda deitados) e depois,
para o nvel alto. Por exemplo: voc pode bater palmas marcando um pulso contnuo (cada
palma marcando um tempo) para que eles se movimentem; quando o som pausar durante um
perodo de tempo estabelecido para os alunos (por exemplo, quatro tempos que
corresponderiam a quatro palmas), pode ficar combinado que para parar de se mover e
perceber o corpo, seu peso e as formas que ele criou. E, da, a sequncia se repete de
maneira a propiciar diferentes exploraes de movimentos at o grupo chegar na posio
vertical (de p). Uma variao inverter a relao do movimento com o som e da pausa com o
silncio. O movimento pode acontecer no intervalo de tempo maior (durante as quatro palmas,
56
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
57
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Esse aquecimento indicado para proposies que iro ser desenvolvidas, de incio,
individualmente. Ativa a concentrao e a percepo do tempo (pausa e som).
O barco
Diga aos alunos que esto no mar, dentro de um barco que balana suavemente, para
um lado e para o outro, com o gesto dos braos eles recriam a figura da vela. O balano vai
aumentando e o barco vira.
58
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Eles entregam o peso do corpo para a lateral e permanecem deitados no cho por um
tempo sentindo seu peso, seus apoios sseos no solo. O vento volta a soprar e o barco retorna
a sua posio inicial, importante nesse momento que as crianas retornem ao centro
desenrolando a coluna, sendo que a cabea a ultima parte do corpo que chega a
verticalidade, sobre a coluna.
Esse aquecimento indicado para o trabalho da criao de um ritmo coletivo, prprio do
grupo. Pode ser sugerido como desafio que a sequncias proposta possa ser iniciada e
concluda conjuntamente, ou mesmo, com a repetio desse aquecimento, que o grupo
alcance a realizao em unssono.
Caminhando
Os focos desse aquecimento so a percepo dos apoios dos ps, das articulaes dos
ps em relao aos membros inferiores, relaes entre apoios e formas e posturas que o corpo
pode adquirir nos deslocamentos.
Sugira aos alunos que se desloquem de um canto ao outro da sala criando formas
diferentes de andar. Caminhar com o peso: sobre os calcanhares; sobre os metatarsos; sobre a
borda interna e externa do p. Caminhar com um p s, e alternando de um p para o outro.
Chame ateno para que percebam quais partes do corpo so possveis de flexionar
59
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
(articulaes) e quais partes do corpo conseguimos torcer. Da, proponha que organizem uma
sequncia de movimentos explorando partes do corpo, envolvendo o nvel alto (quando
ficamos nas pontas dos ps ou saltamos, perdendo o contato com o cho); o peso (variando
entre o pisar firme ou leve); o tempo (variando entre o rpido e lento); e a lateralidade (ir para a
direita e para esquerda) e andar para frente e para trs.
Rolinho
60
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Esticando
Enrolando
Com os alunos ainda deitados voc pode bater palmas sucessivamente ou tocar um
tambor, sugerindo que rolem pela sala sentindo a passagem de apoios dos quatro lados do
corpo (frente ou regio anterior, laterais e trs ou regio posterior).
61
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Rolamentos
Acontecero encontros entre eles, um pode rolar sobre o outro ou ento parar e esperar
que o outro passe. Quando voc para o som eles devem criar uma escultura no cho. Na
continuidade, voc pode propor que para eles se levantarem at ficar de p, em oito tempos, e,
depois em quatro tempos, em dois e at, em apenas um tempo.
Esse aquecimento indicado para despertar a conscincia da tridimensionalidade
(volume) do corpo, da conexo da cabea com a coluna (eixo central) e demais partes do corpo
e, da relao entre centro do corpo e extremidades (expanso e recolhimento).
Voc deve ter observado que algumas dessas propostas, por exemplo, o banho, o
boneco articulado, o barco, envolvem a criao de uma pequena narrativa onde o imaginrio
est integrado na ao (jogo simblico). Isso quer dizer que no prprio aquecimento que se
inicia a construo de uma situao de dana.
Sendo assim, voc professor poder alimentar o imaginrio das crianas quando
propuser o acordando o esqueleto, caminhando e o rolinho, quando formular novas
propostas, ou mesmo, possveis variaes.
Desenvolvimento
62
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PLANEJAMENTO E APROFUNDAMENTO
importante que nos estudos preparatrios aos seus planejamentos voc recupere os
Parmetros Curriculares Nacionais para a disciplina Arte (MEC/SEF, 1997), onde existem as
diretrizes especficas para a dana. Os materiais publicados pela Secretaria Estadual de
Educao (SEE/FDE, 2006; SEE/FDE, 2010, volumes 1, 2 e 3) trazem fundamentos tericos,
proposies e experincias importantes para a leitura desta publicao que ir orientar o
ensino da linguagem da dana nos anos inicias.
Felizmente, hoje podemos dizer que j existem inmeras publicaes sobre dana,
disponveis para compra, assim como, para acesso gratuito em sites especializados. Alm
disso, o advento da internet, a existncia de sites como o youtube permite acesso a um
volumoso acervo de imagens de grupos, companhias, artistas, etc.
Bom trabalho!
63
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
COSTAS, Ana Maria Rodriguez. Corpo veste cor: um processo de criao coreogrfica. 1997.
206 p. Tese (Mestrado em Artes) - Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, 1997.
GARCIA, Regina Leite (org.). O corpo que fala dentro e fora da Escola. Angel Vianna,
Jacyan Castilho, Alfredo Veiga-Neto, Azoilda Loretto da Trindade, Denise Najmanovich, Eliana
Schueler Reis, Nilda Alves. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
LOBO, L., NAVAS, C. Teatro do Movimento. Um mtodo para o intrprete criador. Braslia:
LGE Editora, 2003.
VIANNA, Klauss, A dana. Klauss Vianna. Em colaborao com Marco Antnio de Carvalho.
3 edio. So Paulo, Summus, 2005.
64
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
65
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
67
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
DANA 1 ANO
Situao de aprendizagem I
Expectativas de aprendizagem:
CONTEDOS:
Corpo;
Aes corporais;
Fatores do movimento;
Espao pessoal e espao geral;
Brincadeiras e danas de roda.
68
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 1
A proposta dessa atividade oferecer a voc um referencial sobre o que o aluno j sabe
a respeito de brincadeiras de roda. Observe, pois isto lhe dar subsdios para organizar
proposies posteriores relacionando-as com as necessidades de seus alunos.
Pergunte aos alunos:
Quem gosta de brincar de roda?
Qual brincadeira de roda voc conhece?
Onde/Quando/Como vocs brincam?
Aquecimento: O banho
Finalize o aquecimento propondo que atravs do vento que leva e trs o corpo, o grupo
se reencontre na roda.
Desenvolvimento
Escolha pelo menos uma das brincadeiras de roda mais conhecidas e/ou queridas pelo
grupo. Proponha que brinquem todos juntos com a sua coordenao.
Aps a brincadeira, para finalizar, sugira uma ciranda simples que tenha uma cantiga que
possa ser cantada pelo grupo.
69
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 2
70
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
DESENVOLVIMENTO
Finalize essa explorao, com o grupo em roda, de mos dadas, escutando mais uma
vez a msica, deslocando a roda por um perodo de tempo para a direita e depois para a
esquerda.
PROPOSIO 3
AQUECIMENTO
DESENVOLVIMENTO
72
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Professor, retome os desenhos do corpo e pea a seus alunos que falem sobre a
proposio, o que mais gostaram. D um tempo para eles falarem a vontade e registre numa
folha aspectos significativos dos depoimentos deles. sempre interessante fazer a retomada
dos conceitos que foram estudados: as partes do corpo, as aes. Dessa forma o aluno ir
observando e se apropriando das atividades como aprendizados em dana.
Observao: Como forma de registro seria interessante filmar a proposio, usando uma
mquina fotogrfica/filmadora ou dispositivo mvel.
PROPOSIO 4
AQUECIMENTO: O BANHO
DESENVOLVIMENTO
Divida o total de alunos da sala em quatro grupos. Entregue uma folha de sulfite para
cada componente do grupo. Escreva em papis separados versos da msica Da abobora faz
melo.... Sorteie entre os grupos os seguintes versos que sero lidos por voc:
a
1 Estrofe - Da abbora faz melo Do melo faz melancia
a
2 Estrofe - Faz doce, sinh. Faz doce, sinh. Faz doce, sinh, Maria.
a
3 Estrofe - Quem quiser aprender a danar. Vai na casa do seu Juquinha.
a
4 Estrofe - Ele pula, ele roda. Ele faz requebradinha.
73
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Solicite aos alunos que escolham um desenho do grupo. Sugira um critrio de escolha
do desenho. Uma opo escolherem o desenho que lembra a dana (aes corporais)
executada. Converse com os alunos para que a escolha no seja influenciada pelo conceito de
feio, bonito, ou, porque de fulano ou do amigo.
PROPOSIO 5
DESENVOLVIMENTO
Para essa proposio importante que voc selecione msicas instrumentais com
estruturas rtmicas cujos andamentos variem do lento ao rpido, at chegar a disponibilizar um
frevo, de fato.
No desenvolvimento da proposta, a ideia sugerir que o boneco articulado ir se
transformar em um boneco danarino de frevo inventado. Voc professor poder criar uma
pequena histria que favorea aos alunos mergulharem na investigao dos movimentos e
aes corporais que sugerimos a seguir:
Deslocar no espao somente pelos calcanhares;
Deslocar somente pelas pontas dos ps;
Se deslocar rapidamente em pequenos passos e pequenos pulos.
Alternar os tempos entre rpido e lento.
74
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
pesquisadores dessa dana. Ele danado/ brincado tanto em blocos de carnaval como
tambm como uma dana especifica com seus passos e coreografias.
Para saber um pouco mais sobre a dana do frevo, consulte sites e livros que citam
danas da cultura popular brasileira.
PROPOSIO 6
AQUECIMENTO: O BANHO
DESENVOLVIMENTO
Todos devem bater palmas, danar da maneira que quiserem no trecho da msica: Da
abbora faz melo, do melo faz melancia.
Enquanto todos batem palmas um aluno (A) segurando dois pequenos guarda-
chuvas, ou lenos, vai para o centro da roda, danando e para na frente de outro aluno (B). Na
hora em que ele for escolher o aluno (B) para formar dupla, ele entrega um guarda-chuva e no
verso Ele pula, ele roda. Ele faz requebradinha, a dupla poder resgatar os movimentos
danados na Proposio 5.
A msica volta ao inicio e a brincadeira de roda recomea da mesma maneira. A
dupla de alunos se divide e cada um para na frente de outro aluno, surgindo assim o aluno (C)
e o aluno (D) e assim sucessivamente, at todos estarem em duplas danando.
Seria muito bom se voc professor, pudesse de alguma maneira registrar essa
proposio, por meio de foto ou filmagem para retomar com os alunos na roda de conversa.
76
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Converse com os alunos sobre como foi o processo de criar e danar essa nova dana.
Durante a conversa observe como os alunos se apropriaram dos conceitos e contedos
trabalhados, retomando o percurso realizado. Para isso, voc poder apresentar aos alunos os
registros (desenhos, fotos, etc.) das atividades documentadas.
PROPOSIO 7
Esta proposio exige uma preparao prvia e depender, portanto de resolues nas
semanas anteriores. A proposta apresentar, compartilhar os aprendizados com outras
crianas da escola, outra turma ou mesmo, alunos de outro ano.
Talvez voc possa organizar esse ltimo encontro com a turma escolhendo um espao
diferente, mais amplo e preparado para a apresentao.
AQUECIMENTO
Essa conversa breve pode ter como objetivo receber e apresentar aos outros
alunos convidados o objetivo do encontro.
APRESENTAO
A apresentao pode ser dos alunos sozinhos ou, se achar necessrio, pode ter sua
presena conduzindo os diferentes momentos, como faria em sua aula. O importante que
todos participem e se sintam a vontade em danar e no exatamente em apresentar sem
errar.
77
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
AVALIAO
SITUAO DE APRENDIZAGEM II
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
CONTEDOS
Corpo
Aes corporais
Espao pessoal e espao geral
Improvisao e composio em dana
PROPOSIO 1
Proponha aos alunos que, em p, faam uma roda e depois vo se sentando um a um.
Pergunte a eles: como chegaram ao cho? Precisaram dobrar partes do corpo? Quais partes
foram essas?
Abra um espao para que as crianas se coloquem e mostrem quais articulaes foram
acionadas para essa ao. Chame ateno do grupo para as partes do corpo que foram
79
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
mencionadas ou no. Por exemplo: alguns podem falar que usaram somente os joelhos outros
o quadril, e tambm os ps. Retome a ao e pea que observem que quando sentamos
usamos muitas articulaes, que dobramos e esticamos numa sequencia sucessiva de
movimentos.
DESENVOLVIMENTO
Solicite aos alunos que fiquem eretos, como se uma linha os estivesse puxando pela
cabea. A seguir, um de frente para o outro, em duplas, proponha um jogo em que um aluno
um boneco e o outro o manipulador. Oriente o manipulador que dobre e movimente diferentes
partes do corpo do colega (atentando para as dobradias, as articulaes) formando uma
sequncia de movimentos, alternando os dois lados do corpo. A seguir inverta a posio das
duplas a fim de que todos possam experimentar a sensao de serem movimentados e
movimentarem o colega, percebendo o corpo em suas partes e em sua totalidade, enquanto o
jogo realizado. Durante o exerccio acompanhe os movimentos desenvolvidos pelos alunos
destacando as partes movimentadas.
D instrues como:
Movimente seu colega construindo poses;
Quais as partes que dobram?
Movimente o corpo do colega deixando-o esticado, arredondado, de forma simtrica ou
no (dois lados do corpo iguais ou no), etc.
Em todos os momentos possveis, instigue seus alunos a experimentar, explorar e
improvisar com o corpo do colega e, num segundo momento, se deixar movimentar.
Coloque uma msica e proponha a dana dos bonecos estimulando-os a recuperarem
as caractersticas dos bonecos que criaram com o parceiro no jogo anterior.
Nesse momento observe:
Se alunos conseguem se concentrar na proposta;
Como tocam o colega;
Como exploram o espao;
Se conseguem articular as informaes dadas por voc enquanto se movimentam.
Como forma de registro, proponha aos alunos que desenhem seu corpo e o jogo que
realizaram em duplas. Em seguida, organize-os em crculo e faa uma roda de despedida
onde os alunos devem realizar os movimentos explorados em unssono, ou seja, juntos.
Exemplo: roda do boneco articulado.
80
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 2
AQUECIMENTO: O BANHO
DESENVOLVIMENTO
PROPOSIO 3
DESENVOLVIMENTO
Professor, nessa proposta oriente passo a passo, para um melhor entendimento dos
seus alunos. Proponha uma caminhada no espao ao som de uma msica instrumental ou de
um ritmo pr-estabelecido, que voc pode fazer com um instrumento ou mesmo com palmas.
Oriente-os a ocupar os espaos vazios da sala, percebendo o espao disponvel para essa
ocupao e como seus colegas tambm esto fazendo essa ao. Diga que, quando a msica
ou o ritmo parar eles devem formar duplas coladas (partes do corpo apoiadas sem depositar o
peso) por uma das partes do corpo. Por exemplo: p com p, cotovelo com cotovelo, joelho
82
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
com cotovelo, mo com ombro, mo com joelho, rosto com barriga, etc. Repita a proposta
algumas vezes, e alterne os pares de alunos.
Nesse momento, voc deve introduzir noes sobre aes corporais: dobrar, esticar e
torcer, e a explorao dos nveis alto, mdio e baixo, demonstrando com o seu corpo, se
necessrio. Forme duplas de alunos e os oriente a danar com partes do corpo coladas ao som
de msicas de ritmos variados, contemplando as aes corporais acima e explorando os nveis
espaciais. Nessa ao importante voc estar atento ao tempo, pois no muito fcil ficar por
muito tempo colado a uma parte do corpo, assim interessante que voc alterne as
propostas num tempo breve.
Numa roda de conversa, abra espao para que eles contem como se sentiram e o que
foi fcil ou difcil, pois danar junto nem sempre fcil. Pergunte qual parte do corpo mais
fcil de colar e qual mais difcil e reflitam sobre o porqu. Aqui voc estar falando sobre as
relaes do corpo com suas articulaes, as partes grandes e as pequenas; as partes que
temos mais possibilidades de movimentos e as que possuem movimentos restritos como
tambm da relao com o peso: como conseguimos controlar nosso corpo sem cair em cima
do colega e vice versa.
Escolha um vdeo de dana (ver bibliografia) para apreciao na prxima aula com o
foco no peso, espao e danar junto.
PROPOSIO 4
Como essa atividade ser diferenciada sugerimos que o professor observe a melhor
maneira de preparar a turma para assistir aos vdeos. Da mesma forma, a escolha do lugar
adequado tambm importante, assim como, de equipamentos que favoream uma boa
projeo.
importante uma conversa introdutria; da mesma forma, mesmo que seja breve, o
contato corporal individual pode favorecer a concentrao.
AQUECIMENTO
Proponha que se espreguicem no lugar que esto, podem estar sentados em cadeiras
como tambm no cho, aqui voc estar acionando o espao pessoal, (chamado por Rudolf
Laban de cinesfera) dos alunos. O espao pessoal refere-se ao alcance dos membros ou de
outras partes do corpo humano quando se esticam para longe do centro do corpo, em qualquer
direo independentemente da posio que o corpo ocupa no espao.
83
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
DESENVOLVIMENTO
Apresente os vdeos:
Sugesto:
Ballet Copplia DELIBES COPPLIA BALLET DE SAN JUAN
https://www.youtube.com/watch?v=xDtEE1eU7uc
Ou, voc tambm pode pensar em outras possibilidades, tais como: danas folclricas,
ou urbanas, ou ainda, musicais.
Faa a apreciao dos dois vdeos escolhidos chamando a ateno dos alunos para os
nveis espaciais, articulaes e aes corporais utilizados pelos bailarinos. Pergunte o que
perceberam de diferente, ou semelhana entre as duas apresentaes. Convide os alunos,
individualmente ou em grupo, a demonstrarem algumas das sequncias apreciadas nos vdeos.
Deixe que demonstrem livremente os movimentos que perceberam.
Professor, voc pode contar aos alunos a histria do Ballet Coplia, assim como do
grupo Balangandana Cia de Dana.
A histria de Coplia faz parte do bal de repertrio.
O bal de repertrio conta uma histria encenada por meio de gestos, movimentos e
msica. As coreografias so seguidas minuciosamente embora adaptaes sejam feitas por
algumas companhias e citadas como remontagem da original. Os bals de repertrio mais
tradicionais como Giselle, Lago dos Cisnes, O Quebra-Nozes, Coplia, dentre outros, foram
montados e encenados durante o sculo XIX, e at hoje so remontados com as mesmas
msicas e coreografias de origem.
Franz, um belo rapaz que morava em uma vila da Cracvia, apaixona-se por Copplia,
uma moa que aparece na casa do Dr. Copplius, entretanto no correspondido e, alm
disso, Copplia nem lhe d ateno. Mas, o que Franz no sabe que a moa apenas uma
boneca. Swanilda, noiva de Franz percebe o interesse do noivo pela moa misteriosa e fica
muito enciumada. Durante uma festa na vila, Dr. Copplius perde a chave de sua casa que
encontrada por Swanilda. Acompanhada pelas amigas, a noiva enciumada entra na casa do
misterioso senhor e encontram vrias bonecas e invenes. Dentre os brinquedos descobrem
que Copplia uma boneca que, de to perfeita parece humana. Inesperadamente Dr.
Copplius volta para casa e as amigas se escondem. Swanilda veste as roupas da boneca
passando-se por ela. Franz, que est do lado de fora da casa tentando entrar pela janela do
quarto de Copplia com uma escada descoberto por Dr. Copplius que resolve embebedar o
jovem para, com suas bruxarias, passar sua alma para a boneca que ganharia vida. Swanilda
percebe o plano do velho e, vestida de Copplia comea a danar pela casa fazendo uma
84
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
enorme confuso e desordem. Dr. Copplio se desespera imaginando que algo deu errado
com suas invenes. Aproveitando o tumulto, Swanilda consegue acordar Franz e explica para
ele toda a verdade. Os dois fogem alegres danando enquanto Dr. Copplio percebe que foi
enganado e abraa sua boneca. Franz e Swanilda se casam e durante a festa Dr. Copplio
perdoado e recebe de presente o dote de Swanilda para recuperar os estragos causados em
sua casa por ela. Copplia tambm chamada de A moa dos Olhos de Esmalte. Esse bal
repertrio francs pertence a dcada de 1870.
Dois fatos interessantes acompanham essa histria o rapaz Franz da estreia era
interpretado por uma mulher vestida de homem e, as danas da moda da poca foram
introduzidas no bal. A valsa Copplia foi muito conhecida e difundida no Brasil na dcada de
1940, a era do rdio.
A Balangandana Cia. foi criada em 1997 com a direo de Gergia Lengos. Embora
seus espetculos sejam apreciados por diferentes faixas etrias a Companhia direciona suas
produes s crianas respeitando-as como espectadores criativos e participativos. Por meio
da unio entre arte e educao desenvolve pesquisas sobre a linguagem corporal da criana e
cria trabalhos originais de dana contempornea. Seu repertrio oferece s crianas a
possibilidade de apreciar espetculos de qualidade que resgatam o lado ldico infantil, aliado
s danas populares brasileiras em composies coreogrficas criativas e didticas.
PROPOSIO 5
85
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Aquecimento: O barco
Organize os alunos em crculo e pea que sentem no cho, com as solas dos ps
unidas. Solicite que toquem os prprios ps massageando-os como se estivessem fazendo
uma massa de po, para depois, tocar os calcanhares como se estivessem tirando uma meia
invisvel. Ainda sentados, da mesma maneira, pea que encontrem dois ossinhos bem
embaixo do quadril (squios) e proponha que faam movimentos pendulares (alternando o
apoio do peso de um squio para o outro). Diga aos alunos que esto no mar, dentro de um
barco que balana suavemente, para um lado e para o outro, com o gesto dos braos eles
criam a imagem da vela. O balano vai aumentando e o barco vira.
Eles entregam o peso do corpo para a lateral e permanecem deitados no cho por um
tempo sentindo seu peso, seus apoios sseos no solo, relaxados (...), como se estivessem
boiando na gua do mar. Esta etapa poder ser acompanhada de sons de ondas. Oriente-os a
sentir sua respirao.
DESENVOLVIMENTO
86
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 6
Relembre com eles a proposio anterior, onde criaram uma pequena sequncia de
movimentos. Pergunte a eles se agora gostariam de unir suas sequncias com outro grupo
criando uma dana maior. Esse momento bem interessante para que voc observe como
esto envolvidos na proposta de criar dana.
DESENVOLVIMENTO
Nesta proposio importante que voc organize para que cada grupo seja formado por
alunos de dois dos grupos anteriores e que, a partir de suas orientaes, unam as sequncias
criando uma nova. Auxilie na composio dos novos grupos, pois dependendo de quantos
eram na proposio anterior (por exemplo, 3 grupos) voc ter que subdividi-los. Explique que,
os novos grupos devero reunir-se para ensaiar o conjunto de movimentos que agora ficou
maior. Cuide para que cada conjunto de movimentos seja apresentado mais uma vez para os
novos integrantes que devero experimentar realiz-los antes de incorpor-los a uma nova
sequncia.
Apresentados e vivenciados os movimentos de cada sequncia, oriente-os para que
explorem as possibilidades entre eles, como se fosse um jogo de encaixe, em busca dos
movimentos que combinem entre si. (o conceito de combinar o de criar uma harmonia entre
os corpos nas relaes dos contedos de tempo, espao e peso e no de feio ou bonito). A
ideia que eles brinquem com seus corpos, que se movimentem. Coloque uma msica que j
tenham danado em proposies anteriores e observe como relacionam o tempo rtmico com
suas aes corporais, sem se preocupar se esto dentro ou fora do ritmo da msica, mas como
esse elemento participa de suas aes.
87
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Finalize perguntado como foi poder apreciar o trabalho dos grupos. O que eles viram?
Observe se conseguiram fazer a relao com a proposta criada por todos e a que voc props
ao grupo nos exerccios da proposio 2.
PROPOSIO 7
AQUECIMENTO: BARCO
DESENVOLVIMENTO
Abra a conversa perguntando como foi danar junto e como eles se sentiram. Pergunte
quem quer falar sobre os novos movimentos que surgiram e se esses movimentos so
parecidos, ou no, com os da sequncia apresentada anteriormente. Esse depoimento muito
88
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
importante para que voc perceba como eles esto relacionando o criar dana com as
propostas vividas at agora.
PROPOSIO 8
Proponha algumas questes (a partir de um roteiro planejado) para essa roda onde seja
possvel voc avaliar como os alunos esto em relao aos contedos (corpo, aes corporais,
espao pessoal e geral, improvisao e composio de dana) e proposies desenvolvidas.
Tenha em mente as expectativas de aprendizagem e oua atentamente a exposio oral dos
alunos.
AQUECIMENTO: BARCO
DESENVOLVIMENTO
Convide os alunos a criar uma dana. Agora todos os grupos participam estabelecendo
uma relao de individuo e grupo, danando em momentos pessoais como em momentos de
compartilhamento entre dois, trs ou mais colegas.
Selecione duas ou trs msicas que tenham propostas sonoras distintas entre si, por
exemplo: uma msica instrumental (ver: Rabo de Lagartixa, Palavra Tocada, Palavra Cantada,
etc.).
Se possvel, registre por meio de foto ou vdeo essa dana como forma de arquivar um
momento do grupo onde todos esto compartilhando o danar junto.
Pea que cada um fale uma palavra que represente esse momento e anote.
PROPOSIO 9
Pergunte aos alunos qual aquecimento que mais gostaram de fazer, talvez tenha mais
de um, porm eleja um para que eles faam.
DESENVOLVIMENTO
Apresente a eles a gravao da proposio anterior, caso tenha sido registrada. Esse
89
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
momento muito rico tanto para voc como para os alunos, pois aqui eles podero ver o que
produziram e como danam, criando assim um momento de apreciao como produtores de
dana. Caso voc tenha recursos coloque as palavras que eles falaram na roda final da
proposio anterior como abertura da gravao como tambm o nome deles.
AVALIAO
90
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
GARCIA, Regina Leite (org.). O corpo que fala dentro e fora da Escola. Angel Vianna, Jacyan
Castilho, Alfredo Veiga-Neto, Azoilda Loretto da Trindade, Denise Najmanovich, Eliana
Schueler Reis, Nilda Alves. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
LOBO, L., NAVAS, C. Teatro do Movimento. Um mtodo para o intrprete criador. Braslia:
LGE Editora, 2003.
VIANNA, Klauss, A dana. Klauss Vianna. Em colaborao com Marco Antnio de Carvalho. 3
edio. So Paulo, Summus, 2005.
Livros
BOGEA, Ins Contos de bal. So Paulo: Cosac&Naif, 2007.
TADRA, Dbora Sicupira Arzua (et al). Linguagem da Dana. Rosimara Viol, Sabrina Mendes
Ortolan e Scheila Mara Maaneiro. Curitiba: Ibpex, 2009.
Vdeos
BALANGANDANA e Cia (Dana contempornea para crianas). Disponvel em
<http://www.youtube.com/watch?v=cBwYiclMJdw>. Acesso em: 03 de dezembro de 2014.
BAL POPULAR DO RECIFE. Vdeo com crianas demonstrando passos do frevo, no Bal
Popular do Recife. Disponvel em <http://www.youtube.com/watch?v=lCCpqqSRd-
U&feature=related>. Acesso em: 03 de dezembro de 2014.
Sites
Antnio Oliveira Junior:
http://casadamemoriadocabo.blogspot.com.br/2011_02_01_archive.html Acesso em: 03 de
dezembro de 2014
GRUPO PANDALEL:
http://www.ufmg.br/online/arquivos/002452.shtml Acesso em: 03 de dezembro de 2014
https://www.ufmg.br/boletim/bol1332/quinta.shtml Acesso em: 03 de dezembro de 2014
Discografia
92
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
MSICA
5
Thiago Abdalla
E tambm, sabemos que a msica uma das linguagens da arte e, deste modo, pode
demandar conhecimento terico e tcnico especfico. Muitos anos de prtica e estudo so
necessrios para o desenvolvimento de conhecimento e habilidades em nvel profissional.
Neste caso, so pessoas que optam por dedicar suas vidas, aperfeioando-se constantemente,
em busca do desenvolvimento tcnico e expressivo. Essa especializao pode ocorrer tanto
em relao s carreiras quanto aos gneros. Nesse sentido, as carreiras mais comuns em
msica so: compositor, instrumentista (pianista, violonista, flautista...), cantor, regente,
professor e musiclogo; cada qual com sua especificidade. E alm do gnero de msica
tradicional supracitado, existe a msica popular e a msica clssica, que tambm pode ser
denominada de erudita ou de concerto (MOLINA, 2010).
Assim como as carreiras, cada gnero possui suas caractersticas e seus estilos e
perodos prprios. No entanto os msicos transitam entre estes gneros e engendrando uma
troca de experincias enriquecedora e criativa. Por exemplo, um renomado compositor (erudito)
brasileiro, Heitor Villa-Lobos, inspirou-se na msica popular para suas composies, como o
caso dos Choros ou da Sute Popular Brasileira. E, inclusive, utilizou melodias da msica
5
Thiago Abdalla bacharel e mestre em Msica pela USP, professor na Tom Jobim - Escola de Msica do Estado de
So Paulo e violonista do Quarteto Quaternaglia.
93
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
tradicional brasileira, como o Sapo Cururu, Na Mo Direita, Rosa Amarela etc. para compor
arranjos reunidos sob o ttulo Guia Prtico.
Portanto, nosso material didtico apresenta conceitos e fornece ideias para um trabalho
musical que contemple os trs gneros (tradicional, clssica e popular) e prticas elementares
relacionadas s diferentes carreiras, sem deixar de contemplar momentos de inveno e
criao pessoal.
O QUE MSICA?
MSICA A LINGUAGEM DOS SONS. MAS O QUE ISTO SIGNIFICA?
som emitido (duraes). Poderamos considerar este dilogo como msica? Houve uma
inteno musical por parte dos emissores dos sons? Houve uma interdependncia
musicalmente planejada dos parmetros sonoros? O objetivo da conversa foi exclusivamente a
comunicao verbal entre aqueles sujeitos?
Quando trabalhamos com a linguagem dos sons, organizamos no tempo todos os
parmetros intrnsecos de uma msica de uma forma equilibrada e transparente. Tanto o
ouvinte quanto o executante devem perceber diversas caractersticas simultneas dentro de
uma mesma frase musical. Ao cantar uma msica coletivamente, nossos alunos devem
perceber a voz do professor, a sua prpria e a de seus colegas, caso contrrio, ritmo e afinao
estaro definitivamente prejudicados. Ao executar com clareza e transparncia, demonstramos
a interdependncia entre os parmetros, conseguimos nos comunicar com esta linguagem dos
sons.
PARMETROS DO SOM
ALTURA
Entendemos que o parmetro das alturas organiza os sons em toda a vasta gama que
vai do grave ao agudo; do grosso ao fino. Um som pode ter alturas definidas, como o piano
ou a flauta; ou alturas indefinidas como a maior parte dos instrumentos de percusso.
95
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
DURAO
Como prprio nome indica, este o parmetro que nos auxilia a identificar o som no
tempo. Resumidamente, podemos dizer que um som pode ser longo ou curto. Com a
combinao entre estas diversas duraes, no tempo, temos os ritmos. E h uma cincia
bastante desenvolvida para medir o comportamento destes sons, de diferentes duraes, no
tempo. relacionado a este parmetro que escutamos palavras como:
96
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
mesmo contexto, precisa-se de dois pulsos para se tocar uma mnima ou quatro pulsos para
uma semibreve, de acordo com a imagem a seguir:
TIMBRE
De acordo com Sadie (1994, p.947), o timbre o termo que descreve a qualidade ou o
colorido de um som; um clarinete e um obo emitindo a mesma nota (a mesma altura,
durao e intensidade) estaro produzindo [sons de] diferentes timbres. Em outras palavras,
trata-se das caractersticas qualitativas de determinado instrumento ou voz.
INTENSIDADE
Este ltimo parmetro musical corresponde relao entre sons fracos e fortes. Assim
como os demais parmetros, no decorrer de uma msica percebemos como as diferentes
intensidades so exploradas pelos compositores e intrpretes.
O msico Murray Schafer (1991, p.71) descreveu que silncio um recipiente dentro do
qual colocado um evento musical. Por este motivo h a necessidade de preparar um
ambiente adequado para as crianas vivenciarem todos os parmetros da msica. a partir do
silncio, tanto externo quanto interno, que conseguimos apreciar e produzir msica e toda a
sua gama de intensidades.
97
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
POSSIBILIDADES DE AQUECIMENTO
possibilidades na mesma aula! Selecione aquelas sonoridades que mais se relacionarem com
a proposio do dia.
O repertrio musical que elegemos para as aulas nunca se apresenta isolado somente
em seus aspectos tcnicos. Cada msica tem seu ritmo, melodia, harmonia, intensidades e
timbres, mas tambm tem um carter expressivo que pretende comunicar um sentimento ou
um contexto sensorial.
Aquecemos nossa turma para serem expressivos musicalmente quando
contextualizamos no apenas os aspectos sociais ou histricos da pea, mas, tambm, os
aspectos sensveis. A msica pode ser alegre, triste, saltitante, sonolenta, assustadora,
heroica, romntica, fria, suave, pesada, etrea, da terra etc. Ela pode at significar algo alm
do prprio som, como o caso da pea Cuco no fundo Bosque, de Camille Saint-
Sans (1835-1921), que o clarinete simula o som do pssaro cuco.
99
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Ao bater palmas, qual o som que tiramos de cada parte da mo? Qual ser a amplitude
do movimento?
100
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
101
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Ps percutem o cho
102
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
H uma diversidade de outros sons que podem ser produzidos pelo corpo:
a. Utilizar somente alguns dedos de uma mo contra a palma da outra mo;
b. Percutir as palmas contra o peito;
c. Esfregar uma mo contra a outra produzindo um som de frico;
d. Estalar os dedos;
Para o contexto de sala de aula, com melodias breves e com poucas notas, a ideia do
aquecimento vocal similar ao do aquecimento corporal. Despertar os timbres vocais para
diferentes sons, aquecer as cordas vocais para emitir sons claros e com maior controle e
treinar as articulaes de diferentes consoantes.
O procedimento bsico permanece o trabalho com imitao por eco, como:
Possibilidades de sons:
a. Slabas simples. Ex: ta, tu, lu, ni etc;
b. Slabas combinadas: Ex.: ti-ri, ta-ti, tu-ru, ta-ra-te;
103
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
104
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
AVALIAO
CONCLUSO
Pretendemos, com este material, compartilhar ideias para uma prtica coletiva de msica
para os alunos da rede pblica do Governo do Estado do Estado de So Paulo. Esperamos
que o aluno exercite, ao escutar, cantar e tocar, o autoconhecimento de seu prprio corpo que
produz o som em harmonia com os colegas da turma. E tudo isto em busca da msica! Seus
gneros, formas, melodias e ritmos. Deste modo, exercemos tambm relaes interpessoais de
criao com esta prtica. Desejamos proporcionar uma experincia artstica aos alunos por
meio dessa linguagem.
A relao entre os seres humanos pode ser pautada por uma diversidade de
comportamentos e sentimentos que nem sempre ocorre, mas buscamos cultivar relaes
harmoniosas na vida escolar. E, em uma relao anloga, dois ou mais sons, ao serem
executados com suas alturas, duraes, timbres e intensidades, harmonizam-se e esta noo
de harmonia que se faz necessria:
[...] em cada ser humano, principalmente nas crianas, incipientes no ato de viver, cujas
experincias so determinantes na composio harmoniosa de pessoas capazes de considerar
corao e crebro interdependentes; como na msica: onde vozes e instrumentos dialogam
simultaneamente enquanto se ouvem e se respeitam...
105
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
por isso que as crianas e os sons devem coexistir no espao da escola... E por isso
que a msica faz parte do currculo de Arte.(Cristina Ap. Zaniboni Antonelli, PCNP Ourinhos)
Esta introduo foi elaborada com o objetivo de oferecer subsdios tericos e prticos
para uma execuo criativa de um repertrio musical, apropriado para os anos iniciais do
Ensino Fundamental. Destacamos nas situaes de aprendizagem de cada ano proposies
desenvolvidas a partir de canes tradicionais, jogos musicais e histrias. A sequncia est
organizada de forma a proporcionar a experimentao e a apreenso de alguns elementos
especficos da linguagem musical por parte dos alunos. Neste sentido, todas as situaes
visam ao desenvolvimento musical por meio de diferentes relaes do indivduo com o som e
seus parmetros (altura, durao, timbre e intensidade).
No decorrer deste material fornecemos ideias para o momento de preparao e de
realizao da aula. Selecionamos um repertrio para uma vivncia musical diversificada.
Contudo, outras canes poderiam se adaptar a algumas das situaes descritas. Neste caso,
avalie as semelhanas e diferenas de seu repertrio de jogos e canes e adapte-as aos
procedimentos expostos! Inclusive, algumas das msicas, que nossos alunos trazem consigo,
so preciosas e podem constar em nossas aulas.
Destacamos que de fundamental importncia que o professor se aproprie dos
contedos e procedimentos apresentados nessas proposies com a finalidade de ensin-los
com segurana e tranquilidade. Sendo assim, muitas colocaes tericas, partituras e
explicaes mais detalhadas, servem para a sua aproximao com a msica. No entanto, caso
o professor no se sinta preparado para ler as partituras, isso no impedir o
desenvolvimento das proposies, pois as msicas foram encaminhadas para sua escola
gravadas em um CD. Alm disso, a msica na escola envolve ouvir, entender, apreciar,
improvisar, pesquisar, conhecer, experimentar e praticar num processo longo e contnuo que
depender da persistncia e interesse do professor.
106
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
GOODKIN, Doug. Play, Sing and Dance: An Introduction to Orff-Schulwerk. Ed. Schott. New
York, 2002.
107
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
108
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
MSICA 1 ANO
SITUAO DE APRENDIZAGEM I
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
CONTEDO
Pulso
Timbres de animais
Melodia
Ostinato
PROPOSIO 1
Organize sua aula com antecedncia. Em uma caixa, coloque figuras de vrios animais.
Com os alunos sentados no cho, em roda, fale para as crianas que a caixa est repleta de
animais. Explique que cada aluno ir retirar um animal dessa caixa, porm os demais no
devero saber qual foi o animal sorteado. Com a figura na mo dever emitir o som que
identifique este animal. Nesse momento, aproveite para explicar a importncia do silncio para
que todos possam ouvir o som que o colega vai emitir, pois ao identificar, pelo som, qual foi o
animal sorteado, quem levantar a mo primeiro poder falar qual foi o animal sorteado pelo
colega. Em seguida, todos juntos emitiro o som do bicho (cada um sua maneira). Numa
prxima vez em que a brincadeira for proposta, alguns combinados podero ser colocados em
prtica o som emitido mais alto, mais baixo, devagar, rpido, sussurrado etc.
PROPOSIO 2
Professor apresente aos alunos a primeira msica a ser trabalhada. Por trs motivos
o
bastante adequada faixa etria do 1 ano:
1. Melodia bem definida (comeo, meio e fim com frases claras);
2. A criana poder participar cantando somente o som do animal enquanto no
tenha assimilado a melodia por completo;
3. uma cano que as crianas no cansam de escutar por causa das
variaes de animais.
109
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Cante a cano Seu Lobato tinha um sitio aproveitando os sons levantados durante a
proposio 1. A cada repetio troque o animal. Esta cano poder ser executada vrias
vezes enquanto houver sugestes de sons emitidos por animais. Utilize a ideia dos alunos!
110
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 3
Professor, esta proposio poder ser realizada imediatamente aps a proposta anterior
caso o tempo de durao permita, portanto, no necessitar de aquecimento.
Trata-se da combinao entre dois ou mais sons que sejam contrastantes entre si, veja
os exemplos de ostinato a seguir:
1:
Drago = urrrrraaaaaa = som forte
Cabra = m = som mdio
Urrrraaaaam/Urrrraaaaam
2:
Cachorro = auau
Boi = muuu
Auaumuuu/ Auaumuuu
OSTINATO: no nosso contexto, ostinato uma sequncia rtmica repetida por diversas
vezes sem modificao no decorrer de uma msica. A importncia deste elemento, para o
ensino, decorre da facilidade em memoriz-la, ao mesmo tempo em que se cria uma variao
rtmica distinta do ritmo da melodia.
Agora, seus alunos tero oportunidade de criarem seus prprios ostinatos, utilizando
sons de animais diferentes dos j apresentados. Deixe que os alunos experimentem e
compartilhem com os colegas as diversas combinaes.
Em seguida, cante a cano com as crianas justapondo um dos novos ostinatos ao
fim de cada repetio da melodia. Experimente os diversos ostinatos compostos por eles!
111
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 4
Este ser um desafio para boa parte dos alunos do 1o ano. Trata-se de conseguir cantar
a melodia e o ostinato simultaneamente, ou seja, cantar partes musicais diferentes ao mesmo
tempo. Tenha certeza que as crianas j aprenderam e se sentem vontade com a cano.
Organize os alunos em dois grupos e enquanto um grupo canta a melodia outro canta o
ostinato (au-au, muu), conforme o exemplo a seguir:
Ao final desta proposio realize uma roda e converse com os alunos sobre os
contedos apreendidos incentivando que expressem como se sentiram ao realizar o pulso e
cantar a cano, por exemplo:
- Como foi a aula de msica de hoje? Foi alegre, interessante, animada? Por qu?
- Gostaram de imitar sons para cada animal?
- Por que ouvimos a voz de um colega e mesmo sem v-lo sabemos quem ?
- Quem quer imitar um animal para adivinharmos qual ?
- Quem quer dar um exemplo de som agudo e som grave?
- Ao cantar, vocs conseguiram escutar os amigos ou somente a si prprio?
- Gostaram de fazer os ostinatos? Quem quer dar um exemplo de ostinato?
- O que chamou mais ateno em nossas aulas de msica?
- O que aprenderam durante as aulas?
112
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
AVALIAO
Professor verifique tambm se enquanto canta a msica com seus alunos, consegue
perceber a voz de cada um e sua relao com o conjunto. Durante este processo analise:
Ser que meus alunos cantam o primeiro som da msica juntos?;
Ao imitar timbres de animais as crianas exploram diferentes caractersticas de sua
prpria voz? E ainda esto no ritmo?
Algum aluno no percebeu o melhor momento para respirar entre as frases?
Ao identificar qualquer um dos exemplos acima, a participao do grupo poder ser
aprimorada por meio de diversas proposies. Seja qual for a repetio de uma frase musical
um potencial para melhorar sua execuo.
Neste sentido, nos aproximamos de um regente e sua orquestra, ou seja, observamos a
execuo musical de nossos alunos e os ajudamos a fazer msica juntos. Se todos estiverem
afinados, no mesmo ritmo e com uma intensidade e timbre adequados, a msica ser bem
cantada ou tocada.
SITUAO DE APRENDIZAGEM II
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
Pulso
Ritmo
Compasso
Andamento
Melodia
113
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 1
De todos os elementos musicais como som, harmonia, melodia, ritmo e forma, vamos
estudar nesta proposta alguns aspectos do elemento ritmo.
Entendemos ritmo como a diviso ordenada dos sons e dos silncios no tempo. O ritmo
constitudo por outros trs elementos: 1) o pulso, que a batida em intervalos determinados,
como por exemplo, o acompanhamento que fazemos da msica com palmas. 2) o andamento,
pode ser lento ou rpido determinando a velocidade do pulso. 3) o compasso, organiza no
tempo as intensidades entre pulsos mais fortes e mais fracos. Os compassos so classificados
de acordo com o nmero de tempos (batidas):
Binrios: tem dois tempos um forte e um fraco
Ternrio: trs - um forte e dois fracos
Quaternrio: quatro - um forte, um fraco, um meio forte e outro fraco
Como voc pode perceber, a primeira batida de um compasso usualmente forte.
Indicamos no comeo de uma partitura qual o compasso que estaremos seguindo,
especificando sempre quantas batidas, isto , tempos, teremos por compasso, por exemplo :
Mais uma vez: dizer que eu tenho trs tempos em um compasso no quer dizer que eu
tenho trs notas. Podemos ter apenas uma nota por compasso, ou muito mais que trs ou
ainda nenhuma, se houver um grande silncio! Como:
Professor, adequado que esta proposio seja realizada num espao amplo, por
exemplo, no ptio da escola. Voc precisar de um tambor (ou outro instrumento de percusso
que voc mesmo pode confeccionar). Inicie com batidas no tambor e explique para os alunos
que devero marchar ao som das batidas. Em seguida trabalhe com o compasso binrio.
Execute 2 batidas, sendo a primeira forte e a segunda mais fraca. Repita as batidas agora elas
devem caminhar marchando (no tempo forte batem o p no cho e no fraco pisam
normalmente). Variao1: caminhando, no tempo forte bater palmas. Variao 2: Os alunos
parados, em roda, no tempo forte batem palmas e no tempo fraco abrem os braos. Professor
voc pode criar outras variaes com diferentes movimentos ou batidas. Tambm pode
combinar com as crianas que: quem errar sai do jogo!
114
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 2
Para despertar o interesse da turma antes da cano, leia o texto abaixo, se aproprie e
seja um contador de histria. Conte aos alunos a histria do Mutum de forma potica para
acender a imaginao dos ouvintes. Os alunos gostam muito de histrias, e na rotina semanal
do professor da sala, esta atividade est contemplada. interessante tambm que esse aluno
visualize esse pssaro, ento mostre sua imagem pesquisando em sites.
PROPOSIO 3
Encerrado o aquecimento cante a msica para que seus alunos apreciarem e para que
possam relaciona-la com a histria.
Sugesto:
Mutum uma cano composta por quatro frases:
No meio da mata eu vi
115
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
O pi de dois Mutum
Piava que arretumbava, maninha
Tum, tum, tum
CANTAR
ANDAMENTO
Cada vez que a melodia for cantada varie o andamento, cantando mais rpido ou mais
lento. E ainda, algumas graduaes entre estes extremos.
O PULSO
116
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
O COMPASSO
Propomos agora uma variao, ao invs de s batermos palmas, vamos intercalar uma
palma no tempo forte com a batida das mos sobre a coxa no tempo fraco e o Tum, Tum,
Tum com os ps intercalados. Exemplo:
117
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
A seguir, a letra da cano com as slabas coincidentes com o tempo forte em negrito:
No meio da mata eu vi
O pi de dois Mutum
Piava que arretumbava, maninha
Tum, tum, tum
VAMOS BRINCAR
118
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
RODA DE CONVERSA
AVALIAO
119
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
CONTEDO
- Timbre/Leitura
- Ritmo
- Melodia
- Estrofe/Refro
PROPOSIO 1
120
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Bolso
sos
PROPOSIO 2
O Mestre Andr um arteso que fabrica instrumentos musicais. Amplie os seus cartes
com uma srie constituda por imagens de instrumentos: tambor, chocalho, reco-reco, sino,
pandeiro, tringulo, caxixi, afox, agog, pauzinhos, pratos e outros que voc preferir. Como a
msica ser a base do jogo provvel que haja algumas adaptaes de sonoridades vocais.
Ex:
121
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Professor, selecione uma srie de imagens a serem fixadas na lousa para orientar a
realizao do jogo. A seguir, sugerimos exemplos de instrumentos. Tambm sugerimos
exemplo de ordenao no decorrer da cano, mas voc poder criar outros com seus alunos.
Uma sequncia de sons vocais de instrumentos poder ser estabelecida sem a utilizao
das imagens anteriores. Professor, voc ou os alunos devem sugerir o instrumento pelo seu
nome.
PROPOSIO 3
Professor retome a proposio anterior, mas agora explorando o SOM dos instrumentos.
Escolha e emita o som de um instrumento sem que os alunos vejam qual . Os alunos tentam
identificar o instrumento escolhido, pelo seu timbre.
123
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
VAMOS BRINCAR
Com os alunos em roda, decida, junto com grupo, um movimento corporal para o som de
cada instrumento. Exemplo: ao som do chocalho: esticam os braos para cima. Ao som do
tambor: abaixam at o cho. Ao som do tringulo: ficam nas pontas dos ps. Ao som do
pandeiro: esticam os braos para frente. Com esta brincadeira, estamos trabalhando com as
crianas a identificao de timbres por meio de movimentos corporais.
Nesta proposio no lugar dos sons vocais os alunos trabalharo com os sons reais dos
instrumentos. Neste momento, as crianas j desenvolveram a habilidade de identificar os sons
dos instrumentos. Portanto, conseguiro execut-los com uma sonoridade adequada s
necessidades da prpria msica.
AVALIAO
SITUAO DE APRENDIZAGEM IV
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
CONTEDOS
PROPOSIO 1
Nesta situao propomos a escuta ativa da msica O Cuco nas profundezas do bosque
(Le coucou au fond des bois) da obra O Carnaval dos Animais, de 1886, de C. Saint-Sans.
Alm de compositor, Camille Saint-Senz (1835-1921), foi pianista e organista francs.
Seu pai morreu quando tinha apenas quatro meses e Camille foi criado pela me e pela tia.
Aos 2 anos e meio de idade j gostava de brincar com as teclas do piano que tinha em sua
casa e em pouco tempo j tocava pequenas melodias. Antes dos sete anos, escreveu
pequenas peas e aos onze anos apresentou-se em pblico pela primeira vez. Para ajudar a
famlia, tocava rgo em igrejas e foi considerado por Liszt o maior organista do mundo. Aos 25
anos j era famoso em toda a Europa Seus dotes musicais admirveis surpreenderam e
causaram admirao de grandes msicos, tais como, Gounod, Rossini, Berlioz e Liszt.
Executava Mozart com especial interpretao e seu estilo musical conservador seguia as
caractersticas francesas propores equilibradas, clareza, expresso requintada, desenho
125
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
O Cuco uma pea apropriada para um trabalho preliminar de apreciao por diversos
motivos:
Possui uma instrumentao clara e contrastante.
A melodia possui uma estrutura simples com elementos meldicos e rtmicos;
O compositor nos oferece surpresas com relao aos momentos de apario do cuco.
A seguir, realizaremos uma breve anlise da forma desta msica para voc, professor.
a
Durante a pulsao da msica o som do cuco executado pelo clarinete*. E a 2 parte
da msica (ponte) trata-se de um momento de transio, no qual a harmonia fica um pouco
mais densa e o cuco mais imprevisvel.
Professor oua diversas vezes esta pea para sentir-se confortvel com as aparies do
cuco. Desta forma, voc aguar sua percepo sensorial.
126
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Parte
4 1 4 1 10 1 4 1 4 1 10 1
A:
Ponte
5151
:
Parte
315111311121211215
B:
Coda
51512121__11_1
:
Professor, Coda a ltima parte de uma pea ou melodia que envolva repeties de um
ou mais temas antes da seco final da melodia.
127
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Guarde o ovo de brinquedo e pegue um ovo imaginrio para passar na roda. Solicite
aos alunos que passem entre si este ovinho imaginrio e induza-os a mostrar e esconder este
ovo no momento em que voc cantar. (No coloque a gravao neste momento). Deixe as
crianas brincarem sem um tempo fixo, sem pulso. Com este pequeno jogo elas aguaro a
escuta das duas notas do cuco. uma estratgia de direcionar a ateno para o momento da
apreciao. Espere todos terem passado o ovo.
Agora entregue um ovo imaginrio para cada criana, coloque a gravao da msica
e deixe-os brincar de mostrar e esconder o cuco. S que agora tendo uma gravao musical
como referncia! Existem muitas gravaes disponveis, sugerimos:
SAINT-SAENZ, C., PROKOFIEV, S., BRITTEN, B., Childrens Classics. New York
Philharmonic Orquestra & Leonard Bernstein. CD: Sony, 1998.
PROPOSIO 2
Voc poder apresentar a msica novamente s crianas. Neste momento, indique que
o som do Cuco realizado pelo Clarinete.
Nesta ltima escuta da msica pegue um giz e v desenhando na lousa linhas verticais
para simbolizar os sons dos pianos e um crculo para o som do Cuco, de acordo com o
exemplo abaixo:
| = Pulso
o = Cuco
Parte A:
||||o||||o||||||||||o||||o||||o||||||||||o
Transio:
|||||o|||||o
Parte B:
|||o|||||o|o|||o|o||o||o||||||||||||o|||||
Final (Coda)
| | | | | o | | | | | o | | o | | o __ | o _ |
128
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
o
Para a criana do 1 ano nosso foco exercitar a escuta. Repetimos diversas vezes,
com pequenas variaes na abordagem metodolgica, pois a assimilao ocorre
gradualmente. A partir de cada escuta a percepo se reorganiza para uma nova fruio. As
diversas etapas contemplam algumas formas de relacionar-se com uma gravao musical.
Basicamente, abordamos dois aspectos principais:
AVALIAO
129
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
SITUAO DE APRENDIZAGEM V
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
CONTEDOS
- Pulso
- Compasso ternrio
- Melodia
PROPOSIO 1
Esta cano uma brincadeira recolhida pela PCNP Silvia Ramalho Navarro, aqui
mesmo, no Estado de So Paulo, na Aldeia Pindo-Ty, no municpio de Pariquera-Au. L vivem
ndios guaranis que tm seu prprio repertrio musical. Convide os alunos a aprenderem esta
cano tradicional das crianas indgenas.
Convide os alunos para formarem uma roda e inicie recitando a letra da msica com o
ritmo natural da palavra. Logicamente, das muitas possibilidades rtmicas que a letra oferece, a
descrio do Aquecimento 2 para a voz lhe trar algumas ideias para este momento
preparatrio.
Um detalhe importante no aspecto rtmico que a palavra Mandu e o ultimo Kyuy
so recitados mais devagar do que os dois primeiros Kyuy. O sentido literal desta letra
irmo granizo, de acordo com o prof. Baslio Kara (professor indgena na E.E.I Aldeia Pindo-
Ty).
130
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Repare que a partitura oferece uma indicao de palmas. Nada mais do que o prprio
pulso da msica! E, se voc tocar com um pouco mais intensidade uma palma a cada trs
pulsos, voc demarcar o compasso ternrio. Preste ateno no movimento das mos das
crianas. Caso elas faam muita fora haver maior dificuldade na execuo musical. Muitas
vezes a prpria habilidade rtmica comea a se desenvolver a partir do domnio de movimentos
simples, como bater palmas de uma maneira bem natural.
Repare como a letra da cano (Mandu Kyuy, kyuy, kyuy) se repete quatro vezes. As
duas primeiras vezes e a quarta vez so mais agudas do que a terceira repetio. Sendo
assim, podemos dizer que a cano est na forma AABA.
A Mandu Kyuy, kyuy, kyuy
A Mandu Kyuy, kyuy, kyuy
B Mandu Kyuy, kyuy, kyuy
A Mandu Kyuy, kyuy, kyuy
PROPOSIO 2
131
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Professor, como j foi informado anteriormente, esta proposio uma atividade extrada
da cultura de um povo indgena e tem as caractersticas prprias deste povo. Caso, voc
perceba na sua turma uma evoluo para inserir instrumentos, como o chocalho, caxixi ou a
cabaa, por exemplo, aps essa vivncia, poder ser enriquecedor.
AVALIAO
O pulso facilmente observado pela sincronia exata entre as palmas dos diversos
jogadores. O compasso ternrio pode ser observado pelo controle das intensidades das
palmas, sendo que uma a cada trs palmas deve soar mais forte. Finalmente a melodia poder
ser observada pela afinao e preciso do desenho meldico entoado pelas crianas.
132
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
SADIE, S. Dicionrio Grove de msica: edio concisa. Jorge Zahar Ed., Rio de Janeiro:
1994.
SAINT-SAENZ, C., PROKOFIEV, S., BRITTEN, B., Childrens Classics. New York Philharmonic
Orquestra & Leonard Bernstein. CD: Sony, 1998.
133
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
TEATRO
6
Flvio Desgranges
AS SITUAES DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA
6
Professor do Departamento de Artes Cnicas da USP. Autor dos livros: A Pedagogia do Espectador e
Pedagogia do Teatro: provocao e dialogismo, ambos pela editora Hucitec.
134
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
proposies pode estimular o aluno a se voltar para um aspecto da linguagem que ser
especificamente explorado naquele dia, e estabelecer um rastro perceptvel na investigao
empreendida, possibilitando que o grupo tenha noo e se aproprie do processo de
aprendizagem.
Nas avaliaes das cenas, os alunos, seguindo as diretrizes do professor, podem
conversar tanto sobre questes relativas vida social, presentes nas investigaes,
problematizando as situaes do dia a dia, quanto sobre as resolues artsticas apresentadas
em aula, com o intuito de aprimorar a aptido do grupo para conceber discursos cnicos.
Assim, dar a palavra aos jogadores-espectadores torna-se to indispensvel quanto as prprias
criaes cnicas, j que eles, com seus comentrios e sugestes, colaboram para a produo
de conhecimentos. A avaliao coletiva das experimentaes vai propiciando que os alunos
vo, aos poucos, apropriando-se da linguagem teatral, efetivando anlises mais criteriosas dos
jogos e refinando a qualidade da sua comunicao com os espectadores.
As conversas acerca de um jogo precisam ser propostas com a noo da complexidade
que envolve a situao, tendo em vista que so aspectos da vida social que esto em questo.
A reflexo cuidadosa acerca dos fatos apresentados pode possibilitar ao grupo, por exemplo,
observar as suas determinantes sociais: por que acontecem situaes como essas? O que leva
algum a tomar essa ou aquela atitude? O debate sobre as realizaes dos alunos estabelece
condies, tambm, para que o grupo reveja as prprias criaes, pensando em uma melhor
maneira de apresent-las, superando os chaves de narrativas conhecidas.
As possveis questes que podem nortear a avaliao de um jogo teatral no precisam
ser colocadas no mesmo dia, no mesmo jogo, na mesma cena, ao mesmo tempo. A partir dos
objetivos de cada proposio, o professor pode elencar perguntas relacionadas com aquele
momento do processo de aprendizagem, e, gradualmente, no decorrer do processo, tornar
mais complexos os comentrios dos alunos. Aos poucos, os prprios alunos podem ser
estimulados a conduzir o debate sobre as investigaes, apropriando-se do processo.
Nas aulas, deve vigorar um esprito aberto para as ideias dos alunos, valorizando no s
a variedade de temas abordados, mas tambm as diferentes formas de resoluo dos jogos
propostos. Para isso, o professor precisa cuidar para instaurar um espao arejado, aberto para
diferentes pontos de vista. O respeito s criaes do grupo, contudo, no significa que o
professor no possa intervir e sugerir outro rumo quando achar necessrio. O importante que
se mantenha sempre a tenso necessria entre liberdade de criao e interferncia crtica do
professor, numa relao em que os dois plos so fundamentais.
A ida a espetculos teatrais constitui-se em estratgia de grande valia, pois possibilita
que o grupo observe como os artistas constroem um conjunto organizado de signos em suas
encenaes. Alm de comparar suas realizaes em aula com aquelas elaboradas pelas
produes teatrais em cartaz. Ver espetculos teatrais de qualidade, em consonncia com a
experimentao do grupo, retroalimenta a investigao da linguagem. Assim, a ida ao teatro
aliada prtica teatral em sala de aula, possibilita que os alunos aprimorem tanto a apreciao
esttica, formando-os enquanto espectadores, quanto o potencial expressivo, estimulando suas
possibilidades de construo de discursos cnicos cada vez mais apurados.
135
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
136
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
138
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALVES, Rubem. A Escola que Sempre Sonhei sem Imaginar que Pudesse Existir. Campinas,
Papirus, 2001.
BENJAMIN, Walter. Passagens. Belo Horizonte, Editora UFMG, So Paulo, Imprensa Oficial
do Estado de So Paulo, 2006.
________. Obras Escolhidas: magia e tcnica, arte e poltica. So Paulo, Brasiliense, 1993.
BARBA, Eugenio. O Espao Interno. Sala Preta Revista do Departamento de Artes Cnicas
da ECA-USP. So Paulo, Departamento de Artes Cnicas da Universidade de So Paulo, n 8,
p. 9-10, 2008.
http://www.eba.ufmg.br/lamparina/index.php/revista/article/download/26/14
http://culturaecurriculo.fde.sp.gov.br/administracao/Anexos/Documentos/420091014164649Qua
ndo%20teatro%20e%20educacao%20ocupam%20o%20mesmo%20lugar%20no%20espaco.pd
f
http://www.educacaoassis.com.br/site/upload/divulgacao/?arquivo=419437_arquivo.pdf
139
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Fomentar a observao de
elementos teatrais presentes em
diversas produes visuais:
pinturas, quadrinhos, filmes,
desenhos animados,
propagandas etc.
Desenvolver estratgias para a Estimular a percepo da Distingue as diferentes
construo de personagens teatralidade no cotidiano, caractersticas de personagens
levando-os a observar gestos, ficcionais;
roupas, adereos e
comportamentos; Articula cenicamente elementos
de linguagem para a composio
Propor atividades em que os de personagens.
alunos reconheam, diferenciem
e componham personagens
ficcionais.
140
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
141
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Teatro 1 ano
Situao de aprendizagem
Expectativas de Aprendizagem:
Conceber discursos cnicos a partir da investigao de obra literria;
Organizar e reorganizar narrativas ficcionais;
Reconhecer e utilizar os elementos bsicos da linguagem teatral para expressar-se,
tais como: palavras, gestos, sonoridades, figurinos, iluminao, objetos cnicos;
Desenvolver estratgias para a construo de personagens;
Manifestar seu ponto de vista nas situaes de aprendizagem, bem como sua leitura
crtica acerca de obras de arte e de situaes da vida social.
Contedos:
Construo e desconstruo de histrias;
Investigao do texto literrio O Gigante Egosta, de Oscar Wilde;
Apreenso de elementos da linguagem teatral: dramaturgia, gesto, espao cnico,
sonoridades (ritmo, voz, coro e sonoplastia), investigao de objetos cnicos (cenografia e
adereos);
Construo de personagens;
142
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 1
PROPOSIO 2
143
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
pode ser proposta, com os alunos apresentando os colegas que esto ao lado e as
brincadeiras que estes mais gostam.
B) Quem trocou de lugar? - Em roda, sentados, um dos alunos sai da sala e dois
jogadores trocam de lugar; ao voltar, o aluno deve descobrir qual a dupla que mudou de lugar.
No necessrio que todos os alunos experimentem sair da sala.
C) Explorando o espao: Os jogadores deslocam-se pela sala com o objetivo de
ocupar os espaos vazios, buscando uma distribuio homognea do grupo pelo ambiente. Ao
sinal do professor, todos devem parar onde esto e observar se h vazios entre os jogadores
ou, se o grupo est bem distribudo pelo espao.
a. Observando a sala: O professor prope que os jogadores, alm de estarem
atentos em preencher os espaos vazios, observem os detalhes do local paredes, janelas,
texturas, cores, etc. O grupo precisa estar atento ao estabelecimento de um ritmo comum para
a caminhada.
b. Quem est com tal detalhe?- O professor, durante a caminhada, pede para
que os participantes observem quem do grupo est com um detalhe especfico de roupa,
penteado, etc. Aquele que responder deve lanar a prxima pergunta, a respeito de um detalhe
percebido em outro jogador.
D) Roda de conversa: Em roda, sentados, converse com os alunos sobre os
jogos: vocs conheciam as brincadeiras preferidas de seus colegas? Como foi o jogo de
caminhar observando as coisas que existem na sala? Viram algo que no tinham reparado
ainda? Observaram algo nos colegas que no tinham notado? Querem comentar ou perguntar
alguma coisa?
PROPOSIO 3
Uma palavra, um passo: Seis ou sete alunos colocam-se lado a lado, em linha horizontal.
O professor fica frente, a uma distncia de dois ou trs metros. Um a um, os alunos devem
dizer uma palavra e dar um passo frente. Chegar primeiro aquele que disser o maior nmero
de palavras. Os jogadores no podem repetir as palavras j enunciadas. O professor pode
sugerir a letra ou a slaba inicial das palavras que sero apresentadas pelos alunos.
A) Histria teatralizada: O professor seleciona uma histria para narrar para a turma, a
partir da leitura de um livro ou narrada por ele mesmo. Durante a narrao da histria, o
professor prope a participao criativa dos alunos. Os questionamentos do professor acerca
da histria propem aos alunos que imaginem solues no previstas na narrativa ou escritas
no livro:
a. O que ser que ele disse?- O professor interrompe a narrativa e interroga os
alunos sobre uma possvel fala que poderia ser dita ou pensada por um dos personagens da
histria. E deixa que os jogadores proponham solues possveis para a fala do personagem.
b. Como foi a cara que ele fez?- O professor convida os alunos a retratarem a
fisionomia de um personagem da narrativa em uma dada situao, como por exemplo: ao ver
144
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
que o rob chorava, o menino fez uma cara, uma cara assim to... Como ser a cara que ele
fez?.
c. Como algum faz quando se sente assim?- O professor interroga os alunos
sobre a reao corporal de algum personagem, como por exemplo: ele ficou com tanto medo
que fez assim... Como ser que ele fez? Como faz algum que est com muito medo?.
d. Como o som desta situao?- O professor prope que os alunos criem
espaos sonoros, relacionados com momentos da histria, como por exemplo: o mar estava
muito agitado... Como o som do mar quando est agitado? E se o mar ficasse mais agitado
ainda, como seria? E se comeasse a chover muito forte, como seria o som do temporal e do
mar revolto ao mesmo tempo? E como o som do mar quando est calmo, tranquilo, em um
lindo dia de sol?.
e. Como ser que eles estavam?- A partir de uma dada situao da histria, o
professor prope que alguns jogadores (cinco ou seis) vo para o centro da roda mostrar como
aquilo se deu, como por exemplo: a cidade estava lotada de gente, andando com a cara
fechada, todos muito mal-humorados... Quem pode mostrar para a gente, aqui no centro da
roda, como que essas pessoas andavam na rua?.
O professor pode pensar em outros modos de abordagem de situaes da histria. A
cada resposta sonora ou gestual dos alunos, o professor observa, destaca, valoriza, se diverte
junto com eles. H sempre mais de uma soluo a ser observada e comentada pelo professor,
para, em seguida, retomar a narrativa. Importa ressaltar que o professor precisa selecionar
previamente a histria e preparar um roteiro de propostas para fazer aos alunos durante a
narrao.
B) Roda de conversa: Em roda, converse com os alunos sobre a histria teatralizada;
relembre com eles os momentos em que participaram: gostaram da histria? Vocs lembram o
modo como tal aluno mostrou o medo que o menino sentia? Como era mesmo? Que medo,
hein?! Teve tambm o medo mostrado por tal aluna... Como era? Era um medo diferente, n?!
Por que era diferente? E assim por diante.
PROPOSIO 4
145
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 5
146
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 6
Professor, o conto no deve ser lido previamente para os alunos; a histria do Gigante
transcorrer aos poucos, no decorrer das aulas, narrada por voc mesmo. Nesta sexta aula o
incio do conto ser apresentado pela primeira vez para o grupo.
A) Ampliao da percepo auditiva: Deitados ou sentados, convide os alunos a
fazerem silncio, fecharem os olhos e perceberem os sons ao redor; desde os mais prximos,
como os sons do prprio corpo ou os sons produzidos por seus colegas, at os mais distantes,
como as conversas em outros ambientes da escola ou, os carros que passam na rua. Estimule
a explorao sonora, mas no guie a audio, deixe que os prprios alunos descubram os
sons que os cercam. Em seguida, proponha uma conversa sobre as variadas sonoridades
percebidas pelos alunos.
B) Os sons da cidade: Em roda, sugira que cada aluno pense em um som que
pode ser ouvido todos os dias na cidade. Em seguida, pea que todos emitam o som
selecionado. Proponha que cada um faa seu som bem baixinho, de modo que possa ouvir as
sonoridades dos colegas enquanto emite a sua, e que o grupo aumente o volume
gradativamente. Converse sobre os sons produzidos pelos alunos: Foi possvel reconhecer os
sons emitidos pelos colegas? Vocs se sentiram numa cidade? H outros sons caractersticos
de uma cidade que no surgiram na atividade?
C) Os sons do campo: Repita o procedimento adotado na atividade anterior, agora
propondo aos alunos que selecionem e reproduzam sons do campo. Converse sobre os sons
produzidos pelos alunos, e sobre a distino entre os sons do campo e da cidade.
D) Sons de crianas brincando: Seguindo o mesmo procedimento adotado na
atividade anterior, solicite aos alunos que imaginem sons que as crianas fazem quando esto
brincando. Estimule-os a lembrar de momentos, na escola ou em outros espaos, em que
esto brincando. Que tipos de sons eles fazem quando brincam? Proponha que emitam os
sons e, em seguida, converse sobre os sons produzidos.
E) Espao cnico sonoro: Proponha que imaginem uma situao em que um
grupo de crianas esteja brincando no campo. Que sons seriam ouvidos nesta situao? Divida
o grupo em dois e pea para a metade da turma fazer os sons do campo, enquanto a outra
metade faz os sons das crianas. Se a sonoridade ficar confusa, pea para que faam
baixinho, para que se escutem. Inverta a proposta feita aos dois grupos. Converse sobre a
atividade: conseguiram imaginar a situao sugerida?
F) Entrar na histria do Gigante - Narrao: Aproveite a cena sonora das crianas
brincando no campo, desenvolvida na atividade anterior, para narrar os primeiros momentos do
147
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
Como podemos notar, o conto em questo tratado como ponto de partida, tendo o
professor e a turma ampla liberdade para investigar possibilidades novas para a histria. Em
aulas seguintes, aproveite sempre as criaes realizadas nas aulas anteriores. Se, por
exemplo, a turma definir um nome para o Gigante, mantenha este nome nas atividades
posteriores. Preze pela coerncia dos detalhes da histria que vo sendo criados
coletivamente com os alunos e pela manuteno das invenes propostas pelo grupo.
O professor pode providenciar um caderno de notas em que registre todas as criaes
da turma, de modo a no perd-las de vista no decorrer do processo.
As rodas de conversa no incio de cada aula so muito importantes para que o grupo
relembre os acontecimentos anteriores, e para que o professor possa trazer novos dados da
histria. As rodas propostas no final de cada aula so tambm valiosas, para: fomentar nos
alunos a curiosidade acerca da continuidade da narrativa; estimul-los a imaginar possveis
desdobramentos para a histria; e propor a anlise dos jogos de improvisao propostos
naquele dia. Por sua relevncia no processo, as rodas de conversa precisam ser mantidas.
Assim, organize o planejamento da aula e a durao da cada proposio.
PROPOSIO 7
148
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
com a entrada de um aluno de cada vez. O primeiro aluno a propor, fixa uma posio, e os
demais vo entrando, um a um, complementando a situao, compondo um quadro congelado.
A proposta pode ser repetida, de maneira que vrios quadros cnicos de brincadeiras possam
surgir. Pode-se limitar o nmero de alunos por quadro, de modo a no deixar a cena muito
confusa visualmente. Converse sobre os quadros criados: Todos compreenderam as
brincadeiras representadas? Os alunos em cena estavam compreendendo bem a sua funo
na situao cnica? O gesto de cada jogador estava coerente com a proposta da brincadeira
levada cena?
Importa ressaltar que no necessrio que todos os alunos participem dos quadros, e
lembrar que os alunos tambm participam do processo a partir da observao atenta e dos
comentrios sobre as cenas de seus colegas.
Outra possibilidade para esta proposio dividir a turma em grupos e propor que cada
grupo monte o quadro de uma brincadeira realizada pelas crianas no quintal do Gigante. Em
seguida, cada grupo apresenta o seu quadro.
B) Roda de conversa: Encerre a aula fomentando nos alunos a curiosidade por
saber mais detalhes sobre o desenrolar da histria do Gigante: O que ser que o Gigante foi
fazer na casa do amigo? Ser que esse amigo tambm um gigante? Ser que ele volta logo?
Etc.
PROPOSIO 8
149
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
observem as semelhanas e diferenas destas vozes com aquelas surgidas nos jogos dos
alunos. Observe junto com eles se h uma trilha sonora sempre que o personagem aparece.
B) Roda de conversa: Converse com os alunos acerca da investigao proposta
em aula e sobre aspectos da narrativa: Vocs conhecem algum com voz de Gigante? Vocs
brincariam no quintal da casa de um gigante egosta e mal-humorado? Quem sabe o que quer
dizer a palavra egosta? Etc.
PROPOSIO 9
150
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 10
PROPOSIO 11
151
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 12
152
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
PROPOSIO 13
PROPOSIO 14
PROPOSIO 15
PROPOSIO 16
154
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
AVALIAO:
Professor, por meio das rodas de conversa, anotaes e observaes feitas por voc no
decorrer dessa situao de aprendizagem, perceba se o aluno:
Articula os fundamentos da linguagem teatral, concebendo breves discursos cnicos;
Reconhece elementos teatrais presentes nas situaes cotidianas e nas manifestaes
artsticas;
Compreende as especificidades e modalidades da linguagem teatral em relao s
demais linguagens artsticas.
Sente-se estimulado a expor suas opinies e a efetivar leituras e desdobramentos
criativos nas situaes de aprendizagem propostas;
Demonstra interesse e inventividade nas avaliaes compartilhadas das atividades.
Manifesta prazer na relao com a produo artstica que frui ou na qual participa.
155
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BOAL, Augusto. 200 Exerccios e Jogos para o Ator e o no ator com Vontade de Dizer Algo
Atravs do Teatro. Rio de Janeiro, Civilizao Brasileira, 1988.
CABRAL, Beatriz ngela Vieira. Drama como Mtodo de Ensino. So Paulo, Hucitec, 2006.
HOFFMAN, Mary. Meu primeiro livro de Contos de fadas. So Paulo : Companhia das
Letrinhas, 2003.
KOUDELA, Ingrid Dormien. Jogos Teatrais. So Paulo, Perspectiva, 1984. Brecht: um jogo
de aprendizagem. So Paulo, Perspectiva, 1991.
KRAMER, Sonia. Por entre as pedras: arma e sonho na escola. So Paulo, tica, 1993.
PUPO, Maria Lcia de Souza Barros. Entre o Mediterrneo e o Atlntico: uma aventura teatral.
So Paulo, Perspectiva, 2005.
156
ORIENTAES CURRICULARES E DIDTICAS DE ARTE ANOS INICIAIS
COORDENAO GERAL
Carlos Eduardo Povinha e Roseli Ventrella
AUTORIA
157