Apostila de Auditoria
Apostila de Auditoria
Apostila de Auditoria
NITERI
CINCIAS CONTBEIS
AUDITORIA
2017
1. ORIGEM DO TERMO AUDITOR
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conhecimento e tcnica apurada em examinar as demonstraes contbeis da empresa e
emitir sua opinio sobre estas. Podemos denomina-lo de auditor externo ou
independente.
3. CONCEITO DE AUDITORIA
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Para entender o primeiro requisito, adotou-se um conjunto de convenes
conhecidas como princpios e normas de contabilidade geralmente aceitas, para a
elaborao das demonstraes financeiras, que se referem basicamente avaliao do
patrimnio e maneira de apresentar a informao nelas contidas.
O segundo requisito preenchido recorrendo-se a um profissional
independente, ou seja, alheio empresa o auditor. Com base nisto, poderamos definir
a auditoria das demonstraes financeiras como o exame das mesmas, por um
profissional independente, com a finalidade de emitir um parecer tcnico sobre sua
fidedignidade.
Continuando, Franco e Marra (1982) ensinam que a auditoria surgiu como
conseqncia da necessidade de confirmao dos registros contbeis, em virtude do
aparecimento das grandes empresas e da taxao do imposto de renda, baseado nos
resultados apurados em balanos. Sua evoluo ocorreu paralelamente ao
desenvolvimento econmico, que gerou as grandes empresas, formadas por capitais de
muitas pessoas, que tm na confirmao dos registros contbeis a proteo ao seu
patrimnio.
Como conseqncia, as demonstraes contbeis passaram a ter importncia
muito grande para os futuros investidores. Assim, como medida de segurana conta a
possibilidade de manipulao de informaes, passou-se a exigir que essas
demonstraes fossem examinadas por um profissional independente da empresa e de
reconhecida capacidade tcnica, surgindo assim a figura do auditor externo ou
independente.
A auditoria independente das demonstraes contbeis constitui o conjunto de
procedimentos tcnicos, que tem por objetivo capacitar o auditor a emitir um parecer
sobre a adequao com que estas representam posio patrimonial e financeira, o
resultado das operaes, as mutaes do patrimnio lquido e as origens e
aplicaes de recursos da entidade auditada, consoante as Normas Brasileiras de
Contabilidade e legislao especfica no que for pertinente.
O produto final da auditoria das demonstraes contbeis o parecer do
auditor. Sua emisso reflete o entendimento do auditor acerca dos dados que examinou,
de uma forma padro e resumida, que d, aos leitores, em geral, uma noo dos
trabalhos que realizou e, principalmente, o que concluiu.
4. MTODOS DE AUDITORIA
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Os trabalhos de auditoria realizados, massificados e comercialmente, por
"grandes empresas" levaram o mtodo e a segurana dos servios, fazendo com que
suas informaes sejam precisas e idneas.
S (2002) descreve que "Por natureza procurou-se entender a auditoria como
um exame posteriori (e esta continua sendo a prtica de maior difuso, o que nos
leva, inclusive, a admiti-la como genrica), ou seja, aquele procedido depois dos
registros j realizados".
Planejar, partindo de sondagens srias, supervisionar de forma ampla, estudar,
analisar, refletir para avaliar com segurana, sentir-se seguro diante de evidencias
inequvocas, tudo fazendo para obt-las, preservar a independncia no aceitando
subordinaes nem limitaes indagao, adotar prudncia para opinar somente
com segurana, evidenciar e destacar o que causaram dvidas so partes de uma
Metodologia de Auditoria que no se pode omitir, seja qual for a Finalidade a cumprir
com a tarefa.
5. TIPOS DE AUDITORIA
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6. DIFERENAS BSICAS ENTRE AUDITORIA EXTERNA E AUDITORIA
INTERNA
De forma global, o trabalho executado pela Auditoria Interna idntico aquele
executado pela Auditoria externa. Ambas realizam seus trabalhos utilizando-se das
mesmas tcnicas de auditoria; ambas tm sua ateno voltada para o controle
interno como ponto de partida de seu exame e formulam sugestes de melhorias para
as deficincias encontradas, ambas modificam a extenso de seu trabalho de acordo com
as suas observaes e a eficincia dos sistemas contbeis e de controles internos
existentes.
Entretanto, os trabalhos executados pelos Auditores Internos e Externos tm suas
diferenas bsicas caracterizadas por:
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Como acontece em todas as profisses, na auditoria tambm foram
estabelecidos determinados padres tcnicos que objetivam qualificao na conduo
dos trabalhos de auditoria e garantir atuao consistente tecnicamente suficiente
do auditor e de seu parecer, assegurando a todos aqueles que dependem de sua opinio
a observao de uma srie de requisitos considerados indispensveis para o trabalho
concretizado.
As normas de auditoria diferem dos procedimentos de auditoria, uma vez que
elas se relacionam com as aes a serem praticadas, com quanto s normas tratam das
medidas de qualidade da execuo destas aes e dos objetivos a serem alcanados
atravs dos procedimentos. As normas dizem respeito no apenas s qualidades
profissionais do auditor, mas tambm a sua avaliao pessoal pelo exame efetuado e do
relatrio emitido.
Atualmente, alm do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) alguns rgos
reguladores emitem normas prprias para auditoria independentes dos organismos sob
sua superviso, como por exemplo, a Comisso de Valores Mobilirios para as
companhias com aes negociadas na Bolsa de Valores, o Banco Central do Brasil para
as instituies financeiras, a Superintendncia de Seguros Privados para as companhias
de seguro, etc.
A auditoria independente de demonstraes financeiras de todas as empresas
com exerccios iniciados a partir de janeiro de 2010 dever obrigatoriamente ser feita
utilizando as novas Normas Brasileiras de Auditoria, aprovadas no final de novembro
pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). As 37 Normas Brasileiras de
Contabilidade Tcnica de Auditoria Independente de Informao Contbil Histrica
(NBC TA) e uma Norma Brasileira de Contabilidade Profissional do Auditor
Independente (NBC PA) esto convergidas ao padro internacional.
A aprovao das NBCs de auditoria, editadas pelo CFC em consonncia com
as internacionais, editadas pela Federao Internacional de Contadores IFAC
(International Federation of Accounting), resultado de um minucioso processo de
convergncia desenvolvido pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
(Ibracon) em conjunto com o CFC, de grande relevncia para o setor de Auditoria
Independente, alm de muito importante para a economia brasileira.
O Comit Gestor da Convergncia no Brasil, coordenado conjuntamente pela
Presidente do Ibracon Nacional, Ana Mara Elorrieta, e pela conselheira do CFC
Vernica Souto Maior, trabalhou mais de um ano, iniciando a tarefa a partir da traduo
das International Standards on Auditing (ISAs) e, posteriormente, fazendo a reviso dos
textos, que passaram por audincia pblica e foram finalizados conforme as sugestes
pertinentes. Todo esse trabalho s foi possvel com a participao de profissionais
associados ao Ibracon e representantes do CFC que se dedicaram ao projeto.
As normas aprovadas inclusive mantm a numerao original da IFAC para
facilitar as citaes e revises futuras em cruzado das normas internacionais e,
principalmente, para deixar transparente a equivalncia entre as normas brasileiras e as
internacionais. O Comit Gestor, criado pelo CFC em 2007, coordena o trabalho de
convergncia de normas das reas de auditoria, de assuntos regulatrios e contabilidade
para o setor privado e o setor pblico, sendo que o alinhamento da contabilidade
societria ao padro internacional (IFRS) operacionalizado fundamentalmente atravs
do trabalho do Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC).
A publicao dessas 38 normas (37 NBC TA e uma NBC PA) um marco
relevante na economia brasileira, pois impulsiona a utilizao de normas internacionais.
O Banco Central do Brasil (Bacen), por exemplo, j havia determinado que as
auditorias das demonstraes financeiras consolidadas a partir de 2010 sejam realizadas
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obrigatoriamente utilizando as normas internacionais. Outras normas esto sendo
tambm emitidas relativas a normas de reviso, e de servios correlatos que se juntam
norma j emitida em fevereiro de 2009 pelo CFC, a norma de assegurao - NBC TO.
Adicionalmente o Ibracon e o CFC esto preparando a traduo e reviso de
outros materiais da IFAC, que serviro de apoio para a adoo dessas normas pelas
pequenas e mdias firmas de auditoria, principalmente ajudas prticas para
implementao da norma de controle de qualidade..
NBC aprovadas:
NBC PA 1 - Controle de qualidade para auditores (pessoas jurdicas e fsicas) que
executam exames de auditoria e revises de informao contbil histrica, outros
trabalhos de assegurao e servios correlatos
NBC_PA_03 - Independncia
NBC TA 02 - Estrutura conceitual para trabalhos de assegurao
NBC TA 200 - Objetivos gerais do auditor independente e a conduo de uma auditoria
em conformidade com normas de auditoria
NBC TA 210 - Concordamos com os termos de trabalho de auditoria
NBC TA 220 - Controle de qualidade de uma auditoria de demonstraes contbeis
NBC TA 230 - Documentao de auditoria
NBC TA 240 - Responsabilidade do auditor relacionada com fraude em auditoria de
demonstraes contbeis
NBC TA 250 - Considerao de leis e regulamentos em auditoria de demonstraes
contbeis
NBC TA 260 - Comunicao com os responsveis pela governana
NBC TA 265 - Comunicao de deficincias do controle interno
NBC TA 300 - Planejamento de uma auditoria de demonstraes contbeis
NBC TA 315 - Identificao e avaliao dos riscos de distoro relevante por meio do
entendimento da entidade e do seu ambiente
NBC TA 320 - Materialidade no planejamento e na execuo de auditoria
NBC TA 330 - Resposta do auditor aos riscos avaliados
NBC TA 402 - Consideraes de auditoria para a entidade que utiliza uma organizao
prestadora de servios
NBC TA 450 - Avaliao de distores identificadas durante a auditoria
NBC TA 500 - Evidncia de auditoria
NBC TA 501 - Evidncia de auditoria - Consideraes especficas para itens
selecionados
NBC TA 505 - Confirmaes externas
NBC TA 510 - Trabalhos iniciais, saldos iniciais
NBC TA 520 - Procedimentos analticos
NBC TA 530 - Amostragem em auditoria
NBC TA 540 - Auditoria de estimativa contbil, inclusive do valor justo, e divulgaes
selecionadas
NBC TA 550 - Partes relacionadas
NBC TA 560 - Eventos subsequentes
NBC TA 570 - Continuidade operacional
NBC TA 580 - Representaes formais
NBC TA 600 - Consideraes especiais - Auditorias de demonstraes contbeis de
grupos (incluindo o trabalho dos componentes)
NBC TA 610 - Utilizao do trabalho de auditoria interna
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NBC TA 620 - Utilizao do trabalho de especialistas
NBC TA 700 - Formao da opinio e emisso do relatrio do auditor independente
sobre as demonstraes contbeis
NBC TA 705 - Modificaes na opinio do auditor independente
NBC TA 706 - Pargrafos de nfase e pargrafos de outros assuntos no relatrio do
auditor independente
NBC TA 710 - Informaes comparativas - Valores correspondentes e demonstraes
contbeis comparativas
8. PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA
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execuo do sistema; 3. capacidade do sistema em identificar erros e fraudes de
imediato. Tal anlise, reitere-se, efetuada por meio dos testes de observncia.
Uma vez efetuada a avaliao do sistema contbil e de controles internos, o
auditor determinar a natureza, a oportunidade e a extenso dos procedimentos de
auditoria, ou seja, dependendo da qualidade do sistema ser definido o direcionamento
dos trabalhos de auditoria.
A natureza diz respeito a quais os tipos de procedimentos que sero
executados, a oportunidade refere-se a em que momentos os procedimentos sero
aplicados e a extenso representa a quantidade de testes que o auditor dever executar
para formar sua opinio sobre as demonstraes contbeis examinadas, a qual estar
consignada no parecer de auditoria.
Obviamente, quanto melhor for a qualidade do sistema contbil e de
controles internos, menor ser a quantidade de procedimentos de auditoria a serem
aplicados pelo auditor. Quanto mais eficiente for o sistema, maior ser a confiana nas
informaes contbeis evidenciadas na escriturao e nas demonstraes contbeis da
entidade.
Os procedimentos de auditoria aplicados aps a anlise do sistema de controles
internos da entidade so conceituados como testes substantivos. Estes dividem-se em
duas categorias: testes de transaes e saldos e procedimentos de reviso analtica.
Nos testes de transaes e saldos, o auditor tem como objetivo principal
checar a veracidade dos registros e demonstraes contbeis. Por exemplo, caso
exista na escriturao da entidade o registro de uma transao relevante envolvendo a
aquisio de mercadorias a prazo, caber ao auditor obter evidncias e provas
confirmando a efetiva ocorrncia da operao. Tais evidncias e provas sero obtidas
por meio dos procedimentos bsicos de auditoria, j citados anteriormente.
Cabe observar que tanto os testes de observncia quanto os testes substantivos
so executados por meio dos procedimentos bsicos de auditoria.
Desta forma, os testes de transaes e saldos visam verificar a efetiva
ocorrncia das operaes registradas e documentadas pela entidade, identificando
eventuais super ou subavaliaes de saldos.
A aplicao dos procedimentos de auditoria deve ser realizada em razo da
complexidade e volume das operaes por meio de provas seletivas, testes e
amostragens.
Com base na anlise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser,
o auditor determinar a amplitude dos exames necessrios obteno dos elementos de
convico necessrios.
Na aplicao dos testes de observncia e substantivos, o auditor deve
considerar alguns procedimentos bsicos, conforme definio trazida por Boynton,
Johnson, Kell (2002) [...] ao planejar e programar a auditoria, o auditor considera como
cada um deles pode ser utilizado, e estes mesmos autores, ainda citam 11 tipos de
procedimentos de auditoria, que so:
_Testes de transao e saldos
_ Procedimentos de reviso analtica
_ Inspeo
_ Confirmao
_ Questionamento
_ Contagem
_ Rastreamento
_ Vouching
_ Observao
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_ Repetio
_ Tcnicas de auditoria computadorizadas
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declarao formal e imparcial de pessoas independentes empresa e que estejam
habilitas a confirmar.
Por meio deste procedimento, o auditor efetuar a confirmao da
transao e do respectivo saldo junto ao fornecedor da mercadoria. O procedimento
de investigao e confirmao, quando envolve pessoa externa entidade, executado
por meio da circularizao, a qual consiste no envio de carta ao terceiro envolvido,
no caso o fornecedor, assinada pela entidade, com solicitao de resposta dirigida ao
auditor, confirmando ou no a operao indicada. Quando esto envolvidos valores
relevantes em operaes com terceiros, o auditor deve efetuar o procedimento de
investigao e confirmao.
8.5. Contagem
8.6. Rastreamento
8.7 Observao
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De acordo com os autores Boynton; Johnson; Kell (2002), a observao
relaciona-se a acompanhar ou testemunhar a realizao de algumas atividades ou
processos. A atividade pode ser o processamento rotineiro de determinado tipo de
transao, tal como o recebimento de caixa, para verificao se empregados esto
seguindo as polticas e os procedimentos da companhia, na realizao das tarefas que
lhes so atribudas.
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partir da data do registro em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de
contador;
III - estar exercendo atividade de auditoria independente, mantendo escritrio
profissional legalizado, em nome prprio, com instalaes compatveis com o exerccio
da atividade, em condies que garantam a guarda, a segurana e o sigilo dos
documentos e informaes decorrentes dessa atividade, bem como a privacidade no
relacionamento com seus clientes;
IV - possuir conhecimento permanentemente atualizado sobre o ramo de atividade, os
negcios e as prticas contbeis e operacionais de seus clientes, bem como possuir
estrutura operacional adequada ao seu nmero e porte.
vedado ao Auditor Independente, em relao s entidades cujo servio de
auditoria contbil esteja a seu cargo:
I adquirir ou manter ttulos ou valores mobilirios de emisso da entidade, suas
controladas, controladoras ou integrantes de um mesmo grupo econmico; ou
II - prestar servios de consultoria que possam caracterizar a perda da sua objetividade e
independncia.
So exemplos de servios de consultoria:
I - assessoria reestruturao organizacional;
II - avaliao de empresas;
III - reavaliao de ativos;
IV - determinao de valores para efeito de constituio de provises ou reservas
tcnicas e de provises para contingncias;
V - planejamento tributrio;
VI - remodelamento dos sistemas contbil, de informaes e de controle interno; ou
VII - qualquer outro produto ou servio que influencie ou que possa vir a influenciar as
decises tomadas pela administrao da instituio auditada.
Est impedido de executar trabalho de auditoria independente, o auditor que
tenha tido:
a) vnculo conjugal ou de parentesco consanguneo em linha reta, sem limites de grau,
em linha colateral at o 3 grau e por afinidade at o 2 grau, com administradores,
acionistas, scios ou com empregados que tenham ingerncia na sua administrao ou
nos negcios ou sejam responsveis por sua contabilidade;
b) relao de trabalho como empregado, administrador ou colaborador assalariado,
ainda que esta relao seja indireta, nos dois ltimos anos;
c) participao direta ou indireta como acionista ou scio;
d) interesse financeiro direto, imediato ou mediato, ou substancial interesse financeiro
indireto, compreendida a intermediao de negcios de qualquer tipo e a realizao de
empreendimentos conjuntos;
e) funo ou cargo incompatvel com a atividade de auditoria independente;
f) fixado honorrios condicionais ou incompatveis com a natureza do trabalho
contratado; e
g) qualquer outra situao de conflito de interesses no exerccio da auditoria
independente, na forma que vier a ser definida pelos rgos reguladores e fiscalizadores.
O Auditor Independente - no pode prestar servios para um mesmo cliente,
por prazo superior a cinco anos consecutivos, contados a partir de 14/05/1999,
exigindo-se um intervalo mnimo de trs anos para a sua recontratao.
Fonte: Instruo CVM 308/99
A utilizao dos mesmos profissionais de liderana (scio, diretor e gerente)
na equipe de auditoria, numa mesma entidade auditada, por longo perodo, pode criar a
perda da objetividade e do ceticismo, necessrios na auditoria. O risco dessa perda deve
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ser eliminado adotando-se a rotao, a cada intervalo menor ou igual a cinco anos
consecutivos, das lideranas da equipe de trabalho de auditoria, que somente devem
retornar referida equipe no intervalo mnimo de trs anos.
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d) eficincia, eficcia e economicidade do desempenho e da utilizao dos recursos;
dos procedimentos e mtodos para salvaguarda dos ativos e a comprovao de sua
existncia, assim como a exatido dos ativos e passivos; e
e) compatibilidade das operaes e programas com os objetivos, planos e meios de
execuo estabelecidos.
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dos controles internos existentes, a observao das normas e regulamentos traados pela
administrao, bem como a avaliao da correta aplicao dos Princpios Fundamentais
de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.
Dentro desta rea, cabem as seguintes avaliaes e exames:
exatido, fidedignidade, justeza, completabilidade, tempestividade da apresentao e
da publicao das Demonstraes Contbeis, de qualquer relatrio formal ou
institucional, de natureza oramentria, financeira, contbil ou tributria;
fidedignidade, integridade, adequao, confiabilidade e utilidade dos registros
oramentrios, financeiros, econmicos e contbeis;
correo, eficcia e adequao dos controles da guarda, da divulgao, do arquivo, dos
meios de consulta e da informatizao da documentao pertinente rea contbil, bem
como das formas de identificao, classificao, comunicao e divulgao das
respectivas informaes;
adequao e eficcia dos controles, registros e meios de proteo dos ativos e da
comprovao de sua existncia real, utilidade, ociosidade e economicidade, bem como a
comprovao da autenticidade e completabilidade dos passivos;
eficincia, eficcia e economicidade na utilizao de recursos e na administrao
contbil financeira e tributria de fundos e programas;
cumprimento das polticas, procedimentos, normas legais e regulamentos, metas e
objetivos compreendidos na rea auditada;
exame e avaliao das aplicaes de recursos, observando o cumprimento de normas
legais, institucionais e aspectos contratuais pertinentes;
avaliao do alcance dos objetivos das operaes financeiras, investimentos,
imobilizaes, obrigaes, despesas, receitas, fundos e programas, etc.;
exame e avaliao das fontes de recursos, observando os aspectos econmicos acerca
da tempestividade de sua aplicao;
exame e avaliao da rentabilidade das aplicaes e sua contribuio na formao do
resultado da empresa;
transparncia, adequao e tempestividade das informaes, particularmente em
relao aos Princpios Fundamentais de Contabilidade;
emisso de opinio sobre as Demonstraes Contbeis, fundos e programas e planos
de natureza financeira, institudos ou administrados pela empresa;
assessoramento ao Conselho Fiscal, em matria compreendida no mbito de sua
competncia especfica; e
acompanhamento dos trabalhos de auditoria independente.
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no processo decisrio decorrente da aplicao de sistemas, polticas, critrios e
procedimentos.
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em relao ao meio ambiente dever considerar a existncia de relatrio de impacto
ambiental; as polticas traadas pela alta administrao. preciso saber como e quanto a
utilizao predatria dos recursos naturais degrada a qualidade do meio ambiente, afeta
a vida de uma populao ou mesmo o valor de uma propriedade prxima s instalaes
da empresa.
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recomendar, quando julgar oportuno, medidas preventivas ou saneadoras de problemas
identificados em vista observao de procedimentos, polticas, diretrizes, com o
objetivo de evitar falhas, fraudes e ocorrncias que possam abalar a empresa;
instituir e manter atualizados os manuais de procedimentos de auditoria, o Plano Anual
de Atividades de Auditoria, bem como os Programas de Auditoria;
efetuar a avaliao do pessoal sob sua responsabilidade;
coordenar os programas de treinamento de seus subordinados.
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discutir, com as reas auditadas, os assuntos abordados nos relatrios;
elaborar parecer sobre assuntos relacionados aos controles internos da empresa,
quando solicitado pela administrao;
avaliar o pessoal sob sua responsabilidade;
cooperar no exame do Processo de Prestao de Contas, no caso de empresas estatais;
verificar, nas reas auditadas, a adoo das recomendaes feitas.
O auditor interno, por ser funcionrio da empresa, no raras vezes tem sua
autonomia questionada. Somente com um posicionamento profissional diretamente
ligado a conceitos ticos, ele poder consolidar sua condio de autonomia para
executar suas atividades. O auditor precisa de autonomia e credibilidade para poder
revisar e avaliar polticas e planos, procedimentos, normas, operaes e registros, de
maneira a contar com a absoluta confiana e apoio dos auditados, do corpo gerencial e
da alta administrao.
Faz-se mister que o auditor interno, no desempenho de suas atividades,
imprima qualidade excepcional aos seus relacionamentos profissionais, atuando como
consultor, isto , esclarecendo dvidas medida que elas surgem, identificando a
origem dos problemas detectados e discutindo prontamente a soluo com seu auditado,
sempre agindo com lisura, pacincia, educao, respeito, criatividade e senso crtico. A
adoo deste posicionamento tornar o auditor interno um profissional mais respeitado,
consolidando sua credibilidade junto organizao.
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Fatalmente haver o constrangimento profissional, e a perda da autonomia,
condio indispensvel realizao de um trabalho adequado. recomendvel que o
auditor interno esteja subordinado ao nvel mais elevado possvel dentro da
organizao, como ao Presidente da entidade. Isso refletir diretamente sobre a
qualidade do trabalho executado e sobre os resultados que este propiciar empresa.
Outra razo para esta linha de vinculao que, estando o auditor vinculado a
um diretor, isso poder afetar a credibilidade do seu trabalho, na medida em que
possa ser visto pelas demais diretorias como um membro daquela verificando transaes
das outras. Consequentemente, a vinculao do auditor interno diretamente ao
Presidente ou Conselho de Administrao, ou Diretoria como Colegiado, passa a ser
condio fundamental para a aceitao da Auditoria Interna como um real instrumento
de controle e assessoria til para a empresa.
O Relatrio do auditor o produto final do seu trabalho e, como tal, deve ser
apresentado, visto e entendido pelo auditado, ou mesmo pelo usurio da auditoria.
Considerado como veculo principal de relacionamento entre o auditor e a entidade
auditada, o Relatrio documento tcnico e deve obedecer a normas de apresentao,
forma e objetivos.
O Relatrio o ponto de ligao entre o trabalho planejado e o efetivamente
realizado. o instrumento que revela administrao da empresa a qualidade e a
contribuio da Auditoria Interna, suas constataes, opinies tcnicas e
recomendaes. Serve tambm como documento de avaliao do trabalho efetuado pelo
auditor, podendo ser enquadrado nas seguintes situaes:
execuo de um trabalho incompleto: sem examinar fatos relevantes, no reportando
situaes importantes;
execuo de um trabalho com impercia: exame dos fatos sem a constatao quanto a
ineficincia e desacertos;
execuo de trabalho com negligncia: verificaram-se fatos desabonatrios e no
foram relatados, ou o foram com ineficincia, no possibilitando avaliaes precisas.
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O Relatrio deve conter avaliaes precisas dos fatos verificados,
recomendando mudanas que visem ao saneamento das irregularidades levantadas,
estabelecendo controles e conferncias que possibilitem elimin-las em definitivo. O
Relatrio deve, alm de objetivo, ser oportuno, possibilitando a adequada tomada de
deciso pela administrao da empresa.
Nos dias de hoje, prtica comum nas grandes empresas, que tm suas
demonstraes contbeis examinadas por auditores independentes, a participao
significativa da Auditoria Interna nos trabalhos.
Apesar de no apresentarem o mesmo enfoque quanto atuao, algumas
avaliaes so semelhantes em nvel interno como externo, possibilitando, a este ltimo,
um melhor desempenho e estendendo suas avaliaes a rotinas no verificadas
anteriormente.
Como resultado deste entrelaamento de atividades, ocorrer uma avaliao
melhor por parte dos auditores independentes, na medida em que seu trabalho ser
direcionado a fatos especficos de grande relevncia para a empresa, evitando a
repetio de trabalhos j minuciosamente examinados pela Auditoria Interna. A
constante utilizao dos trabalhos da Auditoria Interna ir influenciar a auditoria
independente no sentido de avaliar a atuao daquela.
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a) Controles organizacionais;
b) Controles gerais das atividades;
c) Controle do sistema de informaes;
d) Controles internos contbeis;
e) Princpios e mtodos de contabilidade.
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com a finalidade de emitir uma opinio sobre a gesto quanto aos aspectos da eficincia,
eficcia, economicidade, efetividade e qualidade, procurando auxiliar a administrao
na gerncia e nos resultados, por meio de recomendaes que visem aprimorar os
procedimentos, melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencial.
A auditoria operacional tem por objetivo a reviso metodolgica da atividade ou
segmentos operacionais, buscando avaliar se os recursos da organizao esto sendo
usados de maneira eficaz e eficiente para atingir os objetivos operacionais. um
processo de avaliao de riscos e de sistemas de controles internos inerentes atividade
operacional, comparado com o esperado, o que propicia, inevitavelmente, a
apresentao de recomendaes destinadas a melhorar o desempenho e aumentar o xito
da organizao, luz das mais modernas tcnicas de execuo desses servios.
Assim, a priorizao dos projetos de auditoria operacional inicia-se com a
definio dos fatores de risco considerados mais importantes para a Empresa. Essa
definio deve ser feita em conjunto com os executivos da empresa e deve levar em
considerao, dentre outros aspectos, as maiores preocupaes da alta administrao
com relao aos riscos inerentes ao desenvolvimento dos negcios e ao ambiente de
controles internos da empresa como um todo.
A fase de avaliao dos fatores de risco , talvez, a mais importante no
desenvolvimento de um processo de auditoria operacional, haja vista que dessa
avaliao ser delineado todo o processo de planejamento dos trabalhos a serem
executados, sua extenso e seus resultados esperados.
Alm da avaliao dos controles internos a auditoria operacional atua nas
seguintes reas:
- Compras, Contas a Pagar e Pagamentos;
- Custos, Controle da Produo e Estoques;
- Vendas, Contas a Receber, Recebimentos;
- Contabilidade Fiscal;
- Pessoal e Folha de Pagamento;
- Segurana e Higiene do Trabalho;
- Contratos com Terceiros;
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A presente metodologia para abordagem de trabalhos de auditoria
operacional prev pelo menos sete etapas para a sua realizao e leva em conta que h
a necessidade de se hierarquizarem as prioridades ao longo do tempo em funo da
materialidade, riscos e mudanas de cenrio tendo em vista que os recursos
disponveis so escassos e os custos elevados.
De acordo com a realidade de cada organizao alguns passos podero ser
eliminados, bem como outros a critrio de quem planejar a abordagem, podero ser
adicionados. As sete etapas so:
I - Anlise de risco;
II - Levantamentos preliminares;
III- Planejamento do trabalho e elaborao de programa especfico;
IV - Execuo dos trabalhos de campo;
V - Elaborao do relatrio com recomendaes;
VI - Acompanhamento da implementao das recomendaes;
VII - Realimentao do sistema de informaes gerenciais com os novos elementos
colhidos durante a auditoria;
I - Anlise de Risco
De posse de informaes coletadas ao longo do exerccio social atravs de
entrevistas, anlise das demonstraes contbeis, anlise do relatrio de atividades,
anlise dos relatrios e pareceres de auditoria interno e externo, a empresa responsvel
pela auditoria elabora a composio de criticidade que representa o conjunto de indcios
e constataes relevantes passveis de exames. Trata-se da composio dos problemas
efetivos ou potenciais identificados em determinado perodo de tempo.
Em funo desses elementos monta-se uma Matriz de Risco, levando-se em
considerao tambm as melhorias implantadas pela organizao e as economias
obtidas que so elementos de diminuio de riscos. As principais variveis que
compem a Matriz de risco so a Materialidade, a Relevncia e Criticidade.
A Matriz de Risco oferece um primeiro indicativo de prioridades que serviro
de suporte tomada de deciso sobre que aes deveriam ser priorizadas.
Evidentemente, como o perfil de informaes de cada Organizao varivel a Matriz
de Risco apenas mais um elemento de anlise. Cabe s chefias de auditoria analisarem
estas informaes e luz da experincia e viso de conjunto do universo de
Organizao sob sua jurisdio proporem uma hierarquizao programtica.
II - Levantamentos Preliminares
A abordagem desta etapa compreende um amplo diagnstico levantando-se
pormenorizadamente o que faz a organizao e como realiza suas operaes.
Sinteticamente, busca-se nesta etapa a familiarizao com o ambiente a auditar.
O enfoque do levantamento preliminar o de conhecer a organizao a ser
auditada, identificando as principais reas e atividades, levantando os principais fluxos
operacionais, identificando os principais controles e procedimentos da Organizao. A
razo desse procedimento se justifica medida que se procuram reas em que os riscos
sejam mais elevados, os benefcios possam ser maximizados, os custos reduzidos e os
processos melhorados.
Os resultados do levantamento preliminar devem ser registrados e relatados para
utilizao no planejamento e execuo dos trabalhos de auditoria.
A seguir so apresentados os principais passos desta etapa:
26
1. Conhecer a legislao, as normas internas e disciplinamentos inerentes organizao
objeto da auditoria, as atividades e ambiente externo;
2. Conhecer as diretrizes a que se encontram subordinada a Organizao;
3. Conhecer a misso ou tipo de negcio que a Organizao se dedica com nfase nos
produtos ou servios principais;
4. Relacionar as autoridades com responsabilidades de conduo da Organizao;
5. Levantar o histrico e antecedentes das atividades da Organizao, inclusive com
relao as unidades de auditoria interna e auditorias independentes, quando houver;
6. Conhecer o segmento empresarial em que a Organizao atua;
7. Levantar informaes veiculadas nos meios de comunicao a respeito da
Organizao;
8. Visitar as instalaes que, alm de proporcionar seu conhecimento fsico, visa obter
informaes sobre:
8.1. a situao econmico-financeira e patrimonial da Organizao;
8.2. a estrutura da Organizao;
8.3. a infraestrutura empresarial especfica da Organizao em questo (planejamento,
organizao, direo, controle etc);
8.4. os mtodos de operao da Organizao (manuais, rotinas etc);
8.5. as fontes e montante de recursos que so geridos pela Organizao;
8.6. a auditoria interna, da auditoria independente e de consultores, sobre possveis
deficincias na Organizao;
8.7. os controles internos da Organizao;
8.8. as avaliaes dos dirigentes e outros atores quanto s vantagens e fraquezas
existentes na Organizao.
FASE I
Esta fase ser normalmente executada pelo chefe ou coordenador de auditoria ou
auditor designado para efetuar o planejamento, e compreender os seguintes passos:
1. Diagnstico a respeito da Organizao efetuado com base nos dados obtidos nos
levantamentos preliminares;
2. Pr-planejamento geral, onde o responsvel pelo trabalho, com base nos estudos
efetuados com dados da etapa de levantamentos preliminares, procurar delimitar reas
ou sistemas na Organizao, que nesta fase e com as informaes que se dispe
evidenciem a existncia de riscos;
2.1. Com base em Sistema de Anlise de Riscos da empresa responsvel pela Auditoria,
ser estabelecido ranking decrescente das reas ou sistemas que lhe paream apresentar
riscos potenciais;
2.2. Com base no ranking, ser estabelecido um Ciclo de Auditoria inicial que sugerir o
primeiro trabalho de auditoria operacional a ser realizado na Organizao sob anlise;
3. Relativamente a este primeiro trabalho definir:
3.1. Objetivos;
3.2. Equipe, em quantidade e qualificao dos auditores;
27
3.3. Durao dos trabalhos.
FASE II
Esta fase ser executada j pela equipe de auditoria convocada pelo dirigente e
compreender os seguintes passos:
1. Planejamento em si, onde a equipe aps estudar os dados sua disposio (neste
passo, de uma maneira mais profunda) delimitar as reas ou sistemas que ofeream
riscos potenciais;
NOTA: Estas reas ou sistemas podero ser diversos das anteriormente
definidas pela gerncia, coordenao ou auditor designado.
2. A equipe definir critrios especficos de riscos, para a Organizao em questo, com
a finalidade de estabelecer ranking decrescente das reas ou sistemas que apresentem
riscos potenciais.
NOTA: Estas reas ou sistemas podero ser diversos dos anteriormente definidos
pela gerncia, coordenao ou auditor designado.
3. Com base no ranking, proposto a equipe estabelecer um Ciclo de Auditorias a ser
aplicado na Organizao e confirmar ou redefinir o primeiro trabalho de Auditoria
Operacional a ser realizado na Organizao sob anlise;
3.1 Caso ocorram dvidas na determinao das reas ou sistemas a abordar, uma nova
visita s instalaes pode se tornar necessria;
NOTA: Havendo modificao nas reas ou sistemas a abordar, a equipe, os
objetivos e a durao dos trabalhos podero ser modificados.
4. A equipe definir os objetivos da auditoria e o alcance de cada um e o que se pretende
obter em cada rea exame neste primeiro trabalho de Auditoria Operacional a ser
desenvolvido na Organizao;
5. A equipe far a determinao precisa do escopo.
NOTA: Numa auditoria operacional, escopo quer dizer determinao da
atividade ou atividades a serem examinadas e mtodos gerais ou de reviso a serem
aplicados no exame, podendo se aplicar a toda a organizao, dependendo do porte, ou
somente a algumas de suas atividades, isoladamente ou combinadas. extremamente
importante estabelecer o escopo a um nvel capaz de resultar uma auditoria significativa
e um trabalho passvel de ser feito dentro de um prazo realisticamente aceitvel.
6. A equipe desenvolver o Programa de Auditoria Operacional especfico para o
primeiro trabalho de auditoria, compreendendo:
6.1. Objetivos;
6.2. Procedimentos;
6.3 Critrios de Auditoria e os Padres de Desempenho associados cada critrio;
6.4. Papis de Trabalho.
NOTA: Convm salientar que somente neste passo, onde j esto definidas as
reas ou sistemas a auditar, as presumveis deficincias e o que exatamente se quer
melhorar, que pode ser desenvolvido o Programa de Auditoria para esta situao
especfica, pois no tem sentido um Programa de Auditoria Operacional genrico.
7. Determinao final dos recursos necessrios realizao do trabalho, incluindo os
financeiros, materiais, logsticos e humanos.
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Consiste em verificar as atividades em exame, com vista a avaliao dos
processos utilizados e proposio de medidas corretivas, caso sejam constatados desvios
e inconsistncias. A seguir so apresentados os passos desta etapa:
1. Aplicar o Programa de Auditoria.
2. Sugerimos o seguinte fluxo para abordagem e anlise dos resultados.
NOTA: Na fase de execuo do trabalho de campo, recomenda-se que seja
includa a coleta de informaes e dados que venham a auxiliar o planejamento da
prxima auditoria do ciclo definido.
COMPARAR
(EVIDNCIA OU ACHADO
DE AUDITORIA)
ANALISAR E DETERMINAR
CAUSA/EFEITO DAS
DIVERGNCIAS
PROPOSIA DE SOLUES
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O relatrio de auditoria dever apresentar as vantagens e fraquezas, causas e
consequncias identificadas, bem como comentrio positivo quando for o caso, servindo
de base para implementao de aes gerenciais pelo Gestor da rea auditada e conter as
recomendaes para correo dos desvios. A seguir so apresentados os passos desta
etapa:
1- AUDITORIA CONTBIL
Segundo Costa (1995), a gnese da auditoria contbil reside na necessidade de
conferir credibilidade prpria informao financeira evidenciada nas demonstraes
financeiras.
A auditoria contbil consiste num processo sistemtico de obter e avaliar,
objetivamente, a evidncia no tocante as asseres sobre aes e acontecimentos
econmicos, de forma a comprovar o grau de correspondncia entre estas asseres e os
critrios estabelecidos e comunicar os resultados aos utilizadores (AAA, 1973).
2 AUDITORIA TRIBUTRIA
Restringindo o mbito conceitual da auditoria contbil, poderemos encontrar o
conceito de auditoria tributria. Esta tem por objetivo fazer um exame situao fiscal
da empresa, tendo em vista o controle da sua regularidade fiscal.
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Esta regularidade ou legalidade fiscal norteada pelos princpios definidos
pelas normas e doutrinas fiscais, a valorimetria, as normas de incidncia, liquidao e
cobrana, as regras de reteno na fonte e as obrigaes contabilsticas e declarativas
(Loureno, 2000).
Neste sentido, a auditoria tributria persegue um objetivo duplo, em primeiro
lugar o de comprovar que a entidade cumpriu, adequadamente, as obrigaes tributrias,
se provisionou corretamente os riscos derivados de possveis contingncias fiscais e, em
segundo lugar, se procedeu ao pagamento efetivo do tributo de acordo com os prazos e
formalismos legais (Valderrama, 1996).
2.1- Consideraes
O conceito de auditoria tributria engloba contedos diferentes em funo da
pessoa que a realiza. Assim, se estivermos perante um auditor de contas (auditor
financeiro), a auditoria tributria poder ser percepcionada como uma componente
restrita da auditoria contbil.
Em contrapartida, se este tipo de auditoria for desempenhada, grosso modo, por
um Tcnico da Administrao Fiscal, ento estamos a falar de um processo de auditoria
independente, com um sentido prprio e dissociado do processo sistemtico de auditoria
contbil.
Verificamos assim que a auditoria tributria constitui a componente externa da
auditoria contbil levada a cabo por uma entidade pblica ou governamental, que
poder ser o Tribunal de Contas da Unio.
A auditoria tributria possui como escopo fundamental o de minimizar a
diferena existente entre o imposto declarado pelos contribuintes e o imposto
potencialmente definido pela Lei, com o objetivo amplo de combate fuga e evaso
fiscal.
Neste sentido, o auditor tributrio no se limita a efetuar um relatrio sobre a
existncia, sendo caso disso, de crditos contingentes, mas a propor liquidaes
tributrias (que podero ser liquidaes adicionais ou liquidaes oficiosas), que se iro
constituir em dvidas tributrias originando, eventualmente, as respectivas penalidades.
No entanto, como j verificamos, a auditoria tributria constitui,
conceitualmente, uma derivao da auditoria contbil, sendo assim, h um tronco
comum de objetivos que podero ser sintetizados no exame fiscal da empresa, tendo em
vista o controlo da regularidade, (Chadefaux, 1987), assim como o conhecimento de
erros e riscos.
31
Desta forma, as declaraes fiscais dos contribuintes representam, ao contrrio
da auditoria contbil, o ponto de partida da auditoria tributria. A sua recolha e
tratamento estatstico ir permitir a evidenciao de dados que, comparados com valores
associados a ndices de rentabilidade fiscal, entre outros, do sector a que pertencem,
facultam uma viso sobre o risco de evaso fiscal em causa.
No entanto, tal como na auditoria contbil, a auditoria tributria, no seu
procedimento, tenta reconstruir o percurso inverso ao da obteno da informao
financeira (declarada), na procura das evidncias sobre as asseres includas nas
declaraes fiscais.
A auditoria tributria dever ser enquadrada, definitivamente, como um ramo
integrante da Auditoria Financeira. As caractersticas peculiares do auditor e utilizadores
da informao reportada, no podero condicionar um distanciamento conceptual que se
assiste no atual momento.
O procedimento tributrio de inspeo dever ser encarado, desde a sua gnese,
como um procedimento de auditoria, na sua concepo mais abrangente. No entanto, as
caractersticas peculiares da Inspeo Tributria (no nos poderemos esquecer que
estamos perante um procedimento tributrio, com as condicionantes legais inerentes)
devem, necessariamente, ser tidas em conta nesta abordagem.
Aps este enquadramento conceptual, devemos problematizar conceitos como
o de risco, a materialidade, o processo de seleo e a comunicao dos resultados, tendo
em vista o alcance de economias de escala nos procedimentos inspectivos.
Este estudo visa essencialmente alertar as conscincias para este campo de
estudo no mbito da investigao cientfica, cujos resultados, a serem absorvidos no
mbito dos procedimentos inspectivos, podero ajudar num objetivo que dever ser
comum, o do combata fuga e evaso fiscal.
32
demonstraes financeiras, ignorando os controles internos, o auditor dever concluir
que o risco inerente elevado (Arens et al., 2002).
Ao nvel da auditoria tributria, podemos equiparar o risco inerente ao prprio
risco de evaso fiscal. Julgamos que eficientes critrios de seleo de contribuintes a
inspecionar devero partir de uma anlise prvia desta componente de risco. A inteno
do Governo em levar a cabo aes de fiscalizao incidindo sobre contribuintes de
acordo com critrios de risco de evaso fiscal um primeiro passo na direo certa
(Pereira, 2002).
I Disponvel
33
As disponibilidades so recursos de propriedades da entidade, representadas por
caixa e equivalentes de caixa, disposio para uso imediato e irrestrito.
Como caixa e equivalentes de caixa compreendem-se: saldo de moeda em caixa
ou conta bancria e outras contas que tenham as mesmas caractersticas de liquidez e de
disponibilidade imediata (Ex: aplicaes financeiras com liquidez imediata, aplicaes
em ouro, etc.).
Critrios de avaliao:
a) as contas do disponvel so representadas, na maioria das vezes, pelo seu valor
nominal, geralmente no existe dificuldade de avaliao.
b) as disponibilidades em moeda estrangeira devem ser convertidas na data do balano
em moeda corrente do Pas, taxa vigente naquela data.
c) As aplicaes em ttulos negociveis com conversibilidade imediata devem ser
avaliadas pelo custo de aquisio, acrescidos dos rendimentos calculados
proporcionalmente ao perodo decorrido desde a data de aquisio e deduzido, se
necessrio, da proviso para ajuste ao valor de mercado.
d) as aplicaes temporrias em ouro e em aes (como ativo financeiro) devem ser
avaliadas a valor de mercado.
A verificao das disponibilidades envolve os requisitos bsicos para a
constatao da sua existncia, para isso o auditor deve determinar:
a) existncia de vrios caixas;
b) fundo fixo ou caixa;
c) existncia de vrias contas bancrias;
d) manuteno de contas especiais; e
e) contas bancrias encerradas.
Outros itens peculiares que devem ser considerados:
a) Controle interno: eficiente e seguro;
b) Conciliaes: revisadas/refeitas, sem erro/incorrees;
c) Confirmaes diretas: junto a banco, clientes, fornecedores;
d) Operaes incomuns: anlise at que o auditor se satisfaz;
e) Contagem dos valores:
- A contagem deve ser de surpresa dos valores em caixa;
- Deve ser feita na presena do responsvel;
- No fim, pegar declarao na folha de trabalho do auditor, de que recebeu de
volta os valores envolvidos;
- Se houver mais de um caixa, a contagem deve ser simultnea;
- Verificar no apenas dinheiro ou cheque, mas outros de pronta liquidez.
Checklist
DISPONIBILIDADES
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Procedimentos
efetuados por:
1. Verificar se o controle interno est de acordo com as rotinas e os testes.
2. Solicitar que o cliente confirme, em formulrio, todos os saldos bancrios.
3. Remeter formulrios de confirmao dos saldos at a data da conciliao.
4. Remeter segundo pedido, se no houve resposta em vinte dias.
5. Conferir todas as respostas recebidas, verificar se atendem ao necessrio.
6. Verificar se as respostas foram incompletas, com erros.
7. Verificar o ltimo cheque emitido na data da conciliao.
8. Conte e relacione dinheiros, cheques e outros comprovantes.
9. Efetue os seguintes procedimentos com relao aos cheques:
a) Verifique se foram lanados corretamente nos registros.
b) Verifique se foram prontamente depositados no banco.
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c) Verificar cheques descontados em caixa e os pr-datados.
d) Determinar depsito imediato de cheque do pessoal interno, se houver.
10. Verificar os comprovantes: aprovao, autenticidade, data, registros etc.
11. Obter cpia das conciliaes bancrias.
12. Preparar um resumo, da conta bancos-BP p/arquivo em papis de trabalho.
13. Obter cpia das conciliaes e dos extratos e testar os itens pendentes.
14. Conferir os saldos finais com livro caixa, razo, extratos.
15. Testar os recebimentos pendentes.
16. Testar os pagamentos e outras operaes pendentes.
17. Investigar e anotar o que encontrou de incomum nas conciliaes.
18. Acompanhar a movimentao das pendncias nos livros e extratos.
19. Obter e reter os extratos do ms subsequente data da conciliao.
20. Examinar outros dbitos feitos pelo banco no extrato.
21. Investigar os registros para ver se no foi lanado cheque aps o corte.
22. Investigar os registros para ver se no foi lanado cheque antes do corte.
23. Investigar os cheques devolvidos: nome, beneficirio, endosso etc.
24. Obter do cliente documentos comprobatrios dos depsitos em trnsito.
25. Testar outros saldos de depsitos: vindos do mercado aberto e outros.
26. Anotar, sinteticamente, sua concluso sobre as contas examinadas.
35
Checklist
CONTAS A RECEBER E PCLD
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Procedimentos
efetuados por:
1. Verificar o questionrio de Controle Interno desta rea.
2. Examinar os registros e verificar se as contas esto regularmente escrituradas.
3. Preparar um papel de trabalho com anlise geral das contas a receber.
4. Determinar quais as contas que sero analisadas por meio de circularizao.
5. Obter listagem individual das contas a receber na data escolhida para seleo.
6. Se o critrio de seleo for amostragem, testar a soma da listagem.
7. Efetuar o corte de vendas para a data da confirmao.
8. Selecionar devedores constantes da lista para confirmao.
9. Preparar papel de trabalho com os dados dos devedores selecionados.
10. Anotar se a empresa faz qualquer objeo sobre os saldos escolhidos p/teste.
11. Entregar os formulrios, cartas de circularizao, ao cliente para assinatura.
12. As cartas devem ser devolvidas ao auditor para controle e confirmao.
13. Feito pelo Auditor: envelopar as cartas e colocar no correio.
14. Verificar a necessidade de remeter uma segunda carta, se a 1. no retornou.
15. Verificar se as respostas obtidas contem divergncias (propor ajustes).
16. Se no obtiver resposta, analisar NF, boletos de cobrana, valores recebidos etc.
17. Comparar: o total a receber, valores circularizados e as respostas obtidas.
18. Obter relao: de emprstimos a diretoria, funcionrios e outras contas a receber.
19. Verificar a autorizao de alguns emprstimos a diretores e funcionrios.
20. Verificar contratos/recibos de adiantamento a fornecedores, caues etc.
21. Examinar transaes vultuosas/excepcionais na data do BP em exame.
22. Verificar se o corte de vendas foi feito conforme programa de estoque.
23. Examinar as notas de crdito emitidas e as de devoluo aps a data do BP.
24. Examinar os receber subsequentes ref. aos saldos em aberto na data do BP.
25. Verificar as vendas a prazo e as despesas de cobrana, manuteno, garantia.
26. Atentar para a classificao entre circulante e longo prazo, e a reclassificao.
27. Anotar Contas a Receber e giro de vendas na pasta Permanente p/PCLD.
28. Obter anlise das contas a receber por data de vencimento e testar p/PCLD.
29. Considerar a PCLD a luz da Lei, histrico das baixas, cadastros de clientes etc.
30. Verificar se existe nus reais sobre as contas a receber para clculo da PCLD.
31. Anotar a concluso sobre as contas examinadas neste programa.
III Estoques
O principal objetivo da anlise dos estoques :
a) assegurar-se de que os estoques existem e so de propriedade da empresa auditada;
b) determinar a existncia de nus pesando sobre os estoques ou parte deles, e qual a
natureza do nus;
c) determinar se os estoques so apropriados para sua finalidade e se tem condies de
realizao: verificar se h obsolescncias, defeitos, m conservao, prazo validade;
d) examinar os critrios de avaliao e a adequao desses critrios, tendo em vista os
princpios fundamentais da contabilidade e a correo de clculos.
Ao analisar os estoques o auditor deve acompanhar o inventrio fsico, que um
dos maiores itens do BP. uma tarefa rdua e demorada. Ele deve concentrar ateno
nos principais pontos abaixo:
a) estabelecer horrio e que haja arrumao adequada;
b) determinar que os produtos acabados sejam os primeiros a serem contados;
c) determinar com antecedncia os itens de pouca movimentao ou obsoletos;
d) determinar que os controles (fichas eletrnicas) ficam sob custdia do responsvel
pelo setor at o trmino do inventrio;
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e) indicar pessoa exclusiva para ser responsvel pelo corte de documentao: entrada,
sada, requisio e etiquetas;
f) determinar que a liberao da rea seja feita em conjunto por: responsvel pelo setor e
a auditoria;
g) assegurar-se da real existncia e propriedade dos bens;
h) verificar se os itens contados foram includos no inventrio;
i) conferir os clculos das folhas de inventrio: R$ Unit. x Qtde. etc.;
j) verificar se h estoque armazenado junto a terceiros;
l) observar cuidadosamente os estoques para ver se existem embalagens vazias e esto
sendo contadas como cheias;
m) pedir que determinadas embalagens sejam abertas;
n) seja realizado com antecipao data do Balano;
o) conveniente que o inventrio seja feito sem interrupo;
p) outros procedimentos que o auditor julgar necessrio.
Concludo o trabalho do inventrio normal que sejam apuradas diferenas em
relao aos registros.
Se tais diferenas forem relevantes, devem ser propostos ajustes nos registros
para que o montante que figurar no BP seja correto e adequado.
O auditor abrir uma folha de Papel de Trabalho para demonstrar e registrar os
ajustes propostos e como chegou a eles.
Os Cortes (cut-off) consiste em determinar o momento em que os registros
contbeis refletem o levantamento do inventrio. Verificar os ltimos registros na data
do corte, (exemplo 5 dias antes e depois), para ver se o inventrio registrou
corretamente as operaes que devem figurar no BP.
A avaliao dos Estoques deve obedecer ao princpio contbil: avaliao pelo
preo de custo ou mercado, dos dois o menor, e deve ser uniforme no tempo.
Os mtodos de avaliao dos Estoques so: custo real especfico; custo mdio
ponderado; sistema de custo PEPS; sistema de custo UEPS.
O auditor verificar se o mtodo adotado obedece aos princpios contbeis e
fiscais.
Checklist
ESTOQUES
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Procedimentos
efetuados por:
1. Verificar se o controle interno est de acordo com o questionrio de CI.
2. Certificar-se de que o programa para observao foi devidamente respondido.
3. Revisar os procedimentos da empresa para efetuar as contagens.
4. Efetuar o corte: entradas, sadas, estoques, contas a pagar, receber e outras.
5. Testar itens maiores e menores e ver se esto includos no inventrio final.
6. Verificar as relaes finais do inventrio e ver se tem itens significativos no
contados.
7. Verificar material em processo de fabricao e ordens de fabricao.
8. Examinar alguns dos maiores itens e seus respectivos contratos, ver clusulas.
9. Revisar os critrios utilizados para avaliar cada classe de estoques.
10. Se avaliado a preo de mercado, mostrar em papel de trabalho os clculos.
11. Verificar a quantidade representativa de itens de cada classe de estoque.
12. Testar os clculos dos maiores itens e de alguns menores de estoque.
13. Testar a soma das folhas individuais do inventrio. Conferir com o razo.
14. Se inventrio feito antes do encerramento do exerccio, ver lanamentos no Razo.
15. Ver itens obsoletos, danificados etc, seus valores e se tem ou no proviso.
16. Se o corte foi antes do encerramento do exerccio fazer novo corte no
encerramento.
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17. Ver a forma de contabilizao do ICMS no registro dos estoques.
18. Ver se tem estoque que foi dado como garantia, penhor ou cauo.
19. Verificar se os lucros entre controladas e filias foram eliminados.
20. Verificar se as devolues na data do inventrio retornaram aps o inventrio.
21. Demonstrar em papel de trabalho, os ajustes necessrios pelo inventrio.
22. Verificar se a empresa usa custo padro e se as despesas esto sendo apropriadas.
23. Verificar a apropriao dos custos vinculados a construes, montagens.
24. Verificar a necessidade de estoque quanto realizao normal de vendas.
25. Verificar a existncia de compromisso de compra e venda e a sua proviso.
26. Anotar em papel de trabalho, a concluso sobre as contas examinadas.
IV Investimentos Relevantes
Conceito de relevncia do investimento segundo a Instruo CVM 247/96 Art. 4
- Considera-se relevante o investimento: quando o valor contbil do investimento em
cada coligada for igual ou superior a 10% (dez por cento) do patrimnio lquido da
investidora; ou quando o valor contbil dos investimentos em controladas e coligadas,
considerados em seu conjunto, for igual ou superior a 15% (quinze por cento) do
patrimnio lquido da investidora.
coligada quando o investimento, embora relevante no suficiente para dar
investidora predomnio nas decises administrativas da investida.
controlada quando a investidora pode exercer o predomnio nas decises
administrativas da investida.
A equivalncia patrimonial Consiste em determinar a parcela percentual
do capital realizado da investida (coligada ou controlada) que pertena investidora.
Exemplo = Lucro Um investimento de 30 sobre um capital de 100.
30% do capital pertence a investidora. Caso tenha um PL de 150 x 30% = 45 cabe a
investidora, logo, um acrscimo de 15 sobre o investimento.
Exemplo = Prejuzo Um invest. de 30 sobre um capital de 100. Se tiver prejuzo e o
PL for de apenas 60 x 30% = 18. investidora corresponder apenas 18, com um
decrscimo de 12 sobre o investimento. Essa uma frmula simplificada de demonstrar,
preciso ver se tem eliminaes de participaes recprocas e os tipos de aes.
38
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Procedimentos
efetuados por:
1. Verificar a existncia de investimentos no BP anterior e atual e compar-los.
2. Verificar se ocorreu movimentao durante o exerccio e o registro de lucro/gio.
3. Quanto aos investimentos que permanecem:
a) Verificar se houve recebimento de lucros/dividendos e se foram contabilizados.
b) Verificar se houve recebimento de bonificaes, novas aes ou aumento do R$ da
ao.
c) Fazer teste da relevncia conforme o conceito legal.
d) Verificar a existncia fsica dos ttulos de propriedade dos investimentos.
e) Verificar se esto em poder da empresa, em custdia e se tem nus sobre eles.
4. Ver se tanto coligada quanto controlada observaram as condies legais do MEP.
5. Quando controlada/coligada tiver sido auditada por outro auditor ou no teve
auditoria:
a. Obter as DC da investida, com data no superior a 60 dias;
b. Se na controlada/coligada for outro auditor, mencionar no relatrio;
c. Verificar se os critrios contbeis na investidora e investida foram os mesmos;
d. Fazer verificao integral dos ajustes efetuados;
e. Se no houve auditoria, avaliar a possibilidade de realiz-la;
f. Ver os critrios contbeis adotados e excluso das participaes recprocas
6. Investigar eventos e transaes subsequentes data do BP da investida.
7. Verificar o percentual de participao da investidora no PL da investida:
a) Verificar a correta aplicao desse percentual sobre o PL das investidas.
b) Se positivo, ver se foi constitudo reserva de lucros a realizar.
c) Se negativo, ver se h proviso para perdas em valores respectivos.
d) Verificar se foram contabilizados gio e os procedimentos da amortizao.
8. Finalizar os clculos da Equivalncia Patrimonial, anotados em papel de trabalho.
9. Preparar as necessrias Notas Explicativas, de acordo com a orientao legal.
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Quanto depreciao e amortizao o auditor verificar a uniformidade das
taxas ao longo do tempo sob condies constantes.
O exame Intangvel ficar concentrado na documentao que deu origem ao
lanamento, quanto autenticidade e formalismo inerente.
A Lei 11.941/09 extinguiu o diferido. E determinou sua reclassificao para o
resultado.
Checklist
ATIVO NO CIRCULANTE Imobilizado e Intangvel
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Procedimentos
efetuados por:
1. Verificar se o controle interno nesta rea est de acordo com o questionrio.
2. Preparar a demonstrao do ativo fixo e conciliar c/aqueles do incio do exerccio
3. Verificar as adies e conferir com as faturas dos fornecedores.
4. Testar os itens selecionados com as autorizaes para gasto com ativo fixo.
5. Inspecionar as contas de construes em andamento e a contabilizao.
6. Verificar se a depreciao foi devidamente calculada dos bens em operao.
7. Obter ou preparar resumo de baixas de ativo fixo durante o exerccio.
8. Testar a receita de itens vendidos atravs de notas fiscais.
9. Testar as autorizaes para itens baixados durante o exerccio.
10. Verificar se a depreciao dos itens baixados foi eliminada e o resultado
contabilizado.
11. Testar os dbitos das contas de reparos para ver se tem itens a imobilizar.
12. Testar a depreciao em base global e conferir com os lanamentos no razo.
13. Verificar se tem algum bem com valor residual significativo que est obsoleto.
14. Discutir com a empresa a base para avaliar os ativos ou baix-los.
15. Para construes, solicitar CND atualizada e conferir com os registros contbeis.
16. Dos veculos, inspecionar os documentos de propriedade.
17. Investigar a existncia de nus, penhor ou garantia sobre propriedade e bens.
18. Relacionar compromissos para aquisio de bens/construo na data do BP.
19. Testar os clculos de depreciao e se todos os bens esto sendo depreciados.
20. Preparar memorando para arquivo na pasta permanente sobre contabilizao:
a. Taxas de depreciao para as maiores categorias do ativo;
b. Apropriao das taxas de depreciao aos custos;
c. Ms em que cessa a depreciao sobre baixas;
d. Poltica de depreciao de equipamentos fora de uso;
e. Poltica do imobilizado de equipamentos fora de uso;
f. Poltica de contabilizao de ferramentas, sobressalentes e bens de pequenos R$;
g. Poltica de inventrio fsico de bens do imobilizado, comparando registrado e
ajustes;
h. Poltica de baixa do valor lquido contbil de bens retirados ou vendidos.
21. Verificar se a amortizao observa o prazo do contrato de locao, caso aluguel.
22. Anotar se algum ativo fixo de valor significativo no estiver sendo depreciado.
23. Anotar as concluses sobre as contas examinadas neste programa.
40
b) se existem ativos dados em garantia, que esto relacionados com as obrigaes;
c) se est correta a classificao nas demonstraes contbeis e se as divulgaes
cabveis foram expostas nas notas explicativas.
2 Para o teste do Imposto de Renda o auditor deve inspecionar o saldo inicial e final
do perodo com os papis de trabalho do ano anterior e com o razo geral da
contabilidade, e verificar se a apurao do lucro fiscal esta de acordo com a legislao
vigente utilizando o LALUR Livro de Apurao do Lucro Real. Em seguida, conferir
os clculos e verificar se os valores e percentuais esto corretos.
Confrontar o saldo contbil da conta impostos a recolher com a declarao do
imposto de renda e examinar as guias de recolhimento.
Para os demais impostos a recolher deve, realizar os seguintes procedimentos:
a) analisar a composio do saldo das contas;
b) confrontar o valor a recolher com os livros fiscais;
c) examinar as guias de recolhimento.
3 Para o teste das Obrigaes Trabalhistas deve analisar a composio dos saldos
contbeis dessas contas e confrontar os valores provisionados com a folha de
pagamento. Verificar se no grupo encargos sociais foi contabilizado todas as obrigaes
trabalhistas que incidam sobre os rendimentos dos funcionrios.
5 Para o teste das Provises para Contingncias deve enviar uma carta de
circularizao para os advogados da companhia obtendo informaes sobre a situao
atual e o provvel resultado dos processos pendentes.
41
da empresa junto a instituies financeiras do pas e do exterior, cujos recursos tm
como principal objetivo financiar seu capital de giro e adquirir bens do ativo
imobilizado.
O papel do auditor nessa rea verificar se todos os emprstimos e
financiamentos foram contabilizados corretamente, se os encargos financeiros foram
registrados de acordo com o regime de competncia e se as informaes financeiras
foram divulgadas adequadamente nas demonstraes financeiras sob exame.
Deve-se obter uma carta de circularizao das instituies financeiras e
certificar-se de que foram divulgados nas notas explicativas: as taxas de juros e as datas
de vencimento dos emprstimos e financiamentos a longo prazo, e as garantias ou nus
reais constitudos sobre elementos do ativo.
Caso a empresa mantenha transaes com alguma empresa ou pessoa do grupo
enviar uma carta de circularizao para partes relacionadas
Checklist
PASSIVO Circulante e No Circulante
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Procedimentos
efetuados por:
1. Verificar se o controle interno nesta rea est de acordo com o questionrio.
2. Preparar a demonstrao do passivo e conciliar c/aqueles do incio do exerccio
3. Realizar a contagem fsica das contas e dos ttulos a pagar.
4. Realizar a confirmao com fornecedores: dos emprstimos a pagar e das contas a
pagar.
5. Calcular os impostos a pagar.
6. Calcular a variao monetria/cambial dos emprstimos.
7. Calcular os juros a pagar.
8. Calcular as provises de frias, 13 salrio e demais encargos.
9. Examinar o livro de impostos a pagar.
10. Realizar a correlao entre estoque e fornecedores.
11. Relacionar os salrios a pagar com o resultado
12. Verificar a documentao comprobatria (contratos, avisos bancrios, planilha de
amortizao, etc.) tanto para os emprstimos e financiamentos recebidos quanto para
os pagos no perodo.
13. Verificar se os emprstimos e financiamentos foram classificados adequadamente
entre curto e longo prazo.
14. Observar se os emprstimos e financiamentos esto sendo liquidados dentro do
prazo.
15. Conferir o saldo inicial com os papis de trabalho da auditoria do ano anterior e
certificar se as somas esto de acordo com os contratos de emprstimos e
financiamentos.
16. Verificar se os clculos das amortizaes ou apropriaes esto corretos.
17. Verificar saldo da conta de encargos financeiros antecipados est classificado no
passivo deduzindo a conta de emprstimos e financiamentos a pagar.
18. Observar se os encargos financeiros foram classificados corretamente e se esto
sendo liquidados de acordo com as clusulas contratuais.
19. Anotar as concluses sobre as contas examinadas neste programa.
42
reunio de diretoria e/ou conselho de administrao; verificar a forma de integralizao
do capital; e verificar as adaptaes a Lei n 11.638/07.
Checklist
PATRIMNIO LQUIDO
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Procedimentos
efetuados por:
1. Verificar se o controle interno conforme descrito no questionrio de CI.
2. Revisar/atualizar as informaes da Pasta Permanente sobre as classes de aes.
3. Se tiver capital estrangeiro, obter o equivalente em moeda estrangeira.
4. Obter ou preparar mapa demonstrando a variao das contas do PL, para:
a. testar as somas verticais e horizontais;
b. testar os saldos iniciais com os do exerccio anterior;
c. conferir aumento do capital com a transcrio das Atas, e outros rgos de registro;
d. conferir a quantidade de aes e os procedimentos p/novas aes e c/registro em
livros.
5. Conferir a movimentao da conta Capital a Realizar, inclusive os recebimentos.
6. Assegurar-se de que os ttulos representativos das aes igualam o valor contbil.
7. Revisar livros: Registro Aes Nominativas/Registro Transferncia Aes e
verificar se igual ao Razo.
8. Verificar a existncia de aes caucionadas p/garantia emprstimos, fiana, avais...
(NE)
9. Conferir se todas as contas de capital esto conforme Legislao/Estatuto.
10. Conferir clculos das contas de Reservas se est conforme
Legislao/Estatuto/IRPJ.
11. Conferir movimentao dos saldos das contas de Resultado do Exerccio e
Acumulados.
12. Tudo anotado em Papis de Trabalho e dar Concluso sobre o exame da rea.
43
Checklist
CONTAS DE RESULTADO
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Procedimentos
efetuados por:
1. Fazer testes de Receitas e Despesas para apurar lanamentos indevidos. Critrios:
1.1. Selecionar contas com lanamentos a dbito:
1.1.1. Contas com saldos devedores c/lanamento de parcelas a crdito;
1.1.2. Contas com saldos credores c/lanamento de parcelas a dbito.
1.2. Fazer amostragem do item 1.1 e ver se h superavaliao de somas Deb./Cred.
1.3. Comparar dbitos do 1.2 (custos) com os crditos do estoque.
1.4. Comparar outros lanamentos selecionados no 1.2 com os registros finais.
2. Fazer testes p/apurar superavaliaes de lanamento de dbito compensando com
crditos. Usar os seguintes critrios de seleo e amostragem:
2.1. Dbitos provenientes da conta de vendas, relativos a:
2.1.1. Devolues, descontos: examinar as notas, documentos e autorizaes.
2.1.2. Outros: examinar os documentos comprobatrios e se h aprovao.
2.2. Dbitos provenientes de contas de devolues e descontos de vendas: 2.1 acima.
2.3. Dbitos provenientes de descontos concedidos: documentos e autorizao.
2.4. Dbitos nos registros de fornecedores e de contas a pagar: pgto, baixa etc.
2.5. Dbitos provenientes de pagamentos fora do sistema de contas a pagar.
2.6. Dbitos referentes a salrios, executar o seguinte:
2.6.1. Verificar se so realmente empregados com exame nos registros;
2.6.2. Examinar a folha de pagamento, ver se estes no foram pagos em duplicidade;
2.6.3. Examinar documentos e ver: centro de custos, aprovaes, clculos, dedues.
2.7. Dbitos originrios do dirio: executar procedimentos de auditoria exame, teste.
3. Fazer testes nas baixas de contas a receber incobrveis, comparar com o razo.
4. Fazer testes p/detectar excessos na remunerao do pessoal responsvel p/folha
pgto.
5. Testar se os pagamentos a empregados conferem com os registros de pgto. salrio.
6. Testar o registro de vendas para verificar possveis omisses ou sonegaes:
6.1. Aplicar uma das tcnicas seguintes, para testar os registros iniciais de vendas:
6.1.1. Testar superavaliaes das baixas automticas do estoque no ato das vendas.
6.1.2. Sem baixa automtica do estoque, testar a operao atravs dos documentos.
6.2. Conferir as somas iniciais e comparar com os registros posteriores.
6.3. Comparar os lanamentos de crditos de receita c/os lanamentos de receita do
razo.
6.4. Conferir somas dessas contas de receitas, tirar prova aritmtica dos saldos finais.
7. Efetuar testes p/detectar eventuais sonegaes de vendas a vista e o recebimento:
7.1. Selecionar itens de registros de vendas a dinheiro e comparar com os registros;
7.2. Selecionar itens de recebimentos diversos e comparar com os registros;
7.3. Conferir somas dos registros iniciais e posteriores e comparar c/os totais atuais.
7.4. Comparar lanamento dos crditos dos registros finais c/as contas de receita no
razo.
7.5. Conferir a soma dessas contas e fazer prova aritmtica dos saldos finais.
8. Investigar lanamentos incomuns nas seguintes contas:
8.1. Caixa e bancos: excludos os referente aos registros das contas de resultado;
8.2. Salrios a pagar, descontos na fonte, em folha etc.: excludo os de folha de pgto.;
8.3. Contas a receber: excludos os referente a vendas, baixas e outras j visto antes;
8.4. Outros ativos: excludos aqueles j testados anteriormente;
8.5. Contas a pagar a fornecedores: exceto os registros de compras e pagamentos.
I - Consideraes iniciais
44
em balanos. Sua evoluo ocorreu paralelamente ao desenvolvimento econmico, que
gerou as grandes empresas, formadas por capitais de muitas pessoas, que tm na
confirmao dos registros contbeis a proteo ao seu patrimnio.
A auditoria independente das demonstraes contbeis constitui o conjunto de
procedimentos tcnicos, que tem por objetivo capacitar o auditor a emitir um parecer
sobre a adequao com que estas representam posio patrimonial e financeira, o
resultado das operaes, as mutaes do patrimnio lquido e as origens e aplicaes de
recursos da organizao auditada, consoante as Normas Brasileiras de Contabilidade e
legislao especfica no que for pertinente.
O produto final da auditoria das demonstraes contbeis o parecer do
auditor. Sua emisso reflete o entendimento do auditor acerca dos dados que examinou,
de uma forma padro e resumida, que d, aos leitores, em geral, uma noo dos
trabalhos que realizou e, principalmente, o que concluiu.
Conforme Cardozo (1987, p. 21), o padro de parecer usado no Brasil, uma
rplica norte-americana, sua redao, tal como a conhecemos presentemente, foi
adotada em 1948.
Aps sua afirmao, em 1987, o parecer atualmente em vigor no Brasil sofreu
algumas alteraes, entretanto, na essncia, no difere muito do modelo americano de
1948.
Ainda segundo Cardozo (1987, p. 21), no incio da dcada de 20, um tpico
parecer de auditoria tinha a seguinte redao:
45
CFC n. 321, de 14/04/1972, institucionalizou em modelo de parecer cuja adoo
passou a ser obrigatria pelo auditor independente. O estilo de parecer fixado era uma
rplica do modelo norte-americano exposto e vigorou at maio de 1991.
A partir de junho de 1991, o CFC, com a Resoluo CFC n. 700, de 24/04/91,
estabeleceu novo padro para o parecer do auditor independente, seguindo a estrutura
bsica do modelo norte-americano.
Na segunda metade da dcada de noventa (1997), o CFC, por meio das
Resolues CFC n. 820 e 821, ambas de 24/04/1997, reformulou as Normas de
Auditoria no Brasil. Essa reforma no alterou a estrutura do parecer vigente, de forma
que o modelo atual no difere daquele fixado em 1991.
No final de 1998, o CFC editou a Resoluo n. 830, de 16/12/98, aprovando a
Interpretao Tcnica, assim discriminada: NBC T 11 IT 05 Parecer dos
Auditores Independentes sobre as Demonstraes Contbeis, que prescreve orientaes
para o auditor redigir seu parecer.
No incio de 2003, o CFC, editou a Resoluo CFC n. 953, de 24/01/2003,
alterando a expresso com os Princpios Fundamentais de Contabilidade por prticas
contbeis adotadas no Brasil, nos pargrafos de opinio dos Pareceres e Relatrios
emitidos pelos Auditores Independentes.
II CONCEITO
O Parecer dos Auditores Independentes, ou Parecer do Auditor
Independente, o documento mediante o qual o auditor expressa sua opinio, de forma
clara e objetiva, sobre as demonstraes contbeis nele indicadas.
Conforme Attie (2011), o parecer de auditoria o instrumento pelo qual o
auditor expressa sua opinio, em obedincia s normas de auditoria... sobre as
demonstraes financeiras.
O parecer representa o produto final do trabalho do auditor, ele o instrumento
pelo qual o auditor d conhecimento aos usurios da informao contbil, do resultado
do seu trabalho expresso, por meio da opinio contida no parecer.
III FINALIDADE
O Parecer de Auditoria tem a finalidade de informar ao seu(s) usurio(s) o
seguinte:
a) o trabalho realizado;
b) a extenso abrangida pelo trabalho;
c) a forma de sua realizao;
d) os fatos relevantes observados;
e) as concluses chegadas.
Para atingir esta finalidade, a opinio final do auditor deve estar baseada em
fatos concretos, devidamente comprovveis, atravs dos papis de trabalho, e em uma
consubstanciada anlise desses fatos, com total imparcialidade e independncia.
IV ESTRUTURA
O parecer emitido pelo auditor independente compe-se, basicamente, de trs
pargrafos:
a) o referente identificao das demonstraes contbeis e definio das
responsabilidades da administrao e dos auditores;
b) o relativo extenso dos trabalhos; e
c) o que expressa a opinio sobre as demonstraes contbeis.
46
O parecer deve identificar as demonstraes contbeis sobre as quais o auditor
est expressando sua opinio, indicando, outrossim, o nome da organizao, as datas e
perodos a que correspondem.
O parecer de exclusiva responsabilidade do auditor, diferentemente das
demonstraes contbeis, que da administrao, cuja informao deve ser evidenciada
no incio do parecer.
Na parte relativa extenso dos trabalhos o auditor declara se o exame foi
efetuado de acordo com as Normas Brasileiras de Auditoria em vigor fazendo uma
descrio concisa dos principais trabalhos executados.
No pargrafo de opinio o auditor expressa se as demonstraes contbeis
representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posio patrimonial e
financeira da organizao auditada, de acordo com as prticas contbeis adotadas no
Brasil.
VI TIPOS DE PARECER
O Parecer dos Auditores Independentes, segundo a natureza da opinio que
contm, classifica-se em:
a) parecer sem ressalva;
b) parecer com ressalva;
c) parecer adverso; e
d) parecer com absteno de opinio.
47
Modelo de parecer sem ressalva:
PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES
DESTINATRIO
O auditor no deve emitir parecer sem ressalva quando existir qualquer das
circunstncias seguintes, que, na sua opinio, tenham efeitos relevantes para as
demonstraes contbeis:
a) discordncia com a administrao da organizao a respeito do contedo e/ou forma
de apresentao das demonstraes contveis;
b) limitaes na extenso do seu trabalho.
48
O parecer sem ressalva implica afirmao de que, em tendo havido alteraes em
procedimentos contbeis, os efeitos delas foram adequadamente determinados e
revelados nas demonstraes contbeis. Nesses casos, no requerida nenhuma
referncia no parecer.
49
acima referidas representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posio
patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o
resultado de suas operaes, as mutaes de seu patrimnio lquido e as origens e
aplicaes de seus recursos referentes aos exerccios findos naquelas datas, de acordo
com as prticas contbeis adotadas no Brasil.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor-responsvel tcnico
Contador N. de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria
N. de registro cadastral no CRC
Quando o auditor emitir parecer com ressalva, deve ser includa descrio clara
de todas as razes que fundamentaram o seu parecer e, se praticvel, a quantificao dos
efeitos sobre as demonstraes contbeis. Essas informaes devem ser apresentadas
em pargrafo especfico do parecer, precedendo ao da opinio e, se for caso, fazer
referncia a uma divulgao mais ampla pela organizao em nota explicativa s
demonstraes contbeis.
- Parecer adverso
Quando o auditor verificar a existncia de efeitos que, isolada ou
conjuntamente, forem de tal relevncia que comprometam o conjunto das
demonstraes contbeis, deve emitir parecer adverso. No seu julgamento deve
considerar tanto as distores provocadas, quanto a apresentao inadequada ou
substancialmente incompleta das demonstraes contbeis.
Quando da emisso de parecer adverso, o auditor deve descrever, em um ou
mais pargrafos intermedirios, imediatamente anteriores ao pargrafo de opinio, os
motivos e a natureza das divergncias que suportam sua opinio adversa, bem como os
seus principais efeitos sobre a posio patrimonial e financeira e o resultado do
exerccio ou perodo.
50
(1) Examinamos os balanos patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 de
dezembro de 19X1 e de 19X0, e as respectivas demonstraes do resultado, das
mutaes do patrimnio lquido e das origens e aplicaes de recursos correspondentes
aos exerccios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua
administrao. Nossa responsabilidade a de expressar uma opinio sobre essas
demonstraes contbeis.
(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e
compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevncia dos
saldos, o volume de transaes e o sistema contbil e de controles internos da
organizao; (b) a constatao, com base em testes, das evidncias e dos registros que
suportam os valores e as informaes contbeis divulgados; e (c) a avaliao das
prticas e das estimativas contbeis mais representativas adotadas pela administrao da
organizao, bem como da apresentao das demonstraes contbeis tomadas em
conjunto.
(3) A variao cambial sobre emprstimos em moeda estrangeira est sendo
contabilizada pela companhia somente por ocasio do pagamento ao credor no exterior.
Em nossa opinio, essa prtica est em desacordo com os princpios fundamentais de
contabilidade, os quais requerem que a variao cambial seja registrada no regime de
competncia, ou seja, no ano que houve a mudana na taxa de cmbio. Se a variao
cambial tivesse sido contabilizada com base no regime de competncia, o lucro lquido
estaria a menor em R$ 57.000 e R$ 59.000, em 19X1 e 19X0, respectivamente.
(4) Em nossa opinio, devido relevncia dos efeitos do assunto comentado no
pargrafo 3, as demonstraes contbeis acima referidas no representam
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posio patrimonial e financeira da
Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado de suas operaes,
as mutaes de seu patrimnio lquido e as origens e aplicaes de seus recursos
referentes aos exerccios findos naquelas datas, de acordo com as prticas contbeis
adotadas no Brasil.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor-responsvel tcnico
Contador N. de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria
N. de registro cadastral no CRC
51
- Parecer com absteno de opinio
O parecer com absteno de opinio por limitao na extenso emitido quando
houver limitao significativa na extenso do exame que impossibilite o auditor de
formar opinio sobre as demonstraes contbeis, por no ter obtido comprovao
suficiente para fundament-la, ou pela existncia de mltiplas e complexas incertezas
que afetem um nmero significativo de rubricas das demonstraes contbeis.
Nos casos de limitaes significativas, o auditor deve indicar claramente os
procedimentos omitidos e descrever as circunstncias de tal limitao. Ademais, so
requeridas as seguintes alteraes no modelo de parecer sem ressalvas:
a) a substituio da sentena Examinamos... por Fomos contratados para auditar as
demonstraes contbeis...;
b) a eliminao da sentena do primeiro pargrafo Nossa responsabilidade a de
expressar opinio sobre essas demonstraes contbeis; e
c) a eliminao do pargrafo de extenso.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor-responsvel tcnico
Contador N. de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria
52
N. de registro cadastral no CRC
53
23. GESTO DOS CONTROLES INTERNOS, SARBANES,
GOVERNANA CORPORATIVA
54
Esta lei restringe-se a sociedades annimas por aes, registradas sob o
pargrafo 12 da Lei de Mercado de Capitais publicada em 1934 (Securities and
Exchange Act), sobre a esteira do grande crash do mercado de capitais em 1929.
De maneira geral, o escopo de aplicao so s empresas com U$ 1milho em
ativos e 500 ou mais acionistas ou que tenham aes negociadas em bolsas de valores.
A FCPA tem vrias clusulas referentes ao controle interno.
A motivao embrionria desta lei foi relacionada a subornos de funcionrios
estrangeiros por empresas de capital aberto (public listed companies) e, atravs de
especificaes e prescries de controle interno exigidas destas empresas, visou-se
reduzir o risco de pagamentos ilegais ou questionveis no exterior.
As empresas, sob esta lei, so obrigadas a criar, implementar e manter sistemas
de controle que ofeream garantias razoveis de que as transaes so registradas em
conformidade com os princpios contbeis geralmente aceitos (PCGA ou GAAP), seus
ativos so devidamente contabilizados, o acesso aos ativos devidamente controlado, e
a fazer comparaes (compliance) peridicas entre os ativos existentes realmente e os
ativos registrados e reportados pelo sistema contbil.
Para envolver neste assunto os administradores, h uma clusula que toma os
administradores e membros do conselho dessas empresas, pessoalmente responsveis
por pagamentos ilegais feitos a funcionrios estrangeiros.
Em virtude desta lei, a sociedade norte-americana e mais especificamente os
stakeholders envolvidos na implementao dela - contadores, auditores, administradores
e empresas - iniciaram estudos para estabelecer padres de processos de controles
internos razoveis.
Os auditores independentes, por intermdio de seu Instituto - American Institute
of Certified Public Accountants (AICPA), em seu Statement of Auditing Standard 55
(SAS 55), de abril de 1988, pregam que a administrao deve estabelecer uma estrutura
de controle interno composta por trs elementos: ambiente de controle, sistema contbil
e procedimentos de controle.
Um estudo legendrio a esse respeito foi realizado pela Treadway Commission
da National Commission on Fraudulent Financial Reporting a partir de 1985.
Recomendado pela Treadway Commission, no sentido de desenvolver-se uma
definio comum de controle interno com as diretrizes processuais adequadas ao
acompanhamento desse controle interno, criou-se o Comit das Organizaes
55
Patrocinadoras - Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission
(COSO).
O modelo apresentado pelo COSO em julho de 1992 Internal Control-
Integrated Framework, atualmente conhecido como COSO 1, definiu controle interno e
deu critrios para avaliao dos sistemas de controle interno.
Da, o controle interno visto como um sistema e, portanto, com enfoque
processual de melhoria.
O sistema de controle interno uma ferramenta administrativa e no pode
substituir a prpria administrao.
O COSO 1 d a responsabilidade pelo processo de controle interno ao conselho
diretor (board) e administrao (directors) e aos funcionrios da entidade e estabelece
que o processo que visa dar garantia razovel quanto realizao de objetivos das
seguintes categorias:
a) eficcia e eficincia de operaes;
b) confiabilidade dos relatrios financeiros; e
c) cumprimento das leis e regulamentos pertinentes.
Recomenda tambm que a avaliao do processo de controle interno deve ser
pontual ao longo do tempo, como, por exemplo, mensal, trimestral ou anual.
Aps a emisso do COSO 1, o AICPA emitiu o SAS 78, substituindo a definio
de controle interno do SAS 55 pela definio de controle interno dada pelo COSO.
Da que o modelo COSO 1 tornou-se um paradigma de mercado, pois os
auditores independentes o utilizam como padro para reviso do controle interno em
seus trabalhos de emisso de parecer sobre demonstraes financeiras empresariais.
Em relao ao trabalho do COSO o objetivo seria o controle interno, entendido
como o trabalho desenvolvido para garantir, com razovel certeza, que sejam atingidos
os objetivos da empresa nas seguintes categorias: eficincia e efetividade operacional,
confiana nos registros contbeis e financeiros e conformidade.
A eficincia e efetividade operacional esto relacionadas com os objetivos
bsicos da entidade, inclusive com os objetivos e metas de desempenho e rentabilidade,
bem como da segurana e qualidade dos ativos.
Em relao a confiana nos registros, todas as transaes devem ser registradas,
refletindo as transaes legais, consignadas pelos valores e enquadramento corretos.
Em relao a conformidade, necessrio o atendimento das leis normativos
aplicveis entidade e sua rea de atuao.
56
Pelo COSO o Controle Interno um processo constitudo de cinco elementos
que esto inter-relacionados e presentes em todo o controle interno: Ambiente de
controle; Avaliao e gerenciamento de riscos; Atividades de controle; informao e
comunicao; e Monitoramento dos controles.
1 Ambiente de Controle
a conscincia de controle da entidade, a sua cultura de controle. O ambiente de
controle efetivo quando as pessoas de entidade sabem quais so as suas
responsabilidades, os limites de sua autoridade e se tem conscincia, a competncia e o
comprometimento de fazerem o que correto da maneira correta. O ambiente de
controle envolve competncia tcnica e compromisso tico. um fator intangvel,
essencial a efetividade dos controles internos.
A postura da alta administrao desempenha papel determinante neste
componente, devendo deixar claro para seus comandados quais so as polticas, os
procedimentos, os cdigos de tica e o cdigo de conduta a serem adotados. Estas
definies podem ser feitas de maneira formal ou informal. O importante que sejam
claras aos funcionrios da organizao.
As principais funes do controle interno esto relacionadas ao cumprimento
dos objetivos da entidade. Portanto, a existncia dos objetivos e metas primordial para
a existncia dos controles internos. Se a entidade no possui objetivos e metas claras
no h necessidade de controles internos
57
Risco: a probabilidade de perda ou incerteza associada ao cumprimento de um
objetivo. Para cada objetivo proposto deve ser feito um processo de identificao dos
riscos.
Anlise: uma vez analisado os riscos devemos avali-los levando em conta os
seguintes aspectos: Qual a probabilidade ou frequncia de ocorrerem? Em caso de
ocorrer, qual seria o impacto nas operaes, considerando os aspectos qualitativos e
quantitativos? Verifique em sua opinio quais aes seriam necessrias para
administrao dos riscos identificados.
3 Atividades de controle
So as polticas e procedimentos que ajudam a garantir a realizao das diretivas
de gesto. Eles ajudam a assegurar que as aes necessrias sejam tomadas para
enfrentar os riscos para a realizao dos objetivos da entidade.
As atividades de controle ocorrem em toda a organizao, em todos os nveis e
em todas as funes. Eles incluem uma gama de atividades to diversas quanto as
aprovaes, autorizaes, verificaes, reconciliaes, revises do desempenho
operacional, a segurana de bens e segregao de funes. Corroborando, Mintzberg et
all (p. 45, 2000) ensina que os controles denominados estratgicos mantm as
organizaes nos trilhos estratgicos pretendidos.
4 Informaes pertinentes
Devem ser identificadas, capturadas e transmitidas de uma forma e em prazos
que permitem s pessoas realizar as suas tarefas e responsabilidades de forma oportuna.
Para isso, sistemas de informao devero produzir relatrios contendo informaes
operacionais, financeiras e de conformidade, que possibilitaro a execuo e controle do
negcio.
5 Monitoramento
Os sistemas de controle interno devem ser monitorados, atravs de processos
que possam avaliar a qualidade do seu desempenho ao longo do tempo. Isto
conseguido atravs de atividades de monitorao em curso, avaliaes separadas, ou
uma combinao dos dois.
58
Em relao a papis e responsabilidades, o modelo trs que a gerncia
responsvel perante o conselho de administrao, que prev o governo, a orientao e a
superviso. Ao selecionar os gestores, o conselho tem um papel importante na definio
do que o mesmo espera em relao integridade e valores ticos, passando a confirmar
suas expectativas atravs da fiscalizao de suas atividades.
Da mesma forma, reservando autoridade em certas decises fundamentais, o
conselho pode desempenhar papel na definio objetiva de alto nvel em relao ao
planejamento estratgico.
Alm destes fatos, outra importante entidade de mercado interessada no assunto
controle interno, a Fundao de Auditoria e Controle de Sistemas de Informaes -
Information Systems Audit and Control Foundation (ISACF) -, criou um projeto de
estudo a esse respeito denominado Objetivos de Controle de Informaes e Tecnologias
Relacionadas - Control Objetives for Information and Related Technology (COBIT),
cujo relatrio foi publicado em 1994.
Objetivamente, todos estes documentos emitidos - COSO 1, SAS 78 e COBIT -
enfatizam que a administrao responsvel por estabelecer, manter e monitorar o
sistema de controle interno de uma empresa.
O COSO estabeleceu em setembro de 2004 o documento denominado Enterprise
Risk Management (ERM) - Integrated Framework, conhecido informalmente por COSO
2. Este documento proposto, conforme atualmente escrito, estrutura-se em oito
componentes:
a) ambiente interno;
b) estabelecimento de objetivos;
c) identificao de eventos;
d) avaliao de risco;
e) resposta ao risco;
f) atividades de controle;
g) informao e comunicao; e
h) monitoramento.
59
Esta lei abrange tanto as empresas norte-americanas com aes em bolsas de
valores norte-americanas, quanto as empresas estrangeiras com recibos de aes -
american depositary receipt (ADR) -, negociados em bolsas norte-americanas.
A aplicao desta legislao est sendo monitorada e parcialmente delimitada e
operacionalizada no mbito do mercado de capitais norte-americano pela Securities and
Exchange Commission (SEC).
Entre outras consequncias desta lei, temos a criao de uma comisso, a Public
Company Accounting Oversight Board (PCAOB), com representao do setor privado,
sob superviso da SEC, com poderes de fiscalizar e regulamentar as atividades da
auditoria e punio aos auditores que vierem a violar os dispositivos legais.
A SOX estabelece, tambm, padres mnimos de conduta profissional aos
advogados que representem seus clientes perante a SEC, obrigando-os a apresentar
evidncias sobre qualquer violao relevante das leis do mercado de capitais por parte
da empresa ou seus administradores.
Caso a empresa ou seus administradores no respondam s denncias, a lei
estabelece obrigatoriedade de o advogado reportar o ocorrido ao Conselho Fiscal ou
outro rgo competente da empresa.
Em relao ao controle interno e responsabilidade pela qualidade de
informaes pblicas, a SOX exige que os principais executivos da empresa confiram
os relatrios peridicos entregues SEC, garantindo assim que estes no contenham
informaes falsas ou omisses, representando a real situao financeira da empresa,
sendo impostas penalidades no caso de divulgao de informaes errneas ou inexatas.
Especificamente, os diretores presidente (CEO - Chief Executive Officer) e
financeiro (CFO - Chief Financial Officer) tm que apresentar SEC, alm dos
relatrios j correntemente previstos, declarao certificando que tanto o relatrio da
administrao quanto as demonstraes financeiras indicam a real situao financeira e
de resultado operacional da empresa e esto em conformidade com as normas da SEC,
com sanes, a quem no atender a esses requisitos, pecunirias de US$ 1.000.000 a
US$ 5.000.000 e/ou penais de 10 a 20 anos de recluso.
Em outras palavras, os referidos administradores no podero alegar ignorncia
a respeito de erros e fraudes em relatrios financeiros de sua responsabilidade.
A lei possui 11 ttulos (captulos), sumarizados, como segue:
60
TTULO I - CONSELHO DE FISCALIZAO DAS NORMAS PBLICAS DE
CONTABILIDADE DAS EMPRESAS PCAOB Artigos 101 a 109
TTULO II - INDEPENDNCIA DE AUDITORES INDEPENDENTES Artigos 201
a 209
TTULO III - RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS Artigos 301 a 308
TTULO IV - AMPLIAO DE DIVULGAES FINANCEIRAS Artigos 401 a
409
TTULO V - CONFLITO DE INTERESSES DOS ANALISTAS Artigo 501
TTULO VI - RECURSOS E PODERES DAS COMISSES Artigos 601 a 604
TTULO VII - ESTUDOS E RELATRIOS Artigos 701 a 705
TTULO VIII - RESPONSABILIDADE CRIMINAL E FRAUDES Artigos 801 a 807
TTULO IX - PENAS PARA CRIMES DE COLARINHO BRANCO Artigos 901 a
906
TTULO X - RESTITUIO DE IMPOSTOS Artigo 1.001
TTULO XI - FRAUDE DENTRO DO MBITO EMPRESARIAL E NA SUA
CONTABILIDADE Artigos 1.101 a 1.107
61
Artigos 404, 407, 408 e 409 - Versam sobre os aspectos de controle interno, fiscalizao
da SEC sobre a informao pblica e publicao de alteraes operacionais e/ou
financeiras. Determinam a emisso de relatrio especial, com parecer, entregue SEC
que ateste a realizao anual de avaliao de controles e processos internos que so a
base de relatrios financeiros.
Artigo 406 - Cdigo de tica para executivos financeiros.
Artigo 802 - Penalidades criminais para alterao de documentos.
Artigo 806 - Proteo para empregados de companhias abertas que forneam evidncias
de fraude.
Artigo 804 - Estabelece prazos de prescrio ao direito de ao, tendo por objeto
questes relativas a fraude e manipulao de informaes que envolvem valores
mobilirios, variando essa prescrio entre dois anos aps o descobrimento da
ocorrncia e cinco anos aps a ocorrncia do evento, o maior prazo.
Artigo 1.105 - Autoridade para a SEC proibir pessoas de serem diretores.
Artigo 1.106 - Aumento de penalidades criminais da Lei de 1934 (Securities Exchange
Act of 1934).
62
A Lei SOX, ao fortalecer a confiana do reporte contbil externo, evidencia a
aplicabilidade dos USGAAP.
A Lei Sarbanes Oxley inclui:
a) criao do Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB) - Conselho de
Superviso das Firmas de Auditoria (artigo 101);
b) requerimento de que as companhias abertas avaliem e publiquem a efetividade de
seus controles internos relacionados com a divulgao financeira, e que os auditores
independentes de tais empresas atestem (isto , concordem, ou qualifiquem) esta
publicao;
c) certificao dos relatrios financeiros pelos CEOs e CFOs, exigindo que o emitente
da certificao estabelea e mantenha um sistema global de controles e procedimentos
de divulgao que seja adequado para atender s obrigaes de divulgao da Lei de
Valores Mobilirios;
d) independncia dos auditores, vedando certos tipos de servios aos clientes auditados;
e) requerimento de que as empresas listadas em bolsas de valores tenham comits de
auditorias plenamente independentes que supervisionem o relacionamento entre essas
empresas e seus auditores;
f) vedao da maior parte de emprstimos pessoais a diretores ou executivos
estatutrios. A Lei determina que ilegal realizar um emprstimo a qualquer diretor,
executivo ou equivalente. A proibio se aplica companhia e suas subsidirias e a
emprstimos feitos direta ou indiretamente. Essa proibio est sujeita a determinadas
excees limitadas a emprstimos para reforma ou construo de casa prpria, crdito
ao consumidor ou cartes de crdito, contanto que esses emprstimos sejam feitos no
curso dos negcios da companhia e sejam um tipo geralmente feito ao pblico em geral,
e em condies no mais favorveis do que aquelas oferecidas ao pblico em geral e em
condies de mercado;
63
l) a SEC deve estabelecer exigncias para o reconhecimento de um rgo que estabelea
princpios contbeis geralmente aceitos (sem cronograma especificado);
m) a SEC dever estabelecer regras relacionadas com a avaliao dos controles internos
por parte da gerncia (sem cronograma especificado);
n) a SEC dever estabelecer regras com respeito divulgao de informaes por parte
dos emitentes em tempo real (sem cronograma especificado);
o) o montante arrecadado pela SEC referente s penalidades civis pode ser adicionado
aos fundos de compensao de prejuzos (disgovernment funds) em benefcio das
vtimas de fraudes envolvendo valores mobilirios;
p) ampliao de proteo a denunciantes de fraudes;
q) ampliao do prazo de prescrio para fraudes envolvendo valores mobilirios;
r) estabelecida nova prescrio relacionada com fraudes envolvendo valores
mobilirios;
s) as penalidades mximas por violaes de carter doloso da legislao de valores
mobilirios so acrescidas de multas de at US$ 5.000.000 e de deteno de at 20 anos;
t) prazo mximo de deteno de 20 anos para fraudes por meio do correio ou eletrnico;
u) prazo mximo de deteno de 20 anos pela destruio de documentos durante uma
investigao federal ou falncia;
v) prazo mximo de deteno de dez anos para qualquer auditor que deixe de conservar
os papis de trabalho de auditoria por cinco anos;
x) ampliao das penalidades criminais por interferncia intencional num processo de
investigao oficial;
z) no caso de falncia, no haver absolvio das dvidas relacionadas com violaes da
legislao de valores mobilirios.
A Lei aplica-se a companhias abertas norte-americanas e aforeign private issuers
(empresas no norte-americanas emissoras de ttulos denominados ADRs -American
Depositary Receipts).
A Lei exige que a SEC revise as divulgaes, incluindo as demonstraes
financeiras de companhias abertas com valores registrados em bolsas de valores em
base regular ou sistemtica, o que definido como sendo pelo menos uma vez a cada
trs anos.
Ao programar as revises, a SEC considerar:
a) se a companhia efetuou vrias reformulaes significativas de suas demonstraes
financeiras; ou
64
b) enfrentou volatilidade importante no preo da ao em relao a outras companhias;
ou
c) companhias com a maior capitalizao de mercado; ou
d) companhias emergentes com disparidades em relao proporo entre preos e
lucros; ou
e) empresas cujas operaes afetam de maneira relevante qualquer setor significativo da
economia.
- Comit de auditoria
Os membros do comit de auditoria devem ser membros do conselho de
administrao da companhia, e devem ser independentes.
Para ser considerado independente, o membro do comit de auditoria no pode
aceitar quaisquer honorrios de consultoria, assessoria ou qualquer outra forma de
remunerao da companhia ou ser ligado companhia ou subsidirias da companhia,
exceto na capacidade de membro do conselho de administrao ou qualquer outro
comit diretivo.
Os comits de auditoria devem ser diretamente responsveis pela nomeao,
remunerao e superviso do trabalho de auditores independentes e os auditores devem
reportar-se diretamente ao comit de auditoria.
Se a companhia registrada emitente no tem ou no cria um comit de auditoria,
ento todos os membros do conselho de administrao sero definidos como sendo o
comit de auditoria e cada membro tem que atender s exigncias e critrios para
membros do comit de auditoria.
A Lei dispe que os comits de auditoria devem:
a) ter um especialista financeiro, uma pessoa que entende de USGAAP e de
demonstraes financeiras, ter experincia em preparar ou auditar demonstraes
financeiras e aplicar princpios contbeis com relao contabilidade de companhia de
porte semelhante, e ter experincia com controles internos contbeis e entender as
funes do comit de auditoria;
b) adotar procedimentos para receber e tratar de queixas relativas a contabilidade,
controles internos ou assuntos de auditoria;
c) estabelecer procedimentos para "submisso annima confidencial" por funcionrios
da companhia de preocupaes relacionadas a assuntos contbeis ou de auditoria;
65
d) ter autoridade para contratar advogado independente e outros consultores conforme
necessrio, a fim de realizar suas funes;
e) ter recursos apropriados, conforme determinado pelo comit de auditoria, em suas
funes como um comit do conselho de administrao, para pagamento de
remunerao ao auditor e quaisquer consultores contratados pelo comit de auditoria;
f) o comit de auditoria deve pr-aprovar todos os servios, tanto os de auditoria quanto
os demais servios correlatos oferecidos quela companhia pelo seu auditor. A exigncia
de pr-aprovao suspensa se um auditor fornecer um servio que reconhecido como
no sendo de auditoria na poca de realizao do trabalho e se o valor agregado desses
servios for de 5% ou menos dos honorrios totais do auditor e forem levados
prontamente ao comit de auditoria e por ele aprovado antes do encerramento da
auditoria.
A Lei exige que o comit de auditoria de uma companhia pblica pr-aprove
todos os servios, tanto de auditoria quanto os servios correlatos fornecidos a essa
companhia por uma firma de auditoria independente registrada. A Lei no exige que um
comit de auditoria pr-aprove servios fornecidos por outra firma de auditoria ou outro
prestador de servios que no a firma contratada para auditar as demonstraes
financeiras da companhia.
A Lei permite que o comit de auditoria delegue a um ou mais de seus membros
(os quais so membros do conselho de administrao) a autoridade para pr-aprovar a
contratao de servios correlatos que no sejam de auditoria.
Depois que um membro que recebeu a delegao concedeu uma pr-aprovao,
ele deve reportar a deciso na prxima reunio do comit de auditoria.
A Lei no exige que o comit de auditoria faa uma investigao especfica a fim
de pr-aprovar uma contratao de servios. Os membros do comit de auditoria
votaro de maneira consistente com as normas de funcionamento que eles determinarem
que sejam aplicveis, luz de suas responsabilidades fiducirias e outras consideraes
que eles julguem relevantes.
A Lei exige que as aprovaes do comit de auditoria sejam divulgadas para
investidores em relatrios peridicos registrados na SEC.
exigido que todo advogado que represente companhia aberta junto SEC
reporte a evidncia de uma violao significativa da legislao de valores mobilirios ou
quebra de dever fiducirio ou violao similar pela companhia ou qualquer agente, ao
diretor jurdico ou ao CEO da companhia.
66
Se o diretor jurdico ou o CEO no responderem adequadamente evidncia
(adotando, se necessrio, medidas corretivas apropriadas ou sanes com respeito a
violao), o advogado ser obrigado a reportar a evidncia ao comit de auditoria da
companhia ou para o prprio conselho de administrao.
- Cdigo de tica
As companhias pblicas sero obrigadas a divulgar se adotaram um cdigo de
tica para seus executivos financeiros seniores; se no, a razo pela qual no o fizeram.
A SEC deve revisar as regulamentaes referentes a assuntos que exijam pronta
divulgao no Formulrio 8-K (fatos relevantes) para exigir a divulgao de qualquer
mudana ou renncia desse cdigo de tica.
Para atender s exigncias da Lei, um cdigo de tica deve conter padres
necessrios para promover:
i) conduta honesta e tica, incluindo o tratamento tico de conflitos entre
relacionamentos pessoais e profissionais;
ii) divulgao integral, adequada, precisa, tempestiva e compreensvel nos relatrios
peridicos do emitente; e
iii) atendimento s regras e regulamentaes aplicveis.
recomendvel que o cdigo de tica inclua o delineamento de conduta
profissional inadequada.
O termo conduta profissional inadequada significa:
a) conduta intencional ou consciente, inclusive conduta temerria, que resulte em
violao das normas profissionais aplicveis; e
b) conduta negligente na forma de:
i) uma nica ocasio de conduta altamente descabida que resulte em violao das
normas profissionais aplicveis em circunstncias em que a firma de auditoria
independente registrada ou a pessoa a ela associada tenha ou deva ter conhecimento de
que um minucioso exame seja necessrio; ou
ii) diversas ocasies de conduta descabida, cada uma delas resultando em
violao de normas profissionais aplicveis, que indiquem falta de competncia para
exercer a profisso.
67
- Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB) - Conselho de Superviso
das Firmas de Auditoria (artigo 101)
Este conselho, institudo no artigo 101 da Lei, tem cinco membros, nomeados
dentre pessoas de renome, ntegras e de reputao ilibada, que tenham um compromisso
demonstrado em relao aos interesses dos investidores e do pblico, e um
entendimento das responsabilidades e da natureza das divulgaes financeiras exigidas
de companhias pblicas, de acordo com a lei de valores mobilirios e as obrigaes dos
auditores com respeito preparao e emisso de relatrios de auditoria relativos a
essas divulgaes.
Dois membros, e somente dois, devero ser auditores independentes (CPA -
Certified Public Accountant).
Se um desses dois membros o presidente, ele no poder ter sido um auditor
durante pelo menos cinco anos antes de ser nomeado para o PCAOB.
Cada membro do conselho dever atuar em tempo integral, e no poder,
concomitantemente com o trabalho no conselho, ser empregado por qualquer outra
pessoa ou se envolver em qualquer atividade profissional ou de negcios.
Nenhum membro do conselho poder compartilhar dos lucros ou receber
pagamentos de firma de auditoria independente, exceto determinados benefcios de
aposentadoria de firmas de auditoria independente.
A SEC, aps consulta com o presidente do PCAOB, governadores do Sistema
Federal de Reservas (Federal Reserve) e o secretrio do Tesouro, deve nomear os
membros do conselho.
A durao do mandato de cada membro do conselho ser de cinco anos, exceto
que os mandatos dos membros iniciais do conselho (exceto o presidente) expiraro em
incrementos anuais, um em cada um dos quatro primeiros aniversrios da data inicial da
designao; e qualquer membro do conselho nomeado para ocupar uma vaga, que
ocorra antes do trmino do mandato para o qual foi designado, ser nomeado somente
para o perodo restante do mandato.
Nenhuma pessoa pode atuar como membro do conselho, ou como presidente,
por mais de dois mandatos, sejam eles consecutivos ou no.
A Lei prev como obrigaes do PCAOB:
a) registrar as firmas de auditoria independente que preparam relatrios de auditoria
para companhias pblicas;
68
b) estabelecer padres de auditoria, controle de qualidade, tica, independncia e outros
relacionados preparao de relatrios de auditoria para companhias pblicas;
c) realizar inspees de firmas de auditoria independente registradas;
d) realizar investigaes, procedimentos disciplinares e impor sanes apropriadas a
firmas de auditoria independente, registradas, abertas e pessoas ligadas a essas firmas;
e) executar outras obrigaes ou funes conforme o conselho (ou SEC, por regra ou
ordem) determinar e que sejam necessrias ou apropriadas para promover normas
profissionais elevadas e melhorar a qualidade do servio de auditoria oferecido por
firmas de auditoria independentes registradas;
f) fazer as firmas de auditoria independente, registradas, cumprir as determinaes da
Lei, as regras do conselho, as normas profissionais e as leis de ttulos e valores
mobilirios relacionados preparao e emisso de relatrios de auditoria e as
obrigaes e passivos de auditores com referncia a essas determinaes;
g) estabelecer o oramento e gerenciar as operaes do conselho e do seu staff.
Cada firma de auditoria independente registrada dever submeter um relatrio
anual ao PCAOB (e poder ser obrigada a reportar mais frequentemente, conforme
necessrio) para atualizar as informaes contidas em sua inscrio para registro, e
fornecer ao conselho essas informaes adicionais conforme determinado pelo conselho
ou pela SEC.
O conselho no ser uma agncia ou instituio do Governo dos Estados Unidos
e dever sujeitar-se e ter seus poderes conferidos por uma organizao sem fins
lucrativos, constituda pela lei de sociedades sem fins lucrativos do Distrito de
Columbia.
Nenhum de seus empregados ou agentes contratados por este conselho ter um
empregado ou executivo do governo federal, por causa do cargo que ocupa.
O conselho dever calcular e receber as taxas de registro e uma taxa anual de
cada uma das firmas de contabilidade pblica, de forma que a quantia seja suficiente
para recuperar os custos do processamento e reviso dos pedidos e dos relatrios anuais.
69
Pouco depois destes tempos, Henry Gantt delimitou economicamente estas
funes ao adicionar teoria geralmente aceita que os custos destas funes de
planejamento, organizao, deciso e controle no devem exceder o benefcio advindo
do exerccio dessas funes.
Parece, dada a verificao da realidade ocorrida nos ltimos anos, que na
implantao dos preceitos legais referentes SOX os agentes envolvidos (players), tais
como administradores, empregados, consultores, auditores, organismos regulatrios
etc., no observaram este ensinamento de Gantt.
De outra maneira, o custo excedeu o benefcio de implantao dos preceitos
legais.
Isto base de extensa controvrsia, pois existe uma forte viso de que os custos
de implantao no devem ser comparados com os benefcios de curto prazo, mas sim
com um novo patamar de qualidade de gesto e de informao pblica que formam
benefcios de longo prazo.
70
Por essa poca, comeou a ser delineado o chamado conflito de agncia, em que
o agente recebe uma delegao de recursos (investimento) e tem, por dever dessa
delegao, que gerenciar estes recursos mediante estratgias e aes para atingir
objetivos estabelecidos nesta delegao de recursos, tudo isto mediante uma obrigao
de constante prestao de contas.
No escopo legal, a governana corporativa o conjunto de mecanismos que
asseguram aos fornecedores de recursos financeiros um justo retorno de seu
investimento.
formada por um conjunto de normas que devem guiar o comportamento dos
acionistas controladores, diretores e administradores das companhias, a fim de
maximizar o valor destas, e que definem as obrigaes e responsabilidades daqueles.
Os valores ticos so fundamentais para determinar a reputao de uma entidade
e a sua continuidade operacional. Estes valores definem a conduta dos empregados
refletindo a integridade e compromisso com a organizao. Para afianar a reputao
necessrio instituir e disseminar uma cultura de controle e conduta. No suficiente o
mero cumprimento das leis vigentes, pois um sistema de controle no pode ser eficaz se
est acima da moral e integridade das pessoas que administram e supervisionam estes
controles, j que estes valores so a base de toda a estrutura dos mesmos controles.
Um ambiente tico dentro da empresa, e em todos os nveis da mesma,
essencial para o alcance seguro dos objetivos da organizao, de todos os componentes
e do pblico em geral. Um clima como este contribui de forma significativa para a
eficcia das polticas e dos sistemas de controle das empresas que o cultivam.
evidente que existem dificuldades para estabelecer condutas ticas. O
equilbrio entre interesses dos investidores, da direo da empresa, de seus empregados,
clientes, concorrncia, governo e o pblico em geral deve ser alcanado, pois eles quase
sempre se confrontam.
A perene necessidade de atender a interesses das diferentes partes constitui a
grande dificuldade para estabelecer valores ticos.
O frequente desencontro de interesses criado pelo conflito de interesses entre
agentes pode levar a administrao a privilegiar determinados grupos de presso em
detrimento dos reais objetivos da entidade.
A falta de conhecimentos pode levar tambm prtica de aes dolosas na
apresentao da informao financeira, s vezes no tanto pela inteno expressa de
enganar, mas pela falta de suporte moral e ausncia de orientao adequada.
71
O exemplo da emisso e implantao da Lei SOX tem sido repetido por outros
pases que privilegiam o mercado de capitais como propulsor da eficcia na
intermediao de investimentos em suas economias.
frica do Sul
Em 1994 foi emitido o King Report pelo King Committee on Corporate
Governance.
O King Report estabelece padres para as boas prticas de governana
corporativa na frica do Sul, tais como aspectos sociais, de eqidade, financeiros, ticos
e ambientais.
Austrlia
Em 1998 o Institute of Internal Control da Austrlia emitiu o Australian Criteria
of Control (ACC), que prega responsabilidade e competncia da administrao e corpo
funcional da entidade para desenvolver e manter a estrutura de controles internos.
O ACC envolve atributos como atitudes, competncia e comportamentos.
Em 2004, na Austrlia, foi emitida a lei denominada "CLERP9" (Corporate
Reporting and Disclosure Law), tambm conhecida como Corporate Law Economic
Reform Program Act 2004, sob implementao da Australian Securities and Investment
Commission (ASIC).
Brasil
Comentaremos a seguir pontos relevantes na legislao brasileira referente ao
assunto governana:
72
pblico ou assembleia, faz afirmao falsa sobre as condies econmicas da
sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo (inciso I
do 1 do art. 177 do Cdigo Penal).
4) Fatos relevantes:
a) os administradores so obrigados a comunicar imediatamente os fatos relevantes
ocorridos nos seus negcios (Lei n 6.404/76 4 do art. 157);
b) devem divulgar simultaneamente, antes do incio ou aps o encerramento dos
negcios nas bolsas (Lei n 6.404/76 art. 3 e art. 5 da Instruo 358).
5) Independncia do auditor:
a) as empresas de auditoria no podem prestar servios de consultoria ou outros servios
que possam caracterizar a perda de sua objetividade e independncia (IN - CVM
308/99).
73
no processo e as responsabilidades atribudas aos diversos nveis da organizao, devem
prever:
I. a definio de responsabilidades dentro da instituio;
II. a segregao das atividades atribudas aos integrantes da instituio de forma
a que seja evitado o conflito de interesses, bem como meios de minimizar e monitorar
adequadamente reas identificadas como de potencial conflito da espcie;
III. meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar
adversamente a realizao dos objetivos da instituio;
IV. a existncia de canais de comunicao que assegurem aos funcionrios,
segundo o correspondente nvel de atuao, o acesso a confiveis, tempestivas e
compreensveis informaes consideradas relevantes para suas tarefas e
responsabilidades;
V. a contnua avaliao dos diversos riscos associados s atividades da
instituio;
VI. o acompanhamento sistemtico das atividades desenvolvidas, de forma que
se possa avaliar se os objetivos da instituio esto sendo alcanados, se os limites
estabelecidos e as leis e regulamentos aplicveis esto sendo cumpridos, bem como
assegurar que quaisquer desvios possam ser prontamente corrigidos;
VII. a existncia de testes peridicos de segurana para os sistemas de
informaes, em especial para os mantidos em meio eletrnico.
Art. 3 O acompanhamento sistemtico das atividades relacionadas com o sistema de
controles internos deve ser objeto de relatrios, no mnimo semestrais, contendo:
74
I. determinar a adoo de controles adicionais nos casos em que constatada
inadequao dos controles implementados pela instituio;
II. imputar limites operacionais mais restritivos instituio que deixe de
observar determinao nos termos do inciso I no prazo para tanto estabelecido;
III. baixar as normas e adotar as medidas julgadas necessrias execuo do
disposto nesta Resoluo.
Canad
Criado pelo Criteria of Control Committee do Canadian Institute of Chartered
Accountants (CICA), o Criteria of Control (CoCo) um modelo que estrutura os
componentes de controle interno a partir de um ambiente de controle.
Este modelo concentra seu foco nas pessoas, valores ticos e cultura de controle.
O CoCo tem como base fundamental para os controles internos da entidade os
valores comportamentais.
O CoCo inclui no conceito de controle o aprendizado contnuo, indicadores de
performance, cultura organizacional, planejamento, processos, recursos e sistemas.
Estes fatores devem contribuir conjuntamente para as pessoas atingirem os
objetivos da entidade.
O CoCo prega a auto avaliao, sem avaliao externa independente, atravs dos
empregados e administradores da entidade.
A dinmica do modelo CoCo d-se pelos seguintes passos: (1) propsitos
(mostram a direo seguida pela entidade); (2) comprometimento ( a identidade e
valores da entidade); (3) capacidade (so as competncias da entidade); e (4)
monitoramento e aprendizado (indicam a evoluo da entidade).
Inglaterra
Em 1999 foi publicado um guia desenvolvido pelo Committee on Corporate
Governance denominado Turnbull Report.
Este guia foi patrocinado pela London Stock Exchange e pelo Institute of
Chartered Accountants in England & Wales.
Em linhas gerais, o guia estabelece que as companhias abertas avaliem a eficcia
do sistema de controle interno e identifiquem, avaliem e administrem os riscos
relevantes relacionados.
75
Adicionalmente, em dezembro de 2000, a International Standardization for
Organization (ISO) emitiu a norma ISO/IEC 17799, que aborda a segurana da
informao. Ela foi gerada a partir da norma BS 7799 do British Standard Institute
(BSI).
Esta norma foi adotada no Brasil, pela ABNT, em agosto de 2001 com o cdigo
NBR-ISO/IEC 17799.
76
Os agentes da governana corporativa devem prestar contas (Accountabillty) de
sua atuao a quem os elegeu e respondem integralmente por todos os atos que
praticarem no exerccio de seus mandatos.
Conselheiros e executivos devem zelar pela perenidade das organizaes (viso
de longo prazo, sustentabilidade) e, portanto, devem incorporar consideraes de ordem
social e ambiental na definio dos negcios e operaes. A Responsabilidade
Corporativa uma viso mais ampla da estratgia empresarial, contemplando todos os
relacionamentos com a comunidade em que a sociedade atua. A "funo social" da
empresa deve incluir a criao de riquezas e de oportunidades de emprego, qualificao
e diversidade da fora de trabalho, estmulo ao desenvolvimento cientfico por
intermdio de tecnologia, e melhoria da qualidade de vida por meio de aes educativas,
culturais, assistenciais e de defesa do meio ambiente.
Inclui-se neste principio a contratao preferencial de recursos (trabalho e
insumos) oferecidos pela prpria comunidade.
No mbito institucional e corporativo, Compliance o conjunto de disciplinas
para fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as polticas e as diretrizes
estabelecidas para o negcio e para as atividades da instituio ou empresa, bem como
evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer.
Referncias Bibliogrficas
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Paulo: Atlas, 1996.
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Brasil. Revista Brasileira de Contabilidade do CFC. Braslia, Ano XXXII, n. 139, p.
71-81, mai/jun. 2003.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicaes. 6 ed. So Paulo: Atlas, 2011.
CARDOZO. Jlio Srgio de Souza. Relatrios e Pareceres de Auditoria. So Paulo:
Atlas, 1987.
CARVALHO, Luiz Nelson Guedes de. O Parecer dos Auditores Independentes sobre
Demonstraes Contbeis no Brasil: Estudo das Limitaes ao seu poder de
77
comunicao. Dissertao (Mestrado). Faculdade de Economia, Administrao e
Contabilidade. So Paulo: Universidade de So Paulo, 1989.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas de Auditoria. Resoluo n.
321/72. Braslia: CFC, 1972.
_____. Normas de Auditoria. Resolues ns. 700/91 e 701/91. Braslia: CFC, 1991.
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