PP TS Conc. - Introd. - (IMP.) 2016 07 05
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TEOLOGIA SISTEMTICA
INTRODUO
Este volume consiste na base da aula introdutria que ser lecionada no incio de todas
as disciplinas de Teologia Sistemtica que compem a grade do nosso curso.
Vocs aprendero que a Bblia a base da Teologia Sistemtica. Deste modo, o objeto
de estudo da Teologia Sistemtica a doutrina bblica. Sendo assim, uma dica
importantssima para o correto estudo desta matria que o aluno se empenhe no estudo
de cada tpico (disciplina) com sua Bblia na mo, ou seja, a cada referncia bblica que
aparecer (no necessariamente nesse volume, mas nos volumes concernentes cada
disciplina), abra a Bblia e leia. Acompanhe o estudo teolgico com a Bblia na mo, pois
hoje a Teologia Sistemtica a principal forma empregada no estudo organizado das
doutrinas bblicas, de modo que, no STBNET, a Bblia o cerne da Teologia Sistemtica,
pois, no existe teologia sem Bblia (pelo menos no verdadeiro sentido do termo).
Iniciemos, portanto, nosso estudo tendo em mente que a Teologia Sistemtica estuda
tudo o que a Bblia em sua totalidade nos ensina de forma atualizada e aplicada nossa
vida, nossa poca e vida de todos os seres humanos da atualidade e de todos os
tempos.
4
Wayne Grudem define doutrina como aquilo que a Bblia como um todo nos ensina
hoje acerca de algum tpico especfico. [...]. Uma doutrina simplesmente o resultado do
processo de fazer teologia sistemtica com respeito a um tpico especfico (GRUDEM,
2010, p.4).
Os usos costumes so regras e hbitos transitrios, isto , que variam de acordo com
a poca, local, religio, cultura, etc., portanto, no podem (em hiptese alguma) ser
confundidos com as doutrinas (ou considerados como tal). Por exemplo, a Bblia fala de
diversos usos e costumes (bons costumes, maus costumes, costumes locais, costumes
especficos para a nao de Israel, usos de roupas tpicas, religiosas, etc.). Embora
existam bons costumes que precisam ser cultivados no meio cristo, infelizmente, devido
aos erros (no corrigidos) de interpretaes cometidos no passado, muitas denominaes
evanglicas, em sua rigidez e falta de estudo sistemtico da Bblia, confundiram doutrina
com costume, o que, infelizmente, causou (e ainda causa), divises, contendas, faces,
rixas entre denominaes, preconceitos entre os prprios cristos, entre outras coisas que
normalmente redunda na perda de muitas almas.
5
De acordo com Wayne Grudem, uma doutrina bsica [central; primria] a que tem
impacto significativo em nosso pensamento acerca de outras doutrinas, ou que tem
impacto significativo em como vivemos a vida crist (GRUDEM, 2010, p.9).
1
O SBADO uma instituio da Lei Mosaica ordenada somente para a nao de Israel e servia de memorial ao povo
israelita no tocante libertao do Egito (Dt 5.15). Sendo assim, aqueles que tentam se auto justificar pelas obras da
Lei, desprezam a suficincia do Sacrifcio de Jesus Cristo e se colocam debaixo de maldio (Gl 3.10). Foi justamente
pela impossibilidade do cumprimento da Lei por parte dos homens, e para livr-los da maldio de tentarem cumprir
algo impossvel, que o Senhor Jesus cumpriu a Lei em nosso lugar (Gl 3.13). A guarda do sbado, alm de ser um
preceito cerimonial da Lei, foi plenamente abolido, pois fazia parte de um conjunto de preceitos cerimoniais que
apontavam para a obra de Cristo (Cl 2.16,17), sendo assim, tendo cancelado o escrito de dvida, que era contra ns e
que constava de ordenanas, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz (Cl 2.14
A.R.A.). , portanto, por meio da f que a Lei de Deus (que se resume no amor) cumprida pelos verdadeiros crentes
em Cristo Jesus, no pela guarda legalista dos preceitos da Lei ou pela mera guarda de dias especficos (Gl 4.9,10), o
que coloca o homem sob a maldio da obrigatoriedade de cumprir a Lei por um meio que no pode ser cumprida (Gl
3.10-14), desligando-o assim de Cristo e derrubando-o da graa (Gl 5.4). A maldio da Lei no est na Lei em si, pois
a Lei boa (1Tm 1.8), sua maldio consiste na impossibilidade de seu cumprimento por parte do homem, e no s
isto, pois alm de ser impossvel cumpri-la (Rm 8.3), aquele que observar os seus preceitos por eles viver (Gl 3.12),
isto , aquele que optar pela observncia da Lei, achando que pode justificar-se por meio dela, ser obrigado a observ-
la, mesmo diante do fato de que: evidente que, pela lei, ningum justificado diante de Deus (Gl 3.11). Nota-se,
portanto, que, ao tentar se justificar por qualquer outro meio que no seja pela f na suficincia do sacrifcio de Jesus
Cristo (e sempre convicto da insuficincia humana), o homem nega uma doutrina central do Cristianismo.
2
O cristo no salvo por praticar boas obras, mas para praticar boas obras (Ef 2.10).
7
Enquanto (1) uns querem basear o estudo teolgico na revelao geral3 de Deus; (2)
outros baseiam suas concepes teolgicas nas experincias 4, como hoje, em que muitos
cristos se esquecem da Bblia e vo atrs de profetas auto nomeados, revelaes
extrabblicas, etc.; (3) outros ainda baseiam seus estudos teolgicos em tradies, como
o caso do catolicismo romano; (4) ainda mais perniciosa a adoo de necromancia
como fonte de estudo teolgico (espiritismo), o que extremamente condenado por Deus
na Bblia; (5) h ainda aqueles que, embora aleguem crer na Bblia, utilizam tambm os
escritos dos fundadores de suas religies (i.e. seitas) como sendo fontes inspiradas para
estudo teolgico, o que caracteriza tais grupos como seitas (por exemplo: Testemunhas
de Jeov, Adventismo do Stimo Dia, Mormonismo, etc.). Tudo isso so formas de
negao de uma doutrina central do Cristianismo, concernente suficincia da Palavra de
Deus! (6) no obstante a todas essas falsas fontes de doutrina, o ponto de partida do
verdadeiro estudo teolgico e a nica fonte autorizada por Deus para tal a Santa
Palavra de Deus, a Bblia Sagrada.
Sendo a Bblia a revelao de Deus por excelncia, podemos dizer que, alm dela no
h outra fonte para fundamentao da verdadeira doutrina. Tudo o que se diz estudo
teolgico, mas no tem a Bblia como base nica, deve ser prontamente rejeitado pelos
verdadeiros cristos!
3
REVELAO GERAL (ou natural): conhecida tambm como revelao geral e teologia natural, a revelao que
Deus faz de si mesmo na criao e em suas intervenes na histria (Rm 1.20,21). Observando a natureza e o infinito,
no h como desconhecer a presena e a soberania de Deus (ANDRADE, Claudionor Corra de. Dicionrio Teolgico.
Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 321). O conhecimento da existncia, do carter e da lei moral de Deus, que vem por
meio da criao a toda humanidade, muitas vezes chamado de revelao geral (pois vem a todas as pessoas
genericamente). A revelao geral vem pela observao da natureza, pela percepo da influncia diretiva de Deus na
histria e pelo senso ntimo da existncia de Deus e suas leis, que Ele incutiu em cada pessoa (GRUDEM, Wayne.
Teologia Sistemtica Atual e Exaustiva. 2.ed. So Paulo: Vida Nova, 2010, p.83).
4
Segundo R. C. Sproul, esse o tipo de cristo que vive baseado nos sentidos e no em sua compreenso da Palavra
de Deus. No se consegue motiv-lo para o servio nem para a orao ou o estudo a no ser que ele se sinta chamado.
A eficincia de sua vida crist depende da intensidade de seus sentimentos no instante presente. Quando num estado
de euforia ele um furaco de atividade espiritual, quando est deprimido um incompetente em sua vivncia
religiosa. Est constantemente buscando novas e variadas experincias espirituais e as usa para avaliar a Palavra de
Deus. Seus sentimentos ntimos tornam-se o teste definitivo da verdade (SPROUL, R. C. O Conhecimento das
Escrituras. So Paulo: Cultura Crist, 2003, p.29).
8
Sendo assim, se a fonte for falsa, tanto o estudo teolgico quanto sua aplicao
tambm sero falsos, logo, o resultado final no ser a salvao, mas o equvoco5, que no
fim das contas levar profunda desiluso e eterno sofrimento.
Portanto, qualquer estudo que se intitule teologia, mas que negue a Bblia, distora seu
ensino, acrescente ou subtraia algo a ela (mesmo que seja chamado de teologia no meio
secular), jamais poder ser considerado como teologia no sentido restrito do termo.
Isso no significa que no possamos fazer uso de outras fontes para a elucidao em
relao aos aspectos culturais, polticos, sociais e histricos que envolvem o grande
perodo de registro escrito da Bblia, bem como a diversidade de locais nos quais residiram
os escritores bblicos. Embora a Bblia seja a nica fonte para a fundamentao das
doutrinas crists, pois a revelao especial de Deus, devido ao fato de Deus ter-se
revelado tambm de forma geral (por meio da criao, da histria e da conscincia humana
Cf. nosso volume sobre Bibliologia, Cap. 2), h outras fontes que podemos utilizar de
5
o que normalmente acontece com as seitas pseudocrists.
9
7 AMBIENTE DOS AUTORES BBLICOS: por ambiente entendemos as condies e as transformaes geogrficas, econmicas,
polticas e sociais da poca [...]. Sabendo que o ambiente muda de acordo com a poca e o local, importante conhecer o ambiente
de cada escrito bblico, principalmente sabendo que a Bblia foi escrita em um perodo aproximado de 1500 anos. Destarte,
imprescindvel que as mudanas de ambiente sejam consideradas a fim de que entendamos melhor o mundo judeu nos dias dos
Evangelhos (TOGNINI, Enas. Perodo Interbblico: 400 Anos de Silncio Proftico. So Paulo: Hagnos, 2009, p.15).
8 Considerando-se o fato de que (diferentemente das doutrinas) as circunstncias histricas (aspectos polticos, geogrficos,
econmicos, culturais, lingusticos, usos e costumes, etc.) mudam com o tempo e de uma regio para outra, importantssimo
reconhecermos as circunstncias histricas da poca em que o texto em anlise foi escrito, pois um erro interpretar qualquer
texto luz das circunstncias atuais. Isso seria fazer uma aplicao forada e, embora seja um fato obvio, tambm um erro muito
comum nos dias atuais.
9 Louis Berkhof chama o ambiente (descrito brilhantemente como sempre - pelo Pr. Enas Tognini) de mundo do autor
(BERKHOF, Louis. Princpios de Interpretao Bblica. 4. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1988, p.121).
10
10
Isto , Teologia Bblica e Teologia Sistemtica.
11
11
Por exemplo, com o desenvolvimento da apologtica crist, comum fazer distino entre Igreja e seita com base
na negao ou distoro de uma ou mais doutrinas centrais, o que caracteriza um grupo como hertico (seita). Hoje
praticamente convencionado que as verdadeiras igrejas divergem entre si em relao s doutrinas secundrias, nunca
em relao s doutrinas centrais e que, quando estudamos a Bblia de forma sistemtica entendemos que a negao
ou distoro de doutrinas centrais impactam no apenas na desvirtuao do Cristianismo, mas tambm na questo
soteriolgica, isto , impacta diretamente na salvao.
12
irnico e trgico que lderes denominacionais empenhem com tamanha frequncia boa parte da vida exatamente
na defesa de pontos doutrinrios menores, que distingam as suas denominaes das outras. Ser que esse empenho
realmente motivado pelo desejo de dar unidade de entendimento igreja, ou ser que nasce em certa medida do
orgulho humano, do desejo de deter poder sobre os outros e da tentativa de autojustificao, que desagradvel a
Deus e em ltima anlise pouco edificante para a igreja? (GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemtica Atual e Exaustiva.
2. ed. So Paulo: Vida Nova, 2010, p.93).
12
Deste modo, o autor lista algumas caractersticas da teologia (que literalmente significa
o estudo de Deus e praticamente o estudo da doutrina), as quais nos ajuda a entender
a essncia do empenho no estudo teolgico:
1. A teologia bblica. Ela toma seu contedo principal das Escrituras do Antigo
e do Novo Testamento. Embora seja possvel obter informaes a partir do estudo
da criao de Deus ou do que as vezes referido como o livro da obra de Deus,
primeiramente a Palavra de Deus que constitui o contedo da teologia.
2. A teologia sistemtica. Ela no examina cada livro da Bblia separadamente,
mas procura juntar em um todo coerente o que toda a Escritura afirma sobre dado
tpico, tal como o pecado do homem.
3. A teologia elaborada no contexto da cultura humana. A teologia,
especialmente em seu sentido mais avanado e tcnico, deve relacionar os
ensinos das Escrituras com os dados encontrados em outras disciplinas que lidam
com o mesmo assunto em questo.
4. A teologia contempornea. O alvo do labor teolgico reconceituar
verdades bblicas atemporais de forma que sejam compreensveis s pessoas que
vivem hoje.
5. A teologia prtica. Paulo no exps a doutrina apenas para informar seus
leitores, de modo que tivessem mais dados. Antes, ele pretendia que a doutrina
exposta fosse aplicada na vida cotidiana [...] (Ibid.).
queles que fazem objeo ao estudo da Teologia Sistemtica, o que temos a dizer
que ela sempre busca a congruncia inter-doutrinria, isto , o alinhamento dos assuntos
especficos com o todo, e do todo com os assuntos especficos, deixando que o todo
determine a verdade acerca do assunto em pauta. Em outras palavras, na Teologia
Sistemtica nenhum assunto estudado de forma desalinhada ou baseado em textos
isolados, antes, tratamos cada assunto luz de todo o conjunto de textos bblicos acerca
daquele assunto, entendendo tambm que os assuntos tratados na Bblia so inter-
relacionados.
No entanto, conforme assevera o autor, se por um lado essa tentativa de distino por
parte dos representantes da Teologia Bblica saudvel, por outro lado, tem produzido
grande desconfiana em relao Teologia Sistemtica (Ibid.). A controvrsia entre os
autores existe e em muitos casos acirrada. Nesse sentido, ao discutir as crticas dos
que se opem ao dilogo entre as duas teologias (Idem, p.8), D. A. Carson prope uma
soluo em favor da plausibilidade e possibilidade da teologia sistemtica que interage
com uma teologia bblica (Idem, p.8), pois entente ser fato que disciplinas que a priori
deveriam funcionar em ntima unio esto sendo distanciadas uma da outra (Ibid).
Segundo Wayne Grudem, Teologia Bblica o estudo que d ateno especial aos
ensinos de autores bblicos especficos e de sees da Bblia, bem como ao papel de cada
ensino no desenvolvimento histrico das Sagradas Escrituras. A Teologia Bblica dividida
em dois outros importantes estudos, a saber: Teologia do Novo Testamento e Teologia do
Antigo Testamento (GRUDEM, 2010, p.2).
Da podemos partir ento para a outra diviso da Teologia Bblica, que a Teologia do
Novo Testamento, fazendo perguntas do mesmo teor sobre a orao:
13
Isto , a Teologia Bblica e a Teologia Sistemtica.
14
Sendo assim, com o emprego da Teologia Sistemtica e com base no exemplo citado,
podemos definir luz da totalidade da Escritura uma doutrina biblicamente fundamentada
e coerente sobre a orao. Usamos aqui a orao a ttulo de exemplo, mas isso se aplica
a todo e qualquer assunto tratado na Bblia (pecado, obedincia, salvao, etc.).
Veremos na sequncia desta apostila o quo til o emprego da Teologia Bblica para
o estudo da Teologia Sistemtica, pois esta constantemente constri seus resultados
utilizando-se da daquela (Ibid.).
14
ANALOGIA DA F:
a) [Do gr. An, para cima + logia, pensamento; do lat. fide, f, confiana, fidelidade] Princpio de interpretao das Escrituras desenvolvido
por Agostinho. Consiste em submeter os pontos bblicos tidos como obscuros doutrina crist. Por doutrina crist compreendia Agostinho
no somente o Novo Testamento, como tambm os escritos patrsticos e as tradies da igreja romana. Tal princpio foi rechaa do pelos
reformadores protestantes, para quem a Bblia mais do que suficiente para interpretar a si mesma (ANDRADE, Claudionor Corra de.
Dicionrio Teolgico. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.43,4).
b) Hoje o termo Analogia da f, resgatado e separado da equivocada compreenso agostiniana concernente ao que ele considerava
como doutrina crist, aplicado no sentido de uma hermenutica fiel ao texto bblico (A Bblia se auto interpreta).
c) Quando os Reformadores se apartaram de Roma e proclamaram sua convico de que a Bblia deveria ser a autoridade suprema da igreja
(Sola Scriptura), foram tambm muito cuidadosos em sua preocupao em definir princpios bsicos de interpretao. A primeira regra de
hermenutica foi denominada analogia da f. Analogia da f significa que as Escrituras interpretam as Escrituras: Sacra Escriptura sui
intrepres (As Sagradas Escrituras so seu prprio intrprete). Em termos simples, isto significa que nenhuma passagem das Escrituras pode
ser interpretada de tal forma que o significado alcanado seja conflitante em relao ao ensino exposto claramente pela Bblia em out ras
passagens. Por Exemplo, se um versculo pode apresentar duas interpretaes diferentes sendo que, uma delas contrria ao ensino da
Bblia como um todo, enquanto a outra est em harmonia com esse ensino, ento a ltima deve ser adotada e a anterior descartada. Este
princpio baseia-se em uma confiana prvia e bsica na Bblia como Palavra inspirada de Deus, sendo, portanto, consistente e coerente
(SPROUL, R. C. O Conhecimento das Escrituras. So Paulo: Cultura Crist, 2003 p. 48,9).
15
Por exemplo, o grande especialista em Antigo Testamento Walter Kaiser Jr. apresenta as seguintes crticas Teologia Sistemt ica: a
Teologia Sistemtica sempre organizou sua perspectiva em torno de tpicos e de temas como Deus, humanidade, pecado, Cristo, salvao,
a igreja e as ltimas coisas. J a teologia bblica, com muita frequncia, uma disciplina em busca de uma misso e de uma estrutura,
caindo muitas vezes nas mesmas trilhas tpicas e estruturais j percorridas pela teologia sistemtica, embora a critique severamente e se
15
Com tudo o que foi at aqui exposto, no queremos afirmar que um estudo seja
superior ao outro, mas, pelo contrrio, que ambos so importantes e que cada um16 em
seu campo de ao traz ricas contribuies ao estudo teolgico.
(BERKHOF, Louis. Princpios de Interpretao Bblica. 4. ed. So Paulo: Cultura Crist, 2013.).
coloque acima dela com o argumento de que a teologia sistemtica imps ao seu material um crivo externo (tomado da filosofia ou de
outra fonte semelhante). [...]. Em geral, na teologia dogmtica ou sistemtica, os textos usados para respaldar uma doutrina qualquer so
versculos esparsos (em vez da grande ctedra, captulos pedaggicos ou percopes) distribudos por toda a Bblia (KAISER Jr., Walter. O
Plano da Promessa de Deus. So Paulo: Vida Nova, 2011, p,14).
Norman Geisler
Alguns pontos a serem destacados na definio de Geisler so: (1) conjunto bem
fundamentado (consistente) de doutrinas; (2) de contedo inteligvel (compreensvel);
(3) que se baseia na Bblia inteira (conjunto completo da revelao de Deus).
17
A palavra dogma um sinnimo prximo de doutrina [...]. Dogma um termo usado mais amide por telogos
catlicos romanos e luteranos e frequentemente se refere a doutrinas que tm endosso oficial da igreja. Teologia
dogmtica outro termo designativo de teologia sistemtica (GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemtica Atual e
Exaustiva. 2. ed. So Paulo: Vida Nova, 2010, p.18).
17
Wayne Grudem:
Laird Harris:
Aqui o autor procurou mais listar as disciplinas que compem a teologia sistemtica do
que defini-la, porm, podemos destacar a questo do estudo lgico, organizado e
ordenado, uma vez que ele fala da ordem lgica das disciplinas. Lembro, porm, que,
embora na teologia sistemtica se procure manter uma ordem lgica das disciplinas, a
ordem em si, bem como as divises sistemticas sofrem alteraes de autor para autor.
Millard J. Erickson:
Em sua Introduo Teologia Sistemtica, Erickson (2007, p.28) afirma ainda que
embora tenham surgido nuanas significativas na abordagem teolgica atravs dos
sculos, a preocupao evanglica simplesmente investigar o que a Bblia diz sobre
determinado assunto e juntar tudo, formando algum tipo de todo coerente.
18
Elaborei propositadamente uma definio de Teologia Sistemtica um pouco mais extensa que a dos autores
supracitados com o propsito de atender aos propsitos didticos de uma aula introdutria sobre Teologia
Sistemtica, conforme veremos na sequncia.
19
A (5.1) organizao analtica e sistemtica dos assuntos tratados na Bblia de forma (5.2)
contextualizada, ou seja, tomando a Bblia como a axiomtica e absoluta regra de f e de prtica de todo
verdadeiro cristo, a Teologia Sistemtica prope entender o que (5.3) a Bblia, em sua totalidade, diz sobre
cada assunto de que trata, fazendo a correta interpretao do texto bblico com base numa Hermenutica
sria e com a utilizao de uma exegese igualmente sria, contextualizando a mensagem bblica para que
seja relevante e inteligvel para a atualidade e aplicando suas doutrinas de forma contempornea. A Teologia
Sistemtica entende que (5.4) a Bblia uma unidade harmnica e coerente, ou seja, os assuntos da Bblia
no podem ser estudados isoladamente, antes so confrontados com todas as pores da Bblia
concernentes a eles, assim como com sua totalidade doutrinria. Todo estudo srio e sistemtico das
Sagradas Escrituras nos leva a entender que (5.5) a Bblia cristocntrica, isto , o Antigo Testamento
aponta para Jesus Cristo e o Novo Testamento revela Jesus Cristo. Em outros termos pode-se dizer que,
Teologia Sistemtica o estudo sistemtico da revelao divina, cujo centro a bendita pessoa do nosso
Senhor e Salvador, Jesus Cristo.
5.1.1. Analtica
19
AMBIENTE DOS AUTORES BBLICOS: por ambiente entendemos as condies e as transformaes geogrficas,
econmicas, polticas e sociais da poca [...]. Sabendo que o ambiente muda de acordo com a poca e o local,
importante conhecer o ambiente de cada escrito bblico, principalmente sabendo que a Bblia foi escrita em um
perodo aproximado de 1500 anos. Destarte, imprescindvel que as mudanas de ambiente sejam consideradas a
fim de que entendamos melhor o mundo judeu nos dias dos Evangelhos (TOGNINI, Enas. Perodo Interbblico: 400
Anos de Silncio Proftico. So Paulo: Hagnos, 2009, p.15).
20
Se viajarmos uma longa distncia, um pequeno erro numa bussola, por exemplo, pode
nos colocar bem longe da rota. Assim, importante fazer uma avaliao cuidadosa de
nossos instrumentos de interpretao (ERICKSON, 2007, p.20).
Note que um erro de interpretao, que hoje possa parecer inofensivo, pode causar
srios danos ao Cristianismo no futuro. Isso tem acontecido constantemente ao longo da
histria da Igreja.
20
REGRAS DA HERMENUTICA: da Regra urea (fundamental) da Hermenutica, que : a Bblia interpreta a Bblia,
derivam-se cinco regras de interpretao, conforme expem E. Lund e P. C. Nelson:
1 REGRA: sempre que for possvel, necessrio tomar as palavras em seu sentido usual e comum (p.38);
2 REGRA: " de todo necessrio tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase" (p.43);
3 REGRA: necessrio tomar a frase no sentido indicado no contexto, a saber, os versculos que precedem
e seguem ao texto que se estuda (p.49);
4 REGRA: preciso tomar em considerao o objetivo ou desgnio do livro ou passagem em que ocorrem
as palavras ou expresses obscuras (p.58);
5 REGRA: necessrio consultar as passagens paralelas (paralelos de ideias p.68-76; paralelos de ensinos
gerais p.77-81).
(LUND, E.; NELSON, P.C. Hermenutica, princpios de interpretao das Sagradas Escrituras. 2. ed. So Paulo: Vida,
2007, p.38-81).
21
HERMENUTICA. O Pr. Claudionor de Andrade Assim define a Hermenutica: [Do gr. hermeneutiks, intrprete]
Cincia que tem por objetivo descobrir o verdadeiro significado de um texto. a base para toda crtica filolgica. Vrias
so as cincias auxiliares utilizadas pela hermenutica: filologia, lingustica, gramtica normativa, histrica e
comparada, etc. Quando empregada nas Sagradas Escrituras, sua misso passa a ser descobrir o que realmente
disseram os profetas e apstolos (ANDRADE, Claudionor Corra de. Dicionrio Teolgico. Rio de Janeiro: CPAD, 1996,
p.210). Segundo Louis Berkhof, a tarefa especial da Hermenutica Sacra indicar o meio pelo qual possam ser
removidas as diferenas ou a distncia entre o autor e seus leitores. S possvel uma realizao satisfatria desse
feito quando os leitores se transpem ao tempo e ao esprito dos autores humanos, assim, um entendimento
satisfatrio da Escritura s obtido quando entendemos a mente do Esprito Santo (BERKHOF, Louis. Princpios de
Interpretao Bblica. 4.ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1988, p.12).
22
EXEGESE: [Do gr. ek + egomai, penso, interpreto, arranco para fora do texto] a prtica da hermenutica sagrada
que busca a real interpretao dos textos sagrados, que formam o Antigo e o Novo Testamento. Vale-se a exegese
sagrada, pois, das lnguas originais (hebraico, aramaico e grego), da confrontao de diversos textos bblicos e das
tcnicas aplicadas na lingustica e na filologia (ANDRADE, Claudionor Corra de. Dicionrio Teolgico. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010, p.178).
21
Por ser analtica, a Teologia Sistemtica busca sempre interpretar e analisar a Bblia
de forma correta e coerente, tendo-a sempre como um todo harmnico e coerente e
deixando que a prpria Bblia d a palavra final acerca da sua prpria interpretao. Afinal,
23
O PERODO PATRSTICO constitudo pelos seis primeiros sculos da era crist, cuja doutrina hoje denominada
Patrstica [do lat. pater, pai], foi elaborada pelos telogos desse perodo, conhecidos como os pais da Igreja (ANDRADE,
Claudionor Corra de. Dicionrio Teolgico. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.294).
24
INTERPRETAO ALEGRICA DA BBLIA: [Do lat. Interpretationem + do gr. allegora] Mtodo de interpretao das
Escrituras Sagradas, que procura descobrir, no texto, um significado mais profundo que o literal. uma interpretao
figurada da Palavra de Deus. Os principais representantes desta escola foram Clemente e Orgenes, ambos de
Alexandria (ANDRADE, Claudionor Corra de. Dicionrio Teolgico. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.232,233).
25
O fato de apreciarmos os trabalhos exegticos e apologticos dos pais da Igreja no significa que os consideremos
infalveis ou que coloquemos as tradies da Igreja em nveis similares ao da Palavra de Deus como erroneamente o
fazem os catlicos romanos, pois embora os pais da Igreja tenham sua grande parcela de contribuio na histria do
pensamento cristo, bem como grandes acertos interpretativos, deve-se considerar tambm que no havia
unanimidade entre eles e mesmo os mais proeminentes cometeram gravssimos erros de interpretao, muitos dos
quais foram corrigidos com o tempo, por meio de intenso labor exegtico . O erro catlico de equiparar a patrstica, a
tradio da Igreja e a tradio papal s Sagradas Escrituras no apenas levou esse movimento hertico apostasia,
mas tambm fez com que na Idade Mdia que tambm ficou conhecida como perodo das trevas (KNIGHT, A.;
ANGLIN, W. Histria do cristianismo. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.75,7 / WALKER, W. [et al]. Histria da Igreja
Crist. 3. ed. So Paulo: Aste, 2006, p.460) no houvesse progresso algum no campo da exegese (BERKHOF, Louis.
Princpios de Interpretao Bblica. 4. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1988, p.30).
22
se a regra urea de Hermenutica26 a Bblia interpreta a Bblia, nada mais justo do que
analisar cada passagem da Escritura luz de toda a Escritura, pois, se a Bblia a nossa
regra de f e de prtica e a autoridade mxima acerca de assuntos doutrinrios, nada mais
justo e coerente que deix-la ser a autoridade mxima tambm acerca da sua prpria
interpretao! Se muitos dos que erraram no passado tivessem feito isso, no teriam
incorrido no erro das interpretaes particulares e no teramos muitos dos problemas de
hoje, que foram causados por interpretaes errneas do passado. Por isso, honrando a
grande luta dos reformadores27 para restabelecer a autoridade da Bblia, hoje devemos
interpretar corretamente a Bblia para que no futuro sejam colhidos frutos da verdade, no
do engano!
5.1.2. Sistemtica
26
REGRA UREA DA HERMENUTICA SACRA: sabendo que o diabo foi o primeiro intrprete da Palavra de Deus e
que seus imitadores conscientes ou inconscientes, com suas interpretaes particulares tm perpetuado este
procedimento, enganando humanidade com falsas interpretaes das Escrituras, nada melhor que dar prpria
Escritura a autoridade que lhe devida no tocante sua prpria interpretao, sendo assim, a regra das regras da
Hermenutica Sacra : a Escritura explica a Escritura. Isto , a Bblia sua prpria intrprete (LUND; NELSON, P.C..
Hermenutica, princpios de interpretao das Sagradas Escrituras. 2. Ed. So Paulo: Vida, 2007 p.31). Esta a regra
fundamental da Hermenutica Sacra, a regra das regras, da qual derivam as demais regras de interpretao.
27
Segundo Louis Berkhof (2013, p.22), os reformadores em sua luta pela verdade bblica e contra os abusos da igreja
papal, colocaram a infalibilidade da Palavra de Deus em oposio autodeclarada infalibilidade da igreja romana.
Eles evidenciaram perfeitamente sua posio ao declararem que a Igreja no determina o que as Escrituras ensinam,
mas as Escrituras determinam o que a Igreja deve ensinar. Esta a regra fundamental Scriptura Scripturae interpres
(a Escritura a intrprete da Escritura). (BERKHOF, Louis. Princpios de Interpretao Bblica. 4. ed. So Paulo: Cultura
Crist, 2013, p.22).
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bblicos acerca da pessoa e obra do Esprito Santo. Nota-se com isso que uma doutrina
bblica jamais pode ser baseada em versculos isolados (e/ou tirados do seu contexto),
mas em todo o conjunto de versculos bblicos acerca do assunto estudado. Isso deve ser
feito de forma sistemtica.
A Bblia no foi escrita apenas para os povos da poca do seu registro e sua
mensagem no restrita queles locais, antes foi escrita para todos os povos de todas as
pocas, culturas, etnias e locais. Notamos a um marcante contraste entre o estudo da
Bblia e o estudo das demais obras literrias da antiguidade, as quais, embora possuam
algumas informaes e certas aplicaes vlidas para a atualidade, no possuem
mensagens constantemente atuais, portanto, sofrem constante desatualizao e no
servem como regra de conduta. A Bblia, no entanto, por ser a Palavra Viva de Deus,
sempre atualizada e relevante.
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Por exemplo, no sistema sacrificial, o que permanente e imutvel no a forma do sacrifcio, mas a verdade de
que preciso haver um sacrifcio vicrio pelos pecados da humanidade. Essa tarefa de identificar a verdade
permanente dentro das formas de expresso temporrias importantssima (ERICKSON, Millard J. Introduo
Teologia Sistemtica. So Paulo: Mundo Cristo, 2007, p.23).
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Os riscos de contextualizar:
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"HOMILTICO. Pertinente pregao ou ao estudo da pregao" (ERICKSON, Millard J. Dicionrio Popular de
Teologia. So Paulo: Vida Nova, 2011, p.95).
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O artigo Teologia Bblica da Contextualizao de Ronaldo Lindrio est disponvel na Internet. Vale a pena baixar,
ler e ter em sua biblioteca virtual. (LINDRIO, Ronaldo. Teologia Bblica da Contextualizao. Monergismo. Disponvel
em: <http://www.monergismo.com/textos/missoes/teologia-biblica-contextualizacao_lidorio.pdf>).
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Os riscos de no contextualizar:
Tudo o que foi dito aqui por Ronaldo Lindrio, embora seja direcionado primeiramente
ao campo missionrio, extremamente vlido para a Homiltica em todos os seus
contextos.
Embora seja Deus, pelo Esprito Santo, quem fornece tanto a convico quanto o
entendimento no tocante s verdades bblicas, conforme afirma Erickson, Deus usa
nossos esforos por transmitir sua verdade do modo mais compreensvel que
conseguimos. O que precisamos fazer manter o significado essencial do ensino bblico
ao mesmo tempo que o aplicamos situao contempornea (Idem, p.33).
Cada frase escrita na Bblia inspirada e tem a sua razo de ser. Cabe, portanto ao
cristo, por meio do sistemtico estudo teolgico, descobrir o real motivo do seu registro,
o que ela significava quando foi escrita e qual seu significado e mensagem para ns hoje.
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Por exemplo, em nome de uma suposta contextualizao, determinada igreja da cidade de So Paulo resolveu
realizar o batismo em guas (que uma serssima ordenana do Senhor Jesus para Sua Igreja) num parque de
diverses, no qual os batizados eram batizados escorregando pelo tobog e caindo na piscina. Isso
contextualizao ou banalizao das verdades bblicas?
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Hoje, infelizmente, o que mais ouvimos dos plpitos das igrejas que abriram mo da
correta interpretao da Bblia so falsos ensinos extrados de textos isolados e tirados do
seu contexto original, e o que ainda pior, esses textos so distorcidos segundo os
interesses pessoais de pregadores corrompidos, que enganam uma multido de
crentes que, embora tenham pleno acesso Bblia e plena liberdade para estud-la,
preferem dar ouvidos aos absurdos e s falsas promessas que ouvem, ao invs de
confrontarem as mensagens que chegam aos seus ouvidos com o que a Bblia
verdadeiramente ensina (Cf. At 17.11).
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Claro que isso concerne uma viso ampla das Sagradas Escrituras, pois quando
dizemos que a Bblia cristolgica e cristocntrica, estamos nos referindo Bblia como
um todo, no a todos os versculos da Bblia, pois nem todas as partes individuais do texto
bblico so em si mesmas cristocntricas. Nesse sentido, devemos descrever com cuidado
nossas nfases cristolgicas, sempre buscando a real inteno do autor bblico, conforme
alerta-nos Grant Osborne:
Ainda que reconheamos o projeto cristolgico das Escrituras como um todo,
devemos interpretar desse modo apenas as passagens individuais, e se o texto assim o
permitir. Jamais devemos interpretar mais do que um texto permite. As passagens no
cristolgicas fazem parte da ideia mais geral das Escrituras, visto que preparavam para
Cristo, mas no so em si mesmas cristocntricas. (OSBORNE, 2009, p.350).
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CONCLUSO
Conforme vimos, a Teologia Bblica, a Teologia Histrica e a Teologia Sistemtica
so estudos que contribuem grandemente para a correta compreenso da Bblia e dos
seus ensinamentos, principalmente quando so usados sem preconceito,
independentemente das afinidades e preferncias que todos ns temos.
Desta forma, a teologia bblica precisa ser sistemtica, mesmo que focalize o lugar
e o significado histricos de um segmento especfico da Bblia; e a teologia sistemtica,
se depender de exegese honesta, deve forosamente depender de consideraes
histricas (CARSON. 2008, p.27).
Quanto relao da teologia Sistemtica com a Teologia Histrica, basta lermos uma
obra de qualquer autor conceituado para percebermos que h ampla anlise dos erros e
acertos histricos no tocante interpretao das Sagradas Escrituras, uma vez que, uma
acurada anlise da Teologia Histrica por meio da Patrstica e da Histria da Igreja,
permite a qualquer escritor de Teologia Sistemtica descobrir que, se por um lado os erros
histricos de interpretao da Bblia resultaram em muitas heresias, por um lado, a
necessidade de reflexo e anlise bblica resultou nas correes das falsas interpretaes
e em muitas aes apologticas. Nesse sentido, todo autor de Teologia Sistemtica faz
ampla comparao entre as interpretaes histricas e as atuais.
Deus os abenoe!
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REFERENCIAL BIBLIOGRFICO
ANDRADE, Claudionor Corra de. Dicionrio Teolgico. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
HARRIS, Laird. Curso Vida Nova de Teologia Bsica - Introduo Bblia. So Paulo:
Vida, 2005.
KAISER Jr., Walter. O Plano da Promessa de Deus. So Paulo: Vida Nova, 2011.
KNIGHT, A.; ANGLIN, W. Histria do cristianismo. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. 4. ed. So Paulo, Exudus, 1997.
34
WALKER, W. [et al]. Histria da Igreja Crist. 3. ed. So Paulo: Aste, 2006.
35
GLOSSRIO
Anacrnico
[De anacronismo + -ico2, seg. o padro grego.]
Adjetivo.
1. Que contm ou encerra anacronismo (1):
documento anacrnico;
ensinamento anacrnico.
2. Que est em desacordo com a moda, o uso, constituindo atraso em relao a eles:
Usa vestes anacrnicas.
3. Avesso aos costumes hodiernos; retrgrado:
pessoa anacrnica;
ideias anacrnicas
Anacronismo
[Do gr. tard. anachronisms, ato de pr algo fora do tempo correspondente.]
Substantivo masculino.
1. Confuso de data quanto a acontecimentos ou pessoas.
2. Fato ou atitude anacrnica. [Sin. ger.: anticronismo.]
Apreender
[Do lat. apprehendere.]
Verbo transitivo direto.
1. Apropriar-se judicialmente de:
A polcia apreendeu o contrabando.
2. Segurar, pegar, agarrar, prender.
3. Assimilar mentalmente; entender, compreender:
Apreende rapidamente tudo o que lhe ensinam.
Verbo intransitivo.
4. Cismar, ruminar.
Axioma
(cs ou ss) [Do gr. axoma, pelo lat. axioma.]
Substantivo masculino.
1. Filos. Premissa imediatamente evidente que se admite como universalmente
verdadeira sem exigncia de demonstrao.
2. P. ext. Mxima, sentena:
bem vulgar o axioma de que os bens no so desejados, seno quando se perdem.
(Correia Garo, Obras Poticas e Oratrias, p. 506.)
3. Lg. Proposio que se admite como verdadeira porque dela se podem deduzir as
proposies de uma teoria ou de um sistema lgico ou matemtico.
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Axiomtico
(cs ou ss) [Do gr. axiomatiks.]
Adjetivo.
1. Que tem carter de axioma; evidente; manifesto, incontestvel:
verdade axiomtica.
2. Relativo a axioma. ~ V. mtodo
Congruncia
[Do lat. congruentia.]
Substantivo feminino.
1. Harmonia duma coisa com o fim a que se destina; coerncia, congruidade.
2. Propriedade, convenincia, congruidade.
3. lg. Propriedade de dois inteiros cuja diferena divisvel por um terceiro.
4. Geom. Propriedade de dois ngulos cuja diferena de 360 graus.
Efemeridade
[De efmero1 + -(i)dade.]
Substantivo feminino.
1. Qualidade de efmero.
Efmero
[Do gr. ephmeros.]
Adjetivo.
1. Que dura um s dia.
2. De pouca durao; passageiro, transitrio:
todas as formas se mudam, decaem e perecem ou se transformam, so todas efmeras
e caducas, ao passo que a ideia ou substncia sempre viva, verde e eternal. (Joo
Ribeiro, Pginas de Esttica, p. 87).
3. Bot. Diz-se da flor que fenece no prprio dia em que se abre.
Ininteligvel
[Do lat. tard. inintelligibile.]
Adjetivo de dois gneros.
1. No inteligvel; incompreensvel, obscuro, confuso:
Tartamudeou algumas palavras ininteligveis (Adalberon Cavalcanti Lins, Curral Novo,
pp. 244-245).
Inteligvel
[Do lat. intelligibile.]
Adjetivo de dois gneros.
1. Que se compreende bem.
2. Relativo inteligncia1.
3. Filos. Que se conhece pela inteligncia ou pela razo. [Ope-se, nesta acep., a
sensvel (12).]
4. Filos. Inserido em um sistema de significaes ou relaes lgicas j conhecidas. ~ V.
mundo .
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Necromancia
(c) [Do gr. nekromantea.]
Substantivo feminino.
1. Adivinhao pela invocao dos espritos.
2. V. magia negra. [Var.: nigromancia.]
Perene
[Do lat. perenne.]
Adjetivo de dois gneros.
1. Que dura muitos anos.
2. Que no acaba; perptuo, imperecvel, imperecedouro, eterno.
3. Incessante, contnuo, ininterrupto:
fonte perene;
De longe, em perene murmrio, vinha docemente o choro da cascata. (Coelho Neto,
Miragem, p. 123). [Sin., nessas aceps.: perenal.]
4. Bot. Que vive mais de dois anos:
erva perene. ~ V. filosofia .
Perenidade
[Do lat. perennitate.]
Substantivo feminino.
1. Qualidade de perene.
Unilateral
[De uni- + lateral.]
Adjetivo de dois gneros.
1. Situado de um nico lado.
2. Que vem de um lado s. ~ V. contrato .
Unilateralidade
[De unilateral + -(i)dade.]
Substantivo feminino.
1. Qualidade de unilateral; parcialidade, unilateralismo.