04 - O Ocultismo Obscurece As Culturas
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04 - O Ocultismo Obscurece As Culturas
Sabedoria na batalha espiritual é um requisito vital em nossa época por muitas razões,
sendo uma delas o surgimento da atividade ocultista. Quando o ocultismo e o
demoníaco crescem infiltrando-se numa sociedade, como tem acontecido na nossa, a
vida humana inquestionavelmente se obscurece e se degrada. O próprio mal que
habita em todos os homens é uma forte expressão dessa realidade.
Deus plantou Israel no meio de três culturas: cananeia, egípcia e babilônica. Todas
proliferavam com atividades demoníacas, com a crença em demônios, com
fenômenos de possessão, exorcismo, espiritismo e outras práticas. Israel foi criado
para ser luz nessa escuridão, mas a nação interagia e se misturava com essas
culturas, sendo corrompido pela fraqueza espiritual. Às vezes, até mesmo o rei
deliciava-se nas piores práticas (2Cr 33.2-7).
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A sigla MME significa Ministério do Método Ecbalístico (expulsar; lançar para fora). Para
maiores detalhes, confira o estudo “332 – O que é batalha espiritual” que pertence a esta série.
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2 - LEVANTADO O VÉU
O Antigo Testamento apresenta o Senhor e seu povo no centro do palco. Mas, com
muita frequência, Deus ergue o pano para mostrar as verdades do espírito atuando
por trás das cenas.
a) Gênesis 3.1-15
A narrativa da queda do homem nos ensina: quem é Satanás; qual é a natureza da
nossa luta; e quais são as consequências da derrota espiritual.
O ensino da Bíblia sobre Satanás começa em Gênesis 3. Satanás surge como uma
serpente (v. 1). Ele é comparado a animais selvagens, criados por Deus. Está evidente
uma grande diferença do que afirma o paganismo, isto é, não há dualismo, não há
duas forças equivalentes, o bem e o mal.
Deus é o criador e Satanás é a criatura. Essa ideia é reforçada quando Deus profere a
maldição sobre Satanás (v. 14-15). A serpente é subordinada a Deus e será derrotada
por um homem que descenderia da mulher. O poder e a autoridade de Deus sobre
Satanás são indiscutíveis. Isso nos leva a entender que ele ainda existe pela
clemência de Deus, mesmo cometendo maldade sobre maldade na Terra.
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b) 1 Samuel 16.13-23
Davi é ungido rei de Israel e o Espírito do Senhor se retira de Saul apossando-se de
Davi com poder. Ao mesmo tempo, um espírito maligno começa a atormentar Saul.
Davi é levado para confortar Saul com música e fazer com que o espírito se retire dele.
Por quatro vezes (ISm 16.14-16,23) o espírito maligno é especificamente chamado de
um espírito da parte do Senhor ou da parte de Deus.
Deus usou o espírito maligno para realizar seu duplo propósito: primeiro, ele condenou
a rebeldia de Saul enviando um atormentador; segundo, exaltou a Davi, permitindo
que Davi abençoasse a Saul com a sua paz. Nos capítulos seguintes, Davi é revelado
como o rei ungido, um homem segundo o coração de Deus, contra quem Saul se
enfurece. Novamente, como em Gênesis 3, as forças do mal estão totalmente
subordinadas ao Senhor.
Segundo o texto, o demônio está ligado à punição de Deus pelo pecado, não ao poder
do pecado. O demônio não faz Saul pecar. Mas Saul já estava envolvido com pecados
do ocultismo (ISm 15.23). O espírito que atormenta Saul é consequência do seu
próprio pecado. Embora ele vivesse acorrentado ao domínio moral de Satanás e,
portanto, tivesse experimentado a penúria, ele não estava endemoninhado no modo
de ver do MME.
Essa passagem em particular não oferece prova textual para o MME ser considerado
como um modo de ministério a ser empregado com os endemoninhados. Ao contrário,
Davi usa a terapia da música para trazer alívio a Saul. Conforme Davi tocava a sua
harpa, Saul era restaurado e o espírito maligno ausentava-se dele. A passagem
mostra a relação fundamental entre Deus e os demônios e talvez sugira o modo
clássico da batalha espiritual.
c) 1 Samuel 28.3-25
Essa passagem descreve o sórdido mundo da prática do ocultismo e não dos espíritos
malignos em si. Quando Saul se apavorou porque os filisteus se reuniram para a
batalha, ele visitou secretamente uma médium. Ele mesmo havia banido de seu reino
todos os médiuns e adivinhos. Mas ele foi a En-Dor e pediu à médium que fizesse
Samuel subir novamente, estando este já morto.
A partir do v.12 é dada a impressão de que a mulher realmente havia visto Samuel, no
entanto o seu susto pareceu ter sido porque naquele instante ela reconheceu que
estava diante do próprio Saul.
Em momento algum a narrativa diz que Saul tenha visto ou identificado a Samuel,
mas, a todo instante, a médium é quem "intermedia" entre os dois, o que torna ainda
mais fácil de falsificar a tentativa da médium em defender seus atos. E um texto,
portanto, absolutamente inadequado para ser usado pelo MME.
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d) Jó 1.16-2.10
Conforme a história dessa passagem se desenvolve, Satanás procura provar que Jó,
por fim, amaldiçoará a Deus se a vida se tornar muito difícil para ele. Então, Deus
permite que Satanás destrua os filhos e os bens de Jó e depois a sua saúde. Nesta
ocasião a sua mulher também o tenta para que amaldiçoe a Deus.
Os seguidores do MME frequentemente citam Jó para provar que Satanás pode afligir
diretamente e tentar os crentes. Eles vão mais adiante, concluindo que o MME precisa
fazer parte da solução dos nossos problemas. Os textos de Jó 1—2 certamente
provam que Satanás pode nos prejudicar. Mas também se opõem à visão de mundo e
à metodologia do MME.
Note, primeiramente, que é Deus quem está no controle. Ele interroga Satanás e o
prepara com perguntas direcionadas. Satanás deve prestar contas de si mesmo. Ele
só age com a permissão de Deus e sempre a sua malícia é canalizada para a glória de
Deus.
Em segundo lugar, repare que numa batalha espiritual a tragédia humana é uma
tragédia moral, e não uma tragédia demonológica: Irá Jó amaldiçoar a Deus? O
desenvolvimento da fidelidade de Jó a Deus é demonstrado diante do principado que
tinha zombado do poder da integridade e da retidão.
E, por fim, observe o modo como Jó trava a batalha espiritual. Na verdade, Jó nunca
menciona Satanás, a causa secundária de suas aflições. Em vez disso, Jó contende
com Deus, a causa primária, porque Deus é soberano. Ele provou ser um guerreiro
espiritual sábio reprovando, com honestidade, a loucura de seus amigos e de sua
mulher, se arrependendo e tendo fé. Ao proceder dessa forma, Jó glorificou a Deus e
humilhou Satanás.
Certamente Satanás influencia o povo de Deus de muitas maneiras, tanto por meio de
tentações como também aflições. Mas nós não precisamos escolher entre um
isolamento imune ao mal e possessão demoníaca moral em potencial. Nós não
precisamos escolher entre uma fé cristã formal e monótona e o MME. A tragédia
humana moral — a questão de ser fiel ou infiel a Deus, em meio a quaisquer que
sejam as tentações e os sofrimentos — sempre será uma tragédia moral humana.
e) Zacarias 3
Zacarias vê o sumo sacerdote Josué diante do anjo do Senhor e Satanás à sua direita
para acusá-lo. Josué estava impuro. Mas, é interessante notar que Satanás não é
sequer autorizado a falar.
O Senhor tirou as vestes sujas de josué e o vestiu com trajes finos e puros. Satanás
age como um acusador malicioso de um homem que é pecador e passível de ser
acusado, "um tição tirado do fogo".
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Embora os defensores do MME declarem que não precisamos temer ao diabo, a sua
visão da soberania de Deus é limitada e frágil. Com frequência, o "nome de Jesus" é
usado como um amuleto num mundo repleto de demônios que agem
independentemente do poder providencial de Deus. Nessa visão, a igreja vive nessa
luta constante num mundo mais precário e assombrado do que o mundo descrito na
Bíblia, um mundo dominado pelos demônios.
A Bíblia, por outro lado, dá uma explicação mais teocêntrica. Não é o exorcismo dos
crentes que dá o golpe final na batalha espiritual, mas o amor de Deus revelado em
Cristo Jesus. Em Deus nos refugiamos. As pessoas necessitam de arrependimento
dos seus pecados e fé em Jesus Cristo para serem vitoriosas na batalha espiritual.
A Bíblia não ignora o mal, Satanás ou os demônios, mas sempre nos recorda que
Deus é o rei e o juiz de todos, além de ser o redentor e libertador do seu povo.
Praticantes do ocultismo do Antigo Testamento foram levados ao conhecimento de
Deus por intermédio dos seus servos, como Naamã e os ninivitas.
CONCLUSÃO
Conforme vimos, em um panorama do Antigo Testamento, Deus está absolutamente
no centro de todas as coisas. Mesmo quando narra sobre magias e ocultismos,
mesmo entre os israelitas, Deus está no centro de todas as ações, dominando,
controlando, disciplinando e restaurando.
Além disso, o homem é sempre retratado como um ser moral, responsável por seus
atos e escolhas. Já os demônios são reprimidos pelo poder de Deus. E, por fim, é a
soberania de Deus que define o método da batalha espiritual, em uma busca intensa
de santidade e obediência ao Senhor.
APLICAÇÃO
Medite na Palavra de Deus para se armar contra as forças do mal e contra as falsas
interpretações provenientes de "ventos de doutrinas" estranhas. Ore incessantemente
a Deus, pedindo sabedoria para distinguir os falsos mestres.
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Lições adaptadas de O que você precisa saber sobre batalha espiritual, de Augustus
Nicodemos, e Confrontos de Poder, de David Powlisom – ambos livros da Editora Cultura
Cristã.
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