Pragas No Algodoeiro - Guia Ilustrado para Identificação.
Pragas No Algodoeiro - Guia Ilustrado para Identificação.
Pragas No Algodoeiro - Guia Ilustrado para Identificação.
Guia de Identificação de
Pragas do Algodoeiro
ISSN 0103-0205
Agosto, 2015
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro Nacional de Pesquisa de Algodão
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Documentos 255
Guia de Identificação de
Pragas do Algodoeiro
Campina Grande, PB
2015
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Comitê de Publicações da Unidade
Presidente: Valdinei Sofiatti
Secretário-Executivo: Geraldo Fernandes de Sousa Filho
Membros: Dartanhã José Soares, Everaldo Paulo de Medeiros,
Francisco José Correia Farias, João Henrique Zonta,
José Ednilson Miranda, Máira Milani, Nair Helena
Castro Arriel e Thaise Dantas de Almeida Xavier
Supervisão editorial: Geraldo Fernandes de Sousa Filho
Revisão de texto: Everaldo Correia da Silva Filho
Normalização bibliográfica: Maria Gorette dos Santos Silveira
Editoração eletrônica: Geraldo Fernandes de Sousa Filho
Fotos da capa (da esquerda para direita):
Foto 1, 2, 4 e 5: José Ednilson Miranda
Foto 3: Fábio Aquino de Albuquerque
Foto 6: Fabiano José Perina
Foto da 4ª capa: Nelson Dias Suassuna
1ª edição
Versão on-line (2015)
©
Embrapa 2015
Autores
Valdinei Sofiatti
Chefe-Adjunto de Transferência de Tecnologia
Sumário
10
Fotos: José Ednilson Miranda
11
Percevejo-castanho (Scaptocoris
castanea e S. brachiariae)
Descrição e bioecologia: essas espécies são
polífagas, podendo atacar várias culturas, como
soja, milho, sorgo e pastagens, e são facilmente
identificadas no momento da abertura dos
sulcos de plantio pelo cheiro desagradável que
exalam. O adulto mede de 5 mm a 8 mm e é de
coloração marrom-clara. O acasalamento ocorre
no interior do solo e a dispersão dos adultos se
dá na época chuvosa, ocasião em que os mesmos
retornam à superfície. Os adultos e as ninfas
ficam protegidos em uma câmara ovalada no
interior do solo. No período de seca, os adultos
se aprofundam no solo em busca de umidade.
As maiores densidades de adultos e ninfas estão
entre 20 cm e 40 cm de profundidade. Ambas as
formas têm hábito subterrâneo e sugam a seiva
das raízes da planta. As ninfas são de coloração
branca, passam por cinco ínstares, e a duração do
período ninfal de 150 dias. Os prejuízos são maiores
no período de estabelecimento da cultura e início
do crescimento das plantas, quando coincide com
chuvas intensas e constantes, e consequentemente
ocorre a redução no estande.
12
Fotos: José Ednilson Miranda
13
Pragas das folhas e hastes
Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)
Descrição e bioecologia: o adulto é uma mariposa
de cerca de 20 mm de comprimento e 30 mm a
35 mm de envergadura, com as asas anteriores
escuras, de coloração cinza ou marrom-mosqueada
e as posteriores claras e semitransparentes. A
oviposição é feita nas folhas ou no caule, mas pode
ser feita, também, em fendas no solo, separadamente
ou em pequenos grupos. Uma fêmea coloca, em
média, mil ovos. As lagartas apresentam coloração
variável entre o cinza até o marrom e, quando
completamente desenvolvidas, podem atingir 50 mm
de comprimento. São facilmente reconhecidas por se
enroscarem quando tocadas.
16
Foto: Raul Porfirio de Almeida Foto: Ivan Cruz
17
Lagarta-rosca.
Pulgão (Aphis gossypii)
Descrição e bioecologia: são insetos polífagos,
sugadores de seiva, possuem estruturas na parte
final do abdome denominada de cornículos ou
sifúnculos. Nas condições de clima tropical as
colônias são constituídas apenas por fêmeas, e
estas se reproduzem sem haver acasalamento
(partenogênese telítoca), o que resulta em um
rápido aumento populacional. Os pulgões vivem
sob as folhas e brotos novos das plantas, sugando
continuamente a seiva. A infestação inicial se dá em
reboleiras, e no início da formação da colônia todos
os indivíduos são ápteros (sem asas), mas, sempre
que a população cresce, surgem formas aladas
que são os indivíduos responsáveis pela dispersão
desses insetos dentro da cultura. O período ninfal
é de 5 a 6 dias e cada fêmea adulta pode gerar
de 2-4 ninfas/dia, ocorrendo uma nova geração a
cada semana. Ocorrem desde a germinação até os
primeiros capulhos e a estiagem; a alta temperatura
e a umidade favorecem o pulgão. O pulgão mede
de 1 mm a 3 mm de comprimento, apresenta
antenas mais curtas que o tamanho do corpo, olhos
vermelhos, sifúnculos escuros (pequenos tubos
escuros na parte posterior do abdômen do inseto)
e a coloração do corpo varia do amarelo-claro ao
verde-escuro. Os indivíduos alados possuem abdome
verde-escuro, com algumas tonalidades de amarelo.
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Fotos: José Ednilson Miranda
19
Colônia de pulgão.
Mosca-branca (Bemisia tabaci e
Bemisia tabaci biótipo B)
Descrição e bioecologia: a forma adulta apresenta
tamanho de 1 mm, corpo amarelado, asas cobertas
uniformemente por uma camada de cera branca e
os olhos são vermelhos. São insetos capazes de
se alimentarem de centenas de espécies vegetais,
como algodão, berinjela, couve, ervas daninhas,
feijão, melancia, pimentão, soja e tomate. Uma
fêmea pode depositar de 30 a 400 ovos ao longo
de sua vida reprodutiva. A sua reprodução pode
ocorrer com ou sem a presença do macho (sexuada
e assexuada). Os ovos são depositados na face
inferior das folhas. Os ovos recém-colocados são
amarelados e próximo à eclosão das ninfas, são
marrons. As ninfas de mosca-branca apresentam
quatro ínstares, sendo as ninfas de primeiro ínstar
móveis e as ninfas dos demais ínstares imóveis. No
segundo ínstar, após se fixarem na superfície da
folha, as ninfas inserem seus estiletes nas folhas
e sugam a seiva da planta. No quarto ínstar, as
ninfas não se alimentam e sua forma é achatada e
translúcida.
20
Foto: Fábio Aquino de Albuquerque Foto: José Ednilson Miranda
21
Mosca-branca.
Percevejo-de-renda (Gargaphia torresi)
Descrição e bioecologia: os adultos são vulgarmente
denominados de mosquitos; caracterizados por
apresentarem as asas rendadas com aspecto
reticulado na face dorsal do corpo e nas expansões do
tórax, facilitando sua identificação. As ninfas desse
percevejo permanecem agregadas com os adultos
próximas às posturas e medem aproximadamente
5 – 6 mm de comprimento, geralmente de coloração
transparente entremeada por manchas escuras.
22
Foto: Carlos Alberto Domingues da Silva
23
Percevejo-de-renda.
Tripes (Frankliniella schultzei e
Caliothrips brasiliensis)
Descrição e bioecologia: o adulto apresenta de 1 mm a
3 mm de comprimento, coloração enegrecida ou cinza-
escura com pernas mais claras que o corpo. Possui
dois pares de asas franjadas e seu aparelho bucal é
do tipo raspador-sugador. A fêmea coloca de 20 a
120 ovos nos tecidos das folhas em desenvolvimento
na região apical da planta. As ninfas têm coloração
branca ou amarelada e medem cerca de 1 mm de
comprimento. Os tripes são insetos diminutos que
se locomovem rapidamente pelas folhas das plantas
onde comumente ocorrerem em altas infestações nos
períodos de estiagem e no início da fase vegetativa
da cultura. Quando presentes na cultura, podem ser
observados na face superior das folhas, em brotos ou
dentro das flores do algodoeiro.
24
Fotos: José Ednilson Miranda
Tripes.
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Foto: Raul Porfirio de Almeida Foto: Paulo Edimar Saran
27
Injúria causada pelo besouro-amarelo.
Ácaro-rajado (Tetranychus urticae)
Descrição e bioecologia: os ácaros são organismos
pequenos (0,5 mm), de forma oval, cor esverdeada
e as fêmeas apresentam duas manchas escuras no
dorso. Os ácaros-rajados formam colônias compactas
nas faces inferiores das folhas e produzem teias
onde se protegem de predadores. Ocorrem desde a
emergência das plantas até a fase de abertura das
maçãs, principalmente em períodos de estiagem
prolongada. Essa espécie tem preferência por
folhas da parte mediana e inferior das plantas. Em
elevadas infestações podem ocupar toda a planta.
28
Fotos: José Ednilson Miranda
Fêmea do ácaro-rajado.
29
Ácaro-vermelho (Tetranychus ludeni)
Descrição e bioecologia: são organismos de tamanho
diminuto (0,43 mm), de cor esverdeada na forma
jovem e avermelhada na fase adulta. Formam
colônias na face inferior das folhas, onde produzem
teias que servem de proteção contra predadores,
mas em menor intensidade que o ácaro-rajado. Têm
preferência por folhas do terço superior.
30
Fotos: Fábio Aquino de Albuquerque
Fêmea do ácaro-vermelho.
31
Ácaro-branco (Polyphagotarsonemus
latus)
Descrição e bioecologia: são organismos pequenos,
de cor esbranquiçada e brilhante. Movimentam-se
rapidamente e são praticamente invisíveis a olho
nu. Para identificar a espécie, deve-se observar
o ovo (com uma lupa de 20x de aumento), que
apresenta linhas com protuberâncias na superfície.
Os ácaros-brancos se localizam na face inferior
das folhas, tendo preferência por folhas novas do
ponteiro, lugares sombreados e lavouras adensadas.
Ocorrem desde a emergência das plantas até a fase
de abertura das maçãs e sempre associados com
períodos de dias nublados e úmidos.
32
Fotos: Carlos Alberto Domingues da Silva
Fêmea do ácaro-branco.
33
Cochonilha (Phenacoccus solenopsis)
Descrição e bioecologia: os insetos aglomeram-se
nos brotos e folhas do algodoeiro no final do ciclo.
Sua ocorrência está provavelmente relacionada
com deficiência nutricional ou déficit hídrico.
As cochonilhas apresentam o corpo recoberto
com cerosidade branca, que tem a função de
proteção contra predadores. Apresentam apêndices
filamentosas ao redor do corpo e faixas escuras na
região posterior do corpo. A fêmea coloca 400 a 600
ovos, sendo protegidos pela cerosidade.
34
Foto: José Ednilson Miranda Fotos: Ziany Neiva Brandão
35
Cochonilha.
Broca-da-haste (Conotrachelus denieri)
Descrição e bioecologia: os adultos são pequenos
besouros, medem cerca 0,5 cm de comprimento,
coloração marrom-avermelhada, apresentam manchas
esbranquiçadas nos élitros. As fêmeas desse besouro
depositam seus ovos nos ponteiros das plantas, e,
após a eclosão, as larvas penetram na parte terminal
do caule, produzindo galerias no sentido descendente.
36
Fotos: Paulo Edimar Saran
37
Curuquerê-do-algodoeiro (Alabama
argillacea)
Descrição e bioecologia: a mariposa é de hábito
noturno e mede cerca de 30 mm de envergadura;
sua cor é marrom-palha e apresenta duas
manchas circulares escuras na parte central das
asas anteriores. Uma única fêmea pode colocar
até 500 ovos, sendo estes muito pequenos, de
coloração azul-esverdeada, com formato circular e
achatados. Os ovos são colocados isoladamente na
face superior ou inferior da folha. A lagarta causa
desfolha a partir do ponteiro indo até a região basal
da planta, pode medir até 40 mm de comprimento,
a coloração do corpo varia do verde-amarelado ao
verde-escuro e a cabeça amarelada com pontuações
pretas e listras longitudinais ao longo do corpo.
Quando sua infestação aumenta, as lagartas se
tornam enegrecidas. Locomovem-se como “mede-
palmo”, saltando quando tocadas. A fase larval
dura de 14 a 21 dias. Ao final da fase larval, as
lagartas enrolam-se nas folhas onde se encontram
e tecem uma espécie de casulo, passando todo o
período pupal no seu interior.
38
Foto B: Fábio Aquino de Albuquerque Fotos A e C: José Ednilson Miranda
C
A
39
Injúria causada pela lagarta.
40
Fotos: José Ednilson Miranda
Lagarta cosmioides.
41
Lagarta eridania (Spodoptera eridania)
Descrição e bioecologia: essa espécie tem sido
importante na soja e no algodão; alimenta-se de
outras plantas de importância agrícola, como
couve, cenoura, berinjela, pimenta, batata, bata-
doce, tomate, melancia, ervilha, beterraba, abacate,
citros, amendoim e girassol. As mariposas medem
entre 33 mm e 38 mm e têm asas cinzas e marrons,
com marcas irregulares marrom-escuras e pretas.
Embora com grande variação morfológica, alguns
indivíduos apresentam uma mancha em forma de
grão próximo ao centro das asas, enquanto outros
têm uma banda negra estendida do centro para a
margem das asas. As asas posteriores são branco-
opacas. Os ovos têm formato esférico, medem
0,45 mm de diâmetro e têm coloração verde
inicialmente, escurecendo com a proximidade
da eclosão da lagarta. São postos em camadas
e cobertos com escamas do corpo da mariposa.
O estágio embrionário é de quatro a seis dias.
As lagartas passam por seis ínstares e chegam
a medir 35 mm de comprimento. São verdes
ou verde-enegrecidas com cabeça castanha ou
castanho-avermelhada. Apresentam uma linha fina
longitudinal e faixas laterais mais largas. Em cada
lado normalmente denota-se uma faixa amarelada
ou esbranquiçada que é interrompida por um colar
preto no primeiro segmento abdominal, embora em
alguns casos este colar seja pouco aparente. Uma
série de triângulos negros está usualmente presente
na porção lateral do dorso ao longo do comprimento
do corpo. São encontradas na porção inferior das
folhas e são mais ativas à noite. A duração do
estágio larval varia entre 14 e 20 dias. As lagartas
empupam no solo em uma profundidade de 5 cm a
10 cm. As pupas são de coloração marrom e medem
16 – 18 mm de comprimento. O período pupal varia
entre 11 e 13 dias e o ciclo de ovo a adulto é de
aproximadamente 30 a 40 dias.
42
Fotos: José Ednilson Miranda
43
Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis
includens)
Descrição e bioecologia: a lagarta-falsa-medideira
é um inseto polífago capaz de se desenvolver em
plantas como algodão, batata-doce, feijão, fumo,
girassol, quiabo, repolho, soja e tomate. Os adultos
são mariposas com 35 mm de envergadura de asas,
dispostas em forma inclinada. As asas anteriores
são de coloração escura, com duas manchas
prateadas brilhantes na parte central do primeiro
par de asas, e as asas posteriores são de coloração
marrom. Seus ovos são globulares, medem cerca
de 0,5 mm de diâmetro e apresentam coloração
creme-clara logo após a oviposição e marrom-clara
próximo à eclosão. O desenvolvimento embrionário
se completa em torno de 2,5 dias. As lagartas que
eclodem são de coloração verde-clara, com listras
longitudinais brancas e pontuações pretas, atingindo
de 40 mm a 45 mm de comprimento em seu último
estádio larval e possuem pernas torácicas escuras.
O período larval varia de 13 a 20 dias. As lagartas
do último ínstar tecem casulos com fios brancos,
na face ventral das folhas, onde se transformam
em pupa. A coloração da pupa, geralmente, é
verde-clara no início do desenvolvimento, com
pigmentação dorsal irregular até 48 horas antes da
emergência. O período pupal dura de 7 a 9 dias até
a emergência dos adultos.
44
Foto: Edson Hirose
Lagarta-falsa-medideira.
45
Pragas das estruturas
frutíferas
Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus
grandis)
Descrição e bioecologia: praga com grande potencial
de destruição, infesta as lavouras de algodão desde
o início da emissão de botões florais até a colheita,
podendo ter 4 a 6 gerações em um ciclo da cultura.
Os adultos são besouros com coloração cinza ou
castanha, com 3 mm a 7 mm de comprimento,
apresentando rostro em forma de tromba que
corresponde à metade do comprimento do corpo.
Podem ser encontrados dentro de flores abertas
ou protegidos pelas brácteas. Os ovos são branco-
amarelados e a fêmea coloca geralmente um ovo na
base do botão, mas pode fazer a postura de vários
ovos por maçã. Os orifícios de alimentação são
identificados por perfurações escuras (oxidação
dos tecidos em decorrência da injúria durante
alimentação), e os orifícios de oviposição são
protuberantes em relação à superfície do botão
e contêm substância gelatinosa excretada pela
fêmea. Na fase jovem, as larvas são ápodas, de
formato curvo, coloração branco-leitosa a creme,
com comprimento de 5 mm a 7 mm. Estão presentes
no interior de botões, flores e maçãs, onde passam
toda a fase larval e pupal.
48
Fotos: José Ednilson Miranda
Bicudo-do-algodoeiro: adulto.
49
Lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens)
Descrição e bioecologia: a mariposa possui asas
anteriores esverdeadas e listras oblíquas avermelhadas.
As fêmeas põem até 600 ovos, de coloração
amarelada, em folhas novas do ápice da planta e
nas brácteas das estruturas reprodutivas localizadas
na região do ponteiro das plantas. A lagarta tem
coloração variável de verde a verde-escura e chega
a atingir 25 mm de comprimento. Apresenta cerdas
na região dorsal e faixas longitudinais escuras e
claras. As lagartas recém-eclodidas alimentam-
se de tecidos novos, folhas ou botões florais. As
lagartas, quando maiores, passam a se alimentar
de botões ou maçãs, destruindo uma ou várias lojas
e atingindo as sementes. A fase larval dura de 25 a
28 dias, e se transformam em pupas no solo, de onde
emergem os adultos.
50
Fotos: Sandra Maria Morais Rodrigues
51
Lagarta spodoptera (Spodoptera
frugiperda)
Descrição e bioecologia: conhecida como lagarta-
do-cartucho, tem grande importância na cultura
do milho, mas possui vários hospedeiros, como a
alfafa, algodão, amendoim, arroz, aveia, batata,
batata-doce, cana-de-açúcar, hortaliças, trigo,
soja, feijão, tomate, repolho, espinafre, abóbora,
couve e girassol, sendo, porém, mais encontrada
em gramíneas. A mariposa tem asa anterior cinza-
escura e posterior branco-acinzentada, com cerca
de 35 mm de comprimento. Nas plantas, as
mariposas colocam seus ovos à noite sobre a face
inferior das folhas ou sobre as brácteas do algodão,
em três a cinco camadas sobrepostas, sendo que
cada fêmea coloca entre 150 e 500 ovos. A lagarta
spodoptera apresenta comprimento que chega a
40 mm, coloração variada (pardo-escura, verde ou
quase preta) com finíssimas linhas longitudinais
branco-amareladas na parte dorsal do corpo. Três
a quatro dias após a postura, ocorre a eclosão
das lagartas que medem pouco mais de 1 mm de
comprimento. Ao final da fase larval, atingem entre
35 mm e 40 mm de comprimento. De acordo com a
temperatura e o alimento, o ciclo larval se completa
entre 15 e 28 dias, em seguida, as lagartas caem
no solo para empupar. Após 3 a 4 dias, ocorre a
metamorfose e a emergência do adulto e, logo em
seguida, se dá o acasalamento, com consequente
infestação.
52
Fotos: José Ednilson Miranda
53
Lagarta-rosada (Pectinophora
gossypiella)
Descrição e bioecologia: a mariposa é um
microlepidóptero com 20 mm de comprimento, de
coloração pardacenta e possui asa anterior com
manchas escuras e asa posterior cinza-escura. Os
ovos são branco-esverdeados e colocados entre as
fendas das brácteas, flores e maçãs. A lagarta pode
ter de 10 mm a 14 mm de comprimento, coloração
branco-leitosa quando pequena e rosada quando
maior. Vivem no interior dos botões, flores e maçãs
e a fase pupal ocorre no solo.
54
Fotos: Paulo Edimar Saran Foto: José Ednilson Miranda
55
Lagarta-rosada: fase jovem e adulta.
Lagarta helicoverpa (Helicoverpa
armigera)
Descrição e bioecologia: é uma praga polífaga que
ataca diversas culturas agrícolas em todo o mundo.
Pode se alimentar de plantas de diferentes famílias
botânicas, como girassol, couve, pepino, soja,
milho, picão-branco, tomate, algodão. As mariposas
apresentam envergadura de 30 mm a 40 mm. As
asas anteriores variam de amarelada à laranjada
nas fêmeas e nos machos, cinza-esverdeada. As
asas posteriores são de cor amarela pálida, com
uma faixa marrom estreita na borda exterior e uma
mancha circular e escura no meio. As mariposas são
fortemente atraídas para as plantas que fornecem
néctar. São insetos voadores relativamente fortes,
capazes de se dispersarem muito bem dentro de
áreas onde as plantas hospedeiras são encontradas.
A dispersão também pode ser favorecida por ventos
fortes. A oviposição geralmente coincide com o
florescimento das culturas hospedeiras e é feita no
período noturno. O número de ovos colocados por
essa praga varia de 700 a 3.000 ovos em função
das condições bióticas e abióticas. O período larval
é constituído por 5 a 6 ínstares e varia de 15 a 19
dias. No último ínstar, a lagarta mede de 30 mm a
40 mm de comprimento e sua coloração pode variar
do verde ao amarelo-claro, podendo ser, ainda,
marrom-avermelhada ou preta. As lagartas têm
quatro pares de falsas pernas. Apresentam espinhos
nas bases das pernas e ao longo da superfície do
tegumento. O tegumento da lagarta tem textura
levemente coriácea, o que é bastante diferente das
outras espécies da mesma família que ocorrem no
Brasil. Além disso, quando perturbada, apresenta
comportamento peculiar, encurvando a cápsula
cefálica até o primeiro par de falsas pernas, e assim
permanecendo por algum tempo.
57
Lagarta helicoverpa: fase jovem.
Percevejo-marrom (Euschistus heros)
Descrição e bioecologia: os percevejos da parte
aérea do algodoeiro, em virtude de seu hábito
alimentar, ocorrem durante o período reprodutivo da
planta, isto é, surgindo no aparecimento dos botões
florais e indo até a fase de abertura de maçãs. Na
fase adulta apresentam coloração marrom-escura e
possuem expansões laterais em forma de espinhos
pontiagudos na parte dorsal do primeiro segmento
do tórax. As fêmeas colocam os seus ovos nas
folhas, sendo cada massa de ovos constituída de
5 a 7 ovos amarelados. As ninfas têm coloração
amarronzada no início, podendo surgir formas
verdes, castanhas ou acinzentadas.
58
Foto: José Ednilson Miranda
Percevejo-marrom: adulto.
59
Percevejo-verde (Nezara viridula)
Descrição e bioecologia: são insetos de hábitos
gregários (reúnem-se em colônias), e na fase adulta
apresentam coloração exclusivamente esverdeada,
com manchas vermelhas nos últimos segmentos
das antenas. Esse percevejo na fase ninfal tem
coloração verde, com 5 – 8 mm de comprimento,
podendo apresentar manchas amarelas, vermelhas
ou pretas sobre o dorso.
60
Foto: Edson Hirose Foto: Phillip Roberts (www.bugwood.org)
61
Percevejo-verde: maçã atacada e adulto.
Percevejo-pequeno (Piezodorus
guildinii)
Descrição e bioecologia: o adulto tem cor verde ou
amarelada, com listra amarronzada ou avermelhada
no pronoto, com 10 mm a 13 mm de comprimento.
As fêmeas colocam massas de ovos de coloração
preta com cerca de 14 ovos/postura, dispostos
em filas duplas. Possui, na forma ninfal, coloração
esverdeada, com manchas vermelhas e pretas
sobre o dorso.
62
Fotos: José Ednilson Miranda
63
Percevejo-rajado (Horcias nobilellus)
Descrição e bioecologia: os indivíduos nas fases
jovem e adulta são muito parecidos, sendo que as
ninfas apresentam um Y invertido sobre o abdome
e os adultos um V característico de cor amarela. Os
adultos apresentam coloração brilhante com listras
vermelhas, amarelas e brancas. As fêmeas efetuam
a postura nos ramos mais tenros da planta. Os ovos
têm forma alongada. As ninfas e os adultos inserem
seu aparelho bucal nas partes tenras do caule e das
estruturas reprodutivas para a alimentação.
64
Fotos: Paulo Edimar Saran
65
Percevejo-manchador (Dysdercus sp.)
Descrição e bioecologia: os adultos medem 15 mm
de comprimento e têm coloração marrom-escura.
No tórax existem três listras brancas na base das
pernas. As asas variam do castanho-claro a escuro
e o abdome é marrom-escuro na parte superior.
As ninfas são de coloração rosada quando recém-
eclodidas e posteriormente avermelhadas, e,
quando bem desenvolvidas, medem 8 mm de
comprimento.
66
Foto: José Ednilson Miranda
67
Percevejo-manchador.
68
Fases de maior ocorrência das principais pragas de folhas e hastes do algodoeiro.
Arte gráfica: Sergio Cobel da Silva
69
Fases de maior ocorrência das principais pragas de estruturas frutíferas do algodoeiro.
Arte gráfica: Sergio Cobel da Silva
CGPE: 12151