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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE

Curso: Engenharia Química


Disciplina: Operações Unitárias I
Responsável: Prof. Dr. Iraí Santos Júnior
Data: 28/11/2010

CENTRIFUGAÇÃO

1. INTRODUÇÃO
- Processo de separação físico-mecânico entre sólido e líquido ou entre líquido e líquido
- Princípio fundamental está baseado na ação de um campo centrífugo
- Separação ocorre devido aos diferentes efeitos que a centrifugação produz sobre as distintas fases
- Uma fase (sólida ou líquida) se movimenta através da outra (líquida) e se separa dela devido à
força centrífuga que atua sobre as partículas de tamanhos e densidades diferentes
- Tipos de processos centrífugos:
Precipitação ou sedimentação centrífuga
Filtração centrífuga (fluxo da suspensão através do filtro se deve à força centrífuga)
(este não é estudado aqui)
- Algumas aplicações:
Indústrias alimentícias (p.ex.: cervejarias; laticínios; processamento de óleos vegetais)
Indústrias químicas (p.ex.: secagem de cristais; separar líquido ou sólido de emulsões)
- Em relação à separação em campo gravitacional, a centrifugação aumenta o grau de magnitude das
forças que atuam sobre as partículas, possibilitando quase sempre separações que no primeiro
seriam insatisfatórias ou mesmo impossíveis de se realizarem

2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
- Princípio comum dos separadores centrífugos: rotação de um objeto em torno de um eixo central,
a uma distância radial constante deste eixo, produz uma força centrípeta que atua sobre o objeto
(mesmo que a velocidade rotacional seja constante, a mudança constante de direção do
objeto produz uma aceleração dirigida para o centro de rotação)
- Se o objeto é um recipiente cilíndrico, a força centrífuga é a reação à ação da força centrípeta.
Então, o conteúdo (líquido e sólido) do objeto é empurrado para as paredes do recipiente
- Esquema de uma separação por centrifugação

(a) alimentação inicial de uma suspensão líquido-sólido na posição central


(b) precipitação horizontal dos sólidos suspensos através do líquido
(partículas se pressionam sobre a parede vertical do recipiente e a capa líquida
assume uma posição de equilíbrio quase vertical com a parede)
(c) separação de frações líquidas com diferentes densidades
- Força gravitacional na vertical e força centrífuga na horizontal atua sobre sólidos e líquidos
(como a centrífuga é muito maior que a gravitacional, essa pode ser desprezada)
- Equações para a força centrífuga
1. Aceleração para a força centrífuga  ⁄  em um movimento circular

. 
Onde: é distância radial do centro de rotação 
é velocidade angular ou de rotação  ⁄
2. Força centrífuga  que atua sobre a partícula

. 
. . 
Velocidade tangencial é 
. ⁄
Velocidade de rotação pode ser expressa em ciclos por segundo,
2. . 
3. Com freqüência, força centrífuga é expressa como um múltiplo da força gravitacional
 . .  . 

 
. 
 .  
- Equações para precipitação centrífuga
Esquema de uma centrífuga tubular cuja alimentação é pela base
Suposições: Todo o líquido se move para cima em velocidade uniforme
Partículas sólidas são arrastadas com o líquido
Partícula se move radialmente e sua velocidade terminal é 

Onde:  é distância entre partícula e eixo de rotação, no tempo final de residência


(uma partícula de determinado tamanho se separa do líquido quando o
seu tempo de residência é o suficiente para ela atingir a parede,

 , e ali se manter. Isto permite calcular o menor diâmetro de
partícula separável e sua velocidade terminal de precipitação. Se
   , partícula sai com o fluido)
Descrevendo a precipitação centrífuga no intervalo de validade da Lei de Stokes
(Equação Geral da Centrifugação)
 . .  .   


18. #
Onde:  é velocidade terminal de precipitação no sentido radial ⁄
 é diâmetro da partícula 
 é densidade ($ para partícula e % para líquido) &⁄'
# é viscosidade do líquido (. 
Na forma diferencial
  . .  .   

) 18. #
Limites de integração
)
0 +
,
)
)- +

Da integração, obtém-se o tempo de residência )-
18. # 
)-
  . %. / 0
.  .    ,
Sabe-se que
2 . 3   , 4. 5
1
 )-

)- 1
Onde: 2 é volume de líquido no recipiente '
1 é vazão volumétrica ' ⁄
Combinando-as os tempos de residência
. 3   , 4. 5 18. # 

  . %. / 0
1 .  .    ,
Esta equação fornece o menor diâmetro de partícula  que se pode separar
Ponto de Corte ou Diâmetro Crítico 
(definido como o diâmetro de uma partícula que atinge a metade da distância entre ,
e  . Em outras palavras, esta partícula se move a metade da capa líquida, ou a
distância 3   , 4⁄2, durante o tempo em que está na centrífuga)
Novo limite de integração
)
0 +
, 6 3   , 4⁄2
)
)- +

Atenção! Integração ocorre da metade da capa líquida até a parede
Da nova integração, obtém-se
18. # 2. 
)-
  . %. / 0
.  .    , 6 
Nova combinação dos tempos de residência
. 3   , 4. 5 18. # 2. 

  . %. / 0
1 .  .    , 6 
Com a vazão volumétrica 1 , as partículas com diâmetro maior que 
precipitarão na parede, e as de diâmetro menor sairão com o líquido
- Caso especial de precipitação centrífuga
Hipóteses: Expessura da capa líquida muito pequena em relação ao raio ( 7  )


8 9 .:9 .;<=
9 .> ?>


< @
Velocidade terminal:
,A.B@
C 3:9 ?:E 4⁄
Tempo de residência: )-
D

= FG
.H.I.8 9 .:99 .;<=
9 .> ?>
1

< @
Vazão volumétrica:
J.B@
- Valores Sigma e “scale-up” de centrífugas (considerando o Diâmetro Crítico)
Característica física de centrífuga Σ
(não se trata de característica do sistema fluido-partícula. O valor de Σ é na verdade a
área de um sedimentador gravitacional que tem as mesmas características de
sedimentação como a centrífuga para a mesma taxa de alimentação)
 . 5. . 3   , 4
Σ

2. . %.2.  ⁄3 , 6  4
8 9 .I.H..:99
Para o caso especial ( 7  ): Σ


Procedimento de “scale-up” de um teste de labortatório de 1, e Σ, para 1
(válido para centrífugas de tipo e geometria similares e com ,
 . As forças
centrífugas no “scale-up” devem estar dentro de um fator de 2 de um para outro)
1, 1

Σ, Σ
Usar Fatores de Eficiência E se as configurações são diferentes
(são valores experimentais e podem ser obtidos em Foust e Perry)
1, 1

Σ, . E, Σ . E
- Separação centrífuga de duas fases líquidas
(líquidos estão finamente dispersos como em uma emulsão)
Esquema

Onde: , indica o raio até a superfície interna da camada do líquido leve


 indica o raio até a interface líquida-líquida
' indica o raio da barreira
(variável bastante importante. Ela determina se uma separação é efetiva e
controla o volume de “holdup” na centrífuga)
L indica o raio até a superfície por onde o líquido pesado escoa
Localização da interface líquida-líquida
Requer balanço de pressão nas duas camadas líquidas
Como: 
. . 
MN

3.H.:.I4.M:
3.H.:.I4.M:.>.:.8 9
Então: (
 (
.  . . 
.H.:.I
Limites de integração
O
, + (
(, P  (  (,
. . 3    4



 + (
( 2  ,

Como a pressão desenvolvida pela fase leve de espessura   , é igual a pressão


desenvolvida pela fase pesada de espessura   L na interface líquida em  , tem-se
Q .  R . 
. 3   , 4
. 3   L 4
2 2
Posição da interface
(raio da interface  deve ser menor que o raio da barreira ' )
R . L  Q . ,


R  Q

3. PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DE SEDIMENTAÇÃO CENTRÍFUGA


- Centrífuga tubular
Tanque tubular alto e com diâmetro pequeno, de 10 para 15 T
Supercentrífuga desenvolve uma força em torno de 13 mil vezes acima da gravitacional
Ultracentrífuga tem elevada rotação (1000  $ ) e um diâmetro de 7,5 T

- Centrífuga de discos
Freqüentemente usada para separações líquido-líquido
Alimentação entra realmente pela base e percorre ascendentemente através de orifícios
Limpeza periódica é necessária para remover partículas sólidas depositadas
Usos: separação de amido de glúten; concentração de borracha de látex; separação de nata
4. EXERCÍCIOS
Ex.1: Deseja-se clarificar por centrifugação uma solução viscosa que contém partículas com
densidade 
1461 &⁄' . A densidade da solução é 
801 &⁄' e sua viscosidade é
#
100 T$ . A centrífuga tem uma capa líquida com 
2,225 T , ,
0,716 T e
5
19,7 T . Calcular o diâmetro crítico das maiores partículas na corrente de saída quando

23000  $ e a velocidade de fluxo é [
0,002832 ' ⁄\ .
Solução
Velocidade de rotação:
2. .  
2408,6  ⁄
Volume de líquido: 2
. 3   , 4. 5  2
2,7466. 10?L '
H.:99 ?:E9 .I ,A.B@ .:9
Ponto de Corte: D=

89 .;9 . %. ] _
<= .>< ?>@ :E ^:9
,`Laa.,bcd ,A.b,, .,f
`,Aaa`.,bce

9 .3,La,?Ab,4 . %. ],f^b,`,a_
3LbA,a49 .;<=

0,7468 #
9 .> ?>
8 9 .:9 .;<=

 
2,6396. 10?f ⁄
< @
Velocidade de precipitação:
,A.B@
;<= .FG .>
Número de Reynolds: gh
B
 gh
1,58. 10?`
(precipitação dentro do intervalo da Lei de Stokes)

Ex.2: No processo de refino de óleo vegetal, deseja-se separar por centrifugação a fase aquosa da
fase de óleo. A densidade do óleo é 919,5 &⁄' e da água é 980,3 &⁄' . O raio , de
derrame do líquido leve está fixado no valor de 10,16  e do líquido pesado em 10,414  .
Determinar a localização da interface na centrífuga.
Solução
>i .:d9 ?>j .:E9 JAb,'.,b,L,L9 ?J,J,f.,b,,a9
Resolução direta: 
>i ?>j
 
JAb,'?J,J,f
 
13,69 

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