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Bueiros

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4.

Bueiros
Segundo o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes),
bueiros são obras destinadas a permitir a passagem livre das águas que ocorrem nas
estradas e através destas, permitindo a continuidade do escoamento natural. Seus
elementos constituintes são:

 Corpo - a parte situada sob o aterro, de forma e ação geralmente constantes,


podendo ser executada em tubos, células, arcos, etc.
 Bocas - arrematam externamente o corpo e contribuem para a fixação do bueiro
de montante e jusante, favorecem a entrada e saída do fluxo, com um mínimo de
perturbação. A boca de um bueiro é constituída de soleira, muro de testa e alas.
Algumas vezes a boca de montante é substituída por caixa coletora ou poço para
a condução das águas para o corpo do bueiro; isto se torna necessário quando a
cota de entrada tenha de se situar abaixo do nível do terreno natural.

Os bueiros podem ser classificados de acordo com o seu número de linhas em


simples (quando só houver uma linha de tubos, células, etc), e em múltiplo (quando
houver mais de uma linha, podendo ser duplo, triplo, etc). Outra classificação se dá em
relação à forma da seção em tubular (quando a seção for circular), em celular (quando a
seção for retangular ou quadrada, denominada célula) ou em especial (quando a seção
for diferente das anteriores, podendo ser em arco, oval, lenticular, elíptico, etc). Além
dessas temos outras classificações como em relação ao material (concreto, metálico ou
outros) e rigidez (rígido, semirrígido e flexível).

Figura 4.1 – Bueiro Simples Tubular

Fonte: DRENAGEM DE RODOVIAS: Dimensionamento de Bueiros. de Oliveira


Fernandes, Renato.
<http://wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=dimensionamento_bueiros-parte-
ii.pdf>
Figura 4.2 – Bueiro celular Simples e Duplo

Fonte: DRENAGEM DE RODOVIAS: Dimensionamento de Bueiros. de Oliveira


Fernandes, Renato.
<http://wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=dimensionamento_bueiros-parte-
ii.pdf>

Para simplificar a representação dos bueiros em planta e perfil, padronizou-se a


terminologia:

 BSTC - bueiro simples tubular de concreto;


 BDTC - bueiro duplo tubular de concreto;
 BTTC - bueiro triplo tubular de concreto;
 BSCC - bueiro simples celular de concreto;
 BDCC - bueiro duplo celular de concreto;
 BTCC - bueiro triplo celular de concreto;
 BSTM - bueiro simples tubular metálico;
 BDTM - bueiro duplo tubular metálico;

BTTM - bueiro triplo tubular metálico

4.1 Dimensionamento
O dimensionamento dos bueiros é realizado levando em consideração o material
das paredes do conduto, comprimento, declividade, características geométricas,
condições de entrada a montante e de saída a jusante (altura do aterro, afogado e não
afogado).
Para dimensionar definimos os bueiros como canais, vertedouros ou orifícios.
Quando ocorre a elevação do nível somente a montante devido a vazão afluente superar
a capacidade do bueiro, definimos o mesmo como orifício (Para esse tipo de projeto é
recomendável utilizar TR=15 anos). Quando as extremidades de montante e jusante não
se encontram submersas o bueiro é definido como canal(sendo recomendável utilizar
TR=25 anos). Ou então quando realizamos o dimensionamento pela fórmula de Francis,
considerando a altura d'água sobre a borda superior nula, definimos o bueiro como
vertedouro. Orifício e canal são as definições mais comuns.
Dependendo da possibilidade da obra o funcionamento como orifício poderá ser
realizado com carga hidráulica a montante, sendo necessário verificar a altura máxima
da carga hidráulica em relação ao aterro (NBR 8890/2003). Já o funcionamento como
canal será realizado sem carga hidráulica a montante e verificando a declividade crítica
para a definição do regime de escoamento.
Ao dimensionar o bueiro como canal, o escoamento poderá seguir o regime crítico,
subcrítico ou supercrítico. Sempre que as condições permitirem, o bueiro deve ser
dimensionado de acordo com a teoria do fluxo crítico.

A energia específica d'água é a energia total do peso d'água em relação ao fundo da


obra, tomado como plano de referência. Assim a energia específica será a soma da
energia cinética com a energia estática ou de pressão, correspondente à profundidade
d'água :

𝑬 = 𝒉 + 𝑽𝟐/𝟐𝒈

Sabendo que o regime crítico se realiza quando a energia crítica é a metade da energia
estática, é valida a fórmula de Manning para o cálculo da velocidade.

Conhecendo a vazão (Q) de contribuição da bacia para o bueiro pelos estudos


hidrológicos, o coeficiente de rugosidade ( ) do material do bueiro e a declividade ( I )
do terreno, determinada pelos estudos topográficos, podemos dimensionar o bueiro pela
fórmula de Manning e pela equação da continuidade:

𝑽 = 𝑸/𝑺 𝑽 = 𝑹 𝟐/𝟑 . 𝑰 ½ / 𝒐𝒖 𝑰 = 𝑽𝒄 𝟐 . 𝟐 / 𝑹 𝟒/𝟑

Eq. da Continuidade Fórmula de Manning

onde

V= velocidade de escoamento em m/s;

I = declividade longitudinal do terreno (do bueiro), em m/m;

= coeficiente de rugosidade de Manning , função do material do bueiro;

R = raio hidráulico em m ( R= Sm / Pm = área da seção reta / perímetro, molhados);

Q = vazão admissível na valeta, em m3 / s;

S = área molhada, em m2 .
4.1.1 Bueiros Tubulares

Figura 4.3 –Bueiros Tubulares

Fonte: ENGECRAM SOLUÇÕES EM ENGENHARIA CIVIL -


http://engecram.com.br/areas-de-atuacao/obras-de-arte-corrente/

Figura 4.4 - Seção bueiro tubular

Fonte: APOSTILA DE DRENAGEM RODOVIÁRIA. Antônio Oliveira Fonseca,


Danilo; Carvalho Paulo de Almeida, Gil; Barraza Larios, Mario; Menzori, Mauro;
Emílio dos Santos Queiroz,
Paulo.<ftp://ftp.ifes.edu.br/cursos/Transportes/Zorzal/Drenagem%20Rodovi%E1ria/Ap
ostila%20de%20drenagem%20rodovi%E1ria%20do%20prof%20Gil%20Almeida.doc>

cos ( /2 ) = 1- 2d / D

Área molhada: A = D 2 . ( - sen )/8

Perímetro molhado: P = D . /2

Raio hidráulico: R = A / P = D . ( - sen )/4


Largura da superfície livre do fluxo: T = D . sen ( /2)

Profundidade hidráulica: h = A / T = D( - sen ) / (8 sen / 2)

Nas fórmulas acima, o ângulo sempre será expresso em radianos.

 Vazão crítica = 𝑄𝑎𝑑𝑚 = 𝐶 . 𝐴. (2. 𝑔. ℎ)0,5


 Velocidade crítica: (g . hc)1/2 = Vc = [ D . g . ( c – sen c) / ( 8 sen c/2) ] ½

Em que:
C – coeficiente de descarga (0,62)
A - área da seção do bueiro (m2
g – aceleração da gravidade (m2/s)
h – carga hidráulica (m)

4.1.2 Bueiros Celulares

Figura 4.5 – Bueiros Celulares

Fonte: Engecram Soluções em Engenharia Civil - http://engecram.com.br/areas-de-


atuacao/obras-de-arte-corrente/
Figura 4.6 – Seção Bueiro Celular
Fonte: APOSTILA DE DRENAGEM RODOVIÁRIA. Antônio Oliveira Fonseca,
Danilo; Carvalho Paulo de Almeida, Gil; Barraza Larios, Mario; Menzori, Mauro;
Emílio dos Santos Queiroz,
Paulo.<ftp://ftp.ifes.edu.br/cursos/Transportes/Zorzal/Drenagem%20Rodovi%E1ria/Ap
ostila%20de%20drenagem%20rodovi%E1ria%20do%20prof%20Gil%20Almeida.doc>

Área molhada: A = B . D

Perímetro molhado: P = B + 2 d

Raio hidráulico: R = A / P = B . d / ( B + 2 d )

Largura da superfície livre do fluxo: T = B

Profundidade hidráulica: h = A / T = d

𝑸𝒄 = 𝑩 . 𝒈 ½ . 𝒅𝑪 𝟏, 𝟓

Adotando-se n = 0,015 e g = 9,81 m / s2 , estas fórmulas simplificam-se para

𝑸𝒄 = 𝟑, 𝟏𝟑𝟐 𝑩. 𝒅𝑪𝟏, 𝟓 , 𝑒𝑚 𝑚3 / 𝑠

𝑽𝒄 = 𝟑, 𝟏𝟐 𝒅𝑪 𝟎, 𝟓

𝑰𝒄 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟐 [ 𝟏 + (𝟐𝒅𝒄 / 𝑩) ] 𝟒 / 𝟑 / 𝒅𝑪𝟏 / 𝟑 , 𝑒𝑚 𝑚 / 𝑚

Após determinar esses parâmetros é possível realizar o dimensionamento dos bueiros.


4.2 Declividade crítica
Para que ocorra escoamento uniforme em regime crítico é necessário que a
superfície da lâmina d’água seja paralela ao fundo do canal e tenha altura igual ao
tirante crítico correspondente à vazão de escoamento. Para determinar a declividade que
proporciona o escoamento em regime crítico usar a expressão de Manning considerando
a declividade do bueiro igual ao gradiente hidráulico (fluxo uniforme). Os bueiros
Tubulares e de canal possuem uma declividade máxima que serão representadas logo
abaixo:
𝑛2
Tubulares: 𝐼𝑐 = 32,82 ∗ 3
√𝐷

2,6∗𝑛2 4𝐻 4⁄
Celulares: 𝐼𝑐 = 3 ∗ (3 + ) 3
√𝐻 𝐵

4.3 Projeto
Bibliografia
<http://www.aquafluxus.com.br/tem-certeza-que-voce-sabe-o-que-e-bueiro/>
DRENAGEM DE RODOVIAS: Dimensionamento de Bueiros. de Oliveira Fernandes,
Renato. Universidade Regional do Cariri.
<http://wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=dimensionamento_bueiros-parte-
ii.pdf>

APOSTILA DE DRENAGEM RODOVIÁRIA. Antônio Oliveira Fonseca, Danilo;


Carvalho Paulo de Almeida, Gil; Barraza Larios, Mario; Menzori, Mauro; Emílio dos
Santos Queiroz,
Paulo.<ftp://ftp.ifes.edu.br/cursos/Transportes/Zorzal/Drenagem%20Rodovi%E1ria/Ap
ostila%20de%20drenagem%20rodovi%E1ria%20do%20prof%20Gil%20Almeida.doc>

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