Apost Eletronica Analogica
Apost Eletronica Analogica
Apost Eletronica Analogica
APOSTILA
DE
ELETRÔNICA ANALÓGICA
2006 / 2
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1: DIODO SEMICONDUTOR ................................................................................. 1
1.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
1.2. ESTRUTURA QUÍMICA DOS MATERIAIS SEMICONDUTORES ............................................... 1
1.3. PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DO DIODO .................................................................... 4
1.4. REGIMES MÁXIMOS DO DIODO EM CC .............................................................................. 6
1.5. TESTE DE DIODOS SEMICONDUTORES ............................................................................. 7
1.6. EXERCÍCIOS PROPOSTOS ................................................................................................ 8
1.7. DIODO EMISSOR DE LUZ E FOTODIODO ......................................................................... 10
1.7.1. LED .............................................................................................................................. 10
1.7.2. FOTODIODO ................................................................................................................. 10
1.8. DIODO ZENER............................................................................................................... 11
1.8.1. CARACTERÍSTICAS DO DIODO ZENER ............................................................................ 12
CAPÍTULO 2: PARÂMETROS DA CORRENTE ALTERNADA ................................................... 13
2.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13
2.2. ONDA SENOIDAL ........................................................................................................... 13
2.3. O TRANSFORMADOR ..................................................................................................... 14
CAPÍTULO 3: RETIFICADORES DE MEIA ONDA E ONDA COMPLETA .................................. 16
3.1. RETIFICAÇÃO DE MEIA ONDA ........................................................................................ 16
3.1.1. RETIFICADOR DE MEIA ONDA COM DIODO SEMICONDUTOR ........................................... 16
3.1.2. RETIFICAÇÃO DE MEIA ONDA COM TRANSFORMADOR .................................................... 19
3.2. RETIFICAÇÃO DE ONDA COMPLETA ................................................................................ 21
3.2.1. RETIFICAÇÃO DE ONDA COMPLETA COM TRANSFORMADOR EM CENTER-TAP ................... 21
3.2.2. RETIFICAÇÃO DE ONDA COMPLETA EM PONTE ............................................................... 23
3.3. COMPARAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE RETIFICAÇÃO........................................................... 25
3.4. EXERCÍCIOS PROPOSTOS .............................................................................................. 25
CAPÍTULO 4: FILTRAGEM CAPACITIVA .............................................................................. 28
4.1. FILTROS CAPACITIVOS PARA FONTES RETIFICADORAS ................................................... 28
4.2. CAPACITOR .................................................................................................................. 28
4.2.1. CARGA E DESCARGA DO CAPACITOR .............................................................................. 30
4.3. RETIFICADORES COM FILTRO CAPACITIVO..................................................................... 34
4.4. CORRENTE DE SURTO ................................................................................................... 36
4.5. EXERCÍCIOS PROPOSTOS .............................................................................................. 37
CAPÍTULO 5: REGULADORES .............................................................................................. 39
5.1. ESTABILIZAÇÃO ............................................................................................................ 39
5.2. REGULADOR EM CIRCUITO INTEGRADO ......................................................................... 40
5.3. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ............................................................................................. 42
5.4. EXERCÍCIOS PROPOSTOS .............................................................................................. 45
CAPÍTULO 6: TRANSISTORES BIPOLARES ........................................................................... 46
6.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 46
6.2. ESTRUTURA BÁSICA E SIMBOLOGIA ............................................................................... 46
6.3. ENCAPSULAMENTO DO TRANSISTOR .............................................................................. 48
6.4. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ................................................................................... 50
6.5. CONTROLE DA CORRENTE DE BASE SOBRE A CORRENTE DE COLETOR ............................ 51
6.6. O CIRCUITO DE COLETOR ............................................................................................. 52
6.7. REGIÕES DE OPERAÇÃO DO TRANSISTOR ...................................................................... 55
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................... 58
ANEXOS .............................................................................................................................. 59
ANEXO A: TABELA DE DIODOS................................................................................................... 59
ANEXO B: GUIAS DE EXPERIMENTOS ......................................................................................... 62
EXPERIMENTO 1: OSCILOSCÓPIO E GERADORES DE FUNÇÕES ........................................ 62
EXPERIMENTO 02 – CIRCUITOS RETIFICADORES DE MEIA ONDA E ONDA COMPLETA ....... 65
EXPERIMENTO 03 – FILTRAGEM CAPACITIGA E REGULADOR ZENER ................................. 65
Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 1
CAPÍTULO 1
DIODO SEMICONDUTOR
1.1. INTRODUÇÃO
A B
P N
Devemos observar que após a formação da junção P-N ocorre um processo de acomodamento
químico ente os cristais dopados, vamos então entendê-lo, pois aí esta o ponto chave para a
compreensão do principio de funcionamento do diodo semicondutor.
Na região da junção alguns elétrons (bolinhas pretas da figura 1.2) livres saem da do material
N e passam a desloca-se para o material P, recombinando-se com as lacunas (bolinhas brancas)
existentes nas proximidades.
P+ N-
O mesmo ocorre com algumas lacunas que passam do material P para o material N e se
recombinam com os elétrons livres (Figura 1.3).
P+ N-
Com estes deslocamentos forma-se na junção do diodo uma região onde não existem
portadores de carga, porque estão todos recombinados, neutralizando-se assim. Esta região é
denominada de região de “depleção” como representa a figura 1.4.
P+ N-
Região de depleção
Figura 1.4: Região de Depleção
P+ N-
No funcionamento do diodo esta barreira funciona como uma pequena resistência em forma
de tensão elétrica, que devera ser vencida para que o diodo entre em condução.
Esta barreira de potencial apresenta dois valores dependendo do tipo de cristal usado para a
fabricação do diodo.
Obs.: Não é possível medir a barreira de potencial com um voltímetro enquanto o diodo não estiver
conectado a um circuito elétrico, pois esta tensão existe apenas internamente ao componente.
a) Polarização direta - denomina-se polarização direta do diodo, quando a tensão positiva é aplicada
ao material P (anodo) e a tensão negativa é aplicada ao material N(catodo). Observe o circuito da
figura 1.6.
P N
+ -
+ -
A K
P N
+ -
I
Carga ativa
+ -
P N
+ -
- +
A K
P N
+ -
I
Carga inativa
- +
Nesta polarização o diodo semicondutor comporta-se como isolante da corrente elétrica, até a
tensão de ruptura inversa.
A tensão de condução VD não depende do circuito (0,7 para Si e 0,2 para Ge), e a corrente de
fuga também depende do material do diodo (na faixa de alguns microampéres).
A corrente de condução máxima de cada tipo de diodo é dada pelo fabricante em folhetos e
manuais de dados técnicos. Nestes a corrente máxima de condução aparece designada pela sigla IF .
I F
CORRENTE MÁXIMA
CORRENTE DE CONDUÇÃO EM
REGIME CONTINUO
(FORWARD) DE CONDUÇÃO
As tensões reversas colocam o diodo em bloqueio. Nesta condição toda a tensão reversa
superior ao especificado para cada diodo a corrente de fuga aumenta excessivamente e o diodo
danifica-se, ou seja, entra em curto.
Na tabela 1.1r estão colocados alguns tipos de diodos com suas respectivas tensões reversas
máximas, também denominadas de tensão de ruptura.
TESTE
Condições normais
Bloqueio altíssima resistência interna
- + (vários K ohm)
Para uma análise mais precisa é necessário que seja observado se o diodo encontra-se em
curto ou em aberto quando danificado. Se o diodo estiver em curto deduzir-se que a causa foi uma
sobretensão que ultrapassou o limite de VR. Caso contrário, estando o diodo em aberto, a causa
deverá ter sido uma sobrecarga de corrente que ultrapassou o limite de IF. Estas observações ajudam
bastante na análise de defeitos.
3. O que acontece com o diodo quando ele recebe uma tensão superior a VR ?
4. Indique a polaridade da fonte para que se estabeleçam as condições necessárias para o esquema
abaixo.
7. No teste de diodos foram encontradas as seguintes medições abaixo, relacione as colunas de forma
a determinar os estados dos diodos.
10. Supondo os diodos do circuito da figura 1 ideais, determine a leitura do voltímetro para as
posições das chaves A e B, conforme a tabela 1.
Chave Chave
Voltímetro
A B
1 1
1 2
2 1
2 2
Figura 1 Tabela 1
1.7.1. Led
O diodo emissor de luz (LED) é um diodo que quando polarizado diretamente emite luz visível
(amarela, verde, vermelha, laranja ou azul) ou luz infravermelha. Ao contrário dos diodos comuns não
é feito de silício, que é um material opaco, e sim, de elementos como gálio, arsênico e fósforo. É
amplamente usada em equipamentos devido a sua longa vida, baixa tensão de acionamento e boa
resposta em circuitos de chaveamento.
A polarização do LED é similar ao um diodo comum, ou seja, acoplado em série com um resistor
limitador de corrente, como mostrado na Figura 1.10.
O LED é esquematizado como um diodo comum com seta apontando para fora como símbolo
de luz irradiada. A corrente que circula no LED é dada pela equação 1.1:
(1.1)
Para a maioria dos LED’s disponíveis no mercado, a queda de tensão típica é de 1,5 a 2,5V
para correntes entre 10 e 50mA.
1.7.2. Fotodiodo
A região de operação do diodo zener é chamada “Região Zener” e está indicada na curva.
Através desta curva, no primeiro quadrante observa-se o comportamento normal, da
polarização direta. Com a polarização direta o diodo zener comporta-se como um diodo retificador,
entrando em condução e assumindo uma queda de tensão típica.
Na polarização inversa, terceiro quadrante, a corrente é mínima até atingir o nível da tensão
zener. Na região zener, devido a acentuada redução na resistência da junção, ocorre uma rápida
elevação na corrente que, como conseqüência assegura um valor estável de tensão nos terminais do
diodo. Esta tenssão estável é conhecida com tensão Zener. Deste ponto em diante o diodo entra em
condução, apesar de polarizado inversamente. A corrente inversa aumenta rapidamente e a tensão
sobre o zener mantêm-se praticamente constante.
CAPÍTULO 2
2.1. INTRODUÇÃO
A onda senoidal é um sinal elétrico básico. Sinais mais complexos podem ser representados
por uma soma de sinais senoidais. Uma forma de onda senoidal é mostrada na figura 2.1
V(t)
VP
T
T/2 t
-VP
• Valor médio. O valor médio é quantidade indicada em um voltímetro quando na escala CC. O valor
médio de uma onda senoidal ao longo de um ciclo é zero. Isto porque cada valor da primeira
metade do ciclo tem um valor igual, mas de sinal contrário na segunda metade do ciclo.
2.3. O TRANSFORMADOR
As fontes de tensões utilizadas em sistemas eletrônicos em geral são menores que 30VCC
enquanto a tensão de entrada de energia elétrica costuma ser de 127VRMS ou 220VRMS. Logo é
preciso um componente para abaixar o valor desta tensão alternada. O componente utilizado é o
transformador. O transformador é a grosso modo constituído por duas bobinas (chamadas de
enrolamentos). A energia passa de uma bobina para outra através do fluxo magnético. A figura 2.2
mostra um exemplo de transformador:
(3)
Onde:
U1 - tensão no primário
U2 - tensão no secundário
N1 - número de espiras no enrolamento primário
N2 - número de espiras no enrolamento secundário
(4)
Exemplo 1: Se a tensão de entrada for 115 VRMS, a corrente de saída de 1,5ARMS e a relação de
espiras 9:1. Qual a tensão no secundário em valores de pico a pico? E a corrente elétrica no primário?
Solução:
obs.: a potência elétrica de entrada e de saída num transformador ideal são iguais.
CAPÍTULO 3
semiciclo
Retificador
de meia
onda tensão na
carga
1 ciclo
Pelo principio de funcionamento do diodo, ou seja, condução ou bloqueio pode-se obter uma
retificação de meia onda a partir da corrente alternada da rede elétrica.
A + -
Carga
CA
RL
1° Primeiro semiciclo
Durante o primeiro semiciclo a tensão é positiva no ponto A, com relação ao ponto B. Esta
polaridade da tensão de entrada coloca o diodo em condução, permitindo a circulação de corrente. A
tensão sobre a carga assume a mesma forma da tensão de entrada. Observe a figura 3.3.
A + -
VRL
Carga
CA
RL
B
Figura 3.3: Saída de retificador de meia onda positivo com entrada no semiciclo positivo
Devemos atentar para o fato de que a tensão sobre a carga ser menor que o valor do pico da
tensão de entrada devido a queda de tensão causada pela barreira de potencial do diodo VD (tensão
direta), que é de 0,7 para o silício e 0,2 para o germânio. Conforme assinala os gráficos da figura 3.4.
Figura 3.4: Gráfico de saída e de diodo não ideal para retificador de meia onda com entrada no
semiciclo positivo
Na maioria dos casos a queda de tensão do diodo pode ser desconsiderada devido ao seu
valor pequeno em relação a tensão de pico da CA à ser retificada. Deve-se considerar a queda de
tensão apenas quando ao circuito retificador for aplicado a tensões pequenas menores que 10V.
2° Segundo semiciclo
A - +
VRL
Carga
CA
RL
Figura 3.5: Saída de retificador de meia onda positivo com entrada no semiciclo negativo
Nesta condição toda a tensão de entrada está aplicada sobre o diodo, que não permite a
circulação de corrente atuando como uma chave aberta, fazendo com que a tensão sobre a carga seja
nula. Observe a representação gráfica na figura 3.6.
Figura 3.6: Gráfico de saída e de diodo não ideal para retificador de meia onda com entrada no
semiciclo negativo
Pode-se observar que para cada ciclo completo da tensão de entrada apenas um semiciclo
passa para a carga, enquanto o outro semiciclo fica sobre o diodo. Nos gráficos mostrados na figura
3.7 podemos observar o descrito.
A tensão encontrada na carga tem uma forma de onda denominada tensão continua pulsante,
porque a corrente flui sempre no mesmo sentido e pulsante porque a circulação ocorre em forma de
pulsos.
VENTRADA
VP
-VP
VDIODO
VD
t
-VP
VCARGA
VP - VD
t
CONDUÇÃO BLOQUEIO
A retificação de meia onda pode ser feita também com o uso de um transformador. Este tipo
de configuração além de fazer um isolamento da rede elétrica também proporciona a adequação da
tensão que se quer retificar. A figura 3.8 mostra um circuito retificado de meia onda com
transformador.
+ -
VSAÍDA
+ VCC
VCA Positiva
- +
VSAÍDA
-
VCA
+ VCC
Negativa
Deve-se considerar muito importante o cálculo da corrente média de saída , pois servirá como
base para a escolha do diodo retificador.
O circuito de meia onda apresenta a desvantagem de que a tensão de saída é pulsante e não
contínua pura como pode ser visto na figura 3.10.
VENTRADA
VCARGA
RETIFICADOR
ONDA
COMPLETA
1 ciclo
D1
Saída
VCA D1 D2
D2
Figura 3.12: Circuito retificador de onda completa positivo com transformador em Ceter-Tap
Princípio de funcionamento
Vamos analisar o funcionamento dos dois semiciclos nos extremos do transformador.
Quando chega o semiciclo positivo da rede o diodo fica polarizado diretamente, por isso entra
em condução. A tensão sobre a carga é positiva. O diodo comporta-se como uma chave fechada,
permitindo a circulação de corrente pela carga, como demonstra o circuito da figura 3.13.
D1 I I
+
VCA
- +
+
-
D2 -
I
Figura 3.13: Saída de retificador de onda completa positivo com entrada no semiciclo positivo
O valor da tensão sobre a carga é a mesma tensão existente entre o terminal central e o
extremo superior do transformador (desconsiderando a queda de tensão do diodo). Quando ocorre a
inversão da alimentação, temos a condição mostrada no circuito da figura 3.14.
-
+ D1 D2
+
-
VCA
+
-
Figura 3.14: Saída de retificador de onda completa positivo com entrada no semiciclo negativo
VP V . 2
VCC = 2. = 2. RMS = 0,9.VCA
π 3,1415
D1 D2
+
VO
D3 D4
-
Princípio de funcionamento
Vamos analisar o funcionamento dos dois semiciclos nos extremos do transformador.
No semiciclo positivo da rede os diodos D2 e D3 ficam polarizados diretamente, comportando-
se como chaves fechadas, permitindo a circulação da corrente I1 pela carga. Já os diodos D1 e D4,
reversamente. A tensão sobre a carga é positiva, como mostra o circuito da figura 3.16.
+
+
I1
D2
D1
I1 + +
I1
VO
I1 I1
D3 D4
I1 -
- - -
I1
VO
D2 e D3
-
-
I2
D1 D2
+
I2 +
I2
VO
I2 I2
D3 D4
-
+ + I2
I2 -
Figura 3.18: Saída de retificador de onda em ponte com entrada no semiciclo negativo
O gráfico da tensão sobre a carga é agora invertido com relação a tensão existente entre as
extremidades do transformador, desconsiderando as quedas de tensão dos diodos (Figura 3.19).
VO
D1 e D4
ONDA COMPLETA
MEIA ONDA
Center-Tap Ponte
N.º de Diodos 1 2 4
3. Qual é a equação da tensão e corrente média na saída de uma retificação de meia onda ?
5. Desenhe a forma de onda presente sobre a carga em uma retificação de onda completa.
7. O que aconteceria na saída de uma fonte retificadora de onda completa se um dos diodos abrir?
8. Qual o procedimento correto antes de substituir um fusível aberto em uma fonte de alimentação?
10. O que aconteceria em circuito retificador de onda completa se um dos diodos entrasse em curto?
12. O que acontece com a ondulação quando transformamos uma retificação de meia onda em onda
completa? Por que?
13. Qual a potência dissipada num diodo de silício com polarização direta se a tensão de diodo for de
0,7V e a corrente de 100mA?
Considere o circuito da figura a seguir para responder as questões 14, 15, 16 e 17.
14. No circuito é medido 0V através do diodo. A seguir testa-se a tensão da fonte, e ela indica uma
leitura de +5V com relação ao terra (-). O que há de errado com o circuito?
15. Considerando que a tensão da fonte é de 5V e o valor da resistência Rs igual a 1KΩ. Calcule a
corrente através do diodo.
16. Se agora a tensão da fonte for de 100V e a resistência Rs igual a 220Ω. Quais os diodos
relacionados na tabela 1 a seguir podem ser utilizados? Explique.
Tabela 1
DIODO VRuptura VMáx
1N914 75 V 200 mA
1N4001 50 V 1A
1N1185 120 V 35 A
17. Qual deverá ser o valor de Rs para se obter uma corrente de diodo de 10mA? (suponha VS=5V).
18. Alguns sistemas como alarme contra roubo, computadores, etc. utilizam uma bateria auxiliar no
caso da fonte de alimentação principal falhar. Descreva como funciona o circuito abaixo.
CAPÍTULO 4
FILTRAGEM CAPACITIVA
As fontes retificadoras possuem em suas saídas tensões contínuas pulsantes, que na maioria
das vezes tornam-se impróprias para alimentar circuitos de tensão continua pura. Por isso, torna-se
necessário a introdução de um componente de filtragem, ou seja, capaz de transformar a tensão
continua pulsante em continua pura. Este componente é o capacitor, que pela sua propriedade de
carga e descarga consegue realizar esta transformação.
4.2. CAPACITOR
Após a carga total, a corrente elétrica cessará. Se o capacitor for desconectado da bateria, as
cargas elétricas acumuladas permaneceram no capacitor, mantendo-se a diferença de potencial no
capacitor (figura 4.3).
VDC
(4.1)
onde:
Os capacitores podem ser de diversos tipos, tais como: papel, cerâmica, mica, eletrolítico,
Tântalo, variável (distância / área).
As placas paralelas do capacitor separadas pelo dielétrico podem ser dispostas de acordo com
a figura 4.4.
CARGA CAPACITIVA
Tomando com exemplo o circuito da figura 4.5, para explicar a carga capacitiva e
considerando-se que o capacitor esteja descarregado inicialmente.
VDC
A partir do instante inicial (t=0 segundos) a chave S do circuito da figura 4.5 é fechada.
Observando a tensão sobre o capacitor e sobre o resistor teremos os gráficos mostrados na
figura 4.6.
VDC VDC
(a) (b)
A equação matemática que regem a curva de carga capacitiva mostrada na figura 3.20 (a) é
dada pela equação (4.2).
t
−
VC = VDC × (1 − e τ ) (4.2)
Já a equação representante da tensão sobre o resistor, cuja curva foi mostrada na figura 4.6
(b) é dada pela equação (4.3).
t
−
VR = VDC × e τ (4.3)
Nas equações (4.2) e (4.3) a constante de tempo τ = R×C determina o tempo em que a
tensão no capacitor atinge 63% da tensão da fonte (VDC) e a tensão sobre o resistor cai a 37% do
valor da tensão da fonte.
DESCARGA CAPACITIVA
Na descarga capacitiva a equação matemática que a representa é dada pela equação (4.4).
t
−
VC = VDC × (1 − e ) τ (4.4)
VDC S
As tensões sobre o capacitor e sobre o resistor obtidas do circuito da figura 4.7 são mostradas
na figura 4.8.
VDC
VDC
Como inicialmente o capacitor encontra-se carregado, enquanto a chave S não for fechada a
corrente do circuito fica igual a zero não havendo diferença de potencial sobre o resistor (VR=0).
Quando a chave S for fechada (instante t), é dado um curto na fonte (o que na prática não o
faremos) e toda a tensão sobre o capacitor é descarregado pelo resistor.
VDC
As tensões sobre o capacitor e sobre o resistor obtidas do circuito da figura 4.9 são mostradas
na figura 4.10.
VDC
VDC
Para o circuito com o capacitor em paralelo com o resistor (figura 4.9), a chave encontra-se
inicialmente fechada. Sendo assim, a fonte estará também, em paralelo com os dois. Logo a tensão
inicial sobre o resistor e sobre o capacitor serão iguais a da fonte (VDC)
Quando a chave S for aberta (instante t), toda a tensão carregada sobre o capacitor será da
mesma forma do circuito em série descarregado pelo resistor.
Considerando por último o circuito da figura 4.11, em que o resistor encontra-se em série com
o capacitor e com um gerador de onda quadrada teremos como tensões sobre o capacitor e sobre o
resistor os gráficos mostrados na figura 4.12.
VDC
VDC
VDC
VDC
Figura 4.12: Tensões sobre o Capacitor e Resistor em série com uma fonte de onda quadrada
Principio de funcionamento
Durante os intervalos de tempo em que o diodo conduz circula corrente através da carga e do
capacitor. Neste período o capacitor armazena energia. Observe a figura 4.14.
I Filtro
Carga
-
Filtro
Carga
-
Como o capacitor está em paralelo com a carga, a tensão das armaduras do capacitor é
aplicada à carga. Logo a corrente absorvida pela carga é fornecida pelo capacitor, que com o passar
do tempo diminui a tensão em suas placas devido a descarga (figura 4.16).
GRÁFICO DA DESCARGA
VC = VRL
O capacitor permanece descarregado até que o diodo conduza novamente, realizando uma
recarga em suas armaduras.
Com a introdução do capacitor no circuito retificador a carga passa a receber tensão durante
todo tempo de funcionamento do circuito. Observe a figura 4.17.
Figura 4.17: Gráfico de saída de retificador de meia onda positivo com filtro capacitivo
(4.5)
Esta corrente diminui tão logo o capacitor vá se carregando. Em um circuito retificador típico,
a corrente de surto não é uma preocupação. Mas, quando a capacitância for muito maior do que
1000uF, a constante de tempo se torna muito grande e pode levar vários ciclos para o capacitor se
carregar totalmente. Isto tanto pode danificar os diodos quanto o capacitor.
Um modo de diminuir a corrente de surto é incluir um resistor entre os diodos e o capacitor.
Este resistor limita a corrente de surto porque ele é somado ao enrolamento e à resistência interna
dos diodos. A desvantagem dele é, naturalmente, a diminuição da tensão de carga cc.
2. Um capacitor possui como dielétrico um disco feito de cerâmica com 0,5 cm de diâmetro e 0,521
mm de espessura. Esse disco é revestido dos dois lados com prata, sendo esse revestimento as
placas. Encontre a capacitância.
3. Ao que se deve a existência de ondulação na saída de uma fonte retificadora com filtro
capacitivo?
4. No instante t=0s, uma fonte de 100V é conectada a um circuito série formado por um resistor de
1kΩ e um capacitor de 2µF descarregado. Qual é:
a) A tensão inicial do capacitor?
b) A corrente inicial?
c) O tempo necessário para o capacitor atingir a tensão de 63% do seu valor máximo?
5. Ao ser fechada, uma chave conecta um circuito série formado por uma fonte de 200V, um resistor
de 2MΩ e um capacitor de 0,1µF descarregado. Encontre a tensão no capacitor e a corrente no
instante t=0,1s após o fechamento da chave.
6. Um retificador em ponte com um filtro capacitivo de entrada tem uma tensão de pico na saída de
25V. Se a resistência de carga for de 220Ω e a capacitância de 500µF, qual a ondulação de pico a
pico (Ripple)?
7. A figura abaixo mostra uma fonte de alimentação dividida. Devido à derivação central aterrada, as
tensões de saída são iguais e com polaridade oposta. Quais as tensões de saída para uma tensão
do secundário de 17,7Vac e C=500µF? Qual a ondulação de pico a pico? Qual polaridade de C1 e
C2?
CAPÍTULO 5
REGULADORES
5.1. ESTABILIZAÇÃO
O circuito regulador dever ser projetado de forma que, havendo variações na tensão de
entrada, a tensão de saída VL deverá permanecer constante e igual à tensão zener VZ. Observa-se que
a corrente total do circuito IS = IZ + IL é constante para uma carga fixa RL. As variações da corrente IS
(variação da tensão de entrada) e da corrente IL serão compensadas pela corrente IZ limitada por IZmin
e IZmáx.
No circuito da figura 5.1 o resistor RS tem como função limitar a corrente no diodo zener. A
corrente sobre o diodo zener será máxima (IZmáx) quando a carga for infinita (IL=0) e a tensão de
entrada for máxima (VEmáx = VE + ∆VE). Para este a resistência RS será mínima e definida pela
equação 5.1.
VEmáx − VZ ⇒ VEmáx − VZ
RS min = RS min = ( I L min = 0) (5.1)
I Zmáx + I L min I Zmáx
O valor máximo para RS, definido pela equação 5.2, será aquele que irá impor sobre o diodo
zener uma corrente mínima (IZmin). Esta corrente pode ser considerada igual a 10% do valor da
corrente máxima quando não for especificada no manual do fabricante. Para assegurar esta corrente
a tensão de entrada é considerada como mínima (VEmin = VE - ∆VE).
V E min − VZ
RSmáx = (5.2)
I Z min + I Lmáx
Escolhido o valor da resistência RS, pode-se encontrar o valor máximo da corrente que poderá
ser fornecida para a carga através da equação 5.3.
Para finalizar, poderemos calcular os valores mínimo e máximo que a tensão de entrada
poderá apresentar para que a tensão sobre uma carga RL fixa mantenha-se estável. Desta forma tem-
se as equações 5.4 e 5.5:
VL (5.4)
IL = VE = RS .I S + VZ IS = IZ + IL
RL
O espaço preenchido pelo underline ‘_’ é utilizado para indicar a capacidade de corrente
fornecida pelo regulador tendo-se os seguintes valores:
78_XX
+ Vi Vo +
C1 +- +- C2 Vo
V
_i
GND
_
Vi Vo
VREF
⎛ R ⎞
V =V .⎜1+ 2 ⎟ + I .R
o REF ⎜ R ⎟ Ajust 2
⎝ 1⎠
RLVi
V = VL =
R + RL
Se: V ≥ VZ ⇒Zener está ligado;
V L = VZ IL =
VL
IR = IR − IL RL
PZ = VZ I Z V R Vi − V L
IR = =
R R
RESOLUÇÃO:
b) Com RL=5KΩ
5000 ∗ 20
V = = 16,6V ⇒como V > V Z o zener está ligado, então teremos:
1000 + 5000
VR = Vi − VZ = 20 − 15 = 5V
15 I Z = 0,005 − 0,003 = 0,002 = 2mA
IL = = 3mA
5000 PZ = 15 ∗ 0,002 = 30mW
V 5
IR = R = = 5mA
R 1000
Vi = 20V
VZ = 10V
DADOS:
R = 220Ω
PZMáx. = 400mW
RESOLUÇÃO:
180 ∗ 20
a) V = VL = = 9V ⇒como V<VZ o diodo está desligado.
180 + 220
20 20
Então: IZ=0 IR=IL IR = = = 50mA
RL + R 400
470 ∗ 20
b) V = V L = = 13,62V ⇒como V>VZ o diodo está ligado.
470 + 220
V R = Vi − VZ = 20 − 10 = 10V
10
IR = = 45,45mA
220
10
IL = = 21,27mA
470
I Z = I R − I L = 45,45 − 21,27 = 24,18mA
1. Projete um regulador zener que preencha as seguintes especificações: tensão da carga é de 6,8V,
tensão da fonte de 20V ± 20%, e corrente de carga é de 30mA ± 50%. Considere o uso de um
diodo Zener de 6,8V e PZ = 2W.
2. Um regulador zener tem Vz = 15V e Izmax=100mA. VS pode variar de 22 a 40V. RL pode variar de
1kΩ a 50kΩ. Qual o maior valor que a resistência série pode assumir?
CAPÍTULO 6
TRANSISTORES BIPOLARES
6.1. INTRODUÇÃO
O transistor, inventado em 1947 por cientistas da Bell Telephone, para substituir as válvulas
apresentava diversas vantagens. Dentre as vantagens tem-se: menor e mais leve; menos robusto;
mais eficiente; não necessita de período de aquecimento. Após o transistor outros dispositivos foram
inventados, tendo em sua constituição básica a presença de milhares de transistores, como é o caso
do circuito integrado (CI).
O transistor bipolar funciona como um dispositivo controlador de corrente sendo utilizado em
circuitos amplificadores de sinais ou em circuitos de chaveamento eletrônico, possibilitando assim uma
ampla variedade de aplicações, tais como:
N P N P N P
(a) (b)
Figura 6.1: Tipos de transistores: a) NPN; b) PNP
C N P N E C P N P E
B B
Figura 6.2: Terminais do transistor
C C
B B
E E
NPN PNP
Figura 6.3: Simbologia do transistor
Alguns transistores, fabricados para aplicações específicas, são dotados de blindagem. Esta
blindagem consiste em um invólucro metálico ao redor das pastilhas semicondutoras, que tem por
finalidade evitar que o funcionamento do transistor seja afetado por campos elétricos ou magnéticos
do ambiente. Estes transistores apresentam um quarto terminal, ligado à blindagem para que esta
possa ser ligada ao terra do circuito eletrônico. Observe que a simbologia deste tipo de transistor
(figura 6.4) apresenta um quarto terminal.
C
B Blindagem
Pino Descrição
1 emissor
2 base
3 coletor
Teste de Transistores
C C
N P
B P B N
N P
Da mesma forma, entre a base e o emissor forma-se outra junção PN, que para fins de teste
pode ser tratada também como um diodo (figura 6.7).
N P
B P B N
N P
E E
Desta forma verifica-se que o transistor, para fins de teste com o multímetro pode ser tratado como
dois diodos ligados em oposição como pode ser observado na figura 6.8.
C C
B B
E E
NPN PNP
IBB E
Uma tensão aplicada entre a base e o emissor (VBE) do transistor do tipo PNP polarizará a
junção BE diretamente. Haverá um movimento de portadores majoritários do emissor (P) para a base
(N). Chegando na base estes portadores passarão a ser portadores minoritários, devido a mudança da
região de P para N e, devido a alta resistência que encontrarão uma pequena quantidade saíra pelo
terminal de base do transistor , enquanto que a maioria será injetada, através da junção NP, no
material tipo P conectado ao terminal de coletor.
Com a aplicação da lei das correntes de Kirchhoff ao transistor, e de acordo com a explicação
dada no parágrafo anterior, as correntes de base (IB), emissor (IE) e coletor (IC) estão relacionadas
através da seguinte equação:
IE = IC + IB
ordem de grandeza entre a corrente de base e as correntes de emissor e coletor, e a relação entre
elas dada pela equação anterior a aproximação a seguir é satisfeita:
IC = IE
Desta forma, através de um transistor é possível, através de uma pequena corrente (IB),
controlar a circulação de uma corrente de valor bem maior (IC).
IC = ß.IB
O fator ß é definido como ganho de corrente contínua entre base e coletor podendo ser
também representado por hFE.
O valor de ß pode ser obtido no manual de especificação do transistor e depende das
características do transistor e da temperatura de trabalho. O valor de ß se manterá fixo enquanto a
temperatura de trabalho do transistor se manter estável e os limites de operação do transistor,
indicados no manual, não forem extrapolados.
IC
IB
Ainda na figura 6.11 se verifica que a malha de coletor é composta pelo resistor de coletor Rc
em série com o transistor (Coletor-emissor), aos quais está aplicada a tensão Vcc. Utilizando a
Segunda Lei de Kirchhoff, a equação da malha de coletor é dada por:
Onde:
Vcc – É a tensão fornecida pela bateria ao circuito. Desconsiderando-se a influência da resistência
interna pode-se admitir que Vcc tem um valor constante, independente da corrente que o
circuito solicitar.
VRC – É a queda de tensão no resistor de coletor. O valor desta queda de tensão, segundo a Lei de
Ohm, depende de dois fatores: do valor do resistor (RC) e da corrente que está circulando
(Ic) e é dada por: VRC = RC.IC.
VCE – a tensão coletor emissor.
Ex.1: Para o circuito da figura 6.12, determine a queda de tensão do resistor de coletor (VRC) e a
tensão coletor-emissor (VCE).
6mA
Figura 6.12
Solução:
A queda de tensão no resistor de coletor RC pode ser determinada através de outra equação
equivalente, que dependerá da corrente de base IB. Desenvolvendo a equação da queda de tensão no
resistor de coletor tem-se:
Nesta equação os valores de Rc e ß são constantes, logo se pode dizer que o valor da queda
de tensão no resistor de coletor depende diretamente da corrente de base.
Calculando-se os parâmetros de um circuito a transistor para dois valores diferentes de
corrente de base, pode-se verificar a relação entre os valores de IB, IC, VRC e VCE.
Ex.2: Para o circuito da figura 6.13, determine os valores da corrente de coletor (IC), da queda de
tensão no resistor de coletor (VRC) e a queda de tensão coletor-emissor, admitindo-se primeiro
uma corrente de base de 40µA e depois para uma corrente de base de 70µA e compare os
resultados encontrados.
β= 100
Figura 6.13
Solução:
a) para IB = 40µA
IC = ß x IB Æ IC = 100 x 40.10-6 Æ IC = 4mA
b) para IB = 70µA
IC = ß x IB Æ IC = 100 x 70.10-6 Æ IC = 7mA
Comparando-se os valores obtidos, nas duas situações, e mostrados na tabela 6.1 conclui-se
que:
- Se IB aumenta Æ IC aumenta
- Se IC aumenta Æ VRC aumenta;
- Se VRC aumenta Æ VCE diminui.
No circuito da figura 6.14, variando-se as tensões VBB e VCC, diferentes valores de tensões e
correntes podem ser obtidos. Medindo-se os valores de IC e VCE para uma dada corrente de base IB,
obtém-se a curva IC x VCE como mostrada na figura 6.15. Observe que para cada valor de IB ter-se-á
uma curva diferente.
VCC
IC (mA)
25
6 20
5 IB (μA)
15
4
3 10
2 5
1
1 4 7 10 13 16 19 VCE (V)
Figura 6.15: Curva Característica de transistor
Definindo-se um valor de trabalho para a corrente de base o transistor poderá ser configurado
para trabalhar em três regiões de operação, dependendo dos valores da corrente de coletor e da
- Região Ativa;
- Região de Corte e;
- Região de Saturação.
Na figura 6.15, estas regiões estão demarcadas segundo as linhas tracejadas. Além destas
três regiões, existe uma quarta região de operação, chamada região de ruptura, onde o transistor não
pode trabalhar para não ser danificado. Esta região ocorre quando a tensão VCE do transistor
ultrapassar o seu valor nominal máximo indicado na folha de especificação do transistor. Na figura
6.15 esta região é delimitada pela linha tracejada vertical para VCE maior que 19 V.
A região ativa é toda região compreendida entre as duas linhas verticais tracejadas. Nesta
região a junção Base-Emissor encontra-se diretamente polarizada e a junção Base-Coletor encontra-se
reversamente polarizada. É a região normal de operação do transistor onde o mesmo é configurado
para trabalhar como amplificador. Observa-se que nesta região a corrente de coletor é praticamente
constante para uma variação de VCE entre 1 V e 19 V.
As outras duas regiões, de saturação e de corte, são regiões em que o transistor é
configurado para trabalhar como chave, aberta ou fechada.
A região de corte é a região abaixo da linha tracejada horizontal. Nesta região, diz-se que o
transistor está no corte. O transistor estará funcionando nesta região como uma chave aberta, devido
a não se ter corrente circulando pelo coletor, já que a corrente de base IB é igual a zero. Desta forma,
quase toda a tensão de alimentação VCC estará sobre o coletor (VC ≈ VCC), visto que a corrente de
coletor é aproximadamente igual a zero. Para o circuito exemplo, como o terminal de emissor
encontra-se aterrado, VCE = VC = VCC. Portanto, a tensão de coletor-emissor máxima para o circuito
será alcançada quando o transistor estive no corte.
Na região de saturação o transistor funciona como chave fechada, onde a tensão coletor-
emissor VCE apresenta um valor abaixo de 1V. Na figura 6.15 é a região à esquerda da linha tracejada
vertical mais á esquerda. Os manuais técnicos informam a tensão de saturação de coletor-emissor
(VCESAT). Dependendo dos parâmetros do circuito a corrente de saturação (ICSAT) irá se modificar, não
podendo ultrapassar a corrente máxima permitida pelo transistor e indicada no manual.
A corrente de saturação é a máxima corrente possível fornecida para o circuito podendo ser
determinada, através da malha coletor-emissor, fazendo-se a tensão VCE aproximadamente igual a
zero (tensão de saturação). Na figura 6.15, a equação da malha coletor-emissor é dada por:
VCC – RC x IC – VCE – VE = 0
VCC – RC x ICSAT = 0
logo a corrente de saturação, ou seja, a corrente de coletor máxima para o circuito pode ser calculada
como:
VCC
I C SAT =
RC
c) Caso o transistor não esteja nem no corte nem na saturação, quais mudanças poderiam ser
realizadas para que o transistor fosse para o corte e para a saturação.
β=50
Figura 6.16
BIBLIOGRAFIA
[1] BOYLESTAD, Robert. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos, Editora Prentice/Hall do Brasil,
8ª Edição, 2004, Rio de Janeiro – RJ.
[2] MARKUS, Otavio. Ensino Modular - Sistemas Analógicos e Circuitos com Diodos e Transistores. 5ª
Ed, Editora Érica.
[3] ALMEIDA, José Luiz Antunes. Dispositivos Semicondutores. Ed. Érica. 1996.
ANEXOS
1. DIODOS ZENERS
1N4745A BZX81C16 16 1
1N4746A BZX81C18 18 1
1N4747A BZX81C20 20 1
1N4748A BZX81C22 22 1
1N4749A BZX81C24 24 1
1N4750A BZX81C27 27 1
1N4751A BZX81C30 30 1
1N4752A BZX81C33 33 1
2. DIODOS GERAIS
I. INTRODUÇÃO
II. OBJETIVOS
• Gerador de sinais:
• Osciloscópio.
IV. DESENVOLVIMENTO
PREPARAÇÃO
EXPERIMENTOS
1. Ligue o osciloscópio e o gerador de funções conectando-os através de seus cabos (ponta de prova
do osciloscópio com o cabo do gerador). Utilize o canal 1 do osciloscópio e a saída externa do
gerador.
2. Configure o gerador para um sinal senoidal com valor de pico a pico de 2V (valor DC igual a zero)
e freqüência de 500Hz. Visualize este sinal no osciloscópio e preencha a tabela 1.
Tabela 1
Osciloscópio
Escala de Escala de Nº divisões Nº divisões Vp (+) Vp (-) Vpp T F
tensão tempo vertical horizontal (Volts) (Volts) (Volts) (ms) (Hz)
(V/div) (s/div) (tensão) (período)
3. Configure o gerador para um sinal senoidal com valor de pico positivo de 2V e negativo de 1V
(valor DC maior que zero) e freqüência de 2KHz. Visualize este sinal no osciloscópio e preencha a
tabela 2.
Tabela 2
Osciloscópio
Escala de Escala de Nº divisões Nº divisões Vp (+) Vp (-) Vpp T F
tensão tempo vertical horizontal (Volts) (Volts) (Volts) (ms) (Hz)
(V/div) (s/div) (tensão) (período)
4.
Configure o gerador para um sinal quadrático com valor de pico positivo de 1V e negativo de 2V
(valor DC menor que zero) e freqüência de 12KHz. Visualize este sinal no osciloscópio e preencha
a tabela 3.
Tabela 3
Osciloscópio
Escala de Escala de Nº divisões Nº divisões Vp (+) Vp (-) Vpp T F
tensão tempo vertical horizontal (Volts) (Volts) (Volts) (ms) (Hz)
(V/div) (s/div) (tensão) (período)
QUESTÕES
1. Compare o valor da freqüência indicada pelo gerador com a medida no osciloscópio de cada
configuração realizada. Calcule e comente os erros.
3. Para as três formas de onda a seguir (senoidal, triangular e quandrada) determine: Vp (V)
positivo e negativo; Vpp (V); o período (s) e; a freqüência (Hz).
LEGENDA X ESCALA
I. INTRODUÇÃO
O projeto de circuitos que utilizam dispositivos semicondutores faz uso da tensão contínua
como fonte de alimentação. Tendo em vista o aproveitamento da tensão alternada da rede elétrica,
faz-se necessário a sua conversão em fonte contínua. Para esta tarefa os circuitos retificadores são
utilizados em conjunto com filtros capacitivos. A figura 1 mostra as etapas realizadas na conversão
AC/DC.
Entrada
O transformador utilizado na figura tem como finalidade realizar uma atenuação do sinal de
entrada além de isolar a saída da entrada.
I.1. Retificação
Os circuitos retificadores são constituídos basicamente por diodos. Eles podem ser
classificados em dois tipos, os de meia onda e os de onda completa. Um exemplo de circuito
retificador de meia onda é mostrado na figura 2. Já na figura 3 são exibidos dois exemplos de
circuitos de retificadores de onda completa.
Vi RL
D1
Vrede
RL
Vrede RL
D2
(a) (b)
Figura 3 – Circuitos retificadores de onda completa: (a) Derivação central; (b) Ponte
Os dois tipos de retificadores são diferenciados pela forma de onda do sinal de saída gerada.
Nos retificadores de meia onda, a saída apresenta apenas um semiciclo (positivo ou negativo). Já no
de onda completa os dois semiciclos do sinal de entrada são copiados para a saída, sendo que em um
deles com a concavidade da onda invertida. A figura 4 mostra as formas de onda destes dois tipos de
retificadores para um mesmo sinal aplicado.
Figura 4 – Formas e onda de circuitos retificadores: (a) sinal aplicado; (b) saída de retificador
de meia onda; (c) saída de retificador de onda completa
O valor máximo da tensão de saída Vomáx, em termos reais, é definido pelo valor máximo da
tensão de entrada subtraído da tensão do(s) diodo(s). Tanto para o retificador de meia onda como
para o de onda completa a base de transformador com derivação central, o decréscimo é relativo a
tensão de apenas um diodo (equação 1.1). Já para o retificador de onda completa em ponte o valor é
relativo a queda em dois diodos (diodos que se mantêm polarizados durante um semiciclo - equação
1.2). Sendo assim temos:
Vomáx
VDC = (1.3)
π
(meia onda)
Vomáx
VDC = 2. (1.4)
π
(onda completa)
Um outro parâmetro que deve ser avaliado na elaboração de um retificador é o valor máximo
que os diodos podem ser submetidos quando polarizados reversamente. Este parâmetro é definido
como tensão de pico inversa (TPI), que equivalem aos valores descritos nas equações 1.5, 1.6 e 1.7.
(meia onda)
I.2. Filtragem
Vimax Vimax
Vrpp
Vrpp
(a) (b)
Figura 5 – Tensão de saída do circuito retificador com filtro: (a) meia onda; (b) onda completa
A ondulação observada, definida como tensão de ripple, mostra a eficácia do circuito. Ela é
resultante da descarga capacitiva sobre a resistência de carga RL durante o intervalo em que os
diodos se encontram polarizados reversamente (tensão de entrada menor que tensão sobre o
capacitor). Desta forma, a fim de melhorar a eficiência do circuito diminuindo-se, assim, a ondulação
do mesmo, a constante de tempo RC durante a descarga capacitiva deve apresentar um valor
compatível com a freqüência do sinal.
I.3. Estabilização
A terceira etapa a ser projetada e que eliminará a ondulação do sinal após a filtragem
capacitiva é a de estabilização ou regulação. Esta etapa consiste em projetar um circuito que
mantenha constante a tensão de saída para uma tensão de entrada oscilando em torno de um valor.
Portanto, o circuito de estabilização deve ser projetado de acordo com tensão de ripple do sinal a ser
estabilizado.
Um circuito regulador com diodo zener é mostrado na figura 6. O sinal de entrada VE é aquele
obtido na saída do filtro capacitivo apresentando variações de ± ∆VE.
O circuito regulador dever ser projetado de forma que, havendo variações na tensão de
entrada, a tensão de saída VL deverá permanecer constante e igual à tensão zener VZ. Observa-se que
a corrente total do circuito IS = IZ + IL é constante para uma carga fixa RL. As variações da corrente IS
(variação da tensão de entrada) e da corrente IL serão compensadas pela corrente IZ limitada por IZmin
e IZmáx.
No circuito da figura 6 o resistor RS tem como função limitar a corrente no diodo zener. A
corrente sobre o diodo zener será máxima (IZmáx) quando a carga for infinita (IL=0) e a tensão de
entrada for máxima (VEmáx = VE + ∆VE). Para este a resistência RS será mínima e definida pela
equação 2.
VEmáx − VZ ⇒ VEmáx − VZ
RS min = RS min = ( I L min = 0)
I Zmáx + I L min I Zmáx
(2)
O valor máximo para RS, definido pela equação 3, será aquele que irá impor sobre o diodo
zener uma corrente mínima (IZmin). Esta corrente pode ser considerada igual a 10% do valor da
corrente máxima quando não for especificada no manual do fabricante. Para assegurar esta corrente
a tensão de entrada é considerada como mínima (VEmin = VE - ∆VE).
V E min − VZ
RSmáx = (3)
I Z min + I Lmáx
Escolhido o valor da resistência RS, pode-se encontrar o valor máximo da corrente que poderá
ser fornecida para a carga através da equação 4.
Para finalizar, poderemos calcular os valores mínimo e máximo que a tensão de entrada
poderá apresentar para que a tensão sobre uma carga RL fixa mantenha-se estável. Desta forma
temos:
VL
IL = VE = RS .I S + VZ IS = IZ + IL
RL
II. OBJETIVOS
• Osciloscópio e multímetro;
• Transformador: 110VRMS/14VRMS+14VRMS-1A;
• Resistor: 82Ω/1W, 1KΩ/0.25W, 3.3KΩ/0.25W e 8.2KΩ/0.25W; 10KΩ/0.25W;
• Capacitor: 1000μF/25V;
• Diodo retificador: 1N4007;
• Ponte retificadora: 1A/800V;
• Diodo Zener: BZ 79C3V3 / 0,5W.
IV. DESENVOLVIMENTO
PREPARAÇÃO
1. Considerando as duas posições para chave S, indicadas nas alternativas a seguir, determine a
equação da tensão de saída Vo(t) e esboce, indicando valores, o seu gráfico para os circuitos da
figura P1 e P2. Calcule, também, o valor médio (DC) de VO(t) para cada circuito. Explique ainda a
diferença obtida entre os dois circuitos. Considere um TRAFO de (110V/12V+12V)ac.
82Ω
2. Para o circuito da figura P3, alimentado com um ripple de 10VDC ± 10% (Vi), dimensione o valor
para Rs (resistência e potência). Considere a utilização de um diodo zener de 3V3/0.5W. Calcule a
corrente de carga máxima (ILmáx) que poderá ser fornecida e a nova variação da tensão de
entrada (Vi mín e Vi máx) após o dimensionamento de RS. Utilize RL igual a 1K Ω.
EXPERIMENTOS
1. Monte o circuito da figura P1. Utilizando o osciloscópio e o multímetro realize medidas e preencha
a tabela E1. Observe e anote os resultados e as diferenças encontradas.
Tabela E1
Resistor Chave
Chave aberta 82Ω 10KΩ
82Ω fechada
Vpico Vrpp
VDC
VDC (osciloscópio)
(osciloscópio)
VDC
VDC (multímetro)
(multímetro)
Tabela E2
Resistor Chave
Chave aberta 82Ω 10KΩ
82Ω fechada
Vpico Vrpp
VDC
VDC (osciloscópio)
(osciloscópio)
VDC
VDC (multímetro)
(multímetro)
3. Monte o circuito da figura E1 e conforme os valores da resistência de carga RL, descritos na tabela
E3, meça e anote o valor da tensão de saída Vo e corrente IL. Observe os resultados.
Tabela E3
1,0
3,3
8,2
QUESTÕES