Apostila 100 Dicas de Processo Do Trabalho - GRATUITO PDF
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5. Em relação à conciliação no processo do trabalho, temos uma novidade
com a reforma trabalhista, criada pela Lei 13.467/17, que é a homologação
de acordo extrajudicial, o que não era aceito pela Justiça do Trabalho. A
partir de novembro de 2017, as partes poderão levar seus acordos para
homologação nas Varas do Trabalho, por meio de petição conjunta, com
assinatura dos Advogados das partes, que precisam ser diferentes. Além
disso, não cabe o jus postulandi na hipótese. É necessária a representação
por Advogado, podendo ser do sindicato, caso queiram as partes.
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ajuizamento e acompanhamento da ação sem que a parte esteja
representada por Advogado. Em suma, o jus postulandi é a desnecessidade
de Advogado na Justiça do Trabalho. Trata-se da regra geral.
Partes e procuradores
10. O benefício da justiça gratuita, previsto no art. 790, § 3º, da CLT, pode
ser concedido a requerimento da parte, que demonstrará situação de
hipossuficiência, podendo ser deferido de ofício pelo Magistrado, a qualquer
tempo e grau de jurisdição. A hipossuficiente financeira é presumida para
aqueles que recebem até 40% do limite dos benefícios da previdência
social, bem como aqueles que comprovarem insuficiência de recursos para
pagamento das custas do processo, conforme §4º do art. 790 da CLT.
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12. O sistema de condenação ao pagamento de honorários advocatícios de
sucumbência foi totalmente alterado pela reforma trabalhista (Lei
13.467/17), já que passamos do sistema da ―assistência judiciária gratuita‖
para o sistema da ―mera sucumbência‖, igual ao do CPC, mas com
pequenas diferenças, como no percentual.
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sábado. Nessa hipótese, considera-se ter sido notificado no primeiro dia útil
(segunda-feira, por exemplo), excluindo esse dia e iniciando a contagem do
prazo na terça-feira. Então, se notificado no sábado, começa-se a contar o
prazo na terça-feira.
Custas Processuais
18. Ocorre que pode haver norma constante no acordo sobre o pagamento
das custas, como a assunção das custas integralmente por uma das partes
ou pagamento 40%/60%, o que deve ser respeitado.
19. Ainda em relação ao valor das custas, no cálculo dos 2%, temos que
tomar cuidado com uma pegadinha, que é o valor mínimo de R$10,64.
Imagine a seguinte situação: condenação ao pagamento de R$100,00. Se
calculássemos 2%, teríamos R$2,00 de custas, o que não corresponde ao
que prevê a CLT, pois na hipótese as custas serão de R$10,64.
Petição Inicial
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20. A petição inicial trabalhista pode ser apresentada de forma escrita ou
verbal. A primeira forma, mais usual no dia a dia, encontra previsão no art.
840 da CLT, que traz os seus requisitos, como indicação da autoridade
competente, breve exposição dos fatos, data e assinatura.
22. A parte que quer ajuizar a ação trabalhista verbal deverá apresentar-se
à Justiça do Trabalho e formular tal pedido, que será distribuído para uma
das Varas do Trabalho competentes. Após a distribuição, deverá
comparecer à Vara do Trabalho no prazo de 5 dias para redução a termo
das declarações. Vejam que a parte conta a história e o servidor da Justiça
do Trabalho coloca no papel, reduzindo a termo o que foi dito.
23. Muito cuidado com o prazo do art. 786 da CLT, que é o que dispõe a
parte para comparecer à Vara do Trabalho, pois as bancas cobram muito tal
informação, em especial a FCC – Fundação Carlos Chagas. A parte possui 5
(cinco) dias para comparecer, sob pena de perempção, que é a perda da
possibilidade de ajuizar novamente a ação pelo prazo de 6 meses. No
processo do trabalho a perempção é provisória. Após os 6 meses, a parte
volta a poder ajuizar a ação trabalhista.
Notificação do reclamado
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24. A notificação do reclamado está prevista no art. 841 da CLT e é
realizada como um ato automático, no prazo de 48 horas, pelo servidor da
Vara do Trabalho. Tal ato independe de pedido do autor, pois a petição
inicial não traz como requisito o pedido de notificação do reclamado.
Defesa do reclamado
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REFORMA TRABALHISTA: até a reforma trabalhista, a única
forma de defesa era a verbal, em audiência, mas como sempre
foi extremamente comum a apresentação de defesa escrita,
passou o legislador a prever tal forma, por meio da Lei
13.467/17, com entrada em vigor a partir de novembro de
2017.
30. A revelia pode ser ilidida com a apresentação de atestado médico que
demonstre a impossibilidade de locomoção do representante da empresa no
dia da audiência, nos termos da Súmula n. 122 do TST.
Audiência Trabalhista
31. As audiências são realizadas nos dias úteis, das 8h às 18h, conforme
art. 813 da CLT, não sendo válida a aplicação do art. 770 da CLT que diz
que os atos processuais são realizados das 6h às 20h, pois o primeiro
dispositivo é específico em relação ao segundo.
32. O Juiz possui previsão de atraso ao ato, ou seja, o Juiz pode se atrasar
em até 15 minutos, conforme art. 815 da CLT, não podendo a parte se
retirar dentro desse período, sob pena de sofrer as consequências de sua
ausência (art. 844 da CLT). Ocorre que tal previsão de atraso de 15 minutos
não se aplica ao Juiz que está na Justiça do Trabalho realizando outro ato
processual, como outra audiência de horário anterior. Na hipótese, pode ser
que a sua audiência sofra um atraso de 30, 40, 50 minutos ou mais,
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devendo aguardar o Juiz terminar a outra audiência.
33. As partes não podem se atrasar por falta de previsão legal. O legislador
criou a previsão legal para o Juiz, mas não o fez para as partes, que devem
estar presentes quando for realizado o pregão da sua audiência, sob pena
de aplicação do art. 844 do CPC. A ausência de previsão legal está
estampada na OJ nº 245 da SDI-1 do TST.
Provas
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que possa produzir a prova em data próxima.
38. Outra Súmula de revelo para a matéria é a de nº 212 do TST, que trata
do princípio da continuidade e que afirma ser tal princípio uma presunção
favorável ao empregador. Assim, presume-se que o empregado foi
demitido, para que venha a receber maior número de verbas rescisórias, já
que o excepcional é o pedido de demissão do empregado.
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deixa claro que o ente público somente arcará com o
pagamento se o beneficiário da justiça gratuita não conseguir
créditos capazes de arcar com o pagamento.
Rito sumaríssimo
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CLT que deve ser tentada em todos os momentos da audiência, o que
significa dizer que o Juiz deve tentar o acordo sempre, em todos os
momentos, não apenas nos dois momentos considerados obrigatórios no
procedimento – início da audiência e após as razões finais – conforme já
estudado.
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recursal. No processo de conhecimento, as custas incidem em 2% sobre o
valor da causa, extinto o processo sem resolução do mérito ou se julgados
os pedidos improcedentes, ou o valor da condenação, se julgados
procedentes ou parcialmente procedentes. Caso tenha sido deferida à parte
a assistência judiciária gratuita ou a justiça gratuita, não precisará pagar as
custas para recorrer. O pagamento do valor é feito por meio de GRU (Guia
de Recolhimento da União), no prazo recursal, sob pena de deserção, que
acarretará a inadmissibilidade do apelo.
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possibilidade de o recorrente alegar violação à lei federal e à Constituição
Federal, conforme o art. 896 da CLT, mesmo que depois venha a ser
interposto recurso extraordinário, renovando a alegação de ferimento à CF.
53. O recurso de revista tem seu cabimento disciplinado no art. 896 da CLT,
sendo utilizado apenas nas demandas que têm início na Vara do Trabalho,
pois o dispositivo legal exige decisão em recurso ordinário pelo TRT, o que
exclui o seu cabimento nas demandas de competência originária do TRT.
Nesse recurso podem ser alegados: a. ferimento à lei federal ou à
Constituição Federal; b. divergência na interpretação de lei estadual,
regulamento de empresa ou norma coletiva de utilização em área superior a
um TRT; c. divergência na interpretação da lei federal por mais de um TRT.
No rito sumaríssimo, dispõe o § 9º do art. 896 da CLT que pode ser alegado
também o ferimento a entendimento sumulado pelo TST. A Súmula n. 442
do TST, editada em setembro de 2012, dispõe não ser cabível o recurso se
a decisão do TRT violar Orientação Jurisprudencial do TST. Súmula é
súmula, e não OJ!
55. O §3º do art. 897-A da CLT, inserido por meio da Lei 13.015/14, afirma
que: ―Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de
outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos,
irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura‖.
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equivocado. Assim, se é interposto um recurso ordinário, inadmitido pela
Vara do Trabalho, poderá ser interposto um agravo de instrumento para
demonstrar que aquele deve ser admitido. O agravo de instrumento,
diferentemente do processo civil, será interposto perante o juízo a quo, que
poderá reconsiderar sua decisão, o que significa dizer que no recurso em
estudo encontra-se presente o efeito regressivo. A partir de 2010, há
necessidade de realização de depósito recursal, conforme o art. 899, § 7º,
da CLT, que será no valor de 50% do depósito realizado no recurso que se
pretende destrancar. Além disso, é sempre bom lembrar-se dos documentos
obrigatórios que devem ser juntados ao apelo, arrolados no art. 897, § 5º,
da CLT.
Liquidação de sentença
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da CLT. O contraditório será imediato, diferentemente do redação pré-
reforma trabalhista.
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932 do NCPC.
66. A defesa típica do executado está descrita no art. 884 da CLT, que trata
dos embargos à execução, ajuizados no prazo de 5 dias a contar da garantia
do juízo. A defesa é analisada nos mesmos autos, por possuir sempre efeito
suspensivo, sendo o exequente intimado a manifestar-se também em 5 dias.
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R$80.000,00, o valor da garantia deve ser de R$16.000,00 (80/5=16).
68. O restante deve ser pago, como dito, no exíguo prazo de 24 horas, sob
pena de perda dos 20% para a execução e retorno do bem à hasta pública,
para ser novamente leiloado.
69. Tudo o que pode ser cobrado nas provas trabalhistas sobre execução de
prestações sucessivas, consta nos artigos 890, 891 e 892 da CLT. Duas são
as regras que devem ser entendidas e memorizadas:
Ação rescisória
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31/2007, a massa falida está dispensada da realização do referido depósito.
75. Vamos lembrar que a Súmula n. 425 do TST, muitas vezes cobrada nos
concursos trabalhistas, limita o jus postulandi na seara trabalhista,
afirmando que o instituto previsto no art. 791 da CLT não se aplica a alguns
procedimentos, a saber: ação rescisória, mandado de segurança, ação
cautelar e recursos para o TST.
76. Acerca da indicação de um dos vícios do art. 966 do NCPC, temos que
explicar a Súmula nº 408 do TST, que trata do iura novit cúria (o Juiz
conhece o direito). Digamos que o autor tenha ajuizado a ação rescisória
por haver incompetência absoluta do juízo que proferiu a decisão. Tal vício
consta no inciso II do art. 966 do NCPC. Ocorre que na rescisória não há
necessidade de menção ao dispositivo legal referido, bem como não haverá
qualquer prejuízo caso o inciso mencionado na petição inicial esteja errado.
Isso ocorre porque o Juiz conhece o direito e poderá entender que a parte
alega a incompetência absoluta que está prevista no inciso II do art. 966 do
NCPC.
Mandado de segurança
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segurança é a de nº 415, que regularmente é cobrada nos concursos
trabalhistas. Nos termos do entendimento exposto, não cabe emenda da
petição inicial do mandado de segurança para juntada de
documentos.
79. Este tópico serve apenas para lembrar que não se aplica mais o jus
postulandi ao mandado de segurança desde a edição da Súmula n. 425 do
TST, assim redigida: ―O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791
da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do
Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de
segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho‖.
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para o ajuizamento da demanda em análise. Nos termos do art. 494 da
CLT, poderá o empregador suspender o empregado ao praticar uma falta
grave. Havendo tal suspensão, dispõe o art. 853 da CLT que a ação deverá
ser ajuizada no prazo máximo de 30 dias, contados da data da suspensão,
sendo que a Súmula n. 403 do STF afirma ser esse prazo de decadência e
que, portanto, não se suspende ou interrompe.
b. Improcedência:
b.1. Com suspensão do empregado: sentença condenatória do
empregador, determinando a reintegração do obreiro e o
pagamento dos salários do período de suspensão.
b.2. Sem suspensão do empregado: sentença declaratória, mantendo-
se o vínculo normalmente.
Dissídio Coletivo
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ao passo que nos últimos pedimos a aplicação, no caso concreto, de normas
gerais e abstratas já existentes. No dissídio coletivo o Poder Judiciário
Trabalhista age como se fosse legislativo, criando normas gerais e abstratas
a serem aplicadas aos membros de categorias que estão em conflito.
91. Os dissídios coletivos são ações de tribunais – TRTs e TST – sendo que a
definição da competência é feita de acordo com a extensão do conflito, se
relacionado à área de um ou mais de um TRT. Se superior a área de um
TRT, será da competência do TST, como geralmente acontece com a greve
dos correios.
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devidamente convocada, demonstração do comum acordo (expresso ou
tácito) entre as partes envolvidas no dissídio.
93. Para demonstração dos pressupostos acima, o TST exige a juntada aos
autos do edital de convocação da assembleia e sua ata, nos termos da OJ
nº 8 da SDC do TST.
96. Por fim, a coisa julgada formada no dissídio coletivo é tão somente
formal, nos termos da Súmula 397 do TST, na medida em que o TST
entende inexistir coisa julgada material diante da possibilidade de revisão
daquela decisão.
Ação de Cumprimento
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como se fosse uma ação ―normal‖, com objeto diferenciado, que pode ser
uma sentença normativa ou um acordo ou convenção coletiva, nos moldes
da Súmula nº 286 do TST.
Vitória/ES
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