TCC - Karina Nunes
TCC - Karina Nunes
TCC - Karina Nunes
São Paulo
2014
1
Karina Nunes Ferreira
Trabalho de conclusão de
Curso apresentado à
Universidade Nove de Julho –
UNINOVE, como requisito
parcial para obtenção do grau
de graduação em Odontologia
São Paulo
2014
2
AGRADECIMENTOS
Primeiramente eu agradeço a Deus por ter me dado tanta força, garra, paciência, e
sabedoria para chegar aonde cheguei, tenho certeza que sem fé não teria conseguido nada.
Aos meus pais, por todo amor, carinho e atenção dispensados especialmente nessa trajetória
do processo de mestrado. Por todo o apoio recebido e pela certeza de que vocês sempre
estarão ao meu lado. Amo vocês!
A minha irmã Carol. Por ser acima de irmã, minha amiga. Dizem que os amigos são irmãos
que podemos escolher, se eu pudesse escolher, escolheria você. Obrigada por fazerem parte
desses processos de formação, celebrando as vitórias e me acolhendo nas dificuldades.
As minhas Princesas Isabel, e Rafaella, a cada momento em que eu pensava em desistir elas
estavam ali me olhando e sorrindo, com certeza elas recarregavam minhas energias e faziam
e faz meus dias amanhecer mais lindos.
A minha Família inteira, primos, tios, avó, que torceram por mim a cada dia e a cada
semestre.
Aos meus amigos “de vida” que participaram de forma indireta de todo esse processo, pela
paciência, pelo carinho e por toda forma de apoio recebida.
E claro que não poderia faltar, tenho que agradecer muito ao meu Orientador Profº Rogério
Sonoki,obrigada por fazerem do aprendizado não um trabalho, mas um contentamento. Por
fazerem com que nos sentíssemos pessoas de valor. Por nos ajudarem a descobrir o que fazer
de melhor e, assim, fazê-lo cada vez melhor.
Por resolverem o que achávamos complicados… Obrigado por nos convencerem de que
éramos melhores do que suspeitávamos. Profº sem palavra para agradecer tudo que me
ensinou e me ajudou.
Odontologia
Lao –Tsé
3
RESUMO
4
ABSTRACT
There are many ways of restoring endodontically treated teeth. The quantity and quality of the dental
remainder after endodontic treatment is questionable in terms of clinical longevity, not because of the
coronal opening and therapy in themselves, but because of the destruction inherent to teeth affected
by fractures and invasive carious processes. There are many commercial brands of posts and
marketing artifices with the goal of maximizing resistance to masticatory forces. However, the major
complexity found with regard to the definitive restoration is the doubt whether to insert a prefabricated
post, cast metal or porcelain core as filling core. However, nothing is feasible if the parameters said to
be safe were not used and the minimum mechanical requirements were not demanded. Growing
commercial demand leads to unrestrained confusion in professionals that end up forgetting about or
ignoring the minimum criteria demandable for a favorable prognosis. Compliance with the
biomechanical bases is the most important parameter for increasing the quality of the intraradicular
retainer. The aim of this study is to present basic techniques for more reliable restorations, maximizing
the quality of the dental remainder when making extensive restorations that use intraradicular
retainers in endodontically treated teeth.
5
6
INTRODUÇÃO
odontologia tenta se adequar sem abrir mão da estética e função dos elementos dentários1.
problema um tanto especial. A maioria destes dentes foi tão destruída por cáries, restaurações
antigas e pelo acesso endodôntico, que resta pouco da coroa clínica para reter a restauração final.
Portanto, é comum essas raízes servirem como único meio de retenção para a prótese, pois em
algum lugar deve-se buscar a retenção que normalmente a coroa dental oferece. Mesmo quando
existe estrutura coronária disponível, esta pode necessitar de condutas especiais para prevenir sua
funcionais ao periodonto de sustentação e a base óssea. Sua remoção quer seja por processos
destrutivos de cárie, traumas ou mesmo pela própria abertura de acesso ao endodonto, deve ser
com o objetivo de avaliar o remanescente dental, sua implantação óssea e o estado do periápice.
Além disso, é necessário remover todo o tecido cariado, restaurações existentes e esmalte sem
remanescente coronário para possibilitar retenção a uma coroa, será necessária a reconstrução
Apesar desta tradição de uso, inclusive no Brasil, as falhas advindas de seu uso são
A preocupação com as reconstruções dentárias envolvendo pinos fica clara quando observa-
se que, clinicamente, as falhas podem ser irreversíveis como as fraturas radiculares verticais que
podem condenar o remanescente radicular á extração. (Fernandes AS, Shetty S, Coutinho I, 2003)6.
7
Esse tipo de fratura pode ter origem em pontos de concentração de tensões nas paredes
internas da superfície radicular e podem ser induzidas pelo próprio pino durante os esforços da
mastigação.6
procedimentos protéticos, surgiram novas opções de retentores, com menos etapas para sua
confecção, na busca de diminuir os fracassos neste tipo de procedimento. Pinos pré-fabricados têm
sido amplamente utilizados e avaliados em muitos estudos in vitro. O sucesso deste tratamento,
quando indicado para casos com grande quantidade de remanescente dentinário apresentou-se
Por outro lado, núcleos metálicos fundidos ainda são os retentores utilizados para elementos
Pesquisas recentes demonstraram que os núcleos metálicos fundidos assim como os pinos
remanescentes dentário, podem, na verdade torna-lá mais susceptível à fratura. Por outro lado
diversos estudos demonstraram que a resistência à fraturas esta ligada diretamente a quantidade de
estrutura dental sadia remanescente. Assim, a tendência atual é a utilização de núcleos apenas
quando realmente for necessário. Se há suficiente estrutura dentária remanescente e uma abertura
Os núcleos metálicos fundidos vêm sendo amplamente utilizados na odontologia ao longo dos
anos, porém os pinos metálicos pré-fabricados ganharam preferência clínica, por permitirem maior
preservação de estrutura dental e serem de rápida aplicação, uma vez que dispensam o tempo
fixas associadas aos pinos intra-radiculares estão: o tipo de pino intra-radicular empregado (pré-
fabricado ou fundido); o desenho do pino (paralelo ou afilado); o tipo de superfície adotada (lisa
rosqueada ou serrilhada); e o suporte periodontal presente (osso alveolar, nível de inserção clínica).
Poucos fatores, entretanto, são tão relevantes para o sucesso destas restaurações quanto o
8
Além disso, conhecer a anatomia da raiz, o tipo e o estado em que se encontra o cimento
operador também são fundamentais para o sucesso clínico dos retentores intrarradiculares 5.
9
PROPOSTA
10
REVISÃO DA LITERATURA
Em 1746, Fauchard usou dentes anteriores superiores para ancoragem, para restaurar a
Já em 1869, Black, usava o ouro como preenchimento do canal radicular e assim restaurar a
Após vários estudos, em 1970, Dawson concluiu que o pino intra radicular é preferível aos
pinos utilizados em dentina, quando se fala em dente tratado endodonticamente, pois encontrou
evidências de fraturas dentinárias nos casos onde se utilizou pinos auto rosqueáveis em dentina.
Pinos retidos por fricção por criar stress lateral e pinos auto rosqueáveis podem produzir stress
apical1.
Ainda em 1970, Schilingburg Jr, indicaram o uso de núcleos fundidos em dentes sem
remanescente coronário, tanto unirradiculares como multirradiculares. Afirmaram ainda que nem
todos os dentes tratados endodonticamente são receptivos a núcleos metálicos fundidos em função
núcleos fundidos1.
recebesse reforços, pois, “Prevenir fraturas é mais econômico que recuperar um dente fraturado”.
Portanto, em dentes com comprometimento pulpar, que serão utilizados como suporte para prótese
parcial fixa ou como ancoragem para prótese parcial removível, devido ao acréscimo de cargas
proveniente dos pôntico ou dentes artificiais, deve-se colocar sempre um retentor intra radicular
Kantor; Pines 1997, indicaram o retentor intra radicular fundido em retentores de próteses
Hatzikyriakos e cols. 1992 compararam o retentor intra radicular fundido com dois tipos de pinos: pré-
fabricados e em resina composta. Verificaram que o primeiro apresentou maior índice de sucesso
11
em controle de três anos. Assim, a indicação dos pinos pré-fabricados com núcleo ou preenchimento
Em 2000, em uma análise radiográfica de 1000 núcleos metálicos fundidos; onde avaliaram
aspectos indispensáveis para o sucesso da reabilitação. Concluíram que mais de 80% dos núcleos
eram menores que o recomendado pela regra dos 2/3 do comprimento total da raiz, mais de 70%
mostraram espaços vazios entre o pino e o material obturador, 30% dos núcleos foram
Fernandes (2003) em seus estudos avaliou os fatores que determinam a seleção de um pino.
5 mm de guta-percha para que haja uma manutenção do selamento apical e que um pino com um
bom comprimento, melhora a retenção e a distribuição da tensão. Em dentes molares com raízes
curtas, a colocação de mais de um pino proverá retenção adicional para a restauração final. Outro
fator que deve ser analisado e a característica anatômica de cada dente. Uma avaliação radiográfica
adjacentes. A influência da largura do pino em nada altera sua retenção e quanto à resistência a
fratura mostrou-se mais susceptível, devendo-se sempre manter 1,5mm de dentina ao redor do
conduto. Uma relação adequada de pino, observada pela configuração do canal, ajudará a distribuir
as tensões funcionais ao longo da superfície da raiz. A cimentação tem papel significante no aumento
da retenção, distribuições de tensão desde que respeitando seu protocolo clínico. A quantidade de
dental sobre a margem restaurativa deveria ser pelo menos de 1,5 a 2,0mm para alcançar forma de
resistência15.
O remanescente radicular deve ser preparado de forma que promova condição para retenção
mecânica apropriada do pino. Após avaliação sobre comportamento de pinos por meio de estudos
como o método dos elementos finitos, concluíram que o pino tem importante papel na dissipação das
12
O Núcleo repõe o tecido perdido ou removido da porção coronária e auxilia na remoção da
infraestrutura fundida ou da restauração. O núcleo pode ser simples ou estojado. O estojo confere
abraçamento ao topo da raiz, podendo ser total ou parcialmente e sua função é neutralizar a ação de
cunha do pino. O estojo não é um componente obrigatório no retentor intra radicular fundido; na sua
capacidade de dissipação de tensões do pino intra radicular esta relacionada ao seu comprimento, a
Para que ótimos resultados sejam alcançados, o material utilizado na fabricação dos pinos
deveria apresentar propriedades físicas similares às da dentina, ser biocompatível, de fácil uso,
preservar a dentina radicular, unir-se química ou mecanicamente à estrutura dental, ser resistente à
Para Morgano e Milot, o pino deve ocupar pelo menos 2/3 ou3/4 do comprimento do canal
radicular, no mínimo ou mesmo comprimento da coroa dental. Segundo Sorensen e Martinoff, deve
ocupar no mínimo, a metade do comprimento da raiz que esta inserida em tecido ósseo. Os autores
concordam que qualquer desses padrões pode ser usado desde que permita a permanência de 4 a 5
pino/núcleo, assim temos comprimentos igual a da coroa clínica, maior quer a coroa clinica, igual ou a
metade do comprimento da raiz anatômica, igual a quatro quintos do comprimento da raiz, metade do
comprimento do pino com mínimo necessário contando a partir da ponta da crista óssea alveolar ate
o ápice radicular, e o comprimento máximo do pino não deve interferir com o remanescente de 3 a 5
Shillingburg e Hobo sugeriram diretrizes gerais para o diâmetro final dos pinos na região
cervical para cada grupo de dentes, para os autores, o diâmetro máximo para o pino utilizado no
grupo dos incisivos centrais superiores é de 1,5 mm, para os incisivos laterais superiores é de 1,3
mm; caninos superiores: 1,5 mm; incisivo inferior: 0,7mm, Canino inferior: 1,3 mm, os autores
acrescentam ainda que, de forma geral o diâmetro dos pinos não deve ultrapassar 1/3 do diâmetro da
13
raiz em toda sua extensão e deve haver espessura mínima de 1,0mm em torno de toda extensão do
pino6, 14.
três anos. Os dois principais fatores que contribuíram para essas falhas foram: Primeiramente
manutenção de paredes laterais muito delgadas, bem como raízes fragilizadas, incapazes de suportar
a tensão dos ciclos mastigatórios, fraturando-se; outro fator foi a reduzida superfície de retenção que
Scolaro verificou a resistência à remoção por tração de coroas totais fundidas cimentadas em
dentes hígidos preparados e em dentes reconstruídos com núcleo metálico fundido em duas
dentes rígidos preparado foi maior que a da mesma coroa cimentada sobre núcleo metálico fundido e
Com o intuito de sanar algumas dificuldades clínicas e preencher requisitos estéticos, nas
últimas décadas, vários tipos de pinos pré-fabricados foram desenvolvidos e lançados no mercado
odontológico. Contudo, selecionar corretamente o tipo de pino indicado para cada procedimento
restaurador, é fundamental para o sucesso do tratamento dentário Para tal seleção, devemos
considerar alguns fatores relacionados tanto ao elemento dental que será restaurado quanto às
-Comprimento;
-Diâmetro;
Comprimento da Raiz
A seleção do pino ideal esta diretamente relacionada ao tamanho e a forma da raiz dentaria,
determinando assim o comprimento e a forma do pino. Quanto maior o pino maior a retenção e
distribuição do estresse1. Para Manning e Shillingburg, deve ser maior que o da coroa clínica, igual à
metade do comprimento da raiz anatômica, igual a dois terços do comprimento da raiz anatômica,
igual a quatro quintos do comprimento da raiz, metade do comprimento do pino como mínimo
14
necessário contado a partir da ponta da crista óssea alveolar até o ápice radicular, e comprimento
máximo permitido do pino sem interferir com remanescente de material obturador. Para Morgano e
Milot, o pino deve ocupar pelo menos 2/3 ou ¾ do comprimento do canal radicular, no mínimo ou o
mesmo comprimento da coroa dental. Segundo Sorense e Martinoff, deve ocupar, no mínimo, a
metade do comprimento da raiz que esta inserida em tecido ósseo 6. A literatura é vasta em relação
ao comprimento do núcleo intrarradicular: deve ser igual ou maior que da coroa clínica, dois terços do
comprimento da raiz, 3/4, etc. Entretanto, como regra geral, o comprimento do pino intraradicular
deve atingir 2/3 do comprimento total do remanescente dental, embora o meio mais seguro,
principalmente naqueles dentes que tenham sofrido perda óssea, é ter o pino no comprimento
interior da raiz proporciona uma distribuição mais uniforme das forças oclusais ao longo de toda
Diâmetro
na sua habilidade para resistir aos esforços transmitidos durante a função mastigatória. E que, quanto
maior o diâmetro do pino, maior será a retenção e resistência, porém, deve ser considerado também
o possível enfraquecimento da raiz remanescente. Em vista disto, tem sido sugerido que o diâmetro
do pino deve apresentar até 7 do diâmetro total da raque a espessura de dentina deve ser maior na
face vestibular dos dentes anteriores superiores devido a incidência de força ser maior neste
sentido19. A largura do pino não deverá ser maior que um terço da largura da raiz em sua imensão
mais estreita, isso servirá para preservar estrutura dentinária suficiente, onde o pino deve estar
A restauração de dentes com pino de largo diâmetro torna a raiz mais susceptível à fratura devido à
diminuição da largura do remanescente dentinário. No entanto, seu diâmetro deve ser suficiente para
manter sua rigidez e dar o mínimo de retenção necessária1. Stern, Hirshfeld Sugeriram que a largura
do pino não deveria ser maior que um terço (1/3) da largura da raiz em sua dimensão mais estreita.
Tal abordagem de proporção foi defendida com a intenção de preservar estrutura dentinaria
suficiente, onde o pino deve estar circundado por no mínimo 1 mm de dentina saudável 21.
15
Remanescente de material obturador
ausência de lesão periapical não é um indicativo seguro de que o remanescente pode receber um
total dos canais, endodontia selada sem contato com o meio externo e ausência de dor são fatores a
ser constatados antes da confecção de um retentor. (VOLPATO et al., 2012)3. O processo de preparo
do canal radicular subseqüente à obturação é um dos fatores que pode influenciar no prognóstico do
do retentor. Destes, o fator mais importante é a quantidade de material apical selador remanescente
após o preparo do canal para receber o retentor, sendo que quanto maior a quantidade de material
remanescente melhor é o selamento apical22. Em 1986, De Deus afirmou que é aconselhável localizar
a obturação hermética do canal radicular a um limite apical de 0,5 a 1 mm aquém da superfície mais
externa da raiz dentária, o que oferece maior segurança ao tratamento, diminuindo ou evitando as
reações pós-operatórias imediatas ou tardias3. Nas situações onde os retentores intrarradiculares são
preparo, garantindo, assim, o espaço para o retentor intrarradicular. Após a remoção de parte do
condensado ao longo do canal radicular até a secção apical para garantir a vedação adequada do
canal e o sucesso nesta etapa do tratamento3. Para Pegarora,o material obturador deve ser retirado
até essa extensão, sempre considerando que um mínimo de 4mm de material obturador deve ser
deixado no ápice do conduto para garantir um selamento efetivo nessa região 19.
16
Proporção raiz clinica e Coroa clinica
A coroa clinica é representada pela distancia da cúspide de suporte ate a crista óssea
alveolar e a raiz clinica, da crista óssea alveolar ate o ápice da raiz. O comprimento do pino intra
radicular deve ser alcançar no mínimo a metade da raiz clinica 9. Quando se usa o pino, seu
prolongamento ate da raiz deve ser pelo menos igual ao comprimento da coroa para que haja ótima
distribuição das tensões, e retenção máxima, ou o pino deve ter dois terço do comprimento da raiz, o
que for maior. Uma quantidade mínima de 4,0mm de guta percha, é mais se possível, deve ficar no
ápice da raiz para evitar deslocamento e infiltração resultante. Se não for possível atender esses
critérios, o prognóstico para a restauração não será tão bom e será preciso recorrer a alguma
alternativa2. O núcleo intrar-radicular: deve ser igual ou maior que da coroa clínica, dois terços do
comprimento da raiz, 3/4, etc. Entretanto, como regra geral, o comprimento do pino intra-radicular
deve atingir 2/3 do comprimento total do remanescente dental, embora o meio mais seguro,
principalmente naqueles dentes que tenham sofrido perda óssea, é ter o pino no comprimento
mínima de 4 mm de material obturador que deve ser deixado na região apical do conduto radicular
para garantir um vedamento efetivo nessa região19. Quanto aos critérios protéticos, o pino deveria
apresentar um comprimento igual a 2/3 do comprimento da raiz (com margem de erro de 0,2 mm),
distância entre a crista óssea e o vértice dentário - ou seja, no centro de rotação ou fulcro - e existisse
CONFECÇÃO DO NÚCLEO
Para a confecção do núcleo podem ser empregadas duas técnicas: a direta, na qual o
conduto é moldado e a parte coronária esculpida diretamente na boca, e a indireta, que exige
moldagem dos condutos e porção coronária remanescente com elastômero, obtendo-se um modelo
sobre o qual os núcleos são esculpidos no laboratório. Esta técnica é indicada quando há
necessidade de se confeccionar núcleos para vários dentes ou para dentes com raízes divergentes.
17
DISCUSSÃO
sistema de pino e núcleo seguido por uma coroa. Conduto, para que a restauração tenha sucesso em
longo prazo, um sistema de pino ideal deveria ter os seguintes critérios: propriedade física similares
as da dentina, máximo tenção com mínima remoção de dentina, distribuição uniforme do estresse
para a confecção da futura prótese. Esta retenção é obtida por meio da utilização de núcleos
metálicos fundidos. Ainda que amplamente utilizados, núcleos metálicos fundidos têm sido
considerados como um sistema que fracassa ,tendo em a vista essa necessidade de utilização dos
núcleos metálicos fundidos e de possíveis fracassos, estudos observacionais têm sido realizados, nos
quais se investiga a correlação entre falhas e causas de fracassos com esses retentores2,12,2
Porém, um estudo observacional utilizando radiografias deve ter uma metodologia confiável, pois
avaliamos a imagem e não a real condição do elemento dental. Neste estudo, buscaram-se em
estudos retrospectivos 12.22 metodologias que visassem os padrões mais próximos da realidade. Para
tornou-se melhor. As radiografias foram realizadas por um mesmo operador, nos mesmos aparelhos,
assim, ainda questiona-se a utilização de radiografias periapicais, pois são imagens que apresentam
uma condição bidimensional, logo, dependendo da incidência, a imagem poderá manifestar uma
condição que não é a real 22. Porém, manteve-se o uso de radiografias periapicais, pois a
relação ao tamanho da amostra e também porque clinicamente é o exame de eleição tanto para a
análise de procedimentos endodônticos como para a realização dos procedimentos protéticos. Este
estudo utilizou radiografias periapicais digitais de uma clínica radiológica particular, encaminhada por
profissionais que trabalham no setor privado. Outros estudos mostraram radiografias de tratamentos
18
feitos em universidades-escolas 3,22Percebeu-se que, mesmo que o sucesso dos tratamentos tenha
sido considerado baixo (2,8%), ele foi similar aos estudos retrospectivos utilizados nas universidades,
mostrando que o cuidado durante o tratamento com núcleos metálicos fundidos é o mesmo,
independente do profissional que executou o tratamento, até porque não se sabe a origem dos
A partir das análises radiográficas, ficou claro que, ainda que a estrutura do trabalho tenha
sido dividida em questões endodônticas e protéticas, os dois aspectos são indissociáveis, ou seja, um
elemento dental reabilitado com retentor intrarradicular do tipo núcleo metálico fundido não será
considerado um trabalho adequado caso as duas etapas não sejam realizadas adequadamente.
Desta forma, a verificação da qualidade endodôntica deve ser considerada como a primeira etapa do
estatísticas envolvendo todos os critérios e a interação entre os mesmos foram feitas 3. Houve
entre o comprimento mínimo da endodontia e a direção do conduto. Muitas vezes percebemos que,
quando a endodontia se estendia além dos 4-5mm, (das 347 imagens que possuíam a quantidade de
de 5mm) os núcleos metálicos fundidos eram curtos, ou seja, os procedimentos protéticos foram
comprimento do pino, observamos duas situações: a primeira é que mais uma vez predominaram
pinos curtos, mesmo com boas endodontias, não havendo preocupação com a adaptação endo-
prótese, provavelmente, por algum problema ocorrido durante a modelagem, moldagem ou fundição.
Durante a modelagem o pino pode não ter se estendido ao longo de todo o preparo, assim como
durante o procedimento de moldagem podem ter ocorrido problemas com o modelo ou com o
enceramento, por ser uma técnica indireta. Ainda pode ocorrer algum problema durante a fundição,
resultando em pinos que ficavam ligeiramente aquém do ideal, sugerindo que faltou a verificação
acredita-se que uma endodontia bem executada leva a um maior cuidado na execução da prótese,
19
reforçando que esse é um critério básico para início da confecção da etapa protética Da mesma
forma, houve relação estatística entre a ausência de espaços vazios na endodontia e o comprimento
do retentor. Acredita-se que essa relação existiu, pois o cuidado durante o procedimento endodôntico
executado foi mantido ao longo de todo o tratamento resultando em retentores intrarradiculares com
comprimento também corretos tratamento endodôntico3, 13,15,22. A relação do retentor com a crista
óssea apresentou relação estatística significativa com o comprimento do pino e também com a
ausência de espaços vazios entre a endodontia e a prótese e a contiguidade ao conduto. Esse critério
fundidos está sendo indicada corretamente. Isso porque o comprimento do pino adequado em relação
à crista óssea crista óssea só se apresentará inadequado se existir uma perda óssea considerável
Neste trabalho buscamos explorar cada critério envolvido na confecção de núcleos metálicos
fundidos, a fim de identificar quais as etapas do procedimento restaurador que quando são
radiografias percebem-se, por várias vezes, imagens radiográficas de tratamentos que foram
classificados como inadequados segundo os critérios avaliados. O que foi percebido foi uma grande
quantidade de erros durante as várias etapas dos procedimentos para obtenção de núcleos metálicos
fundidos. Essa situação contradiz o fato de que núcleos metálicos fundidos podem ser considerados
um sistema que fracassa, na realidade não é o sistema de reconstrução radicular a base de núcleos
metálicos fundidos que fracassa, mas sim, trabalhos protéticos inadequados, realizados de forma
incorreta, onde regras e etapas essenciais para a longevidade de um tratamento restaurador são
negligenciadas1, 12,22.
Há um consenso entre os autores, que para uma adequada retenção dos retentores intra
radiculares, sua porção radicular deve ser maior ou apresentar no mínimo, o comprimento da futura
remanescentes. A retenção do núcleo é melhorada quando seu comprimento for maio que a coroa
20
CONCLUSÕES
- Quanto maior a raiz clínica do dente a ser restaurados, maior o índice de sucesso das
restaurações;
- O tamanho ideal da raiz clínica deve ser: a relação entre coroa e raiz, deve ser no mínimo
1:1.
- A largura ideal do retentor intra radicular fundido é: a largura do retentor deve ser de 1/3 da
largura da raiz.
21
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