TCC Final Com Correções
TCC Final Com Correções
TCC Final Com Correções
DA PARAÍBA
Cajazeiras – PB
Julho de 2014
EDLEUSOM SARAIVA DA SILVA
Cajazeiras – PB
Julho de 2014
Catalogação na publicação
BANCA EXAMINADORA
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Primeiramente, a Deus, por ter sempre me dado força para seguir em frente.
À minha família, que sempre me apoiou e me deu forças para seguir adiante durante
essa graduação, principalmente ao meu pai, Antônio Saraiva Neto, minha mãe, Edileusa Saraiva
da Silva, minha Irmã, Layanne Saraiva da Silva, e a meus avós, Antonio Primo da Silva e
Dulcinéa Alves da Silva.
Aos professores do curso, especialmente ao meu orientador, Luiz Henrique Melo Silva
Nóbrega, e aos professores Martiliano Soares Filho, Verilton Nunes da Silva e a Maria José
Alves da Silva, que sempre me apoiaram durante a graduação.
Aos meus amigos Francisco Horácio Furtado, Marcely Dias da Silva e Mario Jorge
Alves Soares que foram de fundamental importância para a conclusão desse trabalho.
RESUMO
This course conclusion work, it has as purpose, the project and development of an probe of the
kind touch trigger didactic for mensuration for coordinates, using the principle of the electric
contacts. It will be made a bibliographical revision concerning about of the Coordinate
Measuring Machines (CMMs), giving emphasis in touch trigger probe, showing your operation
principle. The developed system is controlled by a microcontrolador PIC 16F877A, where the
same is responsible for the axes control and by the coordinates capture at the moment in which
the sensor is activated, besides doing the coordinates conversion obtained in the final result of
the mensuration. PIC is connected in a display LCD and to a computer, by means of serial
communication RS 232, where both have the purpose of showing to the operator the result of
mensuration.
Keywords: Coordinate Measuring Machines, Touch Trigger, Probe.
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
APRESENTAÇÃO
Medições são feitas com muita naturalidade em nosso dia-a-dia e abrange praticamente
todos os ramos da atividade humana. O comércio que conhecemos hoje, a indústria, a pecuária,
a agricultura, enfim, nenhum desses setores poderiam ter chegado na forma como são
conhecidos hoje sem que medições confiáveis tivessem sido efetuadas antes.
Nas últimas décadas o mercado vem se tornando mais competitivo, motivo pelo qual as
empresas estão investindo fortemente em produtos com uma maior garantia de qualidade, em
seu processo de fabricação. Porém, esta garantia só será efetiva se as informações analisadas
no produto forem confiáveis e consistentes, sendo esse um dos principais papéis da metrologia
nesse meio. Com base no contexto, uma empresa inglesa de máquinas operatrizes apresentou o
primeiro modelo de uso industrial de Máquinas de Medição por Coordenadas (MMCs), baseada
nos princípios de René Descartes, em 1960.
Desde o surgimento das MMCs, várias tecnologias para serem aplicadas nas MMCs
foram sendo estudadas e desenvolvidas, com o objetivo de contribuir para um melhor
desempenho da mesma. A invenção de um item em especial foi à chave para sua popularização
e crescimento. O sensor por contato, o touch trigger probe, usado até a atualidade nas Máquinas
de Medição por Coordenadas (MMC).
Estas máquinas são basicamente equipamentos que medem as características
geométricas tridimensionais de qualquer tipo de peça, tendo como um dos elementos mais
importantes o sistema de apalpação, pois, ele fornece a máquina informações da localização da
superfície da peça em relação ao sistema de coordenadas da máquina.
Nesse trabalho de conclusão de curso, foi realizado um estudo sobre as MMCs, dando
ênfase aos sensores do tipo touch trigger, mostrando suas principais características e seu
princípio de funcionamento.
O sistema de detecção de dados das MMCs mais utilizado atualmente é o sensor de
contato do tipo touch trigger, dessa forma foi utilizado como base o princípio de funcionamento
desse tipo de sensor para a construção de um protótipo didático, que tem como finalidade
trabalhar de uma maneira similar aos apalpadores encontrados em MMCs comerciais.
Com esse embasamento teórico foi projetado e desenvolvido um protótipo de um
apalpador capaz de realizar medições do comprimento de peças. Esse apalpador, juntamente
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com a estrutura desenvolvida terá fins didáticos, ele poderá ser usado em aulas de metrologia
afim de que o mesmo possa explicar o princípio de funcionamento de uma MMC comercial,
realizar medições para determinar valores convencionais, entre outras atividades.
Com a conclusão da construção do apalpador e de sua estrutura foram realizados testes
metrológicos com a finalidade de avaliar a repetibilidade do apalpador e do sistema construído.
O objetivo desse trabalho é desenvolver um sensor por contato didático, para medição
por coordenadas, bem como uma estrutura para acomodar o sensor e a peça a ser utilizada nas
medições.
Realizar estudo sobre as Máquinas de Medição por Coordenadas (MMCs), dando ênfase
aos apalpadores do tipo touch trigger;
Realizar um levantamento do estado da arte dos apalpadores touch trigger;
Apresentar o funcionamento do sinal elétrico (trigger) nos sensores de medição ponto a
ponto;
Desenvolver um protótipo de um apalpador touch trigger baseado no princípio dos
contatos cinemáticos, destacando suas particularidades na medição de peças;
Realizar testes no sistema de medição e no sensor desenvolvido a fim de determinar a
repetibilidade de ambos.
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CAPÍTULO 2
Nesse capítulo será feita uma revisão bibliográfica a respeito da tecnologia de medição
por coordenadas, tendo como tópicos principais a teoria sobre a medição por coordenadas, um
histórico abordando a evolução dos sistemas de medição por coordenadas, uma explanação a
respeito das máquinas de medir por coordenadas e os sensores de medição mais utilizados.
De acordo com que a exigência por produtos com alta qualidade vem aumentando nas
últimas décadas, a competição industrial vem ficando cada vez mais acirrada e com isso o
desenvolvimento de sistemas de manufatura automatizados vem se tornando cada vez mais
essenciais, pois com isso, as indústrias conseguem realizar seus processos de fabricação em um
menor período de tempo, com um menor custo e maior qualidade.
A busca pela qualidade está diretamente relacionada com a precisão das características
dimensionais, sendo elas que definem grande parte das principais características dos produtos, com
relação a isso, surge a necessidade de se desenvolver meios de medição que não restrinjam a
eficiência dos novos sistemas de manufatura, de uma forma prática esse sistema de medição deverá
realizar as análises de forma rápida e efetiva, fornecendo resultados com alta exatidão.
Em meio a isto surgiu a indústria das Máquinas de Medir por Coordenadas (MMCs). A
primeira máquina de medir por coordenadas foi introduzida na indústria em 1959, por Ferranti,
Ltd. Of Dalkeith, na Escócia (ORREGO et al, 2000). Para a Ferranti estava claro que os
instrumentos de medição convencionais que estavam encarregados pela verificação dos
produtos que eram produzidos, não iriam acompanhar o ritmo de produção das máquinas
automatizadas que estavam sendo implementadas no mercado.
Segundo Orrego et al (2000) a primeira MMC criada pela Ferranti oferecia uma
resolução de 0,012 mm possuindo um curso de apenas 254 mm na direção Z, 610 mm na direção
X e 381 mm em Y, sendo que as leituras só eram feitas nas direções X e Y. De acordo com a
indústria citada anteriormente, ela foi desenvolvida para inspecionar as peças com uma precisão
de 0,025 mm.
De forma crescente, a utilização da MMC conquistou o espaço no universo da
manufatura sendo introduzida em todo o ciclo produtivo: participa de desenvolvimento do
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Nas últimas décadas, o aumento da competição vem mudando a forma com que as
empresas abordam os processos produtivos. Atualmente, em plena era globalizada, a
concorrência está ficando cada vez mais acirrada. Não há mais espaço para produtos de baixa
qualidade, que estão perdendo espaço no mercado devido ao baixo emprego de novas
tecnologias que visem baratear custos.
A qualidade dos produtos tem que ser assegurada, o que só acontece quando os sistemas
de medição confiáveis forem utilizados no controle da qualidade da produção. Com isso, a
tecnologia de medição por coordenadas, também conhecida como medição tridimensional é
uma ferramenta que vem se consolidando cada vez mais nos processos de garantia da qualidade
dos produtos em diversos setores de produção.
cópia digital do modelo medido em série. A Figura 1 ilustra o processo de engenharia reversa
onde a tecnologia de medição por coordenadas é utilizada.
Figura 1 – Tecnologia de medição por coordenadas utilizada no processo de desenvolvimento de um produto manufaturado.
Fonte: Autoria própria (2014).
A medição por coordenadas pode ser exemplificada de uma forma mais simples como
sendo um conjunto de técnicas que têm como objetivo determinar os parâmetros dimensionais
de peças com formatos variados. Na tecnologia de medição por coordenadas a geometria da
peça a ser medida é obtida através da captura de pontos distintos sobre a superfície, onde, cada
ponto medido é expresso no formato de suas coordenadas X Y e Z. Um dos métodos
matemáticos mais utilizados para a determinação das geometrias das peças é o método dos
mínimos quadrados.
O método dos mínimos quadrados é uma técnica geral que se aplica para determinar os
parâmetros de uma relação funcional entre duas ou mais grandezas de um fenômeno ou o valor
mais provável de uma única grandeza medida várias vezes. Sendo que esse método é mais
utilizado nas medições com resultados aleatórios.
As MMCs também utilizam geometrias substitutas que já são definidas em sua central
de controle, sendo que essas geometrias variam de acordo com a quantidade de pontos obtidos
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A medição por coordenadas tem como base o sistema cartesiano, utiliza-se a representação
de cada ponto em um plano ortogonal de coordenadas. A partir da obtenção da posição de distintos
pontos é possível obter as características dimensionais de diversos tipos de peças.
A definição dimensional de uma peça é realizada geometricamente em um espaço
tridimensional, sendo esse espaço caracterizado por três eixos perpendiculares entre si, também
chamados de X, Y e Z. Esses eixos são os responsáveis por definirem o sistema tridimensional.
Tendo como referência os eixos que compõem o sistema tridimensional, quando uma
medição é efetuada, um ponto no espaço é projetado no plano de referência, no qual são
definidas duas coordenadas nos planos X e Y, assim como uma coordenada no eixo Z
correspondente a altura perpendicular aos outros eixos. A figura 3 ilustra de forma clara o plano
cartesiano com os três eixos e um ponto representando uma coordenada obtida por uma medição
efetuada.
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máquina defina os pontos da superfície das peças é utilizada uma sonda eletrônica para que seja
efetuada a medição.
As MMCs podem ser de diferentes tamanhos ou formas, esta diferença está associada
com o volume de medição, com a área de acesso para a peça, com a incerteza de medição e, em
alguns casos com a tecnologia utilizada pelo fabricante. De acordo com Nóbrega (2011), alguns
fatores construtivos (por exemplo, mancais pneumáticos em vez de guias de esferas
recirculantes), permitem aos fabricantes uma redução com o nível de incerteza da máquina.
A figura 6 mostra os principais modelos de MMCs utilizadas no mercado, são elas:
a) Braço horizontal;
b) Ponte móvel;
c) Pórtico;
d) Tipo em balanço.
Nos processos de medição por contato de uma MMC existem duas técnicas que são
utilizadas para a obtenção das coordenadas. Essas técnicas são conhecidas como a técnica ponto
a ponto e a técnica de escaneamento contínuo. Na técnica ponto a ponto, o apalpador armazena
uma coordenada por vez, já na técnica de escaneamento contínuo, o apalpador toca a peça
continuamente e sem intervalos. Para que essas técnicas de medição sejam realizadas, os
apalpadores do tipo touch trigger e scanning probe são fundamentais, respectivamente. Sendo
que os scanning probes são comumente conhecidos como probes de digitalização (NÓBREGA,
2011).
O sistema de contato, também conhecido como sistema de apalpação, tem como
finalidade fazer a aquisição de um determinado ponto medido através do contato com a
superfície a medir. Neste caso, quando o sensor é acionado, uma informação é enviada ao
controle da MMC para que sejam armazenados os valores indicados nos indicadores de
deslocamento individual de cada eixo, sendo considerados como as coordenadas X, Y e Z do
ponto no qual foi acionado o sensor de medição (BUENO, 2009).
De acordo com Lima Jr (2007) esse sistema é um dos principais elementos das Máquinas
de Medição por Coordenadas. A Figura 7 mostra algumas configurações dos sensores por
contato que são utilizados nas máquinas de medição por coordenadas atuais.
sinal é conhecido como o sinal de gatilho do sensor, que tem como configuração mais comum
a do Cinematic Contact ou contato elétrico. Vale destacar que o funcionamento e confiabilidade
da MMC estão ligados diretamente com a qualidade do sistema de apalpação.
Vale destacar que o sistema de medição por contato tem como principais características:
Baixa incerteza de medição;
Alta versatilidade;
Pode provocar a deformação da peça no momento da medição;
Incapacidade de realizar medições em superfícies reduzidas e de difícil acesso.
O sistema de medição sem contato tem a mesma função dos apalpadores com contato,
que é a aquisição das coordenadas de um ponto no qual se deseja efetuar as medições. Uma vez
que na indústria atual muitas peças são de grande complexidade geométrica, em que muitas
vezes é praticamente impossível obter medições através do contato com um simples apalpador,
os principais fabricantes de MMCs desenvolveram novos equipamentos para as máquinas de
forma a substituir, em medições muito específicas, os habituais apalpadores de contato
(FERREIRA, 2007). A Figura 8 destaca um sensor sem contato que está realizando a medição
de uma peça.
Nóbrega (2011) afirma que a metrologia óptica ainda não foi difundida no Brasil, sendo
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que a mesma vem ganhando cada vez mais espaços nos países desenvolvidos. Segundo Ferreira
(2007) as principais características dos sensores de medição sem contato são:
Total ausência de contato com a superfície a medir;
Não provoca deformação das peças ao medir;
Boa riqueza de detalhes, o que permite efetuar medições de cotas com dimensões
muito reduzidas onde o contato é muitas vezes impossível;
Permite efetuar o que vulgarmente é conhecido como engenharia reversa.
As incertezas de medição ainda altas, quando comparadas com os sistemas de
medição por contato;
Existe a possibilidade de existir distorções provocadas pela lente.
Os primeiros sensores que foram utilizados nas MMCs eram bastante rígidos e os
mesmos eram unidirecionais, de tal forma que cada mudança de direção da medição, obrigava
o sensor a ter o seu posicionamento mudado e uma nova referência deveria ser obtida. A referida
tecnologia foi desenvolvida pelo Sr. McMurtry enquanto trabalhava na fábrica da Rolls-Royce
em Bristol e seu desafio era inspecionar tubulações de combustível das turbinas Olympus usada
no Concorde, tarefa que requeria cuidado especial no controle da deflexão dos tubos de 6 mm
de diâmetro (NÓBREGA, 2011).
O sensor criado foi batizado com o nome de TP1(Touch Probe 1), esse tipo de sensor
foi de fundamental importância para o avanço das MMCs, pois ele aumentou as possibilidades
na realização de medições mais complexas com uma maior exatidão e com um tempo bem
menor quando comparado com os sistemas utilizados anteriormente.
O princípio de funcionamento dos apalpadores touch trigger é similar a uma chave NF
(Normal Fechada) que tem seus contatos abertos no momento em que há o contato do sensor
com o mensurando fazendo assim com que o sinal elétrico seja interrompido.
Uma das configurações mais utilizadas nos apalpadores atualmente é a dos contatos
elétricos conhecidos como Kinematic Contact. Esse tipo de configuração foi a escolhida para o
desenvolvimento do apalpador que foi usado nesse trabalho.
Como foi dito anteriormente, o apalpador trabalha como uma chave NF, e para que ela
tenha um de seus contatos abertos é necessário que a força aplicada na ponta de contato seja
maior de que a força exercida pela mola de sujeição, dessa forma esse evento mecânico é
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Apalpador
CAPÍTULO 3
3 PROJETO E DESENVOLVIMENTO
Com a finalidade de construir o sensor touch trigger, foi feito previamente um desenho
em um software computacional CAD como podemos ver na Figura 12. Este desenho serviu
como base para a construção do sensor.
Após a obtenção do desenho técnico foi discutido quais materiais seriam utilizados para
a construção do mesmo. Foi acordado que seria utilizado náilon para a construção do cabeçote
do sensor e aço inoxidável para a haste, os braços cilíndricos e a esfera. A esfera utilizada foi
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obtida em um rolamento, sendo que a mesma possui o diâmetro de 11 mm e será utilizada como
ponta de contato.
O referido sensor construído de acordo com o projeto está disposto na Figura 13.
Cabeçote
Braços
cilíndricos
Haste
Esfera
Como está indicado na Figura 13 podemos ver que o cabeçote foi construído com náilon,
pois este material é um não-condutor de corrente elétrica, fazendo assim com que os três braços
cilíndricos e a haste estivessem isolados entre si. Os três braços cilíndricos estão acoplados no
cabeçote e dispostos a 120° entre si, além da haste que está unida com a esfera e presa ao
cabeçote.
Cada braço cilíndrico foi assentado em um par de esferas, com a finalidade de formar o
circuito elétrico responsável pela passagem da corrente elétrica. As seis esferas estão assentadas
em uma base de acrílico que tem como objetivo isolar toda a estrutura metálica do apalpador,
juntamente com todo o conjunto dos três atuadores entre si. Como o cabeçote é feito de náilon,
a passagem da corrente elétrica é permitida somente na região em que se encontram os contatos
cinemáticos do apalpador, sendo que esses contatos estão ligados entre si por uma chapa de
aço. A Figura 14 mostra o sensor finalizado juntamente com a estrutura dos contatos
cinemáticos.
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Como podemos ver na Figura 14, um dos elementos que está em destaque é a mola de
sujeição, e como pode ser visto, este elemento foi montado em cima do cabeçote,
proporcionando assim uma força no sensor para que os braços cilíndricos do mesmo possam
ficar assentados sobre as esferas, mantendo o circuito normalmente fechado quando o apalpador
estiver em estado de repouso, fazendo assim com que a abertura dos contatos cinemáticos só
seja possível quando a força de apalpação aplicada na ponta de contato do sensor seja maior do
que a resistência oferecida pela mola de sujeição.
Nesta etapa do desenvolvimento do apalpador foi dado ênfase na estrutura mecânica,
que tem como função acomodar o apalpador e fazer com que o mesmo seja movimentado, para
que assim seja possível realizar as medições. Semelhante a metodologia adotada para o sensor,
foi projetado em um software CAD um modelo proposto para o que será a estrutura onde o
sensor será fixado e movimentado. O modelo proposto está disposto na Figura 15. A estrutura
tem que se adequar as dimensões de uma mesa de coordenadas já existente, que tem uma base
de 410 mm.
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Essa estrutura montada faz com que o princípio de funcionamento seja similar ao da
mesa de coordenadas. A chapa de aço dobrada foi fixada na estrutura da máquina e nela foram
presos os mancais de sustentação do eixo e as duas guias que dão apoio a chapa onde o sensor
será acoplado.
Após a montagem da estrutura vertical da máquina (eixo Z), foi colocada uma
engrenagem presa na ponta do fuso e outra no motor, para que as mesmas viessem a ser
utilizadas como um acoplamento entre o eixo e um motor CC de 12 V que foi responsável pela
movimentação do sensor. A Figura 18 mostra a estrutura pronta e devidamente montada para
receber o sensor.
também de memórias PROM, RAM, memória FLASH ou temporária e uma memória EEPROM
onde fica armazenado o programa, chamada também de Memória Programável. Além de todas
as características do PIC o que mais contribuiu para sua escolha foi o fato do mesmo ser de
baixo custo e pôr o mesmo trabalhar com um baixo consumo de energia. A figura 20 ilustra
com mais clareza o esquema do PIC.
Como está ilustrado na Figura 21, o conversor de sinais é composto por um circuito com
quatro capacitores eletrolíticos de 1 µF que são ligados no CI MAX 232. Para que seja feita a
conversão dos dados os pinos 25 e 26 (RX e TX) do microcontrolador são ligados nos pinos 11
e 12 do CI que em consequência tem os pinos 13 e 14 ligados nos pinos 2 e 3 de um cabo serial
que está ligado no computador, fazendo assim com que seja estabelecida a comunicação. A
Figura 22 mostra a placa de circuito que foi utilizada para a realização da comunicação serial.
MAX 232
Quando o sistema é energizado, o PIC envia uma mensagem com a palavra “Início”
indicando que a conexão foi realizada com sucesso. Como foi disposto anteriormente na Figura
19, o LCD irá mostrar duas opções disponíveis para que o operador possa selecionar a que ele
deseja, de acordo com a medição que se deseja efetuar, essa escolha é necessária para que o
microcontrolador possa fazer a correção do diâmetro da esfera de contato quando é realizada a
medição.
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Os dois eixos em que a estrutura dispõe são similares e são movimentadas por motores
CC. Para o controle das estruturas foram utilizadas quatro relés que foram ligados de uma forma
estratégica para que cada motor possa ser acionado por dois botões, fazendo com que os
mesmos possam girar em ambos os sentidos, fazendo assim com que os eixos da estrutura
tenham liberdade para se movimentar. A movimentação da mesa de coordenadas só é possível
quando é feita a escolha de uma das opções fornecidas pelo Display LCD.
O controle da movimentação da máquina é realizado pelo operador que tem a sua
disposição quatro botões que irão definir o sentido de movimentação de seus eixos. O operador
deverá posicionar a altura em que a ponta de contato do sensor irá ficar com relação à peça a
ser medida. Feito isso será possível realizar a medição da peça. Quando o sensor toca na peça
imediatamente a máquina irá se deslocar automaticamente uma pequena distância no sentido
oposto ao movimento que estava sendo efetuado no momento do toque, esse movimento é
necessário para que o sensor não permaneça acionado.
No momento em que se realizam dois toques distintos na peça é feito o cálculo do
tamanho medido no microcontrolador, em seguida é mostrado no LCD o tamanho medido pela
máquina e ao mesmo tempo é enviada a medida para o computador. Ao término de uma medição
são novamente mostradas as duas opções no LCD, para que o operador possa escolher qual tipo
de medição ele irá efetuar (Interna ou Externa).
Para que seja possível a visualização dos resultados obtidos na tela do computador, o
operador tem que fazer a comunicação via software. A interface que está disposta para o
operador é o terminal de comunicação (Hyper Terminal) do sistema operacional Windows. A
interface está disposta na Figura 23.
Para a aquisição dos valores das coordenadas da mesa no momento em que o sensor toca
na peça foi utilizado um encoder. Esse sensor é um dispositivo eletromecânico que é capaz de
reproduzir pulsos elétricos a partir do movimento rotacional de seu eixo. O encoder foi
instalado do lado oposto do fuso da mesa de coordenadas em que o motor está acoplado. A
Figura 24 mostra o encoder acoplado na mesa de coordenadas.
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑠𝑜 3 𝑚𝑚
𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 𝑁° 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠õ𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑑𝑒𝑟 = = 0,02 𝑚𝑚 (1)
150
Como pode-se notar na Eq. 1 a obtenção da resolução do encoder foi obtida de uma forma
simples, ou seja, é somente uma divisão do valor do passo do fuso (mm) sobre o número de
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divisões do encoder. A resolução obtida foi de 0,02 mm por pulso. Isso quer dizer que a cada
pulso que o sensor gerar a mesa terá se movimentado 0,02 mm. Dessa forma o resultado de
medição que é dado em milímetros é obtido pela quantidade de pulsos multiplicado por 0,02.
Devido à alta velocidade com que os pulsos são enviados para o PIC foi-se necessário utilizar
a função conhecida como interrupção externa do microcontrolador para que esses pulsos
possam ser contados pelo PIC.
O encoder trabalha como um sensor barreira de luz, sendo que as divisões do mesmo
irão interromper o feixe de luz do acoplador óptico, gerando um sinal elétrico para o PIC em
cada interrupção. Como o encoder está acoplado no eixo, o sinal enviado do sensor para o
microcontrolador será na mesma frequência em que a mesa se movimenta. A Figura 25 mostra
o funcionamento de um sensor barreira de luz.
O sinal que é gerado na saída é composto por diversas imperfeições devido aos meios
de transição. Fez-se necessário a utilização de um circuito para o tratamento do sinal. Esse
circuito é conhecido como Schmitt Trigger. Esse circuito faz um tratamento no ruído causado
pelo chaveamento e pela comutação do sinal. A figura 26 ilustra a forma em que é realizado o
tratamento do sinal.
Dessa forma os ruídos não são enviados para o microcontrolador que irá receber
somente um sinal de onda quadrada da saída do circuito. A placa de circuito que foi utilizada
está disposta na Figura 27.
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CAPÍTULO 4
As peças foram finalizadas e o resultado pode ser visto com mais detalhes na Figura 33.
Com a finalização da usinagem das peças foram realizadas medições em uma MMC
industrial modelo TESA micro-hite 3D, afim de determinar o Valor Verdadeiro Convencional
(VCC) das dimensões das peças. A tabela 1 mostra os valores obtidos na MMC industrial
referentes às dimensões mostradas na Figura 33.
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Com as peças usinadas foi dado início as medições, para que pudessem assim ser feitos
os testes metrológicos da máquina desenvolvida.
Diante dos Valores Verdadeiros Convencionais (VVC) de cada medida das peças
inspecionadas e das médias das indicações que o sistema forneceu para cada parâmetro das
peças, foi determinada uma constante aditiva para cada faixa de medição consecutiva, que
quando somada a indicação irá corrigir os erros sistemáticos do sistema, que corresponde a
parcela previsível do erro. Essas constantes são conhecidas como a correção que corresponde
ao inverso do valor da tendência. Sendo feito isso, a parte de erro sistemático é eliminada e
agora é possível obter as medições corrigidas. Quando é aplicada a correção, a única parcela do
erro que ainda irá existir será o erro aleatório, que é a parcela imprevisível do erro.
A tabela 2 mostra os valores obtidos a partir das 20 medições repetidas do furo com
diâmetro de 24 mm, na tabela também pode ser visto os valores de Correção (C), que é a
diferença entre o VVC e a média das medições efetuadas, do Resultado Corrigido (RC), que é
o valor da medição com o acréscimo da correção e o Erro Aleatório (EA), que é a diferença
entre o resultado corrigido e o VVC do mensurando.
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Com a finalidade de determinar a faixa no qual o erro aleatório é esperado, foi utilizada
a Eq. (2) para que fosse obtida a repetibilidade do sistema de medição utilizando uma
probabilidade de 99,00%, sendo que essa probabilidade é determinada pelo produto do desvio
padrão com o seu respectivo coeficiente t de Student.
O coeficiente de Student (t) é obtido através de uma tabela que leva em consideração o
valor da quantidade de medições efetuadas. A referida tabela está disposta no Anexo B. Neste
caso o valor de coeficiente de Student é de 2,845.
Desvio padrão
∑𝑛 ̅
𝑖=1(𝑀𝑖−𝑀)²
𝑢= 𝜎= √ (2)
𝑛−1
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Onde:
σ = Desvio padrão;
Mi = i-ésima medição;
̅ = Média das medições;
𝑀
n = Quantidade de medições.
∑20
𝑖=1(𝑀𝑖 − 24)²
𝜎 24,001𝑚𝑚 = √ = 46,07µ𝑚
20 − 1
Repetibilidade
𝑅𝑒 = ± 𝑡 . 𝑢 (3)
Onde:
Re = Repetibilidade;
t = Coeficiente t de Student;
u = Incerteza padrão.
Limites de controle
Com a determinação da repetibilidade do sistema de medição é possível calcular os
limites superior e inferior de controle (LSC e LIC) utilizando as Equações (4) e (5).
̅ + Re
𝐿𝑆𝐶 = 𝑀 (4)
̅ - Re
𝐿𝐼𝐶 = 𝑀 (5)
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Onde:
LSC = Limite Superior de Controle;
LIC = Limite Inferior de Controle;
̅ = Média das medições.
𝑀
Logo:
LSC = 24,001 + 0,131 = 24,132 mm
LIC = 24,001 – 0,131 = 23,868 mm
De acordo com os valores obtidos se tornou possível construir o gráfico da Figura 35,
no qual o mesmo mostra o limite inferior e superior e os valores obtidos nas 20 medições
efetuadas no furo de 24,001 mm de diâmetro.
Para que fosse realizado o ensaio de repetibilidade somente do apalpador, teve de ser
estabelecidas algumas condições de operação para que a máquina tivesse o mínimo possível de
influência no resultado de medição. Assim o modo de medição deve ser realizado de tal forma
que a máquina tivesse o mínimo possível de movimento no seu eixo de medição. Sendo isso
feito os erros gerados pela máquina serão minimizados.
Com a necessidade de medir esse parâmetro do sensor, foram realizadas 20 medições
consecutivas no furo de 15,865 mm de diâmetro, sendo que esse furo foi escolhido devido ao
mesmo possuir um diâmetro um pouco maior do que o da esfera do sensor, fazendo assim com
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que a máquina tenha seu deslocamento reduzido. Este procedimento tem como objetivo
principal medir o grau de dispersão do apalpador e não medir o diâmetro do furo. O
procedimento utilizado para medir a repetibilidade do apalpador é igual ao que foi utilizado no
item 4.3.1. Após a obtenção dos valores das 20 medições foi utilizado o mesmo método anterior,
com a mesma probabilidade de 99,00%. A tabela 4 mostra os 20 valores obtidos a partir das
medições consecutivas que foram realizadas.
Com o intuito de se estimar a faixa de valores em torno do valor médio, dentro do qual
o erro aleatório do apalpador é esperado, foi determinada a repetibilidade do apalpador para
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uma probabilidade de 99,00 %. Esse fator pode ser calculado pelo produto do desvio padrão
com o referido coeficiente t de student referente as 20 medições efetuadas consecutivamente.
Para a realização desses cálculos foram utilizadas as equações dispostas no item 4.3.1.
Logo :
∑20
𝑖=1(𝑀𝑖 − 15,959)²
𝜎 15,834𝑚𝑚 = √ = 23,66µ𝑚
20 − 1
O coeficiente t de Student foi o mesmo usado no experimento anterior, pois o número
de medições foi igual. Esse valor pode ser obtido também no anexo B. Nessas condições temos
que:
𝑅𝑒 = ± 2,845 . 23,66 = 67,31𝜇𝑚
Após a obtenção do valor da repetibilidade do apalpador pode-se notar que a
repetibilidade do apalpador é menor 63,78 µm em relação a repetibilidade do sistema. Foram
utilizadas as equações (4) e (5) respectivamente para que fossem calculados os limites
superiores e inferiores de controle.
LSC = 15,834 + 0,067 = 15,901 mm
LIC = 15,834 – 0,067 = 15,767 mm
A Figura 36 mostra o gráfico de controle referente as medições efetuadas no furo de
15,834mm de diâmetro, juntamente com os limites superiores e inferiores de controle.
Como pode-se notar pela Figura 36 que os valores obtidos no experimento estão dentro
da faixa tolerável, sendo assim o apalpador é caracterizado como tendo uma boa repetibilidade.
50
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BUENO, M. A. M.; Sensores eletrônicos para uso em máquinas de medir por coordenadas. Revista
Metrologia e Instrumentação, vol. 52, 2009.
COCKRILL, C.; Understanding schmitt triggers. Texas Instruments Incorporated, [s/l], 2011.
COELHO, R. T.; GUERRA, M. D.; Development of a low cost touch trigger probe for cnc lathes.
Journal of Materials Processing Technology, pp. 117-123, 2006.
FERREIRA, F.; Medição por contato versus medição óptica em máquinas de medir por
coordenadas (3D). [s/l] CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica, 2007.
LIMA JÚNIOR, Z. C.; Determinação da planeza das mesas metrológicas das máquinas de medição
por coordenadas. Dissertação de Mestrado. UFPB (PPGEM), João Pessoa, PB, Brasil, 2003.
LIMA JÚNIOR, Z. C.; Aplicação de redes neurais artificiais para determinar parâmetros de
geometrias substitutas em MMC. Tese de Doutorado UFPB (PPGEM), João Pessoa, PB, Brasil, 2007.
ORREGO, R. M. M.; Método de calibração direta para máquinas de medir a três coordenadas.
Teste de Doutorado. USP, São Paulo, 1999.
ROLIM, T. L.; Sistemática indicadora de método para calibração de máquina de medição por
coordenadas. Tese de Doutorado (PPGEM), João Pessoa, PB, Brasil, 2003.
SILVA, E. S.; NÓBREGA, L. H. M. S.; ALENCAR C. H.; SILVA. V. N.; ALMEIDA T. A.;
52
ANEXOS
54
ANEXO A
%
O0034 (SUB PROGRAMA 1) ;
N10 G91 G1 Z-1 F200 ;
N20 G90 G41 G1 X2 Y0 ;
N30 Y49.5 ,R10 ;
N40 X62 ,R10 ;
N50 Y1.5 ,R10 ;
N60 X12 ;
N65 G2 X2 Y11.5 R10 ;
N70 G40 G1 X-20 Y-2 ;
N80 M99 (REINÍCIO DO PROGRAMA) ;
%
O0035 (SUBPROGRAMA 2) ;
G91 G1 Z-1 F30 ;
G90 ;
G1 X30 F80 ;
G2 X34 Y25.5 R2 ;
G2 X30 Y25.5 R2 ;
G1 X32 (CENTRO DA CAVIDADE) ;
M99 ;
56
ANEXO B
Tabela dos coeficientes t de Student