Orquiectomia
Orquiectomia
Orquiectomia
RESUMO
ORCHIECTOMY IN CATTLE
ABSTRACT
Castration is surgery and most widely practiced in domestic animals. There are
several types of castration ranging from physical, chemical to the hormone.
Orchiectomy is classified as one of the most widely used physical methods, defined
as a surgical operation consisting of testicular ablation or suppression of functional
reproductive organs, carried out by withdrawing them. It can be practiced in different
ways, and orchiectomy open the most common. Due to the importance of castration
in cattle, are covered anatomy, season and age of castration, orchiectomy
techniques used and major postoperative complications resulting from surgery.
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INTRODUÇÃO
REVISÃO DE LITERATURA
ANATOMIA
O trato reprodutivo do macho consiste em órgãos sexuais primários,
secundários e acessórios. Os órgãos sexuais primários são os testículos, que estão
localizados no escroto suspendido externamente na região inguinal. Os órgãos
sexuais secundários consistem nos ductos, que transportam o sêmen do testículo
para o exterior e incluem os ductos eferentes dentro dos testículos, dos epidídimos,
dos vasos deferentes, do pênis e da uretra. Os órgãos acessórios compreendem a
glândula prostática, as vesículas seminais e as glândulas bulbo-uretrais (BALL &
PETERS, 2006).
Os testículos, órgãos essenciais da reprodução, encontram-se situados, na
maioria dos animais, na região inguinal, encerrados em um divertículo do abdômen
denominado escroto, onde permanecem (LAZZERI, 1994). Posicionam-se verticais
no escroto com o epidídimo repousando próximo a superfície posterior. A base dos
testículos é ancorada no escroto pelo ligamento escrotal sendo que cada testículo é
envolvido pela túnica vaginal, que é uma continuação do peritônio e consiste em
duas camadas de membrana fibrosa. As camadas externas revestem a superfície
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interna do escroto, ao passo que a camada interna cobre o cordão espermático, os
testículos e o epidídimo (BALL & PETERS, 2006).
A túnica albugínea é uma resistente cápsula de tecido conjuntivo que envolve
os testículos. Possui de um a dois mm de espessura e é composta de fibras
colágenas, onde existem vasos testiculares maiores com trajetos específicos. A
túnica mantém o parênquima testicular sob pressão, de modo que um aumento de
volume, como em uma inflamação, provoca fortes dores (CERVENY, KÖNIG &
LIEBICH, 2004).
Cada testículo é suspenso por um cordão espermático, que consiste da
artéria testicular, veias testiculares que formam o plexo pampiniforme ao redor da
artéria, vasos linfáticos que acompanham as veias, plexo testicular do nervo
autônomo que corre com a artéria, ducto deferente e da artéria e veia, feixes de
tecido muscular liso ao redor dos vasos (antigo músculo cremáster interno) e
camada visceral da túnica vaginal (SISSON, 1986).
O cordão espermático penetra na cavidade abdominal pelo canal inguinal, um
anel formado entre a pelve óssea e os músculos abdominais (BALL & PETERS,
2006).
O músculo cremáster é uma expansão do músculo oblíquo interno do
abdome, que atravessa o canal inguinal, fixando-se no folheto parietal da túnica
vaginal. Externamente, o músculo cremáster é coberto por uma fina camada de
tecido conjuntivo frouxo, a fáscia cremastérica. O m. cremáster aproxima o processo
vaginal com o seu conteúdo junto à região inguinal (CERVENY, KÖNIG & LIEBICH,
2004).
O epidídimo está intimamente inserido ao testículo ao longo da borda caudal
do mesmo. A cabeça é longa e se curva sobre a extremidade dorsal e
aproximadamente um terço do trajeto para baixo na borda cranial do testículo. Está
coberta por uma extensão da túnica albugínea. O corpo é estreito e está situado na
parte lateral da borda caudal do testículo ao qual se insere por uma prega peritoneal.
A cauda é grande e se insere na extremidade ventral do testículo (SISSON, 1986).
O ducto deferente apresenta-se, no início, levemente enovelado e, depois, em
linha reta, ao longo da superfície medial do testículo, sendo um dos constituintes do
funículo espermático até o anel inguinal, onde penetra na cavidade abdominal,
formando um arco cranialmente convexo, ligado à parede abdominal com auxílio do
mesoducto deferente, enlaçando o ureter e desembocando na parte inicial da uretra,
integrando assim o colículo seminal. Antes da desembocadura, o ducto deferente
apresenta uma dilatação, formando a ampola do ducto deferente que contém
glândulas no seu interior. Nos ruminantes e eqüinos, o ducto deferente une-se, antes
da sua desembocadura, com o ducto excretor da glândula vesicular, para formar o
ducto ejaculatório (CERVENY, KÖNIG & LIEBICH, 2004).
Segundo BALL & PETERS (2006), dentre as funções dos testículos destaca-
se a secreção de testosterona e outros hormônios esteróides pelas células de
Leydig e a produção de espermatozóides (espermatogênese).
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fase de engorda ou para obter-se determinadas características de carcaça, como
maior deposição de gordura subcutânea que dará maior qualidade à carne além de
maciez, sabor, textura e proteção durante o processo de resfriamento na indústria
frigorífica, ou maior peso dos quartos traseiros, e ainda para manejar-se em conjunto
machos e fêmeas em engorda, quando a prenhez não é desejada (KOLB, 1987;
OLIVEIRA, SILVEIRA & PEDRA, 2006).
Segundo OLIVEIRA, SILVEIRA & PEDRA (2006), dependendo da idade de
abate e da classificação do animal como superprecoce, a castração pode se tornar
desnecessária para aqueles animais que serão abatidos até os 15 meses de idade.
Para os animais que serão abatidos após os 18 meses de idade esta prática é
importante, pois no início da puberdade, com o início da produção hormonal e a
conseqüente mudança de comportamento que a acompanha, surge a sodomia, que
se torna um problema para o ganho de peso além de favorecer o aparecimento de
lesões nos tecidos da coroa dos cascos e ferimentos que podem levar a
pododermatite necrótica. Lesões na medula espinhal e fraturas também podem
acontecer quando os animais montam sobre os outros, assim como postite e ruptura
do reto.
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TABELA 1. Condições de execução e principais efeitos das idades de castração
usualmente utilizadas nos sistemas de produção de bovinos de corte.
Épocas de castração
Nascimento Desmama 12 meses 18 meses
Época do ano Jul-Nov Abr-Mai Set-Out Abr-Mai
Final de Seca- Final de Entrada Final de
Entrada Chuvas. Chuvas Chuvas Chuvas
Final de Inverno- Outono
Primavera
Oferta de alimento Abundante (leite) Baixa Média-Alta Baixa
Manejo Facílimo Médio Difícil Dificílimo
Estresse Mínimo Muito Alto* Alto Alto
Miíases Média-Alta Média Média Média
Ganho de peso - 0 1-3% 3-5%
adicional**
Custo Baixíssimo Médio Alto Alto
Fonte: FEIJÓ (1997); * Devido à associação da castração com a desmama; ** Diferença de
ganho de peso entre um animal castrado na época em questão e outro castrado ao
nascimento.
TÉCNICA CIRÚRGICA
Segundo PURCHAS (1991), bovinos, eqüinos, ovinos e suínos constituem as
espécies de interesse pecuário em cuja exploração à castração tem sido
tradicionalmente utilizada como prática de manejo. A castração pode ser definida
como a extirpação ou a supressão funcional das glândulas genitais (KOLB, 1987).
MOURA (1996) definiu a castração como a operação que consiste na ablação
testicular ou supressão funcional dos órgãos reprodutores, realizada pela retirada
dos mesmos (testículo no macho e ovário na fêmea), ou a operação cirúrgica,
geralmente destinada a tornar mais dóceis os animais de trabalho, a facilitar a
engorda e melhorar a qualidade da carne nos animais destinados ao corte.
É um procedimento cirúrgico com considerável potencial para complicações,
devido à natureza das cirurgias e das condições sob as quais são realizadas
(STAINKI, 2006).
Métodos de contenção
Para a realização da orquiectomia, os animais podem ser contidos em tronco
de contenção e com equipamento de imobilização retal, que funciona com ondas
eletromagnéticas de baixa intensidade, permitindo a imobilização suave e segura do
animal sem nenhum dano físico ao seu organismo e sem nenhum efeito colateral
(SILVA, 2006). Além disso, com a utilização de cordas de contenção, o membro
pélvico esquerdo dos animais pode ser ligeiramente levantado para facilitar o
manejo e a realização da técnica operatória, ficando o cirurgião localizado do lado
esquerdo do brete.
Pode-se utilizar também o tronco de contenção e, na imobilização empregar-
se madeira roliça de aproximadamente três metros de comprimento por dez
centímetros de diâmetro, que é mantida na altura do jarrete. Quando tracionada no
sentido caudo-cranial, obriga o animal a posicionar-se, ligeiramente, sentado e com
os membros pélvicos suspensos. Essa posição facilita a aproximação do cirurgião
pela região posterior do animal. Os membros torácicos permaneceram apoiados ao
solo, entretanto a cabeça é elevada e desviada lateralmente, limitando os
movimentos do animal (EURIDES, 1998). O método de contenção em decúbito
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lateral direito com os membros pélvicos do animal posicionados e contidos por meio
de cordas no sentido postero-anterior e, os torácicos, no sentido inverso pode ser
utilizado na realização da orquiectomia pelo método “tampão” (LAZZERI, 1994;
EURIDES, 1998).
Anestesia
A utilização de anestesia local antes da castração é obrigatória em alguns
países (AMERICAN VETERINARY MEDICAL ASSOCIATION`S ANIMAL WELFARE
DIVISION, 2009). O anestésico mais utilizado é a lidocaína, que geralmente é
injetada diretamente no cordão espermático para anestesia (CAPUCILLE, POORE &
ROGERS, 2002).
MASSONE (2003) citou uma técnica de anestesia local mista (Infiltrativa e
Perineural) para orquiectomia de bovinos. Esta consiste em lavar bem a região com
água e sabão, fazer a anti-sepsia, introduzir uma agulha 50x7 na região distal da
bolsa escrotal em uma linha imaginária que descreva uma calota, injetando lidocaína
a 1% com ou sem vasoconstritor. Introduzir uma agulha no cordão espermático,
acima da linha de incisão, depositando três a cinco mL de anestésico local,
efetuando a mesma conduta no outro cordão. Aguardar cinco minutos antes de
intervir cirurgicamente.
Há vários argumentos a favor e contra o uso de anestesia na castração
(CAPUCILLE, POORE & ROGERS, 2002).
Em situações de campo, a utilização de agentes anestésicos para castração
aumenta o tempo de manuseio dos bovinos e pode ser percebido como um grave
prejuízo para a eficiência do processo de castração. Nos Estados Unidos, os
produtores e veterinários que realizam castrações de rotina no rebanho ou
ambientes de confinamento geralmente não utilizam anestésicos (CAPUCILLE,
POORE & ROGERS, 2002). No Brasil, considerando-se que as cirurgias de
castração são realizadas rotineiramente a campo e em lotes grandes de animais, os
procedimentos usuais de um centro cirúrgico, na maioria das vezes, se tornam
impraticáveis nestas situações (OLIVEIRA, SILVEIRA & PEDRA, 2006).
Segundo MASSONE (2003), em animais jovens, na maioria dos casos, a
intervenção é tão rápida que alguns nem fazem anestesia local. Isto não é
aconselhado, pois se diz que o animal não sente dor, o que é uma inverdade. O
recém nascido pela mielinização incompleta é que não sente tanta dor e nestes
dificilmente se faz a orquiectomia. Outra alternativa de anestesia testicular é a de se
injetar o anestésico no epicentro testicular dois minutos antes de emasculá-lo,
manobra essa bem mais simples e rápida e copiada da já conhecida “castração
russa” em que se injetavam produtos químicos visando a destruição do tecido
germinativo.
TURNER & MCILWRAITH (2002), também citaram que a castração de
bezerros é realizada rapidamente sem anestesia ou preparação da pele. A ausência
aparente de atenção em relação aos princípios cirúrgicos normais baseia-se no fator
econômico, na convivência, e nas situações especiais sob as quais a cirurgia é
efetuada. Na defesa da prática, o procedimento pode ser feito rapidamente e deve-
se prevenir o contato das mãos contaminadas com os tecidos expostos que ainda
permanecerão no bezerro.
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Técnicas de orquiectomia
Segundo AMERICAN VETERINARY MEDICAL ASSOCIATION’S ANIMAL
WELFARE DIVISION (2009), existem vários métodos de castração, entretanto esses
métodos podem ser classificados em três grupos principais: castração física, química
e hormonal.
A castração física freqüentemente utilizada é aquela que envolve a remoção
cirúrgica dos testículos (orquiectomia), a aplicação de uma banda de constrição
elástica (anel de borracha) na base do escroto ou a castração sem derramamento
de sangue através da utilização de fixação externa com um dispositivo apropriado
(Burdizzo). A combinação Burdizzo e anel de borracha também tem sido utilizado
para castrar bovinos.
Métodos químicos incluem a injeção de agentes esclerosantes ou tóxicos (por
exemplo, 88% de ácido lático) no parênquima testicular que causam danos
irreparáveis e leva à perda da função. A castração química exige prazos processuais
adicionais e habilidade técnica, e quase o dobro do tempo de cura em relação à
castração cirúrgica.
Métodos hormonais de castração (imunocastração) normalmente envolve a
injeção de imunocontraceptivos para induzir a produção de anticorpos contra o
hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), resultando em diminuição da produção
de hormônios. Embora a produção endógena de testosterona seja reduzida em
cerca de 6 meses após imunocastração, o comportamento de monta persiste.
Preocupações dos consumidores e a necessidade de repetir injeções fizeram da
técnica menos eficaz e desejável que os tradicionais métodos físicos.
Para os bovinos em particular PURCHAS (1991), indica várias técnicas de
castração, dentre elas destaca-se a orquiectomia, ou remoção cirúrgica dos
testículos mediante o corte do cordão espermático que produz animais inférteis que
não sintetizam andrógenos testiculares. A extirpação dos testículos pode ser feita
nas fazendas com relativa facilidade e baixos riscos, por isso é provavelmente a
técnica de castração mais empregada.
Segundo STAINKI (2006), a orquiectomia pode ser dividida em três tipos: a
orquiectomia fechada, semi-fechada e aberta.
Na orquiectomia fechada secciona-se a pele e a túnica dartos, mas não é
aberta a túnica vaginal, expondo-se o testículo que é exteriorizado mediante
dissolução das fáscias testiculares, ligamento escrotal e tecido adiposo. O cordão
espermático intacto e as túnicas vaginais são obliterados através da confecção de
ligaduras e ou transfixação e posteriormente transeccionados distalmente
(HEDLUND, 2002; STAINK, 2006). Nesta técnica, uma porção da túnica vaginal
parietal e do músculo cremaster são removidos, entretanto a cavidade abdominal
não é exposta ao meio externo.
Pode ser feito também o uso da emasculação do cordão espermático inteiro
no interior da túnica, sendo executado num procedimento simples. Já que diversas
estruturas são cercadas no interior dos dentes do emasculador, existe uma grande
chance que um vaso seja emasculado impropriamente, assim a técnica é mais
indicada para animais com testículos pequenos (TURNER & MCILWRAITH, 2002).
A orquiectomia semi-fechada é feita seccionando-se de dois a três cm a
túnica parietal do cordão espermático o mais proximal possível dos testículos. Um
dedo é inserido através da incisão na cavidade vaginal, sendo o testículo e uma
porção do cordão espermático retirados através de tração sobre a túnica. O fundo da
túnica parietal se inverte e permite que o testículo passe através dela
(SCHUMACHER, 1992). Assim, a pele, a túnica dartos e a túnica vaginal são
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incisionadas expondo o testículo, epidídimo e o ducto deferente, mas não é feita a
dissecação do funículo espermático. Esta técnica também proporciona a remoção de
uma porção da túnica vaginal parietal e do músculo cremaster. A ligadura do
funículo espermático deve ser feita sobre a túnica vaginal (STAINKI, 2006).
A orquiectomia aberta é a técnica mais utilizada. Cada testículo é
exteriorizado através de incisão da pele, túnica dartos, fáscias escrotais e túnica
vaginal parietal, os testículos junto com o epidídimo são removidos, mas a túnica
vaginal parietal que reveste as estruturas testiculares e o músculo cremaster
permanecerão no animal. O cordão espermático é dissecado da túnica vaginal e o
ducto deferente e o plexo pampiniforme são ligados o mais proximal possível através
de ligadura ou por transfixação do músculo cremaster. A vantagem do método
aberto consiste em ligaduras vasculares diretas e mais seguras. Porém com a
abertura da túnica vaginal, expõem-se a cavidade peritoneal e as chances de
remoção inadequada da túnica com conseqüente hidrocele são maiores (HEDLUND,
2002; TURNER & MCILWRAITH, 2002; STAINKI, 2006).
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FIGURA 1. Técnica de orquiectomia por remoção do ápice da bolsa escrotal.
Observar a linha de incisão longitudinal abaixo dos testículos.
Fonte: N. ANDERSON (2007).
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COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
Hemorragia
Consiste em uma das complicações mais comuns na castração, pode ocorrer
durante, imediatamente ou mesmo após vários dias do ato cirúrgico (STAINKI,
2006). Acontece quando se utiliza emasculador velho e de forma incorreta (pressão
insuficiente) ou quando não se aperta adequadamente o fio de sutura nas
castrações à faca, podendo levar a hemorragia com morte por anemia (OLIVEIRA,
SILVEIRA & PEDRA, 2006).
As hemorragias intensas usualmente resultam da artéria testicular, mas
podem também ter como origem a lesão dos ramos da veia pudenda externa na
parede escrotal ou no septo (se acidentalmente rompido), ou no músculo cremáster
externo seccionado (TURNER & MCILWRAITH, 2002).
Para tentar controlar a hemorragia, o cordão espermático pode ser localizado
proximalmente, exposto, pinçado e ligado no pós-operatório imediato. Em alguns
casos, o cordão espermático pode retrair para dentro do abdome, dificultando a
detecção da hemorragia no pós-operatório. Os primeiros sinais clínicos que podem
ser percebidos são: hiperpnéia, taquicardia, membranas mucosas pálidas, ataxia,
pulso fraco e pobre distensão da jugular. Se as medidas de controle das
hemorragias não forem eficientes, fluidoterapia e transfusão sangüínea podem ser
necessárias (STAINKI, 2006).
Edema pós-operatório
A presença de algum edema é normal, não sendo uma complicação.
Excessivo edema do local cirúrgico poderá aparecer devido à drenagem, exercício
inadequado (TURNER & MCILWRAITH, 2002), manipulação excessiva durante a
cirurgia e por contaminação ou infecção da ferida cirúrgica (ALVES, 2007).
Normalmente o edema atinge o seu pico entre o terceiro e sexto dia, diminuindo
significativamente ao redor do nono dia de pós-operatório. Coágulos sangüíneos
podem também contribuir para a oclusão da drenagem dos fluidos teciduais do
escroto (STAINKI, 2006).
Infecções
Segundo STAINKI (2006), infecções associadas com a castração podem
ocorrer dentro de dias ou até meses após a cirurgia. Geralmente a infecção da ferida
cirúrgica escrotal permanece localizada, entretanto, há propagação da infecção da
bolsa escrotal, via cordão espermático, pode acarretar em peritonite bacteriana e
septicemia (funiculite séptica). A formação de cordão cirroso deve-se a uma infecção
crônica e geralmente está relacionada com uma técnica ruim, drenagem e exercícios
inadequados (TURNER & MCILWRAITH, 2002). Somente a excisão da porção
infectada do cordão espermático, associada com agentes antimicrobianos de amplo
espectro resolverá a condição (STAINKI, 2006).
O granuloma de castração também poderá ocorrer e é causado pela secção
do cordão espermático muito próximo ao testículo ou com a utilização de fios
contaminados (OLIVEIRA, SILVEIRA & PEDRA, 2006).
Peritonite
Acontece naqueles animais que sofreram contaminação da ferida cirúrgica
durante a castração à faca e também naqueles que desenvolveram abscessos após
a castração com Burdizzo (OLIVEIRA, SILVEIRA & PEDRA, 2006).
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Segundo STAINKI (2006), em eqüinos a inflamação peritonial ocorre
comumente após a castração, e, felizmente, a peritonite séptica é uma complicação
rara. A peritonite deve ser considerada séptica quando o eqüino demonstra sinais
clínicos de peritonite bacteriana (febre, taquicardia, diarréia e cólica) e presença no
fluido peritonial de bactérias fagocitadas, com alta concentração de leucócitos e
presença de neutrófilos degenerados.
Hidrocele
É o acúmulo de líquido estéril, de coloração âmbar no saco vaginal. É indolor
e causa inchaço no escroto que podem aparecer meses ou até anos após a
castração, pois o líquido se acumula gradualmente (SCHUMACHER, 1992).
. A técnica aberta de castração predispõe a esta condição, uma vez que não
preconiza a remoção da túnica vaginal no trans-operatório. A drenagem por
aspiração alivia temporariamente a condição, mas o tratamento definitivo baseia-se
na remoção cirúrgica do excesso de túnica vaginal da bolsa escrotal (STAINKI,
2006).
Eventração e evisceração
É uma complicação incomum, porém potencialmente fatal decorrente da
castração. Ocorre quando as vísceras passam através do anel vaginal e da incisão
escrotal (SCHUMACHER, 1992). Em eqüinos é freqüente em animais com anéis
vaginais e inguinais largos ou já com epiplo ou enterocele prévias (ALVES, 2007).
Embora as causas da eventração permaneçam especulativas, acredita-se que
alguns fatores como presença de hérnia inguinal e aumento da pressão abdominal
após a cirurgia estejam envolvidos. A eventração e a evisceração podem ocorrer até
seis dias após a cirurgia, e os objetivos essenciais no tratamento dessas afecções
baseiam-se na limpeza, proteção e retorno das vísceras para a cavidade abdominal
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e sutura do anel inguinal antes da excessiva contaminação e traumatismo local
(STAINKI, 2006).
Miíases
Acontece quando a cicatrização não se desenvolve no tempo previsto, ou
ainda quando da utilização dos endectocidas (Abamectina, Doramectina entre
outros) em doses insuficientes e quando os produtos utilizados como curativo não
surtiram o efeito esperado (OLIVEIRA, SILVEIRA & PEDRA, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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CAPUCILLE, D. J.; POORE, M. H.; ROGERS, G. M. Castration in cattle: Techniques
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