Escola Ambiental
Escola Ambiental
Escola Ambiental
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A Escola Ambiental:
A Formulação de Estratégia como
um Processo Reativo
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Isaac Bashevis Singer, quando perguntado se acreditava em livre arbítrio ou em do que para sentir, experimentar e interpretar, b e m como aprender. Entretanto,
predestinação: "Precisamos acreditar no livre arbítrio; não temos escolha". nas nossas outras escolas, o ambiente tende a ser ausente, incidental ou, no
Citado em Fadiman (1985:510} mínimo, suposto.
E
Neste capítulo, a liderança, assim como a organização, torna-se subordinada
ntre os atores no palco central das escolas até aqui discutidas - o execu- ao ambiente externo. De fato, à medida que nos movíamos pelas várias esco-
tivo principal, o planejador, o cérebro, a organização e assim por diante-, las, o poder -do estrategista central gradualmente diminuía. Nas escolas d o
um t e m sido conspícuo por sua ausência. Trata-se do conjunto de forças design e empreendedora, o chefe dominava. A s escolas d e planejamento e d e
fora da organização, o que os teóricos gostam de chamar (de forma um tanto posicionamento modificaram isso, introduzindo planejadores e analistas c o m o
livre} de "ambiente". A s outras escolas o veem como um fator; a escola ambien- estrategistas de apoio, ao passo que u m lado da escola cognitiva chamava a
tal o vê como um ator - na verdade, o ator.
atenção para as limitações do pensador estratégico neste mundo complexo.
Os autores q u e defendem esta visão t e n d e m a considerar a organização pas- (O outro lado revestia essa visão c o m imaginação.) Estrategistas adicionais
siva, algo que passa seu t e m p o reagindo a u m ambiente q u e estabelece a f o r a m introduzidos pelas escolas de aprendizado e d e poder, chegando à cole-
pauta, Isso reduz a geração de estratégia a uma espécie de processo de espe- tividade completa na escola cultural. M a s e m tudo isso a noção d o estrategis-
lhamento, o qual deveria levar esta escola além dos limites da administração ta continuava a reinar suprema, q u e m quer que fosse ele - um indivíduo ou a
estratégica (uma conclusão com q u e concordamos). Entretanto, desenvol- coletividade, fosse ela cooperativa ou conflituosa. Neste capítulo, o ambiente
\ veu-se uma literatura para descrever a geração d e estratégia desta maneira, e assume o comando. De fato, a organização torna-se semelhante ao ambiente
ela merece, no mínimo, um desvio em nosso safá ri, p o r várias razões. e m algumas das outras escolas - uma espécie de esqueleto ou caricatura d o
seu verdadeiro eu.
Por um lado, esta escola ajuda a colocar e m equilíbrio a visão global da formula-
ção de estratégia, posicionando o ambiente c o m o uma das três forças centrais O que, então, é "ambiente"? Não muito, n e m mesmo aqui. Ele costuma ser
no processo, ao lado de liderança e organização. No limite, esta escola provoca tratado c o m o u m conjunto de forças vagas "lá fora" - na verdade, tudo o que
debates um tanto tolos sobre se os executivos podem ou não fazer "opções não é a organização. Geralmente, o ambiente é delineado c o m o u m conjunto d e
estratégicas": negar essa opção é tão sensato quanto atribuir ao estrategista dimensões abstratas - p o r exemplo, não um cliente irritado batendo na porta,
o poder da onisciência. Mas, e m forma mais moderada, as visões desta escola mas "malevolente"; não uma série inesperada de grandes avanços tecnológi-
forçam as pessoas da administração estratégica a levar e m consideração a gama cos, mas "dinâmica"; não as complicações dos transplantes de coração, mas
disponível de poderes decisórios, dadas as demandas do contexto externo. Além "complexo". Algumas vezes, até m e s m o isto se reduz a uma força geral que
disso, esta escola ajuda a descrever as diferentes dimensões dos ambientes que leva a organização para algum tipo de nicho ecológico. M a s não é o nicho da
os estrategistas t ê m diante de si e a sugerir seus possíveis efeitos sobre a for- escola empreendedora - um lugar protegido da concorrência, onde é posssível
_mulação de estratégia. explorar um mercado. Aqui o nicho é a própria base da concorrência, como na
ecologia, onde a organização compete com entidades c o m o ela mesma, assim
É claro que o "ambiente" não esteve ausente das nossas outras escolas. Ele c o m o os coalas vão atrás das mesmas folhas de eucalipto. Na verdade, o nicho
estava certamente presente na escola de posicionamento, mas de uma forma é para a escola ambiental aquilo que o mercado é para a escola de posiciona-
específica: c o m o um conjunto de forças econômicas - representando indústria, mento - exceto que aqui ele é sempre competitivo.
concorrência e mercado. De fato, concluímos que a escola de posicionamento
chega a uma posição semelhante c o m relação à opção estratégica, colocando A escola ambiental provém da chamada "teoria da contingência", a qual descre-
ideias u m tanto deterministas sob o manto do livre arbítrio: seria melhor que o s via as relações entre determinadas dimensões do ambiente e atributos especí-
executivos ".machões" descritos nessa escola fizessem aquilo que ditam suas ficos da organização - por exemplo, quanto mais estável o ambiente externo,
mais formalizada a estrutura interna. Mais tarde, essas ideias foram estendidas
condições competitivas.
à geração de estratégia - por exemplo, que ambientes estáveis favoreciam mais
Da mesma forma, a ênfase na tendência e na distorção-'em uma ala da es- planejamento. Então surgiu u m grupo de teóricos de organização que se auto-
cola cognitiva reflete a influência do ambiente: este é considerado u m lugar denominavam "ecologistas de população", postulando que as medidas tomadas
que transmite sinais confusos, demasiado complexos para serem plenamente e m resposta ao ambiente externo mutável não melhoram a adaptação das or-
compreendidos. Nossa discussão da escola de aprendizado t a m b é m enfati- ganizações. A s escolhas feitas por empreendedores e gerentes durante o início
zou a complexidade do ambiente - mas como um lugar menos para se reagir da vida das organizações são reais e decisivas - por exemplo, a estrutura que
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t elas adaptam e a tecnologia que elas usam. Mas essas escolhas podem voltar. lhos começaram a identificar as dimensões do ambiente responsáveis pelas
mais tarde para assombrar. ou beneficiar, as organizações, Em outras palavras, diferenças que observamos nas organizações. Isto foi resumido por Mintzberg
ll uma vez que a organização está em funcionamento, considera-se que a maioria
de suas escolhas estratégicas tem pouco impacto sobre sua sobrevivência ou
em quatro grupos principais:
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fracasso. As principais escolhas são feitas no início e estabelecem o destino da 1 Estabilidade. O ambiente de uma organização pode variar de estável a
organização. dinJmico, desde aquele de um escultor de madeira cujos clientes querem
sempre a mesma escultura década após década, até aquele de um esqua-
i! Enquanto isso, outros, denominados "teóricos institucionais", chegaram a uma
1 drão de policiais, que nunca sabe o que virá a seguir. Vários fatores podem
conclusão um pouco parecida, baseada em uma estrutura diferente. Eles ar- tornar um ambiente dinâmico. incluindo governos instáveis; ... mudanças
gumentam que as pressões políticas e ideológicas exercidas pelo ambiente inesperadas na demanda dos clientes. Os problemas reais são causados
reduzem drasticamente a opção estratégica. Assim, o ambiente torna-se uma por mudanças que ocorrem de forma inesperada. para as quais nenhum
"gaiola de ferro". Discutiremos essas visões depois de resumir as premissas da padrão pode ser reconhecido antecipadamente ...
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escola.
2 Complexidade. O ambiente de uma organização pode variar de simples a
A complexo. daquele de um fabricante de caixas que faz produtos simples
PREMISSAS DA ESCOLA AMBIENT L com conhecimentos simples, até aquele da agência espacial que precisa
\ 1 O ambiente, apresentando-se à organização como um conjunto de forças utilizar conhecimentos dos campos científicos mais avançados para produzir
gerais, é o agente central no processo de geração de estratégia. resultados extremamente complexos ... [Note que um ambiente complexo
pode ser bastante estável, como na contabilidade, ao passo que um am-
2 Durante seu período formativo, a organização molda-se em resposta ao am- ·biente dinâmico pode ser bastante simples. como no caso das apostas em
biente, mas depois se torna cada vez mais incapaz de reagir a ele. corridas de cavalos. No Capítulo 11. descreveremos formas de organizações
adequadas às quatro condições possíveis.]
3 A sobrevivência da organização no longo prazo depende das escolhas ini-
ciais feitas durante o período de formulação. 3 Diversidade de mercado. Os mercados de uma organização podem variar
de integrados a diversificados, daquele de uma mina de ferro que vende sua
4 No decorrer do tempo, a liderança torna-se cada vez menos capaz de in- matéria-prima para uma única siderúrgica até aqueles de uma comissão de
fluenciar o desempenho e a capacidade de sobrevivência da organização. comércio que procura promover todos os produtos industriais de uma nação
em todo o mundo ...
5 As organizações que sobrevivem às pressões pela sobrevivência acabam
aglomerando-se em nichos ecológicos distintos, onde tendem a comparti- 4 Hostilidade. Finalmente, o ambiente de uma organização pode variar de fa-
lhar tecnologias, produtos e estilos administrativos semelhantes. vorável a hostil, daquele de um cirurgião de prestígio, que escolhe seus pa-
cientes. até aquele de uma construtora que precisa concorrer em todos os
A VISÃO DE CONTINGÊNCIA seus contratos ou de um exército combatendo uma guerra. A hostilidade é
influenciada pela concorrência. pelas relações da organização com sindica-.
A escola ambiental tem suas origens na teoria da contingência, que surgiu para tos. governos e outros grupos externos, bem como pela disponibilidade de
contrapor as afirmações confiantes da administração clássica de que há "uma recursos com que ela conta ... (1979:268-269).
maneira melhor" de dirigir uma organização (ver Donaldson, 2001, para uma
revisão completa). Para os teóricos contingenciais, "tudo depende": do porte da , , Diferentes A teoria da contingência delineou um conjunto de respostas para
organização, da sua tecnologia, da estabilidade do seu contexto, da hostilidade situações dão essas dimensões, em sua maioria, a respeito de estrutura (ver espe-
externa e assim por diante.
origem a diferentes cialmente Pugh et ai.. 1963-4; 1968, 1969), e posteriormente sobre
abordagens de estratégia. Danny Miller, por exemplo. cuja principal contribuição foi
Isto satisfazia a compreensão do senso comum de que situações diferentes estratégia.,, na escola configuracional, desenvolveu as seguintes proposições:
dão origem a comportamentos diferentes - por exemplo, que as padarias
• "... os empreendedores que assumem riscos .. tendem ... a estar associados
funcionam de maneira diferente na América e na França. Mas descrições mais
a ambientes dinâmicos".
sistemáticas do ambiente também se tornaram necessárias. Assim, os traba-
• •... as estratégias serão mais abrangentes e multifacetadas em ambientes vivência depende da sua capacidade de adquirir um fornecimento adequado de
apresentam maior número de desafios e oportunidades" (1979: 302, 304). recursos. Cada ambiente dispõe, porém, de um volume finito de recursos ou,
para usar uma expressão da biologia, "capacidade fixa de carga".
Não faremos aqui uma revisão detalhada das lições da teoria da contingên-:- C '
para a administração estratégica porque isso será feito no final dos nossos Numa indústria nova e em rápido crescimento, a capacidade de carga pode
capítulos sobre as escolas. suportar a maior parte das organizações existentes. Entretanto, à medida que
estas crescem e entram outras, a capacidade será excedida. Além disso, à me-
dida que o setor amadurece, sua capacidade de carga pode declinar e a de-
A VISÃO DE ECOLOGIA DA POPULAÇÃO manda por produtos, se estabilizar (Durand, 2001 ). Isso pode criar uma luta por
A escola ambiental encontra sua mais forte expressão no trabalho de pesquisas recursos que expulsa as organizações menos preparadas. Isto é concorrência,
dores que denominam sua abordagem de ecologia da população. Enquanto é claro, mas diferente daquela da escola de posicionamento, porque aqui as
teóricos da contingência permitem adaptações, os ecologistas da população, organizações não visam umas às outras diretamente. Em vez disso, é o ambien-
como Hannan e Freeman { 1977), que publicaram a declaração mais citada te que estabelece os critérios de adequação. As organizações que satisfazem
visão em seu artigo ''A Ecologia da População das Organizações", expressam esses critérios sobrevivem, e aquelas que não conseguem são eliminadas.
suas "dúvidas de que as principais características do mundo das organizações
Embora a ecologia da população evite a estratégia como processo de adaptação
surjam por meio de aprendizado ou adaptações" (957; ver também Hannan
\ Freeman, 1984).
contínua, ainda a deixa entrar pela porta dos fundos. A s organizações, sugerem
Hannan e Freeman (1977), têm uma opção, ainda que normalmente acidental:
Neste caso. o que fazer com as mudanças que observamos comumente nas elas podem tirar o máximo do seu ambiente, maximizando sua adequação, ou
nizações? Os ecologistas da população afirmam que a maioria delas é superficial. manter determinados recursos como reserva para futuras emergências. A pri-
A estrutura básica e o caráter de uma organização são fixados pouco depois do meira opção enfatiza a eficiência; a outra, a flexibilidade. A organização precisa
seu nascimento. A s primeiras ações dos gerentes, por exemplo, investimentos apostar em seu futuro, decidindo a quantidade e o tipo de recursos a serem
em uma fábrica, equipamento e pessoal especializado, criam inércia que subse- mantidos como excesso de capacidade.
quentemente reduz a liberdade de ação da administração. Junto com as restri-
Na esteira da obra de Hannan e Freeman, grande parte da pesquisa da ecologia
ções práticas, a inércia gerada pelas escolhas iniciais impõe restrições sobre as '
da população tornou-se uma busca pelos fatores que aumentam ou diminuem
informações recebidas pelos tomadores de decisão e dá origem a forças políticas
as chances de sobrevivência de uma organização (Henderson, 1999). Mantendo
dentro da organização (como unidades que resistem à reorganização). Também
a metáfora básica de seleção, as propriedades organizacionais frequentemente
existem pressões externas no sentido da inércia, incluindo barreiras legais e
são vistas em termos de "deficiências" - por exemplo, a "deficiência da peque-
fiscais à entrada e à saída nos mercados; restrições sobre a disponibilidade e
nez", que prediz que organizações maiores são mais dotadas de recursos e, por-
aquisição de informações externas; formas estabelecidas de legitimidade, as
tanto, têm menores probabilidades de fracasso; a "deficiência de ser novo", que
quais geram resistência a mudanças (como em uma universidade que procura
significa que as empresas novas em um setor têm maior probabilidade de desa-
se livrar dos cursos de graduação); e o problema da racionalidade coletiva (que
parecer do que aquelas que estão lá há mais tempo; e a "deficiência da adoles-
as organizações se amarram em formas estabelecidas de comportamento - no-
cência", que diz que o maior perigo está na transição entre infância e maturida-
vamente, as "receitas do setor"). de. O nascimento é realizado com ideias inovadoras e energia empreendedora,
Os ecologistas da população usam o conhecido modelo de variação-sele- e a maturidade é caracterizada por recursos e poder consideráveis. No intervalo,
ção-retenção de Darwin, mas não como vimos na escola de aprendizado. Aqui, uma organização pode ter esgotado aquelas e ainda não dispor destes.
o processo ocorre no rivel das populações. Na verdade, esses estudiosos veem
Mais cedo ou mais tarde, as organizações passam por todos esses estágios.
as organizações da mesma forma como os biólogos veem as moscas de frutas
Isso significa que elas vivenciam todas essas deficiências? Esse pode não ser
- à distância, em termos de comportamento coletivo. Pilra explicar as mudan- o caso, de acordo com Henderson (1999). Algumas deficiências só ocorrerão
ças, eles olham para a interação entre inovações quase fortuitas em organiza- sob certas circunstâncias, ao passo que, em outros casos, as deficiências po-
ções individuais e a luta pela existência no nível da população.
dem realmente competir por influência. Essa interação pode, desse modo, ser
O nascimento de uma organização por meio de uma inovação introduz variações complexa e imprevisível, o que, de um ponto de vista administrativo, torna a
numa população. A inovação dá à organização uma vantagem, mas a sobre- ecologia da população um tanto limitada em termos de utilidade.
"ecologia de comunidade", que considera a emergência e o declínio de for-
Quem precisa se adaptar?
mas organizacionais, e não o nascimento e a morte de organizações específicas
As críticas à ecologia da população das organizações têm sido inúmeras (Ruef. 2000; ver também Hannan. 2005).
giram em torno de uma série de questões óbvias: "de onde vêm essas
riações na população?" perguntou Van de Ven (1979:324). sugerindo o
dos empreendedores e inventores. ao passo que Astley (1985) observou PRESSÕES INSTITUCIONAIS PELA CONFORMIDADE
os ambientes são, com frequência, bastante abertos e receptivos a quaisque1 Max Weber. o pai da teoria da organização, via as organizações como sendo
variações a eles impostas. moldadas pela marcha implacável da racionalidade técnica e gerencial, a qual
Os críticos sugerem que as organizações não são moscas e que as decisões se expressa em burocratização sempre crescente. Há uma "gaiola de ferro" de
são programadas por dotação genética. Os ecologistas da população racionalidade, para usar a famosa expressão de Weber, que molda o que os
estar olhando para o mundo pelo lado errado de um telescópio. Aquilo que gerentes enfrentam.
perto parece distante, e assim os detalhes se fundem em bolhas amorfas. Vários sociólogos organizacionais partiram de onde Weber parou. criando um
ponto de vista que veio a ser conhecido como "teoria institucional" - preocu-
Consideremos a questão das mudanças. Para criar seus argumentos, a
pado com as pressões institucionais enfrentadas por uma organização em seu
da população necessita de um horizonte de tempo longo. De fato, para
ambiente, de outras organizações e das pressões de ser uma organização.
o argumento de que "até mesmo as organizações maiores e mais porlArosa"
\ não conseguem sobreviver por longos períodos", Hannan e Freeman A teoria institucional vê o ambiente como repositório de dois tipos de recur-
rGVTI ser necessário voltar à Revolução Americana! Somente 20 das empresFl" sos: econômicos e simbólicos. Recursos econômicos é o que é tangível e fa-
então existentes sobreviveram até a época da pesquisa (sete como divisões miliar: dinheiro. terra e maquinário. Recursos simbólicos incluem coisas como
outras empresas). Eles comentam: "presumivelmente, é necessária uma reputação de eficiência, líderes famosos por realizações d o pas-
pectiva de tempo mais longa para estudar a ecologia da população das , , O processo de sado e o prestígio proveniente de conexões fortes com empresas
zações maiores e mais dominantes" (1977:960). Mas 200 anos !
7 estratégia entra
poderosas e bem conhecidas. A estratégia passa a ser encontrar
para o reino da
Além disso, uma organização pode morrer devido às ações estratégicas agres- 'administração de
formas de adquirir recursos econômicos e transformá-los em sim-
sivas de outra, não devido a alguma abstração chamada ambiente. Na verdade. impressões'. , , bólicos e vice-versa, para proteger a organização de incertezas
até mesmo na biologia, os debates a respeito da capacidade de adaptação em seu ambiente. Assim, o processo de estratégia entra para o
espécies, não por seleção natural, mas por mudanças induzidas internamente, reino da "administração de impressões".
são hoje comuns. Grande parte deles foi estimulada pelo modelo de "equilíbrio Aqui, o ambiente consiste das interações entre os principais fornecedores, os
interrompido" de Steven Jay Gould, que afirma que as mudanças foram de- clientes, as agências governamentais, outras entidades reguladoras e, é claro,
masiado rápidas, ao menos em termos ecológicos, para apoiar a noção de os concorrentes. Ao longo do tempo, isto produz um conjunto cada vez mais
ção natural de Darwin. "O registro geológico parece oferecer tanto evidências complexo e poderoso de normas que dominam a prática. Para ter sucesso. uma
para cataclismas quanto para as mudanças graduais", em outras palavras, organização precisa satisfazer e conhecer essas normas. Isto leva. com o tem-
"uma aparição súbita ... 'plenamente formada'" ( 1980: 180, 187). po, as organizações que estão no mesmo ambiente a adotar estruturas e práti-
cas semelhantes.
Gould afirmou também que "extinção não é vergonha", salientando que "os di-
nossauros dominaram a terra por 100 milhões de anos; contudo, uma Tal imitação. chamada de isomorfismo institucional por Meyer e Rowan (1977).
que existe há apenas algumas dezenas de milhares de anos marcou os dinos- que introduziram a expressão, sugere que ela oferece uma cobertura sob a qual
sauros como símbolo de fracasso"! Ele concluiu que a vida "é uma história de a organização ganha proteção, por exemplo, "contra ter sua conduta questiona-
ramificações e desvios intrincados, com sobreviventes momentâneos adaptan- da. A organização torna-se, de certa forma. legítima" (349).
do-se a ambientes locais ... " (1982: 12). Neste espírito, de v_olta à área da adminis-
tração. mas também usando a ecologia, Astley distinguiG adaptação individual A teoria institucional distingue três tipos de isomorfismo. O isomorfismo coerci-
e comunal, sendo a primeira possivelmente genética, mas também passivei-. vo representa as pressões pela conformidade. exercidas por meio de padrões.
mente somática. Isto significa que "um organismo individual pode encontrar regulamentos e assemelhados. Por exemplo, todas as companhias aéreas de-
variações locais em seu ambiente", às vezes até temporárias ( 1984:530 ) - como vem obedecer a regras de segurança rigorosa (ver Lampel, 2006). O isomorfismo
as organizações quando geram estratégias. Isso levou ao desenvolvimento da mimético resulta de empréstimo e imitação. A s organizações frequentemente