Tratamento Água Ferruginosa
Tratamento Água Ferruginosa
Tratamento Água Ferruginosa
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2002
Aos meus pais Cesário e Francisca.
Dedico.
ii
AGRADECIMENTO
iii
BIOGRAFIA
iv
ÍNDICE
RESUMO vii
ABSTRACT x
1. INTRODUÇÃO 1
2. REVISÃO DE LITERATURA 5
2.1. Elementos que provocam entupimento dos emissores 5
2.1.1. Problemas físicos 6
2.1.2. Problemas químicos 7
2.1.3. Problemas biológicos 9
2.2. Medidas Preventivas 11
2.2.1. Filtragem 12
2.2.2. Lavagem das linhas 13
2.2.3. Tratamento químico 13
2.2.4. Aeração 16
2.2.5. Decantação 17
2.3. Eficiência de aplicação de água 21
2.3.1. Uniformidade de aplicação de água 22
3. MATERIAL E MÉTODOS 27
v
3.1. Caracterização das avaliações em campo (1ª parte) 27
3.1.1 Caracterização dos sistemas de irrigação 27
3.1.2. Medidas preventivas 28
3.1.3. Análise da água de irrigação e locais de coleta 29
3.1.4. Uniformidade de aplicação de água 30
3.2. Caracterização das avaliações experimentais (2ª parte) 30
3.2.1 Descrição dos sistemas 30
3.2.2. Descrição dos tratamentos 32
3.2.3 Filtragem da água de irrigação 34
3.2.4. Descrição dos aeradores 35
3.2.5. Descrição dos tanques de decantação 35
3.2.6. Aplicação de cloro 36
3.2.7 Análise da água de irrigação 36
3.2.8. Avaliações dos sistemas 37
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 40
4.1. Avaliações realizadas em sistemas de irrigação por gotejamento em
campo 40
Teor de ferro total e pH na água de irrigação dos sistemas 40
4.1.1.
avaliados
4.1.2. Uniformidade de aplicação de água dos sistemas avaliados 42
4.2. Avaliação dos sistemas de irrigação experimental 46
4.2.1. Resultados das análises de água 46
4.2.2. Teor de fero total na água de irrigação dos sistemas 2, 3 e 4 46
Valores de pH e CO2 na água de irrigação dos sistemas 2, 3 48
4.2.3.
e4
População bacteriana na água de irrigação dos sistemas 2, 3 49
4.2.4.
e4
4.2.5. Consumo de cloro 50
Variação de vazão dos modelos de gotejadores instalados
4.2.6. com e sem válvulas ao longo das avaliações nos tratamentos 51
1, 2, 3 e 4
4.2.7. Coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) 59
45. RESUMO E CONCLUSÕES 69
vi
RESUMO
vii
resultados satisfatórios para redução do teor de ferro total. O mesmo ocorreu nos
sistemas utilizando filtros de areia ou de disco. Os sistemas que utilizaram
aerador seguido de tanque de sedimentação apresentaram uma grande redução no
teor de ferro, após o tanque de sedimentação, em relação aos valores encontrados
na captação. Os valores do teor de ferro, encontrados no final de linha de alguns
sistemas, foram superiores aos encontrados após os tanques de sedimentação, o
que pode ser explicado pela posição em que estava localizada a tubulação de
sucção, no fundo do tanque, succionando o ferro sedimentado e,
conseqüentemente, aumentando sua concentração ao longo da linha. Os valores
dos coeficientes de uniformidade de distribuição (CUD) dos dois sistemas foram
considerados excelentes, de quatro sistemas, bons, e de três sistemas, razoáveis.
Na segunda etapa, foram instalados quatro sistemas semelhantes de irrigação,
utilizando-se cinco modelos de gotejadores (de G1 a G5), com oito linhas laterais
com 25 m de comprimento para cada modelo, sendo a metade com válvula de
drenagem. O sistema 1 foi abastecido com água com teor de ferro total menor
que 0,1 mg L-1, recebendo o tratamento T1 (filtragem comum com filtro de
disco). Os sistemas 2, 3 e 4 abastecidos com água contendo teor de ferro total
maior que 2,0 mg L-1 receberam os tratamentos T2 (filtragem comum com filtro
de disco), T3 (filtragem comum com filtro de disco associado ao processo de
aeração e decantação) e T4 (filtragem comum com filtro de disco associado ao
processo de cloração, aeração e decantação). Os sistemas funcionaram durante
300 horas, e foram avaliados no início e a cada 50 horas. Nas avaliações, foram
coletadas as vazões de oito gotejadores em cada linha, para o cálculo do CUD.
Todos os modelos apresentaram valores de CUD superiores a 90% na primeira
avaliação. Na última avaliação, os valores de CUD para o tratamento T1 foram de
84,0, 82,8 e 87,7% para os modelos G1, G3 e G5, respectivamente, e os
entupimentos parciais observados foram provocados por algas. No tratamento T2,
os modelos G1, G3 e G5 apresentaram valores de CUD de 0,0, 33,2 e 54,0%,
respectivamente, em razão do entupimento provocado pelo elevado teor de ferro
total associado a ferrobactérias. No tratamento T3, os modelos G1 e G3 também
apresentaram reduções dos valores de CUD para 53,6 e 76,2%, respectivamente,
viii
em razão do entupimento provocado pelo elevado teor de ferro total. A menor
redução nos valores de CUD do tratamento T3, comparados aos do tratamento T2,
pode ser atribuída ao uso do aerador e decantador. Os modelos G2 e G4 não
apresentaram problemas de entupimento para nenhum tratamento. No tratamento
T4, a aplicação de 0,5 mg L-1 de cloro livre nos finais de linhas, aliada aos
processos de aeração e decantação, foi eficiente para evitar entupimento em todos
os modelos de gotejadores durante um período de 300 horas de funcionamento
dos sistemas. A utilização apenas de filtros de disco de 120 mesh não mostrou-se
eficiente para reduzir entupimentos nos gotejadores, sendo recomendado o uso de
outras medidas preventivas. O tratamento contínuo com 0,5 mg L-1 de cloro livre
nos finais de linha reduz os riscos de entupimento provocado pela precipitação de
ferro, além de inibir o crescimento de ferrobactérias. A viabilidade econômica da
aplicação contínua de cloro deve ser avaliada, bem como a possibilidade de se
utilizar fonte de cloro mais barata e segura.
ix
ABSTRACT
x
aerator treatment followed by sedimentation tank presented a high reduction in
iron content after the sedimentation tank in relation to the values found for
collection. The values of the iron contents found at the line end in some systems
were higher than the ones found after the sedimentation tank, which may be
explained by the position of the suction pipeline at the tank bottom, when
suctioning the deposited iron, therefore increasing its concentration along the
line. The values of the distribution uniformity coefficients (CUD) were
considered as excellent for two systems, as good for four systems, and
reasonable for three systems, good; and three reasonable systems. At the second
stage, four similar irrigation systems were installed, by using five dripper models
(from G1 to G5) with eight 25 m-long lateral lines for each model, and half of
them provided with a drainage valve. System 1 was supplied with water
containing a total iron content lower than 0.1 mg L-1, and was subjected to
treatment T1 (common filtration with disk filter). The systems 2, 3 and 4 were
supplied with water containing a total iron content higher than 2.0 mg L-1 and
were subjected to the treatments T2 (common filtration with disk filter),T3
(common filtration with disk filter associated to the aeration and settling
processes and T4 (common filtration with disk filter associated to the
chlorination, aeration and settling processes). The systems operated for 300 hours
and were appraised at the beginning of their functioning and every 50 hours. At
the first evaluation, the flow rate from eight drippers were collected in each line
for CUD calculation; all models presented CUD values above 90%. At the last
evaluation, the CUD values for treatment T1 were 84.0, 82.8 and 87.7% for
models G1, G3 and G5, respectively, and the observed partial cloggings were
caused by algae. In treatment T2, the models G1, G3 and G5 presented CUD
values of 0.0, 33.2 and 54.0%, respectively, due to the clogging provoked by
high content of the total iron associated to the iron bacteria. In Treatment T3, the
models G1 and G3 also presented reductions in CUD, from which the values
were 53.6 and 76.2%, respectively, due to the clogging caused by high total iron
content. The lowest reduction in CUD values of the treatment 3, compared to the
ones of the treatment 2, may be attributed to the use of aerator and settling tank.
xi
The models G2 and G4 presented no clogging problems for any treatment. In
Treatment 4, the application of 0.5 mg L-1 free chlorine on the line ends, together
with the aeration and settling processes, were efficient to Since the single use of
the 120-mesh disk filters was not efficient to reduce the cloggings in the drippers,
other preventive measures are recommended. The continuous treatment with 0.5
mg L-1 free chlorine at in the line ends will diminish the clogging risks caused by
the precipitation of iron, besides inhibiting the iron bacteria growth. The
economic viability of the continuous application of chlorine should be evaluated,
as well as the possibility to use a cheaper and safe source of chlorine.
xii
1. INTRODUÇÃO
1
60% entre 200 e 400 mm, caracterizando a necessidade de irrigação, mesmo para
o cultivo do café Conilon, espécie vegetal tradicionalmente considerada como de
elevada tolerância à seca (Dadalto, 1998).
O atual uso intensivo dos recursos hídricos implica, que tanto nos novos
projetos de irrigação quanto nos antigos, que requerem água adicional,
freqüentemente é preciso recorrer a água de qualidade inferior. Portanto, para
utilizá-la na agricultura irrigada, dois problemas devem ser equacionados, isto é,
o uso racional da água e a melhoria de sua qualidade.
A quantidade e a qualidade da água são fatores limitantes à prática da
irrigação. Assim, é necessário um certo cuidado na escolha do método a ser
adotado, elaboração do projeto e no manejo. Sistemas de irrigação que
distribuem água por toda a superfície podem tornar-se inviáveis, em virtude da
grande quantidade de água utilizada por unidade de área. Neste contexto, a
irrigação localizada, principalmente por gotejamento, pode ser uma alternativa
por ser um sistema em que a água é aplicada somente na área explorada pelo
sistema radicular da cultura, portanto,necessitando, de menor quantidade de água
por área cultivada.
A irrigação localizada sob pressão foi utilizada pela primeira vez na
Inglaterra, no final da década de 40, e depois em Israel, na década de 50. Sua
importância comercial ocorreu na década de 60, estimulada pelo aparecimento
dos tubos plásticos, que são relativamente mais baratos (Vermeien e Jobling,
1980).
No Brasil, a irrigação localizada começou a ser utilizada no final da
década de 70, ocupando, em 1999, uma área estimada de 212 mil hectares, ou
seja, 8% do total da área irrigada, (Chistofidis, 2001). Este método, quando
manejado adequadamente, proporciona muitas vantagens sobre os outros
métodos de irrigação, tais como maior uniformidade de distribuição e melhor
eficiência no uso da água, em razão da redução nas perdas por percolação e
escoamento superficial, dentre outros.
Se por um lado, este sistema pode amenizar o problema de escassez de
água, por outro, em função do pequeno diâmetro dos orifícios dos gotejadores, a
2
qualidade da água é um fator essencial, uma vez que, partículas em suspensão
podem provocar obstruções, diminuindo a uniformidade de aplicação e,
conseqüentemente, a eficiência do sistema.
O conceito de qualidade de água refere-se às suas características físico-
químicas, que podem afetar sua adequabilidade a um uso específico. A maior
parte da experiência no uso de águas de diferentes qualidades tem sido adquirida
por meio de observações e estudos detalhados sobre os problemas que podem
ocorrer após seu uso. A compreensão sobre a relação causa e efeito entre um
componente da água e o problema resultante permite avaliar sua qualidade e
determinar seu grau de aceitabilidade (Ayers e Westcot, 1985). Portanto, antes de
se realizar um projeto, recomenda-se uma análise da água, o que pode prevenir
problemas de obstruções que porventura possam ocorrer, sendo, na maioria dos
casos, menos dispendioso fazer um pré-tratamento da água do que desobstruir os
emissores.
A obstrução dos emissores é o maior problema do sistema de irrigação
localizada, bem como a maior causa na variação de descarga dentro do sistema,
pois, mesmo uma pequena porcentagem de emissores entupidos pode resultar em
grande redução na uniformidade de aplicação de água e, como conseqüência,
danos às plantas (Nakayama e Bucks, 1981).
Esses entupimentos devem-se principalmente, à baixa velocidade da
água na passagem pelo emissor e ao pequeno diâmetro dos emissores,
principalmente os gotejadores, que são obstruídos facilmente por partículas
minerais ou substâncias orgânicas, reduzindo a vazão nos emissores. Estes
agentes que provocam obstruções podem estar presentes na água de irrigação,
penetrar no sistema durante a fase de instalação, ou podem crescer, agregar-se ou
precipitar na água que permanece nos gotejadores e, então, evaporam-se entre as
irrigações (Pizarro, 1990).
Embora informações sobre os fatores que causam obstruções estejam
disponíveis, as medidas de controle nem sempre são totalmente bem sucedidas,
visto que os sistemas de irrigação são caros e a longevidade deve ser
maximizada, para garantir uma razão custo-benefício favorável. Se o emissor
3
entope rapidamente depois de instalado, os procedimentos para correção do
problema aumentam os custos de manutenção e freqüentemente desencorajam o
operador, conseqüentemente resultando em abandono do sistema e retorno a
métodos menos eficientes de irrigação (Bucks et al., 1979).
Na região Sudeste do Brasil, freqüentemente encontram-se águas que
apresentam elevados teores de ferro total, elemento este que pode provocar sérios
problemas de entupimento, principalmente quando presente em forma reduzida,
podendo precipitar-se no interior das tubulações quando oxidado, favorecendo,
ainda, o desenvolvimento de ferrobactérias.
Medidas preventivas como a lavagem periódica das linhas, inspeção de
campo e sistema de filtragem são essenciais para a boa manutenção de um
sistema de irrigação por gotejamento. Entretanto, quando a água de irrigação
apresenta elevadas concentrações de ferro, são recomendadas medidas
complementares como o uso de cloro, aeração e decantação, para remover este
elemento e reduzir o risco de entupimento.
Objetivando avaliar a eficiência dos processos de tratamento por aeração,
sedimentação, cloração e filtração na remoção do excesso de ferro da água de
irrigação, assim como seus efeitos no entupimento de emissores em sistemas de
irrigação por gotejamento, este trabalho foi realizado em duas etapas. Na
primeira, para diagnosticar o problema, foram avaliados dez sistemas de
irrigação por gotejamento, de diferentes fabricantes, instalados na região Norte
do Estado do Espírito Santo, abastecidos com água que apresenta elevados teores
de ferro total. Na segunda, para avaliar a eficiência dos processos de tratamentos,
foram instalados e avaliados, na região de Viçosa-MG, quatro sistemas de
irrigação por gotejamento, recebendo, cada um, o seguinte tratamento: o sistema
1 foi abastecido com água com teor de ferro total menor que 0,1 mg L-1,
recebendo tratamento T1 (filtragem comum com filtro de disco); os sistemas 2, 3
e 4 foram abastecidos com água com teor de ferro total maior que 2,0 mg L-1, e
receberam os tratamentos T2 (filtragem comum com filtro de disco), T3 (filtragem
comum com filtro de disco associado ao processo de aeração e decantação) e T4
4
(filtragem comum com filtro de disco associado ao processo de cloração, aeração
e decantação).
5
2. REVISÃO DE LITERATURA
6
Tabela 1 - Classificação da qualidade de água relacionada a seu potencial de
entupimento em gotejadores
7
água com carga de sólidos em suspensão de 500 mg L-1 e aplicou a água
carregada de partículas pequenas através do sistema de microirrigação, sem a
ocorrência de entupimento.
As obstruções causadas por agentes físicos podem ser controladas por
meio de filtração apropriada e periódica lavagem da lateral. Entretanto as
partículas combinadas com lodo de bactérias podem criar um tipo de obstrução
não controlada pela filtragem. Finas partículas de materiais foram coletadas
dentro dos emissores por Gilbert e Ford (1986), sendo o material cimentado
juntamente com o lodo de bactéria do gênero Pseudomonas e Enterobacteria. A
massa combinada obstruiu os emissores, embora as partículas individuais fossem
suficientemente pequenas para passar através deles.
8
Os precipitados de cálcio e ferro são potenciais problemas na maioria das
águas de poços. Uma análise pode indicar se a concentração de bicarbonato, ou
ferro, é suficientemente alta para causar precipitação. O ferro é solúvel em estado
reduzido, porém, ao oxidar, precipita-se e pode obstruir os emissores. Este
processo de oxidação pode ocorrer pela ação de bactérias e pelo contato com o ar
ou com oxidantes contidos na água, em ambiente aeróbico e anaeróbico (Keller e
Bliesner, 1990).
Segundo Michalakos et al. (1997), nas águas superficiais que contêm
ferro, este é geralmente encontrado na forma de precipitado (Fe 2O3), enquanto
nas camadas mais profundas de reservatórios com carência de oxigênio pode ser
encontrado no estado ferroso (FeO).
Nas águas provenientes de lençóis freáticos, com presença de ferro, este
se encontra na forma ferrosa e quando bombeado para a superfície, entra em
contato com o oxigênio atmosférico, oxidando-se e produzindo um precipitado
castanho-avermelhado (Vermeien e Jobling, 1980).
Bucks et al. (1979) estabeleceram que, para ser utilizada sem restrição na
irrigação, a água deve apresentar uma concentração de ferro menor que
0,1 mg L-1. A utilização de águas com teor de ferro maior que 1,5 mg L-1, em
sistemas de irrigação por gotejamento, possui severas restrições apresenta alto
risco de entupimento de gotejadores. No entanto, Ayers e Westcot (1985)
afirmam que, quando os custos dos filtros são incluídos, o valor máximo prático
é de 2,0 mg L-1.
Sundstromand e Klei, citados por Michalakos et al. (1997), constataram
que a taxa de oxidação do ferro por aeração aumenta com o pH, e que 90% da
conversão ocorre entre 10 e 20 minutos, quando o pH é 7. A oxidação do ferro é,
substancialmente, menor em pH 6 e a forma reduzida pode persistir, por algum
tempo, em águas aeradas.
Hernandes e Petinari (1998), em trabalho desenvolvido no município de
Junqueirópolis-SP, com o objetivo de estudar os efeitos da precipitação de ferro
em sistemas de irrigação, utilizando água proveniente de córrego, com pH 5,9 e
teor de ferro total de 0,77 mg L-1, verificaram que 58,4% da área interna dos
9
tubos de PVC-DN 50 mm estavam obstruídos após 25 meses de uso. Vale
salientar que o sistema estava equipado com filtro de disco de 150 mesh. Nesse
trabalho, os autores concluíram que o uso de água para irrigação com teores de
ferro acima de 0,5 mg L-1 merece atenção especial por parte dos projetistas
porque, freqüentemente, esses altos níveis de ferro estão associados a altos teores
de sólidos em suspensão, podendo obstruir tubulações em pouco tempo e em
grau extremo, inutilizando o sistema de irrigação.
Costa (2000), trabalhando com gotejadores de cinco diferentes
fabricantes, abastecidos com água contendo um teor de ferro de 3,0 mg.L-1,
observou, após 200 horas de funcionamento, redução de vazão que variou de 34 a
87 %, o que confirma a necessidade de um pré-tratamento para utilização de água
contendo altos teores de ferro.
10
O desenvolvimento de microrganismos no interior das instalações é um
fenômeno muito complexo, resultante da interação dos próprios microrganismos
com outros fatores, tais como a qualidade da água de irrigação que contém ferro
e H2S, além do pH, temperatura da água, transparência dos materiais da
tubulação, dentre outros.
Segundo Ayers e Westcot (1985), um dos problemas mais graves resulta
do lodo branco, gelatinoso, de enxofre formado pelas sulfobactérias. Quando a
água contém mais de 0,1 mg L-1 de enxofre total, a ação de bactérias filamentosas
como Beggiatoa e Thiothrix oxida o H2S a elemento insolúvel. Estas bactérias
tendem a associar-se em cadeias, o que pode obstruir a estreita passagem dos
emissores. Uma característica importante dessas bactérias aeróbicas, segundo
Pizarro (1990), é que elas necessitam de pouco oxigênio para sobreviver, na
ordem de 0,1 mg L-1 de oxigênio na água. Evitando a entrada do oxigênio,
eliminam-se os precipitados sulfurosos, porém seria necessário o funcionamento
contínuo do sistema.
Igualmente problemáticas são as massas mucilaginosas, formadas pelas
ferrobactérias filamentosas. Essas mucilagens crescem rapidamente, mesmo em
águas que contêm nível muito baixo de ferro, e são especialmente problemáticas
em águas com substâncias orgânicas adstringentes (tipo taninos), solúveis e
escuras, as quais servem de alimento para as bactérias (Ayers e Westcot, 1985).
Em ambientes anaeróbicos, a oxidação pode ocorrer pela ação de vários
gêneros de bactérias, que oxidam o ferro dissolvido por diferentes mecanismos,
em que na forma solúvel ele serve como fonte primária de energia para essas
bactérias. Tais microrganismos, também conhecidos como ferrobactérias,
produzem mucilagens que contribuem para agravar os problemas de entupimento
nos sistemas de irrigação localizada (Ralph e Stevenson, 1995).
As bactérias dos gêneros Gallionella sp., Leptothrix ochracea e
Crenothrix polyspora causam, primariamente, oxidação intracelular pela ação
enzimática, enquanto a oxidação secundária é causada pela ação catalisadora de
polímeros excretados por bactérias filamentosas dos gêneros Gallionella sp.,
11
Leptothrix sp., Crenothrix sp., Clonothix sp. e Sphaerotilus sp. (Gouzinis et al.,
1998).
O ferro precipitado pode ser arrastado pela água, saindo pelo emissor, ou
pode ser retido por filamentos de bactérias, contribuindo para formar uma massa
gelatinosa de cor avermelhada, que obstrui a passagem da água. As bactérias
podem aderir ao plástico ou ao metal, o que impede seu arraste pela água. Outras
bactérias não-filamentosas, como Enterobacter e Pseudomonas, também podem
precipitar o ferro e reter o precipitado na massa gelatinosa formada por elas,
criando uma mucilagem que pode obstruir os emissores, atuando também como
cimentante de pequenas partículas minerais. Tem sido comprovado que as
concentrações de ferro de 0,09 mg L-1 são suficientes para que se produzam
depósitos visíveis de hidróxidos férricos e que, em águas de irrigação, elas
passam a ser problemáticas a partir de 0,2 mg L-1 (Pizarro, 1990).
O pH, a temperatura e a presença de carbono orgânico na água são
fatores que influenciam o crescimento das bactérias responsáveis pelas
obstruções. Embora a maioria das bactérias tem um nível ótimo de pH, muitas
desenvolvem-se em pH entre 3,5 e 8,5, motivo pelo qual o problema não é
resolvido pela simples alteração do pH da água. A temperatura ideal varia de 20 a
30o C, mas as bactérias, continuam a crescer com menos velocidade em
temperaturas fora desta faixa (Pizarro, 1990).
Há algumas formas de lodo orgânico, que contribuem para obstrução dos
emissores, particularmente na presença de Fe ++ e H2S. Seu crescimento pode ser
favorecido pelo carbono orgânico adicionado por algas presentes nas águas
superficiais, combinado com fertilizantes e o calor no tubo escuro. Fontes de
água que contêm carbonatos e bicarbonatos podem servir como fonte de energia
inorgânica para certas formas de bactérias autotróficas, podendo provocar danos
futuros na bomba e nos emissores pela formação de matriz gelatinosa, que
servem como base para o crescimento de bactérias. Águas superficiais também
podem apresentar ocorrência natural de agentes complexos como, por exemplo,
taninos, fenólicos e ácidos húmicos e complexos ferrosos. As ferrobactérias, nas
linhas dos sistemas de irrigação, podem precipitar os complexos solúveis de
12
ferro. As bactérias podem também utilizar complexos de precipitados ferrosos,
como polifosfatados e outros materiais quelatados que são usados para
fertilização (Gilbert e Ford, 1986).
A luta contra as obstruções compreende dois tipos de medidas: as
preventivas, que incluem filtragem da água, inspeção do campo, lavagem das
linhas e, em alguns casos, tratamento químico; e a recuperação dos emissores,
quando as obstruções já ocorreram, o que consiste na desobstrução parcial ou
total dos gotejadores (Pizarro,1990).
13
2.2.1. Filtragem
14
2.2.2. Limpeza das linhas
15
O uso de ácidos diminui as obstruções provocadas por precipitado de
ferro, reduzindo o pH da água para aumentar a solubilidade deste elemento,
mantendo-o em solução; esta prática tem sido recomendada por vários autores.
Meyer (1985), citado por Suáres (1993), recomenda manter o pH em a 4,5 para
diminuir a quantidade de precipitados. Entretanto, o autor adverte sobre o alto
custo do tratamento em virtude da grande quantidade de ácido necessária para
águas alcalinas e águas com alto conteúdo de carbonato e bicarbonato, o que
pode inviabilizar economicamente o método.
A aplicação de cloro é o método mais comum para controlar populações
microbiológicas (Pitts et al., 1990). Ayers e Westcot (1985) salientam, entretanto,
que cuidados na manipulação do produto devem ser tomados. A eficiência do
tratamento está diretamente relacionada ao pH da água, devendo-se ressaltar que,
para valores altos de pH, maiores quantidades de cloro são requeridas. Em alguns
casos, esclarecem os autores, a injeção contínua de cloro na água dos sistemas de
irrigação localizada, mesmo que eficiente, pode não ser economicamente
justificável.
A cloração pode ser contínua ou intermitente, pois há méritos para um ou
outro método. Porém, deve -se selecionar um método adequado à necessidade de
cada sistema. A concentração de cloro ativo em nível de 1 mg L-1 é utilizada em
estações de tratamento de água para consumo humano. Não tem sido relatado
nenhum dano às plantas irrigadas com água nesta concentração. O cloro ativo
presente pode ser, rapidamente, neutralizado no solo (Nakayama e Bucks, 1991).
O cloro está disponível na forma de gás, líquido ou sólido. Cada uma
destas três formas de cloro reage diferentemente com a água de irrigação,
dependendo de outros elementos presentes na água. As reações podem mudar o
pH da água, ou precipitar algum elemento, resultando em obstruções dos
componentes do sistema.
O gás cloro (Cl 2) é comumente utilizado em tratamento de águas para
consumo humano. Ele reage com a água, formando ácido hipocloroso (HOCl),
hidrogênio (H+) e cloro (Cl), (Tabela 3, Equação 1), uma reação que abaixa o pH
da água de irrigação. O gás cloro deve ser usado somente em ambientes aerados e
16
por pessoas experientes. A forma granular de cloro, o hipocloríto de cálcio, é
usada em tratamentos de piscinas porque, além de ser barata é de fácil uso e
estocagem, geralmente tem cerca de 65% de cloro disponível. No entanto, ele
pode reagir com outros elementos contidos na água e formar precipitados, que
poderão entupir os emissores em sistema de microirrigação, de modo que a forma
líquida é a mais comumente usada. A aplicação de hipoclorito de sódio (NaOCl)
na água de irrigação resulta em formação de ácido hipocloroso (HOCl) e íons
hidroxila (OH-) (Tabela 3, Equação 3), uma reação que eleva o pH da água.
Segundo Clark e Smajstrla (1999), o ácido hipocloroso é o agente efetivo
que controla o crescimento de bactérias. A quantidade de HOCl que estará
presente na solução dependerá do pH. Em pH igual a 8, somente cerca de 22% do
cloro injetado está na forma ativa HOCl, em pH igual a 7, cerca de 73% e em pH
igual a 6, 96%. Portanto, se o pH da água de irrigação for alto, deve -se aplicar
ácido antes do cloro para baixá-lo. O ácido hipocloroso reage com o ferro
dissolvido, Fe 2+, oxidando-o para sua forma de precipitado insolúvel (Fe 3+), e o
com ácido sulfídrico (H2S), formando enxofre elementar (Tabela 3, Equações 5 e
6, respectivamente), os quais poderão precipitar nas linhas do sistema de
irrigação, provocando entupimento dos emissores. Pode, também, reagir com
amônia (NH3) e grupos amido (NH2), que são partes integrantes da matéria
orgânica (Tabela 3, Equações 7 e 8, respectivamente).
17
De acordo com Clark e Smajstria (1999), para evitar a precipitação de
ferro nas incrustações e nos emissores, este deve ser precipitado e filtrado antes
que entre no sistema de irrigação. Para isto, o ferro pode ser oxidado à forma
insolúvel, por cloração. Bar (1995), utilizando cloro no estado gasoso, filtro de
areia e disco para tratamento de água contendo 6,0 mg L-1 de ferro, irrigou,
diariamente, por gotejamento, durante três anos, uma área de 16 ha, sem que o
sistema apresentasse significativos problemas de obstruções.
A concentração final de cloro livre residual de 1 mg L-1 deve ser
acrescida de 0,64 mg L-1 de cloro, para cada 1,0 mg L-1 de ferro presente na água.
A quantidade do produto a ser adicionado na água pode ser calculada pela
equação (12):
3,6µQ s
qc = (12)
1000c ,
em que
qc = taxa de injeção do cloro comercial, L h-1;
µ = dosagem desejada de cloro na água, mg L-1;
Qs = vazão do sistema de irrigação, L s -1; e
c, = concentração de cloro no produto comercial, kg L-1.
2.2.4. Aeração
18
dissolvido facilmente oxidável e substâncias voláteis aromáticas de origem
vegetal acumuladas em grandes represas.
Dentre os vários tipos de aeradores existentes; os tipos tabuleiros são os
mais indicados para adição de oxigênio e oxidação de compostos ferrosos ou
manganosos. São construídos com três a nove tabuleiros ou “bandejas”, iguais e
superpostos, distanciados de 0,30 a 0,75 m (em altura), através dos quais a água
percola. O primeiro tabuleiro (mais alto) serve apenas para distribuir
uniformemente a água, sendo construidos com perfurações. Os demais tabuleiros
são construídos com uma treliça sobre a qual é disposta uma camada de pedras,
ou seja, material granular, de preferência coque de ½ a 6”. Esta camada oferece
superfície de contato e concorre para acelerar as reações de oxidação. São
dimensionados na base de 540 a 1.630 m3 de água por m2 de superfície (em
projeção) por 24 horas, podendo-se conseguir reduções de até 90% do gás
carbônico contido na água (Azevedo Neto et al.,1987).
2.2.5. Decantação
19
O tanque deve ser projetado para remover partículas que tenham
diâmetro equivalente que exceda 75 micras, o que corresponde ao tamanho de
partículas removidas por um filtro de 200 mesh. O princípio de sedimentação é
usado para remover partículas em suspensão, que sejam mais pesadas que a água,
pela ação da gravidade. Em alguns casos, os materiais que estão dissolvidos na
solução oxidam, precipitam e floculam para formar agregados suficientemente
grandes para sedimentarem em virtude de seu aumento de massa; exemplo deste
tipo é a oxidação e a floculação do ferro (Pitts et al., 1990).
Quando outros produtos químicos são adicionados para induzir à
agregação e sedimentação de finas partículas em suspensão, o processo é
chamado de coagulação, o que pode ter um custo muito alto para irrigação.
O primeiro passo no projeto de um tanque de sedimentação é decidir o
tamanho de partícula que deve ser removida da água de irrigação, para prevenir
obstrução dos emissores. Quando partículas não-floculadas, como areia e grandes
partículas de silte, são sedimentadas devido à força da gravidade, o processo é
chamado de sedimentação livre. A velocidade de sedimentação de uma partícula
esférica e rígida, em ambiente em repouso, pode ser calculada pela lei de Stokes
e depende, sobretudo, do tamanho das partículas, da forma e da densidade.
Assumindo que a lei de Stokes é válida para o material em suspensão, a
velocidade de sedimentação de uma dada partícula pode, facilmente, ser
determinada (Haman et al., 1989) pela equação 13:
g ( ?s − ?w )D 2
VS = (13)
18 µ
em que
Vs = velocidade de sedimentação da partícula, cm s -1;
g = aceleração da gravidade, cm s -2;
?s = massa específica da partícula, g cm-3;
?w = massa específica da água, g cm-3 ;
D = diâmetro da partícula, cm; e
µ = viscosidade do líquido, g cm-1.s -1.
20
Para partículas de solos inorgânicos, utiliza-se o valor de 2,67 g cm-1
para a massa específica da partícula, que é a massa específica do quartzo.
Segundo Nakayama e Bucks (1986), a velocidade da água no tanque de
sedimentação não pode exceder valores críticos, para que as partículas não sejam
carreadas com a água. Esta velocidade Vc pode ser estimada pela equação 14.
0, 5
8k
Vc = g( ρ s − ρ w )D (14)
f
em que
Vc = velocidade crítica, cm s -1;
k = para partícula única= 0,04; para material viscoso=0,06; e
f = fator de fricção.
h l
k < (15)
Vs v
em que
k = fator de correção
h = altura, m;
l = comprimento, m; e
v = velocidade da água no tanque, m s -1.
21
Q
v= (16)
ah
em que
Q = vazão, m3 s-1; e
a = largura do tanque, m.
Q
la > k (17)
vs
Q
la > k (18)
600v s
la > 10 − 4 Q (19)
l = 5a (20)
22
Segundo Azevedo Neto et al. (1987), a experiência comprova que a área
da superfície dos decantadores é uma característica muito importante e que os
resultados de operação dependem da relação vazão/unidade de superfície. Por
isto, modernamente, os decantadores são dimensionados com base em taxas de
escoamento superficial, expressas em m3 de água/m2 de superfície de decantação,
por 24 horas. Essas taxas são, praticamente, estabelecidas em função da
qualidade da água. Para decantação em regime turbulento, são usados os valores
práticos presentes na Tabela 4.
Esse autor recomenda que deve haver uma relação conveniente entre o
comprimento e a largura nos decantadores de fluxo horizontal. O comprimento
relativamente pequeno dificulta a boa distribuição da água, enquanto aquele
exageradamente grande pode prejudicar a sedimentação, em razão da velocidade
excessiva, sendo aceitos os limites apresentados nas Equações 21 e 22. O autor
esclarece, ainda, que uma relação boa e econômica é a apresentada na Equação
23.
l
≥ 2,25 (21)
a
l
< 10 (22)
a
l
= 2,5 (23)
a
Vd
T= (24)
Qd
em que
T = período de detenção, h;
Vd = volume do decantador, m3; e
Qd = vazão no decantador, m3 h-1.
TQ
h= (25)
A
24
superfície. A eficiência pode ser definida como a razão entre a quantidade de
água estocada na zona radicular e a quantidade de água aplicada, sendo fator-
chave para determinar o tempo e o programa de irrigação.
q max(H) − q mín(H)
q var(H) = (26)
q máx(H)
25
em que
qvar(H) = variação de vazão;
qmax(H) = vazão máxima do gotejador, L h-1; e
qmin(H) = vazão mínima do gotejador, L h-1.
CV. Uniformidade
> 0,4 inaceitável
0,4-0,3 baixa
0,3-0,2 aceitável
0,2-0,1 muito boa
0,1-0 excelente
Fonte:Pizarro (1990)
sq
CV = (27)
qa
em que
CV = coeficiente de variação;
sq = desvio padrão da vazão L h-1; e
qa = vazão média dos gotejadores avaliados, L h-1.
sq
CVh = (28)
pa
26
em que
CVh = coeficiente de variação devido a causas hidráulicas;
Sp = Desvio-padrão da pressão m.c.a.; e
pa = pressão média nos gotejadores (m.c.a).
em que
CVe = coeficiente de variação devido a baixa uniformidade dos
emissores; e
x = expoente de descarga do emissor.
n
∑ Xi − X
CUC = 1001 − i =1 (30)
nX
em que
CUC = coeficiente de uniformidade de Christiansen, %;
Xi = lâmina observada no coletor i, mm;
X = lâmina média, considerando todos os coletores, mm; e
n = número de coletores.
Segundo Bernardo (1995), esta equação pode ser utilizada para o cálculo
do coeficiente de uniformidade de um sistema de irrigação por gotejamento,
substituindo os valores das lâminas pela vazão dos gotejadores, obtendo-se
resultados bastante confiáveis. Porém, ela requer a medição da vazão de todos os
27
gotejadores do sistema, o que demanda muito tempo e muita mão-de-obra. Esta
equação pode ser representada como
n
∑ qi − q a
CUC = 1001 − i =1 (31)
nq a
em que
qi = vazão de cada emissor, L h-1; e
qa = vazão média dos emissores, L h-1.
q 25%
CUD = 100 (32)
qa
em que
CUD = coeficiente de uniformidade de distribuição, %;
q25% = média dos 25% menores valores observados; e
qa = vazão média dos gotejadores.
28
origem, na situada a 2/3 e na última linha. Em cada linha lateral, serão
selecionados oito emissores (o primeiro, a 1/7, 2/7, 3/7 4/7, 5/7, 6/7 do
comprimento e o último).
A Tabela 6 apresenta a classificação recomendada pela norma ASAE EP
458 (ASAE Standards, 1996), para os valores de coeficiente de uniformidade de
distribuição.
29
3. MATERIAL E MÉTODOS
30
Tempo de uso Área irrigada
Sistema Fabricante Modelo
(meses) (ha)
1 Netafin Typhoon 91 1,7
2 Netafin Ran 17L 03 2,0
3 Netafin Ran 17L 29 3,0
4 Netafin Tiran 24 2,0
5 Plastro Katifi 72 0,7
6 Netafin Ran 16 06 2,2
7 Plastro Katifi 84 0,9
8 Naan Paz10 24 1,0
9 Netafin Ran 16 24 1,0
10 Naan Paz10 70 1,0
Pressão
Vazão nominal Pressão mínima Espaçamento
Sistemas máxima
(L.h-1) (kPa) (m)
(kPa)
1 2,6 49,0 196,2 0,75
2 2,3 49,0 392,4 0,75
3 2,3 49,0 392,4 0,75
4 2,0 49,0 343,3 0,75
5 2,5 49,0 294,3 0,85
6 2,3 49,0 392,4 0,75
7 2,5 49,0 294,3 0,85
8 1,7 39,2 245,2 0,75
9 2,3 49,0 392,4 0,75
10 1,7 39,2 245,2 0,60
31
dos sistemas avaliados; em outros, foram utilizados também produtos químicos,
conforme Quadro 3.
Todos os sistemas de irrigação avaliados foram abastecidos com águas
provenientes de barragens próximas à área de plantio. Foram utilizados filtros de
disco de 120 mesh. O sistema 5 utilizou aerador do tipo bandeja, diferente do
sistema 10, em que o aerador consiste de um tubo perfurado pelo qual a água é
aspergida sob pressão no tanque de decantação.
Filtros Tanque de
Sistema Areia Aerador
Disco Tela decantação
1 X X
2 X X
3 X X
4 X
5 X X X X
6 X
7 X X
8 X X
9 X
10 X X X X
33
3.2.1. Descrição dos sistemas
7,6 m
Sistema 2
Sistema 1
Tanque de decantação
Aerador
Sistema 4
Lago
Linhas laterais
Delimitação dos
pátios
Válvula controladora
de pressão
Injetor Venturi
35
modelo e outro, com um total de 40 linhas. Os tubos gotejadores foram presos
com arame para preservar o espaçamento original de 15 cm, que foi mantido para
realização de testes de uniformidade da irrigação. As oito linhas de um mesmo
modelo foram inseridas em seqüência, sendo sorteado apenas seu
posicionamento (Quadro 5), exceto para um que é do tipo “TAPE”, que foi
instalado no início ou no final da linha, isto porque a pressão recomendada para
este modelo é de 68,67 kPa, necessitando de uma válvula de controle de pressão
e um ponto de tomada de pressão antes, para manter a pressão desejada.
36
T2: filtragem comum com filtro de disco (sistema 2);
T3: filtragem comum com filtro de disco associado ao processo de
aeração e decantação (sistema 3); e
T4: filtragem comum com filtro de disco associado ao processo de
cloração, aeração e decantação (sistema 4);
A Figura 1 apresenta o esquema de montagem dos sistemas de irrigação.
O primeiro sistema foi abastecido com água oriunda de um poço,
apresentando um teor de ferro total menor que 0,1 mg L. Os outros três foram
abastecidos com água proveniente de lagoa, apresentando teor de ferro total
maior que 1,5 mg L-1, localizado a 30 m de distância do primeiro pátio.
No sistema 1, foram utilizadas duas bombas, uma no poço artesiano, com
potência de 1 cv, que bombeava a água até duas caixas de fibra com capacidade
de 2.500 litros, que serviam como depósito. A outra, com potência de ¾ cv,
recalcava a água para o sistema, a partir de uma caixa de amianto localizada em
um nível inferior ao pátio, com capacidade de 500 litros. Como a vazão do poço
era de 2500 L h-1 e a do sistema 3.250 L h-1, houve necessidade de reutilização da
água; para isto, o pátio foi coberto com uma lona plástica sobre a qual a água
escoava até uma tubulação de PVC de 100 mm, que a reconduzia à caixa de
amianto. Na extremidade da tubulação, foi colocada uma tela para reter as
impurezas carreadas da lona. Como parte da água era perdida, o nível de água na
caixa de amianto era mantido com o auxílio de uma mangueira de 1”, que
funcionava com sifão entre esta e as caixas-depósito.
No sistema 2, foi instalado um conjunto motobomba de 1 cv. Nos
sistemas 3 e 4, a água foi bombeada primeiro para os aeradores, passando, em
seguida, para os tanques de decantação e rebombeada para os gotejadores, sendo
necessário quatro conjuntos motobomba, sendo dois instalados na captação
(lagoa) com potência de ¼ e ¾ cv, respectivamente, e outros dois com potência
de ¾ cv, após os tanques de decantação. Uma maior potência no conjunto
motobomba utilizado para abastecer o setor quatro foi necessária, para permitir o
funcionamento de um injetor Venturi.
37
O sistema de aplicação de água foi intensivo, com períodos intermitentes
de 4 horas de aplicação de água e 2 horas de repouso, totalizando 8 horas diárias
de aplicação de água, exceto nos dias de chuva, em virtude do difícil acesso ao
local.
O sistema operava com uma pressão no final das linhas de 98,1 a
117,72 kPa, exceto para um dos modelos que operava com uma pressão de
68,67 kPa. A limpeza dos filtros era realizada, sempre que ocorria uma queda de
20% na pressão medida em uma válvula instalada após os mesmos.
38
de coleta. A água era bombeada sobre o tabuleiro mais alto, caindo dentro do
tanque de coleta e, em seguida, passava para um tanque de decantação (Figura 2).
39
Os tanques foram construídos com fibra de vidro, com três divisórias
internas, localizadas a 0,30, 2,60 e 2,80 m da parede frontal do decantador. A
primeira, foi perfurada com furos de 0,01 m de diâmetro para proporcionar uma
distribuição de fluxo nas direções vertical e horizontal. A segunda, com 0,40 m
de altura, foi inserida na parte superior do decantador, para de reter o
sobrenadante, impedindo que ele fosse bombeado para o sistema. A terceira, com
0,80 m de altura, foi inserida na parte inferior para impedir que partículas
depositadas no fundo do tanque fossem bombeadas para o sistema.
40
para análises de cálcio, manganês e sólido total. Com 300 horas de
funcionamento dos sistemas, foram coletadas amostras de água nos tanques e na
lagoa, para determinar o nível de CO2. Foram coletadas amostras de água nos
gotejadores dos sistemas 2, 3 e 4, para quantificar população bacteriana.
41
Figura 3 – Avaliação do sistema de irrigação
42
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
43
Quadro 6 – Resultados das análises de água das amostras coletadas na captação
de dez sistemas de irrigação avaliados no norte do Estado do
Espírito Santo
P1 P2 P3 P4 pH
Sistemas
(mg L-1 )
1 1,3 1,1 1,7 1,7 6,0
2 0,7 0,5 0,5 0,7 6,1
3 0,7 0,5 0,7 0,7 6,3
4 0,3 - 0,3 0,8 4,7
5 1,7 0,4 0,9 1,0 5,9
6 1,3 - 1,3 1,7 6,6
7 1,1 - 1,0 1,2 6,5
8 1,1 - 1,1 1,1 6,1
9 1,1 - 1,1 1,1 6,0
10 0,9 0,2 0,3 0,3 6,3
44
efeito da aeração, o que será discutido posteriormente. O pH médio foi em torno
de 6, com mínimo de 4,7 e máximo 6,5 , faixa esta favorável a precipitação do
ferro dissolvido.
As Figuras 4 e 5 apresentam os resultados da concentração de ferro nos
pontos amostrados, para os sistemas com e sem decantador, respectivamente.
-
Teor de Fe (mg L
2,0
1,5
1,0
)
1
0,5
0,0
P1 P3 P4
Pontos Amostrados
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
P1 P2 P3 P4
Pontos Amostrados
45
presente na água coletada nos gotejadores localizados nos finais de linha,
manteve-se constante ou sofreu um ligeiro aumento, quando comparado com os
teores encontrados após os filtros. Tal fato é devido, provavelmente, ao processo
de sedimentação no interior das tubulações que ocorre entre irrigações,
provocando maior concentração deste elemento.
Os resultados das análises de água coletada nos sistemas 1, 2 e 3
(Figura 5) foram semelhantes aos citados anteriormente, ou seja, não se observou
redução nos níveis de ferro, mesmo utilizando tanques de sedimentação antes dos
filtros, o que pode ser explicado pela posição equivocada em que foram
instaladas as tubulações de sucção, ou seja, no fundo do tanque, o que
proporcionava sucção do ferro sedimentado. Os sistemas 5 e 10 apresentaram os
melhores resultados, com grande redução no teor de ferro na água, o que pode ser
explicado pela presença de aeradores antes dos tanques de sedimentação; neste
caso observa-se redução do potencial de entupimento, devendo ser ressaltado que
no sistema 5 a classificação muda de alto risco para ligeiro a moderado.
O valor do teor de ferro encontrado no final de linha do sistema 5 foi
semelhante aqueles dos sistemas 1, 2 e 3, devido à posição em que estava
localizada a tubulação de sucção, no fundo do tanque, succionando o ferro
sedimentado, como pode ser observado na Figura 5. O uso de tanques (sistemas 5
e 10) apresentou maior eficiência para remoção de ferro, quando associado ao
processo de aeração, devido à precipitação deste elemento provocada pela
oxidação.
46
Quadro 8 - Coeficiente de uniformidade de distribuição dos sistemas
avaliados
CV (%)
Sistema Linha lateral Classificação
Setor
Primeira 1/3 2/3 Última
1 17,5 16,5 8,2 14,2 14,0 Bom
2 1,8 2,1 2,0 2,9 2,0 Excelente
3 9,9 6,3 34,1 7,8 17,0 Bom
4 11,9 6,4 4,9 9,4 10,0 Excelente
5 14,5 14,4 30,8 15,4 19,0 Bom
6 3,1 4,3 13,6 11,5 10,0 Excelente
7 36,9 14,2 15,1 6,3 21,0 Regular
8 7,5 4,9 5,2 3,6 10,0 Excelente
9 10,3 12,4 4,0 10,1 13,0 Bom
10 8,0 24,8 33,9 15,9 22,0 Regular
47
Os sistemas 1 e 4 apresentaram um bom coeficiente de uniformidade de
distribuição (CUD), provavelmente pelo fato de serem utilizados os tratamentos
periódicos com cloro e abertura de final de linha. Entretanto, foi constatado que
2% dos gotejadores apresentavam entupimento total, provavelmente devido à
utilização de água com elevado teor de ferro total. Este elemento pode também
ter contribuído para o entupimento parcial dos gotejadores, causando variação de
vazão ao longo das linhas avaliadas, como pode ser observado na Figura 6.
Os sistemas 2 e 6 apresentaram os melhores valores de CUD. Não foi
observado nenhum gotejador com entupimento, mesmo utilizando água com
elevado teor de ferro, devido ao pouco tempo de funcionamento. O mesmo não
ocorreu com os sistemas 3 e 9, que são semelhantes; porém, com tempo de uso
maior, estes apresentaram entupimento total na ordem de 1% dos gotejadores, e
também entupimento parcial, como pode ser observado na Fígura 6.
Os sistemas 5 e 7 apresentaram valores de CUD classificados como
razoáveis. São sistemas abastecidos com água contendo elevados valores de ferro
total, após longo tempo de uso. Foi constatado, em campo, que cerca de 5% dos
gotejadores estavam totalmente entupidos, além de outros com entupimento
parcial, como pode ser observado na Figura 6. O uso de aeração e decantação no
sistema 5 não contribuiu para evitar entupimentos, devido, provavelmente, à
posição em que estava localizada a tubulação de sucção, no fundo do tanque,
succionando o ferro sedimentado.
Os valores de CUD, encontrados nos sistemas 8 e 10, são classificados
como bom e regular, respectivamente. Apesar de utilizar o mesmo modelo de
gotejador, esta diferença é devida, provalvelmente, ao maior tempo de
funcionamento do sistema 10. Em ambos os sistemas, foi constatado entupimento
total em, aproximadamente, 10% dos gotejadores, porém só foi constatado
entupimento parcial no sistema 10, o que afeta o valor do CUD (Figura 6). As
obstruções nos gotejadores do sistema 8 podem ser justificadas em razão do
elevado teor de ferro e grande quantidade de plantas aquáticas e material em
decomposição na fonte de água, fatores estes que aceleram o processo de
48
Sistema 1 Sistema 2
4,0 4,0
Sistema 3 Sistema 4
4,0 4,0
3,0 3,0
Vazão (L.h-1 )
Vazão (L.h )
-1
2,0 2,0
1,0 1,0
0,0 0,0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 20 40 60 80 100
Sistema 5 Sistema 6
4,0 4,0
3,0
Vazão (L.h-1 )
3,0
Vazão (L.h-1 )
2,0
2,0
1,0
1,0
0,0
0,0 0 20 40 60 80 100
0 20 40 60 80 100
Comprimento (m)
Comprimento (m)
Primeira linha Linha 1/3 Linha 2/3 Última linha Primeira linha Linha 1/3 Linha 2/3 Última linha
Sistema 7 Sistema 8
4,0 4,0
3,0 3,0
Vazão (L.h-1 )
Vazão (L.h )
-1
2,0 2,0
1,0 1,0
0,0
0,0
0 20 40 60 80 100
0 20 40 60 80 100
Comprimento (m)
Comprimento (m)
Primeira linha Linha 1/3 Linha 2/3 Última linha
Primeira linha Linha 1/3 Linha 2/3 Última linha
Sistema 9 Sistema 10
4,0 4,0
3,0 3,0
Vazão (L.h-1 )
Vazão (L.h-1 )
2,0 2,0
1,0 1,0
0,0 0,0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 20 40 60 80 100
Comprimento (m) Comprimento (m)
Primeira linha Linha 1/3 Linha 2/3 Última linha Primeira linha Linha 1/3 Linha 2/3 Última linha
49
entupimento. No sistema 10, a causa observada é o longo tempo de aplicação de
água contendo elevado teor de ferro.
Parâmetro analisado
Data Sólidos totais (mg Manganês Cálcio Magnésio
L-1 ) (mg L-1 ) (meq L-1 ) (meq L-1 )
06/12/2001 36 0,03 0,65 0,92
10/01/2002 40 0,07 0,34 0,83
21/01/2002 12 0,14 0,60 0,50
50
24/01/2002, com os maiores valores coincidindo com a ocorrência de
precipitações.
51
enquanto no tratamento 2 a sedimentação ocorreu no interior das tubulações, e
também pela ação de ferrobactérias que produzem mucilagem, nas quais as
partículas em suspensão ligam-se, potencializando o entupimento.
O Quadro 12 apresenta os resultados de comparação da concentração de
ferro nos tanques de decantação, após um período de repouso de 15 horas.
Verifica-se redução significativa na concentração do teor de ferro total, nos
tanques de decantação, após o período de repouso, relacionado, diretamente ao
maior tempo de sedimentação das partículas, o que evidencia, mais uma vez, a
importância do dimensionamento adequado do tanque de decantação na
efetividade do processo de redução do entupimento do sistema.
Quadro 12 – Teor de ferro total (mg L-1) na água dos tanques de decantação,
analisada após 15 horas de repouso
52
decréscimo na pressão quando a água entra em contato com a atmosfera, libera o
CO2, causando aumento no pH.
53
análises estabelecidos no “Standard Methods for the Examination of Water and
Wastewater,” 20th edition-1998.
A ausência dessa bactéria no tratamento 4 é justificada pela aplicação
contínua de cloro neste tratamento. No tratamento 3, a ausência de ferrobactérias
pode ser justificada em razão das condições impróprias relacionadas à
disponibilidade de energia. Segundo Martinko et al. (1997), a oxidação aeróbica
do Fe ++ para Fe +++ é uma reação que produz pouca energia, consequentemente, as
ferrobactérias necessitam de grande quantidade de ferro dissolvido para um
desenvolvimento adequado.
54
No Quadro 15 constam as informações referentes ao consumo e custo da
aplicação de hipoclorito de sódio, para o tratamento 4. Observa-se um custo
elevado deste tratamento, com valores de R$ 0,05 por m3 de água aplicada;
supondo uma lâmina anual de 1.000 mm de irrigação, este tratamento exigiria
uma despesa de R$ 500,00 por hectare irrigado.
55
diminuição da vazão), indicam que essas diferenças não devem ser atribuídas ao
uso das válvulas. Vale ressaltar que a abertura periódica de final de linha é,
efetivamente, uma medida preventiva na remoção de partículas sedimentadas no
interior das tubulações. Porém, no presente trabalho, o uso de válvulas não foi
eficiente para evitar a obstrução dos gotejadores, possivelmente devido ao tempo
em que elas permaneciam abertas (18 segundos), que foi insuficiente para
remover as partículas sedimentadas. Outras pesquisas devem ser desenvolvidas
para um tempo maior de abertura, trocando-se os gotejadores localizados em seu
interior por outros de menor vazão.
Soma de Quadrado
Fontes de Variação G.L F Signif
Quadrado Medio
Tratamento 3 4,6671 1,5557 65,72 **
Resíduo (a) 12 0,2840 0,0236
Modelo 4 803,5583 200,8896 17.777,84 **
Válvula 1 0,03184 0,03118 2,81 **
Modelo x Válvula 4 0,2071 0,0517 4,57 **
Modelo x Avaliação 12 5,4318 0,4526 39,96 **
Trat. x Válvula 3 0,0089 0,0029 0,26
Modelo x Trat. x Vál. 12 0,1231 0,0102 0,91
Resíduo (b) 108 1,2234 0,0113
Avaliação 6 5,0612 0,8435 125,09 **
Aval. x Trat. 18 1,2732 0,0707 10,49 **
Aval. x Modelo 24 2,5159 0,1048 15,54 **
Aval. x Vál. 6 0,1985 0,0330 4,90 **
Aval. x Modelo x Vál. 24 0,4098 0,01707 2,53 **
Aval. x Modelo x Trat. 72 4,3111 0,0598 8,87 **
Aval. x Trat. x Vál. 18 0,4748 0,02637 3,91 **
Aval. x Vál. X Trat. x Mod 72 0,4784 0,0066 0,98
Resíduo (c) 720 4,8551 0,0067
Total 1119
56
uso do aerador e do tanque de decantação no tratamento T3 contribuiu para
diminuir os problemas de entupimento nos gotejadores. Todos os tratamentos
apresentaram tendência à redução de vazão ao longo do tempo, como se pode
observar nas Figuras 7 e 8, em que as maiores variações ocorrem nos tratamentos
T2 e T3. No tratamento T1, a redução ocorrida na última avaliação foi provocada,
provavelmente pelo desenvolvimento de algas nos gotejadores. No tratamento T4,
a redução foi uniforme ao longo das linhas laterais.
1,00
Vazão (L h -1 )
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
Figura 7 – Vazão média e nominal dos gotejadores (Modelo G1) com válvula,
nos tratamentos 1, 2, 3 e 4.
1,00
Vazão (L h -1 )
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
Figura 8 – Vazão média e nominal dos gotejadores (Modelo G1) sem válvula,
nos tratamentos 1, 2, 3 e 4.
57
Quadro 17 – Vazões médias dos modelos G1 a G5 com e sem válvulas nos tratamentos T1 a T4 e os testes de média entre
os tratamentos para cada modelo e para linhas com e sem válvulas
Tempo (h)
Mod. Trat 2 50 100 150 200 250 300
C.V S.V C.V S.V C.V S.V C.V S.V C.V S.V C.V S.V C.V S.V
T1 0,82 a A 0,80 a A 0,73 a A 0,74 a A 0,71 a A 0,71 ab A 0,62 a A 0,65 a A 0,71 a A 0,71 ab A 0,68 a A 0,66 a A 0,58 a A 0,64 a A
T2 0,87 a A 0,87 a A 0,77 a A 0,81 a A 0,46 b B 0,59 b A 0,36 b A 0,46 b A 0,37 b A 0,47 cA 0,36 b A 0,46 b A 0,37 b A 0,48 b A
G1
T3 0,85 a A 0,84 a A 0,77 a A 0,75 a A 0,71 a A 0,69 ab A 0,63 a A 0,63 a A 0,66 a A 0,67 b A 0,68 a A 0,71 a A 0,46 ab A 0,47 b A
T4 0,80 a A 0,78 a A 0,75 a A 0,73 a A 0,77 a A 0,77 a A 0,75 a A 0,77 a A 0,79 a A 0,83 a A 0,71 a A 0,74 a A 0,60 a A 0,55 ab A
T1 2,26 a A 2,27 a A 2,24 a A 2,25 a A 2,25 a A 2,23 a A 2,23 a A 2,26 a A 2,24 ab A 2,25 ab A 2,21 ab A 2,11 b A 2,09 c A 2,11 c A
T2 2,23 a A 2,24 a A 2,29 a A 2,32 a A 2,28 a A 2,31 a A 2,32 a A 2,33 a A 2,35 a A 2,35 a A 2,35 a A 2,35 a A 2,49 a A 2,52 a A
G2
T3 2,34 a A 2,33 a A 2,22 a A 2,24 a A 2,29 a A 2,29 a A 2,33 a A 2,29 a A 2,25 ab A 2,30 a A 2,27 ab A 2,25 a b A 2,29 b A 2,30 b A
T4 2,32 a A 2,28 a A 2,23 a A 2,23 a A 2,22 a A 2,23 a A 2,21 a A 2,19 a A 2,16 b A 2,12 b A 2,14 b A 2,10 b A 2,06 c A 2,07 c A
T1 3,39 a A 3,42 a A 3,50 a A 3,46 a A 3,38 a A 3,39 a A 3,25 ab A 3,23 a A 3,39 a A 3,41 a A 3,31 a A 3,39 a A 3,19 ab A 3,24 ab A
T2 3,31 a A 3,36 a A 3,40 a A 3,30 b A 3,16 b A 3,27 a A 3,15 b A 3,04 b A 3,08 b A 3,05 b A 2,94 b A 2,93 c A 2,80 c A 2,89 c A
G3
T3 3,41 a A 3,42 a A 3,48 a A 3,46 a A 3,42 a A 3,40 a A 3,34 ab A 3,24 a A 3,20 b B 3,34 a A 3,25 a A 3,09 b B 3,32 a A 3,35 a A
T4 3,46 a A 3,44 a A 3,54 a A 3,46 a A 3,34 a A 3,32 a A 3,33 a A 3,29 a A 3,32 ab A 3,34 aA 3,32 a A 3,13 b B 3,12 b A 3,12 b A
T1 2,42 a A 2,46 a A 2,33 c A 2,32 c A 2,51 a A 2,46 a A 2,15 c A 2,16 b A 2,50 ab A 2,51 b A 2,37 b A 2,39 a A 2,31 b A 2,39 ab A
T2 2,25 b A 2,22 b A 2,17 c A 2,16 c A 2,26 b A 2,25 b A 2,27 bc A 2,27 b A 2,35 bc A 2,32 c A 2,19 c A 2,20 b A 2,21 b A 2,31 bA
G4
T3 2,48 a A 2,44 a A 2,67 b A 2,66 b A 2,41 ab A 2,40 ab A 2,40 b A 2,23 b B 2,27 c A 2,24 c A 2,42 ab A 2,37 a A 2,56 a A 2,48 aA
T4 2,51 a A 2,52 a A 2,92 a A 2,90 a A 2,52 a A 2,53 a A 2,60 a A 2,64 a A 2,58 a B 2,70 a A 2,54 a A 2,48 a A 2,58 a A 2,51 a A
T1 2,17 a A 2,13 a A 2,12 ab A 2,12 a A 2,01 a A 2,03 a A 1,96 a A 2,06 a A 1,97 a A 2,00 a A 1,97 a A 2,00 a A 1,61 b B 1,77 b A
T2 2,05 a A 2,04 a A 1,99 b A 2,02 a A 1,75 b A 1,86 b A 1,53 b A 1,59 b A 1,80 b A 1,59 b B 1,62 b A 1,69 b A 1,54 b B 1,87 b A
G5
T3 2,20 a A 2,16 a A 2,13 ab A 2,13 a A 2,01 a A 2,08 a A 1,97 a A 2,00 a A 1,88 ab B 2,05 a A 2,00 a A 2,09 a A 1,89 a B 2,10 a A
T4 2,20 a A 2,11 a A 2,17 a A 2,14 a A 2,12 a A 2,13 a A 2,08 a A 2,15 a A 2,03 a A 2,10 a A 1,90 a B 2,10 a A 1,77 aB 2,10 a A
Média com a mesma letra não tem diferença significativa pelo teste Tukey a nível de 5% de probabilidade
* Letras minúsculas indicam comparação entre linhas
**Letras maiúsculas indicam comparação entre colunas
58
O modelo G2 (Quadro 17) apresentou diferença significativa na
comparação das vazões médias entre os tratamentos, com 200 horas de
funcionamento, com a menor vazão ocorrendo no tratamento T4, sendo o mesmo
resultado obtido para os tempos de 250 e 300 horas. Nestas últimas avaliações, o
tratamento T1 apresentou vazões médias semelhantes às do T4, porém devido ao
desenvolvimento de algas nos gotejadores. No tratamento T2 ocorreu aumento da
vazão média no final (300 horas), comparado com a vazão inicial que era
próxima à vazão nominal deste modelo (Figuras 9 e 10). Este aumento de vazão,
no tratamento T2 pode ter ocorrido devido ao mecanismo de autolimpeza do
modelo. Segundo informação do fabricante, “a entrada da água no gotejador é
feita através de um filtro, projetado para evitar a penetração de partículas de
sujeira nas passagens da água; qualquer partícula que possa causar o entupimento
será expelida através das amplas passagens de água, ou incrementará a pressão
diferencial, fazendo com que o diafragma momentaneamente aumente o volume
do corte transversal da saída de água e expulse a sujeira para fora do sistema”.
Como a água que abastecia este sistema possuía alto teor de ferro total,
favorecendo o crescimento de ferrobactérias, a mucilagem formada por esses
microorganismos dentro dos gotejadores pode ter contribuído para o
funcionamento contínuo deste mecanismo de autolimpeza, visto que essas
mucilagens aderem-se fortemente às paredes suas internas dos gotejadores.
Resende et al. (2000) constataram redução de vazão, para o modelo similar, após
1200 horas de funcionamento, cuja água que abastecia o sistema apresentava
uma concentração de 0,05 Fe 2+ e baixo teor de sólidos em suspensão.
Considerando o modelo G3, observam-se diferenças significativas,
quando se compara as vazões médias após 50, 100 e 150 horas de
funcionamento, no tratamento T2, mantendo a mesma média para os outros
tratamentos. No tratamento T3 as reduções ocorreram após 200 e 250 horas de
funcionamento, aumentando ao final dos trabalhos. O tratamento T1 apresentou
vazões médias entre as do T4 e T3, na última avaliação. Nesta avaliação, o T2
continuou a apresentar as vazões mais baixas, como se pode observar nas Figuras
11 e 12.
59
4,00
Vazão (L h -1 )
3,00
2,00
1,00
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
4,00
Vazão (L h -1 )
3,00
2,00
1,00
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
Figura 10 – Vazão média e nominal dos gotejadores (Modelo G2) sem válvula,
nos tratamentos 1, 2, 3 e 4.
4,00
Vazão (L h-1)
3,00
2,00
1,00
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
Figura 11 – Vazão média e nominal dos gotejadores (Modelo G3) com válvula,
nos tratamentos 1, 2, 3 e 4.
60
4,00
Vazão (L h-1)
3,00
2,00
1,00
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
Figura 12 – Vazão média e nominal dos gotejadores (Modelo G3) sem válvula,
nos tratamentos 1, 2, 3 e 4.
4,00
Vazão (L h-1)
3,00
2,00
1,00
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
61
4,00
Vazão (L h-1)
3,00
2,00
1,00
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
Figura 14 – Vazão média e nominal dos gotejadores (Modelo G4) sem válvula,
nos tratamentos 1, 2, 3 e 4.
62
4,00
Vazão (L h-1)
3,00
2,00
1,00
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
Figura 15 – Vazão média e nominal dos gotejadores (Modelo G5) com válvula,
nos tratamentos 1, 2, 3 e 4.
4,00
Vazão (L h-1)
3,00
2,00
1,00
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
Figura 16 – Vazão média e nominal dos gotejadores (Modelo G5) sem válvula,
nos tratamentos 1, 2, 3 e 4.
63
Quadro 18 - Análise de variância para os valores de CUD
Soma de Quadrado
Fontes de Variação G.L. F Signif.
Quadrado Médio
Tratamento 3 26461,34 8820,44 906,14 **
R (a) 4 71,12 17,78
Modelo 4 17821,44 4455,36 457,71 **
Avaliação 6 10713,06 1785,51 183,43 **
Avaliação x Modelo 24 7087,25 295,30 30,34 **
Avaliação x Tratamento 18 11621,65 645,64 66,33 **
Modelo x Tratamento 12 21432,39 1786,03 183,48 **
Aval. x Modelo x Trat. 72 9660,39 134,17 13,78 **
R (b) 136 1323,83 9,73
Total 279
64
Quadro 19 - Valores de CUD para os modelos de gotejadores G1, G2, G3, G4 e
G5 ao longo do tempo e teste de média entre tratamentos.
Tempo (h)*
Modelo Tratamento
2 50 100 150 200 250 300
T1 93,7 a 93,1 a 92,1 a 87,2 a 92,1 a 90,1 a 84,0 a
G1 T2 90,1 a 90,8 a 38,2 b 5,4 c 0,0 c 0,0 c 0,0 c
T3 95,1 a 93,5 a 92,0 a 67,7 b 61,8 b 55,6 b 53,6 b
T4 93,8 a 92,4 a 93,6 a 93,8 a 93,8 a 92,9 a 92,3 a
T1 94,3 a 96,4 a 95,9 a 95,1 a 95,8 a 93,8 a 89,8 a
G2 T2 96,0 a 96,5 a 95,3 a 94,8 a 94,3 a 90,5 a 93,0 a
T3 96,1 a 95,5 a 96,5 a 94,9 a 94,0 a 92,1 a 90,0 a
T4 95,1 a 95,6 a 96,3 a 95,7 a 94,8 a 94,3 a 93,9 a
T1 93,6 a 91,3 a 91,8 a 89,4 a 93,1 a 91,2 a 82,8 ab
G3 T2 90,4 a 91,4 a 78,8 b 64,3 b 53,5 b 46,8 b 33,2 c
T3 93,2 a 94,1 a 94,4 a 88,6 a 84,7 a 80,7 a 76,2 b
T4 91,6 a 93,1 a 92,0 a 90,7 a 90,1 a 91,2 a 90,4 a
T1 92,7 a 95,7 a 96,6 a 93,8 a 94,4 a 93,9 a 92,4 a
T2 93,9 a 97,1 a 90,9 a 91,0 a 89,3 a 86,7 a 86,2 a
G4
T3 91,0 a 97,2 a 97,1 a 91,7 a 93,3 a 92,8 a 93,2 a
T4 93,6 a 96,2 a 97,1 a 97,6 a 94,0 a 93,9 a 93,2 a
T1 93,8 a 94,7 a 92,8 a 91,7 a 93,5 a 91,5 a 87,7 a
T2 91,8 a 91,5 a 72,5 b 56,1 b 41,0 b 40,6 b 54,0 b
G5
T3 94,8 a 95,2 a 93,3 a 88,6 a 85,3 a 82,3 a 84,5 a
T4 94,2 a 95,3 a 94,9 a 93,8 a 91,7 a 91,5 a 89,8 a
* Média com a mesma letra entre linhas não tem diferença significativa pelo teste Tukey a nível de 5% de
probabilidade
65
explicado por entupimentos parciais provocados por algas. A presença desses
organismos, no tratamento T1, já fora observada no início do trabalho e, para
solucionar o problema, a captação foi mudada para outra fonte. Entretanto, o
problema continuou e, com 150 horas de funcionamento, foi aplicado hipoclorito
de sódio na concentração de 15 mg L-1; contudo, esta medida não foi suficiente
para solucionar o problema. Esses organismos tiveram seu crescimento
favorecido, neste setor, devido à necessidade do reaproveitamento da água.
100
75
CUD (%)
50
25
0
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
100
75
CUD (%)
50
25
0
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
66
menores valores de CUD devido a entupimentos provocados pela precipitação de
ferro e presença de ferrobactérias. Resultados semelhantes foram encontrados por
Costa (2000), para gotejadores tipo “Tape” abastecidos com água contendo uma
concentração de ferro de 3,0 mg L-1.
O modelo G2 apresentou excelentes valores de CUD em todos os
tratamentos, ao longo de 300 horas de funcionamento (Quadro 19), apesar da
redução de vazão (Quadro 17). Entretanto, a redução de vazão foi uniforme nos
gotejadores avaliados, sem prejudicar a uniformidade de distribuição de água. Os
valores de CUD foram semelhantes para linhas instaladas com e sem válvulas
(Figuras 19 e 20).
100
75
CUD (%)
50
25
0
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
100
75
CUD (%)
50
25
0
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
67
O modelo G3 apresentou gotejadores com entupimento total no
tratamento T2 com 300 horas de funcionamento, com valores de CUD de 33,2%.
Estes entupimentos, foram provocados pela precipitação de ferro no interior da
tubulação e presença de ferrobactérias. No T3, o uso de filtro de disco associado à
aeração e à decantação não foi suficiente para evitar entupimentos provocados
pela elevada concentração de ferro na água em alguns gotejadores, do modelo
G3. Entretanto, os resultados foram semelhantes àqueles do tratamento T2, que só
possuía filtro de disco, conforme se pode observar no Quadro 19. Os melhores
resultados, para este modelo, foram observados nos tratamentos T1 e T4, com o
T1 apresentando tendência à redução (Figuras 21 e 22), CUD de 82,8 %, devido
ao desenvolvimento de algas. O CUD de 90,4%, no T4, evidencia o efeito do
tratamento com cloro associado à filtragem, aeração e tanque de decantação. O
efeito dessas medidas preventivas, a longo prazo, pode ser observado nos
resultados das avaliações realizadas no Estado do Espírito Santo, em sistemas de
irrigação com mais de 70 meses de funcionamento, abastecidos com água
contendo elevados teores de ferro, que apresentaram valores de CUD
classificados como razoáveis e bons (Quadro7).
100
75
CUD (%)
50
25
0
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
68
100
75
CUD (%)
50
25
0
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
100
75
CUD (%)
50
25
0
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
69
100
75
CUD (%)
50
25
0
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
100
75
CUD (%)
50
25
0
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
70
100
75
CUD (%)
50
25
0
2 50 100 150 200 250 300
Tempo (h)
71
Quadro20. Valores de CUD nos tratamentos e ao longos das avaliações e
respectivo teste de médias entre os modelos de gotejadores
Tempo Tratamentos*
Modelos
(h) 1 2 3 4
G1 93,7 a 90,1 a 95,1 a 93,8 a
72
5. RESUMO E CONCLUSÕES
73
Na segunda etapa, foram avaliados os efeitos de quatro tratamentos sobre
a vazão e a uniformidade de aplicação de água de cinco modelos distintos de
emissores. Foram avaliadas oito linhas laterais, em cada modelo, sendo a metade
provida de válvula de drenagem. O tratamento 1 (T1) foi abastecido com água
com teor de ferro total menor que 0,1 mg L-1, em condições de filtragem comum
(filtro de disco). Os tratamentos 2, 3 e 4 foram abastecidos com água com teor de
ferro total maior que 2,0 mg L-1, sendo assim caracterizados: T2, filtragem
comum com filtro de disco; T3, filtragem comum com filtro de disco associado ao
processo de aeração e decantação; e T4, filtragem comum com filtro de disco
associado ao processo de cloração, aeração e decantação. Para determinação do
CUD, avaliou-se a vazão de oito gotejadores, em cada linha, no início e a cada 50
horas, até totalizar 300 horas de funcionamento. De acordo com resultados
obtidos, pode-se concluir que:
O tratamento contínuo com 0,5 mg L-1 de cloro livre, nos finais de linha,
reduziu os riscos de entupimentos provocados pela precipitação de ferro e inibiu
o crescimento de ferrobactérias, mas apresenta como desvantagem um custo
elevado.
Existe diferença significativa no comportamento dos emissores
avaliados, em relação à suscetibilidade ao entupimento, em condições de água
com elevados teores de ferro.
A utilização de aeradores seguidos de decantadores possibilitou uma
melhora acentuada da uniformidade de aplicação de água para os emissores mais
sensíveis ao entupimento, provocado pela utilização de água com elevados teores
de ferro.
74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAR, I.; Iron control system for drip irrigation. Proceedings of Fifth
International Microirrigation Congress. Orlando, Florida. p. 239-243. 1995.
75
BOSWELL, M.J.; Manual de diseño y manejo de sistemas de micro-
irrigacíon. Tradução de J.R. Lopes, A.P. Regalado, M.B. Hernández.
Sevilla. 291p. 1990.
BRALTS, V. F.; WU, I. P.; GITLIN, H. M. Drip irrigation uniformity
considering emitter plugging. Transactions of the ASAE, St. Joseph, v.24,
n.5, p.1234-1240, 1981b.
76
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