Geometria Analitica e Algebra Linear para Iniciantes PDF
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Sumário
2
1.10 Cálculo da Matriz Inversa usando Operações Elementares . . . . . . . . . . . . . . 35
1.10.1 Um Método para Inverter Matrizes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.11 Sugestão de Leitura e Estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.12 Exercı́cios de Fixação (Lista 2) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
1.13 Sistemas de Equações Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
1.13.1 Operações Elementares sobre as equações de um Sistema . . . . . . . . . . 41
1.13.2 Operações Elementares sobre as linhas da matriz ampliada . . . . . . . . . 42
1.14 Eliminação Gaussiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
1.14.1 Classificação de um Sistema Linear quanto à Solução . . . . . . . . . . . . 44
1.14.2 O Método de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
1.14.3 O Método de Gauss-Jordan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
1.15 Exercı́cios de Fixação ( Lista 3) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
2 Vetores 43
2.1 Segmentos Orientados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.2 Vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.3 Adição de Vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
2.4 Produto por Escalares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
2.5 Ângulo entre dois vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4 Produto de Vetores 57
4.1 Cálculo da norma de um vetor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.2 Distância entre dois pontos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.3 Produto interno euclidiano ou produto escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
4.3.1 Produto interno em termos das Componentes . . . . . . . . . . . . . . . . 59
4.3.2 Propriedades do produto escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3
4.3.3 Condição de ortogonalidade de dois vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4.3.4 Estudo da Projeção Ortogonal usando Produto Escalar . . . . . . . . . . . 61
4.4 Produto Vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.4.1 Propriedades do Produto Vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
4.4.2 Interpretação geométrica do módulo do produto vetorial de dois Vetores . . 65
4.5 Produto Misto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
4.5.1 Propriedades do produto misto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.5.2 Interpretação geométrica do módulo do produto misto . . . . . . . . . . . 68
4.6 Exercı́cios de Fixação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
4
5.19 Interseção de Dois Planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
5.20 Distância de um Ponto a um Plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
5.21 Distância entre dois planos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
5.22 Distância de uma Reta a um Plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
6 Cônicas e Quádricas 95
6.1 Definição geométrica das Cônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
6.2 Definição analı́tica das Cônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
6.3 Definição geométrica das Superfı́cies Quádricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
6.4 Definição analı́tica das Superfı́cies Quádricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
6.5 A elipse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
6.5.1 Elementos da elipse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
6.5.2 Expressão analı́tica da elipse centrada na origem . . . . . . . . . . . . . . . 100
6.5.3 Elipses transladadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
6.6 O Elipsóide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
6.7 A Hipérbole . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
6.7.1 Elementos da Hipérbole . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
6.7.2 Expressão analı́tica da hipérbole centrada na origem . . . . . . . . . . . . . 107
6.7.3 Hipérboles transladadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
6.8 O Hiperbolóide de um folha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
6.9 A Parábola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
6.9.1 Elementos da parábola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
6.9.2 Expressão analı́tica da parábola com vértice na origem . . . . . . . . . . . 112
6.9.3 Parábolas Transladadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
6.10 O Parabolóide elı́ptico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
6.11 O Hiperbolóide de duas folhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
6.12 O Parabolóide hiperbólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
6.13 Superfı́cie Cônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
6.13.1 O Cone Quádrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
5
6.14 Superfı́cie Cilı́ndrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
6
9.4 Núcleo e Imagem de uma Transformação Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
9.5 Matrizes de Transformações Lineares Arbitrárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
7
PREFÁCIO
A primeira edição destas notas foi feita no ano de 2009, em parceria com a professora Msc.
Ângela Mognon, quando ingressei na UTFPR e ministrávamos aulas de Geometria Analı́tica
e Álgebra Linear, a alunos dos primeiros anos de Engenharia, no campus de Campo Mourão,
Paraná. Com esta parceria tive total apoio na digitalização textual e gráfica, nas leituras pre-
liminares, na escolha das referências e na revisão dos textos, contanto também com o apoio e
incentivo do professor Dr. Doherty de Andrade, o qual somos imensamente gratas, pois seu incen-
tivo e orientação na utilização do editor de texto matemático TeX, tornou possı́vel a digitalização
destas notas.
A motivação ao preparo destas notas inicialmente foi facilitar e agilizar a apresentação dos
conteúdos em sala de aula, já que a ementa semestral é extensa por atender os tópicos de Geome-
tria Analı́tica e Álgebra Linear. Logo, este material foi elaborado com o intuito de proporcionar
ao aluno um melhor acompanhamento da aula e consiste somente de algumas anotações para
serem utilizadas durante as aulas. Sem preocupações em copiar definições e enunciados espera-se
que o aluno possa se concentrar nas demonstrações e resolução de exemplos e exercı́cios que serão
feitas em sala.
8
Agradeço à professora Msc. Viviane Colucci pelo incentivo e colaboração na edição do texto
sobre Matrizes e Determinantes e na digitalização de exercı́cios sobre o tema. Esta contribuição
foi inserida nestas notas a partir de 2011.
Agradeço o apoio dos professores Dr. Adilandri Mércio Lobeiro e Esp. Luciano Ferreira da
Silva nas orientações sobre a utilização do editor TeXnicCenter e incentivo na divulgação destas
notas.
Agradeço a participação e parceria dos alunos das Engenharias nos projetos desenvolvidos nas
APS e deixo registrado na capa destas notas, algumas das obras modeladas no decorrer destes
semestres. Fico muito grata em ver o empenho, a motivação e amadurecimento matemático ad-
quirido na utilização da Geometria Analı́tica para modelar algebricamente e computacionalmente
no software Maple superfı́cies tridimensionais do nosso cotidiano. Estes projetos tem evidenci-
ado a relação existente entre a teoria e a prática e espero divulgá-los em publicações e eventos,
objetivando a motivação ao uso de novas possibilidades de ensino e aprendizagem de Geometria
Analı́tica nas Engenharias.
Sou grata também ao apoio dos professores do departamento de matemática que utilizam estas
notas em suas aulas e espero que o material seja útil tanto aos discentes quanto aos docentes da
disciplina Geometria Analı́tica e Álgebra Linear.
9
Capı́tulo 1
Introdução
Muitas vezes na Engenharia e na Matemática uma informação é organizada em linhas e
colunas formando agrupamentos retangulares chamados matrizes. Estas matrizes podem ser
tabelas de dados numéricos surgidos de observações fı́sicas, mas também ocorrem em vários
contextos matemáticos. Por exemplo, veremos que para resolver um sistema de equações lineares
toda informação requerida para chegar à solução está encorpada em uma matriz e que a solução
pode ser obtida efetuando operações apropriadas nesta matriz. Isto é particularmente importante
no desenvolvimento de programas de computador para resolver sistemas de equações lineares,
porque os computadores são muito bons pra manipular coleções de números.
Durante o curso você terá oportunidade de pesquisar e manipular um software matemático
com capacidade de efetuar operações com matrizes, o que facilita muito os cálculos algébricos
matriciais no trabalho com ciências exatas e podem enriquecer a experiência do aprendizado,
bem como ajudar com os cálculos tediosos. No entanto, todo futuro engenheiro precisa dominar
todas as técnicas básicas de álgebra linear resolvendo à mão exemplos iniciais. A tecnologia
pode então ser usada para resolver exemplos subsequentes e aplicações que possuem dados que
tornam os cálculos à mão não práticos. Entretanto, você deve fazer tantos exemplos quanto
puder com lápis e papel até que se sinta confortável com as técnicas e mesmo quando utilizar um
software, pense sempre como você faria os cálculos manualmente e depois de obter uma resposta
do software, avalie se ela é razoável.
Não se esqueça nunca: ”É o homem que manipula a máquina, não é a máquina que manipula
o homem.”
10
1.1 Matrizes
A palavra matriz deriva da palavra latina mater, que significa ”mãe”. Quando o sufixo -iz é
acrescentado, o significado torna-se ”útero”. Assim como um útero envolve um feto, os colchetes
de uma matriz envolvem seu elementos, e assim como no útero é gerado um bebê, uma matriz gera
certos tipos de funções, chamadas transformações lineares, que seram estudadas posteriormente.
As matrizes são tabelas de números reais utilizadas em vários ramos da Ciência e da Enge-
nharia.
Várias operações executadas por cérebros eletrônicos são computações por matrizes.
Vejamos um exemplo:
Considere a tabela a seguir, que indica as notas (0 − 10) dos Alunos A1, A2 e A3 em uma
determinada disciplina do curso de Engenharia:
No quadro indicado os números colocados nas disposições horizontais formam o que denomi-
namos linha e os colocados nas disposições verticais formam o que denominamos coluna.
Para sabermos a nota de atividade do Aluno A3 basta procuramos o número que está na
terceira linha e na segunda coluna.
Se nós suprimirmos os tı́tulos, ficaremos com a seguinte coleção retangular de números com
três linhas e duas colunas, denominada matriz :
9, 0 7, 0
A = 3, 0 5, 0
6, 5 8, 4
Definição 1.1 Uma matriz de ordem m × n, é um quadro A com elementos (números, po-
linômios, funções etc.) dispostos em m linhas e n colunas da forma:
a11 a12 · · · a1n
a21 a22 · · · a2n
Am×n =
··· ···
··· ···
am1 am2 · · · amn
11
em que os números aij , com 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ j ≤ n, em nosso estudo, são números reais. O
número aij chama-se o elemento de ordem ij de A. De forma mais compacta, a matriz acima
pode ser escrita como
(Usamos letras maiúsculas para denotar matrizes e letras minúsculas para denotar quantidades
numéricas.)
A i-ésima linha de A é a n-upla
Ai = (ai1 , . . . , ain )
a1j
..
.
Aj =
..
.
amj
Portanto, uma matriz de ordem m × n, denotada por Am×n = [aij ]m×n , possui m linhas e n
colunas.
2 1 1
Exemplo 1.1 O quadro A = é uma matriz real de ordem 2 × 3. onde:
3 −2 5
a11 = 2, a12 = 1, a13 = 1
a21 = 3, a22 = −2, a23 = 5
Exemplo 1.2 B = 2 1 0 −3 é uma matriz real de ordem 1 × 4;
1
C= é uma matriz real de ordem 2 × 1 e;
3
D = 4 é uma matriz real de ordem 1 × 1;
Definição 1.2 Duas matrizes Am×n = [aij ]m×n e Br×s = [bij ]r×s são iguais se elas têm o mesmo
número de linhas (m = r) e o mesmo número de colunas (n = s), e se todos os seus elementos
correspondentes são iguais (aij = bij ).
Notação: A = B.
2
3 1 log1 9 sen90◦ 0
Exemplo 1.3 =
2 22 5 2 4 5
12
Exercı́cio 1.1 Escreva, explicitamente, as matrizes
a) A = (aij )3×2 , sendo aij = i + j
i
b) B = (bij )3×6 , sendo bij = j
Exercı́cio 1.2 Dada a matriz M = (aij )6×8 , tal que aij = i − j, obtenha o elemento a43 .
Exemplo 1.4 A = [2 1 2]
a11
..
.
2. Matriz coluna: é a m-upla Am×1 = , isto é, uma matriz de ordem m × 1.
..
.
am1
2
4
Exemplo 1.5 A =
0
6
4. Matriz Nula: é a matriz, denotada por 0m×n , que possui todos os elementos nulos.
0 0 0
0
Exemplo 1.7 01×1 = 0 02×1 = 03×3 = 0 0 0
0
0 0 0
13
5. Matriz Diagonal é toda matriz quadrada A tal que aij = 0, quando i 6= j.
−1 0 0
0 0
Exemplo 1.8 A= 0 1 0 B=
0 0
0 0 3
6. Matriz Identidade é toda matriz quadrada I tal que aij = 1, quando i = j e aij = 0, se
i 6= j.
1 0 0
1 0
Exemplo 1.9 A= 0 1 0 B=
0 1
0 0 1
7. Matriz Triangular Superior é toda matriz quadrada tal que aij = 0, quando i > j. Ou
seja, é uma matriz quadrada onde todos os elementos abaixo da diagonal são nulos.
1 1 3
3 2
Exemplo 1.10 A= 0 −2 5 B=
0 1
0 0 1
8. Matriz Triangular Inferior é toda matriz quadrada tal que aij = 0, quando i < j. Ou
seja, é uma matriz quadrada onde todos os elementos acima da diagonal são nulos.
1 0 0
a 0
Exemplo 1.11 A= −1 −2 0 B=
b c
4 5 1
14
1.3.1 Adição de Matrizes
Considere a tabela (apresentada na pág. 5) das notas dos alunos A1, A2 e A3:
Supondo que foram aplicadas outras duas avaliações e os resultados obtidos estão descritos
nas tabelas
9, 0 + 9, 5 + 6, 0 7, 0 + 3, 0 + 4, 0
S = A + B + C = 3, 0 + 7, 3 + 7, 0
5, 0 + 5, 5 + 6, 0
6, 5 + 8, 5 + 5, 5 8, 4 + 4, 4 + 9, 4
logo,
24, 5 14, 0
S = 17, 3
16, 5
20, 5 22, 2
é a matriz que representa o total de pontos obtidos por cada aluno em provas e atividades na
disciplina.
Generalizando, temos a seguinte definição:
Definição 1.3 Sejam as matrizes A, B ∈ Mmn (R), então a soma S = A + B é a matriz obtida
somando as entradas de A às entradas correspondentes de B. Em notação matricial, se A = [aij ]
e B = [bij ] são matrizes m × n, então
15
1 0 1 2 3 0 3 3 1
Exemplo 1.12 2 −2 0 + 2 7 6 = 4 5 6
4 5 1 1 −2 1 5 3 2
Observação 1.3 A matriz nula é o elemento neutro para a adição de matrizes. Isto é,
Suponhamos que o professor citado nos exemplos anteriores, queira comparar os primeiros e
segundos resultados obtidos pelos alunos nas provas 1 e 2 e nas respectivas atividades. Para
saber se houve aumento/diminuição de nota, podemos calcular a diferença dij = bij − aij , entre
as respectivas notas de provas e atividades.
Se dij > 0 então, houve um aumento de nota da prova 1 para a prova 2;
Se dij < 0 então, houve uma diminuição de nota da prova 1 para a prova 2;
Se dij = 0 então, a nota se manteve.
Fazendo o cálculo da diferença entre as respectivas notas de provas e atividades, temos:
9, 5 3, 0 9, 0 7, 0 0, 5 −4, 0
B − A = 7, 3 5, 5 − 3, 0 5, 0 = 4, 3 0, 5
8, 5 4, 4 6, 5 8, 4 2, 0 −4, 0
Analisando a matriz diferença B − A podemos concluir que todos alunos aumentaram suas
notas de provas e dois alunos teve diminuição de nota de atividade.
De modo geral, definimos:
Seja S a matriz definida na seção (1.3.1) que representa o total de pontos dos alunos em uma
determinada disciplina avaliada por meio de provas e atividades. Para obter a média aritmética
16
1
do total de pontos em provas e avaliações calcula-se 3
de cada nota disponibilizada nas colunas
de S, ou seja,
1 1
3
.(24, 5) 3
.(14, 0)
1 1
1 .(17, 3)
3 3
.(16, 5)
N = .S =
3
1
1
.(20, 5) .(22, 2)
3 3
logo,
8, 2 4, 7
N ≈ 5, 8
5, 5
6, 8 7, 4
representa a média aritmética do total de pontos em provas e avaliações.
Generalizando, definimos:
Observação 1.4 A + (−1)A = 0m×n , ∀ A ∈ Mmn (R). A matriz (−1)A, denotada por −A, é
a matriz oposta de A.
−2 7 2 −7
Exemplo 1.15 A matriz oposta da matriz A = é −A =
1 2 −1 −2
2. A + B = B + A.
17
3. A + (B + C) = (A + B) + C.
4. 0m×n + A = A + 0m×n = A.
5. A + (−1)A = 0m×n .
7. c(A + B) = cA + cB.
8. (c + d)A = cA + dA.
9. (cd)A = c(dA).
10. 1A = A.
Apresentaremos a seguir operações matriciais que não possuem analogia com a aritmética dos
números reais.
Definição 1.6 A transposta de uma matriz A = [aij ]m×n é a matriz B = At = [aji ]n×m , cujas
linhas são as colunas de A, isto é, bij = aji , para todo i e j.
2 1
t 2 0 −1
Exemplo 1.16 A transposta da matriz A = 0 3 é a matriz A =
1 3 4
−1 4
18
2 1 3
Exemplo 1.17 A = 1 6 4
3 4 1
Observação 1.5 A diagonal de uma matriz A anti-simétrica é nula. Isto é, aii = 0.
Definição 1.9 Se A é uma matriz quadrada, então o traço de A, denotado por tr(A), é definido
pela soma das entradas na diagonal principal de A : a11 + a22 + . . . + ann .
O traço de A não é definido se A não é uma matriz quadrada.
−1 2 7 0
3 5 −8 4 temos: tr(A) = −1 + 5 + 7 + 0 = 11
Exemplo 1.19 Para A=
1 2 7 −3
4 −2 1 0
Até aqui nos definimos a multiplicação de uma matriz por um escalar mas não a multiplicação de
duas matrizes. Como na definição da adição (e subtração) somamos (e subtraı́mos) as entradas
correspondentes, pareceria natural definir a multiplicação de matrizes multiplicando as entradas
correspondentes. Contudo, ocorre que tal definição não seria muito útil na maioria dos proble-
mas práticos e teóricos. A experiência levou os matemáticos à uma definição mais útil para a
multiplicação de matrizes.
Ilustraremos a devida definição dando continuidade a situação exposta anteriormente:
Seja N a matriz (seção 1.3.3) que representa o total de pontos dos alunos em uma determinada
disciplina avaliada por meio de provas e atividades. Atribuindo peso 8, 0 para as provas e peso
2, 0 para as atividades podemos obter a nota final de cada aluno da seguinte maneira:
19
8, 2 4, 7 8, 2.(0, 8) + 4, 7.(0, 2)
0, 8
N F = N.P = 5, 8 5, 5 . = 5, 8.(0, 8) + 5, 5.(0, 2)
0, 2
6, 8 7, 4 6, 8.(0, 8) + 7, 4.(0, 2)
logo,
7, 5
N F = 5, 7
6, 9
Este exemplo nos leva às seguintes observações:
- para tornar possı́vel o produto N.P o número de colunas de N deve coincidir com o número
de linhas de P ;
- o produto da linha i de N pela coluna j de P resulta em um único valor (nf )ij ;
Generalizando, definimos:
Definição 1.10 Seja uma matriz A de ordem m×n e B uma matriz de ordem n×p. O produto
de A por B,denotado por AB, é a matriz de ordem m × p, cujo elemento de ordem ij é obtido
multiplicando ordenadamente, os elementos da i-ésima linha de A pelos elementos da j-ésima
coluna de B e somando-se os produtos assim obtidos. Isto é,
b1j
..
.
(ab)ij = Ai B j = (ai1 , . . . , ain ) = ai1 b1j + . . . + ain bnj
..
.
bnj
para 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ j ≤ p.
1 2
1 0 −1
Exemplo 1.20 Dadas as matrizes A = e B = 0 1 , determine AB.
2 1 3
0 1
1 1
Resposta: A.B = ,
2 8
20
Teorema 1.1 Desde que sejam possı́veis as operações, as seguintes propriedades são válidas:
1. A.(B + C) = AB + AC; 2. (B + C)A = BA + CA;
5. (AB)t = B t At ; 6. AI = IA = A;
7. A0 = 0A = 0m×n .
Teorema 1.2 A inversa de uma matriz quadrada A é única e será denotada por A−1 .
prova:
Suponhamos que B e C são inversas da matriz A. Então:
(BA) = I
Multiplicando ambos os lados da igualdade pela direita por C têm-se:
(BA)C = IC = C
−1 1 d −b
A =
ad − bc −c a
21
prova: Basta verificar que A.A−1 = A−1 .A = I2×2 .
prova: Basta verificar que At .(A−1 )t = (A−1 .A)t = I t = I, usando o item 5 do Teorema (1.1).
Exercı́cio 1.3 Use o Teorema (1.3) para calcular as inversas das seguintes matrizes.
3 1 2 −3 6 4 2 0
a) A = b) B = c) C = d) D =
5 2 4 4 −2 −1 0 3
Resposta:
2 −1 1 4 3 −1 1 −1 −4 −1 1 3 0
a) A−1 = b) B −1 = c) C = d) D =
−5 3 20 −4 2 2 2 6 6 0 2
A−1 = At .
cosθ −senθ
Exemplo 1.22 A matriz A = é ortogonal pois, At .A = A.At = I.
senθ cosθ
3 2 6
7 7 7
Exercı́cio 1.4 Verifique se A = − 76 3
7
2
7
é ortogonal.
2 6
7 7
− 37
22
1.7 Lista 1
1. Um conglomerado é composto por cinco lojas, numeradas de 1 a 5. A matriz a seguir
apresenta o faturamento em reais de cada loja nos quatro primeiros dias de fevereiro.
1950 2030 1800 1950
1500 1820 1740 1680
F =
3100 2800 2700 3050
2500 2420 2300 2680
1800 2020 2040 1950
t 2 3 −5 8
3. Determinar a matriz transposta A de A = .
3 −7 1 9
0 3 4
4. Considerando a matriz anti-simétrica A = −3 0 −6 , calcule At . O que você observa
−4 6 0
em relação a A e At ?
23
1 −2 3 3 0 2
5. Considere A = eB= , calcule:
4 5 −6 −7 1 8
(a) A + 5B
(b) 3A
(c) 2A − 3B
2 1 0 3 −4 3 5 1
6. Considere as matrizes A = −1 0 2 4 e B = 2 2 0 −1 , encontre
4 −2 7 0 3 2 −4 5
1
A + B, A − B e 3 A
8. Em cada item, encontre a operação que se pede (adição, subtração ou multiplicação) entre
as matrizes dadas abaixo:
2 5 −7 3 3 2
a) A = eB= , encontre A + B.
3 −2 4 8 9 1
4 −1 5 −6
b) A = eB= , encontre A − B; AB e BA.
−3 9 7 −8
5 2 4 1
4 2 6
c) A = e B = 2 3 1 0 encontre AB.
2 5 3
1 2 7 6
1 −3 2 1 4 1 0 2 1 −1 −2
d) A = 2 1 −3 , B = 2 1 1 1 e C = 3 −2 −1 −1
4 −3 −1 1 −2 1 2 2 −5 −1 0
encontre AB e encontre AC. O que observou?
1 0 0 0 0 1
9. Considerando A = , B= e C= , calcule (AB) C e A (BC).
0 0 1 0 0 0
24
1 0
−2 3
a) A = eB= 0 6 1
5 4 3 8 −2 2×3
0 1 4×2
−1
−2 0 1
b) A = eB= 2
3 0 1 2×3
4 3×1
2 1
1 −1
c) A = 4 2 e B =
0 4 2×2
5 3 3×2
1 −1 1 1 2 3
d) A = −3 2 −1 e B = 2 4 6 . Neste item, encontre também BA.
−2 1 0 1 2 3
1 2 2 0
11. Se A = eB= , calcule AB e BA. O que observa sobre o resultado do
3 −1 1 1
produto AB e BA?
4 −5
−4 6 −3
12. Dadas as matrizes A = 3 −7 e B =
, calcule (AB)t .
−3 5 8
−2 4
x y 2 3 1 0
13. Ache x, y, z e w se = .
z w 3 4 0 1
14. Um construtor tem contratos para construir 3 estilos de casa: moderno, mediterrâneo e
colonial. A quantidade de material empregada em cada tipo de casa é dado por:
25
b) Se ele vai construir 5, 7 e 12 casas dos tipos moderno, mediterrâneo e colonial, res-
pectivamente, quantas unidades de cada material serão empregadas?(Sugestão: crie a
matriz quantidade, Q1×3 e calcule a matriz material M = Q1×3 .C3×5 )
c) Suponha agora que os preços por unidades de ferro, madeira, vidro, tinta e tijolo sejam,
respectivamente, 15, 8, 5, 1 e 10 reais. Com relação a esses materiais qual é o preço
unitário de cada tipo de casa?(Sugestão: crie a matriz preço-material P M5×1 e calcule
a matriz preço-casa P C = C3×5 .P M5×1 )
d) Se ele vai construir 5,7 e 12 casas dos tipos moderno, mediterrâneo e colonial, respecti-
vamente.Considerando os mesmos preços, use produto de matrizes para obter o custo
total de material empregado.
2
2 x y
15. Considerando A = A · A, calcule .
z w
2 6 x
16. Considerando que A = eX= , encontre AX.
−5 4 y
17. Considerando as matrizes dadas nos itens abaixo, verifique se as matrizes A e B são inversas.
2 5 3 −5
a) A = eB=
1 3 −1 2
1 0 2 −11 2 2
b) A = 2 −1 3 e B = −4 0 1
4 1 8 6 −1 −1
26
1.8 A função Determinante de uma Matriz Quadrada
No Ensino Médio você deve ter se deparado com o cálculo de determinante de matrizes 2 × 2 e
3 × 3, fazendo uso de algumas regras e fórmulas.
No entanto, nesta seção verificaremos que o ”determinante” é um certo tipo de função, que
associa a cada matriz quadrada um número real, independente da ordem da matriz quadrada.
Para tanto necessitaremos de alguns conceitos preliminares.
Definição 1.11 Uma permutação do conjunto de inteiros {1, 2, ..., n} é um rearranjo destes
inteiros em alguma ordem sem omissões ou repetições.
Definição 1.12 Denotando por (j1 , j2 , ..., jn ) uma permutação arbitrária do conjunto {1, 2, ..., n}
dizemos que, ocorre uma inversão numa permutação sempre que um inteiro maior precede um
menor.
Definição 1.13 Uma permutação é chamada par se o número de inversões é um inteiro par e
é chamada ı́mpar se o número de inversões é ı́mpar.
27
Exercı́cio 1.6 Estude o número de inversões das permutações de {1, 2, 3} e classifique estas
permutações em par ou ı́mpar.
Definição 1.14 Seja A = [aij ]n×n uma matriz quadrada e (j1 , j2 , ..., jn ) uma permutação ar-
bitrária do conjunto {1, 2, ..., n} . O produto
Definição 1.15 Seja A uma matriz quadrada. A função determinante denotada por det é
definida da seguinte maneira:
X
det(A) = (−1)k a1j1 .a2j2 ...anjn
onde k é o número de inversões de (j1 , j2 , ..., jn ) ou seja, det(A) é definido como a soma de todos
os produtos elementares de A acompanhados do sinal: (+) se a permutação (j1 , j2 , ..., jn ) é par
ou (−) se (j1 , j2 , ..., jn ) é ı́mpar.
a11 a12 a13
det A = a21 a22 a23 = a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a13 a21 a32 − a31 a22 a13 − a32 a23 a11 − a33 a21 a12
a31 a32 a33
1. Se todos os elementos de uma linha (ou coluna) de A são nulos, então detA = 0.
2. Se B é a matriz que resulta quando multiplicarmos uma única linha ou coluna de A por
uma constante k, então detB = k.detA.
3. Se B é a matriz que resulta quando duas linhas ou duas colunas de A são permutadas,
então detB = −detA.
28
4. Se B é a matriz que resulta quando uma linha de A é somada a um múltiplo de outra linha,
então detB = detA
5. O determinante de uma matriz que tem duas linhas (ou colunas) iguais é zero. Se uma
linha é múltipla de outra linha, então o determinante é zero.
Teorema 1.5 Se A é uma matriz triangular n × n, então detA é o produto das entradas na
diagonal principal da matriz; ou seja,
1. Li −→ k.Li , para k 6= 0
Portanto, quando utilizarmos esta operação sobre A para triangularizá-la e ainda obter o
1
determinante de A, devemos lembrar de multiplicar o novo determinante pela fração ,
k
pois:
1
det(A) = D =⇒ det(B) = k.det(A) =⇒ det(A) = .det(B)
k
2. Li −→ Lj ,
29
Portanto, quando utilizarmos esta operação sobre A para triangularizá-la e ainda obter o
determinante de A, devemos lembrar de multiplicar o novo determinante por k = −1 pois
3. Li → Li + k.Lj
det(A) = det(B)
Portanto, a operação pode ser utilizada sem que haja preocupações com mudanças no
determinante de A.
Aplicaremos este método de Redução por linhas em nossas aulas para o cálculo do determinante
das seguintes matrizes:
0 1 5 3 6 −9 0 3 1
A = 3 −6 9 , B = 0 0 −2 e C = 1 1 2 .
2 6 1 −2 1 5 3 2 4
Exercı́cio 1.7 Calcule o determinante das matrizes indicadas abaixo usando o Método de Redução
por linhas:
0 1 1 1
2 1 3 1 1 1 1
1
2 2
1 2
0 1 1
1. A =
0
2. B =
2 1 0 2 1 1
3 3 3
0
0 1 2 3
− 13 2
3
0 0
30
1.8.3 Desenvolvimento de Laplace: A expansão em cofatores
Observando o Exemplo (1.26) notamos que o determinante da matriz de ordem 3 × 3 pode ser
desenvolvimento em função de determinantes de submatrizes 2 × 2 como segue:
detA = a11 (a22 a33 − a23 a32 ) + a12 (−a21 a33 + a23 a31 ) + a13 (a21 a32 − a22 a31 ) (1)
a a
= a11 22 23 − a12 a21 a23 + a13 a21 a22
.
a32 a33 a31 a33 a31 a32
Observe que o determinante da matriz 3 × 3 pode ser expresso em função dos determinantes
de submatrizes 2 × 2, isto é,
no qual Mij é o determinante da submatriz obtida de A, onde a i-ésima linha e a j-ésima coluna
foram retiradas. Além disso, se chamarmos Cij = (−1)i+j Mij , obtemos a expressão
Note que em cada uma dessas equações as entradas e os cofatores são todos da mesma linha
ou coluna. Estas equações são chamadas expansão em cofatores de det(A).
Estes resultados que acabamos de ver para matrizes 3 × 3 formam somente um caso especial
de um teorema geral, que enunciaremos a seguir:
31
Teorema 1.6 Expansão em Cofatores
O determinante de uma matriz A de tamanho n × n pode ser calculado multiplicando as
entradas de qualquer linha(ou coluna) pelos seus cofatores e somando os produtos resultantes, ou
seja,
n
X
detAn×n = ai1 Ci1 + · · · + ain Cin = aij Cij
j=1
n
X
detAn×n = a1j C1j + · · · + anj Cnj = aij Cij
i=1
O número Cij é chamado cofator ou complemento algébrico do elemento aij , onde Cij é o
determinante afetado pelo sinal (−1)i+j da submatriz obtida de A retirando-se a i-ésima linha e
a j-ésima coluna.
3 1 −4
Exemplo 1.27 Encontre o determinante da matriz A = 2 5 6 usando Laplace.
1 4 8
32
1.8.4 Cálculo do determinante de uma matriz de ordem maior que 3
O cálculo de determinante de ordem maior que 3 envolve um número elevado de operações, por
isso, não é feito usando a definição. Usaremos métodos alternativos para calcular determinante
para ordem maior que 3.
O método de Laplace pode ser usado, ou poderá ser feito o cálculo do determinante por meio
de redução de linhas.
(Observe que é mais conveniente usar a linha 2, pois esta tem como elementos o maior
números de zeros e isso facilita os cálculos).
−5 2 3 −4
−5 3 −4
0 2 0 0
det A = = 0 + 2(−1)2+2 −5 −3 0 + 0 + 0 = 372.
−5 2 −3 0
−8 3 1
−8 5 3 1
−1 2 3 −4
4 2 0 0
Exercı́cio 1.10 Calcule detA = usando a linha (e depois a coluna) mais
−1 2 −3 0
2 5 3 1
apropriada.
Cof = [Cij ]
33
Exemplo 1.28 Seja
3 2 −1
A= 1 6 3
2 −4 0
Verifique que,
12 4 12
adj(A) = 6 2 −10
−16 16 16
Calcule então det(A) e verifique que,
1
A−1 = adj(A).
det(A)
Para generalizar este resultado, verificamos que
A.adj(A) = det(A).I
considerando o produto A.adj(A) e observando que a entrada na i-ésima linha e j-ésima coluna
do produto A.adj(A) é:
ai1 Cj1 + · · · + ain Cjn = 0, i 6= j
12 4 12
1
A−1 = 6 2 −10
64
−16 16 16
34
1.10 Cálculo da Matriz Inversa usando Operações Ele-
mentares
Nesta seção vamos desenvolver um algoritmo para encontrar a inversa de uma matriz invertı́vel
fazendo uso das operações elementares já enunciadas.
Definição 1.17 Uma matriz n × n que pode ser obtida da matriz identidade In executando uma
única operação elementar sobre linhas é chamada matriz elementar.
Este teorema nos auxiliará nos cálculos, pois é preferı́vel (e ágil) efetuar operações sobre
linhas diretamente sobre uma matriz A do que calcular o produto EA, multiplicando à esquerda
por uma matriz elementar.
Teorema 1.9 Qualquer matriz elementar é invertı́vel e a inversa é, também, uma matriz ele-
mentar.
(a) A é invertı́vel.
(b) Usando operações elementares sobre as linhas de A obtermos a matriz In .
35
Esta equação nos indica que A−1 pode ser obtida multiplicando In sucessivamente à esquerda
pelas matrizes elementares.
Por outro lado, observe que estas mesmas operações aplicadas sobre A faz com que obtemos
In .
Portanto, podemos enunciar o seguinte Método:
Para encontrar a inversa de uma matriz invertı́vel A, nós devemos encontrar uma
sequência de operações elementares sobre linhas que reduz A à identidade I. Estas
mesmas operações efetuadas em I nos dará A−1 .
Simbolicamente temos:
[A|I] ≈ [I|A−1 ]
36
1.12 Exercı́cios de Fixação (Lista 2)
Exercı́cio 1.12 Encontrar a matriz inversa de cada uma das matrizes dadas.
3 5 −1 2 −5
a) A= resposta: A =
1 2 −1 3
14
− 3 − 93 − 13
−3 4 −5 3
b) B= 0 1 2 resposta: B −1 = −2 −1 −2
3 −5 4 1 1 1
1 0 0 0 1 0 0 0
, resposta: C −1 = −2 1
2 1 0 0 0 0
c) C= 3 2 1 0 1 −2 1 0 .
4 3 2 1 0 1 −2 1
1
− 2 0 − 12
1 0 −2
d) D = 2 −2 −2 resposta: D−1 = 14 − 21 − 41 .
−3 0 2 − 34 0 − 14
−4 25 −5
−4 0 −10
e) E = −2 −4 −4 resposta: E −1 = 21 − 12 12 .
3
2 −2 6 2
−1 2
11 4
−3 −6 −12 3 3
−2
f) F = 0 3 −3 resposta: F −1 = − 32 0 1
3
.
−6 −9 −24 2
− 3 − 3 311
1 2 3 −40 16 9
g) G = 2 5 3 resposta: G−1 = −13 −5 −3 .
1 0 8 5 −2 −1
1 0 2
Exercı́cio 1.13 Seja dada a matriz A = 2 −1 3 , encontre sua inversa.
4 1 8
−1 3 −4 2 6 6
d) 2 4 1 e) 2 7 6
−4 2 −9 2 7 7
37
Exercı́cio 1.15 Encontre a inversa de cada uma das seguintes matrizes 4 × 4, onde k, k1 , k2 , k3 , k4
e k5 são todos não nulos.
k1 0 0 0 0 0 0 k1 k 0 0 0
0 k2 0 0 0 0 k2 0 1 k 0 0
a) 0 0 k3 0
b)
0 k3 0 0 c)
0
1 k 0
0 0 0 k4 k4 0 0 0 0 0 1 k
k 1 0 0
0 k k k
k 1 0
d)
0
e) 0 k k
0 k 1
0 0 k
0 0 0 0
1 3 1 5 3
2 1 3 1
1 0
−2 −7 0 −4 2
1 1
d)
0 2
e) 0 0 1 0 1
1 0
0 0 2 1 1
0 1 2 3
0 −0 0 1 1
a b c
Exercı́cio 1.17 Sabendo que d e f = −6, encontre
g h i
d e f 3a 3b 3c a+g b+h c+i
a) g h i b) −d −e −f c) d e f
a b c 4g 4h 4i g h i
−3a −3b −3c 3d 3e 3f
d)
d e f
e) a b c
g − 4d h − 4e i − 4f g h i
Exercı́cio 1.18 Use det(A) para determinar quais das seguintes matrizes são invertı́veis.
√ √
1 0 −1 4 2 8 √2 − √7 0 −3 0 1
a) 9 −1 4 b) −2 1 −4 c) 3 2 −3 7 0 d) 5 0 6
8 9 −1 3 1 6 5 −9 0 8 0 3
38
3 0 6
e) 1 0 2
2 3 7
Exercı́cio 1.20 Estude o determinante de A por cofatores da linha ou coluna mais apropriada
1
e use A−1 = detA .adjA para o cálculo da inversa de A.
3 3 0 5
2 −3 5 2 0 0 2 2 0 −2
a) 0 1 −3 b) 8 1 0 c)
4 1 −3 0
0 0 2 −5 3 6
2 10 3 2
4 0 0 1 0
3 3 3 −1 0
2 0 3
d)
1 2 4 2 3 e) 0 3 2
9 4 6 2 3 −2 0 −4
2 2 4 2 3
Definição 1.18 Equação Linear Definimos uma equação linear nas n variáveis x1 , x2 , ..., xn
como uma equação que pode ser expressa na forma
a1 x1 + a2 x2 + ... + an xn = b
onde a1 , a2 , ..., an e b são constantes reais. As variáveis de uma equação linear são chamadas
incógnitas.
39
Observação 1.8 Uma equação linear não envolve quaisquer produtos ou raı́zes de variáveis.
Todas as variáveis ocorrem somente na primeira potência e não aparecem como argumentos de
funções trigonométricas ou exponenciais.
Definição 1.19 Uma solução de uma equação linear a1 x1 + a2 x2 + ... + an xn = b é uma n-upla
(s1 , s2 , ..., sn ) tais que a equação é satisfeita quando substituı́mos x1 = s1 , x2 = s2 , ..., xn = sn . O
conjunto de todas as soluções de uma equação é chamado seu conjunto-solução ou solução
geral da equação.
Definição 1.20 Um conjunto finito de equações lineares nas variáveis (x1 , x2 , . . . , xn ) é chamado
de sistema de equações lineares ou um sistema linear. A n-upla (x1 , x2 , . . . , xn ) é chamada
solução do sistema se x1 = s1 , x2 = s2 , ..., xn = sn é solução de cada uma das equações:
a11 x1 + a12 x2 + · · · + a1n xn = b1
a21 x1 + a22 x2 + · · · + a2n xn = b2
S1 : .. .. .. (1.13.1)
. . · · · .
a x + a x + ··· + a x = b
m1 1 m2 2 mn n m
40
a11 a12 · · · a1n b1
a21 a22 · · · a2n b2
.. .. . . . .... , chamada matriz ampliada do sistema.
. . ..
am1 am2 · · · amn bm
x − 2y + z = 0
Exemplo 1.34 A forma matricial do sistema S1 : 2x + y − z = 0 é
3x − y + 2z = 0
1 −2 1 x 0
2 1 −1 y = 0
3 −1 2 z 0
1 −2 1 0
e a matriz ampliada associada ao sistema é: 2 1 −1 0
3 −1 2 0
Exercı́cio 1.22 Encontre a matriz ampliada de cada um dos seguintes sistemas de equações
lineares.
3x − 2y = −1
(a) 4x + 5y = 3
7x + 3y = 2
2x + 2z = 1
(b) 3x − y + 4z = 7
6x + y − z = 0
x + 2y − t + w = 1
(c) 3y + z − w = 2
z + 7w = 1
Nosso objetivo agora, é estudar um método para resolução de sistemas em geral. O processo
consiste em substituir o sistema inicial por um sistema ”equivalente” cada vez mais simples,
fazendo a eliminação sucessiva das incógnitas através de operações elementares (já apresen-
tadas no estudo das Matrizes e Determinantes) até que possamos visualizar facilmente a solução
do sistema.
41
2. Trocar duas equações entre si.
Como as linhas (horizontais) de uma matriz aumentada correspondem às equações no sistema
associado, as três operações elementares aplicadas sobre as equações de um sistema linear
correspondem às seguintes operações nas linhas da matriz ampliada do sistema:
3.Substituição da i -ésima linha pela i -ésima linha mais c vezes a j -ésima linha (Li −→ Li +cLj );
Exemplo 1.35 Determine a solução do sistema abaixo, realizando operações elementares sobre
as linhas da matriz ampliada.
x + y + 2z = 9
2x + 4y − 3z = 1
3x + 6y − 5z = 0
Definição 1.21 Uma matriz A chama-se escalonada ou dizemos que está na forma escalonada,
se o número de zeros precedendo o primeiro elemento não-nulo de cada linha aumenta por linhas
e se aparecerem linhas nulas, estas devem estar abaixo de todas as outras linhas.
Definição 1.22 Uma matriz A chama-se escalonada reduzida por linhas se:
a) está na escalonada;
42
b) o primeiro elemento não-nulo de cada linha não-nula de A for igual a 1. Chamamos este
número 1 de pivô;
c) cada coluna de A que contém o primeiro elemento não-nulo de alguma linha de A tiver
todos os outros elementos iguais a zero.
1 0 0 0 0 2 1
Exemplo 1.36 Dadas as matrizes A = 0 1 −1 0 B = 1 0 −3
0 0 1 0 0 0 0
0 1 −3 0 1 0 1 −3 0 2
C= 0 0 0
0 0 D= 0 0 0 1 2
0 0 0 −1 2 0 0 0 0 0
Quais são escalonadas e quais são escalonadas reduzidas por linhas?
Notação: A ∼ B
1 0 1 0
Exemplo 1.37 A matriz A = 4 −1 é equivalentes por linhas a B = 0 1
−3 4 0 0
Teorema 1.11 Toda matriz é equivalente por linhas a uma única matriz escalonada reduzida
por linhas.
Definição 1.24 Dois sistemas lineares são equivalentes se, e somente se, toda solução de um
deles, é também solução do outro.
Teorema 1.12 Todo sistema de equações lineares homogêneo, cujo número de equações é menor
que o número de incógnitas, possui solução não-nula, isto é, possui infinitas soluções.
43
Teorema 1.13 Dois sistemas de equações lineares que possuem matrizes ampliadas equivalentes
são equivalentes.
Definição 1.25 O posto de uma matriz A é o número de linhas não nulas de alguma matriz
escalonada , equivalente a A.
1 3 1 0
Exemplo 1.38 Determine o posto da matriz A = 2 6 2 0 .
1 −3 −1 0
No teorema a seguir veremos que um sistema só admite uma (e somente uma) das seguintes
classificações:
SPD: Sistema Possı́vel Determinado, com uma única solução.
SPI: Sistema Possı́vel Indeterminado, com infinitas soluções.
S.I: Sistema Impossı́vel, sem nenhuma solução.
O estudo do posto de uma matriz nos auxiliará na classificação de um sistema linear.
44
1.14.2 O Método de Gauss
2. Use operações elementares sobre as linhas da matriz A até transformá-la numa matriz A′
escalonada;
x + 2y + z = 0
Exemplo 1.39 Determine a solução do sistema S : −x + 3z = 5 utilizando o Método de
x − 2y + z = 1
Gauss.
Neste método, procedemos como no método de eliminação de Gauss, mas reduzimos ainda mais
a matriz ampliada até à forma escalonada reduzida por linha.
2. Use operações elementares sobre as linhas de A até transformá-la numa matriz A′ escalo-
nada reduzida por linhas;
Exercı́cio 1.23 Determine a solução de cada sistema abaixo usando eliminação de Gauss-
Jordan.
45
2x + 2y + z = 5
(a) −x − y = −2
x + 2y + 3z = 6
2x + 2y − z + w = 0
−x − y + 2z − 3t + w = 0
(b)
x + y − 2z − w = 0
z+t+w =0
2x + 2y + z = 2
(c) −x − y = 0
x+y+z =5
46
1.15 Exercı́cios de Fixação ( Lista 3)
1. Considere as matrizes
3 0 1 5 2 6 1 3
4 −1 1 4 2
A = −1 2 , B = , C= , D = −1 0 1 , E = −1 1 2
0 2 3 1 5
1 1 3 2 4 4 1 3
Calcule, quando possı́vel:
a) D + E b) D − E c) 2B − C d) 4E − 2D e) − 3(D + 2E).
4. Sejam
3 −2 7 6 −2 4
A= 6 5 4 e B= 0 1 3
0 4 9 7 7 5
Use a definição de produto de matrizes da página 9 do Capı́tulo 1 para encontrar
a) a primeira linha de AB b) a terceira linha de AB c) a segunda coluna de AB
5. Em cada item, encontre uma matriz [aij ] de tamanho 6 × 6 que satisfaz a condição dada.
Dê respostas tão gerais quanto possı́vel, usando letras e não números para entradas não
nulas especı́ficas. Classifique as matrizes obtidas quanto ao tipo, utilizando a seção 1.2.
a) aij = 0 se i 6= j b) aij = 0 se i > j c) aij = 0 se i < j
d) aij = i + j e) aij = i − j
6. Sejam
2 −1 3 8 −3 −5
A= 0 4 5 , B = 0 1 2 , e
−2 1 4 4 −7 6
0 −2 3
C = 1 7 4 , a = 4, b = −7.
3 5 9
Mostre que
47
a) A + (B + C) = (A + B) + C b) (AB)C = A(BC) c) a(B − C) = aB − aC
d) (AT )T = A e) (AB)T = B T .AT .
0 0 · · · ann
sabendo que a11 .a22 . · · · .ann 6= 0
b) Uma matriz An × n com uma linha de zeros não pode ter inversa.
c) Uma matriz An × n com uma coluna de zeros não pode ter inversa.
d) Se A, B são matrizes quadradas tais que AB = 0 e A é invertı́vel então, B = 0.
e) Se A é uma matriz quadrada tal que Li = k.Lj então A não é invertı́vel.
11. Encontre uma operação sobre linhas que retorna a matriz elementar dada a uma matriz
identidade.
0 − 17
0 0 0 1 1 0 2 0 0 2
1 0 0
1 0 0 1 0 0 0 1 0 0
0 1 0 0
a) b) 0 1 0 c) d) e)
−3 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0
0 0 3
1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1
12. Encontre a inversa da matriz dada usando operações elementares.
48
−8 17 2 13 √ √
0 0 2 0
1 0 0 1 4 0 2 −9 √2 3√ 2 0
a) b) 5 c) −4 2 2 0
0 −1 3 0 0 0 0 0
0 0 1
2 1 5 −3 −1 13 4 2
−1 3 −4 2 6 6
d) 2 4 1 e) 2 7 6
−4 2 −9 2 7 7
13. Encontre a inversa de cada uma das seguintes matrizes 4 × 4, onde k, k1 , k2 , k3 , k4 e k5 são
todos não nulos.
k1 0 0 0 0 0 0 k1 k 0 0 0
0 k2 0 0 0 0 k2 0 1 k 0 0
a)
0 0 k3 0
b)
0 k3 0 0 c)
0
1 k 0
0 0 0 k4 k4 0 0 0 0 0 1 k
k 1 0 0
0 k k k
k 1 0
d)
0
e) 0 k k
0 k 1
0 0 k
0 0 0 0
14. Calcule o determinante da matriz dada usando as propriedades de Determinante e as
operações elementares.
0 0 0 0 −3 5 0 0 0 0
0 0 0 −4 0 4 −9 9 2
0 0 0 −4 0 −2 5
6 4
0 0 −1 0
a) 0 b) 0 0 3 0 0 c)
0 2 0
1 2 −5 −3
0 0 0 0 0 1 0
1 −2 0 −2
5 0 0 0 0 0 −2 0 0 0
1 3 1 5 3
2 1 3 1
1 0
−2 −7 0 −4 2
1 1
d)
0 2
e) 0 0 1 0 1
1 0
0 0 2 1 1
0 1 2 3
0 −0 0 1 1
a b c
15. Sabendo que d e f = −6, encontre
g h i
d e f 3a 3b 3c a+g b+h c+i
a) g h i b) −d −e −f c) d e f
a b c 4g 4h 4i g h i
49
−3a −3b −3c 3d 3e 3f
d)
d e f
e) a b c
g − 4d h − 4e i − 4f g h i
16. Use det(A) para determinar quais das seguintes matrizes são invertı́veis.
√ √
1 0 −1 4 2 8 √2 − √ 7 0 −3 0 1
a) 9 −1 4 b) −2 1 −4 c) 3 2 −3 7 0 d) 5 0 6
8 9 −1 3 1 6 5 −9 0 8 0 3
3 0 6
e) 1 0 2
2 3 7
17. Seja
a b c
A= d e f
g h i
4 0 0 1 0
3 3 3 −1 0
2 0 3
d)
1 2 4 2 3 e) 0 3 2
9 4 6 2 3 −2 0 −4
2 2 4 2 3
50
19. Quais das seguintes matrizes 3 × 3 estão em forma escalonada?
1 2 0 1 0 0 1 3 4
a) 0 1
0 b) 0 1 0 c) 0 0 1
0 0 0 0 2 0 0 0 0
1 5 −3 1 2 3
d) 0 1 1 e) 0 0 0
0 0 0 0 0 1
20. Quais das seguintes matrizes 3 × 3 estão em forma escalonada reduzida por linhas?
1 0 0 0 1 0 1 0 0
a) 0 1
0 b) 0 0 1 c) 0 0 1
0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 1 0 1 0 2
d) 0 1 0 e) 0 1 3
0 0 0 0 0 0
21. Em cada parte, determine se a matriz está em forma escalonada, escalonada reduzida por
linhas, ambas ou nenhuma das duas.
1 2 0 3 0
0 1 0 0 5
0 1 1 0 1 0 3 1
a)
0 b) 0 0 1 3 c)
0 0 0 1 0 1 2 4
0 1 0 4
0 0 0 0 0
1 3 0 2 0
1 −7 5 5 1 0 2 2 0
d) e)
0 1 3 2 0 0 0 0 1
0 0 0 0 0
22. Em cada parte, suponha que a matriz de um sistema de equações lineares foi reduzida
por operações sobre linhas à forma escalonada ou à forma escalonada reduzida por linhas.
Resolva o sistema.
1 0 0 −3 1 0 0 −7 8 1 0 8 −5 6
a) 0 1 0 0 b) 0 1 0 3 2 c) 0 1 4 −9 3
0 0 1 7 0 0 1 1 −5 0 0 1 1 2
51
1 −3 0 0 1 −3 7 1
d) 0 0 1 0 e) 0 1 4 0
0 0 0 1 0 0 0 1
23. Resolva cada um dos seguintes sistemas por eliminação de Gauss.
x + y + 2z = 8 2x + 2y + 2z = 0
(a) −x − 2y + 3z = 1 (b) −2x + 5y + 2z = 1
3x − 7y + 4z = 10 8x + y + 4z = −1
x − y + 2z − w = −1
−2y + 3z = 1
2x + y − 2z − 2w = −2
(c) (d) 3x + 6y − 3z = −2
−x + 2y − 4z + w = 1
6x + 6y + 3z = 5
3x − 3w = −3
3x + 2y − z = −15
5x + 3y + 2z = 0
(e)
3x + y + 3z = 11
−6x − 4y + 2z = 30
w + 2x − y = 4
2x − 3y + 4z − w = 0
x−y =3
(c) (d) 7x + y − 8z + 9w = 0
w + 3x − 2y = 7
2x + 8y + z − w = 0
2u + 4v + w + 7x = 7
2x + 2y + 4z = 0
−y − 3z + w = 0
(e)
3x + y + z + 2w = 0
x + 3y − 2z − 2w = 0
52
x + 3y + w = 0
2x − y + 3z + 4w = 9
x + 4y + 2z = 0
x − 2z + 7w = 11
(c) −2y − 2z − w = 0 (d)
3x − 3y + z + 5w = 8
2x − 4y + z + w = 0
2x + y + 4z + 4w = 10
x − 2y − z + w = 0
z+w+t=0
−x − y + 2z − 3w + t = 0
(e)
x + y − 2z − t = 0
2x + 2y − z + t = 0
d) Uma copeira lavou os 800 copos usados em uma festa. Ela recebeu R$0, 05 por copo
que lavou e teve de pagar R$0, 25 por copo que quebrou. Terminado o serviço, a copeira
recebeu R$35, 80. Determine o número de copos que ela quebrou.
53
e) (F uvest2002) Carlos, Luı́s e Sı́lvio tinham, juntos, 100 mil reais para investir por um
ano. Carlos escolheu uma aplicação que rendia 15% ao ano. Luı́s, uma que rendia 20% ao
ano. Sı́lvio aplicou metade de seu dinheiro em um fundo que rendia 20% ao ano, investindo
a outra metade numa aplicação de risco, com rendimento anual pós-fixado. Depois de um
ano, Carlos e Luı́s tinham juntos 59 mil reais; Carlos e Sı́lvio, 93 mil reais; Luı́s e Sı́lvio,
106 mil reais. Determine, quantos reais cada um tinha inicialmente e qual o rendimento
da aplicação de risco.
54
Capı́tulo 2
Vetores
Observação 2.1
a) Tamanho ou comprimento de um segmento orientado AB é o comprimento do segmento
geométrico AB.
43
b) Dizemos que os segmentos orientados AB e A′ B ′ tem mesma direção se a reta determinada
por A e B é paralela a reta determinada por A’ e B’.
c) Se os segmentos orientados AB e A′ B ′ tem mesma direção eles terão o mesmo sentido se
AA′ BB ′ = ∅
T
2.2 Vetores
Imagine um sólido em translação, a velocidade de cada ponto desse sólido é a mesma. Então qual
das flexas (que obtemos em cada ponto do sólido) seria escolhida para representar a velocidade
do sólido? Observe que todas são equipolentes. Assim poderı́amos representar a velocidade por
qualquer uma delas.
Definição 2.2 O conjunto de todos os segmentos orientados equipolentes a AB, será chamado
−→
de vetor determinado pelo segmento orientado AB, e denotaremos por AB.
−→
Diremos que o segmento orientado AB é um representante do vetor AB. Assim dado um
vetor, em cada ponto do espaço, sempre existirá um, e somente um, representante desse vetor.
−→ →
−
Notações: podemos simplesmente denotar o vetor AB por − →a ou b .
Observação 2.2
−→ −−→
1. Dois vetores AB e CD são iguais se, e somente se, AB é equipolente a CD.
44
3. A norma (módulo ou comprimento) de um vetor →
−
a é o comprimento de qualquer
segmento orientado representante desse vetor.
Notação: k −
→
a k,
4. Um vetor →
−
a é unitário se k −
→
a k= 1.
−→ −→
5. Se →
−
a = AB então o vetor oposto de →
−
a é ao vetor BA.
−→
Notação: −AB ou −~a.
−→ → − −−→
6. Dois vetores −
→
a = AB e b = CD são colineares ou paralelos se tiverem a mesma
direção, isto é, se seus representantes AB e CD pertencerem a uma mesma reta ou a retas
paralelas.
45
Note que dois vetores quaisquer são sempre coplanares no entanto, três vetores poderão ou
não ser coplanares.
Propriedades da adição
Para quaisquer vetores ~a, ~b e ~c temos:
1. ~u + ~v = ~v + ~v
2. (~u + ~v ) + w
~ = ~u + (~v + w)
~
3. ~u + ~0 = ~0 + ~u = ~u
4. ~u + (−~u) = −~u + ~u = ~0
46
Regra do paralelogramo
−→ −→
Consideremos o paralelogramo com vértices ABCD e os vetores ~a = AB e ~b = AC. Temos
que o vetor soma ~s = ~a +~b é representado pelo segmento orientado AD, que é uma das diagonais
do paralelogramo e que o vetor diferença d~ = ~a − ~b = ~a + (−~b), representado pelo segmento
orientado CB, é a outra diagonal do paralelogramo.
Observação 2.3 Para obter a diferença a − b sem construir −b, posicione a e b de tal modo que
seus pontos iniciais coincidam; o vetor do ponto final de b ao ponto final de a é o vetor a − b.
2. k(~u + ~v ) = k au
~ + k~v
3. k(t~u) = (kt)~v
47
Exercı́cio 2.1 Dados os vetores ~a, ~b e ~c, de acordo com a figura, construir o vetor
1
~s = 2~a − 3~b + ~c
2
−→ −−→
Exercı́cio 2.2 Considere o paralelogramo ABCD determinado pelos vetores AB e AD, seja M
e N pontos médios dos lados DC e AB, respectivamente. Complete convenientemente:
−−→ −→
a) AD + AB = ...............
−→ −−→
b) BA + DA = ...............
−→ −−→
c) AC − BC = ...............
−−→ −−→
d) AN + BC = ...............
−−→ −−→
e) M D + M B = ...............
−−→ 1 −−→
f ) BM − DC = ...............
2
Exercı́cio 2.3 No tetraedro e no paralelepı́pedo retângulo, achar a soma dos vetores indicados :
−→ −→ −→ −−→ −→ −−→
Exercı́cio 2.4 No hexágono regular, obter: a) AB+F E+AF b) AD-AE+BE
48
2.5 Ângulo entre dois vetores
−→ −→
O ângulo entre dois vetores não-nulos ~a e ~b, com representantes AB e AC, respectivamente,
denotado por (~a, ~b), é ângulo formado pelas semi-retas AB e AC tal que 0 ≤ (~a, ~b) ≤ π.
Observação 2.4
π
3. Se (~a, ~b) = , ~a e ~b são ortogonais. Indicamos ~a ⊥ ~b.
2
Exercı́cio 2.5 Sabendo que u e v são perpendiculares tais que k~uk = 5 e k~v k = 12. Calcular
k~u + ~v k e k~u − ~v k.
Exercı́cio 2.7 Sabendo que o ângulo entre os vetores ~u e ~v é de 60◦ , determinar o ângulo
formado pelos vetores:
a) ~u e −~v b)−~u e ~v c) −~u e −~v d) 2~u e 3~v
49
Capı́tulo 3
v=(x1 , y1 )
b
(x1 , y1 )
v
x
50
Observação 3.1 Observe que todo vetor v = (x, y) do plano bidimensional pode ser decomposto
→
− →
−
segundo as direções dos vetores i = (1, 0) e j = (0, 1). Isto é, existem números reais x e y
tais que,
−
→ →
− →
−
v = x. i + y. j
→ −
− →
Neste caso, dizemos que v é combinação linear de i e j . Os números x e y são as coor-
→
− − → → −
− →
denadas de −→v em relação à base { i , j }. A base { i , j } é dita base canônica de
R2 = {(x, y) : x, y ∈ R}.
Figura 3.1:
Dado um vetor ~v = x1~i + y1~j, o vetor x1~i é a projeção ortogonal de ~v sobre o eixo dos x e y1~j
é a projeção ortogonal de ~v sobre o eixo dos y.
Figura 3.2:
Se não haver referência em contrário, a seguir faremos nosso estudo tratanto somente da base
canônica.
51
Igualdade de vetores
Os vetores ~a = (x1 , y1 ) e ~b = (x2 , y2 ) são iguais (~a = ~b) se, e somente se, x1 = x2 e y1 = y2 .
Operações
Figura 3.3:
−→
Consideremos o vetor AB com origem no ponto A(x1 , y1 ) e extremidade no ponto B(x2 , y2 )
(figura 3.3). Temos:
−→ −−→
OA = (x1 , y1 ) e OB = (x2 , y2 )
Além disso,
−→ −→ −−→
OA + AB = OB onde
−→ −−→ −→
AB = OB − OA
−→
Isto é, AB = (x2 , y2 ) − (x1 , y1 )
−→
Logo, AB = (x2 − x1 , y2 − y1 )
52
3.2 Vetores Tridimensionais
Assim como os vetores no plano podem ser descritos por pares de números reais, os vetores no
espaço podem ser descritos por ternos de números reais utilizando um sistema de coordenadas
retangulares. Para construir um tal sistema de coordenadas, selecionamos um ponto O, deno-
minado a origem e escolhemos três retas mutuamente perpendiculares passando pela origem,
denominadas eixos coordenados, designados eixos x, y e z.
Figura 3.4:
Analogamente como no plano, em nosso estudo, a menos que se faça referência contrária,
faremos uso de uma base canônica , neste caso dada pelos vetores ~i = (1, 0, 0), ~j = (0, 1, 0) e
~k = (0, 0, 1), os quais têm origem no mesmo ponto O. A reta que passa pelo ponto O e com a
mesma direção do vetor ~i chama-se eixo dos x, a reta que passa pelo ponto O e com a mesma
direção do vetor ~j chama-se eixo dos y e a reta que passa pelo ponto O e com a mesma direçào
do vetor ~k chama-se eixo dos z. Na figura 4.4, as setas indicam o sentido positivo de cada eixo.
Estes eixos são chamados eixos coordenados.
O plano determinado pelo eixo dos x e pelo eixo dos y é chamado plano xy; o plano deter-
minado pelo eixo dos x e pelo eixo dos z é chamado plano xz; o plano determinado pelo eixo
dos y é pelo eixo dos z é chamado plano yz.
O conjunto R3 = {(x, y, z)/x, y, z ∈ R} é o produto cartesiano R × R × R e sua representação
geométrica é o espaço cartesiano determinado pelos três eixos cartesianos dois a dois ortogo-
nais x, y e z.
53
Figura 3.5:
A cada ponto P do espaço vai corresponder uma terna ordenada (x, y, z) de números reais que
são as coordenadas do ponto P , denominadas abscissa, ordenada e cota, respectivamente.
Em R3 temos:
−→
~v = OP = x~i + y~j + z~k = (x, y, z)
Exemplo 3.2 O vetor ~v = 2~i − 3~j + ~k pode ser representado por ~v = (2, −3, 1)
Operações
54
Vetor definido por dois pontos
−→
Consideremos o vetor AB com origem no ponto A(x1 , y1 , z1 ) e extremidade no ponto B(x2 , y2 , z2 ),
temos
−→
AB = (x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 )
Vetores paralelos
Como vimos na observação 2.2, dois vetores ~a = (x1 , y1 , z1 ) e ~b = (x2 , y2 , z2 ) são colineares
ou paralelos se existir um número real k tal que
~a = k~b
isto é,
x1 = kx2
x1 y1 z1
y1 = ky2 ⇒ = =
x2 y2 z2
z1 = kz2
Denoteremos : ~a//~b.
−2 3 5 1
= = =
−4 6 10 2
1
isto é, ~a = ~b.
2
55
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus de Campo Mourão
Geometria Analı́tica e Álgebra Linear
4. Sejam u = (−3, 1, 2), v = (4, 0, −8) e w = (6, −1, −4). Calcule a expressão analı́tica dos
vetores:
a) v − w b) 6u + 2v c) −v + u d) 5(v − 4u)
Confira as respostas! Livro: Álgebra Linear com Aplicações. ANTON, páginas:105 e 106.
56
Capı́tulo 4
Produto de Vetores
57
−→
d =k AB k=k B − A k=k (x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 ) k
p
d= (x2 − x1 )2 + (y2 − y1 )2 + (z2 − z1 )2
Exemplo 4.1 Dados os pontos A = (2, 3, 5) e B = (3, 0, 7), calcular a distância d entre A e B.
1 1
Exemplo 4.2 Determine α para que o vetor ~v = (α, − , ) seja unitário.
2 4
kuk kvk cosθ se u 6= 0 e v 6= 0
~u.~v =
0 se u = 0 ou v = 0
Exemplo 4.3 Sabendo que o ângulo entre os vetores ~u = (1, 0) e ~v = (1, 1) é de 45◦ , calcule
~u.~v.
Observação 4.1
1. Se ~u.~v > 0, da Definição 5.1, cos θ deve ser um número positivo, isto é, cos θ > 0, o que
implica 0◦ ≤ θ < 90◦ . Nesse caso, θ é dito ângulo agudo ou nulo.
2. Se ~u.~v < 0,da Definição 5.1, cos θ deve ser um número negativo, isto é, cos θ < 0, o que
implica 90◦ < θ ≤ 180◦ . Nesse caso, θ é dito ângulo obtuso ou raso.
3. Se ~u.~v = 0, da Definição 5.1, cos θ deve ser igual a zero, isto é, cos θ = 0, o que implica
θ = 90◦ . Nesse caso, θ é ângulo reto.
58
4.3.1 Produto interno em termos das Componentes
Para efeitos de cálculo, é desejável ter uma fórmula que dê o produto interno de dois vetores em
termos das componentes do vetor. O teorema abaixo fornece essa fórmula:
Teorema 4.1 Sejam ~u = (u1 , u2 , u3 ) e ~v = (v1 , v2 , v3 ) dois vetores não nulos, então:
~u.~v = u1 .v1 + u2 v2 + u3 v3
−
→
u .−
→
v
Observação 4.2 Da Definição 4.1 segue que, cos θ = , ou seja,
k u k.k−
→
− →
v k
→
−
u .−
→
v
θ = arccos −
k→
u k.k− →
v k
Exemplo 4.4 Considere os vetores u = (2, −1, 1) e v = (1, 1, 2). Encontre u.v e determine o
ângulo θ entre u e v.
59
4.3.2 Propriedades do produto escalar
~ = (x3 , y3 , z3 ) de R3 ,
Para quaisquer que sejam os vetores ~u = (x1 , y1 , z1 ), ~v = (x2 , y2 , z2 ), w
temos:
2. ~u.~v = ~v .~u
3. ~u.(~v + w)
~ = ~u.~v + ~u.w
~
6. k ~u + ~v k2 = k ~u k2 + 2~u.~v + k ~v k2
7. k ~u − ~v k2 = k ~u k2 − 2~u.~v + k ~v k2
8. k ~u k2 − k ~v k2 = (~u + ~v ).(~u − ~v )
Exemplo 4.7 Prove que o triângulo de vértices A(2, 3, 1), B(2, 1, −1) e C(2, 2, −2) é um triângulo
retângulo.
(Sugestão: A forma mais simples de provar a existência de um ângulo reto é mostrar que o
produto interno de dois vetores que determinam os lados do triângulo é nulo.)
60
4.3.4 Estudo da Projeção Ortogonal usando Produto Escalar
Sejam os vetores ~u e ~v , com ~u,~v 6= ~0 e, θ o ângulo por eles formado. Pretendemos calcular o
vetor w
~ que representa a projeção ortogonal de ~u sobre ~v ou componente vetorial de ~u
ao longo de ~v . Para tanto, utilizaremos a figura abaixo, que ilustra as duas situações possı́veis
podendo ser θ um ângulo agudo ou obtuso.
|−
→u .−
→
v| |−
→
u .−
→
v|
k−
→
w k=k −
→
u k .| cos θ| =k −
→
u k →
− −
→ = →
−
k u kk v k k v k
Como w
~ e ~v têm a mesma direção, segue-se que:
~ = k~v , k ∈ R
w
Então:
k−
→
w k= |k| k −
→
v k
ou seja,
−
→
u .−
→
v
k= →
−
k v k2
Logo, →
−
u .−
→
v
w
~= ~v
k−→
v k2
Obtemos assim:
~u.~v
proj~v ~u = ~v : componente vetorial de u ao longo de v.
~v .~v
~u.~v
E, u − proj~v ~u = u − ~v : componente vetorial de u ortogonal a v.
~v .~v
61
Exercı́cios para fixação
Exercı́cio 4.2 Sejam u = (2, −1, 3) e v = (4, −1, 2). Encontre o componente vetorial de u ao
longo de v e o componente vetorial de u ortogonal a v.
Exercı́cio 4.3 Sejam os pontos A(1, 2, −1), B(−1, 0, −1) e C(2, 1, 2).
a) Mostre que o triângulo ABC é retângulo em A;
Exercı́cio 4.4 a) Deduza uma fórmula para o comprimento do vetor projeção de u ao longo de
v usando produto interno.
62
4.4 Produto Vetorial
Dados os vetores ~u = (x1 , y1 , z1 ) e ~v = (x2 , y2 , z2 ), tomados nesta ordem, chama-se produto
vetorial dos vetores ~u e ~v , e se representa por ~u × ~v , ao vetor:
~i ~j ~k
Notação: ~u × ~v = x1 y1 z1
x2 y2 z 2
Observação 4.3 Esta notação é utilizada para facilitar a memorização da definição do produto
vetorial e faz alusão ao cálculo de determinante de uma matriz 3 × 3 usando a 1a linha. No
entanto, o produto vetorial não pode ser confundido com um determinante de uma
matriz real pois:
Observação 4.4 O produto vetorial ~u × ~v é também indicado por ~u ∧ ~v e se lê ”~u vetorial ~v ”.
63
4.4.1 Propriedades do Produto Vetorial
Segue da definição do produto vetorial e das propriedades dos determinantes, as seguintes pro-
priedades:
1. ~u × ~u = ~0.
2. ~u × ~v = −~v × ~u
3. ~u × (~v + w)
~ = (~u × ~v ) + (~u × w).
~
|| ~u × ~v ||=k ~u kk ~v k sen θ
64
4.4.2 Interpretação geométrica do módulo do produto vetorial de dois
Vetores
b
C b
D
v h
A b
u b
B
Exemplo 4.9 Dados os vetores ~u = (1, 2, −1) e ~v = (0, −1, 3), calcular a área do paralelogramo
determinado pelos vetores 3~u e ~v − ~u.
Exemplo 4.10 Calcule a área do triângulo de vértices A(1, −2, 1), B(2, −1, 4) e C(−1, −3, 3).
65
4.5.1 Propriedades do produto misto
Da definição do produto misto e das propriedades dos determinantes segue as seguintes proprie-
dades:
1. (~u, ~v , w)
~ = 0 se um dos vetores é nulo,se dois eles são
colineares, ou se os três são coplanares.
0 0 0
~ = x2 y2 z2
a) se ~u = (0, 0, 0) temos: (~u, ~v , w)
x3 y3 z 3
mx2 my2 mz2
~ = x2
(~u, ~v , w) y2 z2
x3 y3 z3
~ são coplanares, lembremos que o vetor ~v × w
c) Se ~u, ~v e w ~ é ortogonal a ~v e w.
~ Logo,
~v × w
~ é ortogonal a ~u. Portanto,
~ = ~u.(~v × w)
(~u, ~v , w) ~ =0
Resumindo, se ~u, ~v e w
~ são coplanares então (~u, ~v , w)
~ =0
~v × w
~
w
~
~v
b
~u
66
De forma análoga dizemos que quatro pontos A,B,C e D pertencem a um mesmo plano se
−→ −→ −−→ −→ −→ −−→
os vetores AB, ACe AD forem coplanares, isto é, se (AB, AC, AD) = 0.
b
D
b
C
A b
b
B
2. (~u, ~v , w)
~ = (~v , w,
~ ~u) = (w,
~ ~u, ~v )
~u
b
~v b b
w
~
Entretanto, o produto misto muda de sinal quando se trocam as posições de dois vetores
consecutivos, isto é:
~ = −(~v , ~u, w)
(~u, ~v , w) ~
3. (~u, ~v , w
~ + ~r) = (~u, ~v , w)
~ + (~u, ~v , ~r)
4. (~u, ~v , mw)
~ = (~u, m~v , w)
~ = (m~u, ~v , w)
~ = m(~u, ~v , w)
~
67
4.5.2 Interpretação geométrica do módulo do produto misto
68
Capı́tulo 5
Neste capı́tulo faremos uso da teoria de vetores e produto de vetores para apresentarmos as
equações que descrevem analiticamente as retas e os planos. Desta maneira, usaremos expressões
analı́ticas na resolução de problemas geométricos como estudo do ângulo, distância, posições e
interseções.
ou seja,
69
Se A(x1 , y1 , z1 ) ∈ r e ~v = (a, b, c) é o vetor diretor (que dá a direção) de r, para todo
P (x, y, z) ∈ r temos:
nas quais a, b e c não são todos nulos (~v 6= ~0), denominadas equações paramétricas da reta
r.
Ou ainda, supondo a.b.c 6= 0, segue que:
x − x1 y − y1 z − z1
t= , t= , t=
a b c
Assim, obtemos:
x − x1 y − y1 z − z1
= = (5.1.3)
a b c
denominadas equações simétricas da reta r.
Observação 5.1 É fácil verificar que a cada valor de t na equações vetorial da reta corresponde
um ponto particular P da reta r. Quando t varia de −∞ a +∞, o ponto P descreve a reta r.
O número t é dito parâmetro.
Exemplo 5.1 Determine as equações da reta r que passa pelo ponto A(3, 0, −5) e tem a direção
do vetor ~v = (2, 2, −1).
Pergunta: O ponto P (7, 4, −7) ∈ r?
Exemplo 5.2 As equações paramétricas da reta r, que passa pelo ponto A(3, −1, 2) e é paralela
ao vetor ~v = (−3, −2, 1), são:
x = 3 − 3t
y = −1 − 2t
z =2+t
70
Observe que, para obter um ponto desta reta, basta atribuir a t um valor particular. Por
exemplo, para t = 3, tem-se:
x = −6
y = −7
z=5
Exemplo 5.3 A reta r, determinada pelos pontos A(1, −2, −3) e B(3, 1, −4), tem a direção do
−→
vetor ~v = AB = (2, 3, −1) e as equações paramétricas
x = 1 + 2t
y = −2 + 3t
z = −3 − t
−→
representam esta reta r, passando pelo ponto A, com direção do vetor ~v = AB; analogamente,
as equações paramétricas
x = 3 + 2t
y = 1 + 3t
z = −4 − t
−→
ainda representam a mesma reta r, passando pelo ponto B, com a direção do vetor ~v = AB.
Observação 5.2 Se o vetor ~(2, 3, −1) é um vetor diretor desta reta r, qualquer vetor α~v , α 6= 0,
também o é.
Observação 5.3 Se a reta é determinada pelos pontos A(x1 , y1 , z1 ) e B(x2 , y2 , z2 ), suas equações
simétricas são:
x − x1 y − y1 z − z1
= =
x2 − x1 y2 − y1 z2 − z1
71
pois um vetor diretor é:
−→
~v = AB = (x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 ), desde que tenhamos x2 − x1 6= 0, y2 − y1 6= 0 e z2 − z1 6= 0.
Exemplo 5.4 As equações simétricas da reta determinada pelos pontos A(2, 1, −3) e B(4, 0, 2)
são:
x−2 y−1 z+3
= =
4−2 0−1 −2 + 3
isto é:
x−2 y−1 z+3
= =
2 −1 1
−→
Estas são as equações da reta que passa pelo ponto A e tem a direção do vetor ~v = AB.
As equações
x−4 y z+2
= =
2 −1 1
−→
representam a mesma reta passando pelo ponto B e com a direção de ~v = AB.
x2 − x1 y2 − y1 z2 − z1
= =
x3 − x1 y3 − y1 z3 − z1
Exemplo 5.5 Verique que os pontos A1 (5, 2, −6), A2 (−1, −4, −3) e A3 (7, 4, −7) estão em linha
reta.
72
y − y1 x − x1 z − z1 x − x1
= =
b a c a
b c
y − y1 = (x − x1 ) z − z1 = (x − x1 )
a a
b b c c
y − y1 = x − x1 z − z 1 = x − x1
a a a a
b b c c
y = x − x1 + y1 z = x − x1 + z 1
a a a a
fazendo fazendo
b c
=m =p
a a
b b c c
y = x − x1 + y1 z = x − x1 + z 1
a a a a
b c
− x1 + y1 = n, − x1 + z1 = q,
a a
segue que:
y = mx + n
(5.4.1)
z = px + q
Exemplo 5.6 Estabeleça as equações reduzidas da reta r que passa pelo ponto A(2, 1, −3) e
B(4, 0, −2).
73
ou
x = 2z + 8
z = −z − 2
pode-se obter:
x y−n z−q
= = (5.4.3)
1 m p
Comparando a equação acima com as equações:
x − x1 y − y1 z − z1
= =
a b c
verifica-se que as equações reduzidas representam a reta que passa pelo ponto N (0, n, q) e tem a
direção do vetor ~v = (1, m, p).
representam a reta que passa pelo ponto N (0, −3, 5) e tem a direção do vetor ~v = (1, 2, −4).
Observe que o ponto N é obtido fazendo x = 0 nas equações reduzidas. Já as componentes
do vetor ~v podem são obtidas analisando as equações reduzidas como equações paramétrica (com
parâmetro x) observando quais constantes acompanham x nas equações pois, as equações
y = 2x − 3
z = −4x + 5
são equivalentes à
x = 1x
y = 2x − 3
z = −4x + 5
74
5.5 Retas Paralelas aos Planos e aos Eixos Coordenados
Nas seções anteriores apresentamos as possı́veis equações de uma reta, considerando um ponto
A(x1 , y1 , z1 ) ∈ r e o vetor diretor ~v = (a, b, c), cujas componentes são diferentes de zero. Entre-
tanto uma ou duas destas componentes podem ser nulas. Assim, temos dois casos:
Neste caso, o vetor ~v é ortogonal a um dos eixos coordenados e, portanto, a reta r é paralela
ao plano dos outros eixos.
a) Se a = 0, ~v = (0, b, c) ⊥ Ox ∴ r // yOz (r pertence a um plano paralelo a yOz).
x = x ,
1
r : y − y1 z − z1
=
b c
75
2o ) Duas das componentes de ~v são nulas
Neste caso o vetor ~v tem a direção dos vetores ~i = (1, 0, 0) ou ~j = (0, 1, 0) ou ~k = (0, 0, 1) e ,
portanto a reta r é paralela ao eixo que tem a direção de ~i ou de ~j ou de ~k.
Assim:
a) Se a = b = 0, ~v = (0, 0, c)//~k ∴ r//Oz.
(x = x
1
r: y = y1
z = z1 + c.t
Costuma-se dizer, simplesmente, que as equações da reta r são:
nx = x
1
r : y = y , subentendendo-se z variável.
1
76
5.6 Ângulo de Duas Retas
Sejam as retas r1 , que passa pelo ponto A1 (x1 , y1 , z1 ) e tem a direção de um vetor v~1 = (a1 , b1 , c1 )
e r2 , que passa pelo ponto A2 (x2 , y2 , z2 ) e tem a direção de um vetor v~2 = (a2 , b2 , c2 ). Chama-se
ângulo de duas retas r1 e r2 o menor ângulo de um vetor diretor de r1 e de um vetor diretor
de r2 . Logo, sendo θ este ângulo, tem-se
|v~1 .v~2 | π
cos θ = , com 0 ≤ θ ≤ (5.6.1)
|v~1 |.|v~2 | 2
x=3+t,
(
x+2 y−3 z
Exercı́cio 5.1 Calcular o ângulo entre as retas r1 = y=t, e r2 = = =
−2 1 1
z=-1-2t
77
ou seja,
a1 b1 c1
= =
a2 b2 c2
Exemplo 5.8 Verifique que a reta r1 , que passa pelos pontos A1 (−3, 4, 2) e B1 (5, −2, 4), e a
reta r2 , que passa pelos pontos A2 (−1, 2, −3) e B2 (−5, 5, −4), são paralelas.
v~1 .v~2 = 0
ou:
a1 a2 + b1 .b2 + c1 .c2 = 0
78
5.9 Condição de Coplanaridade de Duas Retas
A reta r1 , que passa por um ponto A1 (x1 , y1 , z1 ) e tem a direção de um vetor v~1 = (a1 , b1 , c1 ),
e a reta r2 , que passa pelo ponto A2 (x2 , y2 , z2 ) e tem a direção de um vetor v~2 = (a2 , b2 , c2 ),
−−−→
são coplanares se os vetores v~1 , v~2 e A1 A2 forem coplanares, isto é, se for nulo o produto misto
−−−→
(v~1 , v~2 , A1 A2 ).
a1 b1 c1
−−−→
r1 , r2 ∈ π ⇐⇒ (v~1 , v~2 , A1 A2 ) = a2 b2 c2 =0
x2 − x1 y2 − y1 z 2 − z 1
79
II) concorrentes: r1 ∩ r2 = {I} (I é o ponto de interseção das duas retas);
Neste caso, basta verificarmos que mesmo não tendo v~1 //v~2 temos, r1 , r2 ∈ π ou seja,
−−−→
(v~1 , v~2 , A1 A2 ) = 0.
III) reversas: não situadas num mesmo plano. Nesse caso r1 ∩ r2 = ∅.
−−→
Para tanto, basta verificarmos que (~u, ~v , P1 P2 ) 6= 0.
x = 1 − 3t
y = 2x − 3
Exemplo 5.11 Estudar a posição relativas das retas r1 : e r2 : y = 6 − 6t
z = −x
z = 3t
80
x y−1 x = 2 − 4t
Exemplo 5.12 Estudar a posição relativas das retas r1 : = = z e r2 : y = 2t
2 −1
z = 1 − 2t
x−2 y z−5 x =5+t
Exemplo 5.13 Estudar a posição relativas das retas r1 : = = e r2 : y =2−t
2 3 4
z = 7 − 2t
y =3
Exemplo 5.14 Estudar a posição relativas das retas r1 : e r2 : x = y = z
z = 2x
Temos que r1 e r2 são concorrentes. Se I(x, y, z) é o ponto de interseção dessas retas, suas
coordenadas satisfazem o sistema formado pelas equações de r1 e r2 , isto é, I(x, y, z) é solução
do sistema:
y = −3x + 2
z = 3x − 1
x = −t
y = 1 + 2t
z = −2t
81
y = −3x + 2
z = 3x − 1
y = 1 − 2x
z = 2x
x =1
Resolvendo o sistema temos: y = −1 . Isto é, I(1, -1, 2).
z =2
Assim,
−−→
−−→ |~v × P1 P0 |
A = |~v | . d = |~v × P1 P0 | =⇒ d =
|~v |
x y−2 z+3
Exemplo 5.15 Calcular a distância do ponto P (2, 0, 7) à reta r : = = .
2 2 1
82
5.13 Distância Entre Duas Retas
ou
d(r, s) = d(P0 , r), P0 ∈ s
Assim, a distância entre duas retas paralelas se reduz ao cálculo da distância de um ponto
à uma reta.
Assim,
−−→
−−→ |(~u, ~v , P1 P2 )|
V = |~u × ~v |. d = |(~u, ~v , P1 P2 )| =⇒ d =
|~u × ~v |
83
x = −1 − 2t
y = −2x + 3
Exemplo 5.16 Calcular a distância entre as retas e y = 1 + 4t
z = 2x
z = −3 − 4t
y =1 x =3
(
Exemplo 5.17 Calcular a distância entre as retas r : z−4 e s: y = 2t − 1
x+2 =
−2 z = −t + 3
~ = (x − x1 , y − y1 , z − z1 ), temos:
Tendo em vista que: ~n = (a, b, c) e AP
84
ou seja,
ax + by + cz − ax1 − by1 − cz1 = 0
Fazendo:
−ax1 − by1 − cz1 = d, segue que:
ax + by + cz + d = 0 (5.14.2)
Observação 5.8 É importante observar que os três coeficientes a, b,e c da equação geral
ax + by + cz + d = 0 representam as componentes de um vetor normal ao plano. Por exemplo, se
um plano π é dado por: π : 3x + 2y − 4z + 5 = 0, um de seus vetores normais é: ~n = (3, 2, −4).
Este mesmo vetor ~n é também normal a qualquer plano paralelo a π.
Assim, todos os infinitos planos paralelos a π têm equação geral do tipo: π : 3x+2y −4z +d =
0,na qual d é o elemento que diferencia um plano de outro. O valor de d está identificado quando
se conhece um ponto do plano.
Exemplo 5.18 Determinar a equação geral do plano π que passa pelo ponto A(2, −1, 3), sendo
~n = (3, 2, −4) um vetor normal a π.
Exemplo 5.19 Escrever a equação cartesiana do plano π que passa pelo ponto A(3, 1, −4) e é
paralelo ao plano:
π1 : 2x − 3y + z − 6 = 0
Exemplo 5.20 Determinar a equação geral do plano que passa pelo ponto A(2, 1, −2) e é per-
pendicular à reta
x = −4 + 3t
(
r = y = 1 + 2t,
z=t
85
5.15 Determinação de um Plano
Vimos que um plano é determinado por um dos seus pontos e por um vetor normal a ele. Existem
outras formas de determinação de um plano nas quais estes dois elementos (ponto e vetor normal)
ficam bem evidentes. Algumas destas formas serão apresentadas a seguir.
−→
2. A, B ∈ π e ~v é paralelo a π e não colinear a AB.
86
3. A, B e C ∈ π e não estão em linha reta.
87
6. π contém uma reta r e um ponto B ∈
/ r.
Exemplo 5.21 Determine a equação geral do plano que passa pelo ponto A(1, −3, 4) e é paralelo
aos vetores v~1 = (3, 1, −2) e v~2 = (1, −1, 1).
Exemplo 5.22 Estabeleça a equação geral do plano determinado pelos pontos A(2, 1, −1), B(0, −1, 1)
e C(1, 2, 1).
x=4
r= e o ponto B(−3, 2, 1).
y=3
88
Observação 5.9 Em todos os problemas de determinação da equação geral do plano um vetor
normal ~n foi obtido através do produto vetorial de dois vetores-base desse plano. Vamos mostrar,
retomando ao primeiro exemplo dado, um outro modo de se obter a equação geral do plano.
Nesse problema, o plano passa pelo ponto A(1, −3, 4) e é paralelo aos vetores v~1 = (3, 1, −2) e
~ , v~1 e v~2 são
v~2 = (1, −1, 1). Ora, se P (x, y, z) é um ponto qualquer do plano, os vetores AP
~ , v~1 , v~2 ) = 0
coplanares e, portanto, o produto misto deles é nulo, isto é: (AP
Assim, obtemos a equação geral do plano desenvolvendo o determinante:
x−1 y+3 z−4
3
1 −2 = 0 =⇒ π : x + 5y + 4z − 2 = 0
1 −1 1
89
−→
Escrevendo a equação AP = h.~u + t.~v . em coordenadas, obtemos
(x − x0 , y − y0 , z − z0 ) = h(a1 , b1 , c1 ) + t(a2 , b2 , c2 ).
Isto é,
x = x 0 + a1 h + a2 t
y = y0 + b1 h + b2 t
z = z0 + c1 h + c2 t
Exemplo 5.25 As equações paramétricas do plano que passa A(2, 1, 3) e e paralelo aos vetores
~u = (−3, −3, 1) e ~v = (2, 1, −2) são:
90
|n~1 .n~2 | π
cos θ = , com 0 ≤ θ ≤ (5.17.1)
||n~1 ||.||n~2 || 2
ou, em coordenadas:
|a1 a2 + b1 b2 + c1 c2 |
cos θ = p p (5.17.2)
a1 2 + b 1 2 + c 1 2 a2 2 + b 2 2 + c 2 2
Observação 5.10
a1 b1 c1
1. π1 //π2 , se ~n1 //~n2 . Isto é = = .
a2 b2 c2
a1 b1 c1 d1
Se além dessas igualdades tivermos = = = os planos são coincidentes.
a2 b2 c2 d2
2. π1 ⊥ π2 , se ~n1 ⊥ ~n2 . Isto é, se a1 a2 + b1 b2 + c1 c2 = 0.
|~v .~n| π
sen φ = , com 0 ≤ θ ≤ (5.18.3)
||~v ||.||~n|| 2
91
5.19 Interseção de Dois Planos
Consideremos os planos não paralelos
π1 : 5x − 2y + z + 7 = 0 e
π2 : 3x − 3y + z + 4 = 0.
Sabemos que a interseção de dois planos não paralelos é uma reta r cujas equações se de-
seja determinar. Uma reta está determinada quando se conhece dois de seus pontos ou um
ponto e seu vetor diretor. Um ponto pertence à reta interseção se suas coordenadas satisfazem
simultaneamente as equações dos dois planos, isto é, ele é uma solução do sistema:
5x − 2y + z + 7 = 0
3x − 3y + z + 4 = 0
O sistema é indeterminado e, em termos de x sua solução é:
y = −2x − 3
z = −9x − 13
Estas são as equações reduzidas da reta interseção dos planos π1 e π2 , sendo os pontos dessa
interseção da forma:
92
−−→
O vetor ~n = (a, b, c) e normal ao plano π e, por conseguinte, o vetor AP0 tem a mesma direção
de ~n.
A distância d do ponto P0 ao plano π é:
−−→
d(P0 , π) = ||AP0 ||
−−→ −−→
Observando que o vetor AP0 é a projeção do vetor P P0 na direção de ~n, temos:
−−→ −−→ ~n
d(P0 , π) = ||AP0 || = P P0 .
||~n||
−−→
Mas, P P0 = (x0 − x, y0 − y, z0 − z)
e
~n (a, b, c)
=√ .
||~n|| a2 + b 2 + c 2
Logo,
(a, b, c)
d(P0 , π) = (x0 − x, y0 − y, z0 − z). √
a2 + b2 + c2
93
5.21 Distância entre dois planos
A distância entre dois planos é definida somente para planos paralelos:
Para π1 //π2 , temos:
d(π1 , π2 ) = d(P0 , π2 ), P0 ∈ π1 .
94
Capı́tulo 6
Cônicas e Quádricas
A inclinação do plano com relação ao eixo de simetria do cone determinará os diversos tipos
de curvas. Essas curvas são chamadas de cônicas. São elas: circunferência, elipse, parábola e
hipérbole.
95
Figura 6.2:
Observação 6.1 Se o plano passar pelo vértice O do cone obtemos as cônicas degeneradas:
Estudaremos somente as cônicas não-degeneradas.
onde a ou b ou c 6= 0.
96
− Se c = d = e = 0 então a cônica está centrada na origem e possui uma posição padrão
não rotacionada;
− Se c = 0 e d 6= ou e 6= então a cônica está transladada (não centrada na origem) mas,
possui uma posição padrão não rotacionada;
− Se c 6= 0 e d = e = 0 então a cônica está centrada na origem e rotacionada;
− Se c, d , e 6= 0 então a cônica está transladada (não centrada na origem) e rotacionada.
97
6.4 Definição analı́tica das Superfı́cies Quádricas
Definição 6.4 Uma Superfı́cie Quádrica em R3 é um conjunto de pontos cujas coordenadas
satisfazem a equação:
Estudaremos as quádricas, na posição padrão cuja representação é dada por uma equação da
forma
6.5 A elipse
Definição 6.5 Uma elipse é o conjunto dos pontos P (x, y) do plano tais que a soma das
distância de P a dois pontos fixos F1 e F2 situados no mesmo plano é constante. Os pontos
F1 e F2 , são chamados focos da elipse.
Seja d(F1 , F2 ) = 2c (distância focal) e seja a um número real tal que 2a > 2c. O conjunto de
todos os pontos P do plano que satisfazem a equação
d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a
ou
−−→ −−→
k P F1 k + k P F2 k = 2a (6.5.1)
98
Observação 6.2 Se a = c, (6.5.1) é a equação do segmento F1 F2 .
Figura 6.5:
Figura 6.6:
99
6.5.2 Expressão analı́tica da elipse centrada na origem
Figura 6.7:
−−→ −−→
Logo, F1 P = P − F1 = (x + c, y) e F2 P = P − F2 = (x − c, y). Portanto, a equação
−−→ −−→
k F1 P k + k F2 P k= 2a
p p
(x + c)2 + y 2 + (x − c)2 + y 2 = 2a ⇒
p p
(x + c)2 + y 2 = 2a − (x − c)2 + y 2 ⇒
p p
( (x + c)2 + y 2 )2 = (2a − (x − c)2 + y 2 )2 ⇒
p
(x + c)2 + y 2 = 4a2 − 4a (x − c)2 + y 2 + (x − c)2 + y 2 ⇒
p
x2 + 2xc + c2 + y 2 = 4a2 − 4a (x − c)2 + y 2 + x2 − 2xc + c2 + y 2 ⇒
p p
4a (x − c)2 + y 2 = 4a2 − 4xc ⇒ a (x − c)2 + y 2 = a2 − xc ⇒
p
(a (x − c)2 + y 2 )2 = (a2 − xc)2 ⇒ a2 ((x − c)2 + y 2 ) = a4 − 2a2 xc + x2 c2 ⇒
a2 (x2 − 2xc + c2 + y 2 ) = a4 − 2a2 xc + x2 c2 ⇒ a2 x2 − a2 2xc + a2 c2 + a2 y 2 = a4 − 2a2 xc + x2 c2 ⇒
a2 x 2 + a2 c 2 + a2 y 2 = a4 + x 2 c 2 ⇒ a2 x 2 − x 2 c 2 + a2 y 2 = a4 − a2 c 2 ⇒
x2 (a2 − c2 ) + a2 y 2 = a2 (a2 − c2 ) ⇒ x 2 b 2 + a2 y 2 = a2 b 2 (pois a2 = b2 + c2 ) ⇒
x2 y 2
+ 2 = 1 (6.5.2)
a2 b
que é a equação da elipse com centro na origem e eixo maior sobre o eixo x.
100
Analogamente, se tomarmos F1 (0, −c) e F2 (0, c), obtemos a equação
x2 y 2
+ 2 = 1 (6.5.3)
b2 a
que e a equação da elipse com centro na origem e eixo maior sobre o eixo y.
Consideremos no plano cartesiano xOy um ponto O′ (h, k). Vamos introduzir um novo sistema
x′ O′ y ′ tal que os eixos O′ x′ e O′ y ′ tenham a mesma unidade de medida, a mesma direção e o
mesmo sentido dos eixos Ox e Oy. Assim, um sistema pode ser obtido do outro através de uma
translação de eixos.
Figura 6.8:
101
Definição 6.6 Expressão analı́tica da elipse com centro fora da origem do sistema cartesiano
Figura 6.9:
x′2 y ′2
+ 2 =1
a2 b
mas,
x′ = x − h e y ′ = y − k
logo,
(x − h)2 (y − k)2
+ = 1,
a2 b2
que é a equação da elipse com centro C(h, k) e eixo maior paralelo ao eixo dos x.
(x − h)2 (y − k)2
+ = 1,
b2 a2
que é a equação da elipse com centro C(h, k) e eixo maior paralelo ao eixo dos y.
102
Figura 6.10:
Exemplo 6.2 Determinar a equação da elipse, cujo eixo maior é paralelo ao eixo dos y, tem
1
centro C(4, -2), excentricidade e = e eixo menor de medida 6.
2
(x−k)2 (y−l)2
a2
+ a2
= 1 ou ainda,
(x − k)2 + (y − l)2 = a2 ,
103
6.6 O Elipsóide
Consideremos uma superfı́cie tal que, os planos xy, xz e yz a interceptam segundo as elipses
x2 y 2 x2 z 2 y2 z2
+ 2 = 1, + 2 =1 e + 2 =1
a2 b a2 c b2 c
respectivamente.
Essa superfı́cie é dita um elipsóide descrito pela equação:
x2 y 2 z 2
+ 2 + 2 = 1,
a2 b c
onde a, b e c são números reais positivos.
9z 2
Exemplo 6.5 Identifique e esboce o gráfico da superfı́cie dada pela equação 9x2 + y 2 + = 9.
4
104
6.7 A Hipérbole
Uma hipérbole com focos F1 e F2 é o conjunto dos pontos P (x, y) do plano tais que
Sejam F1 e F2 dois pontos do plano tais que d(F1 , F2 ) = 2c e seja a um número real tal que
2a < 2c. O conjunto de todos os pontos P do plano que satisfazem a equação
|d(P, F1 ) − d(P, F2 )| = 2a
ou
−−→ −−→
| k P F1 k − k P F2 k | = 2a (6.7.1)
−−→ −−→
Observação 6.7 Se a = c a equação | k P F1 k − k P F2 k | = 2c descreve os pontos P, situados
sobre a reta que passa pelos pontos F1 e F2 não interiores ao segmento F1 F2 .
105
Figura 6.12:
As assı́ntotas são retas das quais a hipérbole se aproxima cada vez mais à medida que os
pontos se afastam dos focos.
106
6.7.2 Expressão analı́tica da hipérbole centrada na origem
Figura 6.13:
Da definição temos
|d(P, F1 ) − d(P, F2 )| = 2a ⇒
p p
| (x + c)2 + y 2 − (x − c)2 + y 2 | = 2a ⇒
p p
(x + c)2 + y 2 − (x − c)2 + y 2 = ±2a ⇒
p p
(x + c)2 + y 2 = ±2a + (x − c)2 + y 2
Com procedimento análogo ao que foi usado na dedução da equação da elipse e usando a
relação c2 = a2 + b2 obtemos:
x2 y 2
− 2 = 1 (6.7.2)
a2 b
que é a equação da hipérbole com centro na origem e eixo real sobre o eixo x.
y 2 x2
− 2 = 1 (6.7.3)
a2 b
que é a equação da hipérbole com centro na origem e eixo real sobre o eixo y.(Veja
figura 6.14)
107
Figura 6.14:
x2 y 2 x2 y 2 y 2 x2 y 2 x2
I) − =1 II) − =1 III) − =1 IV ) − =1
9 4 4 9 4 9 9 4
108
6.7.3 Hipérboles transladadas
x2 y 2
− 2 =1
a2 b
é a equação de uma hipérbole com centro C(0, 0) e eixo real sobre o eixo dos x; quando o eixo
real for paralelo ao eixo dos x e o centro é C(h, k), sua equação passa a ser:
(x − h)2 (y − k)2
− =1
a2 b2
(y − k)2 (x − h)2
− =1
a2 b2
109
(y − 1)2 (x − 3)2
Exemplo 6.7 Esboce o gráfico da hipérbole − = 1 e determine:
9 4
a) o centro;
b) os vértices;
c) os focos;
d) a excentricidade;
e) as equações das assı́ntotas.
x2 y 2
+ 2 = 1, z = 0
a2 b
e os planos xz e yz a interceptam segundo as hipérboles
x2 z 2 y2 z2
− 2 = 1, y = 0 e − 2 = 1, x = 0
a2 c b2 c
respectivamente.
Essa superfı́cie é dita um hiperbolóide de uma folha ao longo do eixo z descrito pela
equação:
x2 y 2 z 2
+ 2 − 2 = 1,
a2 b c
onde a, b e c são números reais positivos.
Observação 6.8 Os traços horizontais são elipses. Os traços verticais nos planos x = k e
y = k são hipérboles se k 6= 0 e são um par de retas se k = 0.
110
x2 y 2 z 2 x2 y 2 z 2
Já as equações − + + = 1, e − 2 + 2 = 1 descrevem o hiperbolóide de uma
a2 b2 c2 a2 b c
folha ao longo do eixo x e ao longo do eixo y, respectivamente.
y2 z2
Exemplo 6.8 Esboçar o gráfico da superfı́cie dada pela equação x2 + − = 1.
4 4
6.9 A Parábola
Consideremos em um plano uma reta d e um ponto F não pertencente a d. Uma parábola de
foco F é o conjunto dos pontos P (x, y) do plano equidistantes de F e de d.
d(P, F ) = d(P, P1 )
ou
−→ −−→
k P F k=k P P1 k (6.9.1)
• Foco: é o ponto F.
111
• Diretriz: é a reta d.
Figura 6.16:
d(P, F ) = d(P, P1 )
ou
−→ −−→
k P F k=k P P1 k
isto é,
p p
(x − a)2 + (y − 0)2 = (x + a)2 + (y − y)2 ⇒
(x − a)2 + y 2 = (x + a)2 ⇒
x2 − 2xa + a2 + y 2 = x2 + 2xa + a2 ⇒ y 2 = 4ax
112
Portanto, y2 = 4ax é a equação da parábola com:
vértice V (0, 0), foco F (a, 0) sobre o eixo dos x e diretriz d : x = −a.
Observação 6.11 Se a > 0, a parábola tem concavidade voltada para a direita e se a < 0, a
parábola tem concavidade voltada para a esquerda.
que é a equação da parábola com vértice V (0, 0), foco F (0, a) sobre o eixo dos y e diretriz
d : y = −a
Figura 6.17:
Observação 6.12 Se a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e se a < 0, a parábola
tem concavidade voltada para baixo.
Exemplo 6.9 Determinar a equação da reta diretriz, o vértice e o foco das parábolas x2 = 8y e
y 2 = −2x e esboce as parábolas.
113
6.9.3 Parábolas Transladadas
(y − k)2 = 4a(x − h)
é a equação da parábola com vértice no ponto V (h, k) e eixo paralelo ao eixo dos x.
Analogamente,
(x − h)2 = 4a(y − k)
é a equação da parábola com vértice no ponto V (h, k) e eixo paralelo ao eixo dos y.
114
6.10 O Parabolóide elı́ptico
x2 = a2 cz, e y 2 = b2 cz.
Esta superfı́cie é dita parabolóide elı́ptico em torno do eixo z descrita pela equação
x2 y 2
+ 2 = cz.
a2 b
Figura 6.18:
x2 y2
+ = 1 z = k. (6.10.2)
cka2 ckb2
se k > 0.
- Se k < 0 o plano z = k não intercepta a superfı́cie. Isto é, se c > 0, a superfı́cie está
contida na região z ≥ 0. Analogamente, temos que se c < 0, a superfı́cie está na região z ≤ 0.
y2 z2 x2 z 2
Já as equações + = cx, e + 2 = cy descrevem o parabolóide elı́ptico em torno do eixo
a2 b 2 a2 b
x e em torno do eixo y, respectivamente.
115
6.11 O Hiperbolóide de duas folhas
x2 y 2 z 2
Consideremos a superfı́cie cuja equação é da forma − + 2 − 2 = 1, onde a, b e c são
a2 b c
números reais positivos.
Se | k |< b o plano y = k não intercepta a superfı́cie e se | k |> b o plano y = k intercepta a
superfı́cie segundo a elipse.
x2 z 2 k2
+ = − 1, y = k. (6.11.3)
a2 c2 b2
Vemos que essa superfı́cie tem duas folhas, uma na região y ≥ b e outra na região y ≤ −b.
Os planos xy e yz interceptam a superfı́cie segundo as hipérboles
y 2 x2 y2 z2
− = 1, z = 0 e − 2 = 1, x = 0
b2 a2 b2 c
respectivamente. Essa superfı́cie é um hiperbolóide de duas folhas ao longo do eixo y.
116
6.12 O Parabolóide hiperbólico
x2 y 2
A superfı́cie cuja equação é da forma − + 2 = cz é um parabolóide hiperbólico .
a2 b
Figura 6.19:
x2 y2
− + = 1 z = k. (6.12.4)
cka2 ckb2
Superfı́cie cônica é uma superfı́cie gerada por uma reta que se move apoiada numa curva plana
qualquer e passando sempre por um ponto dado não situado no plano desta curva.
A reta é denominada geratriz, a curva plana é a diretriz e o ponto fixo dado é o vértice da
superfı́cie cônica.
117
6.13.1 O Cone Quádrico
Consideraremos o caso particular da superfı́cie cônica cuja diretriz é uma elipse (ou circun-
ferência) com o vértice na origem do sistema e com seu eixo sendo um dos eixos coordenados.
Nestas condições, a superfı́cie cônica cujo eixo é o eixo dos z tem equação:
x2 y 2 z 2
+ 2 − 2 = 0.
a2 b c
Figura 6.20:
x2 y2
+ = 1 z = k. (6.13.5)
k 2 a2 k 2 b 2
x = ±az, y = 0 e y = ±bz x = 0.
respectivamente.
118
6.14 Superfı́cie Cilı́ndrica
Seja C uma curva plana e f uma reta fixa não contida nesse plano.
Superfı́cie cilı́ndrica é a superfı́cie gerada por uma reta r que se move paralelamente à reta
fixa f em contato permanente com a curva plana C.
A reta r que se move é denominada geratriz e a curva C é a diretriz da superfı́cie cilı́ndrica.
Nesse estudo consideramos apenas superfı́cies cilı́ndricas cuja diretriz é uma curva que se
encontra num dos planos coordenados e a geratriz é uma reta paralela ao eixo coordenado não
contido nesse plano. Neste caso, a equação da superfı́cie cilı́ndrica é a mesma de sua diretriz.
Observação 6.14 Conforme a diretriz seja uma circunferência, elipse, hipérbole ou parábola, a
superfı́cie cilı́ndrica é chamada circular, elı́ptica, hiperbólica, ou parabólica.
119
Resumo de alguns possı́veis tipos de superfı́cies quádricas básicas e as equações em cada caso.
x2 y 2 z 2 x2 y 2 x2 y 2
Equação: + 2 + 2 = 1, z2 = + 2, z= + 2
a2 b c a2 b a2 b
gráfico
x2 y 2 z 2 x2 y 2 z 2 x2 y 2 z 2
Equação: + 2 − 2 = 1, − 2 + 2 + 2 = 1, − 2 + 2 =1
a2 b c a b c a2 b c
gráfico
z 2 x2 y 2 x2 y 2 z 2 y 2 x2 z 2
Equação: − 2 − 2 = 1, − 2 − 2 = 1, − 2 − 2 =1
a2 b c a2 b c a2 b c
gráfico
120
Parabolóide em z em x em y
Hiperbólico
y 2 x2 y2 z2 x2 z 2
Equação: z= − 2, x= − 2, y= − 2,
a2 b a2 b a2 b
gráfico
121
Capı́tulo 7
Definição 7.1 Se n é um número inteiro positivo, dizemos que uma sequência (x1 , x2 , ..., xn ) de
números reais é uma n-upla ordenada e o espaço euclidiano n-dimensional é dado por:
~ = (x1 , x2 )(OP
Observação 7.1 Em R2 (R3 ) à cada ponto P (x1 , x2 )(P (x1 , x2 , x3 ) há um vetor OP ~ =
122
(x1 , x2 , x3 )) associado e vice-versa: à cada vetor de R2 (R3 ) há um ponto associado. Generali-
zando então, esta associação dizemos que cada n-upla ordenada (x1 , x2 , ..., xn ) corresponde tanto
a um ponto generalizado de Rn quanto a um vetor generalizado de Rn .
Dois vetores ~u = (u1 , u2 , ..., un ) e ~v = (v1 , y2 , ..., vn ) são iguais (~u = ~v ) se, e somente se, u1 =
v1 , u2 = v2 , ..., un = vn
7.1.2 Operações em Rn
~u + ~v = (u1 + v1 , u2 + v2 , ..., un + vn )
Observações:
123
7.1.3 Propriedades das operações no Espaço Euclidiano
~ em Rn e k e l escalares em R temos:
Para quaisquer vetores ~u, ~v e w
1. Se ~u, ~v ∈ Rn então ~u + ~v ∈ Rn
2. Se ~u ∈ Rn e k ∈ R então k.~u ∈ Rn .
3. ~u + ~v = ~u + ~v
4. (~u + ~v ) + w
~ = ~u + (~v + w)
~
5. ~u + ~0 = ~0 + ~u = ~u
6. ~u + (−~u) = −~u + ~u = ~0
8. k(~u + ~v ) = k au
~ + k~v
9. k(l~u) = (kl)~v
Definição 7.2 Sejam ~u = (u1 , u2 , ..., un ) e ~v = (v1 , v2 , ..., vn ) dois vetores não nulos de Rn ,
então:
Exemplo 7.2 O produto interno euclidiano dos vetores u = (−1, 3, 5, 7) e v = (5, −4, 7, 0) em
R4 é:
u.v = (−1).5 + 3.(−4) + 5.7 + 7.0 = 18
124
Norma e Distância em Rn
Por analogia com as fórmulas familiares de R3 , nós definimos a norma euclidiana ou com-
primento euclidiano de um vetor u = (u1 , u2 , ..., un ) em Rn por
q
k→−u k= u21 + u22 + ... + u2n
Da mesma forma, a distância euclidiana entre os pontos u = (u1 , u2 , ..., un ) e v = (v1 , v2 , ..., vn )
de Rn é definida por
−−−→ p
d(u, v) =k u − v k= (u1 − v1 )2 + (u2 − v2 )2 + ... + (un − vn )2
2. ~u.~v = ~v .~u
3. ~u.(~v + w)
~ = ~u.~v + ~u.w
~
2. k −
→
u k≥ 0, k−
→
u k= 0 se, e somente se, u = 0
−→
3. k k.u k= |k| k −
→
u k
4. k −
u−+
−→v k≤k −
→
u k + k−
→
v k (Desigualdade triangular)
5. k ~u + ~v k2 = k ~u k2 + 2~u.~v + k ~v k2
6. k ~u − ~v k2 = k ~u k2 − 2~u.~v + k ~v k2
7. k ~u k2 − k ~v k2 = (~u + ~v ).(~u − ~v )
Propriedades da Distância em Rn
2. d(u, v) = d(v − u)
125
Capı́tulo 8
Espaços Vetoriais
Definição 8.1 Um espaço vetorial real é um conjunto V, não vazio, munido de duas operações:
+:V ×V → V ·:R×V → V
(u, v) 7→ u + v (a, v) 7→ av
satisfazendo as seguintes propriedades, ∀ u, v, w ∈ V e a, b ∈ R ou a, b ∈ C:
01) u + v = v + u ;
02) u + (v + w) = (u + v) + w ;
03) Existe um elemento 0 ∈ V , tal que 0 + u = u (0 é o elemento neutro da adição);
04) Existe um elemento (−v) ∈ V , tal que v + (−v) = (−v) + v = 0 (existência do simétrico);
05) 1v = v(1 é o elemento neutro da multiplicação por escalar);
06) a(bv) = (ab)v;
07) a(v + w) = av + aw;
08) (a + b)v = av + bv.
Exemplo 8.2 O conjunto V = Pn dos polinômios com coeficientes reais, de grau menor ou igual
a n é um espaço vetorial.
126
Exemplo 8.3 O conjunto Mmn (R) com as operações adição e multiplicação por escalar usuais
é um espaço vetorial.
Observação 8.2 Todo espaço vetorial V admite pelo menos dois subespaços: S = {0}, chamado
subespaço nulo ou subespaço zero e o próprio espaço vetorial V . Esses dois são chamados
subespaços triviais de V. Os demais são denominados subespaços próprios de V.
Exemplo 8.6 Sejam V = R2 e S = {(x, y) ∈ R2 /y = 2x} ou S = {(x, 2x); x ∈ R}. Mostre que
S é um subespaço vetorial do R2 .
127
Exemplo 8.7 Sejam V = R2 e S = {(x, 4 − 2x); x ∈ R}. Mostre que S não é um subespaço
vetorial do R2 .
v = a1 v 1 + a2 v 2 + . . . + a n v n
Exemplo 8.10 O vetor v = (2, 3) ∈ R2 é uma combinação linear dos vetores v1 = (1, 0) e
v2 = (0, 1), pois
128
(2, 3) = 2(1, 0) + 3(0, 1)
Exemplo 8.11 O vetor v = (5, 2, 3) ∈ R3 é uma combinação linear dos vetores v1 = (1, 0, 0),
v2 = (0, 1, 0), e v3 = (0, 0, 1), pois
Exemplo 8.12 Os vetores i = (1, 0) e j = (0, 1) geram o espaço vetorial R2 , pois qualquer vetor
(x, y) ∈ R2 é combinação linear de i e j.
Logo, [i, j] = R2
Exemplo 8.14 Os vetores e1 = (1, 0, 0), e2 = (0, 1, 0) e e3 = (0, 0, 1) geram o espaço vetorial
R3 , pois qualquer vetor (x, y, z) ∈ R3 é combinação linear de e1 , e2 e e3 :
Logo, [e1 , e2 , e3 ] = R3
129
Observação 8.4 Dados n vetores v1 , v2 , . . . , vn de V e w tal que w = a1 v1 , a2 v2 , . . . , an vn
então:
[v1 , v2 , . . . , vn , w] = [v1 , v2 , . . . , vn ]
pois todo vetor v que é combinação linear de v1 , v2 , . . . , vn , w é também combinação linear de
v1 , v2 , . . . , vn .
Supondo que:
v ∈ [v1 , v2 , . . . , vn , w], então existem números reais
b1 , b2 , . . . , bn , b
tais que
v = b1 v1 + b2 v2 + . . . + bn vn + bw
mas
w = a1 v 1 + a2 v 2 + . . . + an v n
logo,
v = b1 v1 + b2 v2 + . . . + bn vn + b(a1 v1 + a2 v2 + . . . + an vn )
ou
v = (b1 + a1 )v1 + (b1 + a2 )v2 + . . . + (bn + an )vn
logo v é combinação linear de v1 , v2 , . . . , vn , isto é,
v ∈ [v1 , v2 , . . . , vn ]
Para mostrar a recı́proca, isto é, se v ∈ [v1 , v2 , . . . , vn ] então v ∈ [v1 , v2 , . . . , vn , w], basta
considerar b = 0.
130
a1 v 1 + a2 v 2 + . . . + a n v n = 0
só admitir a solução nula, isto é, a1 = a2 = . . . = an = 0. Se a equação admitir solução diferente
da solução nula diremos que os vetores v1 , v2 , . . . , vn são linearmente dependentes.
x1 e1 + x2 e2 + . . . + xn en = 0,
O número de vetores de uma base para um espaço vetorial V é o mesmo para qualquer base
de V e chama-se dimensão de V.
Exemplo 8.17 O conjunto {(1, 0), (2, 0)} não é base do R2 , pois os vetores são LD.
131
Exemplo 8.19 O conjunto {(1, 0, 0), (0, 1, 0)} não é uma base de R3 . Temos que (1, 0, 0) e
(0, 1, 0) são LI, mas não geram R3 .
Definição 8.6 O produto interno no espaço vetorial V é uma função de V × V em R que a todo
par de vetores (u, v) ∈ V × V associa um número real, indicado por u.v ou < u, v >, que satisfaz
as seguintes propriedades:
1) u.v = v.u;
2) u.(v + w) = u.v + v.w;
3) (αu).v = α(u.v) para todo real α;
4) u.v ≥ 0 e u.u = 0 se, e somente se, u = 0V .
u.v = x1 y1 + x2 y2 + x3 y3
u · v = x1 y1 + x2 y2 + . . . + x n yn .
132
8.6 Espaço Vetorial Euclidiano
Um espaço vetorial real, de dimensão finita, na qual está definido um produto interno, é um
espaço vetorial euclidiano.
√
k v k= v.v
d(u, v) =k u − v k
133
8.7 Ângulo de dois Vetores
Sejam u e v vetores não-nulos de um espaço vetorial euclidiano V. O ângulo θ dos vetores u e
v é dado por:
u.v
cosθ = , 0≤θ≤π
k u kkk v k
134
Exemplo 8.23 B = {v1 , v2 , v3 } = {(0, 1, 0), (−4/5, 0, 3/5), (3/5, 0, 4/5)} é base ortonormal.
Logo, tomando por exemplo, u = (1, 1, 1) ∈ R3 temos:
1 7
u =< u, v1 > v1 + < u, v2 > v2 + < u, v3 > v3 = 1v1 − v2 + v3
5 5
u = w1 + w2
Definição 8.7 Seja E e.v de dimensão finita com p.i e W ⊂ E, W s.e.v de E. Então, o
subespaço ortogonal à W é dado por:
W ⊥ = {v ∈ E :< v, w >= 0, ∀ w ∈ W }
Teorema 8.3 Se W é s.e.v de E, E e.v de dimensão finita com p.i então, se u ∈ E, u = w1 +w2 ,
onde w1 ∈ W e w2 ∈ W ⊥ .
u = projW u + (u − projW u)
135
Teorema 8.4 Se W é s.e.v de E, E e.v de dimensão finita com p.i então:
a) Se {v1 , v2 , ..., vr } é base ortonormal de W então,
Teorema 8.5 Cada espaço vetorial não nulo de dimensão finita com p.i possui uma base orto-
normal {v1 , v2 , ..., vn }.
prova:(PROCESSO DE GRAM-SCHMIDT)
Considere {u1 , u2 , ..., un }. base de E.
Passo 1: v1 = u1
< u2 , v 1 >
Passo 2: v2 = u2 − projW1 u2 = u2 − v1 , onde W1 = [v1 ].
kv1 k2
(Observe que v2 é ortogonal a v1 )
< u3 , v 1 > < u3 , v 2 >
Passo 3: v3 = u3 − projW2 u3 = u3 − v1 + v2 , onde W2 = [v1 , v2 ].
kv1 k2 kv2 k2
(Observe que v3 é ortogonal a v1 e v2 )
< u4 , v 1 > < u4 , v 2 > < u4 , v 3 >
Passo 4: v4 = u4 − projW3 u4 = u4 − v1 + v2 + v3 , onde
kv1 k2 kv2 k2 kv3 k2
W3 = [v1 , v2 , v3 ].
(Observe que v4 é ortogonal a v1 , v2 e v3 )
Passo n:
< un , v 1 > < un , v 2 > < un , vn−1 >
vn = un − projWn−1 un = un − v1 + v2 + ... + vn−1 , onde
kv1 k2 kv2 k2 kvn−1 k2
Wn−1 = [v1 , v2 , ..., vn−1 ].
(Observe que vn é ortogonal a v1 , v2 ,...,vn−1 )
v1 v2 vn
Portanto, {v1 , v2 , ..., vn } é uma base ortogonal de E e , , ..., é uma base
kv1k kv2 k kvn k
ortonormal de E.
Exemplo 8.24 Considerando B = (1, 1, 1), (0, 1, 1), (0, 0, 1) uma base de R3 use o Processo de
Gram-Schmidt para ”ortonormalizar”esta base.
136
LISTA DE EXERCÍCIOS - ESPAÇOS VETORIAIS
Nos problemas 1-5 são apresentados subconjuntos de R2 . Verificar quais deles são subespaços
vetoriais de R2 , relativamente às operações de adição e multiplicação por escalar usuais. Para
os que são subespaços, mostrar que as duas condições são satisfeitas. Caso contrário, citar um
contra-exemplo.
2. S = {(x, x2 )/x ∈ R}
3. S = {(x, y)/x + 3y = 0}
4. S = {(x, y)/y = x + 1}
5. S = {(x, y)/x ≥ 0}
Nos problemas 6- 13 são apresentados subconjuntos de R3 . Verificar quais deles são su-
bespaços vetoriais de R3 , relativamente às operações de adição e multiplicação por escalar
usuais. Para os que são subespaços, mostrar que as duas condições são satisfeitas. Caso
contrário, citar um contra-exemplo.
6. S = {(x, y, z)/x = 4y e z = 0}
7. S = {(x, y, z)/z = 2x − y}
8. S = {(x, y, z)/x = z 2 }
9. S = {(x, y, z)/y = x + 2 e z = 0}
137
a b
c) S = : a, b, c ∈ R .
b c
a a+b
d) S = : a, b ∈ R .
a−b b
a 1
e) S = : a, b ∈ R .
a b
15. Escreva w = (7, −11, 2) como combinação linear dos vetores u = (2, −3, 2) e v = (−1, 2, 4)
em R3 .
1 0 −1 2 0 −1
v1 = , v2 = e v3 =
1 1 0 1 2 1
1 8
Escrever o vetor v = como combinação linear dos vetores v1 , v2 e v3 .
0 5
18. Sejam os vetores v1 = (−1, 2, 1), v2 = (1, 0, 2) e v3 = (−2, −1, 0). Expressar cada um dos
vetores u = (−8, 4, 1), v = (0, 2, 3) e w = (0, 0, 0) como combinação linear de v1 , v2 e v3 .
19. Expressar o vetor u = (−1, 4, −4, 6) ∈ R4 como combinação linear dos vetores v1 =
(3, −3, 1, 0), v2 = (0, 1, −1, 2) e v3 = (1, −1, 0, 0).
c){(2, −1, 0), (−1, 3, 0), (3, 5, 0)} d){(1, 2, −1), (1, 0, 0), (0, 1, 2), (3, −1, 2)}
138
23. Sendo E o espaço vetorial das matrizes 2 × 3, verificar se {A, B, C} é L.I ou L.D, sendo
−1 2 1 0 −1 2 −1 0 5
A= ,B= eC =
3 −2 4 −2 1 0 −1 0 3
24. Verificar se os subconjuntos que seguem são bases de R2 :
a) {(2, 1), (3, 0)} b){(3, 9), (−4, −12)}
27. Mostre que o conjunto de vetores dados é uma base de M (2, 2).
3 6 0 −1 0 −8 1 0
, , ,
3 −6 −1 0 −12 −4 −1 2
28. Encontre as coordenadas de w = (3, −7) em relação à base B = {(1, 1), (0, 2)}.
29. Encontre as coordenadas de w = (5, −12, 3) em relação à base B = {(1, 2, 3), (−4, 5, 6), (7, −8, 9)}
33. Determine uma base e a dimensão dos subespaços vetoriais apresentados nos exercı́cios
1 − 14.
34. Use o Processo de Gram-Schmidt para transformar B = {(1, −3), (2, 2)} em uma base
ortonormal. Determine as coordenadas de u = (5, 2) em relação à essa base ortonormal.
35. Use o Processo de Gram-Schmidt para transformar B = {(1, 1, 1), (−1, 1, 0),
(1, 2, 1)} em uma base ortonormal. Determine as coordenadas de
u = (−2, 2, 3) em relação à essa base ortonormal.
139
8.12 Mudança de Base
Em aplicações é muito comum trabalhar com mais de um sistema de coordenadas e nestes casos
é geralmente necessário conhecer as relações entre as coordenadas.
Pergunta: Se mudarmos da base B1 de um espaço V para uma base B2 , qual a relação entre
as coordenadas de [v]B1 e as novas coordenadas de [v]B2 ?
Para simplificar o problema, nós iremos resolver este problema para espaços bidimensionais.
dim V = 2 e depois generalizaremos a solução.
ou seja:
w 1 = a u1 + b u2 (1)
w 2 = c u1 + d u2 (2)
k1
e, v ∈ V um vetor qualquer e [v]B2 = temos:
k2
v = k1 w1 + k2 w2 (3)
v = k1 (a u1 + b u2 ) + k2 (c u1 + d u2 ) (4)
ou ainda,
v = (k1 a + k2 c)u1 + (k1 b + k2 d) u2 (5)
Portanto,
k1 a + k2 c a c k1
[v]B1 = = .
k1 b + k2 d b d k2
ou seja,
140
[v]B1 = P.[v]B2
ou ainda,
[v]B1 = [I]B
B1 .[v]B2
2
Exemplo 8.25 Dadas as bases B1 = {(1, 1), (2, 1)} e B2 = {(1, 0), (0, 1)} de V = R2 , determine:
a) a matriz mudança de base P de B2 para B1 .
c) P.P , e P , .P
Com estes cálculos, qual relação você estabelece entre P e P , ?
Generalização:
Sejam B1 = {u1 , u2 , . . . , un } e B2 = {w1 , w2 , . . . , wn } duas bases ordenadas de um mesmo
espaço vetorial V. Dado um vetor v ∈ V temos:
[v]B1 = P.[v]B2
sendo P a matriz cujas colunas são formadas pelas coordenadas dos vetores da base B2 em relação
à base B1 ; ou seja, os vetores-coluna de P são
[w1 ]B1 , [w2 ]B1 , ..., [wn ]B1 , ou seja
Teorema 8.6 Se P é a matriz de transição de uma base B2 para uma base B1 em um espaço
vetorial de dimensão finita V, então:
a) P e invertı́vel.
b) P −1 é a matriz de transição de B1 para B2 .
141
Aplicação à Rotação de Eixos no Espaço Bidimensional
Em muitos problemas é dado um sistema de coordenadas retangulares xy que, girado no
sentido anti-horário em torno da origem por um ângulo θ, produz um novo sistema de coordenadas
x, y , . Quando isto é feito, cada ponto Q do plano tem dois conjuntos de coordenadas (x, y) e as
coordenadas (x, , y , ) em relação ao sistema x, y , .
142
LISTA de EXERCÍCIOS
ESPAÇOS VETORIAIS - MUDANÇA DE BASE
√ √
1. Sejam B1 = {(1, 0), (0, 1)}, B2 = {(−1, 1), (1, 1)}, B3 = {( 3, 1), ( 3, −1)} e B4 = {(2, 0), (0, 2)}
bases ordenadas de R2 .
1 1 0
2. Se [I]B 2
= 0 −1 1 determine
B1
1 0 −1
−1
a)[v]B1 sendo [v]B2 = 2
3
−1
b)[v]B2 sendo [v]B1 = 2
3
143
Capı́tulo 9
Transformações Lineares
L(E, F )
L(E, R) = E ∗
144
Consequências da Definição:
• T (0E ) = 0F
• T (−v) = −T (v)
• T (u − v) = T (u) − T (v)
• (αA)(v) = α.A(v)
dp
Exemplo 9.3 A aplicação D : Pn → Pn dada por D(p(x)) = é uma transformação linear.
dx
Rb
Exemplo 9.4 A aplicação S : Pn → R dada por S(p(x)) = a
p(x)dx é uma transformação
linear.
145
Exemplo 9.5 Dada uma matriz A ∈ Mm×n , a aplicação LA : Rn → Rm dada por LA (v) = A.(v)
é uma transformação linear.
9.1.1 Exemplos
146
5. (Reflexão em torno do eixo x) T : R2 → R2 tal que T (x, y) = (x, −y).
9.2.1 Exemplos
147
2. (Contração de fator 12 ) T : R3 → R3 tal que T (x, y, z) = 12 (x, y, z).
4. (Dilatação de fator 2 na direção do eixo y) T : R3 → R3 tal que T (x, y, z) = (x, 2y, z).
6. (Reflexão em torno do plano xz) T : R3 → R3 tal que T (x, y, z) = (x, −y, z).
148
7. (Reflexão em torno do plano yz) T : R3 → R3 tal que T (x, y, z) = (−x, y, z).
8. (Projeção ortogonal sobre o plano xy) T : R3 → R3 tal que T (x, y, z) = (x, y, 0).
9. (Projeção ortogonal sobre o plano xz) T : R3 → R3 tal que T (x, y, z) = (x, 0, z).
10. (Projeção ortogonal sobre o plano yz) T : R3 → R3 tal que T (x, y, z) = (0, y, z).
149
12. (Rotação anti-horária em torno do eixo x positivo por um ângulo θ) Rθ : R3 → R3
tal que
1 0 0 x
Rx(θ) (x, y, z) = 0 cosθ −senθ . y
0 senθ cosθ z
v = c1 v1 + c2 v2 + ... + cn vn
150
Exemplo 9.6 Seja B = {(0, 1, 0), (1, 0, 1), (1, 1, 0)} base de R3 e T : R3 → R2 tal que T (0, 1, 0) =
(1, −2), T (1, 0, 1) = (3, 1), T (1, 1, 0) = (0, 2). Verifique que T (5, 3, −2) = (−10, 20).
Exemplo 9.7 Seja B = {(1, 1, 1), (1, 1, 0), (1, 0, 0)} e T : R3 → R2 tal que: T (1, 1, 1) =
(1, 0), T (1, 1, 0) = (2, −1), T (1, 0, 0) = (4, 3).
Encontre uma expressão para T (x, y, z) e use-a para determinar T (2, −3, 5).
N (T ) = {v ∈ E/ T (v) = 0F }
N (T ) = {0E }
151
9.5 Matrizes de Transformações Lineares Arbitrárias
Suponha que V é um espaço vetorial n-dimensional e W é um espaço vetorial m-dimensional. Se
nós escolhermos bases B e B , para V e W respectivamente, então para cada v ∈ V a matriz de
coordenadas [v]B será um vetor em Rn e a matriz de coordenadas [T (v)]B , será um vetor em Rm .
Se B = {v1 , v2 , ..., vn } é base de V e B , = {w1 , w2 , ..., wm } é base de W. Então T (v1 ), T (v2 ), ..., T (vn )
são vetores de W e portanto,
. . . .
. . . .
. . . .
dizemos que
a11 a12 ... a1n
a21 a22 ... a2n
. . ... .
= [T ]B
A= B,
. . ... .
. . ... .
am1 am2 ... amn
é a matriz de T em relação às bases B e B , .
Exemplo 9.8 Seja T : R3 → R2 tal que T (x, y, z) = (2x + y − z, 3x − 2y + 4z) e sejam B a base
canônica de R3 e B , a base canônica de R2 . Calculando [T ]B
B , temos:
Exercı́cio 9.1 Considerando então B = {(1, 1, 1), (1, 1, 0), (1, 0, 0)} e B , = {(1, 3), (1, 4)} calcule
[T ]B
B, .
152
Teorema 9.2 Sejam V e W espaços vetoriais, B = {v1 , v2 , ..., vn } base de V, B , = {w1 , w2 , ..., wm }
base de W e T : V → W uma aplicação linear.
Então, para todo v ∈ V vale:
[T (v)]B , = [T ]B
B , .[v]B
[T2 ◦ T1 ]B B2 B1
B3 = [T2 ]B3 .[T1 ]B2
1
Exercı́cio 9.2 Estude matricialmente T2 ◦ T1 sabendo que T1 (x, y) = 2(x, y) é uma expansão
plana e T2 (x, y) = (x + 2y, y) é um cisalhamento. Interprete a composição geometricamente.
Exercı́cio 9.3 No plano, uma rotação anti-horária de 45o é seguida por uma dilatação de
√
2. Ache a aplicação A que representa esta transformação no plano e interprete-a ”passo-a-
passo”geometricamente.
Exercı́cio 9.4 No espaço, uma dilatação de fator 2 na direção do eixo y é seguida de uma
rotação anti-horária de 90o em torno do eixo x positivo e uma reflexão em torno do plano
xy. Ache a aplicação A que representa esta transformação espacial e interprete-a ”passo-a-
passo”geometricamente.
153
Capı́tulo 10
Autovalores e Autovetores
Observação 10.1 Se v é um vetor não nulo tal que A(v) = λv então cada vetor na reta gerada
por v é levado de volta à mesma reta quando multiplicado pela matriz de A. Vetores não nulos que
são levados em múltiplos escalares deles mesmo por um operador linear aparecem naturalmente
no estudo de vibrações e da dinâmica populacional, na Genética, Mecânica Quântica e Economia.
Exemplo 10.1 A transformação linear T (x, y) = (3x + 2y, 3x − 2y) admite v = (2, 1) como
autovetor associado ao autovalor λ = 4.
154
10.1 O Polinômio Caracterı́stico
Observe que v é autovetor do operador T associado ao autovalor λ se: T (v) = λv. Tomando
então, [T ] a matriz de T com relação a base canônica teremos: [T ][v] = λ[v] ou ainda,
([T ] − λI)[v] = 0E Fazendo ([T ] − λI) = B temos:
B.v = 0 (1)
Observe que para det(B) 6= 0, o sistema de equações lineares homogêneo indicado acima
tem uma única solução, x1 = x2 = ... = xn = 0 (ou v = 0E ). Portanto, a única maneira de
encontrarmos autovetores v (soluções não nula da equação acima) é termos detB = 0, ou seja,
155
Exemplo 10.6 Seja A(x, y) = (2x − y, x + 4y). Mostre que A possui um autovalor único igual
a 3.
Exemplo 10.7 Seja A(x, y) = (3x + y, 2x + y). Mostre que A possui os autovalores 4 e 1.
Determine a base de autovetores de A e estude a matriz de A na base de autovetores.
Teorema 10.1 Seja E um espaço vetorial de dimensão n que possui n autovalores distintos.
Então, o conjunto dos autovetores associados aos autovalores de T é base de E.
B = {v1 , v2 , ..., vn } onde, T (vi ) = λi vi , i = 1, 2, ..., n.
Definição 10.4 Uma matriz An × n é dita diagonalizável se existirem uma matriz invertı́vel
P e uma matriz diagonal D satisfazendo
P −1 .A.P = D
156
2 −3
Exemplo 10.10 Verifique que A = é diagonalizável, determinando seus autovalores
2 −5
−1
(e autovetores) e as matrizes P, P e D.
3 −1 −2
Exemplo 10.11 Verifique que A = 2 0 −2 é diagonalizável, determinando seus auto-
2 −1 −1
valores (e autovetores) e as matrizes P, P −1 e D.
Observação 10.4 A matriz P considerada acima é dita unitária pois seus vetores colunas
formam um conjunto ortonormal.
157
0 2 −1
Exercı́cio 10.1 Dada A = 2 3 −2 encontre uma matriz unitária P que diagonaliza
−1 −2 0
A.
Exercı́cio 10.4 Encontre uma matriz diagonalizante unitária para cada uma das matrizes a
seguir.
2 1
a)
1 2
2 1 1
b) 1 3 −2
1 −2 3
1 1 1
c) 1 1 1
1 1 1
4 2 −2
d) 2 1 −1
−2 −1 1
158
10.3 Diagonalização de uma forma quadrática plana
Uma forma quadrática plana é dada por:
e serão estudadas no Capı́tulo 10 como um dos termos da equação de uma cônica dada por:
159
Referências Bibliográficas
[1] Anton, H.; Rorres, C.. Álgebra Linear com Aplicações. 8a Ed.. Porto Alegre: Bookman,
2001.
[2] Boldrini, J. L.. Álgebra Linear . 3a Ed.. São Paulo: Harbra Ltda, 1986.
[3] Boulos, P. Camargo, I. de. G. A. - um tratamento vetorial. 3a Ed.. S.P.: Prentice Hall,
2005.
[4] Santos, Nathan Moreira dos. Vetores e Matrizes - Uma introdução à Álgebra Linear . 4a
Ed. São Paulo: Thompson Learning, 2007.
[5] Poole, D. Álgebra Linear. 1a Ed.. São Paulo: Thomson Learning, 2006.
[6] Poole, D. Álgebra Linear. 1a Ed.. São Paulo: Thomson Learning, 2006.
[7] Steinbruch, A.; Winterle, P. Geometria Analı́tica. 2a Ed.São Paulo: Makron Books, 1987.
[8] Steinbruch, A.; Winterle, P. Álgebra Linear. 2a Ed.São Paulo: Makron Books, 1987.
[9] Steinbruch, A.; Winterle, P. Introdução à álgebra linear. São Paulo: Makron Books, 1990.
160