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RESUMO
ABSTRACT
The presence of female fans in football is a growing phenomenon in recent years. However,
despite being potential consumers of products related to their team of preference, the use of football
articles is still very limited outside the sporting environment. The purpose of this study is to understand
how often women football fans, in the case of Ceará Sporting Club, consume official products of the
team. Through a qualitative research, applied through a questionnaire, it was proposed to understand the
way in which this consumption occurs, arriving at the understanding that the use of these products could
be greater, since it had greater attention to this segment of the crowd , creating pieces that appeal
aesthetically and physically to the female audience.
Keywords: Woman and Soccer. Ceará Sporting Club. Consumption and use.
1 INTRODUÇÃO
Desde pequenos somos treinados a seguir determinados conceitos que nos são
impostos por nossa sociedade, conforme Luire (1991), a distinção de roupas segundo o
sexo se inicia com o enxoval de bebê, berço e móveis rosados para as meninas e azuis
para os meninos. Essa distinção permanece na vida adulta e se o azul passou a ser mais
frequente nos guarda-roupas femininos, o rosa ainda é algo mais raro no vestuário
masculino.
Ainda de acordo com Luire (1991), um propósito básico do vestuário é, portanto,
distinguir os homens das mulheres. Os gêneros seriam diferenciados pelo uso
específicos de algumas peças, como por exemplo, o uso de um vestido por uma mulher
e um smoking por um homem.
Identifica aquele que o veste como membro de algum grupo e muitas vezes o
situa em uma hierarquia; às vezes, fornece informação sobre suas realizações,
assim como os distintivos de mérito e os galões de batalhas de um general.
(LUIRE, 1991, p. 34).
Ao longo de sua história o clube cearense possuiu seis escudos, com a última
alteração realizada em 2003, possuindo cinco listras alternadas em preto e branco, cinco
estrelas brancas, o número 1914 e o nome Ceará na diagonal. Segundo 100 anos de
paixão (2014), o atual escudo do alvinegro é o símbolo das conquistas da história
recente do Ceará.
As listras, em geral, possuem significados e simbolismos, podendo ser utilizadas
como forma de se expressar algo. Luire (1991) afirma que:
Mais que uma camisa, as listras alvinegras marcaram a história do Ceará. Mais
grossas ou mais finas, acompanhadas de gola redonda, polo, em vê. Houve
pequenas variações no manto ao longo de um século, suficientes para deixa-lo
sempre mais bonito. A camisa nº 2, branca, teve mudanças mais significativas.
Além disso, o time já teve modelos cinza, preto e lilás. (100 ANOS DE
PAIXÃO, 2014, p. 186).
O time geralmente apresenta dois uniformes oficiais por ano, o primeiro sempre
com listras alvinegras verticais, ocorrendo variação apenas na espessura e quantidade de
linhas. O segundo uniforme, tem a predominância do branco, possuindo detalhes pretos,
do mais variados, não perdendo sua essência alvinegra.
Ao fim de cada temporada, é lançado um terceiro uniforme que foge do padrão
dos dois primeiros, com variação de cores e detalhes, como por exemplo, o terceiro
uniforme de 2014 em homenagem ao centenário do clube, nas cores preto e cinza escuro
e número dourado, assim como o terceiro uniforme de 2015 na cor roxa e com gola
polo, fazendo alusão ao Rio Branco.
A cada dia que passa o futebol conquista cada vez mais as mulheres e
consequentemente aumenta com isso o mercado consumidor de artigos relacionados aos
clubes, de acordo com Salgueiro e Melo (2014):
As mulheres ao compartilhar as arenas esportivas com os homens começam a
inserir suas próprias ideias, que se concretizam nas praticas sociais pela
interação entre gêneros, consumo de mercadorias e pelo compartilhamento de
novos valores que devem ser absorvidos pelas empresas que administram os
negócios. (SALGUEIRO e MELO, 2014, p 07)
A Sou Mais firmou sua imagem no mercado por ser uma marca registrada do
Ceará Sporting Club, um dos maiores clubes do Estado Nordestino, por se
tratar de uma loja com bastantes variedades e modelos. Além de possuir
estratégias para um bom atendimento e relacionamento com o cliente.
(FERNANDES, 2013, p. 33).
1 Mulheres de arquibancada: a torcida feminina nos estádios de futebol. Brasil, 2018. Disponível
em: <http://www.esportudo.com/mulheres-de-arquibancada-a-torcida-feminina-nos-estadios-de-futebol>.
Acesso em: 04 de abril de 2018.
A diversidade de produtos aumenta o consumo e consequentemente uso de
artigos esportivos por mulheres. Carvalhal (2014) afirma que o consumo se dá a partir
de outro núcleo de personalidade, o do consumidor, num processo que passa por
sentimentos de diferenciação, interrogação ou complementação.
De acordo com Salgueiro e Melo (2014) as torcedoras parecem incorporar um
modelo de conduta que supera o próprio hábito institucional das áreas esportivas,
dissipando o consumo dos produtos futebolísticos para além das fronteiras do futebol,
ou seja, a relação de uso desses artigos no cotidiano das torcedoras, não se limitando,
por exemplo, a usa-las em idas aos estádios, fazendo com que tais peças passem a fazer
parte do vestuário casual das mulheres.
É preciso que a marca delimite e conheça bem quem é seu público-alvo, pois só
assim será capaz de desencadear na consumidora uma relação afetiva, ponto primordial
para a geração de desejo, e futuramente, a possível fidelização, não somente ao produto,
mas a todo o significado que envolverá consumi-lo e consumir a identidade da marca,
que no caso está diretamente vinculada do clube cearense. Cobra explica:
Mais preocupado com o “ser” do que com o “ter”, o novo consumidor é mais
responsável com relação ao meio ambiente e consigo mesmo. Ele se expressa
não pela posse de bens, mas principalmente pela riqueza de valores interiores.
Assim, quanto mais a empresa conhece acerca de seus clientes, melhor ela
pode equalizar suas ações para que seus produtos sejam mais reconhecidos e
valorizados.
O valor pode emergir do próprio produto ou da experiência de consumo do
cliente (COBRA, 2007, p. 62).
5. DISCUSSÕES E RESULTADOS
Figura 3
Figura 4
Quando questionadas sobre o que as desmotivava a usar as peças, 62,7%
respondeu que a falta de opção de peças diferenciadas era o que as desmotivava a
utilizá-las, caracterizando a maioria, seguido por 51% que disse que as modelagens não
valorizam o corpo, 41,2% disse ter medo da violência entre torcidas, e 41,2% disse ter
medo de sofrer preconceito e/ou machismo. Baseado nos resultados, é possível observar
que a maioria das torcedoras é desmotivada a usar estas peças por falta de produtos
diferenciados e que deem a devida atenção ao público feminino. A fim de superar isto, a
loja Sou Mais poderia trabalhar desenvolvendo artigos que sejam esteticamente
apelativos a este público, bem como fazendo a utilização de modelagens que sejam
voltadas para mulheres, valorizando seu tipo físico e formas.
Figura 5
Quando questionadas sobre o que as torcedoras mudariam na estética destes
produtos, 78,4% respondeu que mudaria as modelagens, tornando-as diferenciadas do
que é encontrado hoje na loja, caracterizando a maioria, seguido por 70,6% que disse
que aplicaria estampas mais modernas em comparação às estampas encontradas hoje
nos produtos da loja, 60,8% disse que faria a inserção de figuras ou frases engraçadas,
quebrando um pouco o caráter sério e tradicional dos produtos atuais, e 60,8% disse que
faria o uso de frases empoderadas, reiterando o caráter de que as mulheres desejam ser
vistas como membros equiparáveis aos homens dentro da torcida de futebol, quebrando
quaisquer estereótipos que ainda se fazem presentes dentro do futebol.
Assim, baseado nos resultados, é possível inferir que aspectos básicos da roupa,
como a modelagem e a estampa são fundamentais para o estímulo ao aumento da
identificação e do consumo dos produtos da loja Sou Mais pela torcida feminina;
observação que é suportada pelas respostas obtidas nos questionamentos anteriores.
Os resultados apresentados são fontes do questionário aplicado às torcedoras.
Segundo Carvalhal (2016) é preciso entender as necessidades e desejos das pessoas para
satisfazê-los, e através das respostas obtidas, observamos que a ausência de modelagens
mais diferenciadas ou que valorizem mais o corpo feminino, assim como estampas mais
modernas refletem na pouca utilização dos artigos no cotidiano das consumidoras.
É o momento oportuno para mudar, Carvalhal (2106) aponta que existem
grandes forças atuando na alteração do comportamento e consumo, o mesmo afirma que
é preciso estar disposto a entender de fato a real necessidade do seu público para
satisfazê-la, isso seria um fator crucial para a expansão do uso dessas peças consumidas.
REFERÊNCIAS
CARVALHAL, André. A moda imita a vida: como construir uma marca de moda.
Estação das Letras e Cores, São Paulo, 2014.
CARVALHAL, André. Moda como propósito. Editora Paralela, São Paulo, 2016.
Ceará, 100 anos de Paixão. Fundação Demócrito Rocha, 2014.
COSTA, Leda Maria da. O que é uma torcedora? Notas sobre a representação e
auto-representação do público feminino do futebol. Esporte e Sociedade, Ano 2,
número 4, Nov2006/Fev2007.
JONES, Sue. Fashion Design. São Paulo: Editora Cosac Naify, 2007.
LUIRE, Alison. A linguagem das roupas. Editora Rocco, Rio de Janeiro, RJ, 1991.
RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. Paracambi: FAETEC/IST,
2007. Disponível em: <https://si3.ufc.br/sigaa/ava/index.jsf>. Acesso em: 20 de junho
de 2016.