Facetas em Preparos Conservadores.

Excelência em Laboratório
* Mestrando em Prótese Dentária, São Leopoldo Mandic. Professor no curso de Especialização em Prótese Dentária, São Leopoldo Mandic.
** Técnico em Prótese Dentária. Membro SBOE e Ivoclar Team. Diretor científico do 13o Congresso apdesp.
18 Rev Dental Press Estét. 2012 jul-set;9(3):18-25

Facetas em preparos conservadores
Roberto Yoshida*, Marcos Celestrino**
INTRODUÇÃO para proporcionar ao nosso paciente a satisfação de

Hoje, estamos vivendo a era das respostas rá- possuir um sorriso saudável e belo.
pidas. Não podemos errar e estamos sempre em Com essa finalidade, a indústria desenvolve mate-
busca da perfeição e do belo. As discussões sobre riais com características mais próximas às do dente
o perfeito e o belo são temporais. A beleza huma- natural, valorizando as características ópticas naturais
na, que pode ser observada no rosto, é o privilé- dos dentes, em todos os seus ricos detalhes.
gio de alguns que possuem coincidência genética, O cirurgião-dentista, junto com o técnico em pró-
proporcionando um rosto com linhas harmoniosas. tese dentária, desenvolve sua técnica para produzir
O desejo por saúde e beleza guia os costumes que tratamentos mais conservadores, duradouros, esteti-
refletem em uma maior exposição do corpo e, tam- camente agradáveis e imperceptíveis.
bém, de um belo sorriso. No caso clínico a seguir, o cirurgião-dentista e o
Essa obsessão pela beleza e por um belo sorriso técnico em prótese dentária solucionaram o problema
reflete no desenvolvimento e evolução de novas téc- de um elemento escurecido por meio de uma lente de
nicas. Com isso, investimos energia, tempo e dinheiro contato e uma faceta em técnica refratária.
Como citar este artigo: Yoshida R, Celestrino M. Facetas em preparos conservado- » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou
res. Rev Dental Press Estét. 2012 jul-set;9(3):18-25. financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias des-
critos nesse artigo.
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Caso ClÍnico Optou-se, então, por um preparo clássico de face-

Paciente com 28 anos de idade, buscou tratamen- tas no elemento 21 e um preparo sem confecção de
to odontológico apresentando o dente 21 escurecido ombro no elemento 11, ambos conservadores.
e dente 11 com pequena fratura de bordo incisal, de- A opção de confecção de chanfro no elemento
vida a histórico de trauma em região anterior (Fig. 1). 21 teve a intenção de criar uma melhor condição de
Ambos os elementos não possuíam tratamento endo- trabalho ao TPD, que, através do espaço existente,
dôntico e, fisiologicamente, se apresentavam normais. pôde estratificar e igualar a diferença de cor existen-
Após o diagnóstico e discussão com a paciente tes nos elementos dentários.
sobre as opções de tratamentos restauradores diretos Os preparos foram confeccionados utilizando-
e indiretos, decidiu-se, em conjunto, pelo tratamento -se guias de silicone construídas sobre um encera-
restaurador indireto nos elementos 11 e 21, após o mento diagnóstico.
clareamento dentário. Os procedimentos clínicos seguintes foram a
Para uma resolução previsível e rápida, o caso foi moldagem com silicona de adição em técnica de
planejado em conjunto com o TPD, com o objetivo de passo único e duplo fio, realização de fotografias
solucionar o problema da paciente, com preparos mi- de seleção de cor do substrato dentário e confec-
nimamente invasivos. ção de provisório com resina composta.
Figura 1 - Situação inicial.
Figura 2 - Preparo clássico de faceta do elemento 21, com confecção Figura 3 - Observe o preparo conservador do chanfro com aproxi-
de chanfrado. madamente 0,3mm. Compare a espessura do chanfro com a mar-
gem gengival.

Yoshida R, Celestrino M
Figura 4 - Preparos finalizados. Elemento 11 com preparo conserva- Figura 5 - Fotografia para seleção de cor.
dor, sem confecção de chanfro.
Técnica de confecção de facetas

em troquel refratário
Nesse caso, escolhemos a técnica de refratário

com a cerâmica IPS Design por se tratar de um caso
extremamente conservador e por apresentar a difi-
culdade de cor de substratos diferentes.
Essa técnica permite ao ceramista fazer uso de
todo o seu conhecimento e experiência, utilizando
diversas massas de cerâmica para alcançar os efei-
tos ópticos que os dentes naturais possuem, mes-
mo em espaços mínimos.
A técnica de confecção de facetas em troquel
refratário oferece muitos recursos ao técnico para
construir facetas e lentes de contato em pequenos
espaços. Porém, existem dificuldades clínicas e la-
boratoriais nesse processo.
Do ponto de vista laboratorial, a aplicação estrati-
ficada em pequenos espaços exigirá conhecimento,
habilidade e experiência do TPD e, para alguns, é a
Figura 6 - Provisórios de resina composta direta. melhor opção para o perfeito controle de cor e forma.

Outro ponto crítico é a remoção da faceta do mo- exige cuidados, devido à possibilidade de fratura, gra-
delo refratário, o que exige cuidados para evitar-se ças à sua pouca espessura.
trincas e fraturas. A técnica de confecção de facetas em troquel refra-
Já do ponto de vista clínico, a manipulação da face- tário é mais uma boa opção para resolução de casos
ta nos procedimentos de prova e cimentação também minimamente invasivos com alta exigência estética.
Figura 7 - Aplicação da primeira queima. Figura 8 - Resultado da queima com fi- Figura 9 - Aplicação de Dentina A1.
Dente 21, Dentina Opaca A1 na cervical nalidade de igualar a cor do substrato na
e no terço médio; na incisal, Dentina A1. faceta e na lente de contato.
Dente 11, Dentina Opaca.
A B C
Figura 10 - Redução incisal da dentina no terço incisal.
Figura 11 - Na sequência, trabalhamos com esmalte TI 1. Observe a Figura 12 - Resultado da queima.

aplicação irregular na vestibular, para que a luz reflita de forma diferente.
A B
Figura 13 - Início da aplicação de efeitos opalescentes e mamelos. Borda incisal efeito 1.

Figura 14 - Na vestibular, os efeitos mamelon são aplicados de for- Figura 15 - Veja a borda incisal e observe como a luz passa de
ma intercalada. MM light e Salmon refletem a luz. Para absorver um forma natural.
pouco dessa luz, utilizamos o efeito violeta entre eles.
A B
Figura 16 - Finalizando com esmalte TI 1.
A B C
Figura 17 - Ajustes de forma e área de espelho.
A B
Figura 19 - Suavizando as linhas de anatomia secundária.
A B
Figura 20 - Anatomia horizontal.

A B
Figura 21 - Polimento final.
A B
Figura 22 - Detalhes da borda incisal. Divide-se o dente em quatro partes e faz-se pequenas depressões.
Figura 23 - Glaze, confecção de pequenos detalhes. Figura 24 - Caso finalizado no modelo rígido.
Figura 25 - Detalhes de textura. Figura 26 - Resultado final.

Figura 27 - Observe a riqueza da anatomia das facetas.
A B
Figura 28 - Detalhes da borda incisal.
Endereço para correspondência
Enviado em: 06/07/2012

Marcos Celestrino
Revisado e aceito: 10/07/2012 E-mail: celestrino.marcos@hotmail.com

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Caso ClÍnico Optou-se, então, por um preparo clássico de face-

Figura 1 - Situação inicial.

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Técnica de confecção de facetas

Nesse caso, escolhemos a técnica de refratário

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Figura 10 - Redução incisal da dentina no terço incisal.

Figura 11 - Na sequência, trabalhamos com esmalte TI 1. Observe a Figura 12 - Resultado da queima.

Figura 13 - Início da aplicação de efeitos opalescentes e mamelos. Borda incisal efeito 1.

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Figura 16 - Finalizando com esmalte TI 1.

Figura 17 - Ajustes de forma e área de espelho.

Figura 19 - Suavizando as linhas de anatomia secundária.

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Figura 21 - Polimento final.

Figura 25 - Detalhes de textura. Figura 26 - Resultado final.

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Figura 27 - Observe a riqueza da anatomia das facetas.

Figura 28 - Detalhes da borda incisal.

Endereço para correspondência

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