Manual NR 10
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Manual NR 10
SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
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Prof. Deivson Rodrigues Martins
Eng. Eletricista
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email para contato: adrl2011.dr@gmail.com
SUMÁRIO
1. Introdução à Segurança com Eletricidade...............................................................02
2. Medidas de Controle de Risco Elétrico....................................................................14
3. Riscos Adicionais........................................................................................................32
4. Normas Técnicas Brasileiras - NBR da ABNT........................................................38
1. Introdução à Segurança com Eletricidade
O uso da eletricidade exige do consumidor a aplicação de algumas precauções em
virtude do risco que a eletricidade representa, muitos não sabem, desconhece ou desconsideram
esse risco.
Os acidentes ocorridos com eletricidade, no lar e no trabalho, são ao que ocorrem com
maior frequência e comprovadamente os que trazem as mais graves consequências. As normas
de segurança estabelecem que as pessoas devam ser informadas sobre os riscos a que se
expõem, assim como conhecer seus efeitos e as medidas de segurança aplicáveis. As atividades
com eletricidade apresentam riscos a seus usuários tais como Danos Econômicos e o choque
elétrico.
CONSIDERAÇÕES
Choque elétrico é a perturbação de características e efeitos diversos que se manifesta no
organismo humano quando este é percorrido, em certas condições, por uma corrente elétrica. A
eletricidade é, inegavelmente, fonte de riscos muito perigosos. Pesquisas sobre o assunto feitas
em diversos países demonstram que o número de acidentes de origem elétrica não é muito
expressivo, todavia, o número de acidentes fatais é proporcionalmente muito elevado. As
estatísticas mostram que, de cada cinco acidentes por choque elétrico, um é fatal. Enquanto
que nos demais tipo de acidentes essa média cai consideravelmente, ficando um acidente fatal
para cada vinte ocorrências.
Os acidentes por choque elétrico ocorrem de três formas distintas:
Percurso 1
Ligação de dois pontos com diferença de potencial elétrico por intermédio de dois
dedos de uma mesma mão. Neste tipo de percurso, denominado pequeno percurso, não
há risco de vida; poderá, no entanto, sofrer queimaduras ou perda dos dedos.
Percurso 2
A corrente entra por uma das mãos e sai pela outra, percorre o tórax, e atinge a
região dos centros nervosos que controlam a respiração, os músculos do tórax e o coração.
É um dos percursos mais perigosos. Dependendo do valor da corrente produzirá asfixia e
fibrilação ventricular, ocasionando uma parada cardíaca.
Percurso 3
A corrente entra por uma das mãos e sai por intermédio dos pés, percorre parte do
tórax, centros nervosos, diafragma e órgãos abdominais. Dependendo da intensidade da
corrente produzirá asfixia e fibrilação ventricular, e em consequência ocasionará,
igualmente uma parada cardíaca.
Percurso 4
No caso de a corrente transitar de pé para pé, através das pernas, coxas e abdômen,
o perigo neste tipo é bem menor que nos casos anteriores. Sentirá, no entanto,
perturbações dos órgãos abdominais e os músculos sofrerão alterações.
Existem estudos que dizem que os efeitos colaterais do campo eletromagnético afetam
o corpo humano. Os campos eletromagnéticos podem causar nos seres humanos: alterações em
válvulas cardíacas, em marca-passo, derrame, queimaduras, catarata. Os cientistas ainda estão
estudando outras possibilidades de doenças como: perda de memória, cansaço, mudanças
genéticas, Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, cânceres, leucemia, redução de fertilidade e
impotência.
Uma das etapas mais importantes de todo o processo, nela é realizada a verificação
da efetiva ausência de tensão nos condutores do circuito elétrico. Deve ser feita com
instrumentos de medição dos painéis ou instrumentos detectores de tensão. Todos os
equipamentos devem ser testados antes e após a verificação da ausência de tensão, sendo
realizada por contato ou por aproximação e de acordo com procedimentos específicos.
O teste dos equipamentos realizado antes e depois de seu uso garante que ele esteja
funcionando durante a atividade. Deve ser feito em um local energizado primeiramente,
depois no local que foi desenergizado e, assim que constatada a ausência de tensão, o
teste deve ser realizado novamente em local energizado para constatar que este não se
deteriorou durante o processo.
2.2 Aterramento
Aterramento elétrico é uma das medidas mais seguras quando falamos em atuar
com a eletricidade, assim garante o bom funcionamento das instalações, sem falar que
atende as exigências das normas vigentes.
Podemos dizer que o objetivo do aterramento pode ser dividido em três partes,
sendo:
É importante destacar que este esquema não é aceito a condutores de seção inferior
a 10mm² e para os equipamentos portáteis e flexíveis. Assim, em locais onde existe risco
de incêndio o uso é proibido, devido as suas características para estas situações
nas instalações elétricas residenciais e prediais.
Para o aterramento TN-S, condutores de proteção e neutro são separados. Em
circuitos elétricos de cobre com seções menores que 10mm² e também nos condutores de
alumínio e em equipamentos móveis 16mm², tem a obrigatoriedade de usar condutores
separados PE e N.
Podendo ter a sua utilização em uma mesma instalação os esquemas TN-C e TN-
S, fazem com que as funções de neutro e de proteção sejam combinadas em um único
condutor. Dessa forma, o esquema TN-C não deve jamais ser usando no fluxo do sistema
TN-S. A separação do ponto do condutor PE com o condutor PEN normalmente é na
origem do sistema.
Esquema TT
– massas aterradas em eletródo (s) de aterramento próprio(s), seja porque não há eletrodo
de aterramento da alimentação, seja porque o eletrodo de aterramento das massas é
independente do eletrodo de aterramento da alimentação. A figura abaixo ilustra uma das
cinco formas de se realizar um aterramento IT
Massas aterradas em eletrodos separados e independentes do eletrodo de aterramento da alimentação.
2.3 Equipotencialização
O termo “equipotencialização” representa o ato e o resultado obtido quando são
colocadas em prática medidas para que a diferença de potencial entre dois ou mais corpos
seja a mínima possível. Diferentemente do aterramento, que necessita que
obrigatoriamente os elementos condutores tenham contato direto com a terra, a
equipotencialização não envolve a ligação direta com a terra. Isso acontece devido à
premissa básica desse processo de colocar os condutores no mesmo potencial entre si.
É muito importante que em qualquer ligação os elementos condutores, as massas e a terra
estejam o mais próximo possível de um mesmo potencial. Isso evita o risco de choques,
o mau funcionamento dos equipamentos e danos aos equipamentos eletroeletrônicos.
Para a realização da equipotencialização existe uma prática que é mais comum ser
adotada. Ela consiste na interligação dos elementos metálicos não energizados que
compõem o circuito em um mesmo potencial. Ou seja, a interligação das partes do circuito
para que o potencial possa ser dividido nessas partes e, assim, ser igual entre elas.
Normalmente, para a segurança dos envolvidos, essa ligação também envolve a terra, o
que possibilita um potencial menor e o descarregamento do circuito.
Os trabalhos que envolvem o setor elétrico são de suma importância, porém eles
podem apresentar diversos riscos à saúde e à vida dos envolvidos devido aos efeitos que
a eletricidade tem no corpo humano. Em 2011 no Brasil, segundo dados da Associação
Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, 298 mortes foram causadas
por choques elétricos, além disso, a eletricidade foi a causa provável para 265 incêndios.
Para minimizar esses perigosos, várias formas de prevenção são aplicadas no ambiente
de trabalho visando aumentar a segurança e proteger os trabalhadores.
Esse dispositivo tem por finalidade seccionar a energia elétrica que alimenta
determinado circuito, na ocorrência de uma corrente de fuga que exceda determinado
valor, sua atuação deve ser rápida, menor do que 0,2 segundos. Este tipo de dispositivo é
conhecido como DR de Diferencial Residual que é o princípio de funcionamento.
O DR é constituído por um transformador de corrente toroidal, um disparador e o
mecanismo de seccionamento dos contatos. Por este transformador de corrente passam os
condutores fase e neutro da instalação elétrica do circuito a ser protegido. Este
transformador de corrente é quem detecta o aparecimento da corrente de fuga através do
desequilíbrio da corrente (1ª lei de Kirchoff). Numa instalação sem defeitos, a somatória
das correntes no primário do transformador de corrente é nula, conforme mostra a figura
abaixo. Em caso de uma fuga de corrente à terra, pelo motivo que for, o dispositivo
verifica esta fuga e atua o disparado, atuando o mecanismo de seccionamento dos
contatos.
Funcionamento do DR
2.6.1 Características:
Para ser considerado como um Sistema de Extra Baixa Tensão (SELV), uma
instalação deve apresentar as seguintes condições:
• Deve ser impossível para a o sistema de extra baixa tensão entrar em contato
com um sistema de baixa voltagem. Para isso a instalação deve ter os terminais
protegidos contra o surgimento de uma baixa voltagem.
• Não deve existir nenhuma conexão, seja entre as partes vivas do sistema SELV e
a terra, seja entre o sistema de proteção contra correntes de baixa voltagem. O
perigo nessa situação é que o aterramento ou outro sistema pode apresentar
aumento na voltagem da tensão em condições de falha e essa tensão ser
absorvida no sistema SELV.
• Deve existir uma separação física entre os condutores do sistema.
• Plugs e soquetes do SELV não devem ser interligáveis com aqueles do sistema,
isso previne que o sistema SELV seja acidentalmente conectado a um sistema de
baixa voltagem.
• Plugs e soquetes não devem ter uma proteção de conexão. Isso previne a mistura
de aparelhos SELV e FELV.
• Acopladores de suporte para luminárias com sistema para aterramento não
devem ser utilizados.
As barreiras devem ser afixadas de forma segura, serem resistentes e não podem
oferecer riscos aqueles que se aproximam da instalação, além disso, devem ser instaladas
tendo como fator de referência o ambiente em que serão inseridas. Uma característica
importante desse sistema de proteção é que as barreiras só podem ser removidas com
chaves ou ferramentas apropriadas.
Um cuidado especial deve ser dado ao termo “Bloqueio”, pois no SEP (Sistema
Elétrico de Potência), há um dispositivo que é conhecido como RELIGADOR e tem a
função de religar a energia de um determinado circuito (normalmente de distribuição de
energia elétrica), na ocorrência de um desligamento (seccionamento) que tenha ocorrido
por qualquer motivo.
Este religamento foi introduzido para que situações de pequenos acidentes, como
galhos de arvores, acidentes com animais, entre outros não mantivesse o circuito
desligado até a chegada da equipe de manutenção. Então o RELIGADOR, realiza várias
tentativas de reenergização do circuito (este número de vezes é programado pelo
responsável) e só deixa de tentar reenergizar, após as tentativas programadas forem
finalizadas. Devido a esta condição, quando se trabalha em circuitos onde há
RELIGADORES (normalmente em linha viva), é necessário realizar o BLOQUEIO DO
RELIGADOR para evitar acidentes pela reenergização. O bloqueio do religador, fará com
o RELIGADOR seja mantido em condição desenergizado.
Por este motivo o alerta de cuidado neste texto.Essa ação é também denominada
“bloqueio” do sistema de religamento automático e possui um procedimento especial para
sua execução.
É destinada a impedir todos os contatos com as partes vivas da instalação elétrica através
do recobrimento total por uma isolação que somente possa ser removida através de sua
destruição.
Como a grande maioria dos acidentes ocorre devido a defeitos nos cabos de
alimentação e suas ligações ao aparelho, cuidado especial deve ser tomado com relação a
este ponto no caso da isolação dupla ou reforçada. Deve ser realizada de tal forma que a
probabilidade de transferência de tensões perigosas a partes metálicas susceptíveis de
serem tocadas, seja a menor possível.
Nos locais onde há energia elétrica devem possuir obstáculos que protejam as
pessoas que operem ou realizem algum serviço na proximidade. Lembrando que o risco
está na diferença de potencial, portanto partes que sejam simultaneamente acessíveis
devem estar no mesmo potencial, e caso não estejam no mesmo potencial devem estar a
uma distância mínima que assegure que não serão tocadas simultaneamente.
3. Riscos Adicionais
Campo Elétrico é uma região ao redor de uma carga elétrica ou condutor elétrico
capaz de atrair ou repelir cargas elétricas adjacentes. Essa atração ou repulsão acontece
devido à força elétrica que surge entre elas. Na figura abaixo, encontra-se uma
representação do campo elétrico gerado por duas cargas elétricas (uma positiva q+ e
outra negativa q-). As linhas azuis são as chamadas Linhas de Campo, que representam o
campo elétrico.
Qualquer objeto que entre no campo elétrico de uma ou mais cargas, fica sujeito ao
fenômeno de eletrização por indução. Este fenômeno é capaz de gerar sérios acidentes.
Quando um corpo neutro (sem carga) entra em um campo elétrico de uma outra
fonte geradora (carga elétrica ou condutor elétrico), sofre um processo de eletrização
por indução. Como próprio nome sugere, na eletrização por indução os elétrons do
corpo neutro são induzidos a se movimentarem e se reposicionarem no corpo, de tal
forma que ele se polariza.
Quando o campo magnético é gerado por uma corrente elétrica (caso dos fios
elétricos), a variação da corrente (sobretudo corrente alternada) é capaz de induzir
correntes em materiais e ferramentas metálicas próximos.
10.5.2 O estado de instalação desenergizadas deve ser mantido até a autorização para
reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a sequência de procedimentos
abaixo:
10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser realizados
mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas no Anexo II.
Devido aos grandes riscos das atividades em zonas controladas, a norma exige que
a pessoa seja habilitada, qualificada ou capacitada (item 10.8) para realizar a atividade.
Presume-se que estas pessoas tenham conhecimentos dos riscos a que estão expostos,
bem como das medidas de controle necessárias para evitar os danos, além de terem sido
treinadas para as atividades específicas a serem realizadas.
Sendo assim, zonas controladas são regiões ao redor do condutor energizado que
oferecem riscos de indução elétrica ou eletromagnética a corpos em sua proximidade
devido aos campos elétricos e magnéticos gerados. A intensidade desses campos, e
consequentemente seus efeitos, dependem da distância para a carga elétrica (ou condutor
energizado), de tal forma que, quanto maior a distância, menor o campo elétrico.