Gravidade - TCC
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Gravidade - TCC
IRATI – PARANÁ
2007
PATRÍCIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS
IRATI – PARANÁ
2007
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................04
estudantes ......................................................................................11
CONCLUSÃO ........................................................................................................40
m1 m 2
gravitacional F cujo módulo é dado por F G , onde G é uma constante, m1 e
d2
m2 são as massas das partículas e d é a distância entre elas.
Atualmente, tornam-se indispensáveis pesquisas que procurem
solucionar a crise educacional, em todas as áreas do conhecimento, e valorizar o
educando como parte ativa da sociedade e do conhecimento. Para Nardi (2001)
as crianças vão para as aulas de ciências com concepções prévias que podem
diferir substancialmente das idéias a serem ensinadas, influenciam a
aprendizagem futura e podem ser resistentes a mudanças.
Sendo assim, objetivou-se fazer este trabalho de pesquisa com o
tema: “Campo gravitacional da Terra e os seus efeitos”, visto que o conhecimento
informal pode induzir a um conhecimento equivocado do tema, podendo ocasionar
resistência ao ensino formal, e que não basta ter acesso às informações, é
necessário compreendê-las e utilizá-las em benefício da construção da educação,
da formação, da atualização cultural, científica, técnica e profissional.
1. GRAVIDADE - CONCEPÇÕES ARISTOTÉLICAS E
NEWTONIANAS
(a) Partículas nas posições r1 e r2 (b) As partículas exercem forças
iguais e opostas uma sobre a outra.
A força F1, 2 exercida pela partícula 1 sobre a partícula 2 estará orientada
segundo o vetor r1, 2 orientado de 1 para 2. A força F2 ,1 , exercida pela partícula 2
pela partícula 1 é o negativo de F1, 2 . A Lei da Gravitação de Newton diz que o
módulo da força gravitacional exercida por uma partícula de massa m1 sobre outra
m1 m 2
partícula de massa m2 afastada de uma distância r é expresso por F G ”.
r2
G é a constante gravitacional universal, de valor G= 6,67X10-11 N.m2 /kg2.
A força F2 ,1 exercida pela partícula 2 sobre a partícula 1 é o negativo de
F1, 2 , de acordo com a terceira lei de Newton (b). Tipler (1995) ressalta que, para
verificar a validade da dependência da força gravitacional com o inverso do
quadrado da distância, Newton comparou a aceleração da Lua em sua órbita com
a aceleração da queda livre dos corpos nas proximidades da superfície da Terra,
admitindo que a atração gravitacional devida à Terra produz ambas as
acelerações. Inicialmente admitiu que a Terra e a Lua pudessem ser tratadas
como partículas pontuais.
Nas palavras de Newton: “eu, desse modo, comparei a força necessária
para manter a Lua em sua órbita com a força da gravidade na superfície da Terra,
e verifiquei que as duas respostas eram praticamente iguais”.
A força exercida por qualquer corpo com uma distribuição de massa
esfericamente simétrica sobre uma massa puntiforme, tanto sobre sua superfície
quanto fora dela, é a mesma que seria se toda a massa do corpo fosse
concentrada em seu centro.
A Terra e a Lua podem ser tratados como partículas puntiformes no cálculo
da força sobre a Lua. A distância entre a Terra e a Lua é bastante grande se
comparada com o raio tanto da Terra quanto da Lua; porém, essa hipótese é
certamente questionável quando aplicada a um corpo nas proximidades da
superfície da Terra.
Newton demostrou que a força que mantém a Lua na sua órbita é a mesma
que faz uma maçã cair no chão, e que não apenas a Terra atrai uma maçã e a
Lua, mas que qualquer corpo no universo atrai todos os outros corpos.
Respostas 5ª 6ª 7ª 8ª TOTAL
Por causa da gravidade 21 17 12 15 65
Pela falta da gravidade 9 11 17 20 57
Todas as alternativas estão corretas 0 2 2 0 4
Todas as alternativas estão incorretas 0 0 1 0 1
Não respondeu /Nula 1 2 0 0 3
Foi interessante ver como os alunos resolveram esta questão: nos gráficos
da quinta e da sexta série observa-se que a maioria dos alunos admite que os
astronautas “flutuam” por cauda da gravidade. Os gráficos da sétima e oitava série
também apresentam semelhanças, ambos admitem que os astronautas “flutuam”
pela falta da gravidade. Nesse caso, todos estão corretos; os alunos que
responderam que os astronautas “flutuam” pela falta da gravidade em sua
concepção afirmaram que não existe gravidade onde os astronautas estão, e por
isso eles “flutuam”. E os que responderam que os astronautas “flutuam” por causa
da gravidade em sua concepção afirmaram que existe mudança na gravidade com
expressões “por que lá a gravidade é mais baixa”.
Respostas 5ª 6ª 7ª 8ª TOTAL
Por causa do efeito da gravidade 13 14 21 12 60
Porque as pessoas/objetos têm peso 06 09 02 11 28
Todas as alternativas estão corretas 11 07 03 08 29
Todas as alternativas estão incorretas 00 01 06 04 11
Não respondeu 01 01 00 00 02
Nos gráficos dos alunos da quinta, sexta e oitava séries associando os
percentuais das respostas “porque as pessoas/objetos têm peso” com “Todas as
alternativas estão corretas” detecta-se que a maioria não conseguiu relacionar
com clareza os efeitos da gravidade. No gráfico da sétima série esta noção já
aparece bem clara, nota-se um pequeno progresso já que as explicações são as
mesmas, porém, com maior agilidade de raciocino lógico eles conseguem
construir e relacionar conceitos.
Pergunta 04 - Por que os objetos caem na Terra?
Respostas 5ª 6ª 7ª 8ª TOTAL
Por causa do efeito da gravidade 16 13 11 12 52
Porque objetos têm peso 06 11 10 11 38
Todas as alternativas estão corretas 08 06 03 08 25
Todas as alternativas estão incorretas 00 01 08 04 13
Não respondeu 01 01 00 00 02
Na questão quatro os alunos da quinta série destacaram-se, 52% afirmando
que “os objetos caem na Terra por causa do efeito da gravidade”. Eles
estruturaram e relacionaram vários conceitos físicos espontâneos, estabelecendo
relações que são compatíveis com o conhecimento científico correto.
Os gráficos das outras séries são parecidos entre si, o percentual dos
alunos que afirmam que: “os objetos caem na Terra por causa do efeito da
gravidade” com o percentual dos alunos que afirmam que “os objetos caem na
Terra porque eles têm peso” estão muito próximos na sexta, na sétima e na oitava
série, demonstrando que a noção da queda livre não está relacionada com o efeito
da gravidade. Os alunos estabeleceram a queda dos objetos relacionando com o
peso do objeto, menosprezando que existe uma força atraindo-os em direção ao
solo, tornando-se de fato interessante, já que está situação está relacionada
diretamente com o seu cotidiano. Os alunos associam o peso dos objetos a algo
que eles conseguem sentir, segurando o objeto, e, quando o soltam, não
conseguem identificar a força gravitacional puxando o objeto para baixo. Segundo
a visão destes alunos, o objeto cai por que ninguém o está segurando.
Pergunta 05 - Os planetas podem parar de girar em torno do Sol?
Respostas 5ª 6ª 7ª 8ª TOTAL
Sim 00 07 06 02 15
Não 31 25 25 33 114
Não respondeu 00 00 01 00 01
Depois ainda foi perguntado “Por quê?”, e a seguir estão as respostas mais
freqüentes.
Respostas 5ª 6ª 7ª 8ª TOTAL
Seria sempre dia ou noite 15 07 08 09 39
Não haveria mudanças de estação/ano 06 03 05 06 20
O tempo vai parar/ todos irão morrer 05 02 03 06 16
Outras respostas 05 13 12 11 41
Não respondeu 00 07 04 03 14
Nesta questão nenhum aluno encontrou uma resposta coerente,
relacionando a órbita dos planetas com o efeito da gravidade. Diante este fato as
repostas então foram agrupadas, obedecendo ao critério de quais apareceram
com maior freqüência. Ao dizer que “seria sempre dia ou noite”, os alunos
confundiram os movimentos de rotação e translação, enquanto que a opção “o
tempo vai parar/todos vão morrer” nos dá a clara impressão de uma associação
entre a translação terrestre e o fluxo do tempo. Acreditamos que estas relações
foram estabelecidas, associando os movimentos de rotação e translação, por se
tratarem de temas já estudados em sala de aula.
Respostas 5ª 6ª 7ª 8ª TOTAL
Sim 13 07 21 22 63
Não 18 25 11 12 66
Não respondeu 00 00 00 01 01
Analisando esta questão, observou-se que os alunos apresentaram em
alguns casos um raciocínio parecido ao que os cientistas tinham como corretos.
Os alunos de quinta e sexta séries apresentaram na sua grande maioria, uma
concepção muito próxima à Física Aristotélica afirmando que “Lei da Gravidade
atua somente na Terra”. Muito semelhante ao que Aristóteles afirma: “a natureza
seguia, no Universo, regras diferentes daquelas válidas para a Terra”. Um
progresso significativo ocorreu em relação aos alunos da sétima e oitava série que
apresentaram uma concepção muita próxima à da Física Newtoniana, afirmando a
existência da gravidade em outros planetas.
Respostas 5ª 6ª 7ª 8ª TOTAL
Sim 22 09 19 20 70
Não 09 23 13 15 60
Uma boa parte dos alunos respondeu esta questão sem dificuldade e com
velocidade, apresentando relações entre o campo gravitacional terrestre e as
naves espaciais e satélites em órbita apesar de não conseguirem fazer esta
mesma relação com a órbita planetária. A principal característica nesses alunos é
a existência de um raciocínio lógico limitado, por não conseguiram fazer a mesma
relação que já havia sido construída quando afirmaram que “o campo gravitacional
terrestre atua sobre as naves espaciais e satélites em órbita” e apresentaram
grande dificuldade em relacionar esta mesma concepção com relação à órbita
planetária na questão cinco.
Respostas 5ª 6ª 7ª 8ª TOTAL
Por causa da gravidade 26 24 14 22 86
Por que não tem gravidade 05 04 10 09 28
Outras respostas 00 03 07 02 12
Não respondeu 00 01 01 02 04
Nos gráficos acima, os alunos de todas as séries, na sua grande maioria,
responderam que “os satélites artificiais e a Lua não caem na Terra por causa do
efeito da gravidade”. A noção apresentada pelos alunos não está correta, porque
eles afirmam que a força da gravidade está impedindo que os satélites e Lua
caiam sobre a Terra, quando o modelo aceito afirma que a gravidade atrai, isto é,
faz com que os corpos caiam sobre a Terra.
Respostas 5ª 6ª 7ª 8ª TOTAL
Com desenho 31 02 02 07 42
Sem desenho 00 26 27 27 80
Não respondeu 00 04 03 01 08
Para resolver a questão número nove, os alunos, se assim preferissem,
poderiam se expressar através de desenhos. Tanto em termos de explicação
descritiva como através de desenhos, não se percebeu diferença significativa de
um grupo de alunos para o outro, em termos de desenvolvimento de raciocínio.
Não se expressaram com clareza, as explicações para a questão continuam as
mesmas: “por causa da gravidade” ou “pela falta da gravidade”, sem estabelecer
relações com as outras respostas do questionário.
CONCLUSÃO
A escola não precisa competir com a TV, com a Internet e com as demais
mídias. Os alunos demonstram fascínio pela a programação televisiva e virtual
(Internet e outros). Aproveitando este fascínio, a escola deve transformar estes
meios de comunicação em ferramenta de apóio didático e pedagógico, como
conectores do interesse dos alunos ao conhecimento, ação esta voltada para o
atendimento das funções básicas referentes ao uso e aplicação da tecnologia em
favor da construção de um conhecimento evolutivo, que de fato seja significativo e
ativo.
No decorrer da pesquisa, em diversos casos, os alunos demonstraram ter
conhecimento de que algumas reportagens da TV e da Internet não são
verdadeiras. Porém, nas questões relacionadas com a “Lei da Gravidade”, as
respostas faziam alusões aos personagens televisivos, demonstrando que não
sabem identificar o real do fantasioso. A observação desta condição é importante
para que surjam soluções diversificadas e flexíveis, capazes de incorporar ajustes,
adaptando-se às necessidades dos alunos, bem como apresentar o inventivo dos
meios de comunicação e as teorias científicas, apropriando-se assim desses
aspectos para transforma-los em um conhecimento real e necessário em benefício
da construção da educação, da formação cultural e profissional de cada indivíduo,
que pode ter sua realização até com a aplicação de princípios lúdicos ao aluno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS