LIMPEZA
LIMPEZA
LIMPEZA
A iniciativa do presente estudo partiu da observação da prática das atividades laborais dos
funcionários do Serviço de Limpeza da Faculdade de Odontologia de São José dos
Campos (FOSJC) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp),
que até o momento não disponibilizam de referencial teórico para embasar suas
atividades.
Acredita-se que a atividade laboral fundamentada em bases científicas pode evitar o
desperdício de produtos, o desgaste e a corrosão precoce de artigos e superfícies,
contribuir para a saúde ocupacional dos funcionários, evitando exposição a agentes
químicos, biológicos, riscos ergonômicos e para a saúde ambiental.
O presente trabalho tem por objetivo elaborar um manual para o Serviço de Limpeza da
FOSJC, onde serão descritos os tipos de limpeza, freqüência que as mesmas devem ser
executadas e a descrição de protocolos de trabalho.
O processamento descrito neste trabalho, refere-se aos métodos de limpeza e desinfecção
de superfícies, que engloba os mobiliários, bancadas, pias, equipos, computadores, pisos,
paredes, divisórias, portas e maçanetas, tetos, janelas, vidros, equipamentos elétricos,
instalações sanitárias, grades de aparelho de ar condicionado, ventilador, exaustor,
luminárias, bebedouro, aparelho telefônico e outros.
Para iniciar este trabalho, faz-se necessário apresentar algumas definições:
Limpeza
A Limpeza Técnica é o processo de remoção de sujidades, mediante a aplicação de
agentes químicos, mecânicas ou térmicos, num determinado período de tempo. Consiste-
se na limpeza de todas as superfícies fixas (verticais e horizontais) e equipamentos
permanentes, das diversas áreas do recinto. Com o objetivo de orientar o fluxo de
pessoas, materiais, equipamentos e a frequência necessária de limpeza, sendo
imprescindível o uso de critérios de classificação das áreas para o adequado procedimento
de limpeza.
Classificação De Áreas
ÁREAS CRÍTICAS - são as que oferecem maior risco de transmissão de infecções, ou
seja, áreas onde se realizam procedimentos invasivos e/ou que possuem pacientes de
risco ou com sistema imunológico comprometido, como UTI, clinicas, salas de cirurgias,
pronto socorro, central de materiais e esterilização, áreas de descontaminação e preparo
de materiais, cozinha, lavanderia etc.
ÁREAS SEMICRÍTICAS - são áreas ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de
baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas, isto é, aquelas ocupadas por
pacientes que não exijam cuidados intensivos ou de isolamento, como sala de pacientes,
central de triagem etc.
ÁREAS NÃO-CRÍTICAS - são todas aquelas áreas não ocupadas por pacientes e onde não
se realizam procedimentos clínicos, como as áreas administrativas e de circulação.
Varrição
• Material (balde, esfregão, mops, água, equipamentos de proteção individual, sinalização
de segurança).
Lavagem
• Material (pano de chão lavado e limpo, balde, rodos, maquinas elétricas ou vassoura de
piaçava, água, solução detergente e desinfetante, equipamentos de proteção individual,
sinalização de segurança)
Limpeza De Tetos
Utilize óculos de proteção ou máscara de proteção facial, para realizar a limpeza do teto. A
operação deve ser realizada antes de qualquer outra, respeitando sempre a ordem de
cima para baixo e do fundo para a porta. Limpe os cantos removendo as teias de aranha
ou outras sujeiras visíveis.
• Material (escada, rodo, pano limpo, água, luvas, óculos de segurança)
Limpeza De Janelas
• Material (baldes, panos macios, esponjas, rodo de mão, escada, equipamento de
proteção individual, óculos de segurança)
Lavagem De Paredes
Verificar o tipo de revestimento das paredes e adotar a técnica correta.
Parede De Pintura Lavável
• Material (baldes, panos macios, luvas, escadas, escova macia, solução
detergente/desinfetante, equipamento de proteção individual, óculos de segurança)
Para facilitar o trabalho, e evitar longos movimentos paralelos, dividir imaginariamente a
parede ao meio, limpando primeiro a parte mais alta.
Parede Revestimento Cerâmico
• Material (baldes, panos macios, luvas, escadas, escova macia, solução
detergente/desinfetante, equipamento de proteção individual, óculos de segurança)
Limpeza De Portas
Realizar essa operação após a limpeza das paredes.
• Material (baldes, panos macios, luvas de borracha, solução de limpeza)
Limpeza De Pias
• Material (solução desinfetante e solução detergente, esponja abrasiva, luvas de borracha,
jarro, pano macio)
Limpeza De Sanitários
• Material (baldes, solução detergente e desinfetante, esponja e/ou escova, luvas de
borracha, pano e vassoura, equipamento de proteção individual)
A utilização de produtos de limpeza e de desinfecção, quando for o caso, precisa estar de
acordo com as determinações da Comissão de controle e infecção da instituição se
houver.
A sua seleção também deverá considerar os seguintes critérios:
• Natureza da superfície a ser limpa ou desinfetada, e se pode sofrer corrosão ou ataque
químico.
• Tipo e grau de sujidade e sua forma de eliminação.
• Tipo de contaminação e sua forma de eliminação, observando microrganismos
envolvidos, com ou sem matéria orgânica presente.
• Qualidade da água e sua influência na limpeza e desinfecção.
• Método de limpeza e desinfecção, tipo de máquina e acessórios existentes.
• Medidas de segurança na manipulação e uso. Caso o germicida entre em contato direto
com funcionários, considerar a irritação dérmica e toxidade.
Produtos Químicos
Todos os produtos químicos apresentam algum risco para quem os manuseia. O ideal é
que a empresa responsável pelo fornecimento oriente e treine os usuários, demonstrando
como utilizar corretamente e sem riscos para a saúde e/ou para as áreas a serem limpas,
com o uso de medidas simples como a utilização de EPI (Equipamento de Proteção
Individual)
Em qualquer diluição de produtos concentrados, os usuários devem seguir as orientações
do fabricante para obter o resultado esperado. As diluições devem ser feitas com muito
cuidado, evitando respingos de produtos concentrados, tanto no auxiliar de limpeza como
no ambiente onde está sendo feita a manipulação.
Alguns produtos, principalmente os concentrados, podem causar irritação na pele, olhos,
mucosas e até queimaduras nos operadores. Deve-se estar atentos às dosagens
recomendadas, uma vez que nas dosagens manuais podem ocorrer erros na diluição, o
que inclusive compromete a eficácia do produto. O recipiente onde está sendo diluído o
produto deve estar limpo e ser lavado entre a diluição de um produto e outro. As diluições
devem ser feitas sempre acrescentado ao produto água e não ao contrário, é obrigatório
utilizar sempre um dosador para proceder à diluição.
O armazenamento deve ser feito em locais onde a temperatura ambiente não apresente
calor ou frio excessivos, distante de crianças e animais e/ou conforme outras orientações
do fabricante, além de sempre estarem devidamente identificados. Produtos são
conhecidos por seus nomes e não por suas cores. Um cuidado adicional é o de armazenar
a solução de uso em recipientes fechados, evitando a contaminação do mesmo.
Engano comum no manuseio de produtos químicos para limpeza é achar que misturar
produtos aumenta eficácia, o que não é verdade. Essa mistura pode produzir gases
tóxicos, níveis de calor perigosos, danos a saúde e ao meio ambiente, sem contar que a
mistura pode neutralizar os produtos, invalidando a aplicação.
Protocolo Do Uso De Epi
Equipamento De Proteção Individual- Epi
Varrição
Varrição ou varredura é a principal atividade de limpeza de logradouros públicos (vias
públicas).
O conjunto de resíduos como areia, folhas carregadas pelo vento, papéis, pontas de
cigarro, por exemplo, constitui o chamado lixo público, cuja composição, em cada local, é
função de:
• arborização existente;
• intensidade de trânsito de veículos;
• calçamento e estado de conservação do logradouro;
• uso dominante (residencial, comercial, etc.);
• circulação de pedestres.
Um fator que muito influencia a limpeza de uma cidade é o grau de educação sanitária da
população.
Todos deveriam estar conscientes que mais importante que limpar é não sujar!
Métodos De Varrição
As maneiras de varrer dependerão dos utensílios e equipamentos auxiliares usados pelos
trabalhadores. Em um País onde a mão-de-obra é abundante e é preciso gerar empregos,
convém que a maioria das operações seja manual.
Apenas em algumas situações particulares recomenda-se o uso de máquinas.
A limpeza por meio de jatos de água deve ser restrita a situações especiais. Água, em
geral, é cara demais para ser gasta em uso tão pouco nobre.
Normalmente não é preciso varrer a faixa mais central de uma via. O trânsito de veículos
basta para empurrar a sujeira para as sarjetas e estas, sim, deverão ser varridas.
É hábito no Brasil que a limpeza das calçadas fique por conta dos moradores. O costume
é excelente e deve ser incentivado podendo, inclusive, constar do Código de Posturas ou
outra legislação pertinente.
Automóveis estacionados são a dor de cabeça do varredor da rua. Quanto maior a cidade
maior o problema. Não existem soluções definitivas, mas aí vão algumas sugestões para
tentar amenizar o problema:
• estabelecer estacionamentos alternados. Cada dia os veículos só poderão estacionar em
um dos lados da via pública; enquanto isso o lado vazio é limpo;
• exigir um afastamento mínimo entre o veículo e o meio-fio, solução que só se aplica a
ruas largas;
• providenciar varrições noturnas, complementares às que se fazem durante o dia.
Comportamento recomendável para áreas comerciais, o que, entretanto, acarreta maiores
custos.
Além das cestas coletoras, outras medidas devem ser tomadas paralelamente, para
reduzir a quantidade de lixo lançada nos logradouros. Eis algumas sugestões:
Plano De Varrição
Será considerada aqui apenas a varrição manual de ruas e calçadas.
• Determinação Do Nível De Serviço
A frequência com que será efetuada a varrição definirá o nível de serviço. Neste particular,
há dois tipos de varredura:
• normal ou corrida;
• de conservação.
A varrição normal pode ser executada diariamente, duas ou três vezes por semana, ou em
intervalos maiores. Tudo irá depender da mão-de-obra existente, da disponibilidade de
equipamentos e das características do logradouro, ou seja, da sua importância para a
cidade.
Em muitas situações, é difícil manter a rua limpa pelo tempo suficiente para que a
população possa percebê-lo e julgar o serviço satisfatório. Aí, só há uma saída: os
varredores terão de efetuar tantas varrições (repasses) quantas sejam exigidas para que o
logradouro se mantenha limpo. Este tipo de varredura, chamada de conservação, é uma
atividade em geral implantada nos locais com grande circulação de pedestres: áreas
centrais das cidades; setores de comércio mais intenso, pontos turísticos, etc.
• Remoção Do Lixo Varrido
A remoção do lixo varrido poderá ser feita de várias maneiras, com a utilização dos mais
diversos equipamentos, recomendando-se o seguinte quantitativo de trabalhadores para a
coleta:
• Caminhão com caçamba basculante até 6 m3: 2 homens
• Caminhão com caçamba basculante maior que 6 m3: 3 homens
• Caminhão com carroceria de madeira: 2 a 3 homens
Quando são utilizados sacos plásticos pela varrição, os quantitativos apresentados para
caminhões basculantes e carroceria de madeira deverão ser reduzidos.
• Itinerário
Para a determinação dos itinerários ou roteiros de varrição serão utilizados mapas, onde
deverão estar indicados as características dos logradouros, os pontos de acumulação do
lixo e os locais de onde sairão os trabalhadores com seus instrumentos para iniciarem o
serviço.
Deverão ser reunidas informações características do método adotado (equipe de
varredores, utensílios e equipamentos auxiliares utilizados), como também ser
consideradas as estimativas dos tempos produtivos e improdutivos, dentro da jornada de
trabalho, tais como:
• tempo real de varredura;
• tempo gasto no deslocamento do servidor até o local de início do serviço;
• tempo gasto nos deslocamentos até os pontos de acumulação do lixo;
• intervalo necessário ao almoço dos trabalhadores;
• tempo que o trabalhador leva para se deslocar do local de término do serviço até o lugar
de guarda dos equipamentos e ferramentas.
Capinação
A capinação também é uma atividade muito importante a ser executada pelos serviços de
limpeza pública, não apenas em ruas e passeios sem asfalto, mas também nas margens
de rios e córregos.
O método de capina vai depender basicamente:
• Da Forma De Utilização Da Mão-De-Obra
A capinação é de fundamental importância para a limpeza de logradouros (ruas, alamedas,
avenidas), pois a existência de mato e ervas daninhas nas ruas ajuda a formação de
depósitos de lixo que são jogados, em sua maioria, por moradores da localidade.
Nas valas de esgotos e córregos obstruídos pelo mato, as águas servidas não escoam
corretamente, tornando-os focos de mosquitos, abrigo para roedores, comprometendo o
aspecto estético e saúde da população próxima.
• Das Ferramentas E Equipamentos Empregados
Neste caso a operação poderá ser:
• Manual
Utiliza-se enxada que é uma ferramenta de fácil manejo.
• Mecânica
Para capinação mecânica, usa-se a capinadeira, que consiste em equipamento com
escova de cerdas metálicas que escarificam o pavimento, penetrando nas frestas dos
paralelepípedos ou bloquetes.
• Química
Este tipo de serviço elimina o mato, sendo bastante eficiente do ponto de vista econômico
e de acabamento onde são aplicados. Portanto, o controle químico é a atividade de
controle das plantas daninhas com propriedades capazes de manter áreas urbanas
tratadas e limpas por longo tempo. Para aplicação de tais produtos é necessário ter
garantias de segurança ambiental e ocupacional aliado a alta eficiência, atividade essa
sujeita à aprovação da Secretaria de Meio Ambiente.
Roçagem
A roçagem é muito utilizada, pois o mato e o capim são retirados sem prejudicar o terreno,
mantendo sempre sobre eles uma cobertura vegetal, de proteção.
Pode ser manual, utilizando-se foices, aplicada a pequenas áreas, em locais de difícil
acesso, impossível ou inconveniente o uso de máquinas.
Para os serviços mais grosseiros, como limpeza de terrenos e encostas de córregos,
empregam-se foices de bico de gavião ou meia lua, forcas e gadanhos.
Pode ser mecânica com roçadeiras costais ou laterais sendo utilizadas em grandes áreas
com rendimento superior ao serviço manual.
Limpeza De Bocas-De-Lobo Ou Bueiros
É uma atividade que deve ser executada regularmente junto com a varrição.
Tem por objetivo garantir o perfeito escoamento das águas pluviais e impedir que o
material sólido, retido durante as chuvas, seja levado para os ramais e galerias.
O sistema manual é o mais comumente utilizado e, se bem planejado, poderá atender
eficientemente às necessidades de serviço. Uma enxada, uma pá, uma picareta e
alavancas são os utensílios usados. Veículos com equipamentos especiais de sucção
somente deverão ser adotados em cidades grandes, devido ao seu alto custo de aquisição
e manutenção.
Remoção De Entulho
Tipo de serviço que demanda investimento em equipamentos devido a grande quantidade
de materiais descartados nos mais diferentes locais da cidade. Embora a cidade disponha
de alguns pontos para descarte apropriado de pequenas quantidades de materiais
inservíveis (móveis, eletrodomésticos, resíduos sólidos (entulho), os chamados PEV –
Ponto de Entrega Voluntária é comum o despejo em praças, canteiros e outras áreas
públicas seja pelo morador local, carrinheiros, catadores ou mesmo por meio de
caminhões basculantes.
Além de ações práticas de combate a este tipo de desserviço à cidade, como a
fiscalização dos pontos mais comuns, há que se investir permanentemente na educação
da população e na consequente mudança de hábitos e costumes.
Segurança
O Que É Epi ?
EPI é todo produto de uso individual, destinado à proteção do trabalhador, minimizando
riscos que ameaçam a segurança e a saúde no trabalho.O uso de EPI é uma exigência da
legislação trabalhista brasileira. O não cumprimento poderá acarretar em ações de
responsabilidade cível e penal, além de multas aos infratores.
Porque Utilizar Os Epi’S
O EPI tem a função de proteger individualmente cada trabalhador de lesões quando da
ocorrência de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Portanto, o EPI não evita os
acidentes em si, mas protege o trabalhador quando o risco está ligado à função/cargo do
trabalhador.
A adoção de equipamento de proteção individual somente será realizada pela empresa
sempre que as medidas de proteção coletiva (EPC) não oferecerem completa proteção
contra os riscos de acidentes no trabalho ou de doenças profissionais.
Equipamentos De Proteção Individual E Coletivo Mais Utilizados
Ferramentas Utilizadas
Algumas das ferramentas utilizadas: