Prova de Avaliação Diagnóstica 9
Prova de Avaliação Diagnóstica 9
Prova de Avaliação Diagnóstica 9
GRUPO I
Lê o texto.
LIVROS À SOLTA
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
(A) Na internet, é possível consultar a lista de livros que são libertados pelos adeptos do Bookcrossing.
(B) Os EUA detêm a maior comunidade de adeptos deste movimento no mundo.
(C) Os livros são quase sempre encontrados, embora poucos contenham informações relativamente ao
percurso que fizeram.
(D) As três práticas que regem este movimento podem resumir-se em três verbos: «ler», «identificar» e
«partilhar».
(E) O Bookcrossing é um movimento que tem como principal objectivo a partilha de livros.
(F) O movimento nasceu nos EUA, em 2001, mas conquistou adeptos um pouco por todo o mundo.
(G) Portugal é um dos dez países do mundo com mais praticantes de Bookcrossing.
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2. Indica a que se refere o pronome «lhe» em «atribuindo-lhe».
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3. Selecciona, para responderes a cada item (3.1. a 3.5.), a opção que permite obter a
afirmação adequada ao sentido do texto. Selecciona a letra correspondente a cada opção que
escolheres.
3.2. Na expressão «por outros», a palavra «outros» deve ser entendida como
3.3. Teresa Laranjeiro é apresentada como «leitora compulsiva», o que significa que se trata de
alguém que
3.4. A expressão «a ambição de tornar o mundo numa biblioteca gigante» contém uma
(A) personificação.
(B) hipérbole.
(C) antítese.
(D) enumeração.
Escrevo num computador instalado num móvel polido que tem uma prateleira que se puxa. Muito
vulgarizados, tais móveis podem encontrar-se em qualquer loja informática das grandes. Menciono este
dado pessoal porque ele estabelece o cenário de desconfortáveis ocorrências, há pouco mais duma
hora, aqui no meu escritório. Possuir um móvel destes não é coisa de que alguém se gabe, e eu
preferiria ocultar o facto, se não fosse necessário confessá-lo.
Estava a premir a tecla F 11, quando um homenzinho magro, de fato escuro completo e
chapéu fora de moda emergiu atrás do teclado e começou a fazer esforços para se içar para o tampo
superior, onde se agigantam monitor e impressora. Levantava os braços, numa gesticulação que me
pareceu desesperada e dava grandes saltos, em cima da consola. Calçava sapatos ferrados1 que
tiravam do plástico x sons fortes lembrando bicadas repetidas de catatua2. […]
Mas havia já outra personagem. À claridade do monitor, uma jovem loura, de blusa rosa e saia
preta, passeava ao comprido pelo tampo do móvel, esfregando uma na outra as mãos ansiosas.
Parecia estar muito preocupada. Usava bandós3 e calçava saltos altos. Podia estragar-me o verniz.
Aproximei a cara. Tranquilizei-me. O peso dela não era bastante para que os saltos de agulha
perfurassem a mobília. A mulherzinha não deu por mim. Continuava a andar, de um lado para o outro,
fazendo soar, ao de leve, no móvel o tique-tique dos saltos. Ao debruçar-me, pareceu-me ouvir, muito
sumidamente, uma vozinha angustiada: «Oh, Augusto, Augusto!» Mas não garanto.
[…] O receio de que pudessem surgir mais personagens inquietou-me. Qual Augusto! Não me
apetecia nada que a casa se me enchesse de cavaleiros, de ciclistas, de pugilistas e meninas do
cancan4. Ou de tropa. Não, é que podia perfeitamente aparecer um pelotão, a formar, em ordem unida,
no braço do meu sofá orelhudo…
Em circunstâncias difíceis como esta, não há nada como recorrer a um perito. Telefonei a um
amigo, que é escritor. Atendeu maldisposto, porque foi acordado. É um escritor dos diurnos, nove às
cinco.
«Ouve, meu caro, desculpa lá, mas estão a aparecer-me personagens em volta do
computador. O que é que eu faço?»
O meu amigo formulou muitas perguntas sábias. É um grande especialista de personagens. Se
eram pesadas ou leves, grandes ou pequenas, silenciosas ou barulhentas, sentimentais ou secas. […]
Do lado de lá do telefone o meu amigo fez um «ts» de rabugice. Desconfio de que trata as
personagens dele com uma certa dureza. É o que dá a experiência.
«Escuta, não andas agora a escrever umas crónicas, uns comentários, ou lá o que é?» Como
é que ele sabia? Isto é uma cidade muito bem informada. Admiti.
«Então, faz o seguinte: aprisiona-as no texto.»
Mário de Carvalho, «Três Personagens Transviadas», Contos Vagabundos, Lisboa, Caminho, 2000
VOCABULÁRIO
1 -ferrados — com chapas metálicas.
2- catatua — ave que tem o bico forte e recurvado e que imita sons.
3 -bandós — penteado que separa o cabelo, a partir de uma risca ao meio, em duas grandes madeixas, apanhadas de
cada um dos lados do rosto.
4 - cancan — tipo de dança muito viva e rápida.
Responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem.
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7. O narrador decide telefonar a um amigo escritor. Indica o que motivou o telefonema e justifica o facto
de o narrador ter recorrido a um escritor.
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GRUPO II
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
1. Completa cada uma das frases seguintes, escolhendo uma das duas palavras apresentadas entre
parênteses.
2. Um livro.
3.
3.1 C
3.2 D
3.3 C
3.4 B
3.5 A
6. Enumeração.
7. Indica o motivo, referindo que o narrador decide fazer o telefonema por temer o aparecimento
de mais personagens, e justifica o recurso à opinião de um escritor por este ser um
especialista na matéria, ou seja por ser alguém capaz de, através da análise das
características das personagens, sugerir uma solução.
8. Explica que o amigo escritor sugere que o narrador escreva um texto com as personagens, o
que resolve o problema, porque estas passam a estar enquadradas numa história.
OU
Escolhe «A escrita sobre a escrita» e justifica a opção, referindo, por exemplo, que o narrador
relata uma experiência enquanto escritor / que a resposta do amigo escritor funciona como
uma explicação sobre personagens.
OU
Aponta aspectos favoráveis a ambos os títulos e justifica a sua opção, referindo elementos do
texto.
Grupo II
1.
a) imersão
b) preposição
c) discrição
d) cumprimento
e) cede
2. C