Plano Diretor Do Município de Piracaia
Plano Diretor Do Município de Piracaia
Plano Diretor Do Município de Piracaia
PLANO DIRETOR
PORTA & ASSOCIADOS ARQUITETURA E URBANISMO _________________________________________________________________________________________________________________________________
Mensagem
MENSAGEM
Não tive o privilegio de nascer nesta encantadora cidade, mas tive a sorte de ter crescido
aqui, pois devo a esta cidade a minha vida, minha família, lembranças da minha infância e
da juventude, e em minha trajetória como educadora, como profissional.
Amo Piracaia,
Esta é a palavra de ordem que deve ecoar da alma, do coração de todos que aqui vivem...
Piracaia é um pedacinho de mundo, presenteado por Deus.
È impossível não amar Piracaia pela sua Historia, pela sua gente.
È impossível não amar Piracaia por tudo que ela nos oferece! Montanhas, serras, céu azul,
águas cristalinas, clima maravilhoso, e muito, muito verde!
Estar em Piracaia é estar ao Pé de Cristo, bem pertinho do céu.
Como gestora pública, tenho plena convicção que este plano será reconhecido e respeitado
como ferramenta que orientará o desenvolvimento de nossa encantadora Piracaia, por um
crescimento criterioso e com responsabilidade de preservação de ambientes naturais e
construídos, sempre visando o bem estar da população.
É necessário refletir sobre os feitos e investimentos do passado, que nos falam, nos
ensinam, nos orientam, para assumir hoje, o compromisso de fazer o melhor, sempre, pela
nossa bela cidade.
Este plano precisou de muitas, muitas pessoas, que o fizeram acontecer.
Não foi uma tarefa fácil, mas vai comprovar ao longo do tempo a interferência positiva na
qualidade de vida de todos.
Que o amor dos Piracaienses pela Terra de Santo Antonio seja gigantesco e prevaleça
acima de tudo.
É importante e maravilhoso poder dizer:
Minha cidade me orgulha!
A todos que participaram da elaboração deste plano, Nosso Muito Obrigado.
Especiais agradecimentos a Lilian Pires Staningher , Laércio Junho Chiarini,
Jose Francisco de Souza, Paulo Sergio de Souza,
Ismar Túlio Curi e José Luis Porta.
EXECUTIVO MUNICIPAL
Prefeita Municipal
Terezinha das Graças Silveira Peçanha CADERNO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL
Vice-Prefeito
Gilmar Junho Caderno do Plano Diretor da Cidade de Piracaia, editado e elaborado sob responsabilidade
técnica da empresa PORTA & ASSOCIADOS ARQUITETURA E URBANISMO LTDA. CGC.
Danilo Peçanha – Chefe de Gabinete 06.200.412/0001-51, sob coordenação geral do arquiteto e urbanista José Luis Porta, CREA
Jose Francisco de Souza – Coordenador Operacional 5.060.255.197/D, e coordenação administrativa do engenheiro Ismar T. Curi, CREA 5.060.529.190, com
Gilberto Jose Nogueira – Assessor de Gabinete pesquisa de estruturas ambientais sob responsabilidade do engenheiro Francisco Leite, CREA
José Ricci – Assessor de Gabinete 0601.187.220, pesquisa de desenvolvimento urbano pela arquiteta Sandra Yukari Shirata Lanças,
Antonio Agostinho Lapelligrini - Assessor Jurídico CREA 50.61.233.639/D, pesquisa sobre patrimônio histórico pela arquiteta Ana Villanueva, CREA
Ana Cristina Verano Freire – Assessora Jurídica 060.501.2200, pesquisa de sistema viário, pelo engenheiro Alair Godoy, CREA 63.205, pesquisa
Noeli Cruz Pereira – Assessora Jurídica econômica pela economista Maria Camila M. M.de Barros, CRE 25957-8 e formatação jurídica de leis
Normando Miraldi – Assessor Financeiro relacionadas pela advogada Ana Paula V. Rodrigues, OAB 197.312
Vilma Maria Maia da Silva – Assessora Contábil
Prefeitura Municipal de Piracaia 02 de outubro de 2006
Priscila Lorenzone Farah – Assessora de Imprensa
Miria Maia – Assessora Cultura E Turismo
Antonio Marcos Borges de Castro – Assessor de Planejamento
Laércio Junho Chiarini – Assessor de Meio Ambiente
Vandilson Anizio Lopes Boccia – Assessor Esportivo
Gilmara De Nardi – Depto. Administração
Isilda Aparecida Grespan – Depto. Finanças E Orçamento
Jose Pereira – Depto. Recursos Humanos
Plano Diretor Municipal, Editado Porta & Associados Arquitetura e
Maria Estela de Almeida Izzo – Depto Educação Urbanismo Ltda. Rua. Padre Almeida, 646 – Campinas, São Paulo ,
Lilian Pires Staningher – Depto. Obras, Viação E Serv. Municipais 2006.
Marcos Tadeu Galotti – Depto. Saúde
Coordenadores: José Luis Porta e Ismar Túlio Curi
Yukio Nakagawa – Depto. Agricultura E Abastecimento Caderno de Diretrizes – Prefeitura Municipal de Piracaia
Celso Freitas – Depto. Transito Urbano Rodoviário
Mara De Castro Valente – Depto. Assistência Social 1. Plano Diretor – Brasil. 2. Planejamento Municipal – Brasil. 3.
Urbanismo e Desenvolvimento Ambiental. I. Porta, José Luis. II Curi,
EQUIPE APOIO Ismar. III. Município de Piracaia.
Paulo Sergio De Souza – Fiscal De Obras E Postura
Simone Salgado – Chefe Serviço Expediente De Gabinete 6.05.01.00.6
Magda Regina De Souza Valez da Silva – Secretaria Ass. Gabinete
Maurílio Soares Da Fonseca Filho – Chefe Serv. Telecomunicações
Lazara Ferreira Camargo – Zelador Encar. Administrativo
Meio Ambiente
Engenheiro Francisco Leite EQUIPE DE APOIO:
Claudia Pastorello
Estrutura Urbana e Uso do Solo Eliane Roberto Ferreira
Arqutiteta Sandra Yukari Shirata Lanças Giulia Maria Bertazzolo
Luciane Yuri Tomiyasu
Patrimônio Histórico e Artístico Paula Sanae Takahasi
Arquiteta Ana Villanueva
FOTOGRAFIAS:
Sistema Viário Ana Villanueva
Engenheiro Alair Roberto Godoy Francisco Leite
Ismar T. Curi
Perfil Sócio Econômico José Luis Porta
Economista Maria Camila Mourão Mendonça de Barros Sandra Y. S. Lanças
História DIAGRAMAÇÃO:
José Luis Porta
Arquiteta Ana Villanueva
Ismar T. Curi
Legislação Edilícia ORGANIZAÇÃO DE TEXTOS E REDAÇÃO FINAL
Advogada Ana Paula V. Rodrigues Ismar T. Curi
O PLANO DIRETOR
As Estruturas Verde-Azuis como foram denominados os caminhos desenhados pelos corpos hídricos e os
cílios vegetais nascidos de suas margens são a base e a vida distribuídas pelo território do município. Nas cores a
representação da flora e da água que devem percorrer livremente os vales formados pelos maciços da Mantiqueira.
A essas estruturas é que devem referenciar-se toda a ação presente e futura para a preservação da vida do
lugar e de toda uma população que é tributária dos imensos aqüíferos aqui construídos.
Piracaia sofreu brutal destruição de suas Estruturas Verde-Azuis ao longo dos séculos, o ciclo cafeeiro, a
urbanização e o atual processo de reflorestamento pelo eucalipto não permitem a recuperação dessa extensa rede
hidrográfica e da mata ciliar que lhe é própria.
Dos vetores mais importantes do Plano Diretor Municipal as diretrizes de proteção e recuperação dessas
estruturas é o que mais afeta toda a vida no município e fora dele; em especial no que tange a proteção ao Sistema
Cantareira, estrutura frágil e de suma importância, pois é o manancial de milhões de habitantes, e funciona de forma
complementar e dependente da situação dos corpos hídricos e de suas áreas de preservação permanente.
Por outro lado a característica que diferencia a elaboração dos planos diretores municipais executados
após o advento do Estatuto da Cidade 1 , é que eles devem ultrapassar conteúdos exclusivamente relacionados às
pesquisas de ordem técnica através de um contato estreito com os vários estratos sociais que vivem no município.
O destaque à cultura do povo para além das pesquisas técnico-científicas demanda um método
comunicativo que incluiu a pactuação necessária entre os grupos de interesses, de forma a não relegar as opiniões e
reivindicações da grande maioria da população ao pano de fundo das adaptações às pautas estabelecidas nas
pesquisas, ou nos acordos com os grupos de interesse
A equipe forneceu inicialmente à Administração Municipal o Caderno de Diretrizes do Plano, um
documento que funcionou como um projeto prévio daquilo que seria realizado durante o processo de elaboração do
Plano Diretor Municipal. Nele constavam todos os passos da pesquisa em termos da metodologia adotada, a saber:
um processo exaustivo de levantamentos a que se intitulou de Diagnósticos do Plano, o que seguiu a uma etapa de
Propostas, ou propriamente àquilo que viria a compor o conjunto de diretrizes do Plano Diretor Municipal
No Caderno de Diretrizes (ver anexo a este capítulo) esta disposta a metodologia que pautou a equipe para
iniciar suas pesquisas a partir da situação regional e do Perfil Sócio-Econômico do município de Piracaia. Tal
procedimento levou a análise e interpretação de dados econômicos do IBGE, e SEADE, além daqueles fornecidos
pela Prefeitura.
A Inserção Regional do Município foi o tema analisado quando se estudou a situação do município de
Piracaia frente à sua Região de Governo pertencente à cidade de Bragança Paulista, assim como sua Região
Administrativa de Campinas. Foram identificadas as origens históricas dessa inserção regional, assim como as
tendências que escapam a mera divisão político-administrativa para compreensão das questões reais, como o
turismo regional e a economia social entre outros fatores.
Seguiu-se a Análise do Ambiente que detalhou a importante rede hidrográfica que extrapola os limites do
município e constituem a Bacia do Rio Piracicaba e dentro do qual está inserida a complexa estrutura do Sistema
Cantareira. A empreita implicou especial atenção dos membros da equipe, na medida em que desse sistema
depende o abastecimento de água para o consumo de mais de 8.000.000 (oito milhões) de pessoas na região
metropolitana da cidade de São Paulo.
MeioHistórioca
Ambiente
EVOLUÇÃO
MEIOHISTÓRICA
AMBINETE
Inserção Regional
INSERÇÃO REGIONAL
SócioPERFIL
Econômico
SÓCIO ECONÔMICO
Meio Ambiente
MEIO AMBINETE
Uso do Solo
USO DO SOLO
Sistema
Uso do
ViárioSolo
SISTEMA
USO DOVIÁREO
SOLO
A palavra “lopo” vem do latim “lupus” e significa lobo. Provavelmente este nome se deu pela enorme
quantidade de lobos, guarás e outros, no local 2 , Conforme relata Cassalho 3 , foi também identificado na região um
personagem chamado Lopo dos Santos Serra que apareceu em 1771 4 .
Entretanto, como as citações a esse morro são anteriores ao século XVIII, a primeira hipótese é o mais
provável.
O morro do Lopo (Fig. 1) aparece em relatos de viajantes e na cartografia desde o século XVI, mas torna-se
fundamental no final do século XVII, quando as “Bandeiras” paulistas seguem de São Paulo a Minas passando por
5
esta região. Este morro transformou-se em uma espécie de bússola natural da expedição, por um caminho que
6
margeava a zona geológica cristalina do norte com a serra da Mantiqueira ocidental.
O caminho que passava pelo Lopo era conhecido como “Caminho de Atibaia” ou também como “Caminho
7
que Vae para o Rio das Mortes”.
Para quem seguia em direção a Minas, partindo de São Paulo, era necessário atravessar a serra da
Mantiqueira através de gargantas, que nada mais eram do que passagens que possibilitavam a travessia, muitas
vezes seguindo cursos de rios em vales. No “Caminho de Atibaia”, se atravessava a serra da Mantiqueira pela
garganta do rio Cachoeira (Figs. 1 e 2), na região de Piracaia-SP.
A lógica geográfica contribuiu também na delimitação das divisas entre Estados, como mostra a Carta
8
Corográfica da Capitania de 1766 (Fig. 3), com as sete demarcações que existiram entre São Paulo e Minas, tendo
sempre rios e morros como referências primordiais. Nesta carta a última delimitação é explicitamente a do morro do
Lopo. Este limite foi observado por viajantes até o início do século XIX:
O olhar de J. B. von Spix e C. F. P. von Martius observara, em 1817, ‘o morro-do-lopo, coberto quase
inteiramente de selvas escuras e, no mínimo, de três mil pés de altitude [sic] e que domina a serra’, anotando
este ponto especial para as demarcações territoriais entre paulistas e mineiros, realizadas pelo governo de
.9
morgado de Mateus
1
Ana Aparecida Villanueva Rodrigues: arquiteta e urbanista; mestre pela FAU-USP, doutoranda em História pelo IFCH-
UNICAMP, professora da Universidade Paulista; coordenadora de projetos do programa de requalificação do centro da cidade de
São Paulo. email: villanuevarodrigues@yahoo.com.br
2
Era comum nomear acidentes geográficos com a situação da realidade em que ele se encontrava à época. Pode-se exemplificar
com: serra do frio, rio das mortes, sumidouro, serra das esmeraldas, etc...
3
CASSALHO, Valter. Conselho Municipal de Turismo da Estância de Atibaia. Atibaia: 01/06/2005. Disponível em:
http://comturatibaia.com.br/artigo.php?id=370. Acesso: 22 julho 2006
ÍNDICE 4
Era comum nesta época que a referência geográfica se incorporasse ao nome da pessoa, como aconteceu com o sobrenome
Masagão, para identificar as pessoas nascidas nesta cidade do século XVIII na Amazônia.
5
SANTOS, Antonio da Costa. Campinas, das Origens ao Futuro. Compra e venda de terra e água e um tombamento na primeira
1 INTRODUÇÃO sesmaria da Freguesia de nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso de Jundiaí (1732-1992). Campinas:
2 OS CAMINHOS DAS “BANDEIRAS” NA REGIÃO DE PIRACAIA Editora da UNICAMP, 2002, p. 62.
6
Ibid., p. 61.
3 A OCUPAÇÃO HUMANA E A FORMAÇÃO DOS NÚCLEOS URBANOS NA REGIÃO DE PIRACAIA 7
O rio das Mortes era o referencial para a localização da cidade mineira de São João Del Rey.
8
4 A FUNDAÇÃO DA CIDADE DE PIRACAIA Copiada pelo Major Umbelino Alberto de Campo Limpo em 1869, esta Carta Corográfica da Capitania de São Paulo, de 1766, é
5 FERROVIA E CAFÉ em tinta colorida, nanquim e aquarela, sobre papel canson com 60,5 x 48 cm, com nota explicativa: Carta Corográfica da
Capitania de São Paulo, em que se mostra a verdadeira situação dos lugares por onde se fizeram as sete principais divisões do
6 INDÚSTRIA seu Governo com o de Minas Gerais: A 1ª pelo Rio Grande; A 2ª pelo Morro do Cachumbu; A 3ª pelo alto da Serra da
Mantiqueira; A 4ª outra vez pelo Cachumbu; A 5ª pelo Rio Verde; A 6ª pelo Sapocahy; A 7ª pelo Morro do Lopo, e estrada de
Goyazes, o que mostra a linha cor amarela. Disponível para consulta em: http:/www.novomilenio.inf.br/santos/mapa41.htm.
Acesso em 22 julho 2006.
9
SANTOS, Antonio da Costa. Op. Cit., p. 62.
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DIAGNÓSTICO - INSERÇÃO REGIONAL
1. INTRODUÇÃO
O conceito de região tem sido intensamente debatido não apenas nos meios acadêmicos como também
por profissionais das mais diversas áreas do conhecimento, especialmente por aqueles que executam o
planejamento do desenvolvimento público. A noção de desenvolvimento territorial sócio-espacial será focada
sobre modelos regionais e locais parte da identidade cultural comunitária, dos fluxos geo-econômicos, dos
recursos naturais e das determinações político-ideológicas; e forma o escopo da análise que passa a ser
desenvolvida com objetivo de compreender a situação regional no município de Piracaia.
A diversidade territorial se dá, segundo Haesbaert, a partir de duas formas: a produção de
particularidades e a produção de singularidades, respectivamente por diferenças de graus (quantidades
transformadas em qualidades) e por diferenças de natureza (condição histórico-geográfica). Assim, esses dois
processos vão marcar a situação sócio-espacial de qualquer território.
São as tramas das relações históricas e geográficas, que vão catalisar a formação da região como uma
fração do espaço que, dentro de um território genérico, cumprem determinadas relações e convenções que
caracterizam certo regionalismo. Portanto, o conceito de região é mais abrangente que o de território, pois
permite identificar, para cada especificidade territorial, as relações de domínio, controle e gestão de grupos,
classes e instituições.
Segundo Ron Martin, para o entendimento da situação regional na atualidade é preciso considerar a
questão sob o aspecto da pluralidade do real, isto é, compreender os termos das relações do local com o
global. No caso de Piracaia, essa pluralidade pode ser colocada a partir de sua condição ambiental, que deve
ser enquadrada nas condições previstas pela Agenda 21, e que também dispõe, pela exuberância de seu
ambiente, de possibilidades privilegiadas para operar no mercado mundial de gás carbônico; um dispositivo
acordado mundialmente na Conferência sobre o Clima em Kyoto no Japão em 1997, que prevê a
compensação das regiões de países que preservam a natureza no planeta por aqueles que têm suas áreas
deterioradas pelo desenvolvimento implantado; essas últimas geralmente localizadas em países do primeiro
mundo e sem condições de recuperação. Além do que, Piracaia possui um enorme potencial para atração
turística pelos seus patrimônios ambientais e arquitetônicos preservados.
Esse conjunto de fatores é uma característica bastante comum a toda região em que se situa Piracaia,
assim, o município mantém estreitas relações com as cidades de sua região de governo, não apenas por
questões de seu desenvolvimento histórico, como também pela formação geográfica assemelhada.
A posição da Igreja foi fundamental na formação das cidades no Brasil Colônia; ela reforçava o
regionalismo político e utilizava o tecido das unidades regionais como base para estabelecer sua hierarquia
administrativa 1 , e assim, também a origem da cidade de Piracaia remonta ao ano de 1817, com a benemérita
D. Leonor de Oliveira Franco, a fundadora, doando terras para a instalação da primeira capela.
INDÍCE A marcha, ou roteiro do plantio do café em terras paulistas, marcou ainda mais profundamente a
1. Introdução fisionomia do estado; com ela ocorre à implantação das linhas férreas, o que representa o mais importante
2. História Regional fator de regionalização no Estado de São Paulo, conforme descreveremos na análise da formação histórica do
3. Atualidade da Situação Regional regionalismo.
3.1 Divisão Regional Portanto, a relação com as cidades da região bragantina remonta a própria origem histórica do município
3.2 Região Administrativa e Região de Governo de Piracaia, mas também, o meio ambiente funciona como outro importante fator característico dessa região,
3.3 Divisão Regional e Administração Pública pois nela, seus municípios são entrecortados pelo maior maciço montanhoso do país, a Serra da Mantiqueira,
4. Situação Espacial e Acessibilidade que por sua vez, faz as cidades ao seu redor serem irrigadas por inumeráveis corpos d’água, que foram
5. Complexo Cantareira
6. Turismo Regional
7. Estatísticas Regionais 1
GOMES, Paulo César, Apud Cunha, Alexandre Gonçalves, Revista de História Regional – Vol 5 N° 2 –
Inverno 2000 - http://www.rhr.uepg.br/v5n2/cunha.htm - 30/06/2006 - 14:00h
2. Caracterização do município
O município de Piracaia localiza-se no Estado de São Paulo fazendo divisa com os municípios de Bragança
Paulista, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Nazaré Paulista, Igaratá, Joanópolis e Vargem. O município integra a
região de governo de Bragança Paulista e a região administrativa de Campinas.
Apresenta uma área total de 374 km2. Fato curioso de se observar é que não se tem registro de área rural,
dado que a partir de 1990 a taxa de urbanização considerada pela Fundação Seade é de 100%. A este espaço
territorial corresponde uma população total de 25.584 habitantes, divididos em 12.669 mulheres e 12.915 homens.
Apresenta uma razão de sexos (101,94) superior à sua região de governo e ao Estado como um todo, 99,26 e 95,85
respectivamente.
Tabela 1: População total, feminina, masculina, urbana, rural e taxa de urbanização: Piracaia (1980-2005).
É notória a preocupação das condições do ambiente urbano sobre a qualidade de vida dos munícipes de
Piracaia. Por conseqüência, a forma de ocupação e o uso do solo têm influência direta na saúde da população.
A adequada gestão ambiental sempre foi um dos principais desafios do poder público quando investido no
papel de regulador do uso e ocupação do solo. Como resultado, há um agravamento crescente dos problemas
ambientais urbanos, notadamente aqueles relativos à poluição e degradação do território.
Apesar das informações de Piracaia, relativo ao IPVS – Índice Paulista a Vulnerabilidade Social (SP) –
2.000/2.002 – Fundação Seade, ficarem no grupo 5, que reúne Municípios com baixo nível de riqueza, longevidade e
escolaridade, e com indicadores abaixo da média estadual; o Município ocupa a 314ª posição no ranking de riqueza
e a 567ª no ranking da longevidade.
Ainda conta com relevante preocupação quanto às futuras necessidades de recursos hídricos para
abastecimento público e outros, uma vez que depende diretamente da gestão adequada do “Sistema Cantareira”,
que segundo informações de seus planejadores e gestores atuais - ANA/DAEE; Comitê de Bacias PCJ – dos rios:
Piracicaba, Capivari e Jundiaí, e ainda a SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo -
(“detentora da outorga da Concessão dos Serviços de Abastecimento de Água e da coleta e destino final do esgotos
sanitários do Município, ora em finalizações de negociações quanto à renovação do contrato”), a situação de
atendimento de fornecimento de água futura, em quantidade e qualidade, é no mínimo de cautela quanto ao balanço
de recursos hídricos aos reservatórios, pois o armazenamento do Sistema Cantareira não é suficiente para atender
as demandas máximas e médias de cada um dos usuários, RMSP -31,0m3/s, e bacias do PCJ= 5,0m3/s, caso
Foto 1 – Imagem do aterro sanitário em Piracaia 2006 (foto Laércio Chiaverini) aconteça a ocorrência de 02 anos consecutivos de seca (ANA- Agência Nacional de Água- Boletim de Operação
Hidráulica do Sistema Cantareira-2005). Este fator implica diretamente na captação principal de água para
abastecimento de Piracaia, atualmente no manancial do Rio Cachoeira.
Não há dúvida para que haja a devida sustentabilidade futura para o Município de Piracaia, haja disciplina
mento das estratégias de conservação e proteção dos mananciais, bem como da cobertura vegetal, e ainda com a
devida ocupação planejada e ordenada do uso do solo.
Portanto as estratégias para enfrentar a escassez da água devem considerar tecnologias para a obtenção de
mais água, diminuição do desperdício e do consumo excessivo, técnicas de reuso e técnica para conservação e
proteção de mananciais e reservas superficiais e subterrâneas em nível local e regional. O conceito de
sustentabilidade deve promover a integração de todos os componentes biogeofísicos, econômicos e sociais para
enfrentar a escassez e promover nova ética para a água, com base em considerações sociais, otimização de usos
múltiplos, controle do desperdício e recuperação dos sistemas degradados. Os arcabouços legais e institucionais
recentes implicam em descentralização da gestão, conceito de serviços de sistemas aquáticos, e uma revisão de
valores para os recursos hídricos, que incluem valores estéticos, educacionais, recreacionais, liberdades individuais
e coletivas e ainda, segurança coletiva e individual.
O levantamento e a sistematização de informações sobre o meio ambiente, legislação pertinente e análise dos
principais problemas constatados, permitem a elaboração de propostas voltadas a soluções dos conflitos e seus
desdobramentos, que extrapolam a área ambiental e assim nos permitem realizar propostas concretas específicas,
estabelecidas conjuntamente com outros Órgãos, para o Município de Piracaia.
Portanto o objetivo deste item é apresentar, de forma sucinta, documentos e mapas que caracterizam o meio
ambiente no Município e seu entorno, no que se refere à água, ar, vegetação, poluição do solo e resíduos.
REPRESA DE JAGUARI
I CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUPERFICIAL INDUSTRIAL
BRAGANÇA PAULISTA
Camp
inas
REPRESA DA CACHOEIRA
PIRACAIA
U
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DI
ÃO
36
RN
-0
SP
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A
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DO
RO
PERÍMETRO URBANO
U CANAL
U
I U ESTRADAS ESTADUAIS PAVIMENTADAS
ATIBAIA IGARATÁ ESTRADAS ESTADUAIS IMPLANTADAS
ESTRADAS MUNICIPAIS IMPLANTADAS
ESTRADAS EM LITÍGIO SABESP - PREFEITURA
U RODOVIA ESTADUAL DUPLICADA
RODOVIA FEDERAL DUPLICADA
BOM JESUS DOS PERDÕES
REPRESA ATIBAINHA
GASODUTO RIO/CAMPINAS
TÚNEL
CANAL
A análise do Uso e Ocupação do Solo das diferentes regiões da cidade de Piracaia dentro da visão da
totalidade, de síntese e de interconexão entre o âmbito da regionalidade, e da municipalidade; tem por objetivo avaliar
as potencialidades de cada área, de forma a evitar qualquer tentativa de impor um padrão de aproveitamento para
estas regiões sem considerar a sua consolidação histórica em seu suporte Biofísico.
É preciso entender a articulação dos bairros, o padrão de crescimento da cidade, e de ocupação de seus
diversos setores; compreender como sua estrutura básica foi construída historicamente para que o novo Plano Diretor
possa efetivamente apontar propostas concretas capazes de reverter qualquer processo negativo e evidenciar as
potencialidades urbanas possíveis para o bem-estar da população municipal no futuro.
A expansão indiscriminada da área urbanizada no território municipal, sem critérios técnicos específicos, tem
um alto custo para o município; pois é necessário investir na ampliação da rede de infra-estrutura e na implantação
de serviços públicos e equipamentos comunitários, mesmo quando existem áreas melhor localizadas e já servidas de
infra-estrutura que acabam sendo subutilizadas. Assim, o processo de uso e ocupação do solo deve ser controlado,
de forma a induzir o aproveitamento adequado dos seguintes itens:
• Suporte Biofísico e seus recursos naturais,
• Infra-estrutura instalada;
• Ocupação prioritária de terrenos ociosos;
• Expansão da cidade de forma sustentável e
• Preservação de áreas ambientalmente frágeis, de valor ecológico e/ou cultural essenciais para o lazer dos seus Foto 1: Casa de alto padrão localizada em condomínio particular – Represa do Jaguari. Data: julho/2006.
habitantes e/ou visitantes, dentro do conceito do uso sustentável dos recursos municipais.
• a utilização inadequada da terra urbana; Suporte Biofísico
• a proximidade de usos incompatíveis; Contudo, o represamento de tamanha importância também criou novas paisagens que muitos condomínios,
• a instalação de grandes empreendimentos, sem considerar seu impacto; tanto os próximos do entorno da represa quanto outros, (por diferença de cota de nível) - usufruem visualmente; o
• a deterioração da cidade; que contribui para a ocupação do solo (principalmente do entorno das represas) por habitações de veraneio de alto e
• a poluição e a degradação ambiental; médio-alto padrão, por usuários de fora do município; cerca de 80% das propriedades em condomínios legalizados ou
• o comprometimento da sustentabilidade da localidade para as futuras gerações. ilegais no território de Piracaia são pertencentes a pessoas de outras cidades, não residentes permanentes.
Para tanto, é preciso que um Plano Diretor concentre-se em problemas que estejam comprometendo as Novos condomínios são implantados em maior velocidade do que o poder público municipal consegue
condições de vida e o funcionamento da cidade, não se tratando por medidas isoladas e de curto prazo, mas exigindo fiscalizar por via terrestre; estradas vicinais cortam várias fazendas ou bairros rurais, em sua maioria, não
mudanças estruturais do processo urbano; realizáveis através de uma estratégia global e duradoura, e com a qual pavimentadas; o território total é extenso: 374 km2 (SEADE, 2005) e de topografia dendrítica. Por fotos do satélite
todos os principais segmentos da sociedade estejam de acordo. recentes é possível verificar pela via aérea as áreas ocupadas, como serão analisadas no decorrer do diagnóstico de
No que concerne ao uso e ocupação do solo, para que o Plano de Estruturação Urbana a ser proposto seja uso e ocupação do solo piracaiense, embora sem a acuidade de uma foto aérea, mais próxima da camada terrestre.
efetivamente consistente, torna-se necessária uma Leitura Urbana minuciosa da situação existente; que contemple,
especialmente, a relação entre a ampliação infra-estrutural e os limites do Uso do Solo, definidos por zonas e a Evolução do Crescimento Urbano
adequação de zonas especiais às políticas correlatas - Habitação, Preservação Ambiental e Patrimonial, e Política Conforme o desenrolar histórico dos acontecimentos em Piracaia, a exemplo de outras cidades do interior
Imobiliária, que serão abordados a seguir. paulista, ocorreu uma potencialização da dinâmica do crescimento urbano: tal fato gerou diversos núcleos
O suporte Biofísico do Município de Piracaia proporcionou à cidade inúmeros mananciais, espalhados por todo seu urbanizados diferencialmente, no tempo e no espaço territorial, caracterizando o que chamaremos de Células
território; além do Rio Cachoeira que garantem, junto a outros rios da região, o abastecimento de três represas: Nucleadas de ocupação do território, que estão anotadas no Mapa de Células, para entender o crescimento urbano
Cachoeira, Jaguari e Atibainha. Essas represas são cruciais para a composição do Sistema - Cantareira da Sabesp, do Município de Piracaia do final do séc. XVIII até 2006, nesta primeira década do século XXI.
que abastece atualmente quase 60 % da água potável para a população da Região Metropolitana da Grande São Eixo Estruturador Sudoeste - Nordeste (SW-NE)
Paulo, com 33 mil litros de água/segundo para aproximadamente 9 milhões de pessoas. (SABESP, 2006) O eixo SW-NO abrange as células nucleadas de áreas urbanizadas 1 e 2, o entorno da Represa Cachoeira
A cidade de Piracaia tem em seu território túneis e canais que interligam esse complexo gigantesco de (célula 7) até o bairro de Atibainha Acima (célula 5). Este eixo estruturador começa com a rodovia estadual SP-036,
represas que abastecem o Sistema Cantareira. As obras, iniciadas em 1966 e concluídas em 1983, exigiram a que se inicia na Rod. Dom Pedro I, que por sua vez é entrecruzada mais a oeste pela Rod. Fernão Dias, que liga São
extração de grandes quantidades de argila e rochas; causando impactos ambientais que foram se agravando com o Paulo (capital) à região do sul do estado de Minas Gerais. Piracaia faz divisa, em sua porção oeste, com os
passar dos anos: restaram áreas desmatadas e desprovidas de cobertura vegetal, apresentando problemas de municípios de Atibaia, Bragança Paulista e Vargem; ao sul com Bom Jesus dos Perdões e Nazaré Paulista.
erosão e assoreamento das represas.
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DIAGNÓSTICO - USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
PARCELAMENTO
ILEGAL
NE
final século XVIII PORTO
SANTA MARIA
RESERVA
PAIQUERÊ
SEC. XX - DÉC. 40 A 70
PARCELAMENTO
EM APROVAÇÃO
PARCELAMENTO
ILEGAL
SEC. XX - DECADA 80
SÍTIO PONTAL
DESMEMBRAMENTO
SEC. XX - DÉC. 90
SEM DESENVOLVIMENTO
nov/1992
NAUTICO JAGUARI
Nov/1992 BAIRRO DO DANDÃO
BAIRRO BARROCÃO
DESMEMBRAMENTOS
ECO VILA
CLAREANDO
RIVIERA 07/jul/2004
JAGUARI L=97; LV=97
DESMEMBRAMENTO
SEM DESENVOLVIMENTO CONDOMÍNIO CI VIL PARCELAMENTO
BAIRRO DOS BARBAS
SEM DENOMINAÇÃO ILEGAL
ALAM. VIOLETAS
PARC. ILEGAL BAIRRO BARROCA FUNDA
Loteamento
BAIRRO SOUZAS
Enseada do Jacarei
16/12/1992
celula 4
BAIRRO
celula 5
DO ATIBAINHA
31/dez/1981
BAIRRO JUNCAL
JARDIM STO.
AFONSO RECANTO
BAIRRO CRAVORANA
03/DEZ/1976 CACHOEIRA
DECADA 80
Avenida
Beira Rio
RECANTO
POUSO ALEGRE
20/out/1983 São Domingos
JARDIM MT.
CRISTO decada 90
19/MAR/1981
Dirce Fiorelini Badari
MIRANTE DO 11/jul/2001
VILA
PARQUE DOS parque das CACHOEIRA SABESP
RECANTO DOS PINHEIROS paineiras
PASSAROS 01/junho/1983 25/fev/2003
4/nov/1981
21/mar/2003
JARDIM
Claudia
18/ago/1978 garagen municipal
JARDIM
CAPUAVA
06/jan/1975
JARDIM
PRIMAVERA
20/mar/1984
JARDIM
SUDO
18/ago/1978
RECANTO NOVA SUIÇA
DOS MAIAS
29/nov/1990 08/OUT/1981
NOSSO TETO
PARQUE 30/mar/1982
CECAP
JARDIM VILA ELZA
ALVORADA VISTA ALEGRE
10/jun/1978 11/abr/1986
VALE DO RIO Pórtico JARDIM
CACHOEIRA Entrada SANTOS REIS
12/fev/1978 VILA PIRACAIA 1956
BIARRITZ
santo
antonio
da
cachoeira
1996
BAIRRO ARPUI
BAIRRO MORRO VERMELHO
Residencial Parque
San Marino
celula 3
4/mar/1998
Green Village
BAIRRO BIRIZAL
celula 1
vila
teodoro
MONÇÕES
DO ATBAINHA
celula 2
1982
Vila dos
Vista Verde
Romites
1981
São Braz
déc. 60 (*)
Aldeinha
do Pião
BAIRRO DE CANEDOS
Vale do BAIRRO BATATUBA Aldeia
do Pião
BAIRRO DO PIÃO
Atibaia I
Fim séc. XVIII
03/set/1981
Santa CAMPO
(legalizado)
Rita
verificar
Núcleo de
Batatuba
portal
vale do atibaia II
03/set/1981
(legalizado)
das pedras
01/dez/1981 BAIRRO ATIBAINHA
Ana Maia
31/dez/1981
VILA DOS
PEDROSOS
1989
loteamento
clandestino (*)
BAIRRO GUAXINDUVA
RECANTO TRES
LAGOS
déc. 90
(legalizado)
SW
1. INTRODUÇÃO
INDÍCE
1. Introdução
2. O Plano Diretor e o Estatuto da Cidade
3. Metodologia Utilizada
4. Resultado do Plano de Reuniões
5. Balanço do Programa de Governo Participativo
1. INTRODUÇÃO
O Estatuto das Cidades, consagrado na Lei nº 10.257 de 10 de julho de 2001, regulamenta os artigos 182
e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes da política urbana que tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante que determinam a garantia do
direito a cidades sustentáveis, entendidos como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-
estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações.
E propõe a gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários
segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de
desenvolvimento urbano;
Desse modo as diretrizes da política urbana propalada pelo Estatuto da Cidade estão voltadas à qualidade
de vida das cidades e considera que o processo deve ter como principal gestor a própria população e suas entidades
organizadas, que deverá não apenas formular essas políticas com também participar de sua execução e acompanhar
os projetos de desenvolvimento urbano.
Para assegurar que os recursos públicos serão usados do modo mais eficiente para alcançar as finalidades
sociais e individualizar os objetivos expressos pela função social do bem-estar de uma dada comunidade a partir de
um processo democrático, ainda que um sistema formado com base nas preferências coletivas (ou seja, remissíveis
às preferências ou valores individuais) possa levar a uma diversidade de preferências não coerentes, optou-se pelas
consultas populares extensivas a todo território do município quando então as reivindicações e sugestões de cada
indivíduo foi tabulada e composto um quadro de freqüências sobre os problemas e necessidades mais prementes que
podem ser apresentados tanto no quadro geral do município quanto por bairros ou regiões. A pesquisa empreendida
possibilita ao gestor público e propriamente à equipe que elabora o Plano Diretor Municipal aferir as conclusões
técnicas, assim como observações feitas em campo, especialmente no que se refere às questões de políticas
públicas, e por fim auxilia como ferramenta para estabelecer as demandas sociais em termos de uma planificação
normativa.
Há que se ressaltar a existência de políticas municipais dessa natureza como a que foi realizada no ano de
2005 denominada Governo Participativo, e, através da qual foi extraída a maioria dessas demandas e formulada a
pesquisa de freqüência acima mencionada. No entanto houve uma série de reuniões específicas dentro do programa
metodológico estipulado para a elaboração do Plano Diretor Municipal. Esse montante informativo foi resumido,
tabulado e analisado e seguirá apresentado no capítulo ora descrito.
Meio Ambiente
MEIO AMBINETE
Uso do Solo
USO DO SOLO
Sistema
Uso do
ViárioSolo
SISTEMA
USO DOVIÁREO
SOLO
Patrinónio
Uso do Solo
PATRIMÓNIO CULTURALUSO DO SOLO
E TURÍSTICO
Políticas
UsoPúblicas
do
POLÍTICAS Solo
USO PÚBLICAS
DO SOLO
MACROZONEAMENTO
A partir do cruzamento gráfico dos elementos cartográficos e fotográficos fornecidos pela Diretoria de Obras de
Piracaia, a Sabesp, legislação pertinente e os levantamentos in loco, foi proposta a compartimentação do Município
em Macrozonas (ver Mapa 01 em anexo – “Macrozoneamento Ambiental”). As características das macrozonas e as
recomendações para sua utilização para fins urbanos são apresentadas a seguir.
1
Segundo a Sabesp, 8.1 milhões de pessoas da zona norte, partes das zonas central, leste e oeste, além de outras cidades
adjascentes são abastecidas na macrometrópole de São Paulo pelo Sistema Cantareira, da qual as Represas Jaguari-Jacareí,
Cachoeira e Atibainha fazem parte, com o sistema fornecendo 33 mil litros de água por segundo.
Imagem panorâmica da Represa Cachoeira vista da plataforma do vertedouro (Foto Ismar Curi) Fonte: http://www.sabesp.com.br/o_que_fazemos/captacao_e_distribuicao_de_agua/sistemas_metropolitano2.htm, acesso em
setembro de 2006.
O título Políticas Públicas reúne sob ele uma série de temas como Saúde, Educação, Segurança, Ação
Social, Turismo, Cultura, Esportes e Lazer, que no texto do Plano Diretor Municipal foram tratados de forma discreta
como segue o texto abaixo com justificativas.
Sobre a Educação, a Cultura e o Turismo, foram tratados como um bloco pela imediata relação que existe
entre esses temas, já que as questões de cultura e turismo devem ser objetos da formação educacional desde o ciclo
mais básico, e em conformidade com o problema da preservação do patrimônio cultural representado pelos bens de
natureza material, os monumentos arquitetônicos, e artísticos, assim como os bens imateriais representados pelas
manifestações culturais das populações, que devem ser conservados.
As potencialidades turísticas do município estão estreitamente ligadas àquelas considerações, já que
obedecem a um viés cunhado de turismo alternativo, isto é, o Turismo de Testemunho Histórico, conforme
mencionado acima, o Turismo Ecológico, desenvolvido nos títulos de propostas para o Meio Ambiente e para o Uso e
a Ocupação do Solo, além do Turismo de Comunidades Tradicionais, que também se relaciona à preservação das
manifestações culturais, ou dos bens de natureza imaterial.
Educação
Em consonância com o disposto na Lei Orgânica do Município de Piracaia, que exige a contemplação pelo
Plano Diretor das características sociais, econômicas, culturais e educacionais presentes no território do município,
serão adotados para o sistema educacional do município os seguintes objetivos:
I - promover a formação de quadros municipais de professores aptos à educação ambiental, preservação do
patrimônio paisagístico, artístico e histórico e exploração do turismo local para a educação em todos os níveis dos
alunos da rede pública municipal;
II - propiciar a educação ambiental e de preservação do patrimônio paisagístico, histórico e artístico e a exploração
turística a partir de referências do próprio território municipal em todos os níveis da rede municipal;
III - incentivar a formação de técnicos na área de turismo, ambiente, preservação do patrimônio cultural e
Festividades comemorativas do aniversário da cidade de Piracaia – 2006 ( Foto Ismar Curi ) profissionais afins, aptos à exploração do potencial turístico, ambiental e cultural do município.
A Prefeitura Municipal de Piracaia deverá desenvolver um plano educacional, a partir do recenseamento
anual da população escolar, no sentido de propiciar uma distribuição eqüitativa e qualificada de vagas conforme as
necessidades regionais do território municipal considerando:
I – o ensino fundamental obrigatório e gratuito;
II – a setorização da rede física de escolas no território do município com o objetivo de racionalizar o transporte
escolar;
INDÍCE
II – o atendimento educacional especializado aos portadores de necessidades especiais;
1. Introdução III – o desenvolvimento de programas de alfabetização de adultos;
IV – o monitoramento da permanência do educando na escola.
2. O Plano Diretor e o Estatuto da Cidade
Tais ações deverão racionalizar os custos com educação na medida e que permitirão a economia do
3. Metodologia Utilizada
combustível necessário para transporte de alunos até os locais de estudos.
4. Resultado do Plano de Reuniões
No sentido de dotar o município de ensino de terceiro grau a Administração Pública Municipal atuará junto
5. Balanço do Programa de Governo Participativo aos poderes públicos estadual e federal, e, empenhará a provisão de espaço e condições de instalação dentro de seu
território de instituição pública voltada ao ensino e a pesquisa adequadas às características municipais, e
relacionadas às áreas ambiental e paisagística, à reserva, a qualidade e o consumo humano da água potável, assim
como à área do turismo e do lazer.
Estas medidas visam à reestruturação organizacional para que a Administração possa desenvolver as
Comissão de Proteção
intervenções propostas pelo Plano Diretor. Além da maior objetividade em relação à gerência dos problemas ao Patrimônio Paisagístico
ambientais da cidade, há também a criação dos novos parques que vão implicar em novas estruturas Arquitetônico e Cultural
gerenciais e executivas. Também os diversos conselhos a serem criados, tais como: o Conselho de
Comissão Permanente
Desenvolvimento Urbano e as comissões correspondentes: de Defesa do Patrimônio Histórico Cultural, de de Aplicação da
Meio Ambiente, de Turismo, Gestora da APA Municipal e a Comissão Permanente de Aplicação da Legislação Legislação Edilícia
Edilícia.
Comissão de
1. Estrutura Atual Meio Ambiente
A estrutura administrativa municipal possui atualmente 10 departamentos, sendo que 6 deles: Administração,
Comissão de
Procuradoria Jurídica Finanças, Segurança e Trânsito, Recursos Humanos e Ação Social, os órgãos que
Turismo
proporcionam as atividades meio da administração. Além de outras 4 consideradas organismos finalizadores,
a saber, Obras e Serviços, Agricultura, Educação e Saúde, como também aqueles órgãos considerados de
apoio administrativo e que efetuam a organização das ações do poder público municipal que são as
3. Propostas para Gestão das Diretorias
Coordenadorias, Chefias e Conselhos diversos.
A visão esquemática desse qudaro para as quais serão apresentas propostas de mudanças no organograma ¾ Diretoria de Meio Ambiente:
está disposto a seguir. Dada a situação extremamente sensível do tema para o município o Plano Diretor propôs a criação de uma
diretoria com específica para o Meio Ambiente, já que ele era gestado no âmbito da Diretoria de Obras.
2. Estrutura Proposta para Gestão do Plano Diretor
A partir da estrutura atual, para a execução das propostas contidas no Plano Diretor a principal recomendação Abaixo segue um quadro genérico para a composição de um corpo básico de técnicos que insere um custo
é de modificar a estrutura do Conselho Municipal de Meio Ambiente, transformando-o num Conselho Municipal mínimo de aproximadamente R$ 150.000,00/ano (cento e cinqüenta mil reais por ano) entre recursos
de Planejamento, sendo que este terá formação tripartite, constituindo-se proporcionalmente por entidades de humanos e materiais 1 .
caráter técnico, representantes ou lideranças da comunidade e membros da Administração Pública Municipal.
Deste Conselho emanarão as decisões sobre a formação das comissões gestoras, a saber:
CHEFE DE DIVISÃO AGENTE MBIENTAL
• Comissão Gestora da APA Municipal de Piracaia: responsável pelo acompanhamento de processos e (FISCAL)
AGENTE AMBIENTAL
projetos relativos às APAs municipal e estaduais; DIRETORIA DE DEPTO
• Comissão de Proteção ao Patrimônio Paisagístico Arquitetônico e Cultural de Piracaia: responsável pelo AMBIENTAL
acompanhamento de processos e projetos relativos ao patrimônio natural, construído e pela preservação das
manifestações culturais do município;
TÉCNICO AGRÍCOLA
• Comissão Permanente de Aplicação da Legislação Edilícia de Piracaia: responsável pelo acompanhamento CHEFE DE DIVISÃO
da aplicação e sanções do Código de Obras e da Legislação de Uso e Ocupação do Solo de Piracaia; PROJETOS AMBIENTAIS
• Comissão de Meio Ambiente: responsável por processos e projetos relacionados ao meio ambiente no
município de Piracaia;
• Comissão de Turismo: responsável pelo acompanhamento de processos e projetos de natureza turística que Ainda, na circunscrição da Diretoria de Meio Ambiente estarão ainda as seguintes comissões: Comissão
ocorrem no município de Piracaia. Gestora da APA Municipal Piracaia e a Comissão de Meio Ambiente, o que implicará na centralização de
informações e efetuação de ações decididas nessas duas instâncias.
1 Nota do Autor, os valores referem-se aos valores dos salários diretos mais FGTS, multas recisórias, décimo terceiro salário, férias, etc, sendo que os salários foram fornecidos pelo
Departamento de Recursos Humanos da Prefeitura de Piracaia em outubro de 2006.