CALDEIRAS (Operacoes Unitarias)
CALDEIRAS (Operacoes Unitarias)
CALDEIRAS (Operacoes Unitarias)
Caldeiras flamotubulares[editar]
Nesse tipo de caldeira os tubos são postos verticalmente num corpo cilindrico e fechado
nas extremidades por placas, chamadas espelhos justamente por refletirem boa parte do
calor. A fornalha fica logo abaixo dos espelhos inferiores. Os gases gerados pela
combustão sobem atavés dos tubos, aquecendo e vaporizando a água que está em torno
deles. As fornalhas são utilizadas principalmente no aproveitamento da queima de
combustíves, tais como: palha, serragem, cascas de café ou amendoim, óleos e etc
Caldeiras aquatubulares[editar]
Regulamentação[editar]
NORMA REGULAMENTADORA NR - 13
Falhas nas práticas bem estabelecidas de funcionamento das caldeiras podem ser
catastróficas.
3 ASPECTOS GERAIS RELACIONADOS ÀS CALDEIRAS
Caldeira é o nome popular dado aos equipamentos geradores de vapor, cuja aplicação tem
sido ampla no meio industrial e também na geração de energia elétrica nas chamadas centrais
termelétricas. Portanto, as atividades que necessitam de vapor para o seu funcionamento, em
particular, vapor de água pela sua abundância, têm como componente essencial para sua
geração, a caldeira. Esse equipamento, por operar com pressões acima da pressão
atmosférica, sendo na grande parte das aplicações industriais até quase 20 vezes maior e nas
aplicações para a produção de energia elétrica de 60 a 100 vezes maior, podendo alcançar
valores de até 250 vezes mais, constitui um risco eminente na sua operação. Vários são os
aspectos relacionados ao funcionamento das caldeiras, os quais serão tratados nesta apostila:
Principais conceitos da Termodinâmica envolvidos na operação de Caldeiras; Tipos e
classificação das Caldeiras e seus acessórios principais; Riscos de explosões; Tratamento da
água de Caldeiras e Norma Regulamentadora Nº 13.
• De modo geral, as substâncias podem existir em diferentes fases, que são a fase sólida, fase
líquida e a fase gasosa. Assim é definido fase uma porção homogênea de matéria.
Relacionado à fase gasosa da substância, utiliza-se com freqüência o nome vapor para essa
fase quando a substância está próxima de um estado em que parte da mesma pode
condensar-se. O comportamento pressão, volume e temperatura, que para os chamados
Gases Perfeitos é expresso pela equação pv = RT, para o vapor, que é considerado um gás
real, essa equação não representa muito bem comportamento mencionado. As equações de
estado utilizadas para expressar o comportamento dos gases reais são em geral muito
complexas, inviabilizando de forma rápida os seus usos. Para tanto, utiliza-se na maioria das
aplicações em engenharia, os diagramas e as tabelas termodinâmicas para as diferentes fases
das substâncias. Nesses recursos, especialmente para as fases líquida e gasosa (vapor), são
apresentadas os diversos valores das propriedades termodinâmicas: além das três
identificadas acima, título, entalpia e entropia.
Nas figuras 1, 2 e 3 são apresentados alguns diagramas para a água, nos quais são
identificados os diversos estados que essa substância pode assumir. Esses diagramas,
especialmente aquele de Mollier (figura 3), por ser o mais completo, são muito úteis para
apresentar as propriedades termodinâmicas e para auxiliar na visualização dos diversos
processos pelos quais uma substância pode passar.
É importante destacar aqui que o vapor d’água é utilizado como agente transportador de
energia em diversos processos industriais e nas centrais termelétricas. Isso se deve às
vantagens a seguir:
180°C (Tsat). As coordenadas (psat, Tsat) definem a curva de pressão de vapor, que adquire a
forma apresentada nos diagramas T x h (figura 2) e h x s (figura 3).
• Para o estado de mistura líquido-vapor é comum definir-se o título (x) do vapor, que é a fração
em massa (ou percentual em massa) do vapor em relação à massa total da mistura. Isso
significa dizer, por exemplo, se o vapor que sai de uma caldeira tem uma qualidade (título) de
97%, significa que 3% é umidade (água líquida).
No processo de aquecimento direto, o vapor entra em contato direto com o material a ser
aquecido. Exemplo disso é o aquecimento de água ou outros líquidos com injeção direta de
vapor. Outros exemplos: lavagem de garrafas, curtimento de couro, esterilização, engomagem
de tecidos, etc.. No uso indireto, o vapor não entra em contato com o material a ser aquecido e
fica, portanto, separado por uma superfície. Esse método é empregado quando for necessário
uma grande quantidade de calor e/ou em processos que devem ser livres de contaminação.
Exemplos de equipamentos que operam com vapor de uso indireto: calandras,
O vapor pode ser empregado também para extração de gases não condensáveis, tais como o
ar, dos espaços evacuados, nas chamadas bombas de jato. Outra aplicação muito comum do
vapor é no bombeio da água de alimentação de caldeiras nos chamados injetores.
Entretanto, foi na época da Revolução Industrial que teve impulso o uso do vapor sob pressão
para movimentar as máquinas. Muitos, entre cientistas, artífices e operários, ocuparam-se por
longos anos na evolução dos geradores de vapor. Os mais notáveis trabalhos neste campo se
devem a Denis Papin na França, a James Watt na Escócia e a Wilcox nos Estados Unidos.
Atualmente as caldeira de uso industrial produzem até 10 toneladas ou mais de vapor por hora
e o fator limitante da capacidade de produção de vapor é as dimensões da unidade e as
propriedades metalúrgicas dos materiais utilizados.
Aliado aos avanços da tecnologia na produção de vapor, houve a necessidade de avanços nas
técnicas de proteção tanto dos operadores dos equipamentos geradores de vapor, quanto da
comunidade ao redor da fábrica. Foi a partir de um dos acidentes mais catastróficos ocorridos
durante a evolução industrial, o qual aconteceu em 1905 na cidade de
Nos geradores de vapor, a energia térmica é liberada através das seguintes formas:
• Pela queima de um combustível sólido (carvão, lenha), líquido (óleos derivados do petróleo)
ou gasoso (gás natural).
• Por fontes não convencionais, como a fissão nuclear, energia solar, energia geotérmica, etc..
A energia térmica liberada na queima de qualquer uma das fontes acima, deve ser
adequadamente transferida para as superfícies de absorção de calor.
Existem diversos tipos de caldeiras, as quais podem ser classificadas segundo diversos
critérios. Segundo uma classificação mais genérica, as caldeiras se classificam em
FUMOTUBULARES e AQUOTUBULARES.
Nas caldeiras aquotubulares o volume de água é distribuído por um grande número de tubos
submetidos, exteriormente, ao contato dos gases de combustão. Os tubos podem ser retos ou
curvados, dispostos de forma a garantir uma eficiente circulação da água em ebulição. A
circulação natural da água está condicionada às unidades que operam a baixas pressões de
trabalho, pois valores próximos à pressão crítica tornam a circulação natural deficiente
(γLiq≈γVap, figura 6). As figuras de 7 a 1 mostram diversos tipos construtivos de caldeiras
aquotubulares.
Existem, embora sejam raras, caldeiras que possuem partes fumotubulares e partes
aquotubulares, constituindo, dessa forma, o que se pode denominar de caldeiras mistas.
As caldeiras fumotubulares são em geral, compactas, isto é, saem prontas da fábrica, restando
apenas sua instalação no local em que serão operadas. As caldeiras aquotubulares, porém,
além do tipo compacto, podem ser do tipo montadas em campo, quando seu porte justificar sua
construção no local de operação. Essas se caracterizam de acordo com a estrutura que a
suporta: caldeira auto-sustentada, quando os próprios tubos e tubulões constituem sua
estrutura; caldeira suspensa, quando a necessidade de uma estrutura a parte; e caldeira mista,
que emprega estas duas formas básicas de sustentação.
Após a queima do combustível na fornalha, os gases quentes percorrem o circuito dos gases,
desenvolvendo diversas passagens para melhor aproveitamento do calor, sendo, finalmente,
lançados na atmosfera através da chaminé. É evidente que, para essa movimentação, há
necessidade de diferenças de pressões para promover a retirada dos gases queimados e
possibilitar a entrada de nova quantidade de ar e combustível. Dá-se o nome de tiragem ao
processo que retira os gases mediante a criação de pressões diferenciais na fornalha.
Portanto, as caldeiras podem ser de tiragem natural, quando esta se estabelece por meio da
chaminé, e de tiragem forçada quando, para produzir a depressão, são utilizados ventiladores.
• Caldeiras da categoria A são aquelas cuja pressão de operação é igual ou superior a 1960
kPa (19,6 bar = 19,98 kgf/cm2).
• Caldeiras da categoria C são aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a 58 kPa
(5,8 bar = 5,9 kgf/cm2) e o volume interno é igual ou inferior a 100 litros.
• Caldeiras da categoria B são todas aquelas que não se enquadram nas categorias anteriores.
• Injetores.
Os indicadores de nível tem por objetivo indicar o nível de água dentro do tubulão de
evaporação. Em geral, são constituídos por um vidro tubular.
As válvulas de segurança são necessárias para prevenir eventual ascensão na pressão normal
de trabalho da caldeira. Toda caldeira deve possuir pelo menos uma válvula de segurança,
embora o recomendado seja duas. As válvulas de segurança devem ser capazes de
descarregar todo o vapor gerado sem causar aumento de pressão superior a 10% da pressão
de projeto.
Os sopradores de fuligem são muitos usados nas caldeiras aquotubulares e são instalados em
pontos estratégicos da mesma. Servem para remover fuligem ou depósitos de cinzas das
superfícies de aquecimento e funcionam, em geral, com vapor seco. Esse sai de tubeiras a alta
velocidade, podendo atingir tubos distantes 2 a 3 metros. A remoção do material particulado da
superfície de aquecimento pode melhorar o rendimento da caldeira de 2 a 10%.
A maioria das caldeiras utilizam ainda pressostatos, que atuam em conjunto com os
queimadores ou com alimentadores de combustível. Os pressostatos mantêm a pressão dentro
de uma faixa admissível de operação.
É imprescindível também o uso de manômetros nas caldeiras, os quais devem ser ligados
diretamente ao espaço ocupado pelo vapor. Devem ser graduados nas unidades apropriadas
com aproximadamente duas vezes a pressão de trabalho e, em nenhum caso, inferior a 1,5
vezes. Cada caldeira deverá dispor de uma ligação para um manômetro aferidor.
Outros acessórios são ainda importantes: sensor de chama (atuam no queimador), válvula de
purga (instaladas no ponto mais baixo da caldeira), válvula de bloqueio (instalados em toda
saída de vapor da caldeira), etc..
• Por se encontrar presente durante todo o tempo de funcionamento, sendo imprescindível seu
controle de forma contínua, ou seja, sem interrupções.
• Em razão da violência com que as explosões acontecem. Na maioria dos casos suas
conseqüências são catastróficas, em virtude da enorme quantidade de energia liberada
instantaneamente.
• Por envolver não só os operadores, como também as pessoas que trabalham nas
redondezas.
• Por que sua prevenção deve ser considerada em todas as fases: projeto, fabricação,
operação, manutenção, inspeção e outras.
O risco de explosão do lado da água está presente em todas as caldeiras, pois a pressão
reinante nesse lado é sempre superior à pressão atmosférica. Todo fluido compressível tem o
seu volume bastante reduzido quando comprimido. Essa redução é tantas vezes menor quanto
for o aumento de pressão. A massa comprimida de fluido procura então, ocupar um espaço
maior através de fendas e rupturas. Isso é conseguido com a explosão, quando, por algum
motivo, a resistência do recipiente que o contem é superada. Para evitar a explosão surge a
necessidade de empregar-se espessuras adequadas em função da resistência do material e
das características de operação.
No caso de caldeiras, outro fator importante a ser considerado quanto às explosões é a grande
quantidade de calor transmitida no processo de vaporização, dada a grande quantidade de
calor latente e calor sensível absorvida pelo vapor. Neste sentido, os danos provocados pela
explosão de uma caldeira serão muito maiores que um reservatório contendo ar, por exemplo,
de mesmo volume e de mesma pressão. Isso por que parte da energia será liberada na forma
de calor, provocando o aquecimento do ambiente onde a explosão ocorre.
Das curvas mostradas na figura 14 observa-se que, para resistir a uma dada pressão p, os
valores de e e σadm podem variar sem prejudicar a segurança do equipamento, desde que o
par (σadm,i, ei) estejam dentro da área situada acima da curva referente à pressão com a qual
deseja-se trabalhar. Dessa forma, observa-se:
equipamento opere na pressão p1, mas são insatisfatório para que o equipamento opere na
pressão p2. Para que o equipamento possa operar nessa pressão é necessário aumentar a
espessura pelo menos para e3, ou escolher um material mais resistente, com tensão
admissível igual ou superior a σadm,3. Pode-se ainda adotar outra combinação de valores
σadm,x, ey, de modo que o par (σadm,x, ey) esteja acima da curva p2.
• Diminuição de espessura que pode ser originada da corrosão ou da erosão (vide figura 16).
• Aumento de pressão decorrente de falhas diversas, que podem ser operacionais ou não (vide
figura 17).
Quando o aço com que é construída a caldeira é submetido, em alguma parte, à temperaturas
maiores àquelas admissíveis, ocorre redução da resistência do aço e aumenta o risco de
explosão. Entretanto, antes da ocorrência da explosão podem haver danos: empenamentos,
envergamentos e abaulamentos.
• Prolongamentos excessivos dos tubos. Isso ocorre com muita freqüência nas caldeiras
fumotubulares, em que tubos expandidos nos espelhos são deixados com comprimento
excessivo para dentro das caixas (câmaras) de reversão. Esses prolongamentos exagerados,
identificados na figura 20, prejudicam a reversão de fluxo dos gases quentes, determinando
pontos de superaquecimento, cuja conseqüência certa é o aparecimento de fissuras nos tubos
e/ou nas regiões entre furos dos espelhos (vide figura 21).
• Queimadores mal posicionados. Como visto nas figuras 18 e 19, os aços das chapas e dos
tubos de caldeiras admitem aquecimento a até algumas centenas de graus Celcius, sem
perderem totalmente suas propriedades mecânicas. As chamas de queimadores podem atingir
valores de temperatura de até 1.000°C, de modo que o mal posicionamento do queimador
pode determinar a incidência direta da chama sobre alguma superfície, propiciando o
superaquecimento e a fluência do material. A conseqüência disso pode ser a deformação lenta
e gradual da caldeira ou a explosão eminente da mesma, o que depende da ocorrência de
outros fatores. O posicionamento dos queimadores é muito mais complicada quando esses são
do tipo tangenciais (vide figura 2), os quais produzem um turbilhonamento intenso dos gases
no centro da câmara de combustão.
• A camada incrustante pode romper-se e soltar-se, fazendo a água entrar em contato direto
com as paredes do tubo em alta temperatura (vide figura 24), o que pode provocar a expansão
repentina da água e, de conseqüência, a explosão.
• Operação em marcha forçada. Isso ocorre quando a caldeira possui potência insuficiente para
atender as necessidades de vapor do usuário, que na expectativa de ver sua demanda
atendida, intensifica o fornecimento de energia à fornalha. Nessas circunstâncias, dadas as
limitações da caldeira, em vez de alcançar a produção desejada, o que é conseguido é o
superaquecimento das várias partes da caldeira, determinando a deformação das mesmas ou
até a ruptura. Portanto, isso constitui em risco eminente de explosão do equipamento. No caso
das caldeiras fumotubulares, a intensificação de energia à fornalha pode também determinar
riscos de fissuras no espelho traseiro, nas regiões entre furos, de forma similar aos
prolongamento excessivos mencionados.
• Falta de água nas regiões de transmissão de calor. O contato da água com o aço é
fundamental para mantê-lo refrigerado. Por isso, é essencial que o calor recebido pelas
superfícies de aquecimento seja transferido para água, sem provocar aumento excessivo da
temperatura do aço, pois no lado da água, o processo de vaporização acontece à pressão
constante. No caso de haver falta de água em alguma parte da caldeira, o processo a
temperatura constante cessará neste local, a partir do que se dará início uma transferência de
calor sensível (com aumento da temperatura). Isso provocará o superaquecimento do metal e,
de conseqüência, perda de resistência. A maior parte das explosões em caldeiras é devido à
falta de água nas regiões de transferência de calor. Os principais motivos para a falta de água
são a circulação deficiente de água e a falha operacional que serão discutidos a seguir:
Outras situações de ocorrência de choques térmicos são quando a caldeira é alimentada com
água fria (<80°C) ou com entrada de água quente nas regiões frias. Os problemas com
choques térmicos acontece com mais freqüência com as caldeiras fumotubulares,
especialmente com aquelas com câmara de reversão traseira seca.
Isso pode acontecer quando após uma redução excessiva do nível de água, por um motivo
qualquer e com parte da superfície de aquecimento sem refrigeração, o operador faz injetar
água na tentativa de restabelecer o nível normal. Em situações como esta, deve-se adotar
como medida correta a cessação imediata do abastecimento de combustível aos queimadores.
A mandrilagem é a operação de expansão dos tubos junto aos furos dos espelhos da caldeira.
A expansão é feita, portanto, nas extremidades dos tubos por meio de um dispositivo cônico
chamado mandril e que gira em torno de seu eixo axial. Através da mandrilagem os tubos ficam
ancorados, com a estanqueidade devida, nos espelhos das caldeiras fumotubulares ou nas
paredes do tubulão das caldeiras aquotubulares. A estanqueidade pode ficar comprometida, se
no momento da mandrilagem houverem corpos estranhos na superfície externa da extremidade
dos tubos ou nas paredes dos furos. Problemas podem também ocorrer se o processo de
mandrilagem não for bem controlado, promovendo o aparecimento de trincas nos espelhos
(entre furos) e/ou nos tubos.
• Grupo 2 – Cavidades
Sem dúvidas, qualquer que seja o processo de soldagem, esse deve ser executado por
soldadores qualificados e segundo processos reconhecidos por normas técnicas específicas.
Após as operações de soldagem, as caldeiras deveriam passar por tratamentos térmicos de
alívio de tensões ou de normalização, para minimizar as tensões resultantes do processo de
solda.
Para garantir segurança à caldeira desde sua construção, é fundamental que suas juntas
soldadas sejam controladas por ensaios não destrutivos, tal como o exame radiográfico.
Devido à alta capacidade de produção de vapor, ocorre nas caldeiras que operam a pressões
elevadas, a decomposição da água, com o conseqüente desprendimento de oxigênio e de
hidrogênio. O H2, difundindo-se na estrutura do aço, atua sobre a cementita (Fe3C – confere
dureza e resistência ao aço carbono), decompondo-a em ferrita e carbono, o que reduz a
resistência do aço. O H2 pode ainda reagir com o carbono, produzindo CH4 (gás metano), que
provoca o empolamento do aço, ou seja, a formação de protuberâncias superficiais.
3.6. Corrosão
Um dos principais responsáveis pela degradação das caldeiras é a corrosão, que age como
fator de redução da espessura das superfícies submetidas a pressão. A corrosão não é sentida
pelos instrumentos de operação da caldeira, ou seja, os pressostatos e as válvulas de
segurança não detectam sua evolução por que não é acompanhada por elevação de pressão
de trabalho. A corrosão avançada das partes da caldeira, pode ser causa de explosões até
mesmo em pressões inferiores à PMTA – Pressão Máxima de Trabalho Admissível. Portanto, o
avanço da corrosão em caldeiras só pode ser detectado por meio de inspeções minuciosas do
equipamento (obrigatórias por lei).
A corrosão nas caldeiras podem ocorrer tanto nas partes em contato com a água (corrosão
interna), como nas partes em contato com os gases (corrosão externa):
• Corrosão interna. Esse tipo de corrosão se processa sob várias maneiras, segundo vários
mecanismos, entretanto, é sempre conseqüência direta da presença de água (características,
impurezas presentes e comportamento), quando em contato com o ferro, nas diversas faixas
de temperaturas.
• Oxidação generalizada do ferro. O aço dos tubos e chapas antes da colocação em marcha
das caldeiras, apresenta uma fina camada (da ordem de 50 mícrons) protetora contra a
corrosão, chamada magnetita (Fe3O4), que apresenta uma coloração escura, densa e
aderente. No funcionamento da caldeira, essa camada protetora está constantemente sendo
quebrada e reconstruída e é muito resistente à alguns agentes químicos (ácido nítrico).
Entretanto, quando sofre a ação de agentes físicos, tais como choques térmicos e dilatações
e/ou a ação de agentes químicos, tal como a soda cáustica, oxigênio, quelantes de tratamentos
de água, etc., a magnetita deixa de existir e inicia-se o oxidação do ferro, resultando na
formação de outros óxidos não protetores do aço.
• Corrosão galvânica. Ocorre quando dois metais diferentes estão em presença de um
eletrólito, gerando uma diferença de potencial e, de conseqüência, um fluxo de elétrons. Nas
caldeiras, o par galvânico pode ser originado quando partes metálicas de cobre ou de níquel ou
outro metal, se desprendem pela erosão, cavitação de tubulações ou de rotores de bombas e
se alojam em ranhuras ou pequenas folgas entre as partes da caldeira. O aço, atuando como
anodo, é o elemento mais prejudicado quanto à corrosão.
• Corrosão por aeração diferencial. Isso ocorre em geral, nas caldeiras fumotubulares em que o
oxigênio dissolvido na água provoca corrosão dos tubos superiores. Os tubos submersos estão
submetidos a menores concentrações de O2, comparados à região acima da superfície da
água (daí o nome aeração diferencial). Essa diferença de concentração de O2, forma uma pilha
em que o anodo é formado pela parte menos aerada. Como na pilha galvânica, o anodo, nesse
caso, é também a região que apresenta corrosão mais severa, e, sendo localizada, viabilizará o
aparecimento de pites (cavidade na superfície metálica com fundo angular e profundidade
maior que o seu diâmetro) ou alvéolos (cavidade na superfície metálica com fundo
arredondado e profundidade menor que seu diâmetro). Nas caldeiras aquotubulares a aeração
diferencial ocorre no tubulão superior e nos purificadores de vapor.
• Corrosão salina. Acontece quando existem concentrações elevadas de cloretos que migram
para ranhuras ou regiões sem proteção da magnetita. Os cloretos podem também se alojar sob
camadas porosas que se formam sobre os tubos. Em particular, o cloreto de magnésio se
hidrolisa formando ácido clorídrico, atacando quimicamente o ferro da caldeira. Em geral, os
cloretos na presença de O2 catalizam a reação da magnetita com o O2 resultando o Fe2O3,
que é um óxido não protetor.
• Corrosão por gases dissolvidos. A água da caldeira pode se contaminar com gases,
especialmente com o gás sulfídrico (H2S), decorrentes da poluição atmosférica ou pelo seu
tratamento com sulfito de sódio. O H2S reage com o ferro dando origem a sulfeto de ferro
(FeS), que se apresenta sob a forma de manchas pretas. O gás carbônico
Outro fator que também age na redução da espessura é a erosão. Esse fenômeno pode
acontecer de diversas maneiras nas caldeiras. Nas caldeiras fumotubulares pode ocorrer, por
exemplo, na alimentação da água pela bomba em que o jato de entrada, podendo conter
partículas pesadas (areia, partes metálicas, etc.), incide sobre a parede externa da fornalha,
causando seu desgaste. A erosão pelo vapor pode acontecer em sedes de vedação de
válvulas de segurança. Essas válvulas são normalmente fabricadas para resistir à ação
abrasiva da passagem do vapor em regime de solicitações normais, ou seja, quando a válvula
é aberta apenas em situações de emergência e de testes. Entretanto, quando outros controles
de pressão não estão presentes ou não funcionam, a válvula de segurança deixa de ser um
acessório de emergência e passa a funcionar com maior freqüência, desgastando de modo
excessivo e reduzindo muito a vida útil do disco de assentamento. Nas caldeiras aquotubulares
a erosão é freqüentemente ocasionada por sopradores de fuligem desalinhados, que
direcionam o jato de
A cavitação é também uma forma de degeneração dos materiais, podendo ser responsável
pela redução de espessuras. Seu mecanismo é caracterizado pela ação dinâmica resultante da
contínua formação e colapso de bolhas de gases ou vapores do meio líquido sobre uma
superfície. Sua ocorrência é muito comum em bombas centrífugas (com pressão de sucção
deficiente), dobras, cotovelos e derivações de tubulações, válvulas, etc.
Logicamente, a ação combinada dos dois últimos fenômenos com a corrosão, é muito mais
maléfica para as caldeiras, que o efeito isolado de cada um deles.
• Corrosão externa. Esse tipo de corrosão acontece nas superfícies expostas aos gases de
combustão e é função do combustível utilizado e das temperaturas. Nas caldeiras
aquotubulares, as superfícies de aquecimento mais quente são aquelas do superaquecedor e
do reaquecedor, podendo ocorrer corrosão tanto nas caldeiras que queimam óleo como
carvão. Outro problema de corrosão ocorre nas caldeiras que operam com cinzas fundidas,
que permitem o ataque do O2, destruindo a camada protetora de magnetita. A corrosão nas
regiões de baixa temperatura é conseqüência direta da presença de enxofre nos combustíveis,
na forma de sulfatos, de compostos orgânicos ou na forma elementar. A decomposição dos
sulfatos produz SO3, já o enxofre elementar e os compostos orgânicos produzem no processo
de combustão o SO2 e o SO3 (em menor quantidade). O SO2 por sua vez pode oxidar-se em
SO3 por ação direta do O2 ou por oxidação direta catalítica ao contato dos depósitos
existentes sobre as superfícies de aquecimento. Para os combustíveis contendo enxofre na
ordem de 3%, o teor de SO3 nos gases de combustão varia entre 20 a 80 ppm (partes por
milhão) em massa.
Os gases de combustão contento vapor dágua, pode haver a condensação de gotas de ácido
sulfúrico quando a temperatura reduz muito e atinge o ponto de orvalho. Esse depende das
pressões parciais do H2O e do SO3 nos gases de combustão, porém pode variar de 90 a
160°C. A condensação das gotas de H2SO4 pode, desta forma, acontecer nas partes finais
das caldeiras aquotubulares, ou seja, no economizador, no pré-aquecedor de ar e na chaminé.
Outro fator que contribui para a corrosão externa é o ar atmosférico. Caldeiras instaladas em
regiões muito úmidas, locais próximos ao mar e em atmosferas fortemente poluídas,
apresentam corrosão externa, de modo generalizado, em todas as suas partes (chaparias,
colunas, escadas, plataformas, etc.).
• Sistema de pressão máxima. Esse é composto por um pressostato e uma válvula solenóide
(figura 28). Quando a pressão se eleva além de um certo limite, o pressostato é acionado e
corta a alimentação elétrica da válvula solenóide. Conseqüência direta disso, é o corte
completo de combustível ao queimador. Quando a pressão normal de trabalho se restabelece,
o pressostato faz abrir totalmente a passagem do combustível ao queimador.
Com todas essas possibilidades, conjugadas ou não, é de se esperar que as caldeiras tenham
grande chance de ser operadas com segurança, porém, mesmo assim, há inúmeros casos de
explosões, causadas por falhas. A possibilidade de falhas em pressostatos pode ser de
natureza mecânica, como o bloqueio de sua comunicação com a caldeira ou a deterioração do
diafragma ou de natureza elétrica, pelo colagem dos contatos. Falhas nas válvulas solenóides
oferecem riscos quando impedem o bloqueio do combustível, ou seja, quando operam na
posição aberta. Há possibilidades da ocorrência desse defeito por falha mecânica de
fabricação ou pela instalação incorreta, fora da vertical, ou de cabeça para baixo.
As explosões no lado dos gases são originadas por uma reação química, ou seja, pelo
processo de combustão. Esse processo além de ocorrer exotermicamente, acontece em um
tempo muito pequeno, cuja conseqüência é o aumento rápido e violento da pressão em um
espaço restrito. As explosões dessa natureza acontecem com freqüência nas caldeiras que
operam com combustíveis líquidos e gasosos. As névoas de líquidos inflamáveis ou de óleos
combustíveis aquecidos apresentam comportamento similar às dispersões gasosas
inflamáveis. Quando entram em contato com o ar, formam uma mistura que entra em
combustão instantânea, se a relação ar/combustível estiver dentro do limite de inflamabilidade
do combustível e se houver uma pequena fonte de calor para a ignição. As caldeiras
aquotubulares, em face da complexa disposição do circuito dos gases, favorecem a existência
de zonas mortas, onde pode ocorrer acúmulo de gases não queimados.
Do ponto de vista ergonômico, as caldeiras têm evoluído muito nos últimos anos, existindo
hoje, caldeiras que possuem câmaras de vídeo para que o operador possa observar e exercer
à distância, e confortavelmente sentado à frente de um painel, o controle das fornalhas, do
nível, dos sistemas de alimentação, etc. Entretanto, essas não são em geral, as condições
freqüentemente encontradas. Em termos ergonômico, o corpo de um operador de caldeira é
solicitado muitas vezes por movimentos desordenados e excessivos, localizados ou
generalizados: visores mal posicionados, manômetros instalados em ângulos inadequados,
válvulas emperradas e que possuem volantes exageradamente pequenos, regulagem de
chamas que exigem operações iterativas, etc.
Fumaças, gases e vapores expelidos pela chaminé representam, em certas condições, riscos
não somente aos operadores, como também à comunidade, ou seja, pelo risco de intoxicação
por monóxido de carbono, por exemplo.
Caldeiras operantes com carvão, lenha, bagaço de cana, biomassa e outras oferecem ainda,
riscos inerentes ao manuseio, armazenagem e processamento do combustível.
27 4. TRATAMENTO DE ÁGUA DE CALDEIRAS
4.1. Método de tratamento de água Os métodos de tratamento podem ser divididos em dois
grandes grupos:
• Desmineralização
• Hidrazina
• Abrandamento. Consiste na remoção total ou parcial dos sais de cálcio e magnésio presentes
na água, ou seja, consiste na redução de sua dureza.
• Desmineralização ou troca iônica. Nesse processo são utilizadas certas substâncias sólidas e
insolúveis, das mais variadas origens e natureza química, que possuem a propriedade de,
quando em contato com soluções de íons, trocar esses íons por outros de sua própria estrutura
sem que haja alterações de suas características estruturais. Existem dois tipos de trocadores:
de cátions e de ânions.
• Desgaseificação. São empregados equipamento especiais que aquecem a água e desta
forma, são eliminados os gases dissolvidos. Pode ser utilizado vapor direto para o aquecimento
da água a ser desgaseificada.
• Remoção de sílica. Como já foi abordado, a sílica produz uma incrustação muito dura e muito
perigosa. Os tratamentos normalmente empregados no interior da caldeira não eliminam a
sílica. Os métodos mais usados para a remoção da sílica são a troca iônica e o tratamento com
óxidos de magnésio calcinado.
• Precipitação com fosfatos. Esses reagem com os sais de cálcio e de magnésio formando um
produto insolúvel que não adere as partes metálicas da caldeira. O precipitado forma um lodo
que se acumula no fundo da caldeira, sendo eliminado regularmente por meio de purgas.
• Tratamento com quelatos. Nesse tratamento não há precipitação do cálcio, nem do magnésio.
Forma, porém, produtos solúveis não em forma de lama. Os quelantes mais utilizados são o
EDTA e o NTA.
Alc.M. Orange
Alc. Hidróxida
Todo tratamento para ter bons resultados depende de um controle eficiente e sistemático, quer
dos parâmetros químicos e físicos, como de certas operações e procedimentos.
Deve ser estabelecido um programa de coleta e execução de análises que leve em conta
principalmente a pressão de trabalho da caldeira, a produção de vapor e as exigências de
qualidade do vapor. Em geral, para caldeiras de baixa pressão, é recomendado uma análise
química pelo menos semanal e que inclua os seguintes itens:
• pH; • alcalinidade;
É comum a realização de análises mais regulares para itens como o pH, dureza e cloretos,
pela facilidade de execução. Para caldeiras de alta pressão, utiliza-se pelo menos uma análise
diária da água da caldeira, sendo analisados todos os itens acima mencionados.
Cuidado especial deve ser tomado com a coleta da amostra para análise. Antes da coleta deve
ser feita uma purga para que seja eliminado qualquer depósito nos tubos e no fundo da
caldeira. Deve ser previsto também o resfriamento da amostra de água coletada para melhorar
sua concentração. Caso a análise não seja feita imediatamente, é necessário evitar o contato
com o ar.
Pode-se adicionar todos os produtos de uma só vez ou pode-se adicionar um cada vez. Mas o
mais correto é misturar-se todos os produtos e adicionar-se à medida que a bomba de
alimentação alimenta a caldeira. Isso pode ser conseguido colocando-se uma bomba dosadora
ligada junto com a bomba de alimentação.
As superfícies internas da caldeira, ainda que a água seja bem tratada, acumulam certa
quantidade de depósitos de várias natureza através do tempo. A experiência tem mostrado que
uma limpeza química regular ( a cada 5 ou 6 anos ) apresenta bons resultados. Observa-se
assim, o desaparecimento de certos problemas de corrosão que são notados quando não é
feita a limpeza regularmente. O rendimento da caldeira também melhora, podendo chegar a
uma redução do consumo de até 20%.
Existem vários agentes de limpeza, mas o mais usado é o ácido clorídrico misturado a um
inibidor, para evitar a corrosão acentuada das partes internas da caldeira.
Também pode ser feito um selo com nitrogênio, que é um gás inerte. Nesse caso, injeta-se N2
no espaço vazio da caldeira até uma pressão de 3 a 5 kgf/cm2.
Caso a caldeira tenha de ser drenada, a proteção contra corrosão se baseia em evitar que a
umidade se deposite sobre os metais. Isso pode ser conseguido aquecendo-se a caldeira com
lâmpadas ou resistências elétricas ou usando agentes dessecantes (sílica gel ou alumina
ativada).
5. NORMA REGULAMENTADORA Nº 13
No Brasil, desde 1943 a CLT, de forma incipiente, contempla a preocupação com a segurança
em caldeiras. Porém, somente a partir de 1978 foi criada a norma sobre Caldeiras e
Recipientes de pressão, a NR-13, que estabeleceu as medidas de segurança para os usuários
destes sistemas. No final de 1994, a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho publicou,
no Diário Oficial da União, o novo texto da NR-13 (vide site: w.mte.gov.br), elaborado por uma
comissão composta por representantes das empresas, Governo e trabalhadores.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na NBR-12177 – antiga NB-5 – trata dos
procedimentos de como fazer as inspeções, e a NB-227, dos códigos para projeto e construção
de caldeiras estacionárias. Outras entidades (INMETRO, IBP e a Abiquim), têm procurado
contribuir elaborando estudos, pesquisas e discussões sobre os aspectos de segurança em
caldeiras.
Caldeira não é apenas uma máquina que a qualquer problema signifique somente uma parada
para manutenção. Em muitas situações esta parada representa, também, a paralisação da
produção. Como já tratado, dependendo do estado de conservação do equipamento, devido à
má condição de operação ou também falhas na verificação de seus sistemas de segurança, e
de procedimento incorreto no funcionamento, a caldeira ou os vasos de pressão podem
explodir e destruir parcial ou totalmente uma fábrica. As conseqüências são inúmeras e se for
constatada a não observância das normas de segurança, o proprietário ou o seu preposto, no
caso o inspetor de caldeira, está sujeito a ser responsabilizado civil e criminalmente.
• É considerado “Profissional Habilitado” aquele que tem competência legal para o exercício da
profissão de engenheiro nas atividades referentes a projeto de construção, acompanhamento
de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de
pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente no país.
• Periodicamente, pelo menos uma vez ao ano, para as caldeiras das categorias A, B e C.
• “Projeto de Instalação”.
• Todos documentos acima referidos devem estar sempre à disposição para consulta dos
operadores, do pessoal de manutenção e de inspeção e do pessoal de CIPA, devendo o
proprietário da empresa assegurar pleno acesso a esses documentos.
• Inspecionada a caldeira e uma vez emitido o “Relatório de Inspeção”, uma cópia do mesmo
deve ser encaminhado pelo “Profissional Habilitado”, num prazo de 30 dias, a contar do término
da inspeção, à representação da categoria profissional predominante no estabelecimento.
Existe muitos pontos comuns entre a norma NBR-12177 e a NR-13, entretanto, no que diz
respeito às inspeções em si, encontra-se detalhado na primeira. Algumas partes importantes
da NBR-12177 são vistas a seguir. As inspeções incluem:
• Ensaio hidrostático.
• Ensaios complementares:
• De acumulação.
O exame interno visa sempre verificar se a caldeira, antes de ser limpa, apresentava alguma
anomalia; verificar se a caldeira, depois de limpa, está em ordem e satisfaz todas as condições
de segurança; detectar qualquer anomalia capaz de prejudicar a segurança; colher outros
dados ou elementos, eventualmente necessários para os cálculos, exames, análises, ensaios,
etc., tais como: espessura de paredes, amostras de resíduos, corpos de prova de materiais,
etc. O exame interno deve ser realizado com a caldeira não em funcionamento, devendo estar
fria e devidamente preparada, permitindo o acesso do inspetor nos espaços a serem
examinados.
A atualização da PMTA deve ser efetuada quando, na caldeira, ocorrer alteração da resistência
de uma ou mais partes vitais, de modo que, em nenhum ponto, a tensão máxima causada pela
pressão do vapor ultrapasse a correspondente tensão admissível. A atualização é obrigatória
quando os cálculos indicam a necessidade de uma redução de mais de 5% da PMTA anterior,
em virtude de anomalia insanável. Quando a resistência das partes afetadas é evidentemente
inferior a 5%, o inspetor pode dispensar até mesmo os cálculos justificados.
O ensaio hidrostático visa detectar a frio e em curto prazo, vazamentos e alguns pontos de
resistência fraca. O fato de suportar satisfatoriamente o ensaio hidrostático, não constitui prova
suficiente de que a caldeira apresenta segurança adequada, quanto à sua resistência. A
pressão de prova a ser aplicada durante o ensaio hidrostático é de 1,5 vezes maior que a
PMTA, para as caldeiras de todas as categorias. O ensaio deve ser realizado com a caldeira
fria, completamente cheia de água, evitando a retenção de bolsas de ar. Todas as aberturas
devem estar fechadas, exceto as necessárias ao ensaio e a pressão de ser elevada de
maneira progressiva e contínua, preferencialmente com uma bomba manual.
É obrigatório quando em toda caldeira nova, depois de instalada, nas provas de recebimento
ou na inspeção inicial; em qualquer caldeira não nova; antes da caldeira entrar em uso normal,
após a redução da PMTA, e/ou após aumento de capacidade de produção de vapor, e/ou após
a substituição, modificação, reforma ou concerto de válvulas de segurança.