Bally
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Charles Bally não foi apenas um discípulo de Saussure, foi o primeiro linguista a
formular um raciocínio voltado à enunciação. Na sua obra Traité de stylistique française,
Bally propõe que a estilística deixe de ser normativa para tornar-se descritiva, para ser uma
estilística da língua, propriamente linguística, e não somente da literatura ou dos escritores.
Essa distinção é importante porque enfatiza o fato de que não se trata de estudar o estilo
artístico pessoal, mas o uso da língua para a expressão dos sentimentos.
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Notas extraídas de FLORES, Valdir do Nascimento; TEIXEIRA, Marlene. Introdução à linguística da
enunciação. São Paulo: Contexto, 2005, p.15-19.
A partir da oposição saussuriana entre língua e fala, Bally considera que a língua,
como padrão linguístico, é a base para o discurso, opondo a virtualidade da língua à
realização da fala.
“o próprio da linguagem humana é ser falada por sujeitos, situados hic et nunc,
que não se contentam com exprimir um conteúdo representativo, mas atribuem
um ponto de vista sobre esse conteúdo”. (AUROUX, 1998, p.42)
Assim, o que são enunciado e enunciação para Bally, e que noção de sujeito está aí
implicada?
“[...] se a língua é o acervo dos signos e das relações entre os signos, enquanto todos
os indivíduos lhes atribuem os mesmos valores, a fala é o funcionamento desses signos e de
suas relações para expressar o pensamento individual: é a língua em ação, a língua
realizada” (BALLY)