O Situacionismo
O Situacionismo
O Situacionismo
Beatriz Mattos
Matheus Matos
Victória Melo
Situacionismo
Fortaleza
Abril de 2017
Introdução
A Internacional Situacionista
Détournement (desvio)
Os situacionistas fizeram largo uso do “desvio”, pois viram nele, desde o princípio,
um forte meio através do qual poderiam disseminar suas ideias.
Détournement é uma técnica que consiste em recontextualizar algo previamente
existente, obras ou fragmentos de obras ultrapassadas, e ressignificá-las, de modo
que o novo significado seja antagônico ao da obra original. Essa subversão de
conteúdo tinha por objetivo fazer com que produtos culturais do sistema capitalista
se virassem contra o mesmo.
Em 1961, com a saída de Asger Jorn e mais tarde com a ingressão do escritor belga
Raoul Vaneigem, a seção francesa da Internacional Situacionista assumiu um
caráter muito mais político. Guy Debord ganhou maior importância dentro do grupo,
composto agora por uma nova geração de militantes que não eram artistas
profissionais. “Os objetivos e projetos artísticos de antes ou sucumbiram ou foram
transpostos em registros abertamente políticos (e revolucionários) dentro de um
sistema teórico unitário.” (Wollen, 1989, pag. 26). Durante esse período começaram
a haver certas desavenças entre membros da IS, ao que se seguiu uma separação
entre “artistas” e “teóricos políticos”. A seção alemã, Gruppe Spur, foi expulsa do
grupo principal sob a acusação de não entender as teses situacionistas e de que
seus integrantes haviam aderido a IS para obterem sucesso como artistas. (I.S. 8,
1963). Em 1962, Jörgen Nash (irmão de Asger Jorn), Ansgar Elde, Jacqueline de
Jong, Katja Lindell, Stefan Larsson e Hardy Strid deixaram o grupo situacionista
principal para logo depois formarem a Segunda Internacional Situacionista, que
contou com o então independente Gruppe Spur. O grupo fixou-se numa fazenda no
sul da Suécia, de nome “Drakabygget”, a “Bauhaus situacionista” e continuaram
com o trabalho artístico da IS. Os “nashistas” publicaram folhetos e revistas e são
melhores conhecidos por decepar uma estátua no porto de Copenhagen e espalhar
graffites pela cidade.
Maio de 1968
King Mob
O King Mob foi um grupo radical que surgiu após a expulsão da seção situacionista
britânica da IS, em grande parte por diferenças de estilo e tática. O nome é
referência às “Gordon Riots” que ocorreram na Inglaterra do século XVIII. Na
ocasião uma multidão assaltou a prisão de Newgate e depois do estrago pintou num
de seus muros a frase “His Majesty King Mob”.
Entre os integrantes do grupo inglês estavam Tim Clark, Chris Gray, Donald
Nicholson-Smith e Charlie Radcliffe. Seu modo de agir estava em mais sintonia com
o estilo do grupo americano Up Against The Wall, anterior Black Mask, com o qual
manteve contato próximo. Ambos os grupos afirmavam que uma “perspectiva
teórica e crítica da sociedade contemporânea não era, por si só, suficiente”
(Robertson. In: Home, 1996, pág. 123). Eles queriam atividades cotidianas
baseadas na subversão política e na “terapia” individual; se auto-proclamavam
“guangues de rua com uma análise”. Para seus membros, a vida deveria ser
apaixonante, livre do dinheiro e das relações sociais mediadas por mercadorias.
Viam nos delinquentes juvenis os verdadeiros herdeiros do Dadá e possuíam
influências do niilismo russo. O humor, a ironia e o vandalismo são características
do grupo.
O King Mob espalhou graffites, publicou panfletos e jornais onde fizeram bastante
uso do “desvio” de elementos da cultura pop, e realizou ataques ao sistema
capitalista por meio também de brincadeiras, como numa ocasião em que um
integrante, vestido de Papai Noel, apareceu numa loja de Londres e começou a
distribuir os brinquedos da loja entre as crianças. (A polícia foi chamada e as
crianças foram obrigadas a devolver os brinquedos).
O movimento Punk, que viria a seguir, foi diretamente influenciado pelo King Mob.
Influências Situacionistas no Brasil
No Brasil o movimento tropicalista se assemelha a Internacional Situacionista, a
exemplo o Delírio Ambulatorium de Hélio Oiticica (outros artistas brasileiros já
tinham proposto experiências no espaço urbano bem antes, como por exemplo,
Flávio de Carvalho). Dentro do contexto da arte contemporânea, vários artistas
trabalharam no espaço público de uma forma crítica ou com um questionamento
teórico. O denominador comum entre esses artistas e suas ações urbanas seria o
fato de que eles viam a cidade como campo de investigações artísticas e novas
possibilidades sensitivas, e estes acabavam assim mostrando outras maneiras de
se analisar e estudar o espaço urbano através de suas obras e experiências.
Conclusão
http://www.bopsecrets.org/SI/report.htm;
http://www.tate.org.uk/context-comment/articles/mob-who-shouldnt-really-be-here
MATTHEWS, Jan D., An Introduction to The Situationists, The Anarchist Library,
https://theanarchistlibrary.org/library/jan-d-matthews-an-introduction-to-the-situationi
sts;
he MIT Press,
McDONOUGH, Tom, Guy Debord And The Situationist International, T
https://1000littlehammers.files.wordpress.com/2010/02/mcdonough_guy_debord_the
_situationist.pdf;
MORALES, Daniel, King Mob, La Violencia Como Forma de Arte. Cultura Colectiva,
http://culturacolectiva.com/king-mob-la-violencia-como-forma-de-arte/;
VIANA, Nildo, Debord, Espetáculo, Fetichismo e Abstratificação. Universidade
http://seer.ucg.br/index.php/panorama/article/viewFile/1601/1008;