Ações Do Zero - Ebook PDF
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Isenção de Responsabilidade
Todas as informações contidas neste guia são provenientes de minhas experiências
pessoais como aprendizado de investimentos ao longo de vários anos de prática e
estudos. Embora eu tenha me esforçado ao máximo para garantir a precisão e a mais
alta qualidade dessas informações e acredite que todas as técnicas e métodos aqui
ensinados sejam altamente efetivos para qualquer um que queira investir em ações
desde que seguidos conforme instruídos, nenhum dos métodos ou informações foi
cientificamente testado ou comprovado, e eu não me responsabilizo por erros ou
omissões. Sua situação e/ou condição particular pode não se adequar perfeitamente
aos métodos e técnicas ensinados neste guia. Assim, você deverá utilizar e ajustar as
informações deste guia de acordo com sua situação e necessidades.
Direitos Autorais
Todos os nomes de marcas, produtos e serviços mencionados neste guia são
propriedades de seus respectivos donos e são usados somente como referência.
Além disso, em nenhum momento neste guia há a intenção de difamar, desrespeitar,
insultar, humilhar ou menosprezar você leitor ou qualquer outra pessoa, cargo ou
instituição. Caso qualquer escrito seja interpretado dessa maneira, eu gostaria de
deixar claro que não houve intenção nenhuma de minha parte em fazer isso. Caso
você acredite que alguma parte deste guia seja de alguma forma desrespeitosa ou
indevida e deva ser removida ou alterada, pode entrar em contato diretamente
comigo através do e-mail atendimento@oxygentc.com.br
Sobre o autor
Victor Savioli
Sumário
Introdução ................................................................................................................................................. 7
Como usar esse guia .................................................................................................................................................. 7
O que é uma ação? .................................................................................................................................... 8
Como uma ação é criada? ......................................................................................................................... 9
IPO ................................................................................................................................................................................... 9
Follow-on.................................................................................................................................................................... 10
Quais os tipos de ação?........................................................................................................................... 11
Ações Ordinárias (ON) ........................................................................................................................................... 11
Ações Preferenciais (PN) ...................................................................................................................................... 12
Dividendo Fixo ................................................................................................................................ 13
Dividendo Mínimo .......................................................................................................................... 13
Units ............................................................................................................................................................................. 15
BDR............................................................................................................................................................................... 15
Ações Fracionárias .................................................................................................................................................. 17
Liquidez ........................................................................................................................................... 17
Como funciona a Bolsa de Valores? ...................................................................................................... 20
O que a bolsa efetivamente é: ............................................................................................................................. 20
Quais as funções de uma bolsa de valores? .................................................................................................... 21
Quais as formas de negociação na bolsa? ........................................................................................................ 22
Como as empresas estão organizadas na bolsa? ........................................................................................... 22
Segmento Bovespa Mais ................................................................................................................ 23
Segmento Tradicional..................................................................................................................... 23
Quais as categorias das empresas? ....................................................................................................... 25
Large Cap .................................................................................................................................................................... 26
Blue-chips ................................................................................................................................................................... 26
Mid-caps ..................................................................................................................................................................... 27
Small-caps................................................................................................................................................................... 27
Micro-caps ................................................................................................................................................................. 27
Como escolher a minha corretora? ....................................................................................................... 28
Quais os custos de se investir em ações? .............................................................................................. 30
Introdução
Segundo pesquisa da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados
Financeiro e de Capitais) em 2017, 68,9% dos brasileiros que investem optam pela
poupança, enquanto apenas 5,2% optam por ações/fundos imobiliários.
Qual será o motivo disso, mesmo sabendo que a poupança é o pior investimento
que existe e ações que são vendidas na bolsa de valores um dos melhores?
• Será medo?
• Será preguiça?
• Será que não sabem como investir em ações?
Neste guia, você vai aprender tudo o que sempre quis sobre ações, mas nunca
soube para quem perguntar.
Ações nada mais são do que “pedaços” do patrimônio dos sócios de uma empresa.
Se, por exemplo, um prédio comercial fosse uma empresa, e você comprasse uma
ação desse prédio, é como se você se tornasse dono de uma “sala” desse prédio.
Então, quando você compra uma ação você se torna dono de parte de uma
empresa. Além disso, você se torna sócio de outras pessoas, sejam elas investidores
individuais (pessoa física) como nós pessoas comuns ou investidores institucionais
(pessoa jurídica) como fundos, bancos e até mesmo outras empresas.
E como sócio de uma empresa listada na bolsa de valores, você não ganha salário,
não trabalha lá e nem pode ser demitido. Sua remuneração acontece pela
valorização das próprias ações e/ou pelas distribuições de lucros das empresas
(falarei disso mais adiante).
Outra particularidade das ações, é que elas não possuem um prazo de vencimento
como uma dívida. Quando você compra uma ação e caso você não venda, ela existirá
para sempre ou até quando a empresa existir.
IMPORTANTE: para facilitar a negociação na bolsa de valores, o nome das ações é
negociado por um código de negociação chamado “ticker”, em inglês.
Por exemplo, ações da Petrobrás são negociadas pelo código PETR3 e PETR4.
Entrarei em detalhes sobre o que o número após o código “PETR” quer dizer na parte
sobre tipos de ação.
IPO
A primeira é o IPO (do inglês, initial public offering, isto é, oferta pública inicial).
Durante um IPO, é a primeira vez que a empresa de capital fechado (sem ações
listadas na bolsa de valores) quer ofertar uma parte do seu capital dos sócios para
outras pessoas investirem também.
O IPO pode ser feito para atrair “dinheiro novo” para empresa utilizar em
investimentos ou para reduzir dívida.
Quando há entrada de “dinheiro novo”, diz que essas ações foram vendidas
no mercado primário, foi feita uma oferta primária.
Quando os atuais sócios querem vender parte de seu capital na empresa para
outras pessoas e usar o dinheiro como quiserem, diz-se que essas ações foram
vendidas no mercado secundário. Neste caso, não tem entrada de dinheiro na
empresa, foi feita uma oferta secundária.
Follow-on
Quando uma empresa já possui ações listadas em bolsa e que capitar mais dinheiro
dos sócios, esse processo chama-se follow-on, isto é, uma oferta adicional de ações.
Nesse caso, as pessoas que já tinham ações da empresa antes do follow-on possuem
prioridade para comprar as ações novas e não perderem participação no capital total
da empresa. Essa preferência é chamada direito de subscrição.
Fonte: google.com
Dividendo Fixo
Dividendo Mínimo
Units
As units são um conjunto de ações geralmente representados pelo número 11 no
final do código.
Por exemplo as units da Klabin (KLBN11), que representam uma ação ordinária
(KLBN3) e quatro ações preferenciais (KLBN4).
O objetivo das units é de aumentar a liquidez das ações de uma empresa na bolsa,
isto é, o volume de negociação das ações.
Confira AQUI outras units.
BDR
BDR são as chamadas Brazilian Depositary Receipts, que são ações estrangeiras
negociadas na bolsa de valores brasileira. Na prática, você está investindo em
empresas estrangeiras sem precisar mandar dinheiro para fora.
Para isso ser possível, é necessário que instituições mantenham sob custódia
(guardadas) as ações originais dessas empresas estrangeiras para servir como lastro
para as ações negociadas na bolsa brasileira.
Atenção: apesar de todas as operações – compra, venda e recebimento de
rendimentos – serem em reais, as cotações são referenciadas na moeda estrangeira.
Com isso, o investidor está exposto à variação cambial e seus resultados financeiros
também dependerão da variação da moeda estrangeira em relação ao real.
Isso quer dizer que se a cotação da ação em moeda estrangeira permanecer igual,
por exemplo 10 dólares, mas o dólar subir de 3 reais para 4 reais, o investidor teve
um ganho em reais de 33%.
O contrário também é verdade.
Se a cotação da ação em moeda estrangeira permanecer igual, por exemplo 10
dólares, mas o dólar cair de 4 reais para 3 reais, o investidor teve um prejuízo em
reais de 25%.
As BDRs podem sem de 2 tipos: patrocinadas e não patrocinadas. A principal
diferença entre elas está na instituição que é responsável pela emissão e registro das
ações brasileiras no Brasil.
No caso das patrocinadas, a própria companhia estrangeira é quem faz isso. Já nas
não patrocinadas, geralmente é um banco quem faz.
Uma informação importante é que nas BDRs patrocinadas, a companhia é obrigada
a divulgar todas as informações no Brasil que já divulga no seu país de origem, além
de:
• Fatos relevantes e aviso ao mercado
• Aviso de disponibilização de informações financeiras
• Editais de convocação de assembleias
• Avisos aos acionistas
• Demonstrações financeiras sem necessidade de conversão para reais
• Deliberações de assembleias de acionistas e de reuniões de conselho de
administração
Já na não patrocinada, o banco é responsável por divulgar ao mercado local as
informações corporativas e financeiras das companhias estrangeiras emissoras das
ações que estejam sendo utilizadas como lastros de seus BDRs.
Além disso, as BDRs têm três níveis:
• Nível I: apenas investidores qualificados podem comprar (instituições ou pessoas
físicas autorizadas de patrimônio maior que 1 milhão de reais). Nesse caso, não
há registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários - órgão regulador do
governo). São negociados apenas em mercados de balcão não organizado ou em
segmentos específicos de BDRs nível I em mercados de balcão organizado ou
bolsa de valores.
Exceção: a companhia não precisa de divulgar suas informações financeiras além das
que já está obrigada a divulgar em seu país de origem.
• Nível II: precisa de registro da companhia emissora na CVM e podem ser
negociados em mercados de balcão organizado ou na bolsa de valores.
• Nível III: semelhante ao Nível II, mas o Nível três é registrado na hipótese de
distribuição pública ao mesmo tempo no exterior e no Brasil (por
exemplo IPO ou follow-on).
As BDRs podem ter os seguintes códigos de negociação (ticker) abaixo de acordo
com seu nível:
11 – BDRs Patrocinadas Nível I
32 – BDRs Patrocinadas Nível II
Ações Fracionárias
Há ainda um último tipo de ação que são as fracionárias. Esse tipo ajuda o investidor
que não pode comprar o lote mínimo de 100 ações, mas que ainda assim quer
adquirir de uma (1) até 99 ações.
As ações fracionárias aparecem com um “F” após o código de negociação das ações
como em PETR4F.
Neste caso, diz-se que você negocia suas ações no mercado fracionário. Na prática,
é a mesma coisa.
Quando o investidor compra as ações fracionárias aos poucos, por exemplo 30
ações, 10 ações, etc. até juntar um lote de 100 ações, você pode acumular e negociar
todas juntas como se fosse um lote padrão de 100 ações.
Um ponto de atenção em relação as ações fracionárias é que elas podem custar um
pouco mais caro em relação ao preço da ação “normal” quando compradas em um
lote padrão de 100 ações.
Isso porque as ações fracionárias tendem a ter menos liquidez, então na hora de
comprar ou vender, elas podem ser um pouco mais caras.
Liquidez
Um dos fatores mais importantes para o investidor pessoa física individual talvez
seja a liquidez. Liquidez é a capacidade de você conseguir vender suas ações e
transformá-las em dinheiro.
Agora você deve estar se perguntando: “Tá legal, mas como que eu vejo isso?”.
Basicamente pelo volume de transações diárias que um tipo de ação tem.
Exemplos:
PETR3:
Fonte: pregao-online.bmfbovespa.com.br/
PETR4:
Fonte: pregao-online.bmfbovespa.com.br/
PETR4F:
Fonte: pregao-online.bmfbovespa.com.br/
Portanto, antes de comprar qualquer tipo de ação, até mesmo da mesma empresa,
deve-se considerar a liquidez das ONs, PNs, Units, BDRs ou Fracionárias.
Imagine que se você quisesse vender ações de uma empresa você precisasse sair por
aí para encontrar compradores.
• Onde você iria?
• Quanto cobraria?
• Quem iria confiar no seu preço?
• Quanto tempo entre você conhecer um potencial comprador e até fazer a venda
iria demorar?
• Que garantia de receber você teria?
Tudo isso seria muito trabalhoso sem uma bolsa de valores.
• O principal motivo que faz os investidores quererem mudar o preço pelo qual eles
querem comprar ou vender as ações de uma empresa são as expectativas a
respeito do futuro dela, como seus lucros, seu crescimento, seu endividamento,
etc.
Em último caso, se alguém der calote e não pagar, é a bolsa de valores que honra este
compromisso.
Segmento Nível 1
Exigências além das leis brasileiras:
• Divulgar: (I) relatórios financeiros mais completos, (II) informações sobre
negociação feita por diretores, executivos e acionistas controladores e (III) sobre
operações com empresas relacionadas
• Pelo menos 25% das ações não devem estar nas mãos do grupo
de controle da companhia, mas sim disponíveis para negociação no mercado
• No caso de venda de controle da empresa, donos de ações preferenciais têm o
direito de tag along de no mínimo 80% do preço pago pelas ações ordinárias do
acionista controlador.
Segmento Nível 2
Além das exigências A e B do Segmento Nível 1, as empresas devem:
• No caso de venda de controle da empresa, donos de ações ordinárias e
preferenciais têm o direito de tag along de no mínimo 100% do preço pago pelas
ações ordinárias do acionista controlador.
• As ações preferenciais ainda darão o direito de voto aos acionistas em casos
críticos: (i) aprovação de fusões e incorporações da empresa e (ii) contratos entre
o acionista controlador e a companhia, sempre que essas decisões estiverem
sujeitas à aprovação na assembleia de acionistas.
5. Tenha em mente que as ações com grande market cap um dia foram pequenas
e médias, então o potencial de valorização das pequenas e médias tendem a
ser maior, porém com maior risco também
Agora que eu já te expliquei o que é market cap e a sua importância, vamos falar
sobre as categorias de empresas baseadas nisso.
Large Cap
São companhias com o valor de mercado de 10 bilhões de dólares ou mais.
Alguns exemplos são: Petrobrás, Vale e Ambev.
As large caps podem também ser chamadas de blue-chips.
Blue-chips
As empresas chamadas de blue-chips levam esse nome porque é uma referência as
fichas mais valiosas do jogo de poker, que são azuis.
Companhias blue-chips são empresas que atingiram o maior status de valor na bolsa
de valores.
Outras características dessas empresas são:
• Grandes
• Mais antigas e consolidadas
• Vendem serviços ou produtos que todo mundo usa
• Tem rendimentos relativamente bons em tempos econômicos difíceis
• Tem um histórico de crescimento de estável de longo prazo
• Geralmente pagam grandes dividendos e que crescem com o tempo
• Tem uma boa fama de gestão e de liderança em seus mercados
• Tem excelente perfil de crédito
Lá fora seriam empresas como AT&T, IBM, General Electric, Coca-Cola, Microsoft,
McDonald’s, Wal Mart, entre outras.
Mid-caps
São empresas com valor de mercado entre 2 a 10 bilhões de dólares.
Alguns exemplos são: WEG, Rumo e Magazine Luiza.
Small-caps
São empresas com valor de mercado entre 300 milhões a 2 bilhões de dólares.
Alguns exemplos são: Alpargatas, CVC e Eztec.
Micro-caps
São empresas com valor de mercado entre 50 e 300 milhões de dólares.
Alguns exemplos são: Porto Belo, Time for Fun e Springs Global.
ISS
É importante dizer que o investidor precisa pagar ISS (imposto sobre serviços) sobre
os valores de taxa de corretagem também. Na cidade de São Paulo, a porcentagem
(alíquota) de ISS é de 5%.
Taxas de aluguel
Apesar de a negociação do contrato de aluguel de ações ser determinado livremente
entre o doador e o tomador, as corretoras e a CBLC cobram taxas.
Segue abaixo as principais taxas em algumas corretoras:
Transferências bancárias
Como infelizmente pagar taxas nunca é demais, devemos nos lembrar dos custos de
transferências bancárias, a famosa TED ou DOC.
Hoje em dia muitas corretoras não cobram mais taxas para transferir dinheiro da sua
conta corretora para a sua conta corrente de seu banco.
No entanto, a grande maioria dos bancos cobra sim para fazer transferências de
dinheiro.
Portanto, não vamos nos esquecer deste custo.
Cada banco cobra à sua maneira.
Imposto de Renda
Além do ISS sobre corretagem que já mencionei, o investidor deve pagar Imposto de
Renda sobre os ganhos com ações.
Acreditem ou não, nesse ponto as ações possuem vantagem sobre investimentos em
renda fixa.
Lucro sobre ganho de capital (vender mais caro que comprou)
Regras:
• Vendas de ações mensais (valor investido mais seu ganho, ou seja, o valor total
vendido) menores que R$ 20 mil reais (POR MÊS), o investidor pessoa física não
paga imposto.
• Acima desses R$ 20 mil reais, o imposto de renda é de 15% sobre os lucros.
Dividendos:
No Brasil não se paga imposto sobre dividendos.
E isso faz total sentido, uma vez que dividendos são partes de um lucro da empresa.
Esse lucro da empresa já é após os dividendos.
Então pagar imposto sobre os dividendos seria pagar impostos sobre o “mesmo
dinheiro” duas vezes.
Infelizmente, há discussões sobre uma potencial tributação de dividendos, mas até
o momento (20 de setembro de 2018), não se paga imposto sobre dividendos.
Juros sobre Capital Próprio
Já nos JCP a história é outra.
Como é considerado pela empresa que paga JCP como despesa financeira, essa
despesa reduz o lucro e a empresa não paga imposto sobre essa quantia.
Com isso, o investidor que recebe os JCPs precisa pagar imposto.
A alíquota de IR aqui é de 15% e é recolhida na fonte, ou seja, o investidor não precisa
pagar pois já é debitado automaticamente.
Exceção:
Há algumas ações que o investidor PESSOA FÍSICA não paga imposto de renda
nenhum até 2023.
Para isso acontecer, a ação precisa cumprir algumas condições (cumulativamente)
de acordo com a Lei 13.043.
Condições resumidas abaixo. São TODAS essas:
• Estar no Novo Mercado da B3 (ou em condições semelhantes)
• Ter valor de mercado abaixo de R$ 700 milhões quando fizer o IPO ou em julho
de 2014
• Ter receita bruta anual menor que R$ 500 milhões quando fizer IPO ou no ano
fiscal de 2013
• Ter distribuição de ações primárias de pelo menos 67% do total de ações quando
fizer IPO ou em julho de 2014
• Exemplos de ações isentas de IR: Senior Solutions, Brasilagro, Pomifrutas, CR2
Empreendimentos.
O ganho é apurado em cada operação, com alíquota de 15%. O imposto deve ser
recolhido até o último dia útil do mês subsequente.
“O risco vem de você não saber o que está fazendo.” – Warren Buffett,
megainvestidor americano e o 3º homem mais rico do mundo.
Muitos dizem que investir em ações é muito arriscado.
Minha opinião é um pouco diferente.
Para mim, arriscado é não investir em ações e perder as maiores oportunidades da
sua vida.
Esse é o maior risco negligenciado pelo público em geral, mas que os bilionários por
aí não correm:
É o risco de perder a alta.
Antes de entrar com mais profundidade nos riscos que uma ação corre, vamos
definir o que é risco.
Risco é a chance de você ter um resultado negativo. Em ações seria os retornos
serem abaixo do esperado ou do mercado em geral.
Mas quais são os fatores que podem causar um rendimento abaixo do esperado?
Risco de Liquidez
Risco de liquidez é você querer vender algo e não conseguir.
Ainda que uma ação seja pouco líquida, provavelmente vai ser muito mais fácil você
vender suas ações do que vender um carro, uma casa, um apartamento, ou sua
televisão.
Dessa forma, o risco existe, mas eu o considero muito baixo.
Risco de Mercado
Risco de mercado, no jargão financeiro é o risco de sistêmico.
Esse nada mais é do que o risco que todas empresas correm por conta de uma
economia, a brasileira por exemplo.
Por exemplo, em época de eleição todas as ações da bolsa sobem ou descem de
acordo com o humor dos investidores por causa das pesquisas eleitorais.
Esse sobe e desce, é por causa que as empresas são brasileiras e correm risco de a
economia brasileira ir bem ou mal como um todo, ou até um setor em particular.
Não é nada específico de uma ação sozinha.
É o risco de mercado.
Riscos da Empresa
Os riscos da empresa são os chamados riscos específicos.
A boa notícia é que esses riscos podem ser consideravelmente reduzidos pela
diversificação das empresas em que você pode investir.
Há inúmeros fatores que compõe os riscos de uma empresa, e isso é muito particular
de cada uma, então eu irei pontuar alguns (mas não todos) abaixo.
Quanto maior for sua habilidade de pensar em riscos e como as empresas e/ou
como você (investidor) pode reduzi-los, maiores são suas chances de sucesso.,
Risco Cambial
Para empresas exportadoras ou importadoras, os movimentos do dólar podem
impactar significativamente os resultados da companhia.
As exportadoras tendem a se beneficiar quando o dólar sobe.
Já as importadoras, quando o dólar cai.
Movimentos do dólar muito rápidos podem afetar toda a estratégia comercial de
uma empresa, principalmente se ela não conseguir repassar custos maiores a seus
consumidores.
Além da parte comercial (compras ou vendas), os movimentos do dólar podem
impactar as empresas caso elas tenham parcela de suas dívidas em dólar.
Isso pode fazer o endividamento de uma empresa subir ou cair sem que de fato ela
contraia novas dívidas.
Risco de Commodities
Commodities são produtos de baixo valor agregado geralmente usados como
matérias-primas para fazer produtos de mais valor agregado.
Risco Regulatório
O risco regulatório é sobre mudança nas leis, sejam elas nacionais ou internacionais.
Essas mudanças podem também ser positivas ou negativas, depende de qual lado
você está.
Podemos citar vários exemplos:
• O Estado de São Paulo proibiu de pessoas fumarem dentro de lugares fechados.
Isso acabou impactando as vendas de cigarros.
• O aumento da mistura de etanol na gasolina foi comemorado pelas usinas de
produção de etanol.
• A proibição dos canudos de plástico no Rio de Janeiro irá reduzir e muito as
vendas de canudos pelos produtores de plástico e aumentar consideravelmente
as vendas dos produtores de canudo de papel.
Riscos regulatórios muitas vezes são inesperados e podem acabar com indústrias
inteiras da noite para o dia.
E se a companhia quebrar?
Um dos maiores medos que as pessoas têm é comprar ações e depois a empresa falir.
Bom, neste caso, se você achar que a empresa pode em algum momento falir, você
poderá vender suas ações na bolsa normalmente antes que isso aconteça.
Caso a empresa venha a falência e você ainda seja o dono, pode ficar (relativamente)
tranquilo.
Os compromissos assumidos pela companhia não se transferem aos acionistas. Eles
não possuem responsabilidade pelos compromissos assumidos pelas empresas
exceto em casos de fraudes, etc.
Por isso, diz-se que os acionistas têm seu passivo limitado, ou seja, sua chance de
prejuízo limitada ao preço pelos quais eles pagaram pelas ações.
Se você investir em ações de uma empresa, e ela falir antes de você vender o máximo
que você irá perder será o quanto investiu. Ninguém irá te cobrar pelas dívidas que
uma companhia aberta não pagou.
Regra de Bolso
Uma regra de bolso que eu gosto é: pegue o número 100 e subtraia o número da sua
idade. O resultado será a alocação percentual que você deve ter em ações.
Exemplo: se você tem 30 anos, 100 - 30 = 70. Então da sua carteira de investimentos,
70% deve ser alocado em ações e 30% em renda fixa.
O problema é que seus rendimentos vão variar muito dependendo de qual estratégia
de ações adotar.
Com isso, se o valor das suas ações cair, em tese você deveria aumentar o seu
percentual em ações da sua carteira.
O contrário também vale: se o valor das suas ações subir, você deve vender uma
porção e alocar em renda fixa.
Uma outra forma é você dividir sua carteira por objetivos e prazos.
Veja abaixo apenas um EXEMPLO:
• Reserva de emergência: é um dinheiro que precisa ser acessado a qualquer
momento, então precisa estar em aplicações de RENDA FIXA de baixo risco como
Tesouro SELIC, CDBs de bancos com liquidez diária e fundos DI com taxa de
administração menor que 0,3%.
• Reserva de viagens: caso você goste de viajar por exemplo uma vez ao ano, você
pode alocar uma parte da sua carteira para aplicações de baixa liquidez com
prazos de até um pouco mais de um ano e rendimentos melhores que Tesouro
SELIC. Exemplos: LCAs, LCIs, CDBs de prazos maiores.
• Reserva de previdência: com característica de prazos mais longos, o investidor
pode optar por empresas de excelente qualidade e boas pagadoras de
investimentos, fundos imobiliários e também Tesouro IPCA.
RESERVA DE EMERGÊNCIA
Gostaria de reforçar que você só deve investir em ações após ter composto sua
reserva financeira que corresponda a TODOS os seus custos mensais de PELO
MENOS seis meses.
Eu pessoalmente gosto de ter pelo menos um ano de custos de reserva financeira.
Esse dinheiro deve ser colocado em renda fixa 100% pós-fixada, com liquidez
diária e de baixíssimo risco.
Exemplos: Tesouro SELIC, CDBs de bancos com liquidez diária e fundos DI com taxa
de administração menor que 0,3%.
Isso irá te dar a segurança para investir em ações e também ter um colchão
emocional necessário para suportar quedas nos preços de suas ações com
tranquilidade.
Além disso, é interessante ter uma outra reserva para oportunidades de ações.
Isto é: tem ações que você gostaria de comprar, mas elas estão caras. Deixe esse
dinheiro nessa reserva para poder aproveitar quedas momentâneas dos preços
dessas ações.
Perfil de Investidor
Uma etapa crucial que você deve fazer antes de pensar na sua alocação de
investimentos é definir seu perfil de investidor.
Segue abaixo algumas questões para você responder que ajudarão a entender a sua
tolerância a risco e sua capacidade de absorver resultados negativos.
o Solteiro/Viúvo
o Casado
o Separado
o Mora junto com alguém
o Nenhuma
o Uma
o Duas
o Três ou mais
• Como você considera a sua situação financeira e das pessoas que dependem de
você? Opções:
o Acumulando riqueza
o Confortável
o Estável
o Somente pagando contas e não juntando nada
o Casa
o Carro
o Saúde
o Vida
o Nenhum
o Não acho importante, prefiro correr mais riscos em busca de maior retorno;
o É importante, mas não seria a maioria dos meus investimentos
o É importante, e por isso seria a maioria dos meus investimentos
o Prefiro esse investimento pois me parece mais seguro e com retorno fixo
o Não acho importante, prefiro correr menos riscos em busca de menor retorno
o É importante, mas não seria a maioria dos meus investimentos
o É importante, e por isso seria a maioria dos meus investimentos
o Prefiro esse investimento pois prefiro correr mais riscos em busca de mais
retorno
• Você saberia conceituar o que são CDB, LCI, LCA e fundo DI? Opções:
o Sim
o Não
o Inflação
o Expansão
o Crescimento
o Não sei
o 0% a 10%
o 11% a 25%
o 26% a 45%
o Mais de 45%
o Não, nunca
o Sim, poucas vezes
o Sim, muitas vezes
o Sempre
• Costuma ler sobre investimentos e fatores que podem influenciar o seu dinheiro?
Opções:
o Sim, muito
o Sim, pouco
o Não
o Até 15%
o De 16% a 30%
o De 31% a 45%
o Mais de 45%
o Não tenho investimento
• Considerando que você tenha um investimento que rendeu bem no passado, mas
agora está te deixando com retornos negativos. O que você faria? Opções:
• Considerando que seu investimento não cresce e também não reduz seu
patrimônio. O que você faria? Opções:
o Manteria o investimento
o Esperaria alguns dias para ver se sobe
o Esperaria alguns meses para ver se sobe
o Venderia e colocaria em outro investimento
o Não sei analisar e não faria nada
Aumento de Preço
O aumento de preço, ou como no jargão, ganho de capital é uma das formas mais
buscadas que os investidores buscam ao comprar uma ação.
Na prático, você compra uma ação esperando que ela suba de valor. A grande
questão é: qual o tamanho esperado do aumento e em quanto tempo?
Há investidores que adotam a estratégia de trading que nada mais é do que compra
ações (ou outros investimentos na bolsa) com um horizonte de venda de curto-
prazo. Às vezes até mesmo em questão de horas.
Dividendos
Muitos investidores brasileiros buscam ações que paguem dividendos. Mas o que
são dividendos?
Dividendos são distribuições de lucros que as empresas pagam aos seus acionistas
ao invés de reinvestir o dinheiro na empresa.
Quer dizer então que empresas que não pagam dividendos são ruins? Não é bem
assim.
Dependendo do momento que a companhia está passando, ela pode pagar
dividendos ou não.
Se a empresa estiver investindo pesado para gerar lucros futuros a uma taxa de
retorno esperada alta, é preferível que ela não pague esses dividendos.
Já se a empresa não souber o que fazer com o dinheiro ou for investir em projetos
com a taxa de retorno esperada baixa, é melhor que esse dinheiro seja distribuído
aos acionistas para eles utilizarem como bem entenderem.
Outro fato interessante é que empresas boas pagadoras de dividendos oferecem
uma certa “proteção” aos seus investidores.
Mesmo que os preços de suas ações flutuem, e se caso a saúde da empresa não seja
prejudicada, os investidores podem contar com essa remuneração por meio de
dividendos.
É dito no mercado que as empresas precisam distribuir pelo menos 25% do lucro
líquido como dividendos aos acionistas. Isso é um mito.
Todo ano, a Assembleia Geral de Acionistas decide qual será a destinação do lucro
da empresa.
Qualquer porcentagem dos lucros poderá ser paga como dividendos, desde que se
seja maior ou igual ao dividendo obrigatório.
Mas qual é o menor valor do dividendo obrigatório?
Precisamos considerar três situações:
1. O estatuto da empresa pode definir como dividendo obrigatório qualquer
porcentagem do lucro. Por exemplo: 1% (um por cento) do lucro.
2. Se o estatuto da companhia for omisso sobre este assunto, o dividendo
obrigatório será considerado 50% do lucro líquido ajustado.
3. Se o estatuto for omisso e DEPOIS a Assembleia Geral decidir mudar para
estabelecer um valor, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a
25% do lucro líquido ajustado.
Sim, por decisão da assembleia geral. Mas, isso não é comum porque a companhia
deve oferecer ao acionista que discordar o direito de sair da companhia, sendo
reembolsado pelo valor das suas ações.
Mas e se der lucro no ano, mas estiver com situação financeira tão ruim que ela não
deva pagar dividendos?
A empresa não precisará pagar nem o mínimo.
Nesses anos, os órgãos da administração deverão informar esse fato à Assembleia
Geral, juntamente com parecer do Conselho Fiscal (se em funcionamento) e
encaminhar à CVM uma justificativa da informação transmitida à Assembleia.
Nesse caso, os lucros não distribuídos serão registrados como reserva especial e,
caso não sejam absorvidos por prejuízos em anos posteriores, deverão ser pagos
como dividendo tão logo a situação financeira da companhia o permita.
Isso vai depender de cada companhia, podendo ser trimestral, semestral ou anual.
Recompra de ações
Recompra de ações é quando a empresa vai na bolsa e simplesmente compra ações
dela mesma.
Um dos motivos para ela fazer isso é distribuir dinheiro aos acionistas sem precisar
manter a mesma regularidade dos pagamentos de dividendos.
Outro motivo é simplesmente por ela achar que sua ação está barata e ela pode
comprar para depois revendê-las no mercado, como qualquer outro investidor.
Neste segundo caso, há uma sinalização forte para os investidores. Pelo fato de os
próprios gestores da empresa estarem recomprando as ações e pelo fato de eles
conhecerem muito mais do dia-a-dia da operação da empresa, isso sinaliza para o
mercado que de fato as ações da empresa em questão estão baratas.
Só por essa sinalização pode acarretar que o valor da ação suba até certo ponto. Mas,
como ninguém possui bola de cristal, não é 100% de certeza que as ações da empresa
irão subir no futuro só por ter ocorrido uma recompra de ações.
O limite de pagamento: o valor de JCP não pode ultrapassar 50% do lucro líquido do
período em questão, nem 50% dos lucros acumulados e reservas de lucros de
períodos anteriores.
Os próximos dois jeitos de lucrar com ações são um tanto quanto inconvencionais.
Queda de preço
Como assim, Victor? Tem gente que investe querendo que o preço caia? Tem sim.
A beleza do mercado financeiro está em criar mecanismos de lucratividade que
nenhum outro mercado consegue criar.
Uma forma de investir em ações é apostar em sua queda de preço.
Neste caso, o investidor dá 3 passos. O primeiro é alugar uma ação. Após isso, ele
vende essa ação. Depois de um tempo, ele recompra esta mesma ação (na esperança
de ser a um preço mais baixo do que vendeu) e devolve.
Para ilustrar, vamos a um exemplo.
Imagine que você aluga uma casa na praia por 1 ano. Logo após o início do aluguel
você vende essa casa, digamos que por R$ 200 mil. Passados quase 12 meses, você
recompra essa casa por R$180 mil e devolve para o verdadeiro dono.
No mercado financeiro essa prática chama-se “short-selling” ou venda a descoberto
(ou seja, vender sem ter cobertura/sem possuir o ativo).
Na prática, é o inverso do que comprar uma ação esperando que ela suba, porém
você arca com o custo do aluguel também.
Para quem vai alugar as ações, é preciso fornecer garantias para realizar o aluguel.
Essas garantias podem ser títulos públicos, CDBs, LCAs, LCIs, e até outras ações.
Um risco para o tomador do empréstimo é a atualização diária do valor das garantias
oferecidas. Caso esse valor caia, ele precisará fornecer mais garantias.
Direitos de quem aluga as ações (tomador)
• Vender as ações sob a cotação e período desejados sem qualquer influência
do doador
Aluguel de ações
Como já disse, essa operação de aluguel de ações serve para suportar as operações
de venda a descoberto.
Ela é bem útil para aqueles investidores que tem estratégia de longo prazo e que não
irão precisar vender suas ações se algo acontecer com sua renda.
Isso porque alugar ações funciona como mais uma forma de rendimento pois quem
aluga suas ações continuam recebendo dividendos e JCP.
Quem deixa suas ações disponíveis para aluguel é chamado de doador.
Para esses investidores, é uma forma de aumentar seus rendimentos sem precisar
fazer nada.
Na prática, para alugar suas ações, basta ligar para sua corretora e pedir para deixar
suas ações disponíveis para aluguel.
Os riscos envolvidos para o doador são baixíssimos pois é tudo monitorado pela
bolsa de valores.
Caso o tomador não pague os aluguéis acertados ou atrase a liquidação, você
receberá a garantia oferecida por ele no contrato e também a devolução dos seus
papéis.
Os prazos de aluguel são determinados pelo doador, mas geralmente são utilizados
alguns meses.
Bonificação
Um pouco menos conhecida, mas também uma forma de remuneração, é a venda do
chamado bônus de subscrição.
Quando uma empresa tem planos futuros de emitir novas ações, ela pode oferecer
bônus de subscrição aos acionistas atuais.
Esses bônus dão o direito de comprar novas ações da companhia, como se fosse um
follow-on.
Tais bônus já determinam o preço das novas ações, o período em que o bônus estará
em vigência, e a data limite para exercer a compra dessas novas ações.
Se após a data limite nada for feito, o bônus “vira pó”. Caso o acionista não queira
exercer seu direito e comprar novas ações, ele pode vender esses bônus na bolsa
como se fosse uma ação normal.
Os bônus de subscrição não se confundem com os direitos de subscrição.
Os direitos, são direitos que a Lei confere aos acionistas para subscrever ações (ou
dívidas conversíveis em ações) em novas emissões.
Então, em uma nova emissão de ações, debêntures (dívidas) conversíveis em ações
ou mesmo bônus de subscrição, os acionistas têm preferência para subscrever a
emissão por um determinado período.
Durante esse período, o direito pode ser negociado e vendido, mas, ao fim do prazo
estipulado, caso o direito não tenha sido exercido, ele é extinto.
Outro fator que não precisa ser rico para comprar ações é o barateamento dos
custos para investir. No passado, as corretoras cobravam altas taxas, o que tornava
investimentos baixos (menores de mil reais) sem sentido.
Hoje, o mercado de corretoras está mudando muito e elas estão reduzindo os custos
drasticamente para atrair mais clientes.
Em seu livro Investindo em Ações no Longo Prazo, Jeremy Siegel fez um estudo
medindo os retornos reais (descontados da inflação) desde 1802 a 2012 de um dólar
investido em ações, dólar (deixado no colchão), ouro, títulos do governo (longo
prazo) e letras do tesouro (curto prazo).
Neste estudo, todos os investimentos foram feitos nos EUA.
Pelo gráfico, fica evidente que o retorno médio anualizado das ações durante 210
anos foi o mais alto com 6,6% ao ano, descontado da inflação.
Por outro lado, no horizonte de curto prazo, os retornos das ações são muito variam
muito.
Essa variação é provocada por mudanças nos lucros, nas taxas de juros, no risco e na
incerteza, bem como por fatores psicológicos, como otimismo e pessimismo, medo e
ganância.
As oscilações de curto prazo, que tanto preocupam os investidores de curto prazo e
a imprensa especializada, são insignificantes em comparação com o amplo
movimento para cima dos retornos acionários no longo prazo.
Porém Elroy foi além. Ele calculou não só nos EUA, mas em 16 países como Itália,
Japão, Bélgica, Alemanha, França, Espanha, Suíça, Irlanda, Dinamarca, Holanda,
Reino Unido, Canada, EUA, África do Sul, Suécia e Austrália.
Em todos os países, as ações tiveram os melhores retornos reais (descontados da
inflação) durante os 103 anos quando comparadas com títulos do governo de curto
e longo prazos, moedas e inflação.
Mas e no Brasil?
Motivo 2: Diversificação
O investimento em ações oferece a diversificação necessária para você conseguir
obter bons rendimentos em qualquer fase da economia.
Quando a economia está indo bem, alguns setores mais cíclicos tendem a ir melhor
como: eletroeletrônicos, construção civil, automóveis, produção de máquinas e
matérias-primas, etc.
Em geral são setores mais cíclicos, ou seja, as pessoas consomem mais quando elas
estão confiantes na economia e possuem acesso a financiamento a preços melhores.
O exemplo clássico é comprar uma casa.
Quando a economia está indo mal, há setores que são mais defensivos como: saúde,
educação, eletricidade, telecomunicações, etc.
Esses setores acima são considerados anticíclicos, ou seja, você dificilmente para de
assistir televisão ou acender as luzes quando a economia do país não vai bem.
Somente no mercado de ações você consegue atingir essa diversificação e obter
bons rendimentos em qualquer cenário.
• Você acha que esse é um bom negócio pois a população brasileira está
envelhecendo e quanto maior a idade das pessoas, mais elas tendem a tomar
remédios.
Investimento não é uma tarefa nada fácil, mas que paga maravilhosos retornos aos
investidores inteligentes.
Colocando de maneira simples, uma pessoa deve comprar uma ação quando achar
que preço está abaixo do seu valor real.
Exemplo: se eu confiar na minha análise de que o valor das ações da empresa XPTO
é R$20,00 e o preço de mercado dela está a R$15,00 - com certeza eu deveria
comprar essa ação.
Há duas principais maneiras de se analisar ações e fazer investimentos: a análise
fundamentalista e a análise técnica.
Antes de eu te dar a minha opinião sobre qual forma de análise você deve escolher,
deixa eu te contar um pouco mais sobre cada uma delas.
Análise Fundamentalista
Esse tipo de análise é a metodologia seguida por grandes investidores como Warren
Buffett, Peter Lynch, Luiz Barsi, Lírio Parisotto, entre outros.
A análise fundamentalista afirma que o valor de uma empresa está baseado na sua
saúde financeira, em seus fluxos de caixa, nas suas perspectivas de crescimento e o
no risco do negócio.
O horizonte de investimentos da análise fundamentalista é de médio e longo prazos.
O principal objetivo então é encontrar o valor justo, intrínseco ou real de uma ação.
Isso só é possível pois os diferentes investidores fazem diferentes análises e suas
expectativas de futuro é o que movimentam os preços das ações.
Sempre há diferenças de informações, de percepção de riscos, de premissas
individuais de futuro e crescimento para a companhia, objetivos de investimento e
horizontes de investimento.
Tudo isso leva a distorções dos preços das ações que não possuem relação com seu
valor real, tanto para cima quanto para baixo.
Isso cria oportunidades para o analista fundamentalista tanto comprar ações quanto
vender.
Mas como chegar no valor real da ação?
A análise fundamentalista utiliza alguns métodos para se chegar ao valor real de uma
ação.
O passo-a-passo simplificado mais comum é:
• Análise da Empresa e de seus demonstrativos financeiros
• Análise Setorial
Análise Técnica
Já a análise técnica tem uma abordagem bem diferente.
Essa análise baseia-se na ideia que todas as informações estão representadas nos
gráficos, na medida em que este traduz o comportamento do mercado (analistas
fundamentalistas, insiders, grafistas, investidores profissionais, pessoas físicas).
É aqui que nasce o famoso day-trade, ou seja, comprar e vender ações no mesmo dia
baseando-se nos gráficos.
Neste tipo de análise, nem importa qual é a empresa, se é saudável ou não. Só
importa o gráfico.
É aqui que muitas pessoas acabam entrando na bolsa com a ilusão do lucro fácil e
acabam perdendo grandes quantias,
Isso acontece geralmente quando as pessoas, usualmente leigas, entram na bolsa
porque todo mundo está entrando e lucrando, fazendo investimentos sem o mínimo
de critério ou justificativa.
Este é o famoso efeito manada.
Com medo de perder a oportunidade, elas entram. Só que tem um problema: quando
isso acontece, geralmente elas estão entrando tarde demais.
O caso mais recente que presenciei foi a bolha dos bitcoins no fim de 2017.
Era impressionante. Quando eu estava em uma viagem aos EUA também em 2017,
todo motorista de Uber perguntava se eu estava comprando bitcoins ou cripto
moedas.
Eles diziam que estavam fazendo isso e lucrando muito. E eles sequer entendiam o
que era bitcoin ou para que servia.
Pois bem, veja o gráfico do preço do bitcoin mais recente (25 de setembro de 2018):
O terceiro é que para você conseguir de fato tirar um sustento disso você precisa
já ter muito dinheiro.
Pensa aqui comigo: se você compra e vende contratos de dólar e lucra em média
0.01% por dia, para isso fazer uma grande diferença e te recompensar, você precisa
estar investindo pesado.
Com menos de alguns milhões eu acho complicado.
Você até pode operar alavancado, isto é, usando o dinheiro da corretora, mas que se
você perder você terá que pagar depois.
O que eu não recomendo pois aumenta muito a pressão em cima do investidor.
O quarto motivo é que muito me incomoda você estar tomando decisões baseadas
somente em modelos e em gráficos.
Isso é ótimo pois dá liquidez ao mercado, para quem quer comprar e vender.
Mas pensando no meu bolso, para mim isso não funciona.
E o quinto motivo é que simplesmente eu não conheço e nunca ouvi falar de alguém
de ficou rico fazendo day-trade, começando com pouco e verdadeiramente
enriquecendo.
Existe sim, pessoas que trabalham em grandes bancos e possuem bilhões pagar
administrar no mercado todos os dias e que ganham muito bem.
Mas alguém que começou debaixo, com seu próprio dinheiro, eu nunca vi.
Já numa estratégia de longo prazo há alguns. Luiz Barsi, ex-engraxate, talvez seja o
brasileiro mais famoso.
Conclusões Finais
Aprender a investir em ações é diferente de muitos outros tipos de estudo, pois
envolve lidar com algo desconhecido e que varia todos os dias, e talvez por isso é tão
apaixonante.
É por isso que eu acredito que aqueles que aprendem a investir em ações são capazes
de enxergar o mundo a partir de uma nova perspectiva.
Infelizmente a educação financeira no Brasil é ainda muito precária, mas que tem
tudo para crescer. O brasileiro cansou de ser enganado pelo sistema e está se
tornando protagonista de seu futuro financeiro, inclusive você, parabéns!
Agora o mais importante e a mensagem final que eu gostaria de passar é que investir
é uma jornada pessoal, que pode ser trilhada com sucesso por qualquer pessoa e que,
além dos benefícios de se conhecer um novo mundo e uma nova forma de gerar
riqueza, desenvolve outras habilidades como autonomia, disciplina, inteligência
emocional, etc. Foi isso que eu aprendi ao longo da minha carreira no mercado
financeiro e que tentei passar para você leitor aqui.
Eu espero que você tenha gostado e aprendido muito com este guia. Qualquer
dúvida, comentário, reclamação, enfim, qualquer coisa, basta entrar em contato
comigo e minha equipe através do e-mail atendimento@oxygentc.com.br, que
teremos o maior prazer em responder!
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Um grande abraço,
Victor Savioli