Teste 4
Teste 4
Teste 4
Sebastião, Mértola
Avaliação: ____________________________________
Encarregado de Educação:
Professora: Salomé Silva
_____________________________________
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Grupo I
Lê
5 a reportagem seguinte.
(A) narrativo.
(B) descritivo.
35 (C) informativo.
Coluna A Coluna B
_________________________________________
(A) Número de espécies conhecidas.
_________________________________________
(B) Origem do nome. _________________________________________
_________________________________________
(D) Curiosidade mais relevante sobre os
cavalos-marinhos. _________________________________________
45
4. Tendo em conta as informações facultadas pelo texto, seleciona a única opção correta. (4 pontos)
Grupo II
75
Lê, com atenção, o seguinte texto. 2
O pai que se tornou mãe
1 Toda a gente sabe que são as mães que trazem os filhos dentro da barriga. Os bebés formam-se no
ventre das mães, crescem, e depois saltam cá para fora - para a luz. Por isso dizemos que as mulheres
dão à luz.
O que pouca gente sabe é que há uma exceção. Existe uma espécie animal em que é o pai que cria
5 os filhos dentro da barriga e é ele que os entrega à luz: o cavalo-marinho.
Como é que isto aconteceu? É essa a história que hoje vos quero contar: uma incrível história de
amor. O fim talvez seja um pouco triste. Mas é sempre assim: as histórias de amor só são felizes
quando não as contamos até ao fim.
Há muito, muito tempo, no tempo em que os Homens ainda não falavam, no tempo em que os
10 dinossauros ainda andavam pela terra, nesse tempo vivia no mar um casal de cavalos- marinhos. Ele
chamava-se Mário, ela Maria. Ela chamava-lhe Marinho, ele chamava-lhe Mariaminha. Mário e Maria
andavam sempre juntos. O mar, para eles, era um imenso jardim. Naquele tempo estava tudo no
princípio, todas as coisas eram novas e brilhavam (como um par de sapatos acabados de estrear).
Mário e Maria gostavam de passear, de descobrir animais estranhos, paisagens perdidas, outros
15 mares.
- Olha, Marinho! – gritava Maria espantada – vê como são bonitas!...
Eram medusas. Bailavam lentamente entre as algas, desapareciam nas ondas, pareciam feitas
apenas de água e de luz.
- Também se chamam alforrecas ou águas-vivas – disse-lhe Mário – Não têm boca, mas mordem.
20 Maria gostava do nome águas-vivas. Mário explicou-lhe que elas se chamavam assim porque Deus
para fazer a primeira criatura, misturou a água com o lume e a isso juntou barro. Porém, antes de
juntar o barro, caiu-lhe das mãos um pouco de água, e Ele percebeu que essa água já estava viva: era
uma alforreca. Por isso, porque Deus não chegou a dar-lhes forma, é que as alforrecas são animais tão
simples – não têm boca, não têm braços, nem pernas. Mas por causa do lume queimam quando
25 alguém tenta agarrá-las.
Maria também gostava das baleias. Eram grandes como montanhas, mas muito delicadas e não
faziam mal a ninguém. Cantavam ao amanhecer, brincavam com os filhos, juntavam-se para ver o
espetáculo do pôr-do-sol.
Nos dias de tempestade o mar escurecia. Maria tinha medo. Nesses dias abraçava-se a Mário e
30 ficava a ver os peixes – coitados dos peixes! – a girarem, meio tontos, arrastados pelas fortes
correntes.
Uma manhã Maria acordou doente. Tinha perdido o brilho. Ela que sempre tivera uma cor tão
bonita, - todo o seu corpo era de um amarelo iluminado - estava a ficar baça e transparente. Sentia-se
muito leve, sentia que alguma coisa se apagava lentamente dentro dela. Mário, sempre tão calmo,
35 ficou nervoso. Foi consultar o golfinho, que é um animal inteligente e muito viajado; mas o golfinho
nunca tinha visto nada assim. À medida que as horas passavam Maria tornava-se menos existente -
desaparecia. Primeiro desapareceu-lhe a cauda, as barbatanas perderam toda a cor, e até a sua voz
ficou mais fraca, como se ela estivesse a afastar-se para muito longe.
- Não me deixes - pediu-lhe Mário - ainda temos tanta coisa a descobrir.
40 Maria ficou com pena. Não podia deixá-lo tão sozinho. Com as poucas forças que lhe restavam
encostou-se a ele.
2
- Vou dar-te os nossos filhos – disse, e abriu-lhe a barriga e colocou dentro dele todos os seus ovos.
- Quando eles nascerem mostra-lhes o mar.
Disse isto num suspiro e desapareceu. Durante os primeiros dias, sozinho, Mário sentiu-se perdido.
45 O mar deixara de ser um jardim: achava-o agora grande, escuro e perigoso.
E sem a alegre surpresa de Maria nada lhe parecia realmente novo. Passado algum tempo, porém,
notou que o seu corpo se modificava - a barriga crescera, tornara-se firme e redonda, e ele começou a
sentir-se outra vez alegre, num estranho alvoroço, embora não soubesse muito bem porquê. Era como
se tivesse uma festa a crescer dentro de si.
50 Então, numa manhã de muito sol, com o mar todo iluminado, Mário viu que a sua barriga se abria, e
viu saltarem lá de dentro dezenas de pequeninos cavalos-marinhos. Eram os seus filhos.
Talvez há pouco me tenha enganado. Parece-me agora que esta história tem um final feliz. Porque
decidi que ela acaba aqui, num nascimento, e porque a partir daquela manhã de sol, passou a existir
neste nosso planeta um pai que dá à luz.
80Agualusa, José Eduardo; Estranhões e bizarrocos: Estórias para adormecer anjos, pp. 48-52. Lisboa: Publicações D.
Quixote, 2000.
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
2. Classifica o narrador deste texto quanto à presença. Justifica a tua resposta. (5 pontos)
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
100
______________________________________________________________________________________
105______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________ 2
4.1. Identifica o motivo que levou Mário a ver o mar com outros olhos. (6 pontos)
115______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
5. Para cada item (5.1. a 5.3.), seleciona com um X a opção que completa a frase. (9 pontos)
5.1. O recurso expressivo presente na expressão “(...) todas as coisas eram novas e brilhavam (como um par
120de sapatos acabados de estrear).” (l. 13) é
(A) personificação.
(B) comparação.
(C) metáfora.
Grupo III
135
1. Atenta no texto.
A mãe dos cavalos-marinhos morreu, mas disse ao seu marido para mostrar o mar aos seus filhinhos. Essa
personagem era boa e gentil. Depois da mãe partir, Mário ficou triste, mas não se deixou levar pela primeira
aflição, pois era muito forte.
140
pontos)
Mãe: ________________________________________________________________________ 2
seu: _________________________________________________________________________
145Essa: ________________________________________________________________________
primeira: _____________________________________________________________________
forte: __________________________________________________________________________
Funções Sintáticas
Frases Complemento Complemento Complemento Predicativo
Sujeito
Direto Indireto oblíquo do sujeito
Eles vivem no mar.
Maria era muito cuidadosa.
Nasceram os cavalos-marinhos.
Mário amava Maria.
Ele pediu-lhe para ficar.
170
Grupo IV
“O pai que se tornou mãe” é um excerto da obra “Estranhões e bizarrocos: Estórias para adormecer anjos”
de José Eduardo Agualusa.
175
De seguida, escreve um breve texto de opinião sobre um livro que já tenhas lido ou um filme que tenhas
visto. (30 pontos)
O teu texto, com um mínimo de 100 e um máximo de 140 palavras, deve respeitar as seguintes indicações:
refere o livro ou o filme, dizendo se te agradou ou não (um parágrafo);
180 apresenta duas razões a favor e duas contra (dois parágrafos);
redige uma conclusão, reforçando o ponto de vista que defendeste (um parágrafo).
2
185
190
195
200
205
210
Proposta de resolução
Grupo I
2151.1. (C)
1.2. (A)
2. _
Coluna A Coluna B
A. Número de espécies conhecidas. Trinta e sete
“deriva do grego Hippos (cavalo) e Kampi (monstro
B. Origem do nome.
marinho)”
C. Nome do escritor que deu origem à
Homero
designação do monstro marinho.
2254.1. (B)
4.2. (A)
Grupo II
1.
2301 – b; 2 – f; 3 – e; 4 – d; 5 – c; 6 – a
2. O narrador é não participante, uma vez que o discurso se encontra na terceira pessoa, tal como o comprovam os
verbos “acordou”, “tinha”, bem como o pronome pessoal “-lhe” e o determinante possessivo “seus”.
235
3. A ação decorre no mar, tal como comprovam as expressões “nesse tempo vivia no mar um casal de cavalos-marinhos.” (ll.
10 e 11) e “Mário e Maria gostavam de passear, de descobrir animais estranhos, paisagens perdidas, outros mares.” (ll. 14
e 15).
4.1.1. Mário começou a ver o mar com outros olhos, uma vez que Maria havia morrido.
240
5.1. (B)
5.2. (A)
5.3. (A)
245