Ebook Gustavo Berton
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4. TREINE
Falei anteriormente o quanto é importante treinar, mas preciso
enfatizar esse fato. Não esqueça que em alguns testes para
admissão você será testado na prática. Não espere chegar para ver
que você não sabe fazer algo. Quando bati na porta na rádio
Bandeirantes para pedir um estágio levei um fita cassete no bolso.
Ali estavam algumas das minha narrações que tinha feito
anteriormente. E não foram poucas.
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5. AO VIVO
Entradas AO VIVO são sempre uma tensão e todo mundo fica
nervoso em algum momento, principalmente no começo. Várias
coisas influenciam para isso. Para começar na sua “escuta”- nome
que se dá para o áudio de retornos que o repórter se comunica com
emissora - fica um editor, normalmente bastante nervoso com o
programa berrando no ouvido. Além disso entradas AO VIVO nunca
são feitas em um lugar reservado, tranquilo, na maioria das vezes é
um local bastante movimentado. Sim, com muita gente passando,
olhando, e se dê por agradecido se eles não resolverem
“interagir”sem serem convidados.
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6. VOCÊ NÃO É MAIS UM
(DIS)TORCEDOR
“O jornalista esportivo pode torcer, ele não pode distorcer” - a
brilhante frase foi dita a mim pelo jornalista Mauro Betting. Ela
ilustra bem a postura que devemos ter no nosso trabalho. Ninguém
deixa de torcer para um time, mas esse emoção não pode entrar em
campo. Não deixe o seu lado torcedor influenciar nas suas opiniões,
e principalmente na forma como você vai relatar os acontecimentos.
Um dos maiores comentaristas esportivos que conheci, chamado
Cláudio Cabral, era identificado com Internacional, um torcedor
declarado, porém um cara de opiniões muito respeitadas pelos
torcedores gremista. E isso acontecia por um único fato: ele era
coerente, tanto nas opiniões envolvendo o Grêmio, e principalmente
nas que disparava em relação ao Inter.
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7. O OFF
Esse é um ponto que muita gente falha no começo - a
gravação do off (parte da reportagem onde o repórter lê o texto e
aparecem imagens na tela). A entonação nesse caso é o mais
importante. O normal no inicio é ter uma gravação sem muita
empolgação, com pouca vida. Isso influencia diretamente na sua
reportagem. Você pode tender a acreditar que isso não é um
problema para você, mas cuidado. No inicio da minha carreira
achava que estava fazendo ótimas reportagens, e que minha voz era
espetacular. Hoje quando pego algo gravado lá atrás não acredito
que aquilo tenha ido pro AR.
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8. ENTREVISTA
Tirar uma boa declaração de alguém nem sempre é fácil. As
vezes damos sorte do personagem ser uma figura descontraída,
que se dá bem com os microfones, e dispara boas frases, mas
muitas vezes, e não são poucas, precisamos tirar leite de pedra.
Aprendi que a entrevista é uma briga de espadas. Você ataca, o
outro defende, você insiste, toma um contra-golpe e por ai vai. O
fato é que assim como com as espadas, é preciso mesmo ter muita
habilidade na hora de conduzir uma entrevista.
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9. NARRAÇÃO RÁDIO/TV
Muita gente me pergunta as diferenças entre as narração de
rádio e a narração de TV, e se uma é mais fácil que a outra. Bom,
primeiro quero dizer que não há uma mais fácil, as duas tem seu
grau de dificuldade. A principal diferença pra mim é que no rádio o
narrador é a estrela, ele é a bola, então cabe a ele puxar a
responsabilidade pra si e conduzir a transmissão. Já na Televisão a
“estrela” é a imagem. Cabe ao narrador encontrar um ponto de
equilíbrio entre dar emoção e não atrapalhar quem está assistindo
ao jogo.
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10. COMENTARISTA
Já parou para pensar porque as emissoras contratam muitos
ex atletas (seja qual for o esporte) para ser comentarista? É por um
simples fato: eles conhecem o esporte. Claro que não é necessário
ser um atleta ou ex atleta para ser comentarista, mas você já
entendeu o que vai precisar né? Muito, mas muito conhecimento.
Conhecer as regras, as táticas, as jogadas e maneira como o esporte
funciona. Além disso precisa ter uma boa técnica de raciocínio, e
desenvolver bem aquilo que pretende dizer, em outras palavras, ser
bem compreendido. Tenha opinião, não fique em cima do muro.
Marque um posição, e diga com clareza, caso queira ser um
comentarista levado a sério.