Trabalho Prescrito e Real
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Introdução
sociotécnico de trabalho, adaptando-o tanto aos objetivos do sujeito e/ou grupo quanto
às exigências das tarefas.
Para dar conta do objetivo central do texto, o conteúdo do capítulo
fundamenta-se na análise da literatura em Ergonomia e interfaces disciplinares,
buscando ilustrar aspectos conceituais da temática com exemplos oriundos de
intervenções nas organizações. O design do texto articula duas dimensões
complementares.
A primeira dimensão se estrutura em eixos analíticos interdependentes:
A face da cultura é abordada no campo da cultura organizacional
entendida como um conjunto de concepções, valores, crenças que
servem de substrato cognitivo de práticas de trabalho nas organizações;
a face do trabalho prescrito é analisada com base na definição de
tarefas (formais e informais) que operacionaliza uma divisão do trabalho
e veicula implicitamente modelos de situações e de sujeitos. A cultura do
trabalho prescrito busca mostrar que o paradigma de racionalização do
trabalho (Taylor, Fayol) permanece atual, hegemônico e fortemente
presente nos modelos de gestão organizacional orientando concepções e
práticas que por meio, sobretudo, das tarefas vislumbram controlar os
modos de pensar e de fazer dos trabalhadores; e
a face do trabalho real é analisada com base na noção de atividade que
se expressa sob a forma de estratégias operatórias de mediação com o
contexto de trabalho que buscam construir um compromisso satisfatório
entre as exigências do trabalho prescrito e o próprio bem-estar do
trabalhador. A cultura do trabalho real busca evidenciar o papel
fundamental da atividade dos trabalhadores que por meio, sobretudo, de
seus modos operatórios forjam saberes tácitos, savoir-faire, regras de
metier, práticas... visam a preencher as lacunas do trabalho prescrito, no
limite reinventá-lo, para que possam garantir, ao mesmo tempo, o próprio
bem-estar, a eficiência e a eficácia na produção de bens e serviços.
"A palavra 'flexibilidade' entrou na língua inglesa no século quinze. Seu sentido
derivou originalmente da simples observação de que, embora a árvore se dobrasse
ao vento, seus galhos sempre voltavam à posição normal. 'Flexibilidade' designa
essa capacidade de ceder e recuperar-se da árvore, o teste e restauração de sua
forma. Em termos ideais, o comportamento humano flexível deve ter a mesma força
tênsil: ser adaptável às circunstâncias variáveis, mas não quebrado por elas. A
sociedade hoje busca meios de destruir os males da rotina com a criação de
instituições mais flexíveis. As práticas de flexibilidade, porém, concentram-se mais
nas forças que dobram as pessoas”.
R. Sennett, 2001, p. 53
humanas e afins” são acepções historicamente mais recentes e colocam mais ênfase
no modo de ser, de pensar. Todavia, a etimologia do verbete (do latim cultúra,ae)
indica o sentido de “ato, efeito ou modo de cultivar” (Cunha, 1999), um significado,
portanto, mais associado ao modo de fazer, de trabalhar. Assim, a primeira acepção
do termo é associada às atividades agrícolas “ação, processo ou efeito de cultivar a
terra; lavra, cultivo” e por metonímia assume também o sentido de “produto de tal
cultivo”.
Nessa primeira incursão, a noção de cultura veicula, portanto, dois aspectos
indissociáveis: de modo de ser e de modo de fazer que contribuirão para se
compreender as dimensões de cultura do trabalho prescrito e de cultura do trabalho
real no contexto das organizações. Uma caracterização mais elaborada do que vem a
ser cultura, já no campo científico, é desenvolvida por Motta (1997). Nesse enfoque
vários aspectos são destacados (grifos nossos):
(1) A importação de valores da cultura brasileira para o interior das organizações, marcando a
cultura corporativa no Brasil, é salientada por alguns autores (Motta, 1997; Borges de
Freitas, 1997). Alguns traços da formação social brasileira, de natureza étnica híbrida (índio,
negro, europeu), são mencionados: personalização das relações sociais ou sociedade
relacional (apadrinhamento); espaço de casa: espaço pessoal, espaço da rua: “salve-se
quem puder”; jeitinho brasileiro; patrimonialismo na esfera pública; arquétipo do estrangeiro
milagroso; espírito ambíguo de colonizador-colonizado; interação social intensa;
cordialidade de aparência afetiva; predominância do espírito coletivo; evitação de
incertezas; modelo da grande família; gerência autocrática; pai-patrão. Nenhum desses
valores se encontra em estado puro. De fato, a mistura e o contraste permeiam essa
tipicidade cultural genuinamente brasileira.
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legitimação e sua transmissão aos novos membros do grupo como modelo correto de
perceber, pensar e sentir em relação a tais problemas (Fleury, 1996a; Bertero, 1996).
Ainda na literatura, outras definições de cultura organizacional estão
presentes, possibilitando verificar semelhanças e ênfases diferenciadas segundo a
perspectiva adotada. Para Freitas (1997), ela é conceituada como (grifos nossos): “(...)
um conjunto de representações imaginárias sociais (...), construídas e reconstruídas
nas relações cotidianas dentro da organização, que são expressas em termos de
valores, normas, significados e interpretações, visando a um sentido de direção e
unidade, e colocando a organização como fonte de identidade e de reconhecimento
para os seus membros”. pp. 294-295
Cabe registrar que muitos enfoques passam ao largo da variável poder
(inerente ao universo de significações) que tem uma função legitimadora do status quo
vigente, mascarando contradições e interesses que permeiam as relações de
dominação (incluso aqui o enfoque de E. Schein). Se distanciando desse limite, que
termina por autonomizar a cultura organizacional, uma abordagem mais crítica é
estruturada por autores como E. Enriquez, V. Gaulejac, M. Pagès(2), J.F. Chalant. Na
esteira dessa perspectiva, duas definições parecem buscar superar esse limite.
No ponto de vista de Garay (2000), a cultura organizacional aparece como
(grifos nossos):
(2) Ao estudar uma multinacional americana atuando na Europa, Pagès e colaboradores (apud
Fleury, 1996) mostraram como a empresa hipermoderna termina configurando sua política
de pessoal em termos de uma verdadeira “cultura religiosa”: os princípios são os
“mandamentos”, os “dogmas”; os ritos se manifestam de diferentes formas: a confissão (as
entrevistas para avaliação de desempenho); as missas (reuniões); o batismo (os programas
de treinamentos); a liturgia (as regras).
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"(...) não é preciso prova especial para mostrar que a disciplina militar
é o modelo ideal para a fábrica do capitalismo moderno".
M. Weber, citado por R. Sennett, 2001, p. 47.
(3) A denominação e a periodização dessas escolas não são objeto de consenso na literatura;
há sempre distinções terminológicas e taxonômicas. Uma dessas classificações foi
elaborada por Cury (2000) que identifica os seguintes enfoques: tradicionalistas (Fayol,
Taylor); revolução ideológica (Mayo, Lewin); behaviorista (Argyris, Follet); estruturalistas
(Etzioni, Thompson); teorias e modelos (Maslow, Herzberg, McGregor, Likert);
desenvolvimento organizacional (Lippit, Schein, Katz & Khan); enfoque contigencial de
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Vroom, Lawrence & Lorsch); e enfoque clientes e processos (Hammer & Champy,
Tomasko).
(4) Sobre a fama dos traços de personalidade de Taylor, Montmollin (1981) escreveu: "Uma
anedota que ilustra simbolicamente a temática, citada por Kakar (1970), é a explicitação
psicanalítica do caráter patologicamente obsessivo de F. Taylor que era incapaz, na sua
vida privada, de suportar a menor desordem, o menor atraso, o menor conflito... Ele foi
encontrado morto na sua cama com os olhos fixados no seu relógio." p. 119.
(5) A expressão "recursos humanos" tem sido criticada como expressão ultrapassada de matriz
Taylor-fordista (tal qual "mão-de-obra"). Nesse sentido, há um instrutivo texto de Mario E.
Ackerman, intitulado "Brevíssima reflexão sobre a formação profissional na cultura dos
'recursos humanos'" (1998), onde o autor faz uma análise semântica interessante,
argumentando as imprecisões existentes na perspectiva de sustentar a tese que "si son
humanos no son recursos".
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“É verdade que boa parte das organizações modernas está buscando fazer da
‘flexibilidade’ seu valor principal, mas ser flexível em excesso é tão prejudicial
quanto ser rígido (...). Para o indivíduo, essa flexibilidade alçada à condição de
sua sobrevivência significa um encontro constante com seu ponto de exaustão,
ou seja, o limite de seus saberes e de sua competência é sempre antecipado,
ele está sempre devendo algo que ainda não sabe e, quando aprende, já está
superado”. p. 302
distintos à noção de tarefa (Leplat & Hoc 1992; Montmollin, 1995). Dentre elas,
merecem destaque: tarefa efetiva (aquela efetivamente realizada pelo trabalhador,
nesse caso se aproximando da noção de atividade); tarefa do próprio trabalhador
(aquela que o indivíduo estabelece para si próprio, nesse caso sinônimo de objetivo).
As tarefas desenham a face da dimensão prescrita do trabalho nas
organizações e configura-se como um pressuposto no qual se apóia a OCT. No
enfoque da Ergonomia, a tarefa é entendida como aquilo que está posto ao
trabalhador ou o que se espera que ele faça (Montmollin, 1990). Ela se apresenta sob
a forma de tecnologias, equipamentos, instrumentos, o meio físico onde se situa o
posto de trabalho, as regras que o trabalhador deve respeitar e, sobretudo, os
objetivos quantitativos e qualitativos pré-estabelecidos pelos gestores que comumente
aparecem associados às formas de controle e às modalidades de sanções (Ferreira &
Freire, 2001). Os elementos que compõem as tarefas prescritas podem ser
(Montmollin, 1995):
- Quadro 1 -
Cultura do Trabalho Prescrito: Uma rede de Crenças de Ser e Fazer
Modo de Fazer em Termos de... Modo de ser em Termos de...
Objetivos e metas a serem atingidas; Regras de relações socioprofissionais;
respeito aos prazos pré-estabelecidos; modos de conduta organizacional;
procedimentos sociotécnicos a respeitar; responsabilidades diversas;
modalidades de utilização instrumental; e respeito à hierarquia de comando; e
critérios de quantidade e qualidade. disciplina para objetivos.
teórico sobre a ação humana (Cottereau, 1992). Trabalhar implica, segundo Rabardel,
Carlin, Chesnais, Lang, Le Joliff & Pascal (1998), em uma atividade que para o sujeito
da ação se opera em três dimensões interdependentes: uma relação econômica de
compromisso com a produção de bens e serviços; uma relação socioprofissional com
outros sujeitos envolvidos nas situações de trabalho; e uma relação consigo mesmo
para gerir as necessidades de mudanças que operam em nível do corpo, da razão e
do afeto.
O conceito de atividade em Ergonomia busca marcar uma distinção teórica
importante em relação à dimensão prescrita do trabalho (figura 1). Nesse sentido,
assinalam Guérin et al. (2001, p. 15): "A tarefa não é o trabalho, mas o que é prescrito
pela empresa ao operador. Essa prescrição é imposta ao operador; ela lhe é, portanto
exterior, determina e constrange sua atividade. Mas, ao mesmo tempo, ela é um
quadro indispensável para que ele possa operar: ao determinar sua atividade, ela o
autoriza".
Nessa perspectiva, os autores alertam para não se confundir a tarefa com a
atividade, pois a tarefa designa sempre aquilo que é prescrito formalmente ou
informalmente pela empresa aos trabalhadores. Chama-se a atenção para o caráter
externo
- Figura 1 -
e Distinção entre o Prescrito e o Real: Noção Fundamental
em Ergonomia (Guérin et al., 2002, pp. 15)
Trabalho
Trabalho Real
Prescrito
Condições
Condições Reais
Determinadas
Atividade
Tarefa de
Trabalho
Resultados
Antecipados Resultados
Efetivos
impositivo que o trabalho prescrito veicula que de algum modo determina e constrange
a atividade do trabalhador, mas ao mesmo se constitui nos parâmetros sob os quais
ele estrutura o seu modus operandi. Assim, Guérin et al. (2001) assinala o caráter
integrador da atividade de trabalho:
"A Ergonomia observa e chama atenção para o fato que o homem que
trabalha não é mero executante, mas um operador no sentido de que ele faz
a gestão das exigências e não se submetendo passivamente a elas. Ele
aprende agindo, ele adapta o seu comportamento às variações, tanto de seu
estado interno (fadiga...) quanto dos elementos da situação (relações de
trabalho, variações da produção, panes, disfuncionamentos...), ele decide
sobre as melhores formas de agir, ele inventa 'truques', desenvolve
habilidades permitindo responder de forma mais segura seus objetivos... em
uma palavra: ele opera. Assim, sua atividade real sempre se diferencia da
tarefa prescrita pela organização do trabalho." p. 26
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argumenta Segnini, se gabavam da instituição ter sido o primeiro banco que eliminou
as divisórias nos locais de trabalho.
É com base em práticas, às vezes clandestinas, que os trabalhadores
buscam cotidianamente sobreviver no sentido amplo do termo. Desde manter o posto
de trabalho, em tempos de desemprego estrutural na economia, até conquistar um
espaço para mostrar o seu valor pessoal, uma oportunidade para mostrar sua valiosa
competência profissional em viabilizar os objetivos e as metas da organização, como
também para preservar, dentro do possível, a própria saúde.
Como afirma Lichtenberger (2001), a atividade implica em uma quantidade de
variáveis e fatores que é preciso desembaraçar e que convergem para lógicas ou
racionalidades diferentes: "(...) essas lógicas se cristalizam em regras, procedimentos,
indicadores e ferramentas de gestão que pressupõem e tornam às vezes rápidas
demais, as arbitragens a fazer" pp. 198. Nesse caso, estamos em face de uma
propriedade da cultura do trabalho real: seu caráter processual, dinâmico.
"(...) lá onde víamos apenas mãos e músculos, havia também senso tátil, senso
olfativo, córtex. E, além disso: cultura (o queijo, para os franceses, tem muito
valor!), itinerário profissional, processos complexos de acumulação e de
transmissão de uma habilidade profissional, portanto, história individual e
coletiva, em suma, um trabalho complexo, parcialmente impossível de ser
antecipado." p. 128
"(...) por trás do que o observador vê ('este' queijo é virado, e não 'aquele' ) há
um mundo de variabilidades a ser gerido: proveniência e qualidade do leite,
variações imperceptíveis das condições de ambiente do local de maturação,
habilidades particulares da equipe de fabricação do queijo, influência da situação
dos estoques, exigências específicas dos diferentes clientes... As exigências
dessa gestão dão lugar à elaboração de estratégias de antecipação, de
procedimentos de troca de informações, muitas vezes, informais, de processos
complexos de regulações individuais e coletivas, etc., que uma análise da
atividade de trabalho deve evidenciar, em relação ao conjunto das características
do funcionamento da empresa (política comercial, de manutenção, de qualidade,
gerenciamento de pessoal, política social etc.)". p. 133
(6) Conotação econômica do neologismo criado por pelo estatístico Cléverson Pereira de
Almeida em uma reunião de trabalho do "Grupo de Estudos e Pesquisas em Ergonomia
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Figura 2 Figura 3
Trabalho Prescrito do Operador de Caixa Trabalho Prescrito em Termos de Exigências,
Condições e Complexidade das Tarefas
3 - Tarefas Típicas
- Confere fundo de caixa;
- atende o cliente registrando
mercadorias unitariamente,
digitando o preço certo na 5 - Especificação do Emprego
seção adequada; (...)
- procede às cobranças dos 5.1.3 - Esforço mental/visual:
valores registrados, O emprego requer pequena atenção
fornecendo o troco devido, visual e mental, porém com pouca
juntamente com o ticket do intensidade para a execução de tarefas
caixa; rotineiras.
- verifica a máquina e confere 5.1.4 - Responsabilidade por contatos:
Ocorrem contatos internos e externos
de alto nível que, se não forem bem
realizados, poderão comprometer o nome
os valores do início e ou a imagem da empresa
término do expediente, 5.1.5 - Responsabilidade por erros:
- mantém em ordem o local do Trabalho que não está sujeito a prévia
trabalho; conferência e deve ser elaborado com
- autentica as autorizações de grande exatidão e muita
compras e tickets; responsabilidade. Os erros poderiam
- zela pelo bom atendimento ao causar transtornos na rotina,
cliente;
- executa outras tarefas
correlatas às descritas.
- Quadro 2 -
Atividades não Previstas, Executadas pelas Operadoras de Caixa
Além das Tarefas Prescritas... ... outras Atividades Executadas
Confere fundo de caixa; Confere preços em uma tabela;
atende o cliente registrando mercadorias anota dados do cliente nos cheques
unitariamente, digitando o preço; especiais;
procede as cobranças dos valores solicita autorização para determinados
registrados, fornecendo o troco devido, pagamentos;
juntamente com o ticket do caixa;
auxilia colegas na execução de outras
verifica a máquina e confere os valores do
tarefas;
início e término do expediente, assistido
pelo caixa geral, fiscal de caixa ou outra controla a entrega das sacolas para
pessoa designada para tal fim; empacotamento;
mantém em ordem o local de trabalho; ajuda a ensacar os produtos.
autentica as autorizações de compra e solicita aos clientes ajuda para tarefas
tickets. específicas.
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- Quadro 3 -
Exemplos de Discrepância entre o Trabalho Prescrito e o Trabalho Real
O que diz o prescrito... ... o que ocorre nas situações de trabalho.
Rotações freqüentes do corpo e
"Esforço físico membros superiores no manuseio de
normal, envolvendo mercadorias
objetos leves..." Peso variável das mercadorias que
muitas vezes ultrapassam 5kg
"Pequena atenção
A execução das tarefas exige intensa e
visual e mental (...)
constante atenção visual para evitar
para a execução
de tarefas erros, garantir a qualidade e a segurança
rotineiras...". das operações (exemplo, risco de furtos)
Considerações finais
“O ergonomista não age diretamente sobre o trabalho. Ao incitar o
debate sobre sua realidade e as representações que
dele se fazem, cria as condições de sua transformação".
Y. Lichtenberger, 2001.
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