Manual de Aquaponia
Manual de Aquaponia
Manual de Aquaponia
NATAL / RN
Junho - 2016
2
NATAL / RN
Junho – 2016
3
Monografia aprovada:13/06/16
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
___________________________________________________
____________________________________________________
NATAL / RN
Junho – 2016
4
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
This study aimed to install and monitor fish farming productive cycle in
association with vegetable culture in rhizosphere filter as an integrated
aquaculture system in Modelo 1 which is an agricultural community, located in
João Camara District, in Rio Grande do Norte State, Brazil. Nilotic tilapia fish
(Oreochromis niloticus) was cultivated in a small excavated tank covered with
geomembrane. Vegetable culture was held on a water container with 500 liters
of capacity which was placed aside the tank. Water recirculation minimizes the
water need by reusing it and it is fundamental for integrated aquaculture
production. In this study, the water waste from fish tanks which can be harmful
for fish physiology was pumped into vegetable tanks, aiming to remove harmful
substances while benefiting on growing vegetables and saving water waste. 300
tilapia juveniles were stocked in a tank (4 m length x 3 m width x 0.8 m depth
dimension), which were fed with artificial feeding containing a total of 32% of
protein content. In the beginning, the fish mean weight was 91.3 g and 80 days
later, it was reached a mean weight of 197.2 g. The vegetable cultivated during
this study were basil, Mexican tea, nira and mint. This study allowed the
conclusion that integrated aquaculture system has a high productive potential,
however, it may be necessary further evaluation with productive indicators.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 9
1.1 Aquicultura no Brasil 9
1.2 Tilápia Nilótica 10
1.3 Pisciponia 11
1.4 Seleção da Espécie de Plantas 14
2 OBJETIVO 14
2.1 Objetivo Geral 14
2.2 Objetivos Específicos 15
3 MATERIAIS E MÉTODOS 15
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 17
4.1 Ganho de peso dos alevinões 17
4.2 Adapatação dos vegetais 18
4.3 Parâmetros Limnológicos físico químicos 20
5 CONCLUSÃO 21
REFERÊNCIAS 22
APÊNDICES 25
9
1. INTRODUÇÃO
A aquicultura tem aumentado exponencialmente nos últimos 50 anos,
passando de uma produção com menos de 1 milhão de toneladas no início em
1950 para 51,7 milhões de toneladas em 2006. Destaca-se que o Brasil é o
quarto país com maior taxa de crescimento anual na atividade citada (FAO,
2009). Nesse contexto, o Brasil tem grande potencialidade devido aos seus
reservatórios de água, clima favorável, terras e mão de obra disponíveis e ainda
devido à demanda ao mercado interno.
Além disso, na publicação Fish to 2030, a FAO estima que em 2030 a
aquicultura será responsável por mais de 60% da produção mundial de pescado
para consumo humano. Assim, vemos claramente que a tendência dos últimos
anos deve continuar nas próximas décadas, com a aquicultura sendo a maior
responsável por atender a crescente demanda de pescado em nível mundial.
Fonte: até 2007, IBAMA (2008); DE 2008 à 2010, MPA; de 2010 a 2013, estimativa Sussel,
F.R.
1.3 Pisciponia
A Pisciponia (pisces = peixes; ponia = corpo d’água) é o resultado da
integração entre dois sistemas produtivos: a piscicultura e a hidroponia. Este
modelo conta com a aplicação de conceitos e técnicas comuns a estes sistemas.
Através desta interligação, é possível num sistema fechado gerar dois produtos
finais, sendo estes os vegetais e os peixes. Ao rigor, este sistema é possível
através da interação entre peixes, plantas e bactérias, no qual os nutrientes
necessários ao crescimento dos vegetais são fornecidos nas excretas e outros
resíduos metabólicos dos peixes, ao mesmo tempo em que os microorganismos
nitrificantes os transformam em produtos absorvíveis às plantas.
12
Ao término deste ciclo, a água que volta ao tanque de criação dos peixes
é uma água limpa de impurezas sólidas e com baixa concentração de excretas
nitrogenados. Assim, o ambiente mostra-se equilibrado, com condições similares
às que a natureza proporciona, porém sob o controle, o manejo de
responsabilidade do produtor.
A crescente população mundial associada ao aumento da demanda por
água impõe enorme pressão sobre os setores envolvidos na produção de
alimentos. Apesar de a literatura acadêmica brasileira ser escassa sobre a
aquaponia, há literatura abundante no exterior sobre o assunto, com destaque
para países como Austrália, Estados Unidos, Israel e México. Observa-se que
os países citados têm sérias dificuldades com a oferta de água, o que os obriga
a buscar alternativas viáveis para a produção de alimentos com o máximo
aproveitamento de água.
A prática de produção de alimentos, em especial hortaliças, na própria
residência, doravante referida como agricultura urbana, é muito comum por todo
o mundo, e tem sido bastante incentivada por contribuir com a sustentabilidade
ao diminuir a pressão de demanda sobre o setor produtivo de alguns produtos
(AQUINO, 2005).
O volume de água necessário para abastecer um sistema de aquaponia
é baixo, se comparado aos sistemas tradicionais de carcinicultura e aquicultura
que necessitam de renovação constante de água. Uma vez abastecido e em
funcionamento, um sistema de aquaponia pode ficar por muitos meses sem a
necessidade de troca de água, sendo necessária somente a reposição da água
evaporada e evapotranspirada (DIVER, 2006).
A aquaponia é uma modalidade de cultivo de alimentos que envolve a
integração entre a aquicultura e a hidroponia em sistemas de recirculação de
água e nutrientes. Quando acontece com peixes se chama pisciponia,
apresenta-se como alternativa real para a produção de alimentos de maneira
menos impactante ao meio ambiente, por suas características de
sustentabilidade (DIVER, 2006).
O desenvolvimento da hidroponia foi trabalhado pelo Dr. William Gericke
da Universidade da Califórnia em 1929. Sais químicos dissolvidas na água
constituem a fonte de nutrientes neste sistema. A maioria das operações de
hidroponia é realizada em instalações de ambiente controlado, tais como
13
estufas, as quais foram desenvolvidas após a Segunda Guerra Mundial com uma
abordagem industrial intensiva sobre cultivos alimentares.
Para aumentar o rendimento da produção de culturas é comum o uso de
estufas e métodos e manejos agrícolas de ambiente controlado. Algumas das
principais práticas são a hidroponia e a aquaponia (HENRY-SILVA; CAMARGO
2008; HUNDLEY, 2013) com o aproveitamento de efluentes em outras
finalidades, como irrigação de plantações ou cultivos aquáticos como podemos
citar a piscicultura.
Na criação de peixes em sistemas semi-intensivos, os nutrientes
acumulados na água em grandes quantidades necessitam ser eliminados do
sistema, em razão da toxicidade destes subprodutos para os organismos
cultivados, possibilitando o reaproveitamento da água no cultivo. Este processo
de eliminação dos resíduos pode ser realizado pelos vegetais cultivados em
hidroponia, uma vez que os nutrientes acumulados na água são absorvidos por
eles. (RAKOCY J. E.; LOSORDO, T. M.; MASSER, M., 2006).
2. OBJETIVOS
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O sistema de Pisciponia foi implantado no assentamento de reforma
agrária Modelo 1, localizado no município de Joao Câmara / RN, numa área
coletiva de produção agropecuária. A duração do ciclo de produção foi de 80
dias, sendo iniciado em 05 de março e finalizado em 25 de maio de 2016. A
condução da produção foi realizada em parceria com os agricultores/
piscicultores deste assentamento, os quais são responsáveis por um módulo
produtivo do Pólo de Tilapicultura do Mato Grande.
O sistema de pisciponia constou da integração da criação do peixe tilápia
nilótica (Oreochromis niloticus), estocados em um tanque escavado revestido
com geomembrana de polietileno de alta densidade (PEAD), associado com a
produção de hortaliças cultivadas em filtros rizosféricos localizados anexos à
este tanque e confeccionados em duas caixas d’água com capacidade de 500
litros.
Ao rigor, o sistema produtivo constou de uma criação do peixe tilápia com
recirculação da água, sendo esta entre o tanque dos peixes e os dois biofiltros
nas caixas d’água onde foram plantadas as hortaliças. Nesse sistema de
recirculação, a água do tanque do peixe que fica eutrofizada devido aos resíduos
de ração, digestivos e metabólicos, passa pelos biofiltros e as substâncias
orgânicas são mineralizadas, tornando os nutrientes disponíveis às hortaliças.
Nesse processo, a água retorna ao tanque dos peixes com menor teor de
substâncias em solução que trazem prejuízos fisiológicos aos peixes, mas que
são nutrientes para as hortaliças.
Neste estudo, foi realizado um povoamento de 300 alevinões de tilápia
nilótica em um tanque, construído abaixo do nível do solo, com dimensões de 5
m de comprimento, 3 m de largura e 0,8 m de profundidade.
O tanque foi povoado com 300 alevinões de tilápia nilótica e após a
estocagem, os peixes passaram a receber ração todos os dias; três vezes no
período da manhã (7, 9 e 11 horas) e três vezes no período da tarde (13, 15 e
17 horas). A ração utilizada foi extrusada, com 32% de Proteína Bruta e
granulometria de 1,7 mm.
As biometrias foram realizadas a partir de de uma amostragem de 30
peixes para calcular a biomassa dos mesmos e fazer os ajustes de
16
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Peso Médio
Gramas
250
197,2
200
146,2 153,97
150
91,3
100
50
0
Datas
Datas
Tabela 1. Valores das Biomassas totais calculado de acordo com o peso médio e o total de
peixes.
Biomassa Biomassa Biomassa Biomassa
Total 1 Total 2 Total 3 Total 4
(05/03/16) (16/04/16) (07/05/16) (25/05/16)
27,41 Kg 43,86 kg 46,19 Kg 59,16 Kg
Fonte: Autoria própria
Kg Biomassa Total
70 59,16
60
43,86 46,19
50
40
27,41
30
20
10
0
(05/03/16) (16/04/16) (07/05/16) (25/05/16)
Datas
5. CONCLUSÃO
21
REFERÊNCIAS
22
APÊNDICES
25
Mastruz Menta
Pimentão
Nira
Manjericão
Hortelã
Couve
Pimenta de cheiro
Fonte: Autoria