4 Koinonia
4 Koinonia
4 Koinonia
Apresentamos o manual da fase Koinonia. Nesta fase tocaremos no tema na unidade, no sentido
de comunhão. Dentro deste sentido de comunhão, serão abordados os temas de comunhão com Deus,
comunhão com a Igreja, com a Comunidade, com o próximo e consigo mesmo.
Na comunhão com Deus (BLOCO I) tocaremos no conhecimento da Lei de Deus, para assim
cumprimos o maior dos mandamentos: “Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua
alma e de todo teu espírito” (cf. Mt 22, 36) e assim relacionar-se com Ele dando-lhe a primazia de nossa
vida.
Na comunhão com a Igreja (BLOCO II) faremos um caminho de conhecimento dos principais
documentos da Igreja, conhecendo a sua missão, as suas alegrias e esperanças, a sua visão do homem
e a valorização da vida e a sua proposta para o terceiro milênio. Assim, iluminados pelo seu Magistério,
nos sentirmos um com a sua missão.
Na comunhão com a comunidade (BLOCO III), no nosso caso, a Comunidade Católica Shalom,
tocaremos em alguns pontos fundamentais desse carisma. Faremos comunhão com ela através do
estudo do seu mistério cristológico: O Ressuscitado que passou pela cruz que nos comunica o seu
Espírito e nos envia aos Tomés de hoje.
Seguiremos no amor àquele que está ao nosso lado, o nosso próximo (BLOCO IV), de acordo com
o que nos pede o próprio Jesus: “E o segundo [mandamento], semelhante a este, é: Amarás teu próximo
como a ti mesmo” (Cf. Mt 22,39). Neste itinerário tocaremos em pontos bem concretos na vivência deste
amor ao próximo, no próprio mandamento, na correção fraterna, na caridade que nos leva ao pobre
material e ao espiritual, tornado assim pela falta de conhecimento de Cristo, levando-nos a todos
anunciar o Amor do Senhor.
Alcançaremos assim a verdadeira liberdade dos filhos de Deus. Chegando ao fim da fase com a
comunhão consigo mesmo (BLOCO V), faremos um retorno à unicidade, através da formação de nossa
identidade ontológica, lançaremos luzes sobre a sexualidade, afetividade e vocação. Esse caminho será
trilhado com a ajuda do Fio de Ouro (parte do Caminho Ordo Amoris).
Esperamos que cada ovelha possa colher, com a sua ajuda, as graças que Deus tem reservado
nesta nova fase de crescimento humano e espiritual.
Shalom!
DIMENSÃO ESPIRITUAL
Trata-se de uma fase de maior comunhão com o outro. Com o grande Outro que é Deus (amá-lo sobre
todas as coisas), com a Igreja (doutrina), com a Comunidade (nova família), para com o próximo e da
caridade para com ele (reconciliação, perdão e serviço) e da comunhão consigo mesmo (retorno à
unicidade).
DIMENSÃO BÍBLICA
O Evangelho de João e sua particular matiz de contemplação, satisfaz o objetivo de comunhão proposto
pela fase porque “a partir da sua experiência pessoal do encontro e seguimento de Cristo, aquele que a
tradição identifica com ‘o discípulo que Jesus amava’, ‘chegou a esta certeza íntima: Jesus é a Sabedoria
de Deus encarnada, é a sua Palavra eterna feita homem mortal’. Aquele que ‘viu e acreditou’ nos ajude
também a apoiar a cabeça sobre o peito de Cristo.” (Bento XVI – Verbum Domini)
DIMENSÃO HUMANA
Usaremos de alguns instrumentos para o crescimento humano das ovelhas. Tais como:
• Caminho Ordo Amoris: Para a formação das ovelhas na dimensão humana, utilizaremos caminho
Ordo Amoris (como na fase anterior, com o retiro “Cura para amor”). Nesta fase, usaremos algumas
semanas o Livro “Tecendo o Fio de Ouro” que será, sem duvida, um auxílio para o crescimento na
dimensão humana das ovelhas.
1
Entendemos retiro fechado aquele em que o grupo de oração se retira para aprofundar a sua experiência de Deus;
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 3
compreensão? Quais os meios que tenho buscado para crescer neste conhecimento da Igreja de Cristo?
Tenho encontrado em meu caminho pessoas que não acreditam nesta Igreja?
4º mês (entre a 13º e a 16º Semana): Partilhar qual a formação mais forte do bloco II sobre a
comunhão com a Igreja e porquê. Partilhar também como anda a sua vida de oração neste tempo
especialmente em relação ao Estudo Bíblico LPMP 3.
5º mês (entre a 17º e a 21º Semana): Partilhar o que é para mim o carisma Shalom. No que mais
me identifico com ele. O que de novo aprendi neste bloco III sobre a Comunhão com a Comunidade?
Como está a minha parresia na evangelização como participante de um grupo de oração shalom?
6º mês (entre a 22º e a 26º Semana): Partilhar sobre a vida relacional no grupo de oração, ou
seja, como me sinto no meu grupo, me sinto parte dele, tenho amigos dentro do meu grupo, sou livre
para partilhar a minha vida? Rezo pelas necessidades dos meus irmãos de grupo de oração? O que posso
fazer para crescer na unidade e no conhecimento mutuo no meu grupo de oração? – Que cada grupo de
partilha possa pensar em algo que deve ser feito em vista da unidade do grupo e levar para a plenária
no grupo para que se possa escolher pelo menos 2 das ideias pensadas para serem realizadas. (por
exemplo: Um churrasco na casa do João / Cinema no próximo dia X com todo o grupo / Futebol na casa
do Pedro etc.)
7º mês (entre a 27º e a 30º Semana): Partilhar sobre o Bloco V, Comunhão consigo mesmo. Qual
a formação que mais tocou até agora? Como está a minha oração pessoal com o Livro Tecendo O Fio de
Ouro. Quais os maiores frutos na minha vida?
8º mês (entre a 31º e a 33º Semana): Partilha geral do Grupo – Partilhar o crescimento espiritual
nestes 8 meses, a formação que mais ajudou até agora. O Pastor deve estar atento para que a partilha
seja de tal forma que todos possam partilhar.
ULTIMA (até o fim da fase): Partilha geral do Grupo – Partilhar o crescimento espiritual nestes 8
meses, a formação que mais ajudou até agora. O Pastor deve estar atento para que a partilha seja de tal
forma que todos possam partilhar.
• Acompanhamento Pessoal: O acompanhamento das ovelhas deve ser mensal. Nesta fase será
muito importante o acompanhamento para que a ovelha possa ser ajudada nas duvidas que possa ficar
das formações que foram dadas e também se faz importante pelo processo de auto-conhecimento que,
com certeza, será intenso nesta fase.
Pedimos que o pastor preze pelo acompanhamento mensal, ou até mais que isto, especialmente durante
o Bloco V - comunhão consigo mesmo, que terá um conteúdo que precisa de um acompanhamento
constante. O Centro de Formação da missão poderá ajudar a direcionar estes acompanhamentos;
• Lazer: O lazer deve ser feito com o objetivo de fazer crescer os laços amor fraterno e de amizade no
grupo. O grupo de oração deveria ter pelo menos um dia de lazer ao longo dessa fase.
DIMENSÃO DOUTRINÁRIA
Nesta fase que privilegia um itinerário de comunhão, será aprofundado:
- o “Shemá” e Decálogo, como vias da comunhão com Deus;
- unir-se à missão da Igreja a partir da sua Doutrina Social;
- unir-se à nova família espiritual (seus elementos e missão);
- unir-se ao próximo pela caridade;
- e consigo mesmo, retornando à unicidade, segundo o plano de Deus.
DIMENSÃO MISSIONÁRIA
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 5
Esta fase prioriza a formação de lideranças para assumir serviços apostólicos mais expressivos e de
maior responsabilidade, mediante intenso discipulado por parte das autoridades.
FORMAÇÃO DO GRUPO
A formação seguirá dentro do tema comunhão, o caminho de comunhão com Deus, com a Igreja, com a
comunidade, com o próximo e consigo mesmo. O pastor deve ter claro esse caminho para que o
itinerário seja bem vido por cada ovelha do grupo.
A formação do grupo deve seguir a grade e será complementada na oração pessoal da ovelha.
IMPORTANTE: Aqueles que vão pregar no grupo devem ser bem orientados pelo pastor
sobre as formações que foram dadas nas últimas semanas, na fase que o grupo está, no
caminho que trilham dentro daquela fase e disponibilizar toda a orientação da formação do
dia, bem como os seus anexos (ou DVD’s) necessários e ainda o livro, documento ou
encíclica que baseiam a formação.
Contando com possíveis imprevistos (Semana Santa, Carnaval, Natal, Ano Novo, convocações, etc.) e
com necessidades que o grupo possa vir a ter, dispomos de “semanas livres”. Essas semanas são
opcionais para que o pastor possa dar “formações extras” que sentir necessidade, ou para compensar
possíveis imprevistos. Não precisando nem de uma coisa e nem de outra essas semanas poderão ser
omitidas4.
Nesta fase, como nas fases anteriores, teremos DVD’s que serão passados para as ovelhas e
também aqueles que servirão de subsidio para o pastor na formação grupo de oração, os DVD’s para o
pastor. No Caminho da Paz, o principal pregador do grupo deve ser o pastor (“As minhas ovelhas
ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem” Jo, 10,27) o que não impossibilita de forma
nenhuma que o pastor convide outras pessoas para pregarem no seu grupo. Esses DVD’s não deverão
ser vistos pelas ovelhas, mas o será visto pelo pastor/pregador e será um subsídio para que ele possa
dar a formação do grupo. Eles ajudarão também o pastor a pregar segundo o carisma shalom e não se
desviar do fundamental naquela formação.
DURAÇÃO DA FASE
A Fase Koinonia tem duração média de 8 meses. Por isto o pastor deve ter uma grande atenção e
sabedoria para não permitir mais de sete semanas sem a reunião do grupo de oração ao longo do ano
2
Utilizaremos o Fio de Ouro nesta fase somente as partes III e IV durante o ultimo bloco, mas na próxima fase utilizaremos o
restante do livro. O pastor deve explicar para as ovelhas que na fase seguinte utilizaremos o mesmo livro.
3
Sugerimos a Bíblia Jerusalém, porque é essa tradução que foi usada nos estudos bíblicos, mas se não houver possibilidade de
adquiri-la pode-se usar outra tradução.
4
Pula-se a semana livre e vai para a formação da semana seguinte, mas o caderno de oração segue o seu ritmo ordinário.
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 7
e não mais que duas consecutivas; se necessário, deve transferir a reunião do grupo de oração para
outro dia da semana para que o grupo aconteça sem muitas quebras.
BLOCO I
COMUNHÃO COM DEUS
Progredir na primazia de Deus e na coerência de vida
ESTUDO
SEMANA TEMA METODOLOGIA RECURSO
BÍBLICO
Anexo Santíssima
1ª
Deus Uno e Trino Pregação ao vivo Trindade LPMP 3
Semana
Catecismo da Igreja
Shemá Israel
2ª Católica, parágrafos 2083
“Amarás o senhor, Pregação ao vivo LPMP 3
Semana - 2141
teu Deus”
3ª Anexo DECÁLOGO
Decálogo – Parte I Pregação ao vivo LPMP 3
Semana
DVD
4ª “A atualidade do
Decálogo – Parte II Exibição do DVD LPMP 3
Semana Decálogo”
DVD
5ª “A centralidade do
Decálogo – Parte III Exibição do DVD LPMP 3
Semana Decálogo”
Anexo
6ª Não podeis servir a Leitura comentada do A IDOLATRIA DO
LPMP 3
Semana Deus e ao dinheiro texto DINHEIRO
A cargo do Pastor
7ª semana SEMANA LIVRE LPMP 3
ESTUDO
SEMANA TEMA METODOLOGIA RECURSO
BÍBLICO
Anexo A DOUTRINA SOCIAL
Igreja, Mãe e Mestra Leitura comentada do
8ª DA IGREJA LPMP 3
texto
Semana
Anexo MUSICA OFERTA
O papel da Igreja e o
nosso papel no Anexo
Pregação ao vivo LPMP 3
mundo O PAPEL DA IGREJA NO
9ª contemporâneo MUNDO CONTEMPORÂNEO
Semana
Anexo EVANGELII
Pela Igreja e com a
10ª Pregação ao vivo NUNTIANDI (1975) LPMP 3
Igreja, evangelizar!
Semana
Pelo homem:
primeira e DVD “Dimensão Humana Da
11ª fundamental via da Exibição do DVD Redenção” LPMP 3
Semana Igreja
Anexo MUDANÇA
A caridade na
Anexo ENCÍCLICA
verdade Dinâmica em grupos LPMP 3
13ª
Anexo HUMANIDADE
Semana
14ª
SEMANA LIVRE A cargo do Pastor LPMP 3
Semana
ESTUDO
SEMANA TEMA METODOLOGIA RECURSO
BÍBLICO
Histórico da
15ª Anexo FUNDAÇÃO
Fundação Pregação ao vivo LPMP 3
Semana
Espiritualidade
Shalom – O Estatutos Comunidade
16ª
Ressuscitado que Pregação ao vivo Católica Shalom LPMP 3
Semana
passou pela Cruz
Estatutos Comunidade
Comunidade de Vida
17ª Católica Shalom
e de Aliança Pregação ao vivo LPMP 3
Semana
ESTUDO
SEMANA TEMA METODOLOGIA RECURSO
BÍBLICO
Anexo RECEBER PARA
DAR
22ª O mandamento
Exibição do DVD LPMP 3
Semana evangélico do amor DVD “O mandamento
evangélico do amor”
Anexo O HOMEM NA
27ª Estudo do texto em ESPIRITUALIDADE
Caridade e parresia LPMP 3
Semana grupos SHALOM
ESTUDO
SEMANA TEMA METODOLOGIA RECURSO
BÍBLICO
28ª DVD “Identidade (TFO TFO PARTE
Identidade Exibição do DVD III
Semana 2011)” (Cap. 1 a 9)
TFO PARTE
33ª III
Estado de Vida Exibição do DVD Anexo FORMAS DE VIDA
Semana (Cap. 13)
COM
DEUS
TEMA
Deus Uno e Trino
OBJETIVO
Aprofundar o mistério e o modelo da comunhão própria da Santíssima Trindade.
MATERIAL
Anexo Santíssima Trindade
Bíblia e caderno de formação
METODOLOGIA
Pregação ao vivo
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• A formação de hoje abre a fase do Caminho da Paz que corresponde ao crescimento especialmente
na experiência de comunhão nos seus diversos aspectos e vertentes, a saber: Deus, a Igreja, a
Comunidade, o próximo e consigo mesmo. O nome dessa fase é Koinonia. Introduza-os nesse
entendimento lendo de forma comentada a carta que abre este manual (Introdução Geral) a fim de
que todos possam entender o caminho que faremos em 33 semanas.
• Só então apresente o nome e o objetivo deste bloco, que se resume à progredir no conhecimento de
Deus, na Sua primazia e na coerência de vida a partir da comunhão com Ele.
• À luz do bloco, destaque então o tema e o objetivo da formação de hoje. Não deixe de apresentá-los
de forma clara e detalhada.
• Teremos hoje uma pregação sobre a Santíssima Trindade. É muito importante que o aprofundamento
seja mantido sem ferir o caráter vivencial que a pregação deve preservar. Apresentar a Trindade
como o modelo da comunhão a que somos chamados, uma vez que somos Sua imagem e
semelhança, segundo Gn 1,26.
• Não deixe de orientar ao pregador que enfatize a dimensão de COMUNHÃO na Trindade porque esse
é o enfoque do tema e do bloco: 3 Pessoas distintas que se amam e que se doam umas às
outras e à criação.
• O roteiro está no anexo SANTÍSSIMA TRINDADE e você deve solicitar um ministro de ensino do
Centro de Formação para pregar esse tema, segundo o esquema em anexo.
Deus Pai
É a origem dos outros dois, não no sentido de procedência, de ser a fonte dos outros dois. Ele é a
natureza original, por isto os outros dois se chamam Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Deus Filho
40
Mt 28,19
41
Catecismo da Igreja Católica, 253
42
Símbolo pseudo-atanasiano em: MADALENA, G. de Sta. M. Intimidade Divina, n. 224, 2
43
Catecismo da Igreja Católica, 254
44
idem, 255
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 17
A segunda Pessoa só é "Filho" em relação a primeira que é seu Pai. É a segunda Pessoa divina,
que procede (não no sentido de tempo nem de criação, porque as pessoas divinas são incriadas) do Pai,
vive um relacionamento perfeito de amor com o Pai, e expressa em si o pensamento do Pai, sendo por
isto mesmo também chamado Palavra, Verbo, ou Sabedoria divina. Jesus também é chamado na bíblia
de “Princípio”45, porque foi nele e por Ele que o Pai criou todas as coisas visíveis e invisíveis46. Jesus
procede do Pai também porque é o enviado do Pai47. É o Filho quem revela o Pai48. Jesus ao revelar que
Deus é "Pai", quis dizer que Deus é origem primeira de tudo e ao mesmo tempo é bondade e amor para
todos os seus filhos.
"A vida trinitária é uma mútua e incansável doação em perfeita comunhão: O Pai que se dá
totalmente ao Filho, o Filho que se dá totalmente ao Pai e dessa mútua doação procede o Espírito Santo
dom substancial que, por sua vez, reflui no Pai e no Filho”54.
Tome Col 1,15-17: O Pai serve o Filho ao criar todas as coisas para Ele e esvazia-se de si ao doar-
se inteiramente ao Filho. Assim é que ensina o catecismo da Igreja Católica: "Tudo o que é do Pai, o Pai
mesmo o deu ao seu Filho Único ao gerá-lo, excetuado o seu ser de Pai"55.
Tome Jo 4,34: O Filho, que por ser Filho faz a vontade do Pai, ama-o ao esvaziar-se de si de tal
forma que só se alimenta da vontade do Pai e do desejo de cumprir a Sua Vontade Salvífica para nós.
Assim Jesus serve o Pai.
Retome Jo 16,13-15: Da mesma forma toda a alegria do Espírito Santo está em servir, amar, e
abrir-se ao Pai e a Jesus sem reservas. O Pai que tudo criou no poder e no amor do Espírito Santo,
também vê seu Filho fazer tudo no mesmo Espírito.
A TRINDADE EM NÓS
O relacionamento Trinitário transborda para as criaturas. Da mesma forma que as três Pessoas da
Santíssima Trindade vivem um relacionamento íntimo, um diálogo de amor entre si, elas desejam viver
esse diálogo com cada um de nós. O Filho que se inclina para o Pai permanecendo um no outro60. O
Filho e o Espírito Santo que juntos se voltam para o Pai; ambos enviados para uma missão, pelo Pai. Há
uma comunhão tão profunda na ação deles que quase se confunde um com o outro61. Tanto Jesus
quanto o Espírito Santo vivem e agem em nós. Esta união dos dois se abre para a fonte comum, para o
54
Catecismo da Igreja Católica,246
55
idem,
56
cf. Jo 1,14
57
cf. Catecismo da Igreja Católica, 258
58
cf. Idem, 268
59
Rm 5,5
60
Jo 1,18
61
cf. Rm 8,2.9-10
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 19
Pai62. O Pai e o Espírito Santo estão unidos no amor a Cristo. A vinda de Jesus ao mundo é obra do Pai e
do Espírito Santo63. São os dois que orientam a caminhada de Jesus. É o Filho de Deus porque se deixa
conduzir pelo Espírito Santo64.
A Trindade totalmente feliz e perfeita em si mesma, não fecha dentro de si sua vida, seu bem,
sua felicidade, mas quer compartilhar seus bens próprios com as suas criaturas. A Trindade deseja iniciar
um diálogo com o homem. Não apenas a divindade única, mas cada uma das três Pessoas deseja ter
uma relação especial com ele, levando-o a encontrar e firmar sua identidade. Deus chama à existência
inúmeros seres para comunicar-lhes a bondade e a felicidade em diferentes graus e modos. Não por
necessitar das criaturas, porque elas nada podem acrescentar à sua glória e felicidade65. Não por haver
nelas algum bem ou amabilidade, mas para fazê-las participantes de seu bem. Por mais que Deus se doe
às inúmeras criaturas, jamais se esgotará, e tudo que Ele toca se transforma em bem.
Nós e o Pai:Temos uma relação especial com o Pai. Somos considerados por Ele, seus filhos. É Cristo
que nos leva a Ele: "Ninguém vem ao Pai senão por mim"66. É vivendo e amando no Cristo que vivemos
e amamos no Pai67. Em Cristo, o Pai deseja ter essa vida de união com cada um dos seus filhos. Deseja
participar e interferir na história de cada um de nós. A vida de cada homem tem muito valor para o Pai e
Ele deseja cuidar dela. Para isso necessita viver conosco um relacionamento íntimo e concretiza isto
fazendo morada no nosso coração68. Morar um no outro é a intimidade da convivência. Deus deseja
conviver conosco, partilhar vidas. E este nosso relacionamento com o Pai é participado com o Filho e o
Espírito Santo. Cada pequeno detalhe de nossas vidas não passa despercebido diante dele, porque Ele
nos ama.
Nós e o Filho: Jesus assim roga ao Pai: "Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós
somos um: Eu neles e Tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade, e o mundo reconheça que me
enviaste e os amaste, como amaste a mim"69. A profunda e misteriosa união entre as três Pessoas
divinas, Jesus quer vê-la prolongada em nossos corações. Nós somos para Jesus seus "irmãos"
(amigos)70. Ele é o nosso eterno intercessor diante do Pai. Nós somos tão importantes para Ele, no Pai,
que Ele deu sua vida por cada um de nós, e destruiu o muro de inimizade entre nós e as três Pessoas.
Ele nos revela o Pai e o Espírito71. São Paulo chegou a viver esta intimidade total e radical da Trindade e
com a Trindade, através de Cristo: "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim"72. O Pai e o
Espírito Santo se alegram e nos impulsionam a intensificar nossa relação íntima com Cristo, pois assim
intensificam nossa relação íntima com eles.
Nós e o Espírito Santo: E como não poderia deixar de ser, nós temos também uma relação especial
com o Espírito Santo. A relação do Filho com o Pai, quem nos introduz nela é o Espírito Santo: "O
Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos
disse"73. O Espírito Santo nos fará "conhecer", isto é, vivenciar o mistério divino. Nós somos templos do
Espírito Santo e por habitar dentro de nós, por viver conosco na intimidade, nós podemos conhecê-lo e
Ele pode e deseja nos ensinar profundamente74. É necessário que como Jesus, nos deixemos conduzir
pelo Espírito Santo para nos tornarmos filhos de Deus75 e podermos ter essa relação íntima, filial, porque
o Espírito Santo foi derramado nos nossos corações76. É Ele quem nos santifica, quem nos ensina a rezar,
62
cf. Rm 8,11; Jo 14,26
63
cf. Lc 1,35
64
cf. Rm 8,14
65
cf. Eclo 42 21
66
Jo 14,6
67
cf. Jo 16,27; Jo 14,21
68
cf. Jo 14,23
69
Jo 17,22s
70
cf. Lc 12,4; Jo 15,15
71
cf. Jo 15,9s
72
Gal 2,19s
73
Jo 14,26
74
cf. Rm 8,16
75
cf. Rm 8,14-16
76
cf. Gal 4,6
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 20
a falar com o Pai, pelo Filho. É Ele quem socorre a nossa fraqueza e ao dialogarmos com Ele, o nosso
diálogo está aberto e transparente para o Pai e o Filho.
Na Trindade encontramos nossa identidade: Esta vida de união com cada uma das Pessoas da
Santíssima Trindade é a nossa realização mais profunda: "a gloriosa liberdade dos filhos de Deus"77. A
morada da Santíssima Trindade em nossos corações, a "permanência" com a Santíssima Trindade tem o
objetivo de nos santificar e nos transformar sempre mais na imagem do Filho de Deus78. Este
relacionamento íntimo entre cada Pessoa da Trindade e o homem o levará a viver "pela Trindade", isto é,
viver pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito, transformando-o cada vez mais semelhante ao Filho, que serve
e ama o Pai no Espírito Santo. Precisamos crescer cada vez mais nesta vida de união com eles. É isto
que Deus nos chama a viver.
Tome Col 3,1-3: Nossa identidade, origem e fim último é Deus. Numa imagem bem simples: nós
só conhecemos nosso rosto quando temos um espelho. Caso não tenhamos, nunca de fato saberemos
como e quem nós somos e viveremos às custas daquilo que dizem de nós ou de como os outros nos
vêem. Da mesma forma nossa verdadeira identidade, imagem e rosto só podem ser vistos se tivermos
Deus como espelho, pois Ele é o nosso criador e só Ele pode dar a vida, como já no-la deu.
É na oração, na busca desse Tu que encontraremos o nosso verdadeiro Eu e teremos curadas as
deformações que temos da nossa própria imagem. No seu amor, Deus nos convida e chama a
participarmos da mesma dinâmica de relacionamento que existe na Trindade. Se o Pai só se reconhece
como Pai no Filho, da mesma forma eu só serei verdadeiramente filho ou filha de Deus, só serei pessoa
íntegra, inteira e livre quando participar da vida trinitária desde agora neste mundo. Nós fomos feitos à
imagem e semelhança de Deus e isso significa que nós temos com Ele a mesma relação de origem, ou
seja, o amor. Cada um é único, especial e insubstituível, como nos asseguram as Escrituras79, e cada um
é fruto dessa infinita e abundante criação que nunca se esgota e nunca se repete (eis aqui um
argumento lógico, real e irrefutável contra o princípio da reencarnação). A oração nos dá o verdadeiro
sentido da individualidade e da autonomia que cada ser humano tem diante de Deus e diante de si
mesmo. Olhando para o Pai, para Jesus e para o Espírito Santo como pessoas reais e vivas, veremos que
nós também estamos nos tornando reais, pois a realidade é Cristo80, no sentido pleno da palavra.
A oração voltada para a realidade da Trindade nos ensinará também a nos relacionarmos uns
com os outros, pois sendo Deus comunidade de amor, nos levará também a sê-lo. A oração verdadeira
diante do Senhor nos arrancará das garras do nosso egocentrismo capaz de nos levar à morte, e nos
assegurará o papel que temos a cumprir no Reino, dentro da soberana e perfeita vontade do Pai, sendo
servos e transparentes uns com os outros.
77
Rm 8,21
78
Rm 8,29
79
cf. Is 43,1-5
80
cf. Col 2,17
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 21
MANUAL DO PASTOR - FASE KOINONIA
2ª SEMANA
TEMA
Shemá Israel “Amarás o senhor, teu Deus”
OBJETIVO
Firmar-se na primazia de Deus e no que implica esta pertença.
MATERIAL
Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 2083 - 2141
Bíblia e caderno de formação
METODOLOGIA
Pregação ao vivo
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Comente com as ovelhas que o tema de hoje quer no questionar e orientar a respeito da nossa
comunhão pessoal com Deus que tem por fruto a coerência de vida. O objetivo é priorizarmos a
intimidade com Deus e crescermos na opção por tudo aquilo que nos faz permanecer unidos à Ele.
• A pregação de hoje tem por base os parágrafos 2083 a 2141 do Catecismo da Igreja Católica, onde
encontramos todo o fundamento da “resposta de amor que o homem é chamado a dar a seu Deus.”
(CIC 2083), ou seja, o fundamento da nossa comunhão com Deus. Entenda e comente isso
introduzindo a formação.
• Entre nas questões praticas de cada tema e apresente exemplos cotidianos concretos sobre
como podemos e devemos viver comprometidos com a Presença de Deus que se põe em comunhão
conosco e que espera de nós adesão à Sua intimidade e à Sua vontade.
• Finalize o ensino, incentivando a aquisição do Livro “Mestre, o que devo fazer?”, publicado pelas
Edições Shalom, que deve ser também a leitura para as ovelhas nesse período. Tenha com
antecedência providenciado os exemplares para o seu grupo.
TEMA
Decálogo – Parte I
OBJETIVO
Descobrir na excelência dos mandamentos a segura via para comunhão com Deus.
MATERIAL
Anexo DECÁLOGO
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Pregação ao vivo
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• A pregação de hoje abre um pequeno bloco sobre o Decálogo, onde aprofundaremos o grande
tesouro de comunhão segura com Deus revelado nos mandamentos. Veremos com os mandamentos
são fonte de comunhão com Deus, além de seguros e atuais.
• A pregação de hoje deve deter-se nos seguintes aspectos, à luz do anexo DECÁLOGO:
• Finalize o ensino, dando seu testemunho pessoal sobre a possibilidade de viver o que foi vivamente
motivado pelo ensino.
A palavra Decálogo é uma palavra grega usada pela Septuaginta (tradução grega do Antigo
Testamento) que significa literalmente dez palavras. Na Tradição hebraico-cristã é o termo técnico
utilizado para expressar o todo dos Dez mandamentos da Lei de Deus, confiados a Moisés no monte
Sinai segundo a narrativa do livro do Êxodo (Ex 20,1-17) ou no monte Horeb segundo Dt 4,9.5,1-21.
Em ambas as narrativas o Decálogo está ligado ao êxodo, não simplesmente enquanto livro do
Êxodo, mas ao êxodo enquanto evento de libertação do povo de Deus das mãos dos egípcios. Ao mesmo
tempo, o Decálogo faz parte da proposta da Aliança entre Deus e o povo eleito. Nesta perspectiva
compreendemos que as Dez Palavras indicam as condições de uma vida liberta da escravidão do pecado,
aberta à vontade de Deus e ao amor ao irmão; pois o Decálogo se apresenta em duas tábuas, que na
tradição cristã são interpretadas à luz do Novo Mandamento: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu
coração... Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22,37.39). Os três primeiros Mandamentos são
relacionados à primeira tábua da Lei e dizem respeito à prioridade que o amor a Deus deve ter em
nossas vidas. Os outros sete Mandamentos são relacionados à segunda tábua e consideram as relações
dos homens entre si. A partir daqui, compreendemos que além de indicar a primazia de Deus em relação
a todas as coisas o Decálogo tem como intenção salvaguardar a grandeza, a dignidade e a honra do
homem. Pois os três primeiros Mandamentos vinculam o homem a Deus, princípio e fim de sua
existência. E os outros sete orientam o homem para o amor ao próximo. Amor este que o realizará no
dom perfeito de si mesmo.
O Decálogo é para o homem fonte de liberdade e de amizade com Deus, pois através dele o
Senhor revela ao homem sua santíssima vontade que é sempre benevolente, e que é também expressão
da sua presença amorosa e verdadeira na vida do povo ao qual Ele oferece a Aliança. Ou seja, Deus, no
Decálogo se deixa conhecer, demonstra o quanto ama o homem e o quanto se preocupa com as relações
dos homens uns para com os outros. Sendo assim, no Decálogo Deus e o homem se encontram, o amor
entre Deus e o homem se realiza, o amor de Deus que se revela e o amor do homem que é resposta
concreta ao amor de Deus através da obediência à sua vontade manifesta. Ou seja, a obediência ao
Decálogo favorece a comunhão de Deus com o homem e a comunhão do homem com os outros
homens. As Dez Palavras são, então, caminho para a amizade Divina e humana.
No Novo Testamento o Decálogo não é abolido, mas pelo contrário, o Mestre o leva à perfeição.
Certa vez, um jovem veio a Jesus e perguntou-lhe: “mestre, que devo fazer de bom para ter a vida
eterna?”(Mt 19,16) Ao que Jesus respondeu: “se queres entrar na vida eterna, guarda os
mandamentos”(Mt 19,17). Neste momento, sem tomar como objeto do nosso estudo a continuação
desse diálogo, percebemos que Jesus indica a vivência dos Mandamentos como caminho para a
eternidade. Guardar os Mandamentos é fonte de vida, de vida em abundância, de vida eterna e de
plenitude de vida. O seguimento de Jesus não exclui, mas ao contrário, implica também na observância
dos Mandamentos.
É interessante notarmos que na sequência do diálogo de Jesus com o jovem rico encontraremos
um caminho de pobreza aconselhado pelo Senhor. E se notarmos que no mesmo capítulo, o evangelista
vai tratar do Matrimônio e da Castidade, percebemos assim, que Mandamentos e Conselhos Evangélicos
caminham juntos fazendo parte ambos do seguimento de Jesus.
No Sermão da Montanha, que Mateus apresenta como a segunda Lei, ou como a Lei levada à
perfeição, Jesus não somente retoma, mas também aprofunda os Mandamentos: “Ouvistes o que foi
dito: não matarás... Eu porém vos digo: aquele que chamar o seu irmão idiota estará sujeito ao
julgamento do Sinédrio.”(Mt 5,21-22). Em Cristo o Decálogo passa a ter valor de Lei interior que orienta
não somente as nossas ações exteriores, mas os movimentos do nosso coração. Sendo assim, em Jesus,
o Decálogo não pode mais ser relacionado às práticas moralistas, mas como caminho de conversão, pois
o Senhor não quer somente as nossas ações, mas o nosso coração. Para a terminologia bíblica o termo
coração significa a sede da razão e da vontade. Então, quando Jesus aprofunda as exigências do
Decálogo durante o Sermão da Montanha, Ele está demonstrando interesse não somente pelos atos
exteriores do homem, mas pelas profundezas do ser humano. Deus, que revela o seu amor também no
Decálogo, quer o coração do homem, o centro das decisões e a sede dos sentimentos humanos.
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 25
O Decálogo, enquanto resposta amorosa dos filhos de Deus à vontade do Pai, hoje, se torna mais
atual do que nunca. Basta olharmos para o mundo que está ao nosso redor, para cultura de morte que
vai se instalando e compreenderemos que em Cristo o Decálogo responde às mais graves exigências de
paz do mundo hodierno. E mais do que nunca, as Dez Palavras são fonte de vida (Dt 30,16).”
TEMA
Decálogo – Parte II
OBJETIVO
Redescobrir a atualidade do Decálogo e o caráter permanente da sua validade.
MATERIAL
DVD “A atualidade do Decálogo”
Bíblia e caderno de formação
METODOLOGIA
Exibição do DVD
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• A formação de hoje quer nos reapresentar os mandamentos como algo que nunca perde a validade,
que não diz respeito à historia remota da Igreja, nem tampouco aos modismos das épocas e das
diversas culturas ou religiosidades, mas diz respeito ao que é essencial à vida humana, seu
crescimento e plenitude.
• Finalize o ensino com um momento de oração com abertura aos carismas pedindo a Deus profunda
libertação de medo, desconfiança e insubmissão em relação aos seus mandamentos.
TEMA
Decálogo – Parte III
OBJETIVO
Retomar a centralidade e a criatividade do Decálogo na vida do homem moderno.
MATERIAL
DVD “A centralidade do Decálogo”
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Exibição do DVD
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Hoje passaremos a outro aspecto importante: o da centralidade dos mandamentos na vida humana.
Depois de vermos a segurança que temos na vivencia dos mandamentos e na permanente validade
dos mesmos, cujo valor e atualidade não passam com a moda nem com as épocas, veremos hoje
que os mandamentos também nos alcançam direcionam seguramente a nossa existência e não nos
deixam “viver ao sabor das ondas” (cf. Ef 4,14).
• Após essa introdução bem comentada, apresentando a diferença entres as 3 semanas sobre o tema,
dê início à exibição do DVD “A centralidade do Decálogo”
• Finalize o ensino, pedindo um testemunho sobre as 3 semanas a respeito do tema, nos seus aspectos
de intimidade com Deus, atualidade e centralidade.
TEMA
Não podeis servir a Deus e ao dinheiro
OBJETIVO
Advertir a respeito das idolatrias que perturbam a comunhão do homem com Deus.
MATERIAL
Anexo A IDOLATRIA DO DINHEIRO
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Leitura comentada do texto
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• A formação de hoje finaliza o primeiro bloco da fase Koinonia. Recapitule brevemente uma a uma das
semanas anteriores pedindo que eles mesmos digam o tema e resumam o que foi visto semana a
semana. O resumo deve ser esse:
• Após essa revisão apresente o tema e o objetivo de hoje que deve encerrar esse primeiro momento
onde enfatizamos todos esses aspectos fundamentais para a nossa comunhão com Deus.
• Logo após, distribua para cada ovelha o anexo A IDOLATRIA DO DINHEIRO. Todos devem receber
uma copia do material.
• Hoje você vai ler de forma comentada o texto com as ovelhas. Ilustre com exemplos bem concretos
os perigos do dinheiro e todas as outras idolatrias que ele pode gerar e como ele pode perturbar e
interromper a comunhão com Deus.
• Você vai encontrar isso de forma bem clara ao longo do texto, portanto, explore bem o assunto a
partir do texto sem deixar de acrescentar exemplos e questões, esclarecimentos e conselhos sobre os
perigos de substituir a segurança em Deus pelas falsas seguranças que o dinheiro oferece.
• Finalize o ensino, escutando a partilha das ovelhas sobre os desafios que vivenciam nesse sentido.
dinheiro se gastara neste ou naquele mercado, quando se economizaria procedendo deste ou daquele
modo.
Houve um momento em que estive de pôr-me a gritar: “Mas irmãos! Foi para isso que
Cristo veio ao mundo? Mas será que neste mundo só existem moedas?” Não o fiz e talvez
tenha pecado por respeito humano. Mas que angústia aderiu ao meu coração, e fiquei na
expectativa de alguma outra ocasião como aquela em que eu pudesse gritar essas coisas
não só para algumas dezenas, mas para milhares de pessoas.
Será que o povo de nossos rincões que o de outros a esse respeito? Penso que não. Há uma
cobiça de dinheiro que leva ao roubo e ao furto. Em nosso caso, não se trata disso. Mas há uma avidez
de dinheiro mais discreta, aparentemente inofensiva, que tem traços até de parcimônia e economia e,
por outro lado, também de idolatria. Há uma acepção popular da palavra “capital” bem diferente da dos
sociólogos, segundo a qual o capital é o que alguém pode pôr em reserva, para sua vantagem, para seu
prestígio diante dos vizinhos, aquilo a que mais se atenta quando se trata de casar uma filha, ou avaliar
a importância de uma pessoa e de sua família: “Ele tem capital – diz-se com admiração -, tem um bom
capital!”, ou se não: “Não tem nenhum capital!” Mas é também o que sufoca qualquer outro sentimento,
que cria contendas e inimizades ferozes até entre irmãos, no momento de repartir a herança. E seria
esse talvez um mal de pequena importância?
Jesus poderia repetir, para o povo de nossos campos, a parábola dos convidados ao banquete,
sem ter de mudar uma vírgula. Um homem deu um grande banquete. Chegada a hora, o primeiro
convidado disse: “Acabo de comprar um campo e é preciso que eu vá vê-lo”. Outro disse: “Acabo de
comprar cinco juntas de bois”; outro ainda: “Acabo de me casar” (Lc14,16ss). Só que lista precisaria ser
alongada. Outro disse: “Acabo de ceifar o feno e devo recobri-lo antes que chova”; outro disse: “Estou
construindo uma casa e preciso trabalhar no domingo”; e outro: “Preciso ir ao estádio assistir ao jogo”.
O fato já é lamentável considerado em parábola, mas quanto mais triste se pensarmos na
realidade! O Pai enviou o Filho ao mundo; o Filho morreu por nós; convida-nos à sua mesa, dizendo:
“Vinde, tudo está pronto. Meu amor por vós está pronto”, mas ao povo isso pouco importa, o que detém
é quase sempre o interesse.
E tudo isso com que fim? São Francisco de Assis descreve com insólita severidade em sua pena o
fim de uma pessoa que viveu sozinha para aumentar o próprio “capital”. A morte aproxima-se; chama-se
um sacerdote, e este pergunta ao moribundo: “Queres o perdão de todos os teus pecados?” Ele
responde que sim. E o sacerdote: “Estás disposto a reparar todos os erros cometidos, restituindo aquilo
em que defraudaste ou outros?” E ele: “Não posso”. “Por que não?” “Porque já deixei tudo nas mãos de
parentes e amigos”. E assim morre impenitente e, apenas morto, parentes e amigos comentam entre si:
“Maldita a alma desse homem! Podia ter ganhado mais e deixá-lo para nós, e não o fez!”
O avarento é o mais infeliz dos homens. Suspeitando de tudo, isola-se. Ignora as
afeições, até aos de sua própria família, que sempre tem na conta de aproveitadores que só
nutrem para com ele um desejo: que morra logo para herdar suas riquezas. Agitado pelo
espasmo de economizar, nega-se tudo na vida, e assim não frui nem deste mundo nem de
Deus, por não serem suas renúncias feitas por amor a Deus. Em vez de obter segurança e
tranqüilidade, ele é um eterno refém do dinheiro. A avareza acaba sendo uma verdadeira e
autêntica doença, uma mania; mas não o é habitualmente de nascença: nela se cai pouco a
pouco por meio dos próprios atos e opções. É bem verdade que, às vezes, ela é a reação
instintiva a uma infância sofrida e marcada pela carência, mas o avarento não se dá ao
trabalho de reconhecê-la quando se trata disso e para ser mais indulgente no juízo a seu
respeito.”
TEMA
LIVRE (tema a cargo do Pastor do Grupo)
OBJETIVO
MATERIAL
De acordo com a necessidade de recapitulação ou atualização (em submissão presente manual).
METODOLOGIA
A cargo do pastor
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Essa semana está reservada para o objetivo descrito acima. Deverá ser utilizada para rever alguma
das formações anteriores ou repor alguma semana que esteja atrasada por motivos pastorais locais.
• Finalize a formação com uma oração de ação de graças ao Senhor pela Sua obra acontecida nas
nossas vidas.
COM A
IGREJA
TEMA
Igreja, Mãe e Mestra
OBJETIVO
Unir-se à Igreja na sua tarefa de iluminar, com o Evangelho de Cristo, a sociedade e a história em seus
múltiplos aspectos e nas várias épocas.
MATERIAL
Compêndio da Doutrina Social da Igreja
Anexo A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Leitura comentada do texto
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Apresente o objetivo do bloco e da formação de hoje que nos introduzirá nesta missão da Igreja que
é também a nossa missão. Iniciaremos o bloco estudando um texto que traz um resumo do que é a
Doutrina Social da Igreja com o intuito de despertar as consciências para o conhecimento da mesma
e o engajamento na luta pela construção deste homem novo, sociedade nova, mundo novo.
• Como no texto veremos um resumo dos documentos somente até João Paulo II, apresento aqui
também o pensamento do Santo Padre, Bento XVI, segundo o qual a doutrina social da Igreja é uma
questão de amor. Antes de começar o estudo do texto, você pode fazer essa introdução com o
pensamento do Papa atual. A sua Encíclica Caritas in veritate, abraça este âmbito social:
• Distribua o texto para todo o grupo e o separe em grupos de 5, oriente a leitura e depois conversem
sobre tudo o que eles já sabiam ou que foi novidade sobre a Doutrina Social da Igreja, segundo o
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 35
texto. Que cada grupo possa discutir e apresentar propósitos de união à missão da Igreja (idéias
concretas de trabalhos, ações, etc.).
• Finalize o ensino com uma partilha geral e incentive a leitura do Compêndio da Doutrina Social da
Igreja
• Durante esse bloco conheceremos alguns documentos e encíclicas da Igreja que podem ser
encontrado no site do vaticano: www.vatican.va
OBSERVAÇÕES
O ensino e a difusão da D.S.I. fazem parte da missão evangelizadora da Igreja. E, tratando-se de uma
doutrina destinada a orientar o comportamento das pessoas, tem de levar cada uma delas como
conseqüência, ao empenho pela justiça, segundo o papel, a vocação e as circunstâncias pessoais.
A D.S.I. é orientada para a ação e desenvolve-se em função das circunstâncias mutáveis da história. Por
isso, embora contenha princípios sempre válidos (elementos permanentes), ela também comporta juízos
contingentes (elementos variáveis). É, pois, uma doutrina dinâmica. Longe de constituir um sistema
fechado, ela permanece constantemente aberta às questões novas que não cessam de se apresentar;
requer a contribuição de todos os carismas, experiências e competências. Ela não inibe a originalidade do
pensamento social cristão, porém evita a repetição de experiências amargas e o protege da ingênua
pretensão de querer começar tudo de novo. Ela orienta e estimula o discernimento das comunidades
cristãs habitadas pelo Espírito que enquadra, à luz do Evangelho, os grandes sinais dos tempos.
A D.S.I. utiliza-se dos recursos da sabedoria (filosofia) e das ciências humanas (psicologia, sociologia e
medicina), leva em consideração os aspectos técnicos dos problemas, mas sempre para julgá-los do
ponto de vista moral.
Os ensinamentos contidos na D.S.I. não têm valor dogmático, salvo quando se reportam a verdades de
fé. Isto não reduz sua importância precisamente pelo fato de serem a mediação pela que a igreja
explicita as exigências sociais do Evangelho.
1) A dignidade intrínseca e inalienável da pessoa humana: Dignidade que exclui qualquer discriminação
racial, social, econômica, religiosa ou cultural. "O homem é o caminho da Igreja - representa a síntese
mais densa do compromisso da Igreja com o homem. É o principio que marca a distância entre a D.S.I. e
todos os sistemas e ideologias de inspiração totalitária de direita ou esquerda; para as quais a pessoa só
recebe sentido do coletivo social do qual ela e apenas uma parte descartável.
2) A primazia do bem comum: O princípio se bifurca em dois planos: o nacional e o mundial. O bem
comum nacional é a responsabilidade e a própria razão de ser do Estado que pode tudo aquilo e só
aquilo que promove o bem comum, ou seja, o bem de todos, sem discriminações. Ele é precisamente o
conjunto das condições concretas que permitem a todos atingir níveis de vida compatíveis com sua
dignidade. – O bem comum em sua dimensão mundial é o bem da comunidade das nações, confiado a
uma autoridade supra-nacional e cujos sujeitos são precisamente os diversos países do mundo. Sua
concretização e as condições de sua eficácia são ainda esboçadas, nas grandes organizações supra-
nacionais, sob a tutela da ONU, mas parece constituir o desfecho de uma evolução milenar inscrita na
própria natureza social do homem. O bem comum universal será o grande desafio do próximo milênio,
para recuperar a implosão do Segundo Mundo e a marginalização do Terceiro Mundo.
3) A destinação universal dos bens. Os bens criados se destinam a todos os homens. A apropriação
individual, o chamado direito de propriedade, é uma forma eficaz de realizar melhor esta destinação. A
propriedade situada assim a luz deste princípio, é entendida como responsabilidade social e não como
privilégio excludente: "Sobre toda a propriedade privada pesa urna hipoteca social" (LE).
4) A primazia do trabalho sobre o capital: "O trabalho é um valor do espírito. O capital um valor da
matéria. O trabalho é a própria pessoa humana em ação, ao passo que o capital e apenas o fruto
material do trabalho ou de outras formas de aquisição da propriedade. O capital , como forma de
apropriação coletiva, pública ou privada, só é legítimo na medida em que serve ao trabalho" (LE). O
capital completa o trabalho, mas quando a seu serviço. É um instrumento do trabalho (seja intelectual,
seja manual) e jamais tem o direito de fazer do trabalho um meio. Pois o trabalho, sendo a própria
expressão ativa da pessoa humana, jamais pode ser um meio. O passo que o capital, sendo apenas a
concretização material do trabalho é por natureza um meio e não um fim em si. Este princípio marca a
incompatibilidade da D.S.I. com o capitalismo liberal. É importante relembrar o caráter fundamental
deste princípio, num momento histórico no qual, com a implosão do socialismo real, um neoliberalismo,
já denunciado por João Paulo II na CA, se apresenta com a pretensão de ser a única opção para uma
humanidade sem alternativas.
A historia da D.S.I. se inaugura oficialmente com a encíclica Rerum Novarum (1891). Esta história
foi marcada por outros documentos pontifícios, muitos deles comemorando aniversários da primeira
grande encíclica social. Tal foi o caso da Quadragésimo Anno de Pio XI (1931); das Radiomensagens de
Pio XII (1941,1951; da Mater et Magistra de Joâo XXIII (1961); da Carta Apostólica "Octogesima
Adveniens" de Paulo VI (1971); Laboem Exercens de João Paulo II (1981) e Centesimus Annus de João
Paulo II (1991). Muitos outros pronunciamentos da Igreja trataram da questão social, entre os quais se
assinalam inúmeras radiomensagens de Pio XII, as encíclicas Pacem in Terris, de João XXIII (1963);
Populorum Progressio, de Paulo VI (1967); e Solicitudo Rei Socialis, de João Paulo II (l987).
Cabe também aqui uma referência ao Sínodo dos Bispos de 1971, sobre a Justiça no mundo e
ainda a um número incalculável de pronunciamentos das Conferências Episcopais, tratando à luz da
D.S.I. dos problemas sociais específicos de cada país. Não se deve entretanto perder de vista o fato de
que esta história oficial da D.S.I. só foi possível porque foi precedida pelo que podemos chamar de uma
pré-história da doutrina social oficial da Igreja. Essa pré-história começa com a libertação do povo de
Deus do jugo de seus opressores, narrada pelo livro do Êxodo. Ela continua com a voz dos profetas
clamando contra as injustiças sociais cometidas contra os pobres, os órfãos e a viúvas. Ela tem seu
vértice mais alto no Novo Testamento, com a pregação de João Batista e principalmente com a
mensagem de Jesus que inaugura a verdadeira modernidade.
Alimentados nesta fontes, os chamados Padres da lgreja nos legaram um tesouro inesgotável de
ensinamentos sociais. O mesmo se diga dos doutores da Igreja, que desde a Idade Média procuraram
captar em categorias racionais os fundamentos éticos dos problemas sociais. Foi contudo a partir da
chamada questão social, que inúmeros pensadores católicos, antes mesmo da difusão do marxismo,
analisaram com extraordinária clarividência os grandes problemas sociais de nosso tempo. Eles são os
precursores imediatos da história social da D.S.I. tais como Ketteler, Decurtins, Vogelsang, Dupanloup
etc.
Toda a D.S.I. se pode resumir no seguinte binômio: justiça e liberdade. Ela é a doutrina que
sempre procurou atender às exigências da justiça através do uso responsável da liberdade e atender aos
direitos da liberdade através do cumprimento dos deveres da justiça. O termo D.S.I. foi empregado pela
primeira vez por Pio XI na encíclica Quadragesimo Anno.
TEMA
O papel da Igreja e o nosso papel no mundo contemporâneo
OBJETIVO
Aprofundar a íntima união da Igreja com toda a família humana e cada realidade do seu cotidiano (suas
alegrias e esperanças) e despertar nas ovelhas o desejo de se unir a essa missão da Igreja e
corresponder com a oferta de vida.
MATERIAL
Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II sobre a Igreja no mundo de hoje - Gaudium et Spes (1965)
Anexo MUSICA OFERTA
Anexo O PAPEL DA IGREJA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
METODOLOGIA
Pregação ao vivo
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Inicie a formação de hoje com a música Oferta (ver anexo). Se o ministério de música do seu grupo
não a souber, você poderia ainda assim utilizá-la na palestra, pois resume o objetivo da nossa
pregação de hoje: unir-se à Igreja no amor pela humanidade.
• Não abordaremos todo o documento (Gaudim et espes), pois não teríamos tempo hábil, mas é
importante apresentar um resumo do que ela traz e incentivar os membros do grupo à leitura do
mesmo.
• É preciso dar o enfoque de que “tudo é considerado a partir da pessoa e em vista da pessoa: «a
única criatura que Deus quis por se mesma”. A sociedade, as suas estruturas e o seu
desenvolvimento não podem ser queridos por si mesmos, mas para o «aperfeiçoamento da pessoa
humana».
• Entre nas questões práticas de cada tema e apresente exemplos cotidianos concretos sobre
como podemos e devemos viver a nossa oferta de vida nos comprometendo com o apelo da Igreja,
ou melhor, sendo Igreja.
• Finalize este momento com uma breve oração, você poderia usar novamente a música oferta. Deixe-
se guiar pelo Espírito.
ORIENTAÇÃO AO PASTOR - FASE KOINONIA
• Fraternidade – 5 minutos
• Oração e Louvor – 45 minutos
• Partilha sobre a oração – 10 minutos
• Formação: 45 minutos
Oferta
Quero corresponder
Com a oferta do meu viver
Ao apelo de deus em meu coração
A humanidade a chorar, sofrendo a esperar
Que o meu canto, que o meu grito,
Se faça escutar
Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II sobre a Igreja no mundo de hoje - Gaudium et Spes (1965)
PROÊMIO
União íntima da Igreja com toda a família humana
2. Por isso, o Concílio Vaticano II, tendo investigado mais profundamente o mistério da Igreja, não
hesita agora em dirigir a sua palavra, não já apenas aos filhos da Igreja e a quantos invocam o
nome de Cristo, mas a todos os homens, e deseja expor-lhes o seu modo de conceber a presença e
atividade da Igreja no mundo de hoje.
Tem, portanto, diante dos olhos o mundo dos homens, ou seja, a inteira família humana,
com todas as realidades no meio das quais vive; esse mundo que é teatro da história da
humanidade, marcado pelo seu engenho, pelas suas derrotas e vitórias; mundo, que os
cristãos acreditam ser criado e conservado pelo amor do Criador; caído, sem dúvida, sob a
escravidão do pecado, mas libertado pela cruz e ressurreição de Cristo, vencedor do poder
do maligno; mundo, finalmente, destinado, segundo o desígnio de Deus, a ser transformado
e alcançar a própria realização.
A SERVIÇO DO HOMEM
Eis a razão por que o sagrado Concílio, proclamando a sublime vocação do homem, e afirmando que nele
está depositado um germe divino, oferece ao gênero humano a sincera cooperação da Igreja, a fim de
instaurar a fraternidade universal correspondente a esta vocação. Nenhuma ambição terrena move a
Igreja, mas unicamente este objetivo: continuar, sob a direção do Espírito Paráclito, a obra de Cristo,
que veio ao mundo para dar testemunho da verdade,1 não para julgar mas para salvar, não para ser
servido mas para servir.2
40. Tudo quanto dissemos acerca da dignidade da pessoa humana, da comunidade dos homens, do
significado profundo da atividade humana, constitui o fundamento das relações entre a Igreja e o mundo
e a base do seu diálogo recíproco.1 Pelo que, no presente capítulo pressupondo tudo o que o Concílio já
declarou acerca do mistério da Igreja, considerar-se-á a mesma Igreja enquanto existe neste mundo e
com ele vive e atua.
A Igreja, que tem a sua origem no amor do eterno Pai,2 fundada, no tempo, por Cristo Redentor, e
reunida no Espírito Santo,3 tem um fim salvador e escatológico, o qual só se poderá atingir plenamente
no outro mundo. Mas ela existe já atualmente na terra, composta de homens que são membros da
cidade terrena e chamados a formar já na história humana a família dos filhos de Deus, a
qual deve crescer continuamente até à vinda do Senhor. Unida em vista dos bens celestes e com
eles enriquecida, esta família foi por Cristo “constituída e organizada como sociedade neste mundo”,4
dispondo de “convenientes meios de unidade visível e social”.5 Deste modo, a Igreja, simultaneamente
“agrupamento visível e comunidade espiritual”,6 caminha juntamente com toda a humanidade,
participa da mesma sorte terrena do mundo e é como que o fermento e a alma da sociedade
humana,7 a qual deve ser renovada em Cristo e transformada em família de Deus.
Esta compenetração da cidade terrena com a celeste só pela fé se pode perceber; mais, ela permanece o
mistério da história humana, sempre perturbada pelo pecado, enquanto não chega à plena manifestação
da glória dos filhos de Deus. Procurando o seu fim salvífico próprio, a Igreja não se limita a comunicar ao
homem a vida divina, mas espalha, de certo modo, os reflexos da sua luz sobre todo o mundo,
sobretudo enquanto sara e eleva a dignidade da pessoa humana, consolida a coesão da sociedade e dá
um sentido mais profundo à atividade cotidiana dos homens. A Igreja pensa, assim, que por meio
de cada um dos seus membros e por toda a sua comunidade, muito pode ajudar para tornar
mais humana a família dos homens e a sua história.
Além disso, a Igreja católica aprecia grandemente a contribuição que as outras Igrejas cristãs ou
comunidades eclesiásticas deram e continuam a dar para o mesmo fim. E está também firmemente
persuadida de que, de vários modos, pode ser ajudada na preparação do evangelho pelo mundo, pelos
indivíduos e pela sociedade humana, com suas qualidades e ação. Expõem-se, a seguir, alguns princípios
gerais para promover convenientemente o intercâmbio e ajuda recíproca entre a Igreja e o mundo, nos
domínios que são de algum modo comuns a ambos.
41. O homem atual está a caminho de um desenvolvimento mais pleno de sua personalidade e de
uma maior descoberta e afirmação dos próprios direitos. Como a Igreja recebeu a missão de manifestar
o mistério de Deus, último fim do homem, ela manifesta ao mesmo tempo ao homem o sentido da sua
existência e a verdade profunda acerca dele mesmo. A Igreja sabe muito bem que só Deus, a
quem serve, pode responder às aspirações mais profundas do coração humano, que nunca
plenamente se satisfaz com os bens terrestres. Sabe também que o homem, solicitado pelo
Espírito de Deus, nunca será totalmente indiferente ao problema religioso, como o
confirmam não só a experiência dos tempos passados, mas também inúmeros testemunhos
do presente. Com efeito, o homem sempre desejará saber, ao menos confusamente, qual é o
significado da sua vida, da sua atividade e da sua morte. E a própria presença da Igreja lhe traz à mente
estes problemas. Mas só Deus, que criou o homem à sua imagem e o remiu, dá uma resposta
plenamente adequada a estas perguntas, pela revelação em Cristo seu Filho feito homem. Todo aquele
que segue Cristo, o homem perfeito, torna-se mais homem.
Por isso, a Igreja, em virtude do Evangelho que lhe foi confiado, proclama os direitos do
homem e reconhece e tem em grande apreço o dinamismo do nosso tempo, que por toda a
parte promove tais direitos. Este movimento, porém, deve ser penetrado pelo espírito do
Evangelho, e defendido de qualquer espécie de falsa autonomia. Pois estamos sujeitos à
tentação de julgar que os nossos direitos pessoais só são plenamente assegurados quando
nos libertamos de toda a norma da Lei divina. Enquanto que, por este caminho, a dignidade
da pessoa humana, em vez de se salvar, perde-se.
42. A unidade da família humana recebe grande reforço e acabamento na unidade da família dos
filhos de Deus, fundada no Cristo.10
Certamente, a missão própria confiada por Cristo à sua Igreja, não é de ordem política, econômica ou
social: o fim que lhe propôs é, com efeito, de ordem religiosa.11 Mas é justamente desta mesma missão
religiosa que derivam encargos, luz e energia que podem servir para o estabelecimento e consolidação
da comunidade humana segundo a Lei divina. E também, quando for necessário, tendo em conta as
circunstâncias de tempos e lugares, pode ela própria, e até deve, suscitar obras destinadas ao
serviço de todos, sobretudo dos pobres, tais como obras caritativas e outras semelhantes.
A Igreja reconhece, além disso, tudo o que há de bom no dinamismo social hodierno; sobretudo o
movimento para a unidade, o processo da sã socialização e associação civil e econômica. Promover a
unidade é, efetivamente, algo que se harmoniza com a missão essencial da Igreja, pois ela é, “em Cristo,
como que o sacramento ou sinal e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o
gênero humano”.12 Ela própria manifesta assim ao mundo que a verdadeira união social externa flui da
união dos espíritos e corações, daquela fé e caridade em que indissoluvelmente se funda, no Espírito
Santo, a sua própria unidade. Porque a energia que a Igreja pode insuflar à sociedade atual
consiste nessa fé e caridade efetivamente vivida e não em qualquer domínio externo, atuado
com meios puramente humanos.
Além disso, dado que a Igreja não está ligada, por força da sua missão e natureza, a nenhuma forma
particular de cultura ou sistema político, econômico ou social, pode, graças a esta sua universalidade,
constituir um laço muito estreito entre as diversas comunidades e nações, contanto que nela confiem e
lhe reconheçam a verdadeira liberdade para cumprir esta sua missão. Por esta razão, a Igreja
recomenda a todos os seus filhos, e também a todos os homens, que superem com este
espírito de família próprio dos filhos de Deus, todos os conflitos entre nações e raças, e
consolidem internamente as legítimas associações humanas.
O Concílio considera com muito respeito o que há de bom, verdadeiro e justo nas instituições tão
diversas que o gênero humano criou e sem cessar continua a criar. E a Igreja declara querer ajudar e
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 44
promover todas essas instituições, à medida que isso dela dependa e seja compatível com a sua própria
missão. Ela nada deseja mais ardentemente do que, servindo o bem de todos, poder
desenvolver-se livremente sob qualquer regime que reconheça os direitos fundamentais da
pessoa e da família e os imperativos do bem comum.
A AJUDA QUE A IGREJA QUER OFERECER À ATIVIDADE HUMANA ATRAVÉS DOS CRISTÃOS
43. O Concílio exorta os cristãos, cidadãos de ambas as cidades, a que procurem cumprir
fielmente os seus deveres terrenos, guiados pelo espírito do Evangelho. Afastam-se da verdade
os que, sabendo que não temos aqui na terra uma cidade permanente, mas que vamos em demanda da
futura,13 pensam que podem por isso descuidar os seus deveres terrenos, sem atenderem a que a
própria fé os obriga ainda mais a cumpri-los, segundo a vocação própria de cada um.14 Mas não menos
erram os que, pelo contrário, opinam poder entregar-se às ocupações terrenas, como se estas fossem
inteiramente alheias à vida religiosa, a qual pensam consistir apenas no cumprimento dos atos de culto e
de certos deveres morais. Este divórcio entre a fé que professam e o comportamento cotidiano
de muitos deve ser contado entre os mais graves erros do nosso tempo. Já no Antigo
Testamento os profetas denunciam este escândalo;15 no Novo, Cristo ameaçou-o ainda mais
veementemente com graves castigos.16 Não se oponham, pois, infundadamente, as atividades
profissionais e sociais, por um lado, e a vida religiosa, por outro. O cristão que descuida os seus
deveres temporais, falta aos seus deveres para com o próximo e até para com o próprio
Deus, e põe em risco a sua salvação eterna. A exemplo de Cristo que exerceu as tarefas de
operário, alegram-se antes os cristãos por poderem exercer todas as suas atividades
terrenas unindo numa síntese vital todos os seus esforços humanos, domésticos,
profissionais, científicos ou técnicos com os valores religiosos, sob os quais tudo se ordena
para a glória de Deus.
As tarefas e atividades seculares competem como próprias, embora não exclusivamente, aos
leigos. Por esta razão, sempre que, sós ou associados, atuam como cidadãos do mundo, não só devem
respeitar as leis próprias de cada domínio, mas procurarão alcançar neles uma real competência.
Cooperarão de boa vontade com os homens que prosseguem os mesmos fins. Reconhecendo quais são
as exigências da fé, e por ela robustecidos, não hesitem, quando for oportuno, em idear novas
iniciativas e levá-las a realização. Compete à sua consciência, previamente bem formada,
imprimir a lei divina na vida da cidade terrestre. Dos sacerdotes, esperam os leigos a luz e força
espiritual. Mas não pensem que os seus pastores estão sempre de tal modo preparados que tenham uma
solução pronta, para qualquer questão, mesmo grave, que surja, ou que tal é a sua missão. Antes,
esclarecidos pela sabedoria cristã, e atendendo à doutrina do Magistério,17 assumam por si mesmos
as próprias responsabilidades.
Muitas vezes, a concepção cristã da vida incliná-los-á para determinada solução, em certas circunstâncias
concretas. Outros fiéis, porém, com não menos sinceridade, pensarão diferentemente acerca do mesmo
assunto, como tantas vezes acontece, e legitimamente. Embora, as soluções propostas por uma e outra
parte, ainda que independentemente da sua intenção, sejam por muitos facilmente vinculadas à
mensagem evangélica, devem, no entanto, lembrar-se de que a ninguém é permitido, em tais casos,
invocar exclusivamente em favor da própria opinião a autoridade da Igreja. Mas procurem sempre
esclarecer-se mutuamente, num diálogo sincero, salvaguardando a caridade recíproca e atentos, antes
de tudo, ao bem comum.
Os leigos, que devem tomar parte ativa em toda a vida da Igreja, não devem apenas
impregnar o mundo com o espírito cristão, mas são também chamados a serem testemunhas
de Cristo, em todas as circunstâncias, no seio da comunidade humana.
Ainda que a Igreja, pela virtude do Espírito Santo, se tenha mantido esposa fiel do seu Senhor e nunca
tenha deixado de ser um sinal de salvação no mundo, no entanto, ela não ignora que entre os seus
membros,20 clérigos ou leigos, não faltaram, no decurso de tantos séculos, alguns que foram infiéis ao
Espírito de Deus. E também nos nossos dias, a Igreja não deixa de ver quanta distância separa
a mensagem por ela proclamada e a humana fraqueza daqueles a quem foi confiado o
Evangelho. Seja qual for o juízo da história acerca destas deficiências, devemos delas ter
consciência e combatê-las com vigor, para que não sejam obstáculo à difusão do Evangelho.
Também sabe a Igreja quanto deve aprender, com a experiência dos séculos, no que se refere ao
desenvolvimento das suas relações com o mundo. Conduzida pelo Espírito Santo, a Igreja Mãe “exorta
sem cessar os seus filhos a que se purifiquem e renovem, para que o sinal de Cristo brilhe mais
claramente no rosto da Igreja”.21
44. Do mesmo modo que é do interesse do mundo que ele reconheça a Igreja como
realidade social da história e seu fermento, assim também a Igreja, por sua vez, não ignora
quanto recebeu da história e da evolução do gênero humano.
A experiência dos séculos passados, os progressos científicos, os tesouros encerrados nas várias formas
de cultura humana, que manifestam mais plenamente a natureza do homem e abrem novos caminhos
para a verdade, aproveitam igualmente à Igreja. Ela aprendeu, desde os começos da sua história, a
formular a mensagem de Cristo por meio dos conceitos e línguas dos diversos povos, e procurou ilustrá-
la com o saber filosófico. Tudo isto com o fim de adaptar o Evangelho à capacidade de compreensão de
todos e às exigências dos sábios. Esta maneira adaptada de pregar a palavra revelada deve permanecer
a lei de toda a evangelização. Deste modo, com efeito, suscita-se em cada nação a possibilidade de
exprimir a mensagem de Cristo segundo a sua maneira própria, ao mesmo tempo que se fomenta um
intercâmbio vivo entre a Igreja e as diversas culturas dos diferentes povos.22 Para aumentar este
intercâmbio, necessita especialmente a Igreja, sobretudo hoje, em que tudo muda tão rapidamente e os
modos de pensar variam tanto, daqueles crentes ou não-crentes que, vivendo no mundo, conhecem bem
o espírito e conteúdo das várias instituições e disciplinas.
É dever de todo o povo de Deus e sobretudo dos pastores e teólogos, com a ajuda do Espírito
Santo, saber ouvir, discernir e interpretar as várias linguagens do nosso tempo, e julgá-las à
luz da palavra de Deus, de modo que a Verdade revelada possa ser cada vez mais
intimamente percebida, melhor compreendida e apresentada de um modo mais conveniente.
Como a Igreja tem uma estrutura social visível, sinal da sua unidade em Cristo, pode também ser
enriquecida, e de fato o é, com a evolução da vida social. Não porque falte algo na constituição que
Cristo lhe deu, mas para mais profundamente conhecê-la, melhor exprimi-la e mais convenientemente
adaptá-la aos nossos tempos. Ela verifica com gratidão que, tanto no seu conjunto como em cada um
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 46
dos seus filhos, recebe variadas ajudas dos homens de toda classe e condição. Na realidade, todos os
que de acordo com a vontade de Deus promovem a comunidade humana no plano familiar, cultural, da
vida econômica e social e também política, seja nacional ou internacional, prestam não pequena ajuda à
comunidade eclesial, à medida que esta depende de fatores externos. Mais ainda, a Igreja reconhece
que muito aproveitou e pode aproveitar da própria oposição daqueles que a hostilizam e perseguem.23
45. Ao ajudar o mundo e recebendo dele ao mesmo tempo muitas coisas, o único fim da Igreja é o
advento do Reino de Deus e o estabelecimento da salvação de todo o gênero humano. E todo o bem que
o povo de Deus pode prestar à família dos homens durante o tempo da sua peregrinação terrena deriva
do fato que a Igreja é “o sacramento universal da salvação”,24 manifestando e atuando simultaneamente
o mistério do amor de Deus pelos homens.
Com efeito, o próprio Verbo de Deus, por quem tudo foi feito, fez-se homem, para, homem
perfeito, a todos salvar e tudo recapitular. O Senhor é o fim da história humana, o ponto
para o qual tendem as aspirações da história e da civilização, o centro do gênero humano, a
alegria de todos os corações e a plenitude das suas aspirações.25 Foi ele que o Pai
ressuscitou dos mortos, exaltou e colocou à sua direita, estabelecendo-o juiz dos vivos e dos
mortos. Vivificados e reunidos no seu Espírito, caminhamos em direção à consumação da
história humana, a qual corresponde plenamente ao seu desígnio de amor: “recapitular
todas as coisas em Cristo, tanto as do céu como as da terra” (Ef 1,10).
O próprio Senhor o diz: “Eis que venho em breve, trazendo comigo a minha recompensa, para dar a
cada um segundo as suas obras. Eu sou o alfa e o ômega, o primeiro e o último, o começo e o fim” (Ap
22,12-13).
CONCLUSÃO
91. Tudo o que, tirado dos tesouros da doutrina da Igreja, é proposto por este sagrado
Concílio, pretende ajudar todos os homens do nosso tempo, quer creiam em Deus, quer não
o conheçam explicitamente, a que, conhecendo mais claramente a sua vocação integral,
tornem o mundo mais conforme à sublime dignidade do homem, aspirem a uma fraternidade
universal mais profundamente fundada e, impelidos pelo amor, correspondam com um
esforço generoso e comum às urgentes exigências da nossa era.
92. Em virtude da sua missão de iluminar o mundo inteiro com a mensagem de Cristo e de reunir em
um só Espírito todos os homens, de qualquer nação, raça ou cultura, a Igreja constitui um sinal daquela
fraternidade que torna possível e fortalece o diálogo sincero.
Abraçamos também em espírito os irmãos que ainda não vivem em plena comunhão conosco, e suas
comunidades, com os quais estamos unidos na confissão do Pai, do Filho e do Espírito Santo e pelo
vínculo da caridade, lembrados de que a unidade dos cristãos é hoje esperada e desejada também por
muitos que não crêem em Cristo. Com efeito, quanto mais esta unidade progredir na verdade e na
caridade, pela poderosa ação do Espírito Santo, tanto mais será para o mundo um presságio de unidade
e de paz. Unamos, pois, as nossas forças e, cada dia mais fiéis ao Evangelho, procuremos, por
modos cada vez mais eficazes, alcançar este fim tão alto, cooperar fraternalmente no
serviço da família humana, chamada, em Jesus Cristo, a tornar-se a família dos filhos de
Deus.
Voltamos também o nosso pensamento para todos os que reconhecem Deus e guardam nas suas
tradições preciosos elementos religiosos e humanos, desejando que um diálogo franco nos leve a todos a
receber com fidelidade os impulsos do Espírito e segui-los com ardor.
Por nossa parte, o desejo de tal diálogo guiado apenas pelo amor pela verdade e com a necessária
prudência, não exclui ninguém; nem aqueles que cultivam os altos valores do espírito humano, sem
ainda conhecerem o seu Autor; nem aqueles que se opõem à Igreja, e de várias maneiras a perseguem.
Como Deus Pai é o princípio e o fim de todos eles, todos somos chamados a sermos irmãos. Por isso,
chamados com esta mesma vocação humana e divina, podemos e devemos cooperar pacificamente, sem
violência nem engano, na edificação do mundo na paz verdadeira.
93. Lembrados da palavra do Senhor “nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos, se vos
amardes uns aos outros” (Jo 13,35), os cristãos nada podem desejar mais ardentemente do que servir
sempre com maior generosidade e eficácia os homens do mundo de hoje. E assim, fiéis ao Evangelho e
graças à sua força, unidos a quantos amam e promovem a justiça, têm a realizar aqui na terra uma obra
imensa, da qual prestarão contas àquele que a todos julgará no último dia. Nem todos os que dizem
“Senhor, Senhor” entrarão no reino dos céus, mas aqueles que cumprem a vontade do Pai e
põem seriamente mãos à obra. Ora a vontade do Pai é que reconheçamos e amemos
efetivamente em todos os homens a Cristo, por palavra e obras, dando assim testemunho da
verdade e comunicando aos outros o mistério do amor do Pai celeste. Deste modo, em toda
a terra, os homens serão estimulados à esperança viva, dom do Espírito Santo, para que
finalmente sejam recebidos na paz e felicidade infinitas, na pátria que refulge com a glória
do Senhor.
“Àquele, cujo poder, agindo em nós, é capaz de fazer muito além, infinitamente além de tudo o que nós
podemos pedir ou conceber, a ele seja a glória na Igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações dos
séculos dos séculos! Amém” (Ef 3,20-21).
TEMA
Pela Igreja e com a Igreja, evangelizar!
OBJETIVO
Ousar no empenho no anúncio do Evangelho aos homens do nosso tempo, prestando este serviço a toda
comunidade humana.
MATERIAL
Anexo EVANGELII NUNTIANDI (1975)
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Pregação ao vivo
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Faça a introdução da pregação de hoje relembrando o objetivo do bloco: Unir-se à missão da Igreja,
respondendo à nossa “vocação de construtores responsáveis da sociedade terrena” (João Paulo II),
segundo a sua doutrina social.
• Peça que cada um possa responder em seu caderno de formação: O que é para mim, evangelizar?
Quais os maiores desafios da evangelização hoje? Tenho medo de evangelizar, por quê?
• Peça que eles guardem as respostas para uma partilha final e prossiga a pregação iluminada pela
exortação apostólica Evangelii Nuntiandi de Paulo VI. Você pode tomar como roteiro as reflexões do
Santo Padre no Anexo EVANGELII NUNTIANDI (1975).
• Finalize o ensino, pedindo que eles possam escutar de Deus uma ação concreta de evangelização;
que eles possam realizar ainda na próxima semana e anotar este compromisso.
• Na semana seguinte as ovelhas precisarão da Encíclica “Evangelium Vitae” que será o conteúdo de
um grupo de estudos orientado ao final do próximo grupo. O pastor precisa ver como poderá
disponibilizar isto para as ovelhas, seja orientando para ser comprado ou disponibilizando por e-mail
ou impresso. O arquivo pode ser encontrado no site do vaticano (www.vatican.va)
1. Evocando este documento Bento XVI se dirigindo aos bispos, recordou que "a Igreja existe para
evangelizar".
2. Pede para «levar a cabo uma extensa e incisiva ação de evangelização», mas que também não deve
consistir «somente em transmitir ou ensinar uma doutrina, mas em anunciar Cristo, o mistério de sua
Pessoa e seu amor».
3. O Pontífice lhes recordou a Evangelii nuntiandi de Paulo VI, explicando que evangelizar «é, antes de
tudo, dar testemunho, de uma maneira simples e direta, de Deus revelado por Jesus Cristo mediante
o Espírito Santo».
4. «É preciso ter sempre muito presente que a primeira forma de evangelização é o testemunho da
própria vida. A santidade de vida é um dom precioso que podeis oferecer a vossas comunidades no
caminho da verdadeira renovação da Igreja.»
5. Bento XVI afirmou que hoje, «mais que nunca» a santidade «é uma exigência de perene atualidade,
já que o homem de nosso tempo sente necessidade urgente do testemunho claro e atraente de uma
vida coerente e exemplar».
6. «O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres ou
então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas».[ Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 41]
7. «Nada há de mais belo que conhecer e comunicar aos outros a amizade com Ele», acrescentou.
8. Este anúncio «nítido e explícito de Cristo como Salvador dos homens», acrescentou o Papa, «insere-
se nessa busca apaixonante da verdade, da beleza e do bem que caracteriza o ser humano».
9. O desejo de anunciar o Evangelho nasce de um coração enamorado por Jesus, que anela
ardentemente que mais pessoas possam receber o convite e participar no banquete das Bodas do
Filho de Deus (cf. Mt 22,8-10).
10. Os homens poderão salvar-se por outras vias, graças à misericórdia de Deus, se não lhes anunciar o
Evangelho; mas poderei eu salvar-me se por negligência, medo, vergonha ou por seguir idéias falsas,
deixar de o anunciar?
11. Este anúncio também «não deve ser imposto», mas deve brotar «de um triplo amor: à Palavra de
Deus, à Igreja e ao mundo».
12. Por vezes deparamos com esta objeção: impor uma verdade, ainda que seja a verdade do
Evangelho, impor uma via, ainda que seja a salvação, não pode ser senão uma violência à liberdade
religiosa. Apraz-me transcrever a reposta pertinente e elucidativa que lhe deu o Papa Paulo VI: "É
claro que seria certamente um erro impor qualquer coisa à consciência dos nossos irmãos. Mas
propor a essa consciência a verdade evangélica e a salvação em Jesus Cristo, com absoluta clareza e
com todo o respeito pelas opções livres que essa consciência fará - e isso, sem pressões coercitivas,
sem persuasões desonestas e sem aliciá-la com estímulos menos retos - longe de ser um atentado à
liberdade religiosa, é uma homenagem a essa liberdade, à qual é proporcionado o escolher uma via
que mesmo os não crentes reputam nobre e exaltante. (...) Esta maneira respeitosa de propor Cristo
e o seu Reino, mais do que um direito, é um dever do evangelizador. E é também um direito dos
homens seus irmãos receber dele o anúncio da Boa Nova da salvação" (Exort. ap. Evangelii
nuntiandi, 80).
13. Por outro lado, sublinhou o Papa, é importante o reconhecimento do papel que os leigos estão
chamados a desempenhar nesta tarefa: eles «devem ser cada vez mais conscientes de sua vocação,
como membros vivos da Igreja e autênticos discípulos e missionários de Cristo em todas as coisas».
14. «Quantos benefícios cabe esperar, também para a sociedade civil, do ressurgir de um laicado
maduro, que busque a santidade em seus afazeres temporais, em plena comunhão com seus
pastores, e firme em sua vocação apostólica de ser fermento evangélico no mundo»,
acrescentou. Todos vós, prezados fiéis leigos que trabalhais nos diversos âmbitos da sociedade, sois
chamados a participar na difusão do Evangelho de maneira cada vez mais relevante. Assim, abre-se
diante de vós um areópago complexo e multifacetado a ser evangelizado: o mundo. Dai testemunho
com a vossa própria vida, do fato de que os cristãos "pertencem a uma sociedade nova, rumo à qual
caminham e que, na sua peregrinação, é antecipada" (Spe salvi, 4).
TEMA
Pelo homem: primeira e fundamental via da Igreja
OBJETIVO
Atuar junto aos problemas humanos contemporâneos, propondo a evangelização numa compreensão
mais profunda da pessoa humana.
MATERIAL
Anexo DIMENSÃO HUMANA DA REDENÇÃO - REDEMPTOR HOMINIS (roteiro para o pregador)
Anexo O HOMEM REMIDO E A SUA SITUAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO (roteiro para o pregador)
DVD “DIMENSÃO HUMANA DA REDENÇÃO”
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Exibição do DVD
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
- A encíclica (REDEMPTOR HOMINIS) vai mostrar que «o homem permanece incompreensível para si
mesmo se não encontra Cristo».
- Neste importante documento eclesial, o Pontífice começou a exortar os católicos a que se preparassem
para a celebração do jubileu do ano 2000, chamando aqueles anos precedentes de um «novo advento».
- O Papa mostrou assim que em Cristo, como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, encontra-se a base
da dignidade humana, da liberdade – que deve ser custodiada pela Igreja – e da defesa aos direitos
humanos.
• Dada essa introdução, explique que não veremos todo o documento, mas somente o parágrafo 10
que fala da dimensão humana do mistério da redenção e da terceira parte os parágrafos 13 e 14.
• Dê início à exibição do DVD “Dimensão humana da redenção” e estimule uma partilha breve.
• Terminada a exibição do DVD, já prepare o grupo para a dinâmica da próxima semana, que será
também um meio de suscitar o protagonismo na comunhão com a Igreja (leia as orientações da 12ª
semana).
• Tendo em conta o tempo que você vai precisar para explicar a atividade da próxima semana, seja
pratico e breve na aplicação das atividades de hoje.
• Veja com o Coordenador Apostólico/cood. do pastoreio os slides que serão usados na próxima
semana no grupo de oração; (ver a orientação da semana seguinte)
• Programe-se para organizar um projetor/TV para apresentação dos Slides da Semana seguinte;
“10. O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e
a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor,
se o não experimenta e se o não torna algo seu próprio, se nele não participa vivamente. E por isto
precisamente Cristo Redentor, como já foi dito acima, revela plenamente o homem ao próprio homem.
Ela estabelece também o lugar do mesmo Jesus Cristo - se assim se pode dizer - o seu particular
direito de cidadania na história do homem e da humanidade. A Igreja, que não cessa de contemplar o
conjunto do mistério de Cristo, sabe com toda a certeza da fé, que a redenção que se realizou por meio
da Cruz, restituiu definitivamente ao homem a dignidade e o sentido da sua existência no mundo,
sentido que ele havia perdido em considerável medida por causa do pecado. E por isso redenção
realizou-se no mistério pascal, que, através da cruz e da morte, conduz à ressurreição.
Simultaneamente, toca-se também a esfera mais profunda do homem, a esfera - queremos dizer
- dos corações humanos, das consciências humanas e das vicissitudes humanas."
Jesus Cristo é a via principal da Igreja. Ele mesmo é a nossa via para « a casa do Pai » (88) e é
também a via para cada homem. Por esta via que leva de Cristo ao homem, por esta via na qual Cristo
se une a cada homem, a Igreja não pode ser entravada por ninguém. Isso é exigência do bem temporal
e do bem eterno do mesmo homem. Por respeito a Cristo e em razão daquele mistério que a vida da
mesma Igreja constitui, esta não pode permanecer insensível a tudo aquilo que serve o verdadeiro bem
do homem, assim como não pode permanecer indiferente àquilo que o ameaça. O II Concílio do
Vaticano, em diversas passagens dos seus documentos, deixou bem expressa esta fundamental
solicitude da Igreja, a fim de que « a vida no mundo /seja/ mais conforme com a dignidade sublime de
homem », (89) em todos os seus aspectos, e por tornar essa vida « cada vez mais humana ». (90) Esta
é a solicitude do próprio Cristo, o Bom Pastor de todos os homens. Em nome de uma tal solicitude,
conforme lemos na Constituição pastoral do Concílio, « a Igreja que, em razão da sua missão e
competência, de modo algum se confunde com a comunidade política nem está ligada a qualquer
sistema político determinado, é ao mesmo tempo o sinal e a salvaguarda do caráter transcendente da
pessoa humana ». (91)
Aqui, portanto, trata-se do homem em toda a sua verdade, com a sua plena dimensão. Não se
trata do homem « abstrato », mas sim real: do homem « concreto », « histórico ». Trata-se de « cada »
homem, porque todos e cada um foram compreendidos no mistério da Redenção, e com todos e cada
um Cristo se uniu, para sempre, através deste mistério. Todo o homem vem ao mundo concebido no
seio materno e nasce da própria mãe, e é precisamente por motivo do mistério da Redenção que ele é
confiado à solicitude da Igreja. Tal solicitude diz respeito ao homem todo, inteiro, e está centrada sobre
ele de modo absolutamente particular. O objeto destes cuidados da Igreja é o homem na sua única e
singular realidade humana, na qual permanece intacta a imagem e semelhança com o próprio Deus. (92)
O Concílio indica isto precisamente, quando, ao falar de tal semelhança recorda que o homem é « a
única criatura sobre a terra a ser querida por Deus por si mesma ». (93) O homem tal como foi «
querido » por Deus, como por Ele foi eternamente « escolhido », chamado e destinado à graça e à
glória, este homem assim é exatamente « todo e qualquer » homem, o homem « o mais concreto », « o
mais real »; este homem, depois, é o homem em toda a plenitude do mistério de que se tornou
participante em Jesus Cristo, mistério de que se tornou participante cada um dos quatro bilhões de
homens que vivem sobre o nosso planeta, desde o momento em que é concebido sob o coração da
própria mãe.
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 54
14. Todas as vias da Igreja levam ao homem
A Igreja não pode abandonar o homem, cuja « sorte », ou seja, a escolha, o chamamento, o
nascimento e a morte, a salvação ou a perdição, estão de maneira tão íntima e indissolúvel unidos a
Cristo. E trata-se aqui precisamente de todos e cada um dos homens sobre este planeta, nesta terra que
o Criador deu ao primeiro homem, dizendo ao mesmo tempo ao homem e à mulher: « submetei-a (a
terra) e dominai-a ». (94) Cada homem, pois, em toda a sua singular realidade do ser e do agir, da
inteligência e da vontade, da consciência e do coração. O homem nessa sua singular realidade (porque é
« pessoa ») tem uma própria história da sua vida e, sobretudo, uma própria história da sua alma. O
homem que, segundo a interior abertura do seu espírito, e conjuntamente a tantas e tão diversas
necessidades do seu corpo e da sua existência temporal, escreve esta sua história pessoal, fá-lo através
de numerosos ligames, contactos, situações e estruturas sociais, que o unem a outros homens; e faz isso
a partir do primeiro momento da sua existência sobre a terra, desde o momento da sua concepção e do
seu nascimento. O homem, na plena verdade da sua existência, do seu ser pessoal e, ao mesmo tempo,
do seu ser comunitário e social — no âmbito da própria família, no âmbito de sociedades e de contextos
bem diversos, no âmbito da própria nação, ou povo (e, talvez, ainda somente do clã ou da tribo), enfim
no âmbito de toda a humanidade — este homem é o primeiro caminho que a Igreja deve percorrer no
cumprimento da sua missão: ele é a primeira e fundamental via da Igreja, via traçada pelo próprio Cristo
e via que imutavelmente conduz através do mistério da Encarnação e da Redenção.
Este homem assim precisamente, em toda a verdade da sua vida, com a sua consciência, com a
sua contínua inclinação para o pecado e, ao mesmo tempo, com a sua contínua aspiração pela verdade,
pelo bem, pelo belo, pela justiça e pelo amor, precisamente um tal homem tinha diante dos olhos o II
Concílio do Vaticano, quando, ao delinear a sua situação no mundo contemporâneo, se transferia sempre
das componentes externas desta situação para a verdade imanente da humanidade: « É no íntimo do
homem precisamente que muitos elementos se combatem entre si. Enquanto, por uma parte, ele se
experimenta, como criatura que é, multiplamente limitado, por outra, sente-se ilimitado nos seus desejos
e chamado a uma vida superior. Atraído por muitas solicitações, vê-se obrigado a escolher entre elas e a
renunciar a algumas. Mais ainda, fraco e pecador, faz muitas vezes aquilo que não quer e não realiza o
que desejaria fazer. Sofre assim em si mesmo a divisão, da qual tantas e tão graves discórdias se
originam para a sociedade ». (95)
É este homem assim que é a via da Igreja; via que se encontra, de certo modo, na base de todas
aquelas vias pelas quais a Igreja deve caminhar: porque o homem — todos e cada um dos homens, sem
exceção alguma — foi remido por Cristo; e porque com o homem — cada homem, sem exceção alguma
— Cristo de algum modo se uniu, mesmo quando tal homem disso não se acha consciente: « Cristo,
morto e ressuscitado por todos os homens, a estes — a todos e a cada um dos homens — oferece
sempre... a luz e a força para poderem corresponder à sua altíssima vocação ». (96)
Sendo, portanto, o homem a via da Igreja, via da sua vida e experiência quotidianas, da sua
missão e atividade, a Igreja do nosso tempo tem de estar, de maneira sempre renovada, bem ciente da
« situação » de tal homem. E mais: a Igreja deve estar bem ciente das suas possibilidades, que tomam
sempre nova orientação e assim se manifestam; ela tem de estar bem ciente, ao mesmo tempo ainda,
das ameaças que se apresentam contra o homem. Ela deve estar cônscia, além disso, de tudo aquilo que
parece ser contrário ao esforço para que « a vida humana se torne cada vez mais humana » 97 e para
que tudo aquilo que compõe esta mesma vida corresponda à verdadeira dignidade do homem. Numa
palavra, a Igreja deve estar bem cônscia de tudo aquilo que é contrário a um tal processo de nobilitação
da vida humana.
TEMA
Com a Igreja e pela Igreja, anunciar e servir o Evangelho da vida
OBJETIVO
Defender a inviolabilidade da vida humana (família, pobres, enfermos, etc.) e sua inquestionável
dignidade qualquer que seja sua condição.
MATERIAL
Encíclica Evangelium Vitae
Apresentação das pesquisas feitas pelos grupos da semana anterior
Slides Madre Teresa de Calcutá
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Dinâmica em grupos
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
IMPORTANTE!
• Para o ensino dessa semana usaremos uma dinâmica de estudo em grupos fora do horário do grupo.
Para isso é necessário já dividir os grupos na semana anterior e explicar que cada grupo terá 15
minutos para a apresentação.
Grupo I: Introdução e o capítulo 1 que fala das atuais ameaças à vida humana;
Grupo IV: Capítulo 4, por uma nova cultura da vida humana e a conclusão.
• A base do estudo é a Encíclica, mas eles também podem enriquecer com pesquisas relacionadas com
o tema.
• Os grupos devem passar o conteúdo de maneira criativa, podendo usar slides, vídeos, reportagens,
etc.
• O Santo Padre, citando a encíclica Evangelium Vitae, de João Paulo II, diz "somos chamados mais
que nunca a ser 'povo da vida' com a oração e com o compromisso". Introduza a apresentação das
pesquisas com este espírito.
• Finalize o ensino, com a apresentação dos slides com as frases de Madre Teresa que representam
bem aquilo que desejamos gerar com essas formações.
O slides estão disponíveis no Conexão Shalom na área restrita aos Coordenadores Apostólicos e
Responsáveis Locais.
TEMA
A caridade na verdade
OBJETIVO
Anunciar a verdade do amor de Cristo na sociedade, fazendo brilhar a beleza do Evangelho, levando a
resplandecer, por meio da Doutrina Social, a verdade do amor de Deus por cada homem.
MATERIAL
Anexo MUDANÇA DE PARADIGMA NA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
Anexo ECONOMISTA JEAN-YVES NAUDET ANALISA ENCÍCLICA CÁRITAS IN VERITATE
Anexo DESENVOLVIMENTO DA HUMANIDADE INTEIRA
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Dinâmica em grupos
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Faremos uma dinâmica de estudo de texto em três grupos. Se o grupo for grande, pode se dividir em
seis, cada dois grupos com o mesmo tema.
• Que se eleja no grupo alguém para apresentar um resumo do que foi lido e partilhado. Se deve levar
em consideração que os outros grupos não leram a mesma coisa, procurando passar de forma
resumida e clara o conteúdo.
• Cada grupo terá meia hora para a leitura e debate e cinco minutos para a exposição no plenário.
• Finalize o momento de plenário incentivando à leitura da encíclica. A conclusão desta abre-se assim
com uma afirmação contundente, que representa a instância central do magistério de Bento XVI:
“Sem Deus, o homem não sabe para onde ir, e não é capaz nem sequer de compreender quem é”.
Bento XVI
Bento XVI já no seu primeiro texto doutrinal a Encíclica “Deus é amor” tinha dado originais e
profundos temas para o empenho da Igreja para a salvaguarda e garantia da dignidade do homem. Ele
excluiu que tarefa da Igreja seria aquela de fazer valer um ensinamento político. O Papa lhe desconhece
uma identidade política e releva como seu dever central aquele da evangelização, seguindo também aqui
as pegadas do seu predecessor. Um anúncio com toda clareza da salvação do homem não pode
prescindir do Evangelho. O anúncio da morte e ressurreição de Cristo, que constitui a missão de fundo
da Igreja, é de grande relevo também para a vida social.
A doutrina social da Igreja por conseqüência não representa uma “terceira via”; ela não reivindica
algum programa político a realizar para chegar a uma sociedade perfeita. “A sociedade justa não pode
ser obra da Igreja, mas deve ser realizada pela política. Todavia o empenhar-se pela justiça trabalhando
pela abertura da inteligência e da vontade às exigências do bem a interessa profundamente” (DCE, 28a).
Quem entendesse a Igreja de outra maneira correria paradoxalmente o risco de encorajar uma
“teocracia”, na qual os princípios de fé se tornariam inevitavelmente princípios ordenadores da vida social
Ressonância
À publicação da encíclica social do Papa Bento XVI seguiram as costumeiras expressões de
descontentamento e irritação. Sobretudo ao norte dos Alpes as tomadas de posições papais são
pontualmente pretexto para manifestações críticas. Assim por exemplo a “Süddeutsche Zeitung” de 8 de
julho de 2009 escreveu que “estamos em presença de uma mistura infusa de coisas já ditas”. As
perfídias de outros jornais europeus nem merecem de ser aqui reportadas. Tais sujeitos da pena veloz
redigem as suas páginas sem ter uma visão de conjunto e sem raciocinar. Como poderiam portanto
individuar naquele texto o fio condutor do progresso intelectual da doutrina social da Igreja? Quem ao
invés conhece a fundo a matéria ali reconhece o prosseguimento e a conclusão de um importante
processo: o vínculo de elementos da filosofia natural com dados da Revelação. E em tal progresso
intelectual reconhece também uma feliz aproximação da doutrina social católica à ética social
protestante.
Aplauso inesperado à encíclica chegou ao invés de toda uma outra fronte. Seguramente ninguém
poderá suspeitar o “New York Times: de servilismo ou rufianismo nos confrontos da Igreja Católica.
Repetidos e pontuais ataques contra o Papa e os bispos católicos deixam supor antes animosidade e
adversidade. Contudo o NYT reagiu à encíclica com um comentário extremamente positivo, publicado em
13 de julho de 2009 na primeira página: “Seja para os liberais que para os conservadores a Caritas in
veritate representa um convite à reflexão a respeito das próprias alianças papeis tornassol. Por que ser
pela proteção do ambiente deveria excluir a priori a proteção do embrião? Por que os republicanos não
deveriam denunciar injustiças econômicas? Por que os democratas não deveriam contemplar maiores
poderes para instituições e estados? A oposição à guerra no Iraque implica talvez que tudo é permitido
no que concerne aos programas de bioética? Apoiar o livre mercado requer talvez ser pela pena de
morte? Estas perguntas, e muitas outras semelhantes, são daquele gênero que a eleitores e políticos em
um sistema político sadio seria consentido explorar. Por ora, porém, vemos que a pô-las é antes o
Vaticano de Bento XVI que não Washington e Barack Obama”.
O claro teocentrismo com o qual o Papa Bento formula as próprias indicações à doutrina social
até agora conheceu escassa atenção; os mesmos estudiosos de ética social católicos demonstraram
pouco interesse pela abertura das suas argumentações à Revelação divina e às suas instâncias. Vemos
porém também que políticos, sociedade e opinião pública não ficaram nada incomodados com a
centralização da existência humana e do ensinamento eclesial sobre a fé. A Igreja é novamente aceita
baseando a sua mensagem sobre real e vinculante fundamento da revelação. Não parece mais forçada a
negar na sua luta pela justiça o Pai de Jesus Cristo como fonte de salvação que transcende a terra.
Um “salto qualitativo”
Gaudium et spes, João Paulo II e Bento XVI indicaram à doutrina social da Igreja o caminho para
a realidade pós moderna. Eles postulam uma correlação entre razão e fé6. Tal relação no caso do atual
papa é individuada a partir de algumas suas primeiras indagações teológicas7. A mudança de direção
paradigmática se cumpre na inequívoca colocação dos enunciados doutrinais na luz da fé. Às declarações
eclesiais em mérito a problemáticas sociais não podem ser lidas ou pronunciadas prescindindo da palavra
salvífica de Deus. Elas se completam somente à luz da Revelação e nesta luz são interpretadas.
Contemporaneamente a luz da Revelação ilumina os aspectos naturalísticos. Ela doa maior realismo às
esperanças terrenas porquanto diz respeito às mudanças sociais desejadas. A consciente aproximação da
6
Cfr. in mérito Caritas in veritate n. 31.
7
Com espírito agudo analisa por exemplo a relação recíproca em “Die Bedeutung religiöser und sitlicher Werte in der pluralistichen Gesellschaft”, in
Wahrheit,Werte, Macht, Friburgo 1993, 63 ss. Também em Deus caritas est, nº 28, afronta novamente o argumento de maneira aprofundada. Segundo a sua
interpretação, entre as duas formas de percepção da verdade não existe uma alternativa; daí deriva que a doutrina social iluminada pela fé não pode renunciar
aos ensinamentos da filosofia natural.
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 61
doutrina social e mensagem bíblica esclarece que o ser humano não será mais percebido qual mero
objeto, mas qual portador de um futuro melhor. E qualquer progresso humano poderá originar
unicamente de uma humanidade mais humana. O singular indivíduo porém necessita não somente de
projetos melhores e maiores possibilidades; necessita também da salvação e santificação na Igreja.
Teocentrismo vivido
Assim nós hoje não poderemos limitar-nos a uma perspectiva extrínseca no ocuparmos da
doutrina social – interessando-nos somente da questão sobre a sua atualidade. Perguntando-nos se ela
aborde temas políticos e econômicos atuais; se oferece realmente respostas à miséria do mundo; se ela
tenha tendências de esquerda ou de direita. Assim fazendo praticaremos um acadêmico “l’art pour l’art”.
E poderemos estar certos do desprezo do filósofo dinamarquês Sören Kierkegaard, que apostrofou os
discursadores de salão como “existências estéticas”. Assim ele definiu aqueles intelectuais que não
aplicam a verdade à própria pessoa. Com este termo condena aqueles indivíduos que por toda parte não
reconhecem senão possibilidades; que não se empenham pessoalmente em decisões e relações,
mantendo uma relação ambígua a respeito da seriedade do mundo real.
Se portanto desejamos deixar para trás a doutrina social como “l’art pour l’art”, devemos pedir-
nos qual possa ser o seu ponto de conexão existencial para nós. Quais responsabilidades nos pede de
assumirmos, aqui e agora? O olhar retrospectivo sobre o seu percurso histórico nos mostra claramente
tal ponto focal: ele diz respeito ao peso que damos a Deus na nossa vida e no nosso empenho – não
qual fator descontado, já que somos cristãos praticantes; mas movidos no centro do nosso coração pelo
Espírito Santo. Mais uma vez é o nosso papa a abrir-nos os olhos.
Por ocasião da celebração do Natal, na sua pregação ele comentou os “pastores que se apressam
do Evangelho”: “a maioria dos homens não considera prioritárias as coisas de Deus, elas não nos
perseguem de modo imediato. E assim nós, na grande maioria, estamos bem dispostos a protelar. Antes
de tudo se faz aquilo que aqui e agora parece urgente. No elenco das prioridades Deus se encontra
freqüentemente quase que no último lugar. Isto – se pensa, se poderá fazer sempre. O Evangelho nos
diz: Deus tem a máxima prioridade. Se qualquer coisa na nossa vida merece pressa sem dúvida, isto é,
então, somente a causa de Deus. (...) O tempo empregado para Deus e, a partir d’Ele, para o próximo
não é nunca tempo perdido. É o tempo no qual vivemos verdadeiramente, no qual vivemos o mesmo ser
pessoas humanas”.
–Jean-Yves Naudet: É certo que escreveram muitas coisas falsas antes da aparição da encíclica, algumas
até anunciando um novo manifesto parecido ao de Marx!
Tudo isso é ridículo, e Bento XVI se situa explicitamente na linha de todos os seus antecessores na
doutrina social, de Leão XIII a João Paulo II.
Nela se encontram todos os grandes princípios doutrinários, desde a dignidade da pessoa ao respeito à
vida, passando pela subsidiariedade e a solidariedade.
Mas, igual a seus antecessores, Bento XVI se interessa por “coisas novas”, como a globalização, a crise
financeira, o meio ambiente, o desenvolvimento.
A maior novidade é a ideia de que a questão social foi convertida em uma questão “radicalmente
antropológica”, ou seja, que afeta todos os homens. Isso é o desenvolvimento integral.
A partir de agora, a economia, a sociedade, mas também o meio ambiente, família, respeito à vida
formam parte da doutrina social da Igreja; já não se pode “dividir” a doutrina da Igreja para rejeitar uma
parte: se você quer ser fiel à doutrina social da Igreja, tem de defender a dignidade do homem e a
economia ao mesmo tempo que a vida humana. Isso se torna inseparável.
Isso já aconteceu com seus antecessores, mas agora e adiante está se unificando na doutrina social da
Igreja. Defender a vida e rejeitar a manipulação do embrião também faz parte da promoção do
desenvolvimento das populações.
–Na mensagem do Papa, a globalização é apresentada, sem dúvida, com suas forças e
fraquezas, mas a questão central se situa em torno da moral e da ética nas relações
econômicas. Como poderia se definir a ideia de mercado segundo Bento XVI?
–Naudet: Sim, essa encíclica é também uma grande lição de ética econômica, e o Papa repassa os
grandes temas econômicos (mercado, empresas produtivas, etc) para mostrar, colocando a ética no
coração da economia.
No que diz respeito ao mercado, Bento XVI explica, como João Paulo II, a utilidade, e seu caráter
essencial de permitir às pessoas trocar bens e serviços.
Mas explica que o mercado necessita de justiça comutativa, tema já presente com Tomás de Aquino
(preço justo, salário justo, igualdade nas trocas), e também justiça distributiva, porque sem ela não se
pode produzir a coesão social.
Precisa-se, pois, de um mercado com formas internas de solidariedade para criar a confiança mútua. Isso
é o que falta na crise atual.
Mas por trás do mercado existem as pessoas, e são elas que têm um comportamento moral ou imoral.
Por isso, disse o Papa, “não culpo o meio ou o instrumento, mas sim o homem, a sua consciência moral
e a sua responsabilidade pessoal e social” (§36).
–Em uma imagem muito querida pelo Papa, o mercado, o Estado e a sociedade civil formam
uma união em que a pessoa, livre e responsável, pode se expressar em termos de
–Naudet: Esta questão das relações entre mercado, Estado e sociedade civil é central. O mercado passa
pelo contrato, o Estado pelas leis justas e a sociedade civil pelo dom e gratuidade.
A sociedade civil é essencial para não fechar o homem entre o mercado e o Estado. A sociedade civil são
órgãos intermediários ou “a personalidade da sociedade”, como dizia João Paulo II.
Mas, além do elogio da sociedade civil, a maior novidade de Bento XVI é a união dessas três ordens,
tomando como objetivo o bem comum.
Quer dizer, que o dom e a gratuidade não se limitam à sociedade civil, mas também devem se
desenvolver na área do mercado e da política, para promover melhor o bem comum; e inserir nesses
dois mundos a gratuidade é inserir sal que dá sabor ao todo.
Uma pessoa pode-se comprometer de várias formas na sociedade civil, empresarial ou política, mas dom
e gratuidade dão um verdadeiro sentido a este compromisso, ao colocar no centro o amor na verdade,
que é o fio condutor da encíclica.
–Também existe uma crítica radical à ideologia tecnocrática e uma visão nova da
importância da iniciativa empresarial como compromisso pessoal a serviço da comunidade.
Poderia falar sobre esse aspecto tão particular e importante?
–Naudet: É essencial o aspecto relacionado com a ideologia tecnocrática, porque nosso mundo acredita
que tudo está permitido desde que seja eficaz. Mas isso é o oposto da ética e significa acreditar que o
fim justifica os meios.
Assim também se utilizam embriões como um simples material. Isso é puro utilitarismo e somente a ética
pode permitir tomar boas decisões: o uso da técnica em si deve ser submetida à ética.
Considerando a iniciativa empresarial, Bento XVI fala em primeiro lugar do sentido do empresário,
mostrando que sem ética a empresa está condenada, sobretudo quando está obcecada pelo curto prazo;
tudo, tudo de uma vez, a qualquer preço, esta é a causa da atual crise.
E homenageia aos empresários que tem uma análise clarividente. Mas o que é mais novo é a ideia de
que cada um de nós, cada trabalhador, é um criador, e não somente o empresário de forma estrita.
Assim, cada um deve ser tratado na empresa como se trabalhasse por conta própria, com o sentido de
responsabilidade e de autonomia necessários: questão de dignidade, mas também de eficácia.
Ao respeitar as pessoas, estas darão o melhor de si e cada um deve então ser tratado na empresa como
se fosse um verdadeiro empresário, quer dizer, um criador ao serviço dos demais.
–Em um artigo publicado em “L'Osservatore Romano”, o senhor afirma que a encíclica “abre
formidáveis pistas de reflexão” e um “verdadeiro programa de pesquisa”. A que direções e
perspectivas os católicos e pessoas de boa vontade estão chamados a olhar?
–Naudet: Cada nova leitura da encíclica abre novas pistas. Cada um deve encontrar as razões para
modificar sua vida e um caminho de conversão, também em seu comportamento econômico.
Mas para os pesquisadores, os universitários, abre-se um campo considerável para encontrar as
aplicações concretas das ideias do Papa.
Assim, esta noção de dom e de gratuidade no mundo do mercado e de política deve levar a reflexões,
além dos comportamentos individuais, a novas formas institucionais.
Da mesma forma, ao abordar a questão, aparentemente muito elegante, da responsabilidade social da
empresa, destaca que se a ética converte-se em instrumento de marketing, pode levar a seu oposto.
Ele recorda que a verdadeira ética se baseia em “dignidade inviolável da pessoa humana” e no “valor
transcendente das normas morais naturais” (§45): a partir daqui, é preciso mudar todas as nossas
concepções de gestão empresarial e trazer de volta o bom caminho da ética.
O mesmo acontece com o lucro, que é útil sim, como meio, se orientado a um fim que lhe dê sentido,
tanto no modo de adquirir como de utilizar (cf. n. 21). Para repensar o significado do lucro, é preciso
saber discernir o bom ímpeto lucrativo do lucro imoral.
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 64
Mas cada um poderá encontrar nessa encíclica as questões que afetam diretamente a si e levá-las para
sua vida.
A doutrina social é, com Bento XVI, como já destacou João Paulo II, caminho de conversão e caminho de
evangelização.
TEMA
LIVRE (tema a cargo do Pastor do Grupo)
OBJETIVO
MATERIAL
De acordo com a necessidade de recapitulação ou atualização (em submissão presente manual).
METODOLOGIA
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Essa semana está reservada para o objetivo descrito acima. Deverá ser utilizada para rever alguma
das formações anteriores ou repor alguma semana que esteja atrasada por motivos pastorais locais.
• Finalize a formação com uma oração de ação de graças ao Senhor pela Sua obra acontecida nas
nossas vidas.
COM A
COMUNIDADE
TEMA
Histórico da Fundação
OBJETIVO
Reconhecer os fundamentos do nosso carisma, os sinais da pedagogia divina e as marcas da maturidade,
não acabada, mas que Deus segue realizando entre nós.
MATERIAL
Anexo FUNDAÇÃO
Bíblia e caderno de formação.
DVD institucional da Comunidade*
METODOLOGIA
Pregação ao vivo
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• As próximas 6 semanas formam mais um bloco de formação que vão orientar e favorecer ainda mais
a vivência desse tempo: a comunhão com a Comunidade. Uma coisa muito importante que você deve
saber e comunicar ao grupo é que os temas desse bloco vão perseguir um conhecimento mais
profundo da vocação.
• Evidentemente será um aprofundamento preliminar, não esgotado, como um ponta-pé inicial que
deverá fomentar a nossa experiência de comunhão com a Comunidade. É muito importante que essa
visão seja apresentada ao seu grupo, para que o máximo empenho marque a participação de cada
um na proposta da formação.
• A formação de hoje será uma pregação sobre o Histórico 10 ANOS (escrito pelo Moysés em 1992),
publicado como Escritos, e que traz a gênese de muitos elementos da nossa espiritualidade.
• Em seguida, pregue apresentando os principais pontos do Histórico (Escritos, páginas 125 a 152)
destacados a seguir:
• Finalize o ensino abrindo exibindo o DVD Institucional da Comunidade Católica Shalom* (10 minutos)
para que as ovelhas tenham visão atual do que foi apresentado em fundação no ensino.
• Fraternidade – 5 minutos
• Oração e Louvor – 45 minutos
• Partilha sobre a oração – 10 minutos
• Formação: 30 a 40 minutos
• Exibição do Vídeo Institucional da Comunidade: 10 minutos
* O DVD com o vídeo institucional da comunidade, não está incluído no pacote dos DVD´s do Caminho
da Paz, pois ele é atualizado anualmente. Você deverá solicitá-lo ao Coord. Apostólico da sua missão que
poderá adquiri-lo no setor de vídeo. Esses vídeos, geralmente, são também disponibilizados na internet,
no site da comunidade (comshalom.org);
A seguir, uma breve orientação elaborada pela Emmir, sobre porquê e como devemos estudar o
histórico:
Por que tanto os nossos Estatutos (ECCSh 32 h) como o CIC (cân 652,2) falam do estudo do
histórico?
• Porque é através dele que nós vamos descobrir que o carisma é um dom de Deus. Uma
revelação Divina e não fruto de um projeto humano. Vamos percebendo a Divida Providência
agindo e não a previdência humana. Assim como o povo eleito, que leu na própria história sua
eleição;
• É no estudo do histórico que nós vamos descobrir a mão de Deus gerando, revelando, cada
elemento do carisma (Ex. Co-fundadora, São Francisco e Santa Teresa, o chamado a
evangelização, o Amor Esponsal, etc.).
• Ler atentamente (não estamos lendo uma história vazia, mas uma vida, uma história cheia de
sentido);
• Saber que esta é também a minha história, assim como a história do Povo de Deus é a minha
história;
• Identificar (sem perder a visão do todo) os elementos do carisma revelados na história. Tais
como: Fundador, Co-fundadora, a Espiritualidade carismática (Batismo no Espírito), a
Evangelização (anúncio de Jesus Cristo), a fecundidade apostólica, a vida de oração e intimidade
com Deus, o amor pela Igreja, a marca do "novo", a Divina Providência (não só no campo
material), a radicalidade evangélica, a vida comunitária e consagrada, São Francisco e Santa
Teresa, o Amor Esponsal, a Rainha da Paz, etc.” 8
8
Histórico 10 anos, in Regras de Vida Shalom, Edições Shalom, Fortaleza 2000, 1a edição, p. 191.
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 71
MANUAL DO PASTOR - FASE KOINONIA
16ª SEMANA
TEMA
Espiritualidade Shalom – O Ressuscitado que passou pela Cruz
OBJETIVO
Introduzir nos principais elementos da espiritualidade Shalom, apresentando a vivencia de cada um a
partir da experiência com o Ressuscitado que passou pela Cruz.
MATERIAL
Estatutos Comunidade Católica Shalom
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Pregação ao vivo
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Essa pregação deve ser dada por um membro da Comunidade após o pastor ter apresentado o tema
e o objetivo dessa formação.
• O pregador deverá pedir que todos abram no Evangelho de João, capítulo 20, versículos 19 a 28 e
apresentar essa passagem como o fundamento de tudo aquilo que é a vocação Shalom. Tudo no
carisma Shalom, nasce e se expressa a partir dessa passagem bíblica.
• A partir dos Estatutos da Comunidade Católica Shalom, ler e apresentar o Capítulo III sobre a
Espiritualidade (ECCSh 32-47), comentando os seguintes aspectos da intimidade com Deus na
vocação Shalom, à luz de Jo 20,19ss:
1. Contemplativos Na Ação
2. Palavra De Deus
3. Oração Pessoal
4. Eucaristia e Reconciliação
5. Oração Comunitária
6. Amor à Virgem Maria
7. Vida de Louvor
8. Penitencia
9. Tempos Litúrgicos
Os demais aspectos (vida fraterna e apostólica, formas de vida e conselhos evangélicos) serão abordados
separadamente nas semanas posteriores. Portanto não devem ser aprofundados nessa formação, mas
apenas citados.
• Finalize a formação buscando com eles onde se pode encontrar a experiência de contemplação,
unidade e evangelização na passagem bíblica que foi lida antes do ensino.
TEMA
Comunidade de Vida e de Aliança
OBJETIVO
Apresentar a vivência específica das duas dimensões próprias da vocação Shalom, como membros da
Comunidade.
MATERIAL
Estatutos Comunidade Católica Shalom
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Pregação ao vivo
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• A formação de hoje deve ser dada por membros da Comunidade, de preferência um de cada
dimensão (CV e CA).
• Introduza o tema e o objetivo e abra para a partilha dos irmãos da Comunidade de Vida e Aliança
convidados que devem ser previamente orientados a falar sobre os aspectos abaixo, segundo os
Estatutos da Comunidade Católica Shalom:
- Definição
- Intimidade com Deus
- Vida Comunitária
- Vida apostólica (e profissional Comunidade de Aliança)
- Obediência, pobreza e castidade
TEMA
Vida Comunitária
OBJETIVO
Aprofundar a vivencia dos principais aspectos da vida comunitária na vocação Shalom.
MATERIAL
Anexo VIDA FRATERNA – GRUPO I
Anexo VIDA FRATERNA – GRUPO II
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Dinâmica em Grupos – Apresentação de Trabalhos
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Após ter apresentado o tema e o objetivo da formação de hoje, divida as ovelhas em dois grupos
para orientá-los a pesquisar sobre a vida fraterna, os seus elementos espirituais e vivenciais.
• Ao formar os grupos dê cópias suficientes dos anexos correspondentes a cada grupo e oriente que
cada um pesquise o que lhe for indicado pelo próprio material, de acordo com as perguntas abaixo
que devem ser anotadas ou entregues tendo sido antes digitadas:
GRUPO II - Vida Fraterna CV (ECCSh 70) e Vida Fraterna CA (ECCSh 127 – 130)
• Oriente que o primeiro grupo se detenha nos aspectos espirituais e o grupo II detenha-se nos
aspectos vivenciais dessa mesma experiência.
• Finalize o ensino, com a apresentação dos grupos. Após a apresentação pode-se tirar as duvidas que
sugiram. Sugerimos que se o pastor não for da comunidade, convide previamente um irmão da
Comunidade de Vida ou Aliança para tirar essas duvidas.
Pastor, caso ache que o tempo é muito pequeno para a leitura em grupos ou apresentação dos trabalhos
pode-se omitir a partilha do grupo em vista de um melhor aproveitamento da formação.
48. A Comunidade é uma expressão do amor e da unidade da Trindade. Como espelho da Trindade, é
chamada a resplandecer em seu seio toda a alegria e a vitalidade do amor divino. Queremos assim, à luz
do nosso Carisma, expressar a comunhão de amor que resplandecia na primeira comunidade cristã (cf.
At 2 e 4). Também ela é uma resposta ao mandamento do Senhor: Amai-vos uns aos outros como Eu
vos amei (Jo 15,12). A referência para o nosso amor fraterno é o de Jesus Cristo que, tendo amado os
seus, amou-os até o fim (Jo 13,1). Por isso, cada membro busque em tudo viver e exercitar este amor,
procurando dar provas de amor uns para com os outros, sabendo que esta é uma das melhores formas
de concretizarmos o nosso amor por nosso amado Senhor (cf. I Jo 4,21).
49. Nos momentos que antecedem Sua Paixão, Jesus ora pela unidade dos que crêem: Eu neles como tu
em mim, para que eles cheguem à unidade perfeita e, assim, o mundo possa conhecer que tu me
enviaste e os amaste como tu me amaste. (Jo 17, 23). O Senhor condiciona, de certa forma, a conversão
do mundo ao testemunho de amor e unidade dos seus discípulos para com Ele e uns para com os outros.
A Paz que somos chamados a anunciar ao mundo é um transbordamento da unidade da Trindade e da
caridade de Cristo vividas no seio da Comunidade. É também um testemunho desta unidade, a caridade
para com todas as pessoas que, no nosso cotidiano, temos a oportunidade de encontrar. A vivência da
unidade é mola propulsora da fecundidade da nossa evangelização.
50. Cada membro lembre-se de que, em nossa Vocação, somos chamados em primeiro lugar a amar e
não a buscar ser amados, já que Deus nos amou por primeiro. Esta deve ser uma referência na vivência
da fraternidade. No Reino de Deus, Deus é o primeiro, o irmão é o segundo e eu sou o feliz terceiro.
Privilegiar a dedicação e a atenção às necessidades dos irmãos sobre as próprias é um inegável sinal de
que a caridade de Cristo habita em nossos corações.
52. Para vivenciar-se o amor, é preciso alimentar-se diariamente o perdão. Todo irmão cultive, a cada
dia, o perdão de todas as ofensas. Nossos corações não adormeçam com feridas de ressentimentos,
mas, diante do Senhor Jesus, estas sejam curadas a cada dia, a fim de não obstruir o fluxo do amor. Em
caso de relacionamentos comprometidos durante o dia, temos a obrigação de amor de, antes de nos
recolhermos, buscarmos a reconciliação, como autênticos discípulos de Jesus (cf. Mt 5,23-26; Lc 17,3s e
Mt 6,14s) para que assim não se ponha o sol sobre a nossa ira (cf. Ef 4,26).
53. Tenha-se atenção especial para com o membro que esteja enfrentando a prova da enfermidade ou
da dor. Cuide a Comunidade para que lhe sejam reservados a atenção e o carinhoso cuidado espiritual,
afetivo e terapêutico necessários. Sabendo da fragilidade que o sofrimento muitas vezes faz eclodir no
irmão, os demais procurem em tudo ser presença e manifestação do amor de Jesus e Maria para com o
aquele que sofre.
70. Com a finalidade de acolher o grande dom da fraternidade, cada membro e as autoridades da
comunidade promovam, no dia a dia, ocasiões onde a alegria de estarmos juntos, a partilha espontânea
de vida e a festa de sermos irmãos alimentem o amor com o qual o Senhor nos uniu. De uma maneira
particular, as refeições, as noites de folgas semanais, as férias comunitárias, os recessos, os domingos e
feriados onde não haja compromissos apostólicos sejam oportunidades para que a fraternidade seja
celebrada por meio de sadios lazeres comuns, ou pela simples convivência fraterna. Uma vez por
semana, cada Comunidade retire um momento para celebrar esta fraternidade através de uma alegre
convivência comum: é o momento da “Koinonia”. Periodicamente a Comunidade de Vida junte-se aos
membros da Comunidade de Aliança para um lazer comunitário durante o qual, a nível da Grande
Comunidade, se cultivará os laços fraternos. Em todos estes momentos zele-se pela presença dos
membros.
127. Semanalmente, os membros da Comunidade de Aliança e de Vida encontrem-se tanto para a oração
comunitária como para uma reunião de ensino. Os ensinos visam aprofundar e nos fazer crescer na fé e
no nosso Carisma, unindo espiritualidade e vida, à luz da Palavra de Deus, da Tradição e do Magistério
da Igreja, segundo as características próprias do nosso Carisma e vocação. Programados como Formação
Inicial e Permanente, com sequência determinada, tenham por meta fazer-nos compreender qual seja a
largura, o comprimento, a altura e a profundidade, isto é, conhecer a caridade de Cristo (...) e sermos
cheios de toda a plenitude de Deus (Ef 3,18-19).
128. Periodicamente os membros se encontrem em pequenos grupos para partilhar as graças recebidas
no decorrer da vida e os frutos da nossa caminhada na vivência do Evangelho e da nossa vocação. Os
temas da partilha seguem orientação própria da instância responsável pela formação da Comunidade.
Seja este um momento de comunhão com o irmão para crescermos juntos na caridade de Cristo.
Aproveite-se este momento para orarmos uns pelos outros, ajudando-nos a prosseguir perseverantes no
chamado que Ele nos fez.
130. A Comunidade organize-se em Setores. Estes visam agrupar os membros por forma de vida e
promover a comunhão, a partilha e a formação a nível de cada forma de vida.
TEMA
Formas de Vida
OBJETIVO
Compreender a forma de vida como um meio de amar melhor ao Senhor, aos irmãos e viver melhor a
vocação, servindo à Igreja e à Comunidade.
MATERIAL
DVD “Somos uma família – Testemunho das formas de vida”
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Exibição do DVD
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Recapitule brevemente as semanas anteriores antes de apresentar o tema o objetivo desta formação.
• Abra espaço para que eles mesmos recordem o conteúdo das formações passadas. Isso dará um
feed back do aproveitamento e da experiência que eles fizeram com os temas.
• Dê início à exibição do DVD “Somos uma família – Testemunho das formas de vida”
TEMA
Vida Apostólica – Paz e Parresia
OBJETIVO
Aprofundar o valor e o sentido da evangelização na vocação Shalom, sua fonte e vivência, e as principais
frentes apostólicas da Comunidade na missão.
MATERIAL
Anexo AOS TOMÉS DE HOJE
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Pregação ao vivo
Apresentação da dimensão apostólica da missão
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Introduza sobre o tema seguindo o anexo AOS TOMÉS DE HOJE (30 minutos), especialmente os
seguintes pontos:
1. O sadio sofrimento ao olhar o mundo de hoje que vive no desconhecimento da Paz deve estar
presente em nosso coração e ser respondido com a alegria daqueles que encontraram a pérola
preciosa e não se contêm enquanto não proclamarem para todos a sua grande descoberta. 9
2. Este “envolvimento pessoal” do Ressuscitado (Jo 20, 27-28) é, para nós, modelo de
evangelização. Por mais que reunamos multidões, sabemos que a evangelização pessoa a pessoa
é imprescindível, insubstituível, pois é momento privilegiado de ministrar e comunicar a
misericórdia do Pai.
• Logo após, apresente uma a uma, as frentes apostólicas* da missão, ilustrando concretamente a
vivência da parresia e animando a experiência e o engajamento das ovelhas nas ações
evangelizadoras da missão.
• Finalize o ensino, abrindo espaço para testemunhos dentre as ovelhas sobre quem e como foi
“pescado” pelas ações evangelizadoras da Comunidade.
9
Escrito carta à Comunidade, 156
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 79
*Para apresentar as frentes apostólicas que a Comunidade realiza naquela missão pode-se pedir
a ajuda do Coord. Apostólico. Se for possível pode ser ele mesmo que faça essa partilha. A
intenção desta partilha é que as ovelhas tomem conhecimento e possam assim amar e fazer
comunhão com a Obra.
A última parte de Jo 20 remete-nos ao Ressuscitado que passou pela Cruz e que, por isso, dela
traz as marcas gloriosas de “sadio sofrimento” e misericórdia.
Como sabemos, Tomé não se encontrava junto aos outros quando o Ressuscitado lhes
apareceu. Ao saber da extraordinária notícia, tomado pela tentação da incredulidade, afirmou que só
acreditaria se visse nas mãos de Jesus o lugar dos cravos, pusesse seu dedo neste mesmo lugar e
metesse a mão no Seu lado. Para Tomé, como para muitos homens de hoje, para crer é preciso ver,
tocar, comprovar, verificar “cientificamente”. Do contrário, sem comprovação empírica, o fato não é
considerado “verdade” e não é digno de fé.
Sabemos como a incredulidade do discípulo inflama o coração do Ressuscitado e o faz retornar,
no primeiro dia da semana seguinte, especialmente para ele. A contemplação do Ressuscitado que
passou pela Cruz adquire, assim, mais uma dupla nuance: a do sadio sofrimento que faz agir a parresia e
acende a misericórdia.
Sadio sofrimento
Mas o que vem a ser “sadio sofrimento”? Será que vamos abrir toda a antiga discussão sobre o
sofrimento de Deus? Nada disso. Para nossa vocação, o “sadio sofrimento” consiste na união ao coração
de Jesus, que veio trazer o fogo à terra e o que mais deseja é que ele se alastre e atinja a todos os
homens e a toda a criação.
O sadio sofrimento ao olhar o mundo de hoje que vive no desconhecimento da Paz deve estar
presente em nosso coração e ser respondido com a alegria daqueles que encontraram a pérola preciosa
e não se contêm enquanto não proclamarem para todos a sua grande descoberta. 10
O tema deste “sadio sofrimento” diante do homem que não conhece a Deus e que, por isso,
sofre e é pobre da “verdadeira pobreza” é recorrente em nossa espiritualidade, no espírito do fundador e
em sua pregação. A conclamação para que peçamos a Deus a graça de viver intensamente este “sadio
sofrimento” tem o poder de nos encher de parresia.
Através deste sofrimento, partilhamos, com relação ao homem de hoje, a legítima inquietação
de Jesus quanto a Tomé, seu sadio sofrimento por vê-lo incrédulo a ponto de desafiar o próprio Deus, de
cuja intimidade privou. A “dor” do Ressuscitado que passou pela Cruz e nela eliminou toda incredulidade
precisa ser compartilhada por todos os que O contemplam e a Ele se querem configurar: “Há ainda um
que não crê. É preciso agir rápido em seu favor”. Repete-se, renovada pela Caridade de Cristo, a
pergunta inquieta de Deus a Caim: “Onde está o teu irmão?” É preciso ir à sua procura e isso o
Ressuscitado faz pessoalmente, satisfazendo a todas as exigências do incrédulo e renitente irmão e
discípulo.
Esta necessidade de ir à procura de quem está distante de Deus, os “Tomés de hoje”, é dom do
Espírito do Ressuscitado que passou pela Cruz, assim como a parresia que enfrenta e vence todo
obstáculo para levá-lo a uma experiência com Ele. É Ele o modelo e a fonte do sadio sofrimento, da
autêntica misericórdia, do incansável zelo evangelizador que se concretiza em sempre renovada parresia.
Misericórdia e alegria
Além do “sadio sofrimento” que impulsiona à parresia, o episódio de Tomé revela o
Ressuscitado que age movido pela misericórdia e para ministrar a misericórdia do Pai que é Ele mesmo.
É belo ver o Ressuscitado “pessoalmente” empenhado na evangelização, mais uma vez através do
humilde abaixamento e esvaziamento de si em busca do pecador.
Este “envolvimento pessoal” do Ressuscitado é, para nós, modelo de evangelização. Por mais
que reunamos multidões, sabemos que a evangelização pessoa a pessoa é imprescindível, insubstituível,
pois é momento privilegiado de ministrar e comunicar a misericórdia do Pai. Enquanto, nos grandes
encontros, alguns pescam com redes, logo ao lado do ginásio ou arena, há sempre os incansáveis
10
Escrito carta à Comunidade, 156
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 81
ministros de aconselhamento e cura, que ministram, pessoalmente, a misericórdia divina, segundo a
necessidade de cada um que os busca.
Em João Paulo II tocamos o mistério do Ressuscitado que passou pela Cruz que por meio de
Sua misericórdia quebranta o coração endurecido do homem do nosso tempo.11
Tomé, assim como os homens empedernidos do nosso tempo, engolfados no relativismo
iludidos pelo hedonismo, seduzidos pelo individualismo e sensualismo, envenenados pela incredulidade,
endurecidos pela impiedade, foi quebrantado pela misericórdia e humilde amor demonstrados por Jesus
Cristo quando apareceu a ele “de forma exclusiva” na mesma situação da primeira vez, como que
fazendo o tempo voltar só para ele, a fim de dar-lhe nova, “personalizada” e privilegiada oportunidade,
pessoalmente.
Tomé, ao ver o Senhor, foi “esmagado” por Sua misericórdia e, como os outros, encheu-se de
alegria. De forma misteriosa, a alegria no Espírito tem marcado nossa espiritualidade e, como traço de
juventude espiritual, tem transbordado em nossa vida comunitária e maneira de evangelizar. Nosso
fundador frequentemente se refere a nós como a “vocação da paz e da alegria”, reconhecendo que este
fruto do Espírito, que brota da própria ressurreição do Senhor, é testemunho de incansável fé e jubilosa
esperança tão necessárias ao homem de hoje. A alegria, desta forma, caminha par a par com a
misericórdia na evangelização do homem de hoje: O mundo de hoje será evangelizado pela misericórdia,
disse-nos João Paulo II. Nós podemos acrescentar que a misericórdia traz consigo a alegria, também
indispensável para evangelizar o homem do terceiro milênio.12 Não há como não citar a bela música de
Nicodemos Costa que retrata o encontro com Ressuscitado que passou pela Cruz a partir da alegria:
Alegria! Brilhou nos Teus olhos, todo amor que sonhamos um dia, de Tuas mãos e de teu lado aberto a
paz vem, enfim! O Teu sopro invadindo o peito, recriando em nós toda vida. De Tuas mãos e de Teu
lado aberto a paz vem, enfim.// Vivo estás, hoje aqui, reunindo os corações em Ti. Imensa alegria e
felicidade, Tua glória entre nós.
O choque da ressurreição
Segundo nossos Escritos, o “divino choque da ressurreição” é o Espírito Santo a nós comunicado
pelo Ressuscitado: Não podem existir verdadeira paz e alegria que não brotem daquele coração que por
amor deixou-se traspassar na cruz, abrindo espaço para, uma vez ressuscitado, acolher a mão de todo
aquele que pela fé aceita receber o divino choque da Sua Ressurreição: o Seu Espírito. Espírito da paz e
da alegria. Espírito que muda a nossa vida.14
Este Espírito de paz, de alegria, de contemplação, de unidade, de evangelização, de incansável
parresia, de misericórdia que busca o irmão distante de Deus, une-nos ao Ressuscitado e à Sua missão.
Além disso, inspira-nos amor fiel e filial à Igreja e torna-nos almas esposas de Cristo, o Ressuscitado que
passou pela Cruz. Este mesmo Espírito imprime em nós a nova lógica do Reino, segundo a qual vive
quem morre, ganha quem perde, ressuscita quem dá a vida livre e gratuitamente, por amor. Além disso,
11
Escrito Carta à Comunidade 2005, 144
12
Idem, 157
13
Escrito Amor Esponsal, 06
14
Escrito Carta à Comunidade 2005, 50
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 82
inspira-nos amor fiel e filial à Igreja e torna-nos almas esposas de Cristo, o Ressuscitado que passou pela
Cruz. Por Ele, com Ele e nEle, o Esposo, partimos, unidos a Ele e à Sua missão, configurando-nos,
apaixonados, ao Ressuscitado apaixonado pelo homem. Que o Senhor não nos dê paz diante da urgência
do anúncio evangélico15, que Ele nos encha de sadio sofrimento pelos que se afastaram de Deus e nos
faça ofertar nossas vidas como missionários aos Tomés de hoje, dispersos pelo mundo inteiro.
15
Diz Bento XVI, em visita à Basílica de São Paulo fora dos muros: Que o Senhor não me dê paz diante da urgência do anúncio
evangélico no mundo de hoje. A Igreja é por sua natureza missionária, seu dever primário é a evangelização.
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 83
MANUAL DO PASTOR - FASE KOINONIA
21ª SEMANA
TEMA
LIVRE (tema a cargo do Pastor do Grupo)
OBJETIVO
MATERIAL
De acordo com a necessidade de recapitulação ou atualização (em submissão presente manual).
METODOLOGIA
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Essa semana está reservada para o objetivo descrito acima. Deverá ser utilizada para rever alguma
das formações anteriores ou repor alguma semana que esteja atrasada por motivos pastorais locais.
• Finalize a formação com uma oração de ação de graças ao Senhor pela Sua obra acontecida nas
nossas vidas.
COM O
PRÓXIMO
TEMA
O mandamento evangélico do amor
OBJETIVO
Aprofundar o mandamento evangélico do amor ao próximo à luz de Deus caritas est de Bento XVI e
segundo o Carisma Shalom.
MATERIAL
Anexo RECEBER PARA DAR
DVD “O mandamento evangélico do amor”
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Exibição do DVD
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• A apresentação da formação pode ser desta forma: “O Escrito Amor Esponsal é, na realidade, um
escrito sobre a vivência do amor e da santidade na Vocação Shalom. Tomaremos a encíclica Deus
Caritas Est e veremos não poucas coincidências entre seus ensinamentos e os do Amor Esponsal.”
Diga isso logo na introdução devido à amplitude do conteúdo deste Escrito e ao que está nas suas
entrelinhas, mais facilmente legível para quem viveu sua elaboração diante das características
históricas que o cercam.
• Tendo feito essa introdução, dê início à exibição do DVD “O mandamento evangélico do amor” que vai
destacar os aspectos do anexo RECEBER PARA DAR.
• Leia-o com antecedência para conduzir a partilha final com base no texto.
• Finalize a formação com partilha em plenário sobre alguma vivencia concreta sobre o tema.
• Pastor, no próximo bloco formativo (Bloco V), utilizaremos como orientação da Oração Pessoal e
Estudo Bíblico das ovelhas, o livro: “Tecendo Fio de Ouro”. Dê este aviso para suas ovelhas para que
desde já possam se organizar para este momento, teremos em média 5 semanas antes de começar
este bloco. Durante este bloco tenha o zelo de saber como está a compra do livro.
• As outras partes do livro “Tecendo o Fio de Ouro” serão utilizadas na fase seguinte (Martirya).
Amamos porque fomos amados. Essa afirmativa, que a principio nos parece tão obvia, merece
pelo menos uma visão histórica panorâmica. O primeiro a afirmá-la é São João, em sua I Carta,
capítulo 4, onde nos diz: Amamos porque Deus nos amou primeiro. Isto é, se não tivéssemos
recebido de Deus o amor, não teríamos como amar, pois Deus é amor e só Ele é amor e tem como
doar amor. Todo amor vem Dele e de nenhuma outra fonte.
João Paulo II dirá a mesma coisa em seu documento Mulieris Dignitatem, quando afirma que a
mulher ama porque foi amada e Bento XVI corrobora o princípio bíblico ao afirmar: Quem quer dar
amor, deve ele mesmo recebê-lo em dom. Certamente o ser humano pode- como nos diz o Senhor –
tornar-se uma fonte de onde correm rios de água viva (cf. Jo 7, 37-38); mas para tornar-se
semelhante fonte, deve ele mesmo beber, incessantemente, da fonte primeira e originária que é
Jesus Cristo, de curo coração trespassado brota o amor de Deus (cf. Jo 19,34).16
• A prova mais concreta de amor que podemos dar ao nosso irmão é o Shalom do Pai, a salvação
plena. Em seguida, a prova concreta de amor é aquela de que ele necessita.
• Jesus sempre foi muito claro e prático quanto a isso. Em Mt 25, fala que a quem tem fome, deve
dar-se de comer, a quem tem sede, de beber, a quem está nu, vestimentas. Quando encontra a
sogra de Pedro com febre, não lhe dá algo que ela não precise, mas a cura da febre. À filha de
Jairo, morta, dá a vida. Aos endemoniados, dá a libertação. Aos cegos, a recuperação da vista.
Ao servo do rico centurião, a saúde.
16
Bento XVI, Deus Charitas Est, n. 6
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 87
• Com muita praticidade, disse que um pai não daria um escorpião ao filho que lhe pedisse um ovo ou
uma serpente ao que lhe pedisse um peixe. O amor concreto dá ao irmão aquilo de que o irmão
precisa, desde que fique bem estabelecido que a primeira necessidade de todo homem, de cada
homem, é o encontro pessoal com Jesus Ressuscitado .
• Os Parágrafos 24 e 25 dão uma lista de atos bem concretos de amor: perdão, mansidão, paciência,
generosidade, bondade, alegria, dedicação, amor, serviço, aceitação das ofensas, escuta dos
queixumes, amor aos não amados, perdão aos difíceis de perdoar.
• Todo homem, pobre ou rico, necessita destas provas concretas segundo sua necessidade específica.
Dentro de nossa espiritualidade, cabe a nós estarmos atentos a que prova de amor necessita meu
irmão. Isso pode ir de um simples telefonema à doação de uma casa para ele morar, de uma hora
de escuta fraterna a um ano de cuidados com sua enfermidade. De uma oração de cura interior a
um ano de penitência por sua libertação. Da ajuda para a passagem de ônibus à ajuda mensal para
o remédio contra a diabetes.
• Foi exatamente esta visão da pessoa humana necessitada e nossa forma de amá-la e servi-la que
nos levou a testemunhar no Encontro de lançamento da Encíclica Deus Caritas Est. Esta mesma
Carta Encíclica descreve nosso modo de amar e servir o não-amado, o necessitado, o pobre, o
irmão, quem quer que ele seja.
• Revela-se, assim, como possível, o amor ao próximo no sentido enunciado por Jesus na Bíblia.
Consiste precisamente, no fato de que eu amo, em Deus e com Deus, a pessoa que não me agrada
ou quem nem conheço sequer. Isso soe possível realizar-se a partir do encontro íntimo com Deus,
um encontro que se tornou comunhão de vontade, chegando mesmo a tocar o sentimento .Então,
aprendo a ver aquela pessoa já não somente com os meus olhos e sentimentos, mas segundo a
perspectiva de Jesus Cristo. O seu amigo é meu amigo. Para além do aspecto exterior do outro,
dou-me conta da sua expectativa interior de um gesto de amor, de atenção, que eu não lhe faço
chegar somente através das organizações que disso se ocupam, aceitando-o, talvez por necessidade
política. Eu vejo com os olhos de Cristo e posso dar ao outro muito mais do que as coisas
externamente necessárias: posso dar-lhe o olhar de amor de que ele precisa. Aqui se vê a interação
que é necessária entre o amor a Deus e o amor ao próximo, de que fala com tanta insistência a I
Carta de João. Se, na minha vida, falta, totalmente, o contato com Deus, posso ver no outro,
sempre e apenas, o outro e não consigo reconhecer nele a imagem divina. Mas se na minha vida
negligencio completamente a atenção ao outro, importando-me apenas com ser “piedoso” e cumprir
os seus “deveres religiosos”, então definha também a reação com Deus .
• O Santo Padre coloca, em palavras diretas e em outro estilo, o que nosso fundador escreve no Amor
Esponsal. Este fato deve encher-nos de gratidão a Deus, que nos conduziu com tanta segurança e
carinho, com tanta clareza e profundidade, com tanta profecia apesar de sermos os piores.
• No traspassado, o amor da Trindade, o amor integral ao irmão: Bento XVI nos ensina a receber o
amor de que precisamos para amar na contemplação do Traspassado, esvaziado, empobrecido,
ferido, abandonado, não amável, sozinho. O Moysés faz-nos este mesmo convite quanto ao
Ressuscitado que passou pela cruz, vitorioso, mas com suas marcas gloriosas. Em ambos os casos,
contemplamos a Trindade que se faz pobre que faz a kénosis de Jesus por amor a nós.
• Jesus com se lado aberto, quer no Traspassamento, quer na aparição como Ressuscitado, é
aquele que se esvazia de si, do Espírito, do Pai, por amor a nós. Precisamos receber o Espírito
Santo, que Jesus nos dá a fim de sermos enviados por Ele como o Pai o enviou: para os menores,
os piores, os vasos de argila, os mais pecadores, os miseráveis, os necessitados de toda sorte, os
carentes de pertença, de ajuda, de amor concreto.
• Em ambas as passagens, o Espírito Santo nos é dado e, com Ele, a capacitação e a sede de amar
o irmão como Jesus o amou: até a morte e integralmente. Estamos tão acostumados a repetir
que Jesus nos amou até a morte – o que é a pura verdade – que esquecemos de refletir que o
Senhor o amou, também, integralmente, ao fazer-se homem como cada um de nós.
• O Escrito Amor Esponsal, em especial nos parágrafos que estamos estudando, além de não dividir
os homens em categorias ou classes, dá-nos um belo itinerário de amor integral ao homem:
perdão a quem é difícil de perdoar, mansidão, paciência, generosidade, bondade, alegria,
dedicação, amor, serviço, o que o Senhor nos deu, a aceitação de suas ofensas, o acolhimento de
seus queixumes, o amor a quem não é amado, o amor especial com os que mais precisam de
Deus. Dificilmente encontraríamos uma lista tão completa de formas de amor ao homem integral.
• Bento XVI mais uma vez nos ajuda a nos entendermos a nós mesmos: “Toda a atividade da
Igreja é manifestação de um amor que procura o bem integral do ser humano: procura sua
evangelização por meio da palavra e dos sacramentos, empreendimento apenas muitas vezes
heróico nas suas realizações históricas; e procura a sua promoção nos vários âmbitos da vida e
da atividade humana. Portanto, é amor o serviço que a Igreja exerce para acorrer
constantemente aos sofrimentos e às necessidades, mesmo materiais, dos seres humanos.”
• Somos chamados a amar o não-amado. Esta é uma das afirmações mais conhecidas do Escrito
Amor Esponsal. Nossa vocação, como afirma o fundador, é Vocação de amor, por amor e para o
amor. Haver, na terra, alguém não-amado é, sem dúvida, a negação da salvação plena, a
plenitude do Amor, o Shalom, o Amor que somos chamados a implantar no mundo. Isso não
pode nos deixar em paz.
• Esta afirmação do Moysés exige de nós cuidado e atenção imensos. Somos uma vocação de
amor, por amor e para o amor, chamados a amar não apenas os que têm sucesso, beleza, poder,
amor e atenção de todos. Somos chamados especialmente (de maneira especial, como diz o
texto) a amar os difíceis, os necessitados, os não-amados. Estes são o alvo do nosso amor
especial conforme o texto.
• Não sei o que nos trarão os tempos que hão de vir. Que tipo de não-amados, difíceis e
necessitados nosso egoísmo cruel ainda é capaz de produzir. Hoje, temos verdadeiros
contingentes de não-amados que, por vezes, mudam de característica dependendo da cultura, do
país, até da cidade ou bairro. Em geral, na nossa cultura, os não-amados são os aditos de droga
e álcool, os moradores de rua, as crianças abusadas sexualmente ou vítimas de violências várias,
os adolescentes prostituídos, os travestis, as esposas abandonadas, os filhos sem a presença e
atenção dos pais, os prisioneiros, os enfermos em geral, os suicidas, as vítimas de enfermidades
mentais e emocionais. Em outros países, teremos os “filhos da guerra”, cujos pais faleceram,
teremos os neuróticos de guerra, os mutilados, os que perderam parentes em explosões, os que
foram interiormente mutilados pelo mau uso da sexualidade, os indiferentes a Deus e à fé.
• Esta é uma triste lista dos não-amados “mais não-amados” que temos na nossa sociedade hoje.
Todos, como sabemos, são Jesus em pessoa, como ele mesmo afirma em Mt 25. A eles somos
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 89
enviados. Não há como desviar nosso olhar destes não-amados que nos cercam por todos os
lados e a quem, por vocação de amor, são alvos especiais do amor concreto que somos
chamados a viver como prova de amor ao Amado.
TEMA
Unidos pela oração
OBJETIVO
Responder à urgência do amor ao próximo por meio da oração, tendo Jesus como modelo de intercessor,
como ponte entre Deus e o homem.
MATERIAL
Anexo BOM PASTOR
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Pregação ao vivo
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Para a pregação desta semana seguir o esquema do anexo BOM PASTOR, não deixando de
apresentar o tema e objetivo da mesma.
Tome Mt 9,35. Os olhos de Jesus repousam no meio do povo, no meio da massa, mas os olhos de
Jesus não ficam no povo, nem ficam na massa. Os olhos de Jesus repousam sobre aquelas pessoas e
ele identifica ali pessoas sofridas, feridas, cansadas, como diz o próprio Evangelho, pessoas que eram
como ovelhas sem pastor;
Somos chamados a ser um sinal de Cristo no meio dos irmãos: Cristo que escutou a Deus em favor
de nós nos ensinou a escutar o Pai e intercede junto a Deus em favor de nós.
Ele chama, convida e deseja que nós sejamos mediadores, nos unamos ao seu mistério pascal de dar
a vida;
Quando intercedemos, oramos pelo outro somos ponte entre Deus e o homem.
Foram-nos confiadas muitas pessoas, e essas pessoas são como aquela multidão sofrida que lemos
no Evangelho, como ovelhas sem pastor, que precisam viver, que precisam florescer, e a maneira de
elas receberem a força e a graça para isto acontecer passa pela oferta da nossa vida.
Segundo o Evangelho, o bom pastor vigia as suas ovelhas não para condená-las, mas para protegê-
las, salvá-las.
• Finalize a formação pedindo que cada um escreva uma intenção num papel. Os mesmos serão
distribuídos aleatoriamente e cada um dedicará esta semana a rezar, interceder e se sacrificar por
esta intenção do irmão.
• Providenciar as cópias dos textos que serão necessários para a formação da próxima reunião do
grupo de oração.
Tome Mt 9,35. Os olhos de Jesus repousam no meio do povo, no meio da massa, mas os olhos de
Jesus não ficam no povo, nem ficam na massa. Os olhos de Jesus repousam sobre aquelas pessoas e
ele identifica ali pessoas sofridas, feridas, cansadas, como diz o próprio Evangelho, pessoas que eram
como ovelhas sem pastor;
Jesus falava às multidões, mas não queria que toda a sua ação se resumisse aí. O seu pastoreio
precisava ser um encontro de pessoa com pessoa, enxergando a necessidade de cada pessoa
experimentar o seu amor, a sua caridade, o seu cuidado, os olhos, as mãos e o coração do bom
pastor.
Somos chamados a ser um sinal de Cristo no meio dos irmãos: Cristo que escutou a Deus em favor
de nós nos ensinou a escutar o Pai e intercede junto a Deus em favor de nós.
O que nos leva a interceder é a compaixão.
No Evangelho de São Lucas podemos encontrar testemunhos de que Jesus se recolhe em oração
para interceder por nós,
A oferta da Sua vida foi intercessão por nós e, eternamente diante do Pai, está intercedendo por nós.
Quando Jesus viu que a multidão estava como ovelhas sem pastor, escolheu os discípulos para serem
seus mediadores.
Jesus, que deu a vida por todos os homens e por cada um de nós no sentido objetivo, deseja
mediadores que dêem a vida com Ele.
Ele chama, convida e deseja que nós sejamos mediadores, nos unamos ao seu mistério pascal de dar
a vida;
Quando intercedemos, oramos pelo outro somos ponte entre Deus e o homem.
Conhecer as necessidades do homem e conhecer a vontade de Deus para este homem, vontade que,
muitas vezes, é diferente da vontade do homem;
Para isso, precisa se configurar a Cristo;
Precisa de uma graça de conversão da nossa mente e do nosso coração, para que tenhamos a mente
de Cristo e os sentimentos de Cristo para sermos e defendermos o pensamento de Cristo, o
sentimento de Cristo e o próprio Cristo;
Jesus nos chamou para sermos mediadores dele neste mistério, o mistério de dar a vida. Ninguém
pode nos tirar a vida porque dar a vida é um ato de amor, é amar, e o amor é mais forte do que a
morte.
Jesus nos amou e perseverou no amor até o fim, vencendo a morte pela Ressurreição.
Se com ele entregamos a nossa vida, com Ele venceremos a morte.
Ser mediador do amor de Cristo;
Depositar as dores do nosso povo no “colo” de Jesus; Ele assume estas dores, mas nós não “nos
livramos delas”. Somos chamados a continuar unidos com as dores do povo e nos sustentarmos e
nos consolarmos nele.
Foram-nos confiadas muitas pessoas, e essas pessoas são como aquela multidão sofrida que lemos
no Evangelho, como ovelhas sem pastor, que precisam viver, que precisam florescer, e a maneira de
elas receberem a força e a graça para isto acontecer passa pela oferta da nossa vida.
Devemos vigiar sobre os nossos irmãos, não como o mundo vigia, mas como o bom pastor vigia as
suas ovelhas.
Segundo o Evangelho, o bom pastor vigia as suas ovelhas não para condená-las, mas para protegê-
las, salvá-las.
A omissão nos transforma em mercenários: ao vermos a ovelha exposta ao lobo, nos omitirmos
porque não queremos nos arranhar, porque não queremos sofrer. Este é um grave e sério pecado.
Que Deus nos dê a graça compreendermos o mistério profundo de unirmo-nos uns aos outros
através da oração.
TEMA
A caridade de corrigir
OBJETIVO
Responder à urgência do amor ao próximo por meio da correção fraterna.
MATERIAL
Anexo A CORREÇÃO FRATERNA
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Estudo do texto em grupos
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Distribua o anexo A CORREÇÃO FRATERNA para cada membro e oriente a leitura e partilha em grupo
por meia hora.
• Depois abra para a partilha geral de pelo menos uma pessoa de cada grupo, apresentando a reflexão
do próprio grupo.
• Faça perguntas a partir do próprio conteúdo, sugerindo exemplos e abrindo para partilhas sobre
alguma vivencia ilustrada pelo texto.
• Para instigar a partilha poderia se fazer perguntas como por exemplo: “O que você faria se visse seu
irmão humilhando uma pessoa? Como você o corrigiria?”; “Qual foi a ultima vez que você fez uma
correção fraterna ou foi corrigido por alguém? Como foi a sua postura?”; “O que você acha mais
difícil na correção fraterna?”; “Você tem medo de perder a sua boa imagem e por isto não corrige,
com caridade, seu irmão ou não?”
• Finalize o ensino, orientando que eles possam utilizar o texto para a oração pessoal da semana.
• Na próxima semana precisaremos de cópias de um texto para as ovelhas. Veja ainda esta semana a
cópias deste texto. (Veja no esquema da 25º semana)
(Raniero Cantalamessa)
Mateus (18, 15-20)
Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: «Se teu irmão chega a pecar, vai e repreende-o, a
sós tu com ele. Se te escuta, terás ganhado teu irmão. Se não te escuta, toma ainda contigo uma ou
duas pessoas, para que todo assunto fique testemunhado pela palavra de dois ou três. Se não os ouve,
diga à comunidade. E se até à comunidade ele não ouve, seja para ti como um gentio e o publicano. Eu
vos asseguro: tudo o que ligardes na terra ficará ligado no céu, e tudo que desligardes na terra será
desligado no céu».
A convivência humana está entretida de contrastes, conflitos, devidos ao fato de que somos
diferentes por temperamento, pontos de vista, gostos. O Evangelho tem algo a dizer-nos também neste
aspecto tão comum e cotidiano da vida. Jesus apresenta o caso de alguém que cometeu algo que é
realmente equivocado em si mesmo: «Se teu irmão chega a pecar...». Não se refere só a uma culpa
cometida contra nós. Neste último caso é quase impossível distinguir se o que nos move é o zelo pela
verdade ou mais o amor próprio ferido. Em todo caso, seria mais uma autodefesa que uma correção
fraterna.
Por que diz Jesus: «repreende-o a sós»? Antes de tudo por respeito ao bom nome do irmão, de
sua dignidade. Diz: «tu com ele», para dar a possibilidade à pessoa de poder-se defender e explicar suas
ações em plena liberdade. Muitas vezes o que a um observador externo parece uma culpa, nas intenções
de quem o comete não é. Uma franca explicação dissipa muitos mal-entendidos. Mas isto não é possível
quando o problema se leva ao conhecimento de todos.
Qual é, segundo o Evangelho, o motivo último pelo qual é necessário praticar a correção fraterna? Não é
certamente o orgulho de mostrar aos demais seus erros para ressaltar nossa superioridade. Nem o de
descarregar-se a consciência para poder dizer: «Eu te disse. Eu te adverti! Pior para ti, se não me fizeste
caso».
Não, o objetivo é ganhar o irmão. Ou seja, o genuíno bem do outro. Para que possa melhorar e
não se encontrar com desagradáveis conseqüências. Se se trata de uma culpa moral, para que não
comprometa seu caminho espiritual e sua salvação eterna. Nem sempre depende de nós o bom
resultado da correção (apesar das melhores disposições, o outro pode não aceitá-la, fazer-se mais
rígido); pelo contrário, depende sempre e exclusivamente de nós o bom resultado... na hora de receber
uma correção.
Nem só existe a correção ativa, mas também a passiva; não só existe o dever de corrigir, mas
também o dever de deixar-se corrigir. E aqui é onde se vê se é suficientemente maduro para corrigir os
demais.
Quem quer corrigir alguém tem de estar disposto a ser corrigido. Quando vês que uma pessoa
recebe uma observação e escutas que responde com simplicidade: «Tem razão, obrigado por ter-me
dito!», encontras-te ante uma pessoa de valor.
O ensinamento de Cristo sobre a correção fraterna deverá ler-se sempre junto ao que diz em
outra ocasião: «Como é que olhas o cisco que há no olho do teu irmão e não repara a trave que há no
teu próprio olho? Como pode dizer a teu irmão: “Irmão, deixa que tire o cisco que há em teu olho”, não
vendo tu mesmo a trave que há no teu?» (Lucas 6, 41-42).
Em alguns casos não é fácil compreender se é melhor corrigir ou deixar passar, falar ou calar. Por
este motivo é importante ter em conta a regra de ouro, válida para todos os casos, que o apóstolo Paulo
oferece na segunda leitura (Romanos 13, 8-10) deste domingo: «Com ninguém tenhais outra dívida que
a do mútuo amor... A caridade não faz mal ao próximo». É necessário assegurar-se, antes de tudo, de
que no coração se dê a disposição de acolhida à pessoa. Depois, tudo o que se decida, seja corrigir ou
calar, estará bem, pois o amor «não faz mal a ninguém».
TEMA
Dom de si e comunhão de bens
OBJETIVO
Responder à urgência do amor ao próximo por meio da comunhão de bens e talentos.
MATERIAL
DVD “Dom de si e Comunhão de Bens”
Anexo DOM DE SI
Anexo DEUS OU INVESTIMENTO DE RENDA FIXA?
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Exibição do DVD
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Faça uma breve introdução do DVD com base no anexo DOM DE SI (fazer um breve comentário do
conteúdo.) que não deve ser distribuído às ovelhas. Ele é um roteiro do DVD e um subsídio para
você ter visão geral do conteúdo.
• Após partilha breve, distribua o anexo DEUS OU INVESTIMENTO DE RENDA FIXA? para cada ovelha
para que durante a semana elas o leiam e aprofundem em oração o tema apresentado na formação
de hoje.
• Finalize a formação conduzindo um momento de oração pedindo a Deus a graça de vivermos o dom
de si e a comunhão de bens, uma vez que isso se trata de uma graça e não de um voluntarismo
humano.
Usar a parábola do talentos de Mt 25, 14-30. O papa Bento XVI explica que frutificar os talentos
significa compartilhá-los. Os talentos (antigas moedas romanas), explicou, falando da janela de seu
apartamento, «não só representam as qualidades naturais, mas também as riquezas que o Senhor
Jesus nos deixou de herança para que as façamos frutificar».
O Papa explicou, em particular, quais os dons espirituais que os cristãos receberam: «sua Palavra,
depositada no Santo Evangelho; o Batismo, que nos renova no Espírito Santo; a oração, o Pai Nosso
que elevamos a Deus como filhos unidos no Filho; seu perdão, que ordenou oferecer a todos; o
sacramento de seu Corpo imolado e de seu Sangue derramado».
A parábola evangélica, disse, apresenta «a atitude interior com a qual deve-se acolher e valorizar
este dom». «A atitude equivocada é a do medo – afirmou –: o servo que tem medo de seu senhor e
de seu regresso esconde a moeda sob a terra e deixa de produzir frutos». «Isto acontece, por
exemplo, a quem, tendo recebido o Batismo, a Comunhão, a Confirmação, enterra depois os dons
sob uma capa de preconceitos, sob uma falsa imagem de Deus que paralisa a fé e as obras, traindo
as expectativas do Senhor».
Mas a parábola dá mais importância aos bons frutos dos discípulos que, felizes com o dom recebido,
não o escondeu com temor e ciúmes, mas o fez frutificar, compartilhando-o». «Sim, o que Cristo nos
deu se multiplica partilhando! – exclamou o Papa. É um tesouro feito para ser gasto, investido,
compartilhado com os demais, como nos ensina esse grande administrador dos talentos de Jesus, o
apóstolo Paulo».
O pontífice constatou que este ensinamento evangélico «teve um impacto também no âmbito
histórico-social, promovendo nas populações cristãs uma mentalidade ativa e empreendedora». «Mas
a mensagem central afeta o espírito de responsabilidade com o qual há que acolher o Reino de Deus:
responsabilidade com Deus e com a humanidade», concluiu, convidando a ser “servos bons e fiéis”
para que possamos entrar um dia “na alegria de teu Senhor”». (finaliza aqui os comentários do papa)
Vejamos também um pouco da dimensão material: Deus Trindade que nos ama, nos abençoa e nos
concede dons, para que usemos da melhor forma em vista do bem do próximo, do nosso bem e para
maior glória d’Ele. Esses dons são graças espirituais e até ‘materiais’ que Deus nos confia em vista do
bem comum.
Os ‘bens materiais’ poucas vezes são acolhidos por nós como bênçãos ou dons de Deus, muitas vezes
acolhemos os bens materiais com a mentalidade do ‘mundo’ atual, “eu conquistei esse bem...”, “...
são meus”, “é fruto do meu suor...somente do meu esforço”, “eu trabalhei para tê-los”, “eu os
ganhei e faço com eles o que bem entender”, etc, e nos esquecemos que tudo que temos e somos é
graças a nosso Deus Trindade que nos mantém na existência, gera vida em nós, concede-nos, dons
e talentos conforme Sua Vontade, Ele é quem providencia tudo.
A Trindade Santa – Comunidade Perfeita de amor, é modelo para nós de comunhão e unidade,
seguindo seu modelo daremos verdadeiro sentido ao que temos, sendo gratos ao que temos,
acolhendo antes de tudo como dons de Deus nossos bens terrenos e dispondo-o a partilha conforme
a justiça, o amor, e as necessidades comuns... valores que precisam ser resgatados em um mundo
marcado pelo egoísmo e a falta de amor, valores do Evangelho – então não daremos somente
sentido ao que temos, mas, unidos a Jesus daremos sentido ao que somos: Filhos de Deus.
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 97
“Usando aqueles bens, o homem que possui legitimamente as coisas materiais não as deve ter só
como próprias dele, mas também como comuns, no sentido de que elas possam ser úteis não
somente a ele, mas também aos outros” (CAT 2404).Tudo que temos são dons que Deus nos
concede, bênçãos, oportunidades para que eu exercite a comunhão a partilha, oportunidade para
estarmos atentos às necessidades dos irmãos.
O egoísmo é um mal no mundo, é incutido nas pessoas pelas propagandas, pela mídia em geral, pela
mentalidade pagã, pelo ritmo deste tempo: se poupa dinheiro não se sabe pra quê, se faz seguro de
tudo, mas tudo isso em vista de um ‘eu’ que precisa garantir seu futuro, que precisa se proteger da
violência, que precisa prevenir sua saúde, que precisa garantir moradia, etc, muitas vezes esses atos
são até lícitos, como cuidar de si por exemplo, mas um pequeno detalhe fruto do egoísmo muda
tudo, se pensa muito em si e pouco se importa com a necessidade do próximo, mesma espécie,
mesmo gênero; se pensa tanto em si, no seu próprio bem, que se esquece do bem comum.
Faz-se necessário também sairmos de nós mesmos, do nosso mundo egoísta e nos lançarmos ao
próximo e tomarmos conhecimento de suas necessidades e segundo a caridade de Cristo Jesus
buscar supri-las. Não é tão difícil descobrir essas necessidades - estamos em um mundo marcado
pelo pecado, há fome, violência, miséria de todo gênero, pobres de todas as formas: espirituais e
materiais, um coração que busca seguir o modelo da Trindade – Comunidade Perfeita de Amor,
jamais ficaria indiferente a esta realidade, aquele que quer viver o Evangelho, aqueles que querem
chamar-se cristãos, com certeza, ofereceriam seus dons, não só espirituais, mas também materiais
em vista do Reino de Deus. Um bom Cristão preserva os direitos do próximo e lhe dá o que lhe é
devido ou necessário, para isso a Igreja nos convida a buscarmos a virtude da Justiça. (cf. CAT
2407).
Esvaziando-nos de nós mesmos, sejamos felizes, vivamos o Evangelho! A solidariedade também nos
ensina a Mãe Igreja, deve ser buscada, por ela vivemos comunhão, partilha, doação, frutos do
verdadeiro amor. Como bons Cristãos sigamos o Senhor que se fez carne, homem como nós: “se fez
pobre, embora fosse rico, para nos enriquecer com sua pobreza”, Jesus, o solidário, nos deu seu
grande bem: a Vida Divina. Graças a ele somos chamados a Vida Divina (cf. CAT 2407). Como não
corresponder sendo solidário e partilhando os bens que Deus nos dá? Dons para o bem comum.
ATOS 4, 32-35: Muitas pessoas nos dias de hoje se sentem incomodadas com esta citação das
escrituras, e porque não dizer que até nós que buscamos viver uma vida Cristã autentica nos
sentimos incomodados ou queremos diminuir seu significado, no entanto a Palavra de Deus é clara,
há nesta citação um belo exemplo cristão de administração de bens: A comunhão dos bens.
Esta comunhão de bens é autentica não somente porque eles ‘vendiam tudo e traziam o que tinham
aos pés dos apóstolos’, isso é muito pouco, isso é o exterior. A autêntica vida cristã que vemos
nestes que viviam a comunhão de seus bens é antes de tudo a conversão interior dos corações, que
os faziam amar a Deus sobre todas as coisas e ao seu próximo como a si mesmos.
Seus olhos não estavam voltados para si, mas para o próximo, eles se sentiam um com seu próximo,
é importante percebermos aí a mentalidade desta bendita comunidade, cada um deles possuíam um
‘sentido de pertença’, ou seja eles tinham identidade com sua comunidade, e tinham pelo Espírito
Santo a revelação de seu fim : o Reino de Deus. Compreende-se então a radicalidade evangélica na
Igreja primitiva, sobretudo na comunhão de bens, esta é a forma Cristã de administrar bens.
É nos espelhando nesta primeira comunidade cristã que seremos cristãos autênticos que trabalham
pela causa do Reino, só assim viveremos unidos e teremos tudo em comum, somente assim
partilharemos conforme a necessidade de cada um. (cf. At 3, 44-45).
(Emmir Nogueira)
Ultimamente, tenho ficado impressionada com uma certa atitude conhecida por alguns
como “teoria” ou mesmo “teologia retributiva” no relacionamento com Deus, também entre os católicos.
A cada pregação, nos mais diversos locais do Brasil – nos outros países não sinto tão forte este
fenômeno – alguém apresenta, de uma forma ou de outra, a seguinte pergunta: “Mas porque aconteceu
isso comigo se eu procuro fazer tudo o que Deus quer?” e, a seguir, descreve como vai à missa e reza o
terço diariamente, como socorre os pobres, como vai regularmente às reuniões da paróquia, como se
confessa uma vez por mês, etc.
Outros, que enfrentam, como a quase totalidade dos brasileiros, desafios financeiros, colocam as
coisas mais claramente: “Mas, porque é que eu estou com dificuldades se eu sou fiel ao dízimo todos os
meses? A Bíblia não promete que se eu for fiel ao tributo do templo Deus vai ser fiel a mim?” Há ainda
aqueles que, servindo a Deus com alegria e fidelidade na paróquia, grupos, encontros, comunidades,
espantam-se e sentem-se inseguros quando morre um parente, a filha solteira engravida, o filho entra
na droga, o cônjuge adultera, os familiares abandonam a Igreja: “Mas eu cuidei das coisas de Deus
confiando que ele cuidaria das minhas! Como é que isso pode ter acontecido?” Ao grupo de
decepcionados com as “atitudes” de Deus, somam-se os que exclamam, ressentidos: “Mas eu entreguei
toda a minha vida a Deus! Consagrei-me a Ele! Por que Ele não me liberta deste pecado? Por que ainda
tenho este vício? Por que ainda convivo com esta fobia? Por que continuo deprimido? O que me falta
ainda dar a Deus? Você acha que é minha pouca fé?”
Cada vez que ouço algo parecido me vem uma lembrança e uma perplexidade. A lembrança é a
de Maria, aos pés da cruz de Jesus, sustentada pela caridade que a une ao Filho, pela fé de que Deus é
sempre amor e pela esperança da ressurreição que Ele prometera. A perplexidade refere-se ao tipo de
formação que talvez alguns tenham recebido. Terá ela sido verdadeiramente católica, ou traz resquícios
da tal teologia retributiva que reduz nosso relacionamento com Deus ao “dai-e-dar-se-vos-á”, típico de
algumas visões não católicas? Será que estamos ensinando que tudo o que damos a Deus e o que
“fazemos por Ele” tem como base essencial a gratuidade do amor? Será que estamos ensinando que o
amor é, por essência, gratuito e que, ao nos entregarmos a Deus, ao servi-lO, ao devolver o tributo, ao
nos consagrarmos não temos nenhuma garantia de que as coisas vão ser como queremos ou pensamos
que seriam? Será que deixamos claro que Deus, longe de ser um investimento de renda fixa, com
retorno garantido, é Amor que corre todos os riscos por nós? Será que ensinamos que Deus não dá
nenhuma garantia de retorno como nós pensamos que Ele deveria dar?
Ou, talvez, estejamos ensinando – e crendo! – que, se eu der dinheiro à paróquia Deus me dará o
dobro; se eu servir à Igreja, Deus me servirá; se eu fizer tudo “certinho” Deus vai fazer com que tudo dê
“certo” comigo e com os meus; se eu consagrar minha vida a Deus, tenho garantia de libertação e
santidade, em uma negociação infindável de fazer inveja ao título mais promissor do mercado...
Ao olhar a vida dos santos, de Maria e do próprio Jesus, qualquer um ficaria facilmente
desencantado com as idéias retributivas que empeçonham a mente de um católico, impedindo-o de ter a
mente de Cristo. Tome-se, por exemplo, São Paulo: perseguições, apedrejamentos, naufrágios,
falatórios, julgamentos, calúnias, prisões e morte. São Pedro não será muito diferente! Nem Jesus. Nem
Maria. Nem Madre Teresa de Calcutá. Nem João Paulo II.
Alguém tem que voltar a ensinar que o amor a Deus, para ser amor, precisa ser absolutamente
gratuito, sem nenhuma garantia de retorno. Pelo menos, não na nossa moeda, não na nossa medida. O
“dai e dar-se-vos-á”, a “medida boa, cheia, recalcada, transbordante” são um outro câmbio, uma outra
moeda, a moeda do céu, que é sempre amor.
TEMA
O Bom Samaritano
OBJETIVO
Responder à urgência do amor ao próximo por meio do serviço caritativo.
MATERIAL
Anexo ÍCONE DO BOM SAMARITANO
Anexo ÍCONE DO JUÍZO UNIVERSAL
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Estudo de texto em Grupos
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Eles devem ler e discutir o seu respectivo texto, onde alguém do grupo faz um resumo do que foi lido
e discutido para todos.
• Para introduzir o estudo dos textos, cite o pensamento do Papa Bento XVI ao comentar a passagem
do Bom Samaritano em Castel Gandolfo:
Bento XVI considera que o programa do cristão consiste em ter um coração unido a Deus para
descobrir os necessitados e ajudá-los.
"O programa do cristão, aprendido do ensinamento de Jesus, é ‘um coração que vê' onde há
necessidade de amor, e que atua em coerência", afirmou, ao comentar a passagem evangélica do
"Bom samaritano".
Segundo o bispo de Roma, esta parábola deve nos levar "a transformar nossa mentalidade
segundo a lógica de Cristo, que é a lógica da caridade: Deus é amor e prestar-lhe culto significa
servir os irmãos com amor sincero e generoso".
"Esta narração evangélica oferece a ‘unidade de medida', isto é, a universalidade do amor que se
dirige ao necessitado encontrado ‘por acaso', seja ele quem for", disse, citando sua primeira
encíclica, Deus caritas est.
E se isso é valido para todos, deve sê-lo particularmente na Igreja, família na qual "não deve
haver ninguém que sofra por falta do necessário".
• Finalize este momento, conduzindo um pequeno momento de oração e pedindo que ouçam de Deus
um gesto concreto que possam fazer e anotem. Sugira e incentive a visitas nas casas de promoção
humana da comunidade ou até mesmo de outras realidades da sua cidade.
• Providenciar as cópias do anexo que será usado na formação da próxima reunião do grupo (anexo O
HOMEM NA ESPIRITULIDADE SHALOM, p. 105 e 106)
Querido pastor, incentivamos fortemente, especialmente se na missão houver algum projeto de
promoção humana, a visita com todo grupo a um destes projetos. Prepare antecipadamente esta visita
com o coord. do projeto de promoção humana, para que seja um momento interessante para as ovelhas,
não só uma visita, mas também conhecer todo o projeto e encontrar um local concreto de servir ao
próximo.
A parábola do Bom Samaritano é uma autêntica pérola do Evangelho. Indica-nos como viver no
mundo e no dia-a-dia o amor que Deus derrama nos nossos corações. Mostra-nos o caminho do amor
que Jesus percorreu em primeiro lugar, Ele, o Bom Samaritano por excelência.
Mt 25, 31-46: “(...) Foi a mim mesmo que o fizestes”. Na história da espiritualidade cristã,
dificilmente encontramos um texto que tenha suscitado um fascínio tão grande como este discurso de
Jesus sobre o Juízo Universal.
Não estamos perante uma reportagem de tipo jornalístico sobre o fim do mundo e o juízo final.
Trata-se do discurso conclusivo de Jesus para mostrar que a dimensão do amor do próximo está no
centro do Reino de Deus, que foi apresentado ao longo do Evangelho. Esse amor ao próximo joga um
papel decisivo nas opções de cada um em relação a Cristo. Esta mensagem é-nos apresentada numa
cena grandiosa, cheia de elementos simbólicos: a convocação de todos os povos diante de Cristo, Pastor
da humanidade, Senhor e Juiz da história.
Nesta passagem, Jesus enumera as obras de misericórdia. A salvação ou a ruína passam por
estes pequenos/grandes gestos quotidianos. Todos podemos percorrer o caminho das obras de
misericórdia, actualizando-as nos dias de hoje. Elas são os sinais postos no caminho do amor.
Sintetizando, podemos concluir com um belo texto do Papa Bento XVI: “A caridade é o distintivo do
cristão. É a síntese de toda a sua vida: do que crê e do que faz. É a luz que dá bondade e beleza à
existência de cada homem. É o comportamento de quem responde ao amor de Deus e faz da própria
vida um dom de si a Deus e ao próximo. É o caminho da santidade. A vida dos santos, de cada santo, é
um hino à caridade, um cântico vivo ao amor de Deus”!
TEMA
Caridade e Parresia
OBJETIVO
Responder à urgência do amor ao próximo por meio do anúncio de Jesus Cristo.
MATERIAL
Anexo O HOMEM NA ESPIRITUALIDADE SHALOM
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Estudo do texto em grupos
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Após a apresentação do tema e objetivo da formação de hoje leiam juntos Jo 20, 24-28. Não deixe
de fazê-lo porque será importante para a atividade em grupo.
• Antes de dividir os grupos para o estudo do texto, peça que cada um possa responder em silêncio e
por escrito:
Quando vejo alguém que não conhece, não experimentou o amor de Deus, o que sinto e o que faço?
• No grupo eles devem ler, partilhar o anexo e, depois da partilha, definir um gesto concreto de
evangelização ainda para esta semana.
• Finalize o ensino, orientando que eles possam utilizar o texto para a oração pessoal da semana.
Tomé é incrédulo.
Está longe, afastado, da comunidade de fé.
É incrédulo e está afastado.
Ele não tem a ausência da fé, ele resiste a crer.
Ele não estava na igreja, ele estava fora da igreja, ele estava longe.
E este homem que é o incrédulo, depois que faz a experiência com Jesus, faz a perfeita profissão de
fé. Essa profissão de fé do evangelho de São João é a perfeita profissão de fé da Igreja: meu Senhor e
meu Deus. Os teólogos dizem que é a profissão de fé perfeita: Jesus é Senhor e Deus.
Então o incrédulo se transforma no homem da perfeita fé e o longe, o afastado se torna mais íntimo.
E porque é que ele se torna mais íntimo? Porque colocou a mão na chaga de Jesus. Nenhum dos
discípulos fez isso nem João. João colocou a cabeça no peito, mas ao colocar a mão no coração de
Jesus, Tomé entrou!
Lá no êxodo, o que Moisés pede a Deus? “Mostra-me a tua face”. O que Deus diz pra Moises?:
“Tu não podes ver minha face porque se tu vires, tu morrerás. Mas tem uma rocha, vai lá nessa rocha,
tem uma fenda na rocha e tu te escondes nessa fenda da rocha. Eu passarei e tu me verás pelas costas,
tu me verás...”
A fenda da rocha numa exegese bíblica é o coração transpassado de Jesus, e ao entrar pela
fenda da rocha você contempla a Trindade, você vê a Deus. É no coração de Jesus que mora a Trindade.
A contemplação nos introduz no coração de Jesus, e nos introduz assim no amor divino no
contemplar a Deus. Fomos criados para isso, para contemplarmos a Deus e para bebermos, nos
enchermos do amor divino. E para que? Para que? Para ficarmos lá? Não. Para em Cristo irmos ao
encontro do outro, mas isso é uma outra historia...
Um dia eu e você fomos, também eu fui e um dia eu estava longe de Cristo e um dia eu resisti a
Cristo e Cristo quebrou todas as minhas resistências e usou pessoas para que me trouxesse para sua
Igreja e nela pudesse fazer a experiência com Cristo ressuscitado que passou pela cruz e me encheu da
sua paz e me dá o seu Espírito para que eu pudesse dar também aos outros. E aí surge um dos
Quanto mais sofrida, quanto mais perdida quanto mais pecaminosa a humanidade, não é isso que
Deus diz, não sei se é em Isaias: os teus pecados me inflamam de compaixão? Onde abunda o pecado
superabunda a graça. Não é que Deus gosta do pecado, Deus gosta de salvar o pecador. TIRAR DO
PECADO É PRÓPRIO DE DEUS. Então não existe a casa do sem jeito. E fulano não tem jeito, não existe.
ESSA SITUAÇÃO NÃO TEM JEITO, NÃO EXISTE. É impossível evangelizar ali, não existe. Não existe
porque se Tomé, eu e você fomos evangelizados, tivemos a nossa experiência com Deus, qualquer um
pode ser. E Deus quer, e Deus nos envia.
CONSIGO
MESMO
TEMA
Identidade
OBJETIVO
Vivenciar os conteúdos da nossa identidade consciente e responsavelmente, segundo o plano de Deus.
MATERIAL
LIVRO TECENDO O FIO DE OURO (TFO) parte III
DVD “Identidade”
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Exibição do DVD
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Explique que vamos a partir de hoje iniciar um novo tempo na vida de oração que se dedicará à cura
interior. Para isso TODOS DEVEM ADQUIRIR O LIVRO TECENDO O FIO DE OURO que será o roteiro
da nossa oração pessoal e estudo bíblico até o final do bloco e da fase Koinonia.
• Todo o tempo de oração a partir de agora será dedicado aos exercícios do livro que correspondem ao
tema semanal abordado (identidade, sexualidade, etc.). O estudo bíblico também será guiado pelas
passagens bíblicas desses exercícios.
• Agora apresente o tema de hoje e seu objetivo e só então dê início à exibição do DVD “Identidade”
(TFO 2011).
• A oração dessa semana será a leitura e os exercícios dos Capítulos 1 a 9 da Parte III do TFO.
Tranquilize-os a respeito do tempo que se não for suficiente eles poderão voltar aos exercícios em
outra ocasião.
• ATENÇÃO!!! Durante esse bloco, faça sempre após o ensino um momento de oração de cura interior
a respeito do tema semanal, com imposição de mãos e abertura aos carismas.
• O tempo de oração (EB e OP) das ovelhas será todo dedicado ao caminho do TFO;
• O acompanhamento mensal aqui, neste bloco, torna-se ainda mais indispensável;
• Lembre-se de orientar a oração da semana (Capítulos 1 a 9 da Parte IV do TFO)
TEMA
Sexualidade
OBJETIVO
Conhecer e desenvolver retamente a vivencia da própria identidade sexual.
MATERIAL
LIVRO TECENDO O FIO DE OURO (TFO) parte III
DVD “Sexualidade (TFO 2011)
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Exibição do DVD
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Apresente o tema de hoje, seu objetivo e introduzindo a importância do caminho que estamos
fazendo.
• Este ensino é direcionado para o louvor pela própria identidade sexual. Evite ficar cavando o
passado, evocando possíveis acontecimentos nesta área. Neste caso, isso não funciona. Farão isso
durante a semana em oração. Agora é hora de LOUVAR pela própria identidade sexual e pelo que
Deus quis com isso desde toda a eternidade.
• Excepcionalmente estejam, os pastores e núcleos, disponíveis para conversar com quem procurar.
Este tema suscita, em geral, algumas dores.
• A oração dessa semana será a leitura e os exercícios dos Capítulos 11 e 12 da Parte III, sobre a
Sexualidade. Oriente que todos devem rever o que escreveu durante o processo e voltar a orar com
cada passo, visto que o a semana não é suficiente para descer de modo mais profundo em todos os
pontos e áreas.
• Finalize o ensino com uma oração para a cura do medo e pedindo a graça da fidelidade e da coragem
para o autoconhecimento.
TEMA
Afetividade
OBJETIVO
Empenhar-se pelo correto e sadio exercício da própria afetividade.
MATERIAL
LIVRO TECENDO O FIO DE OURO (TFO) parte IV
DVD “Afetividade (TFO 2011)”
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Exibição do DVD
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• A fim de recapitular as semanas anteriores, abra para um breve momento de testemunhos sobre o
caminho que já fizemos até aqui. Só então de início à exibição do DVD “Afetividade (TFO 2011)”.
• Atenção! As pessoas, em sua grande maioria, têm uma noção muito confusa sobre a afetividade.
Quando ouvem esta palestra, ficam meio confusas, pois a informação é nova para a maioria. No
comentário, enfatize bem a diferença entre afetividade e identidade e como a sexualidade faz parte
da identidade e não da afetividade embora, naturalmente, seja expressa através dela.
• Os maiores desafios da nossa afetividade vêm, na verdade, da não satisfação de nossas necessidades
essenciais de amar e sermos amados em nossa infância e adolescência ou, de forma temporal, na
vida adulta.
• A oração pessoal deve basear-se nesta realidade, onde a pessoa acolhe esta sua carência (= falta
que vai permanecer durante toda a vida) e ordená-la para o amor. Naturalmente, será necessário
que o pastor e seu núcleo tenham feito o mesmo processo que os participantes e tenham lido com
atenção as partes sobre as Necessidades, Identidade e Afetividade, a fim de ajudar os mesmos nesse
processo.
• Enfatize a necessidade da fidelidade na oração pessoal e confira com eles os exercícios a serem
feitos. Orientar fazer todos os exercícios referentes a essa parte (capítulos 1 a 5 da Parte IV) e o
projeto pessoal de vida sobre seus afetos.
TEMA
Eu, filho de Deus
OBJETIVO
Buscar com seriedade e sinceridade o caminho de santidade de vida, por amor a Deus e para o dom de
si.
MATERIAL
Anexo SANTOS POR VOCAÇÃO
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Dinâmica em grupos
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Hoje vamos contemplar como “Deus Pai e Criador nos chama à vida com as características próprias
da nossa personalidade. Pela graça do Batismo, somos chamados a acolher, em Cristo, o dom
gratuito da filiação divina” (Moysés Azevedo). Com essa introdução apresente o objetivo e o tema
dessa formação.
• Use para essa formação a dinâmica do anexo SANTOS POR VOCAÇÃO que deve ser distribuído a
cada ovelha. Faremos o preenchimento das colunas a partir das discussões sobre as passagens
bíblicas apresentadas na grade.
• Você deverá comentar os valores da primeira coluna e discutir com eles a vivência dos mesmos (para
o mundo e para os filhos de Deus) segundo a passagem bíblica, fazendo perguntas. Assim:
• Faça isso com cada um dos valores apresentados na primeira coluna até completar todos. Ainda
podem ser acrescentados outros valores importantes que não estejam apresentados no anexo.
• Finalize o ensino, abrindo uma partilha geral sobre a coluna FILHOS DE DEUS.
• Orientar que quem estiver atrasado aproveite essa semana para se atualizar;
TEMA
Vocação Específica
OBJETIVO
Descobrir e responder ao chamado divino com generosidade, criatividade e em vista de uma
consagração definitiva.
MATERIAL
LIVRO TECENDO O FIO DE OURO (TFO) parte III
DVD “Vocação Específica”
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Exibição do DVD
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• Tenha combinado com antecedência a vinda de algum irmão da Comunidade (CA ou CV) para dar o
seu testemunho vocacional que deve enfatizar a experiência de sentido de vida e plenitude ao
descobrir responder ao chamado de Deus.
• Após o ensino em DVD este irmão deverá dar o seu testemunho. Abra para perguntas.
• Lembre-se sempre de recomendar que façam os exercícios na hora da oração pessoal e que
escrevam sempre. Nesta semana, deverão ler todos os capítulos e fazer os exercícios do capítulo 10
da PARTE III do TFO, que tratam especificamente sobre a nossa identidade de filhos de Deus.
• Finalize o ensino, Finalize a formação com um canto suave invocando o Espírito Santo, onde você e
sua equipe oram por cada pessoa. Mesmo se alguém já tiver rezado pela ovelha em outra ocasião ou
acompanhamento, volte a rezar por ele. Todos devem receber oração, com abertura aos carismas.
TEMA
Estado de Vida
OBJETIVO
Discernir e responder com amor, liberdade e obediência à forma de vida que Deus escolheu para nós.
MATERIAL
LIVRO TECENDO O FIO DE OURO (TFO) parte III
Anexo FORMAS DE VIDA
Bíblia e caderno de formação.
METODOLOGIA
Testemunho ao vivo
ESQUEMA DA FORMAÇÃO
• A formação de hoje será o testemunho de algum irmão que, já tendo discernido e vive sua forma de
vida, partilhará sobre os aspectos segundo o anexo FORMA DE VIDA.
• Finalize o ensino com oração de libertação de todo conceito, apego ou medos que condicionem a
escuta da vontade de Deus a respeito do discernimento e/ou a vivência da forma de vida.
• Este momento pode ser um pouco menos breve e deve superabundar a abertura aos carismas.
• Lembre-se de recomendar que façam os exercícios na hora da oração pessoal: Deverão ler todos os
capítulos e fazer os exercícios do capítulo 13 e 14 da PARTE III do TFO, que tratam especificamente
sobre o caminho de discernimento e vivência da forma de vida.
19
A Sexualidade Humana, Verdade e Significado,I,9
Caminho Da Paz – Fase Koinonia 118
Foi Jesus que inaugurou a expressão do amor a Deus e aos irmãos como estado de vida. Nele e
em seu ministério, os estados de vida se tornaram, claramente, três formas diversas de viver a Caridade
de Cristo na Igreja em favor do mundo.
Jesus e o estado do celibato
Jesus escolheu para si o estado de celibatário, hoje conhecido como “celibatário para o reino” ou
“celibatário consagrado”. Isto é: Jesus não apenas não se casou. Ele obedeceu, livre e alegremente ao
Pai, com relação ao celibato ao qual o Pai o chamara ao dar-lhe um corpo, como vimos no capítulo “Tu
me destes um corpo”.
Totalmente entregue à missão de salvar o homem e reconciliá-lo com o Pai, totalmente devotado
ao Reino de Deus, Jesus não teria podido viver outro estado de vida que não o celibato.
Ao imprimir este estado de vida em sua identidade humana, o Pai é profundamente coerente com a
missão do Filho. Nada, exceto a doação total do seu ser, também em seu corpo, poderia configurar o
total esvaziamento de si e a total entrega em favor dos homens à qual era chamado.
Além disso, Jesus era chamado a amar a Deus e aos homens sem mediações, uma vez que ele
mesmo era o mediador entre Deus e os homens. A mediação bela e santa suposta pelo matrimônio não
se coadunava com sua entrega, sua missão, seu tipo de relacionamento com o Pai.
Jesus inaugura, assim, em cumprimento à vontade do Pai e com vistas à sua missão, o estado de vida
celibatário. Aqueles que são chamados a este estado de vida vivem o mistério do “coração indiviso”, no
sentido de amarem a Deus e aos irmãos com amor exclusivo, com a totalidade de seu ser, através da
entrega integral de si próprios em favor do Reino e da santificação de todos20.