Ens Tema 2010
Ens Tema 2010
Ens Tema 2010
sacramento
do dia a dia
A Equipe Responsável Internacional não autoriza nenhum
grupo de casais, que não seja admitido no Movimento,
a intitular-se "EQUIPES DE NOSSA SENHORA".
Responsabilidade:
Equipe da Super-Região Brasil
Av. Paulista, 352 A3-Cj 36 - Bela Vista
01310-000 - São Paulo-SP
Tel: 11 3256-1212 Fax: 11 3257-3599
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Coordenação Editorial
Graça e Roberto Rocha
Textos de:
Elen e Francisco Colares
Graça e Eduardo Barbosa
Hélène e Peter Nadas
Maria do Carmo e José Maria Whitaker Neto
Mariola e Elizeu Calsing
Monique e Gérard Duchêne
Regina Lúcia e Cleber Marin
Revisão de Conteúdo
Pe. Flávio Cavalca de Castro
Ens_CSDaD_capaemiolo_122013_NB
Revisão de Textos
Cida e Raimundo N. Almeida Araújo
Edição e Produção
Nova Bandeira Produções Editoriais Ltda.
R. Turiaçu, 390 - 11º andar, cj. 115
São Paulo - SP • Fone: (11) 3473.1282
www.novabandeira.com
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Rediiagramação:
Samuel Lincon Silvério
Casamento,
sacramento
do dia a dia
Tema de estudo
das Equipes de Nossa Senhora
Sumário
Apresentação............................................................... 05
Capítulo 1
DESCOBERTA DE UM AMOR NOVO.................................. 07
Capítulo 2
CASAR É CONVIVER......................................................... 17
Capítulo 3
ESPOSOS EM TEMPO INTEGRAL....................................... 25
Capítulo 4
Paternidade e Maternidade....................................... 33
Capítulo 5
A AVENTURA FAMILIAR.................................................... 41
Capítulo 6
A LITURGIA DOMÉSTICA................................................... 49
Capítulo 7
Casamento, ponte entre
o passado e o futuro.................................................. 57
Capítulo 8
Sacramento do amor................................................. 65
bibliografia.................................................................. 72
apresentação
5
Em terceiro, alertar cada casal de sua responsabilidade de
fazer que “o amor acorde de cara nova todos os dias” (Lar-
rãnaga);
Em quarto, sussurrar no ouvido de cada cônjuge que os
dois serão uma só carne, através do conhecimento e do esforço
de cada um;
Em quinto e último lugar, segredar-lhes que cultivem, sem
se descuidarem, o tripé que compõe o amor: eros, filia, ágape.
Preocupado com o futuro do casal e da família, o papa
Bento XVI chama a atenção para a existência de “forças e
vozes na sociedade atual que parecem apostadas em demolir
o berço natural da vida humana”, por isso urge “que em cada
lar, o pai e a mãe, intimamente robustecidos pela força do
Espírito Santo, continuem unidos a ser a bênção de Deus na
própria família, buscando a eternidade do seu amor nas fontes
da graça confiadas à Igreja,...” (30/9/09).
Equipe da Super-Região Brasil
6
Capítulo 1
AS FACES DO AMOR
7
INOCÊNCIA DO OLHAR
Vocação
Pensamos que todas as vocações têm uma origem comum no
chamado de Deus, que se expressa na descoberta de um amor
novo.
8
Ilustra bem isso o episódio que se passa em uma tarde, nas
proximidades de onde João costumava batizar. Por ali Jesus
passa. Percebe que alguém vem atrás. Vira-se e vê dois jovens
que o seguem. Eles tinham ouvido falar de Jesus e, vendo-o pas-
sar, saíram ao seu encalço. Imediatamente, Jesus pergunta-lhes:
“Que procurais”? Ao que eles retrucam: “Rabi, onde moras”? E
Jesus encerra o breve diálogo: “Vinde e vede”! Passagem evan-
gélica muito curta, mas de extraordinário significado3.
Que procurais? Esta pergunta é uma instigante indagação de
fundamental importância para todos. É uma pergunta que nos
devemos fazer, antes de tomar uma decisão relevante.
Pergunta que todo jovem deveria se fazer, antes de aderir
a uma vocação, de se encaminhar para um seminário, ao
abraçar uma atividade laboral. Os namorados deviam procurar
respondê-la antes de colocar as alianças. Será que nós um dia nos
questionamos? Que procuro, na vida a dois, com essa pessoa?
Mestre onde moras? Foi o contraponto dos dois caminhantes.
Era uma pergunta natural para quem pretendia direcionar sua
vida, decisivamente, no seguimento de alguém. Queriam saber
até onde a vida nova os levaria, que horizontes teriam.
Muitas vezes, encontramos pessoas espantadas com as res-
ponsabilidades da vida matrimonial, com as implicações de sua
vida de fé, com os compromissos de seu apostolado, como se
tivessem caído em uma armadilha. Talvez, não aprofundaram
o conhecimento a respeito do engajamento assumido. Eis a im-
portância de se apresentar um movimento de Igreja, mostrando
todas as suas exigências, sem querer apenas “dourar a pílula”.
Mais fundamental, ainda, é a preparação que deve haver para
o Matrimônio, com os pés na realidade, mostrando também as
riquezas da união conjugal, deixando claro que ela não deixa de
ser bela mesmo quando implica esforços, dificuldades e renúncias.
Vinde e vede. Foi a resposta conclusiva do Senhor. Com estes
dois verbos, Jesus deixa bem definida a proposta de vida que
apresenta a quem pretende segui-lo. “Vinde” tem o sentido de
3. Jo 1, 35-39
9
deslocamento, de movimento, de CAMINHO. “Vede” passa a
ideia de conhecimento, de constatação, de VERDADE. E os
dois verbos conjugados mostram a amplitude desse chamado,
pois é um convite para partilhar a própria VIDA do Mestre. E
aí nós temos retratados o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA,
unificados em um só chamado, que mais tarde Jesus iria utilizar
para identificar com sua própria pessoa: “Eu sou o caminho, a
verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim”.4
João e André, que eram aqueles dois jovens, iniciaram,
naquela tarde, um movimento de seguimento de Jesus, que
jamais teve fim, porque, atrás deles, vieram Pedro e Tiago e
os demais apóstolos, e todos os outros discípulos e discípulas,
homens e mulheres de todos os tempos, até chegar aos nossos
dias e a cada um de nós. Eles foram movidos pela descoberta
de um amor novo, que os levou a uma vida nova.
ESPIRITUALIDADE
Com ajuda dessa alegoria, podemos pensar que cada
pessoa tem um modo próprio nesse movimento de seguir as
pegadas de Jesus pela vida afora. Variam o ritmo, o tamanho e
a velocidade dos passos, além dos acompanhantes, escolhidos
por alguns para partilhar o percurso. Aos meios que se utilizam
para acompanhar Cristo podemos chamar de espiritualidade.
Espiritualidade significa a busca desse caminho de santifi-
cação, que, para os casados, é feita a dois, e dá sentido ao seu
amor, levando a redescobri-lo como a um tesouro enterrado,
que recuperamos, escavando no dia a dia da vida do lar.
Significa, portanto, buscar a força sobrenatural que orienta as
nossas vidas no acompanhamento de Jesus Cristo, de acordo
com nossas referências humanas, de modo que possamos
seguir o nosso rumo. É orientar-nos pela luz de Cristo, que
direciona nossos passos, dando o ritmo, balizando a estrada
e ajudando-nos a superar os obstáculos.
4. Jo 14,6
10
CAMINHO DE SANTIDADE
Em que pese sermos todos chamados a caminhar ao lado de
Jesus, temos maneiras próprias de o fazer. Enquanto que o cha-
mado é vocação, o jeito que facilita colocar-nos em movimento
para estar com Cristo é a espiritualidade. Nós, casais, temos, no
sacramento do Matrimônio, um caminho de santidade, para o
qual existe uma espiritualidade própria, muito transparente na
proposta das Equipes de Nossa Senhora. “Não se pense que a
espiritualidade é alguma coisa que se acrescenta, mas é alguma
coisa que descobre, reconhece, vive a autenticidade da relação
conjugal: aquela autenticidade que, para nós fiéis, deriva do
fato da criação. Dentro da criação há uma ‘intenção originária’
do Criador que é procurada e a que se deve obediência, mas
é uma obediência libertadora e criadora”.5
AMOR E CONVERSÃO
Jesus, ao falar do Matrimônio, faz referência ao “princípio”6,
remontando ao texto javista do Gênesis7, para mostrar que,
desde o início das relações humanas, o homem deixará pai e
mãe e se unirá à sua mulher, e os dois formarão uma só carne”.
“A unidade de que fala Gênesis 2, 24 (‘os dois serão uma só
carne’), é, sem dúvida, aquela que se exprime e se realiza no
ato conjugal”, ensina João Paulo II.8 Para se unir, homem e
mulher precisam realizar a travessia do mistério que os separa,
voltando-se um ao outro, em um êxodo de conversão mútua,
que os une e os aproxima cada vez mais de Deus.
Ambos os cônjuges procuram-se, saindo do “ponto in-
dividual” para alcançar e conhecer o outro no “ponto de
comunhão”. Esta travessia que leva do “eu” ao “nós” é um
passo que nunca termina, o caminho de toda uma vida, que
cada cônjuge percorre na direção do outro para santificar-se.
11
É o êxodo dos esposos para a “terra prometida”, que conquis-
tarão progressivamente, como fruto do conhecimento mútuo.
“No ‘conhecimento’ conjugal, a mulher ‘é dada’ ao homem e
ele a ela, porque o corpo e o sexo entram diretamente na es-
trutura e no conteúdo deste ‘conhecimento’. Assim, a realidade
da união conjugal, em que o homem e a mulher se tornam
‘uma só carne’, contém, em si, uma descoberta nova e, em
certo sentido, definitiva do significado do corpo humano na
sua masculinidade e feminilidade”9.
EXIGÊNCIAS DO AMOR
– necessidade do perdão e busca da felicidade e da santidade –
12
Como só teremos a manifestação plena do amor na eternida-
de, não estamos imunes a falhas. Com isso, é exigência do amor
exercitar a correção fraterna e a dádiva e aceitação do perdão.
Portanto, é preciso lembrar que, com o perdão, se encerra uma
etapa, vira-se uma página, para começar outro capítulo. Só assim
conseguiremos escrever juntos a página da felicidade com as cores
da santidade.
A vida não admite recuos. O exercício do amor conjugal é
vivido na radicalidade da união “indissolúvel”, que é desafio para
toda a vida. “As experiências que valem a pena ser vividas são
aquelas em que se vai até o fim, em que nem sequer se põe a
hipótese de recuar, em que se aplica a máxima suprema: destruir
todos os meios de retirada e avançar”.10
Devemos ser capazes de testemunhar que a vida conjugal
é uma aventura magnífica, que vale a pena ser vivida, em sua
grandiosidade desafiadora, porque o amor, que lhe dá sentido, é
capaz de ser retomado no faiscar azul de um olhar inocente, que
a idade torna ainda mais doce e terno.
“Se queremos ter êxito na vida, é preciso correr riscos, visar
alto e longe. Não devemos ter receio de existir e de amar acima
das nossas possibilidades, e de nos deixar levar pelo entusiasmo,
virtude pouco praticada hoje em dia. Não temos o direito de
amesquinhar, por preguiça ou covardia, o plano que Deus traçou
a nosso respeito”.11
13
PARA TROCA DE IDEIAS EM EQUIPE
• No êxodo do povo de Deus para a terra prometida, os egípcios
adentraram pelo mesmo mar que os israelitas, mas as águas
voltaram e cobriram os carros e cavaleiros do faraó. Todos
os Matrimônios atravessam um mesmo mar de dificuldades.
Enquanto uns perecem, outros saem vitoriosos. Que contribui-
ção a comunidade da equipe pode dar para ajudar os casais a
ultrapassar fracassos e redescobrir o autêntico amor de novo?
• Como aproveitar melhor a pedagogia das ENS para estimular
o desenvolvimento da espiritualidade do casal?
• “O amor dos esposos manifesta, revela, anuncia, torna presente
o amor de Deus para com a humanidade. Portanto, o amor
dos esposos é importante, necessário para conhecer a Deus”12
Com essa convicção sobre o sacramento do Matrimônio, o
que é preciso para que os casais se assumam como eficazes
evangelizadores?
14
pudermos estar ainda de mãos entrelaçadas, agarradas, até
que uma enfim se distenda na paz. Como foi, imaginamos,
com as mãos de Maria e José.
Pe. Flávio Cavalca,
Casal Orando com casais da Bíblia, p. 64
.
Tu és bendito, Deus de nossos pais, e é bendito o teu Nome
pelos séculos dos séculos. Bendigam-te os céus e toda a tua
criação por todos os séculos. Tu fizeste Adão e lhe deste como
auxiliar e amparo Eva, e de ambos surgiu a descendência hu-
mana. Foste tu que disseste que não era bom o homem ficar
só: Façamos para ele uma auxiliar que lhe seja semelhante.
Agora, não é por luxúria que me caso com esta minha irmã,
mas com reta intenção. Digna-te ter misericórdia de mim e
dela, e que possamos chegar, os dois, a uma ditosa velhice.
Disseram ambos:..... ‘Amém, Amém”. (Tb 8, 5-8)
15
“É fundamental investir
em relação e convivência
duradouras, aumentando
do relacionamento,
e de amor incondicional,
e meditando juntos a
CASAR É CONVIVER
17
samento, para que pudessem saber se valeria a pena continuar
juntos com vistas a um futuro a dois – era o experimento mais
econômico que possuía.
Colocou-os a sós dentro de um cilindro fazendo que, duran-
te três dias, pudessem ter a sensação de reviver os momentos de
amor e de carinhosa convivência que haviam partilhado. Foram
como que transportados para os primeiros anos de casados,
quando tudo partilhavam juntos, quando um se interessava
pelas coisas do outro, quando as conversas gostosas e inter-
mináveis acabavam em carinhos tão íntimos que os faziam se
sentir como um só. Quando o cilindro se abriu, o homem e a
mulher estavam de mãos firmemente dadas, e em seus olhares
demonstravam a convicção de saber onde estava o amor que
os unira. Chegaram à conclusão de que não precisavam dos
serviços de técnicos, mas de construir, a partir de uma convi-
vência mais profunda e amorosa, seu próprio futuro de alegria
e felicidade. Que precisavam, a partir das alegrias do passado,
fazer desta vez o melhor que pudessem. E conviveram felizes
para sempre!
A ARTE DA CONVIVÊNCIA
18
entre si, que precisam conhecer-se profundamente, porque vão
amar-se de um modo diferente, e permanecer diferentes ao
longo de sua existência em comum, pois no casamento não se
pode perder a individualidade característica de cada um. Pelo
contrário, cada um deve abrir-se ao outro com suas diferenças,
exatamente para enriquecer a vida e a história do outro.
A convivência conjugal harmoniosa, fundada na fidelidade,
autenticidade, honestidade, compreensão e doação de ambos
é uma arte. Isso porque envolve, de ambas as partes que con-
vivem, conhecimento pleno do outro, vontade de realizar um
projeto comum, sentimentos de afeto, vivência total da sexua-
lidade, ideias e ideais, imaginação e criatividade para renovar
a vida no dia a dia. É uma arte porque é uma forma de inter-
pretação da vida, envolvendo razão, emoção e percepção que,
combinadas, permitirão realizar a melhor obra-prima do Deus
criador. Deus é o maior interessado neste tipo de casamento e
de vivência conjugal, tanto é que ele sempre nos coloca uma
pessoa muito especial em nosso caminho, com quem pode-
mos e devemos construir uma vida a dois, para formar o par
conjugal e uma família. O que move um casamento não é a
vivência. É a convivência!
19
em seus corações por meio do Espírito Santo, e que tem valor
salvífico pela presença de Cristo. Não se pode compreender
a vida conjugal sem essa dimensão humana – do homem e
da mulher em espírito de comunhão interpessoal – e sem essa
dimensão espiritual – da presença da Trindade, que constitui
a comunidade mais perfeita.
Santo Agostinho, em uma de suas mais belas orações, as-
sim se manifesta após ter encontrado a verdade, que é Jesus
Cristo: “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde
demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te
procurava do lado de fora! Eu, disforme, lançava-me sobre as
belas formas das tuas criaturas. Estavas comigo, mas eu não
estava contigo. (...) Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede
de ti. Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua
paz.” Muitos cônjuges por não compreenderem o verdadeiro
sentido do amor e do casamento cristão como comunhão de
vida, também se arrependem, às vezes tarde demais, e fazem
súplicas semelhantes. Que não tenhamos de dizer: Tarde te
amei de verdade, ó meu amor tão antigo e tão novo. Perdi
tempo demais não te amando de verdade, não aproveitando
esse teu amor tão puro, dedicado, compreensivo, ardoroso.
Habitavas comigo, e eu procurava um amor do lado de fora
de nossa casa. Estavas comigo a toda hora, ajudando-me,
incentivando, agradando, doando-te inteiramente, e eu não
estava contigo. Que eu possa agora e para sempre saborear
esse teu amor, aspirar essa tua fragrância, arder de desejo pela
tua presença que me dá paz, alegria, felicidade.
Existem muitas atitudes importantes para fortalecer a convi-
vência do casal, alimentando-a e fazendo-a crescer junto com
o amor: são as palavras, os afetos, os gestos de delicadeza, a
atenção, a doação do próprio corpo e de sua intimidade. Fa-
zer o cônjuge feliz é dever de toda pessoa casada, pois a vida
conjugal é um chamado à vida comunitária e de comunhão,
e não ao isolamento.
O casal cristão deve buscar na Eucaristia as forças e bênçãos
necessárias para viver em unidade com Jesus Cristo e consigo
20
mesmo, pois a Eucaristia é para quem tem afinidade com Je-
sus, que compreende seu amor para com a pessoa humana.
Por isso, só valoriza a Eucaristia quem ama verdadeiramente.
A Eucaristia é o sacramento por excelência do casal cristão.
21
senso! Como dizem os “guias da convivência conjugal”, não se
dê ao luxo de, em casa, só porque ninguém está vendo, andar
de roupa rasgada, camiseta manchada, cabelo preso com elástico
de dinheiro, barba sem fazer... Não há homem ou mulher que vá
sentir atração desse jeito! “É preciso dar o melhor de si, tanto as
mulheres quanto os homens, para ganhar da concorrência.” A
gente não pode estar bonita ou arrumada apenas para si ou para
os outros, mas também para agradar o cônjuge, mesmo que ele
não ligue ou diga que isso não é importante para ele.
22
PARA TROCA DE IDEIAS EM EQUIPE
23
Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo também amou
a Igreja e se entregou por ela, a fim de santificar pela palavra aquela
que ele purifica pelo banho da água. Pois ele quis apresentá-la a
si mesmo toda bela, sem mancha nem ruga ou qualquer reparo,
mas santa e sem defeito. É assim que os maridos devem amar suas
esposas, como amam seu próprio corpo. Aquele que ama sua es-
posa está amando a si mesmo. Ninguém jamais odiou sua própria
carne. Pelo contrário, alimenta-a e a cerca de cuidado, como Cristo
faz com a Igreja; e nós somos membros do seu corpo!
“Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua
mulher, e os dois serão uma só carne”. Este mistério é grande — eu
digo isto com referência a Cristo e à Igreja. Em suma, cada um de
vós também ame a sua esposa como a si mesmo; e que a esposa
tenha respeito pelo marido (Ef 5, 21-33).
24
Capítulo 3
25
transformados pelo amor: sentem-se valorizados, são gratos
pelo privilégio de ter um ao outro. No Cântico dos Cânticos
é repetidamente enfatizado o dom que um é para o outro:
“O meu amado é meu e eu sou dele” (Ct 2,16). E é assim,
plenos dessa certeza, que os dois chegam ao altar de Deus.
E ali se comprometem a se amar incondicionalmente “até
que a morte os separe”. É ali onde começa o sacramento,
pelo qual o Cristo vai agir santificando as realidades con-
jugais. Afirma André Barral-Baron que “O casamento é o
sacramento da fidelidade de Deus e a Deus”. Portanto é ali
onde o casal firma seu compromisso com a indissolubilida-
de do vínculo assumido. No entanto, indissolúvel, segundo
Xavier Lacroix, não é o mesmo que indestrutível. O que,
então, pode ter destruído a união de tantos casais?
A vida conjugal é lugar de alegrias e prazeres legítimos
e próprios, mas também comporta sofrimentos, mágoas,
decepções, além de renúncias e abnegação. Afirma Pe. Ca-
ffarel que o amor e a abnegação são as duas faces de uma
mesma moeda. Por isso Jesus Cristo elevou o Matrimônio
à categoria de sacramento. Ele sabia que a graça do seu
Espírito nunca seria supérflua no relacionamento do casal,
com sexualidades tão distintas, mas tão complementares,
devendo cada cônjuge ajudar o outro a “dar à luz” sua rea-
lidade pessoal e espiritual, encontrando seu ser verdadeiro.
A diferença entre a sexualidade masculina e a feminina
é muitas vezes difícil de ser compreendida e mesmo aceita.
Sexualidades distintas geram comportamentos igualmente
distintos, levando homem e mulher a reagir diferentemente,
inclusive na dimensão sexual. Entretanto, o próprio Deus nos
fez diferentes; ele fez a sexualidade bela, limpa e enrique-
cedora. Uma vez que essa realidade é assumida e buscada
pelo casal, uma vez que eles se descobrem vivendo a rela-
cionalidade, sentem-se livres, equilibrados, capazes de um
amor maduro que os faz crescer a cada dia. Uma dimensão
que precisa ser bastante observada é a oblatividade, a oferta
de um ao outro, ou a dimensão esponsal, o amor-doação,
26
negação radical do egoísmo. Contudo, há casais que não
conseguem aceitar a alteridade, e sofrem pela falta de
compreensão ou de aceitação do outro, de si mesmo ou da
vivência da própria relação. O que não é aceitável na vida
conjugal é a sensação constante de desconforto, luta, tédio,
vazio, insatisfação. Quando isso é sentido com frequência, o
casal deve buscar conversar francamente, sentir-se acolhido
pela equipe e, caso não encontre solução, deve recorrer até
mesmo a um médico ou psicólogo, dependendo da natureza
da dificuldade.
27
amor de Deus, sua fidelidade, seu desejo do nosso bem – ao
mesmo tempo que os cônjuges desejam a felicidade um do
outro, no plano humano e no plano do desenvolvimento
religioso. Sem esta dupla dimensão, seu amor permaneceria
imperfeito, Pe. Caffarel diz mesmo, mutilado.
Em Gênesis 1,28, mesmo, sobre a criação do homem e
da mulher, lê-se : “Deus os abençoou: ‘Frutificai, disse Ele,
e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a’”, confirmando
na Palavra que o contato sexual entre os esposos é legítimo,
querido e abençoado por Deus, e o prazer que dele decorre
(“Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito
bom” Gn 1,31) contribui para a alegria do viver e para a es-
truturação sadia da personalidade. Tudo isso impregnado de
afetividade e da certeza da opção por um amor maduro, que
exige criatividade na relação. Segundo Pe. Caffarel: “É o amor
que desperta a invenção e, reciprocamente, é a invenção que
enriquece o amor”. A vida íntima do casal expressa a realidade
da comunhão ou, quando não é bem entendida como doação,
é realidade de divisão e opressão. Assim, ou o amor avança,
cresce e se vivifica ou se esvazia de sua substância, murcha e
morre. O amor não sabe ser estático. É próprio de um amor
vivo acompanhar e viver o tempo em que está inserido.
28
aproximar-se, íntima e progressivamente da pessoa amada;
não há momentos definidos para o casal acarinhar-se, mas
certamente tais momentos ativam a sexualidade: o homem
se sente querido e desejado como tal; a mulher, valorizada
e apreciada como é, independentemente das decepções e
sofrimentos que um já possa ter causado ao outro. Até onde
a relação sexual é vivida como um ato de fé no que o outro
é, na esperança do que ele possa vir a se tornar? Certamente
que essa conscientização ou esse entendimento não acontece
logo, pois geralmente nos casamos com alguém que idealizamos,
e que muitas vezes está muito longe de ser real.
À medida que o casal convive, surgem os conflitos, um
vai revelando-se ao outro (e é muito bom que isso aconteça)
no dia a dia, e às vezes essas revelações não correspondem
aos arquétipos ou modelos que havíamos construído. Se o
casal aprende a superar esses conflitos iniciais, a relação se-
xual vai adquirindo um significado cada vez mais profundo:
ela possibilita a restauração das feridas abertas, o perdão,
o dar a paz um ao outro, o encontro de dois corações que
não se concebem magoados, de dois corpos que não se
concebem separados. Quando perdoamos, fazemos nascer
na alma do outro a esperança da volta e do arrependimento.
O casamento ensina a perdoar e ser perdoado.
O ato sexual é uma expressão do amor que no começo
pode ser paixão, mas que deverá humanizar-se cada vez
mais; os casais que fazem amor são aqueles que sentem
amor em suas experiências diárias; eles expressam com
o corpo o que lhes vai no coração. O amor é sustentado
quando existe no casal a disponibilidade, a comunicação,
a demonstração de afeto, a segurança de sentimento e o
empenho na solução de conflitos. Para chegar à harmonia,
é preciso saber cultivar o desejo e até mesmo um erotismo
sadio. É preciso continuar apaixonados. E estar atento ao
outro.
29
AS CILADAS DA SEXUALIDADE
30
versamos sobre isso?
• Vivenciamos a oblação, a oferta de um ao outro, na nossa
relação sexual?
31
Segurei-o, e não o largarei
antes que o tenha introduzido na casa de minha mãe,
no quarto daquela que me concebeu.
Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém,
pelas gazelas e corças dos campos,
não desperteis nem perturbeis o amor, antes
que ele o queira.” (Ct 3, 1-5)
32
Capítulo 4
Paternidade e Maternidade
33
suas mentes o amor. Não basta prover os cuidados básicos de ali-
mentação, saúde, educação intelectual e moral, vigilância, lazer, e
outros deveres que a própria constituição do país impõe aos pais.
Tudo isso é necessário, mas educar, criar os filhos com amor, vai
mais adiante. O amor que se deve incutir é transmitido mais pelo
testemunho que pelo discurso. É o testemunho que faz os filhos
também vivenciar o amor. Não surtiria o efeito desejável todo o
empenho no discurso de pai e mãe se viesse desacompanhado do
exemplo. De fato, que fruto lograria obter quem pregasse a virtude,
a fidelidade, a oração, o dever de participar da vida da Igreja e
tudo o mais, se não praticasse ele próprio tudo isso?
“O grande segredo da educação está no amor mútuo do pai
e da mãe, que se torna pão cotidiano da criança. É servindo aos
filhos que o casal se esforça cada dia para se tornar mais seme-
lhante a Deus, e assim revelá-lo mais claramente” (Pe. Caffarel).
O mais substancioso alimento educacional dos filhos é servido nas
refeições cotidianas, temperadas pelo despojamento de pais que
demonstram o amor conjugal. Nesta mesma linha, a Familiaris
Consortio nos diz: “O amor de pai e mãe é chamado a tornar-se
para os filhos o sinal visível do próprio amor de Deus, de quem
recebe o nome toda paternidade [e maternidade] no céu e na
terra (cf. Ef 3, 15).”
DE EDUCADORES A EDUCANDOS
Pois como o barro na mão do oleiro, assim estais vós
em minha mão [...]. (Jr 18, 6b)
34
dade bem que pode ser comparado ao treinamento do atleta, que
se prepara todo dia para os muitos confrontos que terá em sua
carreira. É uma ascese permanente na busca do aperfeiçoamento.
Uma educação sólida dos filhos requer que pai e mãe pen-
sem em uníssono. Nenhum dos dois deve ter opinião própria,
particular. A opinião deve ser do casal. É muito difícil para os filhos
orientar-se, seguindo um padrão definido, se papai e mamãe estão
em permanente desacordo. Se um diz sim e o outro diz não, os
filhos podem resolver pedir autorização ao “bonzinho”, e por ele
orientar-se, o que certamente aumentará ainda mais a distância
entre os cônjuges. Pais e mães que assim agem, ainda não ama-
dureceram a ponto de se poder dizer que são “uma só carne”.
O amor paterno e materno não pode ser discriminativo, isto
é, preferencialmente focado em um filho em detrimento de outro.
Isso gera a inveja e a malquerença no seio da família. O amor
verdadeiro é tão superior que se distribui equitativamente a todos
os filhos, apesar das inúmeras diferenças existentes entre eles. Deus
ama todos os seus filhos. “Sede, pois imitadores de Deus... Vivei
no amor” (Ef 5, 1-2).
Pai e mãe, se querem aprender a viver a paternidade e a ma-
ternidade, devem aprender a orar, principalmente a orar como
casal. Orando, conseguirão do Senhor a sabedoria transformadora
de seus corações, que os habilitará para o desempenho da tarefa
educadora. “A oração gera o amor, e o amor o sacrifício. ‘Ninguém
tem maior amor do que aquele que dá sua vida por aqueles a
quem ama’ (Jo 15,13). Ides até esse maior amor, para fazer crescer
na graça aqueles que gerastes para a vida?” É o que pergunta Pe.
Caffarel a todos os pais e mães.
35
O fracasso da paternidade e da maternidade acon-
tecerá quando pais e mães esperarem dos filhos
aquilo que eles próprios não são. Desejam e dizem
para os filhos que não amem o mundo, mas sigam
os caminhos de Cristo, enquanto eles mesmos não
testemunham isso. Os filhos sempre observam muito
mais o que pais e mães fazem, e assimilam pouco
do que eles dizem.
36
NENHUM CASAL PODE SER ESTÉRIL
37
ver isso no belíssimo testemunho de vida de um jovem casal
que fez chorar a todos os participantes do II Encontro Nacional
das ENS, em 2009:
“Aceitamos ser pais adotivos e, da mesma forma que acontece
com pais biológicos, recebemos a missão e o compromisso de fazer
crescer uma vida nova, por todos desconhecida. A partir desse
momento nos sentíamos grávidos no coração, na alma, todo nosso
ser. Depois disso [...] percebemos que quem quer realmente ser pai
e mãe, quer apenas uma coisa: quer amar! E amar é um dom! O
dom de ser instrumento de Deus. Por quê? Porque Deus é amor.
Então, evidentemente, nos damos conta de que não somos nós
que amamos, mas Deus é quem ama através de cada um de nós!
Nesse dia entendemos [...] que o amor gera vida! No evangelho
escrito por São Mateus, Jesus disse que “o que fizerdes a uma
dessas criancinhas, a mim estarás fazendo”. Bom, num primeiro
momento, pode-se pensar no bem que estamos fazendo a ela, na
benevolência, na caridade, no desprendimento. Nada disso. Se o
que ocorre verdadeiramente dentro de nós é gerar vida nova na
perspectiva de que Deus é amor, então, é essa criança que estará
nos fazendo o bem. É ela que nos fará caridade, nos permitirá
amar e vai nos transformar com o amor de Deus que ela infundirá
em cada um de nós!”
Diante disso temos de pensar nos casais que, por livre escolha,
decidem não ter filhos. A fecundidade de seu Matrimônio estará
ou não comprometida conforme os motivos que os impulsionam.
Alegam alguns que os tempos modernos já não permitem sacrifí-
cio de tal envergadura. Os filhos custam tempo e dinheiro, coisas
que andam escassas nestes dias. Muitos são capazes de sacrifícios
enormes para adquirir bens materiais como casa, carro, sítios etc.,
mas não são capazes de se doar gerando filhos como frutos do
amor conjugal. Não desejam acolher a vida. Certamente esses
ainda não constituíram o “ser casal”. E se, por motivos egoístas,
não pretendem gerar filhos, como poderão doar-se espiritualmente
um ao outro, e ambos a outros? Já a opção de outros poderá ter
sentido totalmente diverso, merecer respeito e não comprometer
a fecundidade de seu amor.
38
“Acolher a vida, para nós casais equipistas, é também assumir
uma paternidade e maternidade espiritual. O nosso amor fecundo
espiritual é desafiado constantemente pelas urgências que se nos
apresentam. Quantos casais e famílias choram por um alento,
uma orientação, uma escuta! Quantos recém-casados e noivos
carecem de nossas orientações para bem viverem seu casamento!
Por isso, parafraseando João Paulo II, afirmamos que a nenhum
casal das ENS é permitido guardar só para si as graças e os frutos
maravilhosos da vida matrimonial, nem pensar unicamente em
seu bem-estar... E, nessa linha de pensamento, relembramos a
missão das ENS, as quais têm uma vocação: ajudar os casais a se
santificarem. Mas têm também uma missão na Igreja e no mundo
(Pe. Caffarel)” (ARAÚJO, 2005). Portanto, de maneira enfática
e contundente, é necessário que se afirme: nenhum casal tem o
direito de ser estéril.
39
no verdadeiro amor paterno e materno? De que maneira
essas dificuldades podem ser superadas?
40
Capítulo 5
A AVENTURA FAMILIAR
41
inesperado que havia surgido e que transformava sua pequena
família numa aventura. Rezava muito, pedindo a Deus que lhe
mostrasse um caminho.
Então uma noite, depois de ter tomado banho, Luiz foi até
o portão, chamou Maria e disse: “Amor, hoje eu pedi demissão
da fábrica”. Maria voltou para ele seus olhos vermelhos de tanto
chorar e perguntou: “Mas por quê, Luiz?” Ele disse: “Por causa
do cheiro. Nosso casamento e a família que está nascendo não
podem viver assim. Vou procurar outro emprego... sem o cheiro!
Deus certamente vai cuidar de nós...” E os dois, às lágrimas,
abraçaram-se.
42
temos noções claras de aonde queremos chegar, surgem, ao longo
do caminho, muitos eventos e elementos que não haviam sido
previstos. Por vezes, são obras dos homens, outras vezes, são atos
de Deus. O desafio da aventura consiste justamente em superar
esses obstáculos para chegar ao objetivo que se busca.
43
frequência, as diferenças de origem social, religiosa, etc.
Por fim, a tudo isso, deve-se acrescentar a convivência; nas
famílias, de diversas gerações. “A família, na qual convivem várias
gerações que se ajudam mutuamente em adquirir maior sabedoria
e em harmonizar os direitos pessoais com as outras exigências
sociais, constitui o fundamento da sociedade” (Gaudium et Spes,
nº 52). É comum, em nossos dias, que o jovem casal tenha con-
tatos com os avós dos dois lados, além dos pais. Cada uma dessas
gerações de ascendentes terá, sobre o mundo, a perspectiva de
seu tempo e sabemos o quanto a velocidade das transformações
afeta essas perspectivas.
O casal, e depois seus filhos, irão receber o impacto de todas
essas diferenças e, processando-as e amalgamando-as com a
vivência de seu próprio tempo, criar o seu ambiente, único e
original. É por todas essas razões que não haverá duas famílias
iguais no mundo.
A ESCADA DE JACÓ
44
agir Deus, tudo isso vai definir e conduzir a aventura de nossa
família.14
A escada que Jacó viu em sonho (Gn 28, 12) pode ser a
imagem das famílias humanas que, geração após geração,
cumprem o plano que Deus propõe aos homens, e sobem em
sua direção. Os valores que se adquirem na família e que se
põem em prática na sociedade – como o amor, a fraternidade,
a confiança, a partilha, a superação dos desafios, a justiça e a
responsabilidade pelos atos praticados, a verdade – contribuem
para a caminhada e para a escalada, degrau a degrau, da escada
que leva ao Pai.
RALI PARIS-DAKAR
45
rejeitar a aventura? Quando as coisas não acontecem como
planejaram, quando surgem os imprevistos, já que não existe
compromisso maior, acabam implodindo a família, desvincu-
lando-a, de certa forma, das gerações seguintes, do próximo
degrau da escada...
É claro que existem famílias que fracassam na aventura,
apesar da boa vontade que anima o pai e a mãe. Por vezes,
esses fracassos resultam em tentativas de nova aventura, em
segundo casamento; na maioria das vezes, todavia, cai-se na
família monoparental, onde geralmente é a mãe que fica sozinha
para cuidar dos filhos e educá-los.
SAGRADA FAMÍLIA
46
“Como dizer ‘sim’ ao anjo Gabriel, sabendo que poderei ser
apedrejada?” Mas depois de dizer sim: “Exulta meu espírito em
Deus, meu Salvador!” “Como aceitar uma mulher grávida para
esposa, se eu nunca toquei nela?” Mas depois: “Recebe Maria
como tua esposa, em tua casa!”
A Sagrada Família ensina-nos a vivência da ascese na con-
vivência familiar. A sacrificar-nos uns pelos outros quando as
circunstâncias assim o exigem. A engolir, muitas vezes, nosso
orgulho, palavras duras que gostaríamos de dizer, para juntos,
formarmos uma equipe capaz de viver essa grande aventura e,
no topo da escada, ir ao encontro do Salvador,
47
PARA A MEDITAÇÃO EM EQUIPE
48
Capítulo 6
A LITURGIA DOMÉSTICA
49
desenvolve-se através da família, o grande dom de Deus, que o
Concílio Vaticano II chama de “Igreja doméstica” (LG, 11).
É no seio da família que se forjam as pessoas e onde elas en-
contram a possibilidade de sua plena realização. A riqueza da vida
conjugal, a criação, a formação e a educação dos filhos, o espírito
de amizade, a união, a solidariedade, a maturidade e a busca da
verdadeira paz só podem ser alcançadas na vida familiar.
LITURGIA
50
LITURGIA FAMILIAR
51
familiar. Tornam-se costumes, transformam-se em verdadeiros
ritos que possibilitam a vivência do amor e da caridade. Daí a
sacralidade da família.
Cuidar com esmero da decoração da casa, adornando-a com
flores, renovando as fotografias das pessoas queridas, organizar
com as crianças brincadeiras que as distraiam e tornem mais
agradável o encontro familiar. E até mesmo os momentos em
que a família se reúne para lembrar a memória dos falecidos,
podem ser oportunidades de dar um testemunho de fé na vida
eterna e de que se está apenas de passagem por este mundo.
O respeito ao espaço de cada membro da família, o direito
de cada um definir o seu território pessoal é importante para
se identificar a individualidade e a liberdade de cada um. Os
períodos que uns passam distante dos outros, durante o trabalho,
o estudo, o lazer, torna o tempo junto à família mais rico, mais
valorizado e cheio de significado.
As mudanças que ocorrem na família, a chegada de novos
membros, a dor pelos que se foram, ausências prolongadas de
alguns, são momentos que devem servir para a família crescer
junto, aceitando a alegria e a tristeza, encontrando uma harmonia
para se adaptar às novas condições. A família se fortalece ao
assumir riscos. Assegurar o apoio mútuo, reduzindo o medo e
estimulando o aprendizado é uma garantia de crescimento, que
gera o espírito de equipe e permite dividir responsabilidades,
distribuir tarefas, valorizando as aptidões de cada um.
A BÍBLIA DOMÉSTICA
52
a consultá-la constantemente, fazendo-os compreender que essas
realidades suscitam a intimidade com Deus.
O casal não tem de se afastar dessas ocorrências diárias para
se encontrar com Deus. Ao contrário, é nelas e através delas que
Deus quer encontrar-se com o casal. As carícias e o próprio en-
contro sexual, as brincadeiras com as crianças, a troca de fraldas,
o preparo das mamadeiras, os sorrisos, as preocupações com a
educação dos filhos, a vinda dos netos, a separação da filha mais
velha, a conquista do primeiro emprego de um dos filhos, até a
morte do avô. Todas essas realidades mais comuns e habituais,
agradáveis ou cheias de dissabores, são o ponto de encontro do
casal e da família com o seu Deus, que ama e perdoa infinitamente.
A LITURGIA DO ALTAR
53
As orações que o casal faz na sua intimidade, ou em famí-
lia, o oferecimento do dia e de todas as suas ações, a bênção
dos alimentos antes das refeições, a oração da noite e todos
os demais atos de cada membro da família são ritos que se
incorporam à liturgia do lar e favorecem o relacionamento com
Deus. Chega-se à conclusão de que, ao lado dos momentos
específicos do dia dedicados exclusivamente à oração, todas
as demais ocasiões e situações do dia a dia do casal e da fa-
mília são oportunidades de amar e intensificar o amor, que é
o objetivo da santidade.
O casal e a família são privilegiados por poder participar
desse sacrifício único, que se atualiza cada dia, em cada ce-
lebração. E mais do que isso; a pesar de indignos de oferecer
a Deus um sacrifício que esteja à sua altura, podem unir-se
ao sacrifício de Jesus Cristo, já que o Sacrifício de Cristo e o
sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício. (CIC 1367).
54
Quando se cultiva o costume de descobrir no cônjugue e
nos filhos as maravilhas de Deus, aprende-se a admirar, louvar
e adorar o Criador, nas coisas mais simples da natureza, no de-
sabrochar de uma flor, no pôr do sol, na composição das luzes,
na noite estrelada, e assim por diante.
O sacrifício eucarístico representa a aliança do amor de
Cristo com a Igreja, enquanto marcada com o sangue da sua
cruz. Neste sacrifício da nova e eterna aliança é que os cônjuges
cristãos encontram a raiz da qual brota, interiormente plasmada
e continuamente vivificada, a sua aliança conjugal (FC 57).
55
PARA A MEDITAÇÃO EM EQUIPE
56
Capítulo 7
INTRODUÇÃO
57
mais permissiva, são motivo de grande sofrimento para os pais.
A despeito desses fatores sociais, há ainda muitos noivos que
sonham com um casamento estável e feliz, embora a maioria pro-
cure apenas sua própria felicidade, e não a felicidade do cônjuge,
nem tem em mira a felicidade do casal. Essa nova figura que surge
frágil, se não for adubada e cuidada com o amor verdadeiro, feito
de oblação e perdão, rapidamente fenecerá. Além dos fatores
externos, esboçados acima, há fatores internos a cada um, que
podem ter um efeito devastador se aceitos e não combatidos, mas
podem também ser construtivos se vividos numa perspectiva cristã,
tornando-se ponte entre o passado individual e o futuro do casal,
entre uma vivência meramente humana e um caminhar cristão.
A HISTÓRIA PRÉ-MATRIMONIAL
58
bem constituída, com pais que se amavam, eram fiéis e se esfor-
çavam por educar seus filhos, mas pode também ter sido uma
família mal constituída, rompida após alguns anos, deixando os
filhos ora com um, ora com outro, ou somente com um, ou ainda
uma família aparentemente normal, mas onde não havia fidelida-
de nem verdadeiro amor entre o casal, e sim mera coabitação. A
família e a educação nela recebida têm profunda influência sobre
a criança, o adolescente e o futuro adulto. Involuntariamente ele
tentará seguir o modelo recebido ou, em certos casos, revoltar-se
contra ele e procurar viver o modelo oposto. Em certas famílias,
conhecem-se e veneram-se os antepassados, às vezes, de várias
gerações. Em outras, os jovens praticamente os ignoram ou não
lhes dão importância.
Outra característica é a cultura recebida, no próprio lar e na
escola. Alguns estudaram bastante, tiveram o espírito aberto à
história e ao mundo; outros receberam uma educação superfi-
cial, influenciada principalmente pela televisão, acompanharam
a mentalidade de colegas e vizinhos, não se interessam pelo que
acontece fora de seu pequeno círculo, não foram despertados para
atuar de forma positiva na sociedade.
A religião pode ter estado presente na família em que se foi
criado, ou dela ausente. Tanto um como outro pode ter sido pro-
fundamente marcado por ela, vivê-la verdadeiramente, ou, pelo
contrário, rejeitá-la por considerá-la opressiva, ultrapassada, não
tendo nunca entendido sua verdadeira mensagem. Muitos não
tiveram educação religiosa alguma, e chegam ao casamento como
pagãos. Outros casam-se com membros de outras religiões, e se
isso não for bem vivido e aceito pelas respectivas famílias desde o
início pode ser fonte de muitos atritos.
Os anos passados como solteiros na vida profissional vão
criando hábitos, por vezes manias, que influenciam o dia a dia e
não se perdem com facilidade, pois já integram a personalidade.
Essas características que cada um traz consigo nem sempre são
percebidas pela própria pessoa, que terá muita dificuldade em
desfazer-se delas.
59
NO CASAMENTO,
O CONFLITO DAS HISTÓRIAS
60
auxílio divino, que sempre devemos pedir, pela oração, ao meditar
e “ruminar” a Palavra, e muito especialmente recorrendo às graças
do sacramento do Matrimônio, que nos dá as forças necessárias,
principalmente quando se procura renová-lo ao receber juntos o
sacramento da Eucaristia. A Eucaristia é o sacramento do amor, da
unidade, e o sacramento do Matrimônio, por sua vez, impele-nos à
comunhão real e profunda com nosso cônjuge. Se o sacramento do
Matrimônio recebe novo alento todas as vezes que um dos esposos
manifesta seu “sim” ao outro, até mesmo no mais corriqueiro dos
gestos que compõem a realidade da vida cotidiana, a Eucaristia
é, por assim dizer, o combustível que dá as forças para que cada
um realize essa doação contínua ao outro.
AS HISTÓRIAS DIFERENTES
PODEM FAZER-NOS CRESCER
61
e eclesial, podem estimular e enriquecer o cônjuge. Ao conhecer
e entender mais nosso marido ou nossa mulher e sua história,
iremos aos poucos assimilando-a e associando-a à nossa própria
história, e principalmente, tornando-a parte de nossa história co-
mum, a história do casal, um dos fundamentos do crescimento do
ser conjugal, em que ambos os cônjuges progridem juntos em seu
amor e no seu caminho rumo à santidade a que Deus os chama,
como nos recorda o Pe. Caffarel.
OS FILHOS
62
para vangloriar-se de ser diferente, pois nem sempre as famílias são
motivo de orgulho, nem sempre são dignas de serem dadas como
exemplo. Pode ocorrer que em uma das famílias tenha havido uma
ou mais pessoas de comportamento condenável. Assim mesmo, é
bom que os pais narrem os fatos aos filhos, quando tiverem idade
para entender que os homens, por serem pecadores, podem ceder
ao mal, mas sempre têm a oportunidade de se arrepender e corrigir,
e que, se os membros da família não o fizeram, isso é parte da
cruz que eles, os pais, e seus filhos devem carregar, procurando
contribuir, por uma vida de amor, para resgatar os antepassados
faltosos, transformando o mal herdado num bem maior.
63
PARA A MEDITAÇÃO EM EQUIPE
64
Capítulo 8
Sacramento do amor
65
e violento. Os filhos, atônitos, assistiam ao desmoronamento do
casamento de seus pais em poucos meses. E um dia, Henrique
pegou suas coisas e foi embora, foi morar com a amante.
Gisele e os filhos tiveram poucas notícias de Henrique nos anos
seguintes. Souberam que ele mudou de cidade, que ele mudou
de mulher várias vezes. Durante todos aqueles anos, Gisele foi
demonstrando aos filhos uma fidelidade a Henrique que eles
tinham dificuldade em entender. Sempre lhes falava bem dele,
tudo era motivo para lhes contar uma lembrança de sua vida a
dois com ele, demonstrava muita saudade e muito amor.
Os filhos casaram. Primeiro foi a menina, mais nova, depois o
rapaz. Gisele ficou só, foi envelhecendo sozinha. Um dia soube,
por uma prima, que Henrique havia voltado à cidade, que vivia
só e, ao que parece, estava muito doente. Impelida por uma força
maior que ela, Gisele juntou alguns pertences numa malinha e
foi bater na porta de Henrique. – O que você quer? perguntou
Henrique com agressividade. – Vim ver se você precisa de alguma
coisa. E acrescentou, com emoção na voz: – Você me fez muita
falta, esses anos todos, sabe?
Houve muito choro e muito perdão pedido e dado. Mas a
doença de Henrique era bem real. O câncer foi se complicando
com Alzheimer e, aos poucos, o sofrimento tomou conta dele.
Nem reconhecia mais Gisele que, muito abalada, cuidava dele e
assistia, impotente, seus momentos finais. Foi obrigada a interná-
-lo em hospital, não havia mais como cuidar dele em casa. No
hospital, Henrique entrou em coma e ficou muitos dias nesse
estado. Parecia que não conseguia morrer. Gisele percebeu com os
olhos da alma. O padre que tinha vindo dar a unção dos enfermos
também confirmou: “ele tem medo de morrer”.
Gisele tomou a mão de Henrique, segurou com força e sussur-
rou em seu ouvido. - Deus é muito grande e ama você, porque seu
filho Jesus vive em você. Já lhe perdoou tudo, faz tempo. Confie
e entregue-se, meu amor... Por um instante, Henrique abriu os
olhos, olhou para ela e murmurou: - Gisele... Foi sempre você
que eu amei.
66
DESDE O PRINCÍPIO
SACRAMENTO DE CRISTO
67
graça, instituído por Cristo e confiado à Igreja21. É um sinal,
porque representa uma outra realidade, uma realidade espiri-
tual, que é a graça. A graça, por sua vez, é o amor gratuito de
Deus por nós, e o sinal é eficaz, porque é o próprio Cristo que
age através do sacramento. Assim, quando os noivos se dão,
diante da comunidade reunida e diante das testemunhas, com
sinceridade de coração, o seu consentimento mútuo, trata-se de
muito mais do que de uma declaração de amor de um pelo outro.
Cristo, presente em ambos, une-os no amor de seu Pai. É essa
presença de Cristo que confere ao sacramento do Matrimônio
seu poder santificador.
Na verdade, diferentemente do contrato que se celebra no
cartório e que, por um simples distrato é anulado, o sacramento
celebrado pelos nubentes diante do altar é uma aliança. Em se
tratando de uma aliança “tripartite”, entre os nubentes e Deus,
ele tem caráter eterno, como Deus é eterno.
É através da presença e da ação de Cristo que o amor hu-
mano, recebendo como que uma “injeção” do amor divino, é
transformado em amor conjugal, que por sua vez é a fonte da
espiritualidade conjugal. Ocorre, neste processo, o dom recíproco
dos cônjuges. Como advertia Karol Wojtyla, então arcebispo de
Cracóvia, não se trata apenas da doação dos corpos, mas da
doação total das pessoas.2222 E acrescentava o futuro Papa João
Paulo II: “Quando duas pessoas se amam com amor verdadeiro,
o amor assume então uma estrutura interpessoal, converte-se
em comunhão de pessoas; o amor então não será tanto amor
de um pelo outro, mas é amor que existe entre os dois; não são
dois amores, é um único amor; a reciprocidade é aquela que
dá origem ao ‘nós conjugal’, ou antes, ao ‘eu conjugal’”. O que
Deus uniu... Ao longo da vida, o sacramento do Matrimônio,
iniciado no altar, renova-se cada vez que o casal, através de
gestos, palavras, atitudes reafirma seu consentimento, seu sim.
68
Os ministros do sacramento, que são os esposos, ao conferi-lo
um ao outro, recebem uma dupla missão. Por um lado, cada um é
chamado a ser o canal permanente do amor de Deus para o outro.
O amor que Deus tem por minha esposa passa por mim. O amor
que Deus tem por meu esposo, passa por mim. Tenho eu o poder,
o direito de impedir esse amor de fluir por mim para o outro? Foi
com essa intenção que Deus nos chamou, para sermos os canais
de seu amor. Foi para isso que ele nos uniu, que ele nos ungiu.
A segunda missão é de apostolado, de testemunho. Somos
chamados a manifestar aos que nos veem, aos que nos cercam,
que o nosso amor conjugal é reflexo do amor de Deus que trans-
mitimos um ao outro. Num mundo cada vez mais descrente, é
necessário testemunhar que o amor de Deus existe.
69
Então surgiu em mim a necessidade de revelar o
melhor de mim mesmo: e foi então a minha mais
bela invenção.
Foi assim que te criei, casal humano, “à minha
imagem e semelhança” e eu vi, e desta vez, eu
achei que era muito bom.
Em meio a este universo, onde cada criatura canta
a minha glória, celebra as minhas perfeições, aca-
bava de surgir o amor, para revelar o meu Amor.
Casal humano, criatura minha bem-amada, minha
testemunha privilegiada, compreendes porque és
tão caro para mim entre todas as criaturas, com-
preendes a imensa esperança que deposito em ti?
És portador de minha reputação, de minha glória,
és para o universo a grande razão de esperar,
porque tu és o amor.
70
PARA A MEDITAÇÃO EM EQUIPE
71
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