Eletromagnetismo
Eletromagnetismo
Eletromagnetismo
Eletromagnetismo é a parte da Eletricidade que estuda certos fenômenos nos quais intervêm
corrente elétrica e campo magnético: podemos chamar a esses fenômenos, fenômenos
eletromagnéticos.
1o) Uma corrente elétrica, passando por um condutor, produz um campo magnético ao redor do
condutor, como se fosse um ímã;
2o) Um condutor, percorrido por corrente elétrica, colocado em um campo magnético, fica
sujeito a uma força;
3o) Suponhamos um condutor fechado, colocado em um campo magnético; a superfície
determinada pelo condutor é atravessada por um fluxo magnético; se, por uma causa qualquer
esse fluxo variar, aparecerá no condutor uma corrente elétrica; esse fenômeno é chamado
indução eletromagnética.
Neste capítulo estudaremos o primeiro fenômeno. Os outros dois serão estudados nos
próximos dois capítulos.
Experiência de Oersted
A figura abaixo mostra como se pode realizar a experiência de Oersted: um condutor retilíneo
horizontal é colocado paralelamente a uma agulha imantada. Esse condutor é ligado em série
com os seguintes elementos: um acumulador, que fornece corrente; um reostato, que controla
a intensidade da corrente; e uma “chave” (interruptor), para abrir e fechar o circuito.
Inicialmente, esta chave está aberta, e a agulha se mantém paralela ao condutor (figura a).
Quando se fecha a chave, passa corrente, produz-se o campo magnético, e a agulha é
desviada (figura b).
Figura 265-a
Figura 265-b
Analogamente ao caso de campo magnético criado por um ímã, quando o campo magnético é
criado por corrente elétrica podemos determinar o módulo, a direção e o sentido do vetor
campo, , em um ponto. O cálculo do módulo será dado no parágrafo seguinte. Vejamos a
direção e o sentido. Sabemos que, quando uma massa magnética norte é colocada em um
campo magnético, o sentido da força que atua nessa massa é o próprio sentido do campo (fig.
266-a); e, quando uma massa magnética sul é colocada num campo magnético, o sentido da
força que atua é oposto ao sentido do campo (fig. 266-b).
Figura 266
Concluímos que regra prática para sabermos o sentido do campo magnético em um ponto é
verificarmos o sentido em que se desloca uma massa magnética norte colocada nesse ponto.
Entre as diversas regras práticas existentes para assinalar esse sentido, existem a do
observador de Ampère, a do saca-rolhas, de Maxwell, e a da mão direita.
2a) Se o condutor é curvo, por exemplo circular, imagine o saca-rolhas girando no sentido da
corrente; então ele avança no sentido do campo (fig. 268-b).
Figura 268
1a) Se o condutor é retilíneo, imagine o polegar da mão direita esticado e apontando no sentido
da corrente, e os outros quatro dedos fechados sobre o condutor. Então esses quatro dedos
acompanham o sentido do campo (fig. 269).
Figura 269
2a) Se o condutor é curvilíneo, imagine os quatro dedos da mão direita acompanhando o
sentido da corrente; então o polegar esticado indica o sentido do campo.
Figura 270
Figura 272
Os sentidos das linhas de força podem ser obtidos pela aplicação da regra do saca-rolhas;
observemos que no plano do círculo, todas as linhas de força têm sentidos coincidentes. Como
consequência, no centro do círculo há um campo magnético perpendicular ao plano da figura e
dirigido para trás.
Pode-se usar a mesma montagem indicada na figura 270 , com o acumulador, o reostato e a
chave.
Figura 273
O sentido das linhas de força pode ser dado pela regra do saca-rolhas ou pela regra da mão
direita. No centro do solenóide as linhas de força são retas paralelas e, portanto, o campo
magnético é uniforme. Por fora do solenóide, as linhas de força se curvam, para se fechar.
Pólo do solenóide
As linhas de força do campo magnético produzido por um solenóide são idênticas aos do
campo magnético produzido por um ímã. Na prática, é indiferente produzir-se um campo
magnético por um ímã ou por um solenóide.
Num ímã, as linhas de força saem do polo norte e entram no polo sul. Por analogia, chama-se
polo norte ou face norte de um solenóide à extremidade do solenóide por onde saem as linhas
de força. Chama-se polo sul ou face sul de um solenóide a extremidade por onde entram as
linhas de força (fig. 274).
Figura 274
A um simples condutor circular também atribuímos face norte e face sul, pois ele pode ser
considerado um solenóide de uma única espira (fig. 275).
Figura 275
A 1a lei elementar de Laplace diz que: “o campo magnético que o elemento de comprimento
produz no ponto M:
Uma vez conhecidos os campos elementares , o campo total é obtido pela soma
vetorial dos
é: Figura 277
Fica:
É fácil ver que os outros elementos do condutor produzem no ponto M, campos de mesma
direção e mesmo sentido que esse . O campo resultante terá então a mesma direção, (isto
é, será perpendicular ao plano do círculo), o mesmo sentido, e terá por módulo a soma dos
módulos:
Podemos por em evidência , por ser constante. Fica:
Fica:
ou
1ª - Direção
2º - Sentido
Figura 278
3º - Módulo
Dado por
Essa expressão pode ser calculada a partir da primeira lei elementar de Laplace. Mas Biot e
Savart a demonstraram experimentalmente, independentemente da lei de Laplace. Por causa
disso ela é chamada lei de Biot e Savart. (Nós aqui não damos a demonstração porque não
pode ser feita só com matemática elementar).
Essa unidade é obtida a partir da equação do campo magnético que um condutor circular
produz no seu centro:
Daí tiramos:
Resulta:
ou seja:
2a) Consideremos a fórmula que exprime a força que atua em dois condutores retilíneos
paralelos percorridos por correntes e , e que serve para a definição do ampère:
de onde tiramos:
3a) Se considerarmos nessa mesma fórmula os elementos que entram na definição do ampère,
conforme já vimos no tópico "Sistemas de Unidades em Magnetismo e Eletromagnetismo" ,
temos:
isto é:
de onde tiramos:
ou
ou
Resulta:
Deixamos ao leitor, como exercício, enunciar por extenso o abcoulomb, e demonstrar que:
,
considerando-se:
Resulta:
Deixamos ao leitor, como exercício, escrever por extenso a definição do abvolt, e demonstrar
que:
3. Unidade de resistência
considerando-se:
Resulta:
4. Unidade de condutância
isto é,
Escreva o leitor por extenso a definição do abmho, e demonstre que:
O leitor já deve ter observado que os nomes das unidades magnéticas do CGSEM são obtidas
por combinações dos nomes das três unidades: oersted, gauss e maxwell (veja os quadros de
resumo no fim dos Capítulos 12 e 13). Mas, os nomes das outras unidades desse sistema, que
não são formados por combinações daqueles três nomes, são obtidos do seguinte modo: ao
nome da unidade correspondente do sistema MKS se adiciona o prefixo AB. Assim, a unidade
de intensidade de corrente é chamada abampère, a de diferença de potencial, abvolt, etc..
1o) Em vez de se usar o nome de uma unidade como está mencionado acima, pode-se indicar
a unidade escrevendo-se: unidade CGS eletromagnética de ……… (nome da grandeza).
Exemplo
2o) Quando não há possibilidade de confusão, isto é, quando se sabe de antemão qual a
grandeza que está sendo tratada, não é necessário indicar o nome dela nem escrever CGS.
Basta escrever: unidade eletromagnética.
Exemplo
Considerando-se:
resulta:
ou praoersted .
Temos:
Mas,
Logo,
Na 1a lei elementar de Laplace já está enunciado que o campo magnético que a corrente
produz NÃO DEPENDE DO MEIO; ele depende só da intensidade da corrente elétrica e da
forma geométrica do condutor. Mas, na expressão da indução magnética, B, aparece a
permeabilidade magnética , que depende do meio. Logo, a indução magnética B DEPENDE
DO MEIO, QUANDO O CAMPO MAGNÉTICO É PRODUZIDO POR CORRENTE ELÉTRICA.
Compare este resultado com o caso em que o campo magnético é produzido por ÍMÃ, visto no
tópico "Indução Magnética ou Densidade de Fluxo Magnético".
Para calcularmos a indução magnética em um ponto, calculamos o campo H nesse ponto, pela
lei de Laplace. Depois multiplicamos esse campo por .
Os campos magnéticos criados por correntes elétricas têm numerosas aplicações. Veremos
algumas importantes e que utilizamos constantemente na vida diária.
De modo geral, chama-se galvanômetros aos instrumentos de medida que funcionam pela
ação entre uma corrente elétrica e um ímã permanente. São muito sensíveis, e por isso são
usados para a medida de correntes muito pequenas. Há dois tipos:
Veremos agora como funcionam os primeiros. Os segundos serão vistos no capítulo seguinte.
a. Galvanômetro de imã móvel
gravidade, indica a direção do campo magnético terrestre, . Quando passa a corrente i, que
desejamos medir, ela produz um campo magnético perpendicular ao plano das espiras (ver
tópico "Exemplo - Campo Criado no Centro de um Condutor Circular"), e, portanto, horizontal.
Se a bobina tivesse uma só espira, o campo H valeria (ver tópico "Exemplo - Campo Criado no
Centro de um Condutor Circular"):
Figura 280-a
Figura 280-b
Figura 280-c
O ímã gira então de um ângulo , sob a influência de dois campos horizontais: o campo
de onde:
Mas,
é uma constante para um mesmo galvanômetro num mesmo lugar da Terra. Chamando K a
esse fator, temos:
2ª - Eletroimã
Os eletroímãs são constituídos por uma barra de ferro, ao redor da qual é enrolado um
condutor. Quando passa corrente pelo condutor, ela produz um campo magnético; e a barra de
ferro, ficando em um campo magnético, se imanta. Podemos saber onde aparece o polo norte
aplicando, por exemplo, a regra do saca-rolhas.
2a) é somente a imantação por corrente elétrica que nos fornece ímãs muito possantes;
3a) podemos usar uma barra de ferro doce (ferro puro), que tem a propriedade de só se imantar
enquanto estiver passando a corrente; e se neutraliza logo que a corrente é desligada.
Assim, temos um ímã que só funciona quando queremos. (Nota: o aço, ao contrário,
permanece imantado mesmo quando cessa a causa da imantação).
Os eletroímãs, em geral, não têm forma de barra, mas a forma de U, indicada na figura acima.
Em uma peça n de ferro doce, se enrolam duas bobinas, B e ; os seus enrolamentos são
postos em série e de tal forma que a corrente que passe por elas produza campo no mesmo
sentido. Em geral, têm também uma peça de ferro doce que é atraída pelos polos quando o
eletroímã funciona. A peça n é chamada núcleo; a peça a é chamada armadura.
O disjuntor é um eletroímã que funciona como interruptor de circuitos. É usado quando se quer
proteger um dispositivo qualquer M de correntes muito elevadas. Esse dispositivo M é ligado
em série com a bobina do eletroímã, de maneira que a mesma corrente i que passa por M
também passa pela bobina (fig. 282). A armadura A do eletroímã é sustentada pela mola m de
tal maneira que para valores admissíveis de i ela não se desloca para os polos. Mas, para
valores de i superiores a um valor prefixado, a força de atração sobre a armadura vence a
mola. Então, a armadura desce, a haste AC gira ao redor do ponto O, o ponto D se separa do
ponto E, e o circuito se abre. A corrente deixa de circular, e o dispositivo M fica assim protegido
de uma corrente alta.
Figura 282
4ª - Relé
Para manter aberto o circuito da corrente I devemos retirar a corrente i da bobina; então a
bobina deixa de funcionar, e a mola M mantém a armadura na posição indicada na figura; os
pontos C e F ficam afastados, e não há ligação entre G e E. Se quisermos fechar o circuito da
corrente I, devemos fazer passar a corrente i pela bobina; então a bobina atrai a armadura, que
gira ao redor do ponto D, os pontos C e F se unem, e se estabelece ligação entre os pontos G
e E.
Figura 283-b
1a) a corrente i que o relé utiliza para funcionar é independente da corrente I que ele controla.
Desse modo, com uma pequena corrente i podemos controlar uma grande corrente I;
2a) a corrente i pode ser fornecida por válvulas eletrônicas; com essas válvulas, a corrente
pode ser controlada muito rapidamente, em tempos da ordem de milionésimos de segundo;
3a) o relê pode controlar uma corrente I em um aparelho qualquer colocado muito afastado.
5ª - Campainha
Consta de um eletroímã E, cuja armadura A tem uma extremidade presa a uma mola de aço
flexível B e a outra extremidade a uma haste C que mantém na ponta uma esfera D. A mola B
obriga a armadura a ficar em contato com uma placa metálica F . A corrente é fornecida por
uma pilha P , ou pelo circuito que serve à uma residência (fig. 284). Quando se fecha a chave
S a corrente segue o seguinte caminho: eletroímã, mola B , armadura A, placa F chave S e
volta à pilha. Mas, logo que a corrente passa, acontece o seguinte:
1o) o eletroímã atrai a armadura; esta leva consigo a haste C, e a esfera D bate no tímpano T ;
3o) com o circuito aberto, cessa a atração sobre a armadura, e a mola B leva novamente a
armadura em contato com F ;
4o) então o circuito se fecha, e tudo se repete. Assim, enquanto a chave S permanecer
fechada, a esfera D alternadamente bate no tímpano e recua. Essa chave S é o que
vulgarmente chamamos o “botão” da campainha; quando apertamos o botão, estamos
fechando o circuito.
Figura 284
6ª - Telégrafo
Figura 285
Nas instalações telegráficas, em vez de se usarem dois fios para a condução da corrente, uma
para ida e outro para volta, usa-se um só, o outro fio é substituído pela terra. Como esta é
condutora, transporta corrente de uma estação à outra, bastando para isso ligar as
extremidades do circuito à terra, como indica a figura 285.
7ª - Fonte
O fone (a parte do telefone por onde ouvimos) também é um eletroímã, cuja armadura A é uma
lâmina muito delgada (fig. 286). A corrente i chega ao eletroímã vinda do microfone de um
outro telefone, no qual há outra pessoa falando. Essa corrente é variável; ela acompanha as
variações da voz da pessoa que está falando no outro telefone. À medida que a corrente varia,
a atração do eletroímã sobre a armadura A também varia, e a armadura vibra. Essas vibrações
produzem som, que é uma reprodução do som que, no outro telefone, faz variar a corrente i.
Figura 286
Teorias do magnetismo
Um corpo que normalmente é neutro pode ser imantado. Isso acontece, por exemplo, com o
ferro. Para explicar o magnetismo, antigamente admitiam que na constituição de todos os
corpos entrasse um número muito grande de pequenos ímãs. Admitiam que no corpo neutro,
esses ímãs tivessem orientações quaisquer, e seus polos, assim, neutralizassem seus efeitos.
E que, quando o corpo fôsse colocado em um campo magnético, todos esses ímãs se
orientassem, de maneira que não haveria mais neutralização de todos os polos, e o corpo se
apresentaria imantado.
Hoje sabemos que não existem esses ímãs interiores, mas que existem elementos
equivalentes: as partículas constituintes do átomo, dotadas de carga elétrica e em movimento
no interior do átomo, comportam-se como pequenos ímãs. Por exemplo, um elétron que gira
numa órbita constitui uma corrente elétrica, e portanto produz um campo magnético. Num
corpo neutro essas partículas geram campos que se neutralizam. Num ímã, seus campos não
se neutralizam, e dão um campo total não nulo.
Resumo
2 – O sentido do campo magnético produzido por corrente é dado pelas três regras: do saca-
rolhas, de Maxwell do boneco, de Ampère da mão direita.
.
5 – Unidades a serem usadas nessas fórmulas:
Intensidade de
I ou i ab A A
corrente
Resistência R ou r
Intensidade de campo
Oersted Praoersted
magnético
Permeabilidade
magnética
Susceptibilidade
magnética
Momento magnético
Densidade magnética
gauss
Intensidade de
imantação gauss
Indução magnética
Gauss
No século passado, o período compreendido entre os anos de 1819 e 1831 foi dos mais férteis
em descobertas no campo da eletricidade. Os fenômenos básicos do eletromagnetismo foram
descobertos entre aquelas datas. A observação que Oersted fez, em 1819, de que uma
corrente elétrica desvia a agulha de uma bússola, marca o início de uma época da Física que
iria influir profundamente na história da humanidade. A ação mútua de um ímã e uma corrente
elétrica aguçou a curiosidade de muitos investigadores que até então não se dedicavam ao
estudo da eletricidade, principalmente um grupo de franceses. A primeira grande aplicação da
descoberta de Oersted foi feita três anos mais tarde, por Dominique François Arago e Joseph
Luis Gay-Lussac. Este, muito conhecido por seus trabalhos em Química. Eles observaram que
quando passava corrente em um condutor enrolado numa barra de ferro, esta se imantava:
estava, pois, inventado o eletroímã. No mesmo ano, Andrè Marie Ampère estabeleceu a “regra
do observador”, e descobriu que um solenóide atua como um ímã. Posteriormente, Jean
Baptiste Biot e Felix Savart descobriram, ao mesmo tempo, e independentemente um do outro,
a lei que leva seus nomes.
Este é um dos muitos exemplos conhecidos nas ciências, de uma descoberta feita ao mesmo
tempo por dois ou mais investigadores que trabalham independentemente um do outro. Isso
porque uma descoberta só pode ser realizada quando o assunto já atingiu o necessário grau
de maturidade. Não seria normal, por exemplo, Biot, ou Savart, descobrir a lei 50 anos antes
daquela época, porque então eles não conheceriam os trabalhos de seus predecessores, que
lhes serviram de base.
Exercícios propostos
Solução
Temos:
Fica:
4. Um condutor retilíneo é colocado na posição vertical e percorrido por uma corrente de 30A.
Um ímã de 3cm de comprimento, cujos polos têm suspenso pelo centro de
gravidade e colocado de maneira que sua linha norte-sul fique num plano horizontal e essa
linha prolongada, encontra o condutor. Um dos polos do ímã está a 2cm do condutor. 1 o)
Calcular o momento das forças que atuam nos polos do ímã. 2o) Indicar na figura asbaixo o
sentido da rotação do ímã.
5. Um condutor retilíneo é colocado na posição vertical e percorrido por uma corrente de 20A.
Outro condutor retilíneo é colocado na posição horizontal e percorrido por uma corrente de
30A. Imagine um ponto situado entre os dois condutores na reta da menor distância entre eles
(perpendicular comum), a 2cm do condutor vertical e a 4cm do condutor horizontal. Sendo a
permeabilidade magnética do meio igual a 25 gauss/oersted, calcular a intensidade do campo
magnético e a indução magnética nesse ponto.
7. Uma bobina circular chata de 10cm de diâmetro contém 200 espiras e é percorrida por uma
corrente de 5A. Calcular: a intensidade do campo magnético e a indução magnética no seu
centro, no ar, usando obrigatoriamente o sistema MKS.
9. Uma bobina circular chata com 100 espiras, de 12cm de diâmetro, produz no centro uma
13. Um condutor circular de 5cm de raio é percorrido pela corrente de 100A. No plano do
círculo, a 2cm dele, há um condutor retilíneo infinitamente comprido, percorrido pela corrente
de 3,5 ab A. Calcular: a) a intensidade do campo magnético e a indução magnética no centro
do círculo, supondo os condutores no ar; b) idem, supondo os condutores num meio de
permeabilidade magnética 1,5 gauss/oersted.
14. Com um fio de cobre de 0,4mm de diâmetro quer-se construir uma bobina chata de 20
espiras e 10cm de raio, que produza no centro um campo magnético de 80 oersteds. Calcular:
a) quantos metros de fio são necessários; b) a diferença de potencial que deve ser aplicada à
20. Desenhe o vetor campo magnético nos pontos A e B dos campos produzidos pelos
circuitos desenhados abaixo:
21. Uma bússola das tangentes (galvanômetro das tangentes) tem uma bobina de 10cm de
raio com 40 espiras, e está trabalhando num lugar da Terra em que a inclinação magnética é
de 60o e a intensidade do campo magnético é de 0,5 oersteds. Calcular: a) a constante do
galvanômetro; b) a intensidade da corrente que produz no ímã uma rotação de 5 o.
24. Faça a experiência indicada na figura acima (exercício 21), para determinar a forma das
linhas de força do campo criado por condutor retilíneo.
25. Idem, para o caso de um condutor circular abaixo. Faça o condutor de uns 5cm de raio.
29. Defina indução magnética num ponto do campo criado por uma corrente. De que elementos
depende o valor dessa indução magnética? E quando o campo é produzido por um ímã, de que
depende o valor da indução magnética?
36. Se possível, analise a campainha de sua residência para verificar como funciona.
37. Num relé, a corrente que alimenta a bobina é a própria corrente do circuito que o relé abre
ou fecha?
Figura 287
a. Modulo
Seja:
o comprimento de um elemento;
i a intensidade da corrente;
A 2a lei elementar de Laplace diz que o módulo da força que atua em vale:
A força que atua no condutor inteiro é dada pela soma vetorial de todos êsses .
b. Direção
c. Sentido
NOTA IMPORTANTE
Quando uma corrente elétrica é colocada em um campo magnético, a força que atua num
elemento do condutor vale:
Portanto, a intensidade de campo magnético, , é responsável pela força que atua numa
massa magnética (num ímã); a indução magnética, , é responsável pela força que atua
numa corrente elétrica (num condutor).
Poderá ocorrer ao leitor a seguinte dúvida: como se deduzem as duas leis elementares de
Laplace?
Essas duas leis não têm demonstração. Elas são na verdade dois postulados; isto é, nós
admitimos, como ponto de partida para o estudo dos dois primeiros fenômenos
eletromagnéticos, que as duas equações de Laplace sejam verdadeiras, sem demonstrá-las
diretamente. E sabemos que elas realmente são verdadeiras porque as aplicações dessas
duas leis elementares sempre nos levam a resultados que são confirmados pela experiência.
O condutor sendo retilíneo, todos os têm a mesma direção e o mesmo sentido (fig. 290). A
força total tem, então, a mesma direção e o mesmo sentido que os , e tem por módulo a
soma dos modulos:
Figura 290
Mas,
Então
Caso particular
Neste caso, .
Então .
Resulta:
Como o valor +1 é o máximo valor do seno, esta é a posição em que um condutor fica sujeito à
força máxima (fig. 291).
Figura 291
Figura 292
Resulta:
Então, no caso particular em que o condutor é paralelo ao campo, nenhuma força atua nele.
Uma corrente elétrica produz um campo magnético; então, um ímã, colocado próximo da
corrente, fica sujeito a forças (1o fenômeno eletromagnético). Mas o ímã também produz um
campo magnético; então uma corrente elétrica, colocada próxima do ímã fica sujeita a forças
(2o fenômeno eletromagnético).
Para demonstrar a ação mútua de correntes e ímãs podemos realizar a experiência da figura
abaixo. Um solenóide, ligado em série com um gerador e um interruptor, é suspenso pelo
centro de gravidade, para que possa oscilar e transladar-se um pouco. Um ímã, também é
suspenso pelo centro de gravidade próximo do solenóide. Mantendo-se o solenóide fixo, e
fechando-se o interruptor, forma-se o campo magnético do solenóide, e observa-se nitidamente
um deslocamento do ímã. Mantendo-se o ímã fixo, e fechando-se o interruptor, nota-se
nitidamente um deslocamento do solenóide. E, deixando-se os dois livres, ao fechar-se o
interruptor se observa nitidamente deslocamentos dos dois. Podemos também observar que
polos de mesmo nome do solenóide e do ímã se repelem, e os de nomes contrários se atraem,
analogamente aos polos de dois ímãs.
Figura 293
Duas correntes elétricas próximas exercem forças entre si. Isto porque, cada uma delas produz
um campo magnético (1o fenômeno eletromagnético); e a outra, estando colocada nesse
campo magnético, fica sujeita a forças (2o fenômeno eletromagnético).
Podemos demonstrar a ação mútua entre correntes com a experiência da figura abaixo. Dois
solenóides são suspensos pelos centros de gravidade, cada um deles ligado a um gerador e a
um interruptor. Quando fechamos os interruptores cada uma das correntes produz um campo
magnético como o que está indicado na figura a. A corrente i 2, estando no campo magnético da
corrente i1, fica sujeita a uma força; a corrente i1, estando no campo magnético da corrente i2,
fica sujeita a uma força. Observamos então o seguinte: mantendo o solenóide (1) fixo, no
instante em que fechamos os interruptores, o solenóide (2) se desloca; mantendo o solenóide
(2) fixo, no instante em que fechamos os interruptores, o solenóide (1) se desloca; deixando os
dois livres, ambos se deslocam.
Figura 294
Se considerarmos os polos do solenóide, constataremos que êles se comportam do mesmo
modo que os polos dos ímãs: os de nomes contrários se atraem, e os de mesmo nome se
repelem.
Em todos os pontos do condutor (2) existe uma indução igual a essa . Então tudo se passa
como se o condutor (2) estivesse em um campo magnético uniforme de indução magnética
e perpendicular ao condutor. A força que atua nesse condutor tem então:
sentido: do condutor (2) para o condutor (1) (verificar pela regra dos três dedos da mão
esquerda).
Essa é a importantíssima fórmula tomada como base para a definição do AMPÈRE, à qual já
nos referimos nos tópicos "A Formação do Sistema MKS em Eletricidade" e "Sistemas de
Unidades em Magnetismo e Eletromagnetismo" .
2o) vemos que, no caso da figura acima, em que as duas correntes têm o mesmo sentido, os
dois condutores se atraem; demonstre que quando as duas correntes têm sentidos opostos os
condutores se repelem.
1ª - Roda de Barlow
É um dispositivo que serve para mostrar como se pode obter movimento de um corpo
utilizando-se um campo magnético e uma corrente elétrica. É uma roda metálica dentada,
suspensa por um eixo horizontal O, cujos dentes submergem no mercúrio contido numa cuba C
(fig. 296). A roda fica colocada entre os polos de um ímã, de maneira tal que o campo
magnético seja perpendicular à roda. A corrente i, fornecida por um gerador, percorre a roda
segundo um raio do círculo, e passa através do mercúrio da cuba C, pois os dentes que estão
em contato com mercúrio fecham o circuito. Vê-se, pela regra dos três dedos da mão
esquerda, que a roda fica sujeita a uma força que atua no plano da roda. Essa força produz
na roda um movimento de rotação. Logo que um dente sai do mercúrio, outro dente entra, o
circuito elétrico se fecha novamente, e tudo se repete. Assim, com a utilização do ímã e da
corrente elétrica a roda gira. A figura 297 é a fotografia de uma roda de Barlow; vêem-se os fios
por onde a corrente chega do gerador, e o ímã, colocado em posição horizontal.
Figura 296
A roda de Barlow é um exemplo de motor elétrico, isto é, um dispositivo que utiliza corrente
elétrica e campo magnético para obter movimento de algum corpo.
Figura 297
Figura 300
a) um ímã, que produz um campo de indução magnética (em vez de ímã poderia ser uma
bobina);
Os quadros planos estão ligados em série. A corrente i que passa por êles é fornecida ao
motor por algum gerador. Para que a corrente chegue até os condutores, no eixo do cilindro
são fixados dois anéis metálicos, que giram solidários com o cilindro. Êsses anéis ficam
encostados a dois pedaços de carvão, chamados escovas, que são ligados aos fios que vão ter
ao gerador. Os condutores do cilindro têm suas extremidades ligadas aos anéis. A corrente
chega por um dos fios ligados ao gerador, passa para a escova, depois ao anel, deste aos
condutores do cilindro, depois de percorrer os condutores vai ao outro anel, escova
correspondente e sai para o outro fio que vai ter ao gerador.
O conjunto do cilindro com os condutores enrolados nele é chamado ROTOR, porque é a parte
que gira. O ímã (ou bobina) que produz o campo é chamado ESTATOR, porque fica fixo.
Ao eixo do rotor ligamos as peças que desejamos por em movimento, como por exemplo, as
rodas de um bonde, as escovas de uma enceradeira, as pás de um ventilador, etc.. Na maior
parte dos casos, o rotor é horizontal; equivale a girar a figura 300 de 90 o.
Uma outra aplicação do quadro plano colocado em campo magnético uniforme está na
construção de instrumentos de medida. Um desses instrumentos é o galvanômetro de quadro
móvel.
b) uma bobina, em forma de quadro plano, colocada nesse campo entre os polos do ímã (fig.
301).
Figura301
O quadro é percorrido pela corrente i que se quer medir. Quando a corrente passa, as forças
e fazem o quadro girar de certo ângulo , como está indicado na figura b. Pode-se
demonstrar que o ângulo é diretamente proporcional à corrente i, isto é, que:
onde K é uma constante. K tem um valor conhecido para cada instrumento. Conhecendo-se
e K, determina-se i. Para se medir o ângulo , o galvanômetro tem um espelho E preso ao
suporte da bobina. Quando esta gira, o espelho também gira, e o ângulo de rotação é medido
pelo método de Poggendorff. A figura 302 é a fotografia de um desses galvanômetros.
Resumo
3 – Força que atua em condutor retilíneo colocado em campo magné tico uniforme:
Nota Histórica
O ano de 1822, ano da independência do Brasil, está assinalado na história da Física por dois
acontecimentos empolgantes: um de ordem prática, devido a Faraday, outro de ordem teórica,
devido a Ampère.
No dia de natal daquele ano, Faraday colocou um condutor entre os polos de um ímã, fez
passar corrente elétrica pelo condutor, e êste executou movimento de rotação. Foi a primeira
vez que o homem obteve movimento de rotação a partir de um campo magnético e uma
corrente elétrica: estava inventado o motor elétrico. Como acontece em geral com as
descobertas científicas, ninguém pôde julgar, naquela época, a importância do fato. Decorridas
algumas dezenas de anos foi possível a produção industrial de motores, cujos serviços para o
bem estar humano não é preciso ressaltar.
No campo teórico do eletromagnetismo, Ampère lançou uma idéia revolucionária. Até então
admitiam a existência de “fluidos magnéticos”, que seriam responsáveis pelo magnetismo.
Ampère abandonou essa hipótese, e admitiu que nas moléculas dos corpos existissem
correntes elétricas que produziriam pequenos campos magnéticos. Quando êsses campos
magnéticos se neutralizassem, o corpo seria neutro. Quando não se neutralizassem, o corpo
seria imantado. Se considerarmos que naqueles tempos, o próprio conceito de molécula era
mal definido, podemos julgar quanto arrojada era essa hipótese. Efetivamente, a idéia de
Ampère não foi muito aceita. Ela foi retomada somente quase um século depois. Hoje sabemos
que ela encerra um fundo de verdade. Que o magnetismo é consequência, não de correntes
elétricas moleculares, mas, de correntes elétricas atômicas.
Exercícios propostos
Solução
Temos:
A força que atua no condutor vale:
a)
b)
c)
NOTA
7. As duas leis elementares de Laplace são “deduzidas” a partir de algumas outras leis? Como
sabemos que elas são válidas?
8. De que elementos depende a força que um campo magnético exerce sobre um ímã? E a
força que um campo magnético exerce sobre uma corrente? Que papel desempenham e
nessas forças?
9. Quando o campo magnético é produzido por corrente elétrica, a força que êle exerce sobre
um ímã depende do meio? E a força que êle exerce sobre uma corrente elétrica?
10. Deduza a fórmula da força que atua em um condutor retilíneo colocado em campo
uniforme.
11. Deduza a fórmula de força que atua em dois condutores retilíneos e paralelos próximos,
percorridos por corrente.
12. Explique como se processa a ação mútua entre um ímã e uma corrente.
14. Como funciona a roda de Barlow? Por que podemos dizer que a roda de Barlow é um
motor elétrico?
15. Explique porque se dá a rotação de um quadro plano, percorrido por corrente, quando
colocado em um campo magnético uniforme.
18. Qual a posição em que deve ser colocado, em um campo magnético uniforme, um condutor
retilíneo (com corrente) para que a força que atua nele seja máxima?
19. Nunca é possível a um condutor retilíneo estar em um campo magnético uniforme e não
ficar sob ação de forças ou é? Justifique a resposta.
20. As forças que duas correntes exercem entre si dependem do meio? Justifique a resposta.
A indução eletromagnética
Portanto, chama-se indução eletromagnética ao fenômeno pelo qual aparece corrente elétrica
num condutor, quando ele é colocado num campo magnético e o fluxo que o atravessa varia.
Variação de fluxo
A variação do fluxo pode ser obtida, ou por uma variação da indução , ou por uma variação
da área S, ou por uma variação de . Na prática, o que se faz quase sempre é variar o
, pois para isso basta girar o condutor dentro do campo magnético. Nesse caso, a
variação do fluxo é igual àquela descrita no capítulo anterior (recorde, porque é importante).
A indução eletromagnética existe todas as vezes que varia o fluxo magnético que atravessa um
condutor. Na prática essa variação do fluxo é obtida por vários processos. Veremos alguns
exemplos.
Figura 304
A causa da indução é a variação do fluxo magnético. Por isso, o que interessa é um movimento
relativo do ímã em relação à bobina: é indiferente manter-se a bobina fixa e deslocar-se o ímã,
ou manter-se o ímã fixo e deslocar-se a bobina.
Em vez de se produzir o campo magnético com um ímã, pode-se produzí-lo com uma bobina,
como indica a figura 305. Liga-se uma bobina a um gerador, que fornece corrente I. Essa
corrente produz o campo magnético. Uma segunda bobina é ligada a um galvanômetro G.
Deslocando-se qualquer das bobinas em relação à outra, haverá variação do fluxo magnético
nessa segunda bobina, e consequentemente indução eletromagnética: o galvanômetro acusa a
passagem de uma corrente i.
Figura 305
Figura 306
a. Leis de Lenz
A corrente induzida, por sua vez, produz um campo magnético de indução magnética (fig.
308 e 309). Essa indução existe também nos pontos da própria superfície S, e produz aí um
A lei de Lenz estabelece urna relação entre o sentido do fluxo induzido e o sentido do fluxo
indutor, e com isso nos possibilita a determinar o sentido da corrente induzida. A lei de Lenz é
na verdade um postulado, porque não pode ser demonstrada diretamente. Sabemos que ela é
verdadeira porque as consequências de sua aplicação são verdadeiras. O seu enunciado é:
Assim, na figura a esquerda imaginamos que o fluxo indutor esteja aumentando. Então o
fluxo induzido tem sentido oposto ao do , isto é, a indução magnética produzida pela
corrente induzida i tem sentido oposto ao da indução magnética indutora (primitiva). Depois
Na figura a direita imaginamos que o fluxo indutor esteja diminuindo. Então o fluxo induzido
tem o mesmo sentido que , isto é, a indução produzida pela corrente induzida tem o
mesmo sentido que a indução primitiva. Verifique o leitor se os sentidos atribuídos a i nas
figuras acima estão certos.
Em qualquer condutor em que aparece corrente elétrica, aparece uma força eletromotriz. A
força eletromotriz que aparece no condutor por causa da indução eletromagnética é chamada
força eletromotriz induzida. A lei de Faraday-Neumann dá o valor dessa força eletromotriz.
Consideraremos dois casos.
O sinal menos aparece por causa da lei de Lenz. Essa fórmula supõe que e t sejam
expressos num mesmo sistema de unidades. No sistema MKS, deve ser expresso em
ou
À medida que o quadro gira, varia o ângulo , e, portanto o fluxo . Há, então, indução no
quadro e aparece no condutor uma corrente elétrica i (fig. 310).
Figura 310
Figura 311
À medida que o quadro gira, o fluxo varia proporcionalmente a . Para fazermos uma
representação gráfica do fluxo em função do tempo basta observarmos que, chamando T ao
período de rotação do quadro, temos:
Pela lei de Faraday-Neumann essa f.e.m. é igual à derivada do fluxo em relação ao tempo:
Sendo , resulta .
Logo,
Conclusões
1a) Quando um quadro plano gira com movimento de rotação uniforme dentro de um campo
magnético uniforme, a força eletromotriz induzida no quadro é uma função senoidal do tempo.
Uma força eletromotriz desse tipo é chamada, por definição, força eletromotriz alternativa
senoidal. A representação gráfica de i em função de t está na figura 313.
Figura 312
2a) Vemos que a f.e.m. induzida é diretamente proporcional a velocidade angular w do quadro.
Portanto, para obtermos grande f.e.m. é necessário que o quadro gire muito depressa. É a
conclusão que tínhamos chegado quando demos a interpretação física da lei de Faraday-
Neumann.
Seja:
Temos
ou
Podemos escrever :
Conclusões
1a) A corrente elétrica induzida no quadro é uma função senoidal do tempo. Uma corrente
desse tipo é chamada corrente alternativa senoidal.
Vemos que o tempo T que a corrente demora para realizar um ciclo completo é igual ao tempo
T que o quadro demora para dar uma volta no campo magnético.
Na corrente usada na cidade de São Paulo esse tempo T é de 1/60 segundo, isto é, a corrente
muda de sentido 60 vezes por segundo. Na corrente usada no Rio de Janeiro, esse tempo T é
de 1/50 segundo.
Recomendamos ao leitor estudar muito bem este parágrafo, porque a indução num quadro
plano girando em campo uniforme é a mais importante aplicação do eletromagnetismo em
benefício da sociedade, pois neles se baseiam os geradores de corrente elétrica de alta
energia, como por exemplo, os que fornecem eletricidade às cidades.
Suponhamos dois circuitos e próximos. Imaginemos que o circuito não esteja ligado a
nenhum gerador, mas, possua um galvanômetro G que indica quando ele é percorrido por
corrente elétrica (fig. 314). Imaginemos que esteja ligado a um gerador que lhe forneça
, estando próximo, ficará dentro desse campo e será atravessado por um fluxo S. Se este
fluxo for variável, no circuito haverá indução eletromagnética e aparecerá uma corrente
num circuito próximo desde que faça com que este seja atravessado por um fluxo
variável. E isso pode ser conseguido de dois modos:
1o) se a corrente for variável: pois então ela produzirá um campo variável, e este, um fluxo
variável;
Indução mútua
Suponhamos agora que os dois circuitos inicialmente possuam corrente. Neste caso, cada um
deles pode provocar indução eletromagnética no outro. A isso chamamos indução mútua. Por
exemplo, se as duas bobinas da figura 306 forem percorridas por correntes variáveis, haverá
indução mútua entre elas.
A bobina de Ruhmkorff, também chamada bobina de indução é um dispositivo que nos permite
obter alta tensão alternada, utilizando corrente contínua a baixa tensão. Consta das seguintes
partes:
Em frente ao núcleo de ferro fica uma lâmina de ferro A, mantida afastada do núcleo por uma
mola M, que obriga a lâmina A a girar em torno do ponto O e comprimir dois contatos, B e C.
Um destes contatos, B, é ligado a um dos polos de um acumulador. O segundo é ligado a um
dos terminais do primário. O outro terminal do primário é ligado ao segundo polo do
acumulador, através de uma chave S.
Com a chave S aberta, nada acontece. Quando se fecha essa chave, passa corrente pelo
primário: o núcleo de ferro se imanta e atrai a lâmina A. Esta gira no ponto O, os contatos B e
C se separam, e o circuito se abre: deixa de passar corrente pelo primário. Mas, deixando de
passar corrente, o núcleo de ferro deixa de atrair a lâmina A. Ela volta à posição primitiva, pela
ação da mola M, os contatos B e C tornam a unir-se, o circuito se fecha, e novamente passa
corrente pelo primário. Ao passar essa corrente, a lâmina A é atraída, e o circuito novamente
se abre. Assim, enquanto a chave S permanecer fechada, o circuito do primário fecha e abre
alternadamente. A lâmina A fica vibrando. O conjunto da lâmina A, mola M, contatos B e C e
núcleo de ferro é chamado vibrador.
Figura 315
Figura 316
As bobinas de Ruhmkorff têm bastante aplicação nos laboratórios, porque são de simples
construção, fácil manejo, e robustas. Elas são usadas nos automóveis, para fornecer alta
tensão às “velas” do motor, para que essas velas deêm faíscas que provocam a combustão da
gasolina. Pelo fato de fornecerem faísca para iniciar a combustão, nos automóveis são
conhecidas por “bobina de ignição”.
Correntes de Foucault
Suponhamos, por exemplo, que um bloco de ferro seja colocado com a face plana ABCD
perpendicular a um campo magnético variável. Sendo S a área dessa face, ela é atravessada
por um fluxo . Se o campo for variável, então o fluxo será variável. Neste caso,
o bloco de ferro sofrerá indução eletromagnética e aparecerão nele correntes elétricas
induzidas circulares, situadas em planos perpendiculares à indução magnética , isto é,
planos paralelos a ABCD.
Figura 317
Chamam-se corrente de Foucalt a essas correntes que aparecem por indução em blocos
metálicos. Pode-se demonstrar que a energia perdida num bloco metálico por causa das
correntes de Foucalt é proporcional ao quadrado da espessura BC do bloco. Para diminuir essa
perda nós laminamos o bloco, isto é, em vez de fazermos um bloco metálico maciço, juntamos
um grande número de lâminas finas, como indica a figura 317-b.
Para diminuir as perdas de energia por correntes de Foucalt, as partes de ferro das máquinas
elétricas são sempre laminadas, e nunca são blocos maciços. Assim são os núcleos de ferro
dos transformadores. O cilindro do rotor dos motores, o estator dos motores, etc., como, por
exemplo, os da figura 300.
A figura 318 é fotografia de um aparelho simples para demonstrar a existência das correntes de
Foucalt. Os dois fios que entram pela esquerda transportam corrente elétrica de um
acumulador para a bobina que se vê em posiçao horizontal. Essa bobina produz um campo
magnético perpendicular ao disco metálico. Os dois fios que saem pela direita estão ligados ao
disco e vão ter a um galvanômetro. Girando-se o disco, há variação do fluxo magnético que o
atravessa, pois suas partes entram e saem do campo à medida que ele gira. Então o
galvanômetro acusa a passagem de uma corrente pelo disco.
Figura 318
Quando uma corrente i passa por um condutor ela produz um campo magnético. O condutor
fica situado dentro desse campo magnético produzido pela sua própria corrente. Esse campo
produz no próprio condutor um fluxo (fig. 319). Se a corrente i for variável, o seu campo
também será variável e o fluxo será variável. E o condutor, sendo atravessado por um fluxo
variável, sofre indução eletromagnética: isto é, como consequência do fato de a corrente i ser
variável aparece no condutor uma corrente induzida. Esse fenômeno é chamado auto-indução,
ou self-indução.
Figura 319
A auto-indução é muito intensa nas bobinas, porque como elas possuem muitas espiras, o
fenômeno se dá em todas as espiras e é mais intenso do que numa espira só.
Analogamente, quando se desliga o circuito, a corrente não cai instantaneamente a zero, mas
diminui gradativamente como indica o gráfico da figura 321. Durante o tempo em que a
corrente está diminuindo, e, portanto, variando, ela produz auto-indução no circuito. Essa
corrente de auto-indução na abertura de um circuito pode atingir valores elevados. É por causa
disso que quando se abre a chave para desligar um circuito podem saltar faíscas grandes na
chave, mesmo que a corrente de funcionamento normal do circuito não seja grande; basta que
o circuito tenha grande coeficiente de auto-indução. A figura 321 é um gráfico da corrente em
função do tempo mostrando o valor da corrente antes de se abrir o circuito (constante), ao se
abrir o circuito sem auto-indução (sem bobina), e ao se abrir o circuito com auto-indução, isto
é,com bobina. Neste último caso, a corrente cresce e depois diminui.
Figura 321
É aquele que fornece corrente contínua, isto é, corrente que circula num único sentido.
2º - Dínamo com corrente alternada
Também chamado alternador – é aquele que fornece corrente alternada, isto é, corrente que
circula num sentido e noutro alternadamente.
Princípio de funcionamento
Os dínamos funcionam por meio de indução eletromagnética. E esta é sem dúvida a mais
importante aplicação do fenômeno de indução. Isso porque esse fenômeno é o único que
fornece corrente elétrica com grande energia, como por exemplo, essa corrente que é
fornecida para iluminação das cidades e para as indústrias.
Tanto no dínamo de corrente alternada como no de corrente contínua o quadro é percorrido por
corrente alternada. A diferença entre eles está na maneira de colher essa corrente para fora do
quadro. Essa captação da corrente para fora do quadro é feita por um dispositivo chamado
coletor.
Suponhamos que o quadro seja aberto em A e D, e daí sejam tirados dois condutores AB e CD
que são ligados a dois anéis, B e D. Encostados a esses anéis existem dois pedaços de carvão
(que é condutor), m e n (fig. 322). O circuito externo, R, onde vai ser utilizada a corrente, é
ligado a esses pedaços de carvão. À medida que o quadro gira dentro do campo magnético, os
anéis giram juntos com ele. Os pedaços de carvão m e n ficam fixos e os anéis ficam raspando
neles. A corrente que se produz no quadro passa para os anéis, deste para o carvão e do
carvão vai para o circuito externo. É fácil ver que, com esse dispositivo, quando a corrente
elétrica muda de sentido no quadro, também muda de sentido no circuito externo, isto é, no
circuito externo ela é captada também como alternada. A figura 323 mostra o quadro entre os
polos do ímã que produz o campo magnético.
Figura 322
Figura 323
Coletor é o nome que se dá ao conjunto dos anéis e pedaços de carvão (fig. 323). Os pedaços
de carvão são chamados escovas.
Em vez de dois anéis ele se compõe de dois semi-anéis. Cada semi-anel é ligado a uma ponta
do quadro girando junto com o quadro. Os pedaços de carvão são fixos, e são ligados ao
circuito externo. Quando os semi-anéis giram eles ficam apertados contra os pedaços de
carvão (figura acima).
Vemos que, em cada meio período, um semi-anel está em contato com um pedaço de carvão
diferente.
A posição dos carvões é ajustada de tal modo que, no instante em que a corrente muda de
sentido no quadro, há troca de contato entre os carvões e os semi-anéis. Desse modo, fora do
quadro, a corrente caminha sempre no mesmo sentido, isto é, é contínua.
Nota Histórica
No ano de 1831, Faraday colocou duas bobinas próximas e fez passar corrente por uma delas.
Observou que pela outra passava também uma corrente, quando abria e fechava o circuito da
primeira: era a descoberta da indução eletromagnética (o campo magnético da primeira bobina
induzia corrente na segunda). Nos anos seguintes, ele esclareceu os diversos casos de
indução, com campo magnético produzido por ímã, ou por bobina, etc.. Dois anos depois da
descoberta do fenômeno, Friedrich Emil Lenz estabeleceu a lei que permite conhecer-se o
sentido da corrente induzida.
Logo após começaram a construir os geradores mecânicos para obtenção de corrente elétrica,
que até então só era fornecida por pilhas. Mas, a fabricação em grande escala de dínamos
começou muito mais tarde, em 1867, quando Werner von Siemens inventou um método prático
para produção do campo magnético no interior dessas máquinas.
Exercícios propostos
3. Explique como se pode obter corrente elétrica numa bobina por meio do deslocamento de
um ímã.
4. Explique como a corrente que circula em uma bobina pode fazer aparecer corrente numa
outra bobina.
5. Explique como se pode obter corrente em um condutor retilíneo, por meio de um campo
magnético.
11. Demonstre que a corrente induzida nesse quadro é senoidal. Porque motivo essa corrente
é chamada alternada?
14. O que são “correntes de Foucalt”? Como podem ser diminuídas? Conhece algum aparelho
para demonstrar a existência dessas correntes? Descreva-o.
16. Por que, quando se abre um circuito que contém uma bobina, a intensidade de corrente
elétrica aumenta bruscamente?
19. Examine a figura abaixo, e explique porque a corrente é alternada no circuito externo.
20. Examine a figura abaixo, e explique porque a corrente é contínua no circuito externo.
21 Por que o rotor de um motor é laminado?
23. Imagine dois quadros idênticos, girando em campos magnéticos uniformes iguais, um
executando 60 rotações por segundo, outro 50 por segundo. Em qual dos dois se desenvolverá
maior f.e.m.? Justifique a resposta.
a. Corrente alternada
Chama-se corrente alternada aquela que muda de sentido. Por exemplo, nos metais a
corrente é constituída por elétrons que se deslocam. Então, num metal, a corrente alternada é
aquela em que os elétrons se deslocam, ora num sentido, ora noutro, executando um
movimento de vai-vem.
b. Geradores
Vimos, no capítulo 16, que os geradores de corrente alternada são formados pelos quadros
plano sem movimento de rotação uniforme num campo magnético uniforme. Já vimos que,
sendo a indução magnética do campo, S a área do quadro, a velocidade angular, a força
eletromotriz induzida no quadro no instante t é:
O valor da força eletromotriz num instante t pode ser escrito do seguinte modo:
A figura 324 é uma representação gráfica da força eletromotriz
em função do tempo. Vemos que no primeiro meio período a
f.e.m. é positiva, e no segundo meio período é negativa.
Fisicamente, isso significa que, quando ligamos aos polos A e B
do gerador o circuito externo, durante o primeiro meio período o
potencial de uma das extremidades do circuito é maior que o da
outra, por exemplo, o de A é maior que o de B: a corrente passa
de A para B (fig. 325). Figura 324
c. Caso de n espiras
Os geradores não são formados de um só quadro, mas de muitos, ligados em série, como
indica a Figura abaixo. Neste caso, cada quadro é chamado uma espira. Sendo n o número de
quadros ligados em série, a f.e.m. induzida no instante t vale:
e a f.e.m. máxima:
Exemplo
frequência:
ou
a) F.E.M. máxima:
b)
Figura 327
Nota
Para fixar bem êste ponto refaçamos o problema anterior, supondo que os quadros executem
3.000 rotações por minuto, em vez de 1.500. Como a velocidade angular é agora o dobro, a
variação do fluxo é duas vezes mais rápida. Então a f.e.m. será o dobro do anterior.
ou
a)
b) e=Emax
c) A frequência é , e o período é .
e=(ri+re)i
Tiramos:
Figura 329
i=e/(ri+re)
Comparando
concluímos que
a intensidade da corrente e a f.e.m.
seguem a mesma lei de variação em
função do tempo. A figura 330 lado é
um gráfico de i em função de t.
Vemos que a intensidade da corrente
não é a mesma em todos os Figura 330
instantes. Isso era de esperar, pois
quando os elétrons estão se
deslocando num sentido, para
poderem se deslocar em sentido
oposto eles devem parar e inverter a
velocidade.
Suponhamos que o gerador dado como exemplo no 1o tópico deste capítulo tenha resistência
interna de , e seja ligado a um circuito de .
Pede-se:
a) a intensidade máxima da corrente;
b) a lei de variação da corrente em função do tempo;
c) um gráfico da corrente em função do tempo.
Dados
a) Já sabemos que
Então:
Figura 331
Corrente senoidal
Dadas duas variáveis x e y, dizemos que y é função senoidal de x, quando é dado por uma
fórmula do tipo:
As correntes que as usinas elétricas fornecem para as cidades são sempre senoidais (as
correntes usadas na indústria, nas residências, etc.).
Chama-se corrente alternada senoidal aquela cuja intensidade é dada em função do tempo
por:
2ª - Pulsação
3ª - Período
É o intervalo de tempo
decorrido entre duas
passagens consecutivas da
corrente num mesmo
sentido com o mesmo valor.
É o tempo T da figura 330.
O período em geral se Figura 330
avalia em segundos.
4ª - Frequência
=2/T
5ª - Fase
Chama-se fase no instante t ao ângulo , isto é, a fase e o produto da pulsação pelo tempo.
Avalia-se a fase em radianos.
6ª - Valor eficaz
Exemplo
O que caracteriza a intensidade de uma corrente alternada é o seu valor eficaz. Assim, quando
se diz corrente alternada de 5 ampères, fica subentendido que o valor eficaz é de 5
ampères. Uma corrente alternada tem a lei:
Solução
ou
O significado físico desses 10A é o
seguinte:
nessa corrente alternada a corrente
varia desde 0 até 14A, depois
diminui outra vez até zero, muda de
sentido, cresce novamente até 14A,
diminui até zero, etc(fig. 332). Mas,
se em vez de sofrer essas
variações, a corrente fosse
Figura 332 constante e igual a 10A, o circuito
absorveria a mesma potência.
Aqui ao ângulo aparece somado um certo ângulo . Isto é, a fase, que na corrente é ,
na diferença de potencial é . Esse ângulo é chamado a diferença de fase entre a
corrente e a diferença de potencial. Infelizmente, a explicação para o significado desse está
acima do nível deste curso.
Devido à sua importância, insistiremos no conceito de valor eficaz. Chama-se valor eficaz de
uma diferença de potencial alternada a uma diferença de potencial imaginária e constante
que, se fosse aplicada ao condutor, faria com que o condutor absorvesse a mesma potência
que êle absorve quando a corrente é alternada. A diferença de potencial eficaz está ligada à
diferença de potencial máxima por:
A corrente elétrica fornecida para as residências em São Paulo e no Rio de Janeiro tem
diferença de potencial cujo valor eficaz é de 110 volts. Esse valor eficaz corresponde a um
valor máximo que vale:
Concluímos que essa corrente corresponde a uma diferença de potencial alternativa cujos
valores variam desde zero até 154 volts, mas que faz com que o condutor absorva a mesma
potência que absorveria se estivesse sob diferença de potencial constante igual a 110 volts.
Potência absorvida
Quando a corrente é alternada, a potência absorvida por um condutor é dada pelo produto do
valor eficaz da diferença de potencial existente entre seus extremos, pelo valor eficaz da
intensidade da corrente. Isso resulta do próprio conceito de valores eficazes de corrente e
diferença de potencial. Então,
Exemplo
Por um fogareiro, cuja resistência é de , passa uma corrente alternada cuja lei é:
Calcular:
a) o valor eficaz da diferença de potencial;
b) a potência absorvida pelo fogareiro.
Solução
ou
Sendo , temos: ou
b) A potência absorvida é: .
Logo, P=100.2,5 ou
As usinas elétricas ou estações geradoras
Vimos que os dínamos consistem numa série de espiras que executam movimento de rotação
uniforme num campo magnético uniforme. Essas espiras, para executarem movimento de
rotação, necessitam de energia mecânica. De onde provém essa energia? Na prática, provém
de energia térmica ou da energia de uma queda d’água. Tomemos como exemplo o caso da
queda d’água.
O aproveitamento de uma queda d’água para fornecer energia mecânica a um dínamo é feito
do seguinte modo: armazena-se a água de um ou de vários rios numa região muito vasta,
chamada represa. A água dessa represa cai, pelo interior de tubos, de uma altura H , e vai
acionar uma roda que possui na periferia certo número de pás como na figura (fig. 333). A
energia com que a água chega às pás faz com que a roda execute movimento de rotação. A
roda com as pás é chamada turbina.
Figura 333
Ao eixo da turbina são ligados os condutores do dínamo, de maneira que, quando a roda gira,
êles também giram.
Vimos que a energia elétrica da corrente, isto é, a energia comunicada aos elétrons que se
deslocam nos condutores provém da energia potencial (mecânica) da água que estava na
represa.
Exemplo
Na cidade de São Paulo, a represa de Santo Amaro armazena água de vários rios e se
extende até à localidade chamada Cubatão, distante aproximadamente 50 quilômetros da
cidade. Lá, a água cai pelo interior de tubos de uma altura H de aproximadamente 740 metros,
e aciona várias turbinas. Essas turbinas acionam vários dínamos, e a corrente fornecida por
êles é transportada por fios, de Cubatão até São Paulo.
O leitor já deve ter observado que a corrente elétrica que as usinas fornecem às cidades é
alternada, nunca é contínua. O motivo é puramente econômico. As usinas, em geral, são
afastadas das cidades, de dezenas de quilômetros, de maneira que a corrente elétrica tem de
ser transportada por fios, desde as usinas até as cidades. E êsse transporte é mais barato por
corrente alternada do que por corrente contínua.Além disso, dentro da própria cidade, a
distribuição da corrente elétrica para as residências é mais barata e mais cômoda por corrente
alternada do que por corrente contínua.
Além desse motivo econômico há um motivo técnico importante: com corrente alternada é
possível fazermos muito simplesmente aumento ou diminuição de diferença de potencial com
máquinas chamadas transformadores. Assim, por exemplo, dispondo-se de uma diferença de
potencial de 110 volts, pode-se obter uma diferença de potencial de 3.000 volts, ou 5.000 volts,
etc., e vice-versa.
Quanto à utilização de corrente alternada, devemos observar mais o seguinte: para a maioria
dos aparelhos de uso doméstico, como por exemplo, lâmpadas de incandescência, ferros de
passar roupa, aquecedores, fogareiros, etc. seria indiferente o uso de corrente alternada ou
contínua. E, como é mais barato e mais cômodo distribuir corrente alternada para as
residências, é essa que utilizamos para aqueles aparelhos. Quando há necessidade de
corrente contínua para fins especiais, como por exemplo, as indústrias que utilizam eletrólise,
é muito fácil obter-se corrente contínua a partir de corrente alternada.
Exercícios propostos
1- Uma corrente senoidal tem valor eficaz de 50A e período de 0,02 seg. Calcular:
a) a frequência;
b) a pulsação;
c) o valor máximo da corrente;
d) a lei de variação da corrente.
3 – Demonstre que num gerador de corrente alternada constituído por uma bobina que gira
com movimento de rotação uniforme num campo magnético uniforme, a frequência da corrente
é igual à frequência do movimento de rotação do gerador.
6 – Uma corrente alternada de valor eficaz 5A passa por uma resistência de . Calcular:
a) o valor máximo da intensidade da corrente;
b) o valor máximo e o valor eficaz da diferença de potencial através da resistência;
c) a potência consumida pela resistência;
d) a energia consumida pela resistência durante meia hora.
7 – Qual é a resistência dessas lâmpadas que consomem potência de 100 watts com direrença
de potencial de 110 volts?
8 – Na cidade do Rio de Janeiro a corrente elétrica é fornecida às residências com frequência
de 50 ciclos por segundo e diferença de potencial de valor eficaz 115 volts. Calcular:
a) o máximo da diferença de potencial;
b) o período;
c) a pulsação;
d) o valor eficaz e o máximo da corrente que passa por uma resistência de ;
e) a potência dissipada por essa resistência;
f) a quantidade de calor que a resistência liberta em um segundo.
11 – O leitor pode construir um aquecedor elétrico para água, alimentado por diferença de
potencial alternada de valor eficaz 110v, e que em 5 minutos eleve de 50oC a temperatua de
um litro dágua. Quanto deve valer a resistência do aquecedor?
12 – O leitor pode construir um fogareiro elétrico que, quando alimentado por diferença de
potencial alternada de valor eficaz 115v produza 100 pequenas calorias por segundo.
a) Qual deve ser a resistência do fogareiro?
b) Em quanto tempo êsse fogareiro eleva a temperatura de um litro d’água desde 20 oC até a
temperatura de ebulição, à pressão atmosférica normal, e supondo que todo o calor produzido
pelo fogareiro seja absorvido pela água?
13 – Um gerador de corrente alternada é constituído por 100 espiras que giram em um campo
magnético uniforme de 10.000 gauss, com frequência de 3.000 rotações por minuto. Cada
espira é retangular, de 10 x 15cm, e tem resistência de . O gerador é ligado a
uma resistência de R. Calcular:
a) a f.e.m. máxima;
b) a lei de variação da f.e.m.;
c) a frequência;
d) a pulsação;
e) o período;
f) o valor eficaz da f.e.m.;
g) a resistência interna do gerador;
h) a resistência total do circuito (compare a resistência interna com a resistência total;
i) o valor máximo da intensidade da corrente;
j) o valor eficaz da intensidade da corrente;
k) um gráfico, em escala, que mostre a variação da f.e.m. em função do tempo e outro para a
corrente.
14 – Um alternador contém 100 espiras de cobre em série, cada uma de 10 x 12 cm, e secção
transversal de 0,2 mm 2 , que executam 3.000 rotações por minuto em um campo magnético
uniforme de 8.000 gauss. Calcular:
a) a frequência da corrente fornecida pelo alternador;
b) a resistência interna do alternador;
c) a f.e.m. máxima;
d) a lei de variação da f. e.m. com o tempo;
e) o valor eficaz da intensidade da corrente que o alternador fornece quando ligado à uma
15– Um dínamo de corrente alternada é constituído por 100 espiras de cobre, cada uma de 8 x
10 cm e secção transversal de 0,5 mm 2 , que giram em um campo magnético uniforme de
5.000 gauss, executando 3.600 rotações por minuto. Calcular:
a) a frequência da f .e.m.;
b) a f.e.m. máxima;
c) a lei de variação da f.e.m. em função do tempo;
d) a resistência interna do dínamo;
e) a resistência total do circuito;
f) os valores eficaz e máximo da intensidade da corrente que circula por uma resistência de
ligada ao dínamo;
g) a potência que o dínamo fornece a essa resistência. Resistividade do cobre,
Questões
4 – Deduza as fórmulas e .
5 – Demonstre que a corrente que passa por uma resistência é senoidal, quando esta é ligada
a um gerador de f.e.m. senoidal.
6 – Defina os seguintes elementos de uma corrente senoidal: valor máximo, pulsação, período,
frequência, fase, valor eficaz.
7 – Qual a relação entre o valor eficaz e o valor máximo?
8 – Defina valor eficaz de uma diferença de potencial alternada.
9 – Como se calcula a potência absorvida por uma resistência percorrida por corrente
alternada?
10 – Explique o princípio de funcionamento de uma usina hidroelétrica.
11 – Dê algumas razões pelas quais se usa corrente alternada.
Imaginemos que fechamos a chave S (fig. 334-a). A extremidade A da bobina fica ligada à
armadura de potencial V1, e, portanto, fica a êsse potencial V1. A extremidade B fica ligada à
armadura de potencial V2, e fica a êsse potencial V2 (fig. 334-b). Então, entre os extremos da
bobina fica aplicada a mesma diferença de potencial V1-V2 que há entre as armaduras do
condensador. Ora, havendo diferença de potencial entre os extremos da bobina, ela é
percorrida por uma corrente i. Já vimos anteriormente, várias vezes, que convencionamos
que a corrente se desloque do potencial positivo para o negativo. Mas, na realidade essa
corrente i é constituída por elétrons que se deslocam do potencial negativo para o positivo, isto
é, que saem da armadura negativa do condensador e vão para a armadura positiva (fig. 334-b).
Em outras palavras, o condensador desempenha o papel de um gerador que fornece à bobina
a corrente i.
O que acontece por causa da auto-indução – Mas, como há auto-indução na bobina, o que
acontece é o seguinte. Enquanto a corrente vai aumentando desde zero até o máximo, há uma
pequena corrente de auto-indução i’ que se opõe a ela. Mas, quando ela vai diminuindo,
tendendo a anular-se, aparece uma forte corrente de auto-indução i’ no mesmo sentido que
ela, como indica a fig. d. Como consequência, depois que a corrente se anula, o fenômeno não
pára, mas, a corrente de auto-indução, i’, continua, fazendo que passe pela bobina uma
corrente em sentido oposto ao sentido da corrente inicial. Na figura acima representamos a
corrente que realmente passa pela bobina, isto é, a soma algébrica da corrente i’ de auto-
indução, com a corrente i que existiria se não houvesse auto-indução. A corrente i’ também é
constituída por elétrons que são extraídos da armadura negativa e são levados para a
armadura positiva. Vemos então que da armadura negativa, b, são extraídos mais elétrons do
que seriam extraídos se não houvesse auto-indução. Isso significa que à armadura a vão
chegar mais elétrons do que os necessários para neutralizá-la. A consequência é que essa
armadura, que era positiva, torna-se negativa. E a armadura b, que era negativa, perdeu mais
elétrons que os necessários para se neutralizar, e se torna positiva (fig. e). Os sinais das
cargas das armaduras agora se inverteram.
O condensador se comporta como um gerador, que fornece à bobina a corrente i. Mas, quando
êle tende a se descarregar, a bobina, pela auto-indução, provoca o aparecimento da corrente
em sentido oposto, e novamente carrega o condensador, mas, com cargas opostas às iniciais.
Vemos que, num circuito como êsse indicado, a corrente elétrica fica circulando ora num
sentido, ora noutro, devido ao fenômeno de auto-indução. A êsse fenômeno chamamos
oscilação elétrica, ou descarga oscilatória, ou descarga oscilante. O circuito indicado é
chamado circuito oscilante, ou oscilador. Tem aplicações muito importantes na técnica
moderna, como por exemplo, em rádio, televisão, radar, etc..
Nota
Utilização de osciladores
Um oscilador é percorrido então por corrente alternada (em geral, não senoidal). A diferença
fundamental entre a corrente de um oscilador e a de um dínamo está na frequência. Por
questões técnicas de construção, na prática se usam dínamos que fornecem correntes de 25,
50 ou 60 ciclos por segundo, sendo muito raros os que estejam fora dessas frequências. Com
os osciladores se obtém correntes até de centenas de milhares de ciclos por segundo, com
muita facilidade. Por exemplo, as estações de rádio comerciais possuem osciladores cujas
frequências variam, aproximadamente, de 500.000 ciclos por segundo a 1.200.000 ciclos por
segundo.
Suponhamos que no interior da bobina do oscilador seja colocada uma peça metálica. A
corrente oscilante, de alta frequência, produz no interior da bobina um campo magnético
variável de mesma frequência. A peça metálica será então atravessada por um fluxo magnético
variável. Como consequência, aparecerão na peça correntes de Foucalt, que provocarão seu
aquecimento.
Esse processo é muito usado na indústria, para a fusão de substâncias. A vantagem que êle
apresenta em relação aos fornos comuns é que, quando uma substância é fundida nestes
últimos, sempre absorve gases e vapores, que se incorporam a ela como impurezas. Com
aquecimento por alta frequência, êsses gases e vapores são facilmente evitados, e inclusive se
pode efetuar a fusão mantendo-se a substância no vácuo. Uma aplicação interessante do
aquecimento por alta frequência é feita em medicina. É sabido que certas doenças são curadas
se a temperatura do corpo do paciente se elevar, isto é, se o paciente tiver uma febre. Um
método utilizado para produzir febre artificial consiste em se enrolar a bobina de um oscilador
em torno de uma cabine de metal, no interior da qual fica o paciente. Quando o oscilador
funciona, a cabine metálica se aquece, e a temperatura no seu interior se eleva.
1 – Sabemos que uma carga elétrica Q produz ao seu redor um campo elétrico E (fig. 337).
Suponhamos que essa carga elétrica entre em movimento. Uma carga elétrica em movimento
é uma corrente elétrica. Ora, uma corrente elétrica produz ao seu redor um campo magnético
H. Concluímos então, que uma carga elétrica em movimento produz ao seu redor dois campos:
o elétrico, que existe sempre, e o magnético, que ela produz pelo fato de estar em
movimento.
Figura 337
Representemos por R a região abrangida por êsses dois campos (Fig. 338). Quando a carga Q
se desloca, êsses dois campos também se deslocam: considerando uma direção r qualquer, os
campos elétrico e magnético vão atingindo sucessivamente os pontos A,B,C... à medida que a
carga se desloca. Isso nos dá uma primeira idéia de como um campo elétrico e um magnético
podem propagar-se juntos pelo espaço: basta que uma carga elétrica entre em movimento.
Figura 339
Vemos por aí que nas ondas eletromagnéticas não existem partículas materiais em
movimento ondulatório, como por exemplo, no caso das ondas sonoras ou das ondas que se
formam na superfície da água.
Exemplo
Certa estação de rádio emite ondas eletromagnéticas com frequência de 500.000 ciclos por
segundo. Calcular:
a) o período;
b) o comprimento de onda dessas ondas eletromagnéticas.
Solução
a)
b)
O comprimento de onda é de 600 metros.
Nota
As unidades de comprimento que se usam para indicar o comprimento de onda das ondas
eletromagnéticas que têm muito pequeno são o angstrom e o micron. Chama-se micron a
um comprimento igual a um milésimo do milímetro. Seu símbolo é a letra :
Nome
, em
de 0,0001 a1
Raios
RAIOS
Os raios são ondas eletromagnéticas emitidas pelos núcleos dos átomos das substâncias
radioativas. Num dos próximos capítulos estudaremos que substância radioativa é aquela
cujo átomo expulsa expontaneamente alguma partícula ou agregado de partículas, e se
transforma num átomo de outra substância.
RAIOS X
São emitidos por elétrons quando acelerados com energia grande. Por exemplo, suponhamos
uma placa de prata. Se a bombardearmos com algum tipo de partícula, por exemplo, com
elétrons, os elétrons dos átomos de prata são acelerados, e emitem raios X. No próximo
capítulo veremos que êsse é o processo usado para produzirmos raios X, com os chamados
tubos de raios X, muito usado, por exemplo, em medicina.
Raios ultra -violetas, luz e raios infra-vermelhos
São emitidos por elétrons que são acelerados no interior de átomos ou de moléculas. Por
exemplo, numa lâmpada de incandescência acontece o seguinte: a corrente elétrica, passando
por um filamento de tungstênio, aquece-o, por efeito Joule. Os átomos de tungstênio ganham,
então, energia sob a forma de calor. Com essa energia, os elétrons executam movimento
periódico e emitem ondas eletromagnéticas visíveis, isto é, luz.
A luz é então onda eletromagnética com um comprimento de onda tal que impressiona nossa
retina: por isso é visível. As outras ondas eletromagnéticas não impressionam nossa retina, e
por isso não são visíveis. A luz possui uma infinidade de comprimento de ondas, que variam
aproximadamente de 4.000 a 7.000 angstrons. Mas, êsses comprimentos de ondas se
distribuem por sete tonalidades principais de cores, que são as sete cores do arco-íris:
vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
Ondas Hertzianas
Imaginemos que as figuras abaixo se refiram à ondas luminosas. Neste caso, a direção de
propagação r é um “raio luminoso”.
Figura 339
Figura 340
Observemos que os campos elétrico e magnético são sempre perpendiculares ao raio r, isto é,
perpendiculares à direção de propagação. É por isso que dizemos que as ondas luminosas são
transversais.
Figura 340
Os rádio-transmissores
Para produção das ondas eletromagnéticas necessitamos de osciladores, e não podemos fazê-
lo com dínamos, porque êstes não podem fornecer corrente de tão alta frequência.
Ondas longas e ondas curtas
A diferença fundamental entre o comportamento das ondas longas e o das ondas curtas, é que
as longas podem contornar os objetos, como edifícios, montanhas, etc.. As ondas curtas não
podem contornar facilmente os objetos, mas, em compensação, podem ser concentradas em
feixes finos, como se fossem feixes de luz. Esses feixes podem depois ser “dirigidos”, e usados
para orientar aviadores em vôo, ou detectar aviões, ou detectar submarinos, etc.. Estão, neste
caso, as ondas de “radar”. Para detectar um avião, a onda é emitida; encontrando o avião ela é
refletida, e a onda refletida é captada. O tempo decorrido entre a emissão da onda primitiva e a
chegada da onda refletida, permite calcular-se a distância do avião.
Os rádio-receptores
O oscilador de Hertz
O primeiro oscilador foi construído em 1879 pelo físico alemão Heinrich Hertz. Consistia em
duas esferas metálicas A e B, colocadas a certa distância, de maneira que funcionavam como
armaduras de um condensador. A elas eram presos dois fios metálicos que tinham nas outras
extremidades as pequenas esferas a e b, mantidas próximas. Em paralelo com as esferas era
ligada uma bobina H (fig. 344). As esferas A e B eram ligadas a uma bobina de Rumkhorff.
Note-se que o circuito da figura 344 é idêntico ao da figura 336, sendo que agora o gerador é a
bobina de Rumkhorff. Quando a bobina de Rumkhorff funciona, estabelece uma diferença de
potencial entre A e B, e, portanto, entre a e b. Salta então uma faísca entre a e b, e se fecha o
circuito oscilante constituído pelas esferas A e B, e a bobina H. A corrente que passa nesse
circuito emite as ondas eletromagnéticas. Depois, a diferença de potencial fornecida pela
bobina de Rumkhorff vai diminuindo; a faísca entre a e b se extingue, e o circuito oscilante se
abre. Novamente, a bobina de Rumkhorff começa a aumentar a diferença de potencial, e o
fenômeno se repete. (Recorde o funcionamento da bobina de Rumkhorff).
Figura 344
Nota Histórica
A descoberta das ondas eletromagnéticas foi, sem dúvida, o mais belo acontecimento da
história da Física. O inglês James Clerk Maxwell, (1831 – 1879), percebeu que Faraday tinha
sido o primeiro homem a compreender corretamente os fenômenos elétricos e magnéticos.
Mas o longo trabalho de Faraday tinha sido exclusivamente experimental. Jamais êle se
preocupara em colocar em forma matemática os fenômenos que observava. Maxwell então, se
propôs a completar a obra de Faraday, e expor matematicamente os conhecimentos de
eletricidade e magnetismo da época. Êle reuniu suas conclusões num Tratado de Eletricidade e
Magnetismo, publicado em 1873. Êsse livro, além de resumir tudo o que se conhecia sobre o
assunto, marcou uma época na história da Eletricidade, porque fixou um verdadeiro método de
analisar matematicamente os fenômenos elétricos e magnéticos. Desenvolvendo as idéias de
Faraday a respeito de dielétricos e de campos, Maxwell, em 1865, concluiu, exclusivamente
por cálculos, que deveriam existir as ondas eletromagnéticas. E concluiu mais que a luz
deveria ser onda eletromagnética. A conclusão de Maxwell era muito arrojada. A custo, suas
idéias foram sendo aceitas, mesmo pelos grandes físicos da época. Tanto que, em 1867, a
Academia de Ciências de Berlim ofereceu um prêmio a quem conseguisse demonstrar
experimentalmente que as ondas eletromagnéticas existem. Doze anos mais tarde, em 1879, o
físico alemão Heinrich Hertz conseguiu prová-lo, com o oscilador descrito no "Oscilador de
Hertz".
Exercícios propostos
2 – Qual a frequência de uma onda luminosa cujo comprimento de onda é 6.000 A? Qual a
frequência dos raios X cujo comprimento de onda é 3 A?
3 – O comprimento de onda das ondas emitidas por uma estação de rádio é 300 metros. Qual
a frequência dessas ondas?
4 – Utilizando a lei de Lenz demonstre que, quando a corrente em uma bobina está
aumentando, a corrente de auto-indução tem sentido oposto; e quando a corrente está
diminuindo, a de auto-indução tem o mesmo sentido.
9 – Explique como se executa aquecimento por alta frequência, e cite algumas vantagens que
o método oferece em relação a fornos comuns.
14 – Como são classificadas as ondas eletromagnéticas? O que são os raios gama e os raios
X?
18 – Qual a diferença de comportamento entre uma onda longa e uma onda curta?