Cap 03 Carajs

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Metalogênese da Província Carajás

Chapter · September 2014

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4 authors, including:

Lena Virgínia Soares Monteiro


Roberto Xavier
University of São Paulo
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Lena Virgínia S. Monteiro, Roberto P. Xavier, Carlos R. de Souza Filho & Carolina Penteado N. Moreto

METALOÊNESE DA PROVÍNCIA CARAJÁS

LENA VIRGINIA SOARES MONTEIRO1, ROBERTO PEREZ XAVIER2,


CARLOS ROBERTO DE SOUZA FILHO2 & CAROLINA PENTEADO NATIVIDADE MORETO2

1 – Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, Rua do Lago, 562, São Paulo, SP. CEP 05508-080. E-
mail: lena.monteiro@usp.br
2 – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Rua João Pandiá Calógeras, 51, Campinas,
São Paulo. CEP 13083-870. E-mails: xavier@ige.unicamp.br; beto@ige.unicamp.br;
carolina.moreto@ige.unicamp.br

INTRODUÇÃO
distinta nos dois domínios e isso se reflete de for-
ma marcante na metalogenia da Província Cara-
A Província Carajás (Santos et al. 2000, Santos
jás.
2003) compreende o núcleo crustal mais antigo
No Domínio Rio Maria ocorrem depósitos aurí-
do Cráton Amazônico e representa uma das mais
feros orogênicos associados a zonas de cisalha-
importantes províncias minerais do planeta. For-
mento regionais que interceptam as sequências
mada e estabilizada tectonicamente no Arqueano
greenstone belt, além da principal reserva de Tun-
(Teixeira et al. 1989, Tassinari 1996, Tassinari &
gstênio conhecida na Amazônia, representada pelo
Macambira 1999, 2004), a Província Carajás é sub-
depósito de Pedra Preta.
dividida em dois domínios tectônicos, Carajás e Rio
No Domínio Carajás, a diversidade e o potenci-
Maria (Santos 2003, Vasquez et al. 2008a), limita-
al metalogenético são notáveis. O domínio desta-
dos por uma descontinuidade regional de direção
ca-se por apresentar depósitos gigantes de mi-
aproximada E-W.
nério de Ferro de alto teor, a maior quantidade
Os domínios Rio Maria, ao sul, e Carajás, ao
conhecida no planeta de depósitos de óxido de
norte, apresentam significativas diferenças em sua
Ferro-Cobre-Ouro de classe mundial e um dos ra-
evolução geológica, reconhecidas a partir das as-
ros exemplos mundiais de depósito de Ouro-EGP
sociações litológicas presentes nos dois blocos.
associado a rochas metassedimentares, represen-
No Domínio Rio Maria, há predominância de faixas
tado por Serra Pelada, que se tornou famoso na
de greenstone belts strictu sensu e magmatismo
década de 1980 devido à intensa atividade ga-
mesoarqueano tonalítico-trondjemítico-granodio-
rimpeira. Adicionalmente, depósitos cupro-aurífe-
rítico (TTG), sanukitóide e granítico (Oliveira et al.
ros sem associação com óxidos de Ferro ou poli-
2009, 2010, Almeida et al. 2010, 2011). No Domí-
metálicos, depósitos de Cromo e Níquel-EGP as-
nio Carajás, unidades ultramáficas são raras nas
sociados a intrusões máfica-ultramáficas acama-
sequências metavulcano-sedimentares e o mag-
dadas, depósitos manganesíferos sedimentares e
matismo mesoarqueano, predominantemente gra-
depósitos lateríticos de Ouro, Níquel e Bauxita
nítico, não revela caráter juvenil. Importante even-
apresentam grande importância econômica.
to de granitogênese (ca. 2,76 – 2,74 Ga; Huhn et
A particular evolução metalogenética da Pro-
al. 1999b, Avelar et al. 1999, Barros et al. 2009,
víncia Carajás é apresentada a seguir, a partir da
Feio et al. 2012) e extensivo retrabalhamento crus-
síntese dos atributos e modelos genéticos já pro-
tal durante o Neoarqueano são restritos a esse
postos para os seus depósitos.
domínio. Magmatismo granítico anorogênico pale-
oproterozóico (ca. 1,88 Ga; Machado et al. 1991,
CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL
Dall’Agnoll et al. 1994, 1999a, 1999b, 2005, Talla-
rico 2003) ocorre amplamente em ambos os domí-
A Província Carajás foi incluída na Província
nios, assim como coberturas sedimentares arque-
Amazônia Central no modelo de compartimenta-
anas a paleoproterozóicas. No entanto, as dife-
ção tectônica do Cráton Amazônico proposto por
renças podem apontar para evolução tectônica
Tassinari e Macambira (2004). Na proposta de San-

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Lena Virgínia S. Monteiro, Roberto P. Xavier, Carlos R. de Souza Filho & Carolina Penteado N. Moreto

tos et al. (2000) e Santos (2003), adotada por


Os complexos máfico-ultramáficos de Serra Azul
Vasquez et al. (2008a), a província tectônica ar-
(2.970 ± 7 Ma, U-Pb zircão; Pimentel & Machado
queana foi individualizada, denominada Província
1994) e Guará-Pará (Macambira et al. 1986) inter-
Carajás e subdividida nos domínios Rio Maria e
ceptam as sequências greenstone-belt.
Carajás. A Província Carajás, segundo Vasquez et
Três episódios de formação de suítes TTG fo-
al. (2008a), é limitada ao norte e ao sul pela Pro-
ram reconhecidos no Domínio Rio Maria por Almei-
víncia Transamazonas (2,26 – 1,90 Ga), respecti-
da et al. (2011): (1) ca. 2,96 ± 0,02 Ga (rochas
vamente pelos domínio Bacajá e Santana do Ara-
mais antigas do Tonalito Arco Verde; 2.957 +25/-
guaia, que apresentam porções juvenis paleopro-
21 Ma, Macambira & Lancelot 1996; e do Trondje-
terozóicas e segmentos arqueanos retrabalhados
mito Mogno); (2) ca. 2,93 ± 0,02 Ga (Complexo
durante o Paleoproterozóico. Ao leste, a província
Tonalítico Caracol, Tonalito Mariazinha e rochas
é limitada pela Província Tocantins e pelo Cinturão
mais novas do Tonalito Arco Verde); e (3) ca. 2,86
Araguaia, neoproterozóicos, e ao oeste pelas ro-
± 0,01 Ga (Trondjemito Água Fria; 2.864 ± 21 Ma,
chas vulcano-plutônicas e sedimentares paleopro-
Leite et al. 2004). Outras unidades associadas às
terozóicas da Província Amazônia Central.
suítes TTG mais novas compreendem o Tonalito
Parazônia (2,86 Ga; Pimentel & Machado 1994) e
Domínio Rio Maria
o Granodiorito Cumaru (2.817 ± 4 Ma; Lafon &
Scheller 1994).
O Domínio Rio Maria (Fig. 1), denominado pre-
Embora o magmatismo TTG seja considerado o
viamente de Terreno Granito-Greenstone Rio Ma-
mais volumoso no Domínio Rio Maria, também são
ria por Huhn et al. (1988), compreende sequênci-
reconhecidas rochas sanukitóides (Dall’Agnol et al.
as metavulcano-sedimentares do tipo greenstone
2006, Oliveira et al. 2009), exemplificadas pelo
belt agrupadas nos supergrupos Andorinhas e Serra
granodiorito Rio Maria (2.874 +9/-10 Ma, Macam-
do Inajá por DOCEGEO (1988) ou nos gru- pos
bira & Lancelot 1996; 2872 ± 5 Ma, Pimentel &
Gradaús, Serra do Inajá, Babaçu, Lagoa Seca,
Machado 1994) e leucogranitos potássicos de afi-
Tucumã e Sapucaia (Vasquez et al. 2008a).
nidade cálcio-alcalina, tais como Xinguara (2.865
Essas sequências possuem idade U-Pb em zir-
± 1 Ma, Leite et al. 2004), Mata Surrão (2.872 ±
cão entre 3,00 e 2,90 Ga (3.002 ± 3 Ma; Tassinari
10 Ma, Lafon et al. 1994; 2.894 ± 38 Ma) e Rancho
et al. 2005; 2988 ± 4 Ma, Rolando & Macambira
de Deus (Barbosa & Lafon 1996).
2003, 2.979 ± 5 Ma; Pimentel & Machado 1994;
As coberturas sedimentares dos grupos Rio
2.971 ± 18 Ma, Macambira & Lafon 1995; 2.904
Fresco e Gemaque, depositadas em uma única
+29/-22 Ma, Macambira & Lancelot 1996). Inclu- bacia plataformal no Paleoproterozóico (Vasquez
em, em sua base, derrames komatiíticos, dunitos et al. 2008a), são compostas por sucessões psa-
com texturas cumuláticas e peridotitos e piroxeni- míticas na base e pelito-carbonáticas no topo, in-
tos com textura spinifex, metabasaltos toleiíticos cipientemente metamorfisadas, que marcam trans-
com pillow-lavas, metatufos, talco xistos e interca- gressões marinhas sobre sedimentos de ambien-
lações de formações ferríferas e metachert. No tes costeiros e continentais (Cunha et al. 1984,
topo, predominam rochas vulcânicas félsicas e me- Macambira et al. 1986, Santos & Pena Filho 2000).
tassedimentares clásticas e químicas (DOCEGEO Estas sequências transgressivas não seriam cor-
1988). relacionáveis à Formação Águas Claras (Nogueira
As rochas vulcano-sedimentares do Domínio Rio et al. 1995), reconhecida no Domínio Carajás como
Maria foram metamorfisadas nas fácies xisto ver- uma sequência marinha progradante. A Formação
de a anfibolito inferior durante evento tectonoter- Gorotire, paleoproterozóica, por sua vez, caracte-
mal concomitante com o desenvolvimento de uma riza-se por sedimentação psamítica quartzosa e
foliação de cisalhamento subvertical penetrativa arcoseana de ambiente continental, que sucedeu
de direção E-W a WNW-ESE (Souza et al. 1990), a sedimentação plataformal do Grupo Rio Fresco.
relacionada às grandes zonas de cisalhamento Granitos alcalinos a sub-alcalinos de ca. 1,88 Ga
Andorinhas e Gradaús. Estrutura sinformal asso- representados pelos granitos das suítes Gra-
ciada às zonas de cisalhamento foi interpretada daús, Bannach, Musa, Jamon, Seringa, São João,
como sinclinório (Silva et al. 1974) ou como resul- São José, Cachoeirinha, Velho Guilherme, Reden-
tante de sistemas de duplexes (Araújo et al. 1988). ção e Marajoara (Dall’Agnol et al. 1999, 2005,
Figura 1 - A. Localização da Província Carajás no Estado do Pará. B. Divisão da Província Carajás nos
domínios Rio Maria (DRM) e Carajás (DC), e seu limite norte com o Domínio Bacajá (DB),
paleoproterozóico. C. Mapa geológico do Domínio Rio Maria (Vasquez et al. 2008b, Oliveira et al. 2010,
Almeida et al. 2011).

Dall’Agnol & Oliveira 2007) também são reconhe- possibilitado fusão de cros- ta oceânica
cidas nesse domínio. basáltica gerando magma TTG. Parte
Segundo Souza et al. (2001), Leite et al.
(2004), Vasquez et al. (2008a), Oliveira et al.
(2010) e Al- meida et al. (2011), a evolução
geológica do Do- mínio Rio Maria compreendeu ao
menos dois está- gios de acresção crustal com
adição de material juvenil. Em ca. 3,04 Ga, alto
fluxo de calor teria induzido a fusão parcial do
manto superior e da crosta oceânica produzindo
grandes volumes de magma komatiítico e toleiítico
associado aos gre- enstone-belts formados em
ambiente de arcos de ilhas (Souza et al. 2001).
Entre ca. 2,98 Ga e 2,92 Ga, a subducção teria
desse magma TTG teria reagido, durante sua as- sanukitóides. Esses magmas podem ter aquecido a
censão, com a cunha mantélica espessada, resul- base da crosta continental e causado fusão da
tando em metassomatismo do manto sub-litosfé- rico. crosta basáltica, originando o Trondjemi- to Água
Em ca. 2,87 Ga, eventos termais relacionados a Fria (Oliveira et al. 2009, Almeida et al. 2011) e
slab-break-off e ressurgência do manto astenos- férico demais suítes TTG mais novas.
ou pluma mantélica, induziram a fusão do manto Os leucogranitos potássicos de ca. 2,88-2,87 Ga
previamente metassomatizado, gerando os magmas (granitos Xinguara, Mata Surrão e Rancho de
Deus) são considerados como marcadores do últi-
nockitos que ocorrem ao longo do rio Cateté, nas
mo evento tectonotermal relacionado à cratoni-
proximidades da aldeia indígena Chicrim, anteri-
zação do Domínio Rio Maria (Vasquez et al. 2008a).
ormente considerados por Araújo & Maia (1991)
como parte do Complexo Pium, foram separados
Domínio Carajás
por Ricci & Carvalho (2006) e Vasquez et al.
(2008a) e denominados de Ortogranulitos Chicrim-
O Domínio Carajás (Vasquez et al. 2008a), pre- Cateté.
viamente denominado de Cinturão de Cisalhamen-
A Bacia Carajás compreende sequências meta-
to Itacaiúnas por Araújo et al. (1988), inclui a Ba-
vulcano-sedimentares do Grupo Rio Novo (Hirata
cia Carajás e, em sua parte sul, uma faixa deno-
et al. 1982) e do Supergrupo Itacaiúnas (Wirth et
minada de Subdomínio de Transição (Dall´Agnol
al. 1986, DOCEGEO 1988, Machado et al. 1991),
et al. 2006, Feio 2011), na qual o possível emba-
além da Formação Águas Claras, metassedimen-
samento mesoarqueano da bacia é predominan-
tar (Araújo et al. 1988, Nogueira et al. 1995).
te.
O Grupo Rio Novo inclui anfibolitos, xistos, me-
No Domínio Carajás (Fig. 2), o embasamento
tagrauvacas, rochas metavulcânicas toleiíticas e
arqueano é atribuído ao Complexo Xingu compos-
gabros (Hirata et al. 1982). O Supergrupo Itacaiú-
to de gnaisses tonalíticos a trondhjemíticos e mig-
nas (Wirth et al. 1986, DOCEGEO 1988) é consti-
matitos e ao Complexo Pium com ortogranulitos
tuído pelos grupos Igarapé Salobo (Wirth et al.
máficos a félsicos, cujos protólitos teriam idades
1986), Igarapé Pojuca (DOCEGEO 1988; 2.732 ±
de cristalização de 3,002 ± 14 Ma (U–Pb SHRIMP
3 Ma U-Pb zircão, Machado et al. 1991), Grão Pará
zircão; Pidgeon et al. 2000). O último episódio de
(DOCEGEO 1988; 2.759 ± 2 Ma, U-Pb zircão, Ma-
migmatização que afetou as rochas do Complexo
chado et al. 1991; 2.760 ± 11 Ma, U-Pb zircão,
Xingu (2.859±2 Ma e 2.860±2 Ma; U-Pb em zircão;
Trendall et al. 1998) e Igarapé Bahia (DOCEGEO
Machado et al. 1991) e a granulitização das ro-
1988; 2.747 ± 1 Ma Pb-Pb zircão, Galarza & Ma-
chas do Complexo Pium (2.859±9 Ma, U–Pb
cambira 2002).
SHRIMP zircão; Pidgeon et al. 2000) seriam
O Grupo Igarapé Salobo inclui paragnaisses,
coevos.
anfibolitos, meta-arcóseas e formações ferríferas,
Estudos recentes (Gomes 2003, Moreto 2010,
enquanto o Grupo Igarapé Pojuca apresenta ro-
Moreto et al. 2011a, Feio 2011, Silva 2011), no
chas metavulcânicas básicas, xistos pelíticos, an-
entanto, sugerem que é possível individualizar
fibolitos e formações ferríferas metamorfisadas em
unidades mesoarquenas distintas nas áreas an-
fácies xisto verde a anfibolito (DOCEGEO 1988). O
tes atribuídas ao Complexo Xingu, o que restrin-
Grupo Grão Pará compreende derrames basálti- cos
ge a ocorrência desse complexo na Província Ca-
intercalados a jaspilitos, riólitos, rochas vulca-
rajás. Entre tais unidades geológicas, incluem-se:
noclásticas e diques/sills de gabros subordinados
(1) ca. 3,0 Ga – Tonalito Bacaba e Granito Sequei- (Zucchetti 2007). O Grupo Igarapé Bahia, afloran-
rinho (Moreto et al. 2011a, 2011b); (2) 2,96-2,93 te em uma janela estrutural dentro da Formação
Ga - Granito Canaã dos Carajás, de afinidade cál- Águas Claras, inclui rochas metavulcânicas, meta-
cio-alcalina, e rochas mais antigas do Trondhjemi- piroclásticas e formações ferríferas (DOCEGEO
to Rio Verde (Feio 2011); (3) 2,87-2,83 Ga - Tron- 1988).
dhjemito Rio Verde e os granitos predominante-
O Supergrupo Itacaiúnas é parcialmente reco-
mente cálcio-alcalinos Bom Jesus, Cruzadão e Ser-
berto pela Formação Águas Claras (Nogueira et al.
ra Dourada (Feio 2011, Moreto et al. 2011a). Adi-
1995) representada por metaconglomerados,
cionalmente, Barros et al. (2010) reinterpretou a
meta-arenitos, mármore dolomítico, filito carbono-
idade U-Pb em zircão de ca. 2,86 Ga de Machado
so e sericita quartzitos, que refletem sedimenta-
et al. (1991), atribuída à migmatização, como rela-
ção marinha rasa a fluvial. Esta unidade tem ida-
tiva à idade de cristalização de alguns dos grani-
de limitada ao Arqueano por datações de cristais
tóides foliados da região de Serra Leste.
de zircão detríticos em arenitos (2.681 ± 5 Ma, U-
Na localidade-tipo do Complexo Pium, também Pb SHRIMP, Trendall et al. 1998) e por idade atri-
foram individualizadas rochas ígneas, tais como buída a sill de metagabro intrusivo (2.645 ± 12 Ma
noritos, gabros e dioritos, maciças e foliadas, sob U-Pb, Dias et al. 1996; 2.708 ± 37 Ma U-Pb, Mou-
a denominação de Diopsídio-norito Pium (Vasquez geot et al. 1996). Idades Pb-Pb em sulfetos dia-
et al. 2008a). Os ortogranulitos, enderbitos e char-
Figura 2 - Mapa geológico do Domínio Carajás e áreas adjacentes (modificado de Vasquez et al. 2008b).
genéticos em arenitos de ca. 2,06 Ga foram obti-
A estrutura dominante da Serra dos Carajás
das por Mougeot et al. (1996) e consideradas por
foi definida inicialmente por Beisegel et al. (1973)
Fabre et al. (2011) evidência de idade paleoprote-
como um sinclinório com eixo WNW-ESE, reinter-
rozóica para a Formação Águas Claras.
pretado por Araújo et al. (1988) como associado a
Intrusões acamadadas representadas pelo
uma estrutura em flor positiva. Rosière et al.
Complexo Máfico-Ultramáfico Luanga (2.763 ± 6
(2006) consideram que as estruturas das serras
Ma, U-Pb zircão; Machado et al. 1991), localizado
Norte e Sul seriam relacionadas a um par
na Serra Leste, e pela Suíte Intrusiva Cateté (Ma-
antiformal-sin- formal em forma de “S”,
cambira & Vale 1997), no Subdomínio de Transi-
denominado de Dobra Carajás.
ção, hospedam importantes mineralizações de Ní-
A complexa configuração estrutural da Bacia
quel e planitóides (Ferreira Filho et al. 2007). Dife-
Carajás também foi atribuída ao desenvolvimento
rem devido à ausência de deformação ou meta-
de zonas de cisalhamento de alto mergulho com
morfismo na Suíte Intrusiva Cateté (2.766 ± 6 Ma;
direção regional E-W e ESE-NNW representadas
U-Pb em zircão, Lafon et al. 2000).
na porção norte pelos sistemas transcorrentes
O magmatismo neoarqueano (ca. 2,76 a 2,74
Carajás e Cinzento (Araújo e Maia 1991). Tais zo-
Ga), restrito ao Domínio Carajás, foi responsável
nas mostrariam evidências de diversos episódios
pela formação de granitos, em geral foliados, e
de reativação, segundo Pinheiro & Holdsworth
que compreendem as suítes Plaquê, Planalto, Es-
(1997), Holdsworth & Pinheiro (2000) e Pinheiro &
trela, Igarapé Gelado e Serra do Rabo (Huhn et al.
Nogueira (2003). De acordo com estes autores, o
1999b, Avelar et al. 1999, Barbosa 2004, Sardi-
longo período de evolução tectônica ocorreu em
nha et al. 2006, Barros et al. 2009, Feio et al.
diversos eventos: (1) 2,85-2,76 Ga – transpres-
2012). Granitos peralcalinos a meta-aluminosos,
são sinistral; (2) < 2,76 Ga – Formação de bacia
meso- zonais com augita, representados pelos
pull-a-part com a deposição do Grupo Grão Pará;
granitos Old Salobo e Itacaiúnas (ca. 2,57; Ga
(3) 2,7-2,6 Ga – transtensão dextral, seguida do
Machado et al. 1991, Souza et al. 1996) foram
estabelecimento das zonas de cisalhamento trans-
caracterizados apenas na parte norte do domínio,
correntes Cinzento e Carajás; (4) ca. 2,6 Ga – in-
nas proximi- dades da Zona de Cisalhamento
versão tectônica da bacia devido à reativação do
Cinzento.
sistema de falhas formadas durante o evento de
O magmatismo paleoproterozóico (ca. 1,88 Ga)
transpressão dextral; (5) 1,9-1,8 Ga – regime de
é representado pelos granitos alcalinos a sub-al-
transtensão, que favoreceu a intrusão de diques
calinos do tipo A, que inclui os granitos Central de
e plútons anorogênicos.
Carajás, Salobo Jovem (Young Salobo), Cigano,
Segundo Pinheiro & Holdsworth (1997), o par
Pojuca, Breves e Rio Branco (Machado et al. 1991,
antiforme-sinforme estaria relacionado à trans-
Dall’Agnoll et al. 1994, Tallarico 2003).
pressão durante a evolução da Zona de Cisalha-
Outras rochas intrusivas também ocorrem nes-
mento Carajás. Contudo, Rosière et al. (2006) con-
te bloco, tais como pórfiros dacíticos a riolíticos
sideram que as zonas de cisalhamento de Cara-
datados em 2.645 ± 9 Ma e 2.654 ± 9 Ma (Pb-Pb
jás e Cinzento teriam se desenvolvido no flanco
SHRIMP zircão, Tallarico 2003) e diques de leuco-
rompido de pares antiformal-sinformal, paralela-
granito alcalino datado em 1.583 ± 7 Ma (Pimen-
mente ao plano axial da Dobra Carajás, como
tel et al. 2003, U-Pb SHRIMP zircão). Grainger et
possível produto de amplificação da dobra duran-
al. (2008) também descrevem o Granito Formiga,
te os estágios tardios do encurtamento N-S.
que apresenta mineralizações cupro-auríferas,
Segundo Feio (2011), o magmatismo meso- e
consi- derado neoproterozóico (ca. 600 - 550 Ma).
neoarqueano do Domínio Carajás, no Subdomínio
Con- tudo, cristais de zircão ígneo neoproterozóicos
de Transição, é distinto do magnatism do Domínio
não foram reconhecidos pelos autores, apenas
Rio Maria e não favorece a hipótese de uma evo-
cristais de zircão com idades mesoarqueanas,
lução tectônica idêntica ou similar em ambos os
considera- dos herdados. Também são registrados
domínios.
no Domí- nio Carajás outros eventos magmáticos
A crosta arqueana do Domínio Carajás não tem
pelas in- trusões dos metagabros Borrachudo,
caráter juvenil e a curva de evolução do Nd suge-
Santa Inês e Complexo Lago Grande (Villas &
re a existência de uma crosta um pouco mais anti-
Santos 2001) e diques de diabásio e gabro tardios,
ga em relação à do Domínio Rio Maria, existente
cujas idades radiométricas são desconhecidas.
pelo menos desde o Mesoarqueano (ca. 3,2 a 3,0
Leonardos et al. 1991). Destaca-se ainda nesse
Ga; Feio 2011).
domínio, a principal reserva de Tungstênio conhe-
Magmatismo granítico neoarqueano (ca. 2,74
cida na Amazônia, representada pelo depósito de
Ga, Suíte Planalto), segundo Feio et al. (2012),
Pedra Preta (Rios et al. 1988, 2003).
apresenta relação espacial e petrogenética com
Além desses depósitos, Klein & Carvalho (2008)
rochas da séries charnoquítica, tais como os nori-
relatam a presença no Domínio Rio Maria, de ge-
tos do Diopsídio-norito Pium, reconhecidos ape-
mas, rocha ornamental, carvão e amianto, além
nas no Domínio Carajás, no Subdomínio de Tran-
de ocorrências de outros bens metálicos, incluin-
sição. Essa associação seria análoga à relativa ao
do: (i) Níquel laterítico associados a rochas máfi-
magmatismo em limites de blocos tectônicos ou
cas-ultramáficas das sequências greenstone belt
em sua zona de interação.
(Serra do Inajá; Cunha 1981; Serra dos Gradaús,
A relação da Bacia Carajás com sistemas trans-
Correa 2006; Vale do Sol e Água Limpa, Correa
correntes Carajás, Cinzento e Araraquara sugere
2006); (ii) Cobre-Cobalto (Boa Esperança, Correa
para Pinheiro & Nogueira (2003) formação de uma
2006), (iii) chumbo e zinco associadas a grauva-
bacia pull-apart. No entanto, segundo Wirth et al.
cas do Grupo Gemaque (Santos 1981) e a rochas
(1986), Gibbs et al. (1986), DOCEGEO (1988), Ma-
metavulcânicas félsicas sericitizadas contendo pi-
cambira (2003) e Tallarico et al. (2005), a forma- rita e a gossans na Serra do Inajá (Palermo et al.
ção da Bacia Carajás estaria relacionada a aber- 2001); (iv) Ferro associado a formação ferrífera
tura de um rifte continental. As idades das intru- na Serra do Inajá (Cunha 1981); (v) Manganês
sões acamadadas máfico-ultramáficas do Comple- supergênico na Serra do Inajá (Cunha 1981) e (vi)
xo Luanga, próximas às do vulcanismo bimodal do molibdenita em microfraturas do Granito Marajoa-
Grupo Grão Pará sugerem, segundo Ferreira Filho ra (Suíte Intrusiva Jamon; Almeida et al. 2008).
et al. (2007), que tais intrusões correspondem a
câmeras magmáticas associadas ao rifteamento.
Depósitos de Ouro orogênicos
Meirelles (1986), Dardenne et al. (1988), Mei-
relles & Dardenne (1991), Teixeira (1994), Lobato
Depósitos auríferos (Diadema, Lagoa Seca,
et al., (2005), Silva et al., (2005) e Teixeira et al.
Babaçu, Mamão, Tucumã, Inajá, Cuca) e vários
(2010), sustentam a hipótese de que a bacia te-
garimpos (Serqueiro, Peladinha, Serrinha e Tatu-
ria se formado em ambiente de arco vulcânico, as-
Frango) associados a veios de quartzo estrutu-
sociada à subducção, o que seria evidenciado pela
ralmente controlados são reconhecidos no Domí-
afinidade cálcio-alcalina de alto potássio dos ba-
nio Rio Maria (Oliveira & Leonardos 1990, Leonar-
saltos do Supergrupo Itacaiúnas e rochas intrusi-
dos et al. 1991, Huhn 1992, Santos et al. 1998,
vas. Zucchetti (2007) considera que tais caracte-
Villas & Santos 2001, Oliveira & Santos 2003).
rísticas poderiam refletir vulcanismo sobre crosta
Alguns desses depósitos, tais como Babaçu
continental atenuada, em ambiente de retro-arco
(855 kg de Ouro contido com teores entre 7-10 g/
desenvolvido em ca. 2,76 Ga. Nesse modelo geo-
t Au, Carvalho 2004), Mamão (7050 kg de Ouro
tectônico, colisão continente-continente em ca.
contido com teores entre 7-10 g/t Au, Carvalho
2,74 Ga teria sido responsável pela justaposição
2004) e Logoa Seca (4650 kg de Ouro contido com
dos domínios Rio Maria e Carajás (Teixeira et al.
teores entre 7-10 g/t Au, Carvalho 2004), foram
2010).
descobertos na década de 1970 em decorrência
de trabalhos de pesquisa efetuados pela DOCE-
METALOGENIA DO DOMÍNIO RIO MARIA
GEO que incluíram levantamentos geológicos, geo-
químicos e geofísicos (magnetometria e IP),
Depósitos auríferos orogênicos (Groves et al.
visando inicialmente depósitos de metais básicos.
1998, Goldfarb et al. 2001) associados a zonas de
cisalhamento regionais que interceptam as sequ-
DEPÓSITO MODELO: DEPÓSITO AURÍFERO DE
ências greenstone belt são reconhecidos no Domí- DIADEMA
nio Rio Maria (Oliveira & Leonardos 1990, Huhn
1992, Santos et al. 1998, Villas & Santos 2001). O depósito aurífero de Diadema (Fig. 3) locali-
Alguns depósitos auríferos, no entanto, apresen- za-se ao longo da Zona de Cisalhamento Diade-
tam associação espacial com intrusões, como o
depósito aurífero de Cumaru (Santos et al. 1998,
ma de direção WNW-ESE e com mais de 100 km de
extensão, que corta unidades do greenstone-
Figura 3 - Mapa geológico do depósito aurífero de Diadema (Oliveira 1993).

belt Sapucaia e o terreno granitítico adjacente (Oli-


resultaram em quartzo-sericita-(albita-clorita) mi-
veira & Leonardos 1990). As zonas mineralizadas,
lonitos, por vezes, com veios com turmalina, en-
denominadas Zona Principal, Zona Oeste e Muri-
quanto as formações ferríferas são constituídas
çoca e a ocorrência da Serra do Deoti (Oliveira e
por quartzo, magnetita, silicatos de Fe (almandi-
Leonardos 1990), possuem reservas medida +
na, grunerita, biotita, chamosita, cloritóide) e car-
indicada de 517.142 t de minério com teor médio
bonatos (siderita, ankerita).
de 5,18 g/t e 8,7 t de Ouro contido (MultiplicMine-
Em contato com as rochas hospedeiras meta-
ração S.A. 1989 em Klein & Carvalho 2008).
vulcano-sedimentares ocorrem rochas cumuláticas
metamorfisadas associadas a complexo máfico-ul-
Rochas hospedeiras
tramáfico, aflorantes a norte. Essas incluem ser-
pentina-magnetita xistos com relíquias de olivina
As zonas mineralizadas são hospedadas por (dunitos), clorita-talco-actinolita-serpentina xistos
rochas metavulcânicas máficas a intermediárias, (peridotitos), rochas ricas em actinolita e clorita
principalmente basaltos andesíticos e andesitos, (piroxenitos), além de gabros mais preservados.
e félsicas, incluindo riólitos e dacitos, além de for-
mações ferríferas, metamorfisadas na fácies dos
Alteração hidrotermal e Mineralização
xistos verdes (Oliveira 1993). Os litotipos hospe-
deiros são variavelmente deformados, apresen-
Os estágios de alteração hidrotermal acompa-
tando foliação milonítica a ultramilonítica, pares S-
nharam o desenvolvimento de zonas transtensio-
C e bandas miloníticas e cataclásticas. Relíquias
nais e intrusão de corpo granítico e incluem, se-
de texturas ígneas podem ser observadas, contu-
gundo Oliveira & Leonardos (1990) e Oliveira
do as rochas derivadas dos basaltos andesíticos
(1993): (i) formação inicial de clinocloro, minerais
e andesitos, em porções muito foliadas, são hi-
carbonáticos, albita e muscovita; (ii) subsequente
drotermalizadas e constituídas por clorita, actino-
desaparecimento do clinocloro e epidoto e forma-
lita, albita, epidoto, quartzo, carbonato, titanita,
ção de albita-carbonatos e chamosita-sericita nas
ilmenita, rutilo, magnetita, pirita, pirrotita e calco-
rochas vulcânicas máficas e intermediárias e tur-
pirita (Oliveira 1993, Oliveira & Santos 2003). Pro-
malina nas vulcânicas félsicas; (iii) alteração tar-
tólitos derivados de rochas metavulcânicas ácidas
dia com formação de quartzo-pirita (vulcânicas
máficas e intermediárias) e muscovita-carbonato
Diadema, respectivamente. A origem dos fluidos
e quartzo-turmalina (vulcânicas félsicas).
mineralizantes, a partir de estudos de isótopos
Os corpos de minério são representados por
estáveis de O, C e H e da razão inicial de estrôn-
veios com até 400 m de extensão e poucos me-
cio (87Sr/86Sr = 0,7155), foi atribuída por Oliveira et
tros de largura, paralelos ao traço da zona de ci-
al. (1994) a fontes metamórficas, magmáticas ou
salhamento e controlados por falhas D-Riedel, além
mistas.
de boudins de quartzo brechados e rods achata-
dos. Ouro ocorre como finas partículas livres, in-
Outros depósitos auríferos
clusas em pirita ou entre cristais de turmalina.
Magnetita e ilmenita são mais abundantes que os
O depósito de Cumaru (Fig. 4) foi descoberto na
sulfetos, representados por pirita, calcopirita, pir-
década de 1980 e pesquisado pelas empresas
rotita, bismutinita, bismuto, mackinawita e milleri-
Brumadinho e Gradaús, sendo explorado em pe-
ta (Oliveira & Leonardos 1990). As zonas minera-
quena cava a partir do início da década de 1990.
lizadas podem apresentar enriquecimento em As,
Os recursos em Cumaru foram inferidos em 17 to-
B, Ba, Bi e Sb.
neladas de Ouro (incluindo os minérios primários e
secundários) com teor médio de 10 ppm (Faraco et
Natureza do fluido hidrotermal e gênese do minério
al. 1996). A mina inativa de Cumaru contém re-
aurífero
servas de 3,1 Mt de minério com 10,8 t Au contido
e com teor de 3,4 g/t, além de uma reserva em
Temperaturas entre 170 e 350 oC foram esti-
material oxidado (supergênico) de 6,0 t Au com
madas a partir de equações de fracionamento de
teor de 17,2 g/t (Mineração Gradaús Ltda. 1987). O
isótopos de oxigênio entre quartzo-calcita (Olivei-
depósito de Cumaru, localizado ao longo da Zona
ra & Santos 2003), enquanto temperaturas mais
de Cisalhamento Transcorrente Serra Ruim, é
elevadas (470 oC) foram estimadas a partir do par
hospedado por unidades metavulcânicas félsi- cas
quartzo-magnetita de formações ferríferas. De
do Greenstone Belt Gradaús e pelo Granodiori- to
acordo com Oliveira & Santos (2003), a deforma-
Cumaru (2.817 ± 4 Ga, Pb-Pb em zircão; Lafon
ção, o metamorfismo e a mineralização aurífera
& Scheller 1994).
teriam ocorrido nas condições de maiores tempe-
O minério aurífero primário de alto teor (> 10
raturas em níveis crustais hipozonais (> 12 km).
ppm de Au) ocorre em veios de quartzo e sulfetos
Nessas condições, os fluidos hidrotermais teriam
(pirita, calcopirita, bismutita, molibdenita, magne-
percolado pelas rochas hospedeiras e processos
tita e hematita) com envelope com mineralização
de devolatização e infiltração de fluidos externos
disseminada (1-10 ppm de Au) associada a halo
teriam predominado nos domínios transpressionais
de alteração hidrotermal sericítica. Alterações pro-
e transtensionais da Zona de Cisalhamento de
pilítica (epidoto-albita-calcita-clorita) e potássica

Figura 4 - Mapa e perfil geológico do depósito aurífero de Cumaru (Santos et al. 1998).
(microclínio-quartzo) são restritas a pequenas
tone Belt Gradaús. Devido às evidências que su-
porções do plúton e sobrepostas pela alteração
gerem participação de fluidos magmáticos na gê-
sericítica (Santos et al. 1998).
nese do depósito, esse foi classificado por Santos
Fluidos aquo-carbônicos (H2O-CO2-NaCl) e car-
et al. (1998) como de um tipo híbrido, denominado
bônicos em inclusões fluidos em quartzo dos vei- pelos autores de lode-porphyry.
os mineralizados foram considerados metamórfi-
cos, associados à Zona de Cisalhamento Serra
Depósitos de Tungstênio
Ruim (Santos et al. 1998). Um outro tipo de fluido,
aquoso, representado pelo sistema H2O-NaCl-
O depósito de wolframita de Pedra Preta (Fig.
KCl- 5; Gastail1987, Cordeiro et al. 1984, 1988, Rios
CaCl2, foi interpretado como derivado do magma 1995, Rios et al. 1998) constitui a principal reser-
associado ao Granodiorito Cumaru. Mistura entre
va de Tungstênio conhecida na Amazônia com
fluidos metamórficos e fluidos magmáticos ao lon-
508.300 toneladas de minério, com teor médio de
go da zona de cisalhamento, seguida por circula-
1,01% de WO3 (Cordeiro et al. 1988).
ção de fluidos de baixa salinidade de origem me-
teórica, foi proposta por Santos et al. (1998), com
ROCHAS HOSPEDEIRAS
base tanto nos dados microtermométricos como em
isótopos de O e H.
O minério de wolframita é filoneano e corta, em
Dois eventos de deposição do Ouro em condi-
profundidade, a cúpola do granito Musa (Dall’Agnol
ções de 350 a 350 °C e 1,3 a 3,8 kbar foram rela-
et al. 1994) e as rochas das sequências greensto-
cionados com oxidação do fluido mineralizante
ne belt dos grupos Babaçu, dominado por rochas
causada pela imiscibilidade do fluido aquo-carbô-
metavulcânicas básicas, e Lagoa Seca, predomi-
nico e pelo abaixamento da fS2 nas rochas hospe-
nantemente metassedimentar.
deiras. A mistura tardia do fluido aquo-carbônico
O Granito Musa é representado por monzo e
com as salmouras também provocou oxidação do
sienogranitos e biotita microgranito com evidênci-
fluido mineralizante, com aumento da fO2 e dimi-
as de greisenização (Gastai 1987, Rios et al. 1998).
nuição do pH, favorecendo a deposição do Ouro
(Santos et al. 1988).
EVENTOS HIDROTERMAIS: FORMAÇÃO DE VEIOS
Esse depósito difere dos demais por ser hos-
pedado pelo Granodiorito Cumaru, além de unida-
Registros de eventos hidrotermais no depósito
des metavulcânicas félsicas atribuídas ao Greens-

Figura 5 - Mapa e perfil geológico do depósito de Tungstênio de Pedra Preta (Rios et al. 1998).
de Maria Preta estão relacionados, segundo Rios
pal de cristalização da wolframita seria relaciona-
et al. (1998), à formação de: (1) veios com quart-
do à circulação desse fluido externo a condições
zo, topázio e sulfetos prévios à colocação do Gra-
de 330 oC, seguido por metassomatismo de F, com
nito Musa, reconhecidos nas unidades metavulca-
formação de topázio e fluorita relacionada a flui-
no-sedimentares; (2) veios principais com quart-
dos aquosos e carbônicos. Os veios tardios teri-
zo, wolframita, topázio, fluorita, mica branca, piri-
am sido associados a relaxamento tectônico e flu-
ta, pirrotita, calcopirita, molibdenita e bismutinita,
xo de fluidos inicialmente hipersalinos (42 wt%
que se seguiram ao alojamento da intrusão; e (3)
CaCl2 equivalente) progressivamente diluídos (H
veios tardios de quartzo.
<30 wt% NaCl equivalente) e formados em condi-
Os veios principais no setor inferior do depósi-
ções de 1,0 kbar e > 220 oC. Assim, os fluidos me-
to, localizado a profundidades abaixo de 160 m a
talíferos no depósito de Pedra Preta teriam sido
partir da atual superfície de erosão, cortam as
principalmente externamente derivados, possivel-
zonas apicais do Granito Musa, sua cúpula greise-
mente metamórficos, e não derivados da cristali-
nizada e os metarenitos do Grupo Lagoa Seca,
zação do Granito Musa (Rios et al. 2003).
enquanto no setor superior interceptam as rochas
de ambos grupos.
METALOGENIA DO DOMÍNIO CARAJÁS

NATUREZA DOS FLUIDOS HIDROTERMAIS E


No Domínio Carajás, além dos importantes de-
ASSINA- TURA ISOTÓPICA
pósitos de Ferro, de Cobre-Ouro, Ouro-EGP, Ní-
quel, EGP, Cromo, Manganês e bauxita, são tam-
Os estudos isotópicos de oxigênio na jazida
bém conhecidos, segundo Klein & Carvalho (2008),
Pedra Preta sugerem a participação de fluidos hi-
indícios de mineralização de Estanho associada ao
drotermais empobrecidos em 18O (-3,16 e -0,10 ‰
Granito Serra dos Carajás (Rios et al. 1995a, b),
a 240 a 300 oC) na formação dos veios mineraliza-
gemas (malaquita, crisoprásio, ametista e citrino;
dos principais, que não seriam condizentes com
Costa & Costa 1985, Collyer et al. 1991, Costa et
fluidos magmáticos. De origem externa ao Granito
al. 1994) e o depósito de Vaqueiro, no qual quart-
Musa, esses fluidos, com composição aquo-carbô-
zito do Grupo Rio Novo é explotado para fabrica-
nica (H2O + CH4 + sais ± CO2) e fortemente reduzi-
ção de silício metálico (Carvalho 2004).
dos, foram oxidados nas zonas apicais do grani-
to, onde o CH4 foi quase que totalmente transfor-
Depósitos de Ferro
mado em CO2. Ao ascenderem, já enriquecidos em
CO2, os fluidos tornaram-se também enriquecidos
A Província Carajás hospeda depósitos gigan-
em 18O propiciando a precipitação de quartzo com
tes de Ferro nos distritos de Serra Norte (N1 a
maiores valores de 18O em relação ao setor inferi-
N9), Serra Sul (S11 a S45) e Serra Leste (SL1 a
or (Rios et al. 1998).
SL3), nos quais foram reconhecidos 39 corpos des-
contínuos de minério de Ferro de alto teor (Loba-
Gênese do minério de Tungstênio
to et al. 2005). Reservas de aproximadamente 18
bilhões de toneladas de minério com teores entre
Segundo Rios et al. (2003), mistura entre flui- 60 e 67% de Fe são estimadas para os três distri-
dos aquo-carbônicos, pobres em F, exsolvidos do tos (Coelho 1986, Dardenne & Schobbenhaus
magma, e fluidos externos com CH 4 e N2, em equi- 2001, Guedes et al. 2002).
líbrio com as rochas hospedeiras metavulcanos-
sedimentares teria sido responsável pela forma- DEPÓSITO MODELO: A MINA DE FERRO DE N4E
ção dos veios principais mineralizados com wol-
framita ao longo de planos de fraturas a pressões Na Mina N4E (Figs. 6, 7, 8a), os corpos de mi-
de 2 kbar. Reabertura de fraturas seladas teria nério de alto teor (> 65 % Fe) são hospedados
possibilitado a canalização de fluidos metamórfi- por uma sequência de formações ferríferas ban-
cos redutores com CH4. Devido às condições oxi- dadas, denominadas de jaspilitos, de 100 a 400
dantes geradas pela colocação do Granito Musa, m de espessura, cortadas por diques e sills de
transformação substancial de CH4 em CO2 ocorreu rochas máficas (Klein & Ladeira 2002). Os jaspili-
no sítio de deposição do minério. O estágio princi- tos (Formação Carajás, Grupo Grão Pará, Super-
Figura 6 - Mapa geológico da Mina N4E (VALE em Lindenmayer et al. 2005, 2008).

Figura 7 - Perfil geológico da Mina N4E mostrando as relações entre os minérios de ferro friável, compacto e
rochas metabásicas (VALE em Lindenmayer et al. 2005).

grupo Itacaiúnas) ocorrem intercalados entre uni-


dadas e riólitos em derrames homogêneos, além
dades metavulcânicas máficas, inferior e superior,
de tufos de lapilli e hialoclastitos (Hirata et al.
do Grupo Grão Pará (2757-2760 Ma; Wirth et al.
1982, Gibbs et al. 1986). A unidade superior,
1986, Machado et al. 1991, Trendall et al. 1998).
pertencen- te à Formação Igarapé Cigarra, inclui
Tanto o minério de Ferro (Figs. 8b a 8e) como as
metabasal- tos com intercalações de tufos
rochas metabásicas decompostas são recobertas
recobertos por metassedimentos clásticos
por canga limonítica.
(arcósios e arenitos), formações ferríferas
bandadas e chert. As duas unidades são
Rochas hospedeiras: metabasaltos e jaspilitos do
interceptadas por diques e sills de gabro.
Grupo Grão Pará
Os jaspilitos (Formação Carajás) apresentam
contatos com as rochas metavulcânicas concor-
A unidade metavulcânica inferior, atribuída à
dantes e tectônicos, caracterizados por planos de
Formação Parauapebas, inclui metabasaltos amig-
falha com slickensides e desenvolvimento de folia-
daloidais (Fig. 8f), porfiríticos e com lavas almofa-
ção nas rochas metabásicas. Na área da Serra
Figura 8. (A-I Serra Norte, N4E) A. Vista parcial da Mina de Ferro N4E; B. Minério de ferro friável laminado
(HM) da Mina de Ferro N4E; C. Jaspilito com bandas constituídas por jaspe e quartzo microcristalino
parcial- mente substituído por hematita; D. Jaspilito parcialmente substituído por hematita, cortado por
vênulas carbonáticas; E. Minério de ferro compacto constituído predominantemente por hematita, com
porções bre- chadas e cimentadas por carbonatos hidrotermais; F. Rocha metabásica cloritizada com
vesículas preenchi- das por quartzo e calcita; G. Rocha metabásica intensamente hematitizada, brechada
e cortada por vênulas carbonáticas; H. Jaspilito com bandas constituídas por jaspe e quartzo
microcristalino parcialmente substi- tuído por hematita; I. Jaspilito com pirita fina disseminada cortado
por vênulas e bolsões carbonáticos; (J-M Serra Sul) J. Jaspilito parcialmente substituído por hematita,
magnetita e carbonatos; L. Concentrações de magnetita e vênulas carbonáticas; M. Formação ferrífera
bandada com magnetita cortada por veio de brecha com matriz constituída por hematita. Abreviações: HM
= hematita friável; HD = hematita compacta; Jp = jaspilito; Hm = hematita; Mt = magnetita; Cc =
carbonato; Py = pirita.

Norte, os jaspilitos (Figs. 8 g e 8h) são rochas fi-


gânica (Meirelles 1986, Macambira 2003).
namente laminadas, com estrutura plano-parale-
Tanto os padrões de distribuição de ETR (Lin-
la, constituídas por bandas alternadas de quart-
denmayer et al. 2001, Klein & Ladeira 2002, Ma-
zo microcristalino e de jaspe vermelho com hema-
cambira 2003) nos jaspilitos como sua composi-
tita esferulítica, maghemita, martita e, subordina-
ção isotópica de Ferro (Fabre et al. 2011) indicam
damente, magnetita (Lindenmayer et al. 2001).
formação em ambiente marinho a partir de águas
Apresentam estruturas deposicionais preservadas,
de ressurgência. O trend de enriquecimento rela-
tais como estruturas de escavação e preenchimen-
to e esferulitos/grânulos de provável origem or-
tivo em ETRL e anomalia positiva de Eu são indica-
tivos de associação com fumarolas hidrotermais e
soluções de fundo oceânico (Lindenmayer et al.
em contato com minério compacto. A alteração hi-
2001). Os valores altamente positivos de 57FeIRMM-
drotermal seria responsável por diminuição dos
(2,06±0,34‰), poderiam ser explicados por oxi-
14 valores de 18O das rochas hidrotermalizadas, além
dação parcial do Fe2+ aq na superfície do oceano, de perda de Si, Ca, Na e V e ganho relativo de P,
subsequente à ressurgência hidrotermal de águas
Zr e ETRL (Teixeira 1994, Teixeira et al. 1997).
marinhas anóxicas e profundas. Isso teria resul-
O zoneamento da alteração hidrotermal nas
tado na formação de hidróxidos de Ferro e sua
rochas máficas, de acordo com Lobato et al. (2005,
conversão para hematita na zona fótica, mais rasa
2008) e Zucchetti (2007), inclui: (i) zonas distais
e oxidada, em um processo sazonal (Fabre et al.
com clorita-quartzo-carbonato ± hematita; (ii) zo-
2011).
nas intermediárias com clorita-hematita-quartzo-
albita-mica-carbonato ± titanita ± magnetita ±
Metamorfismo e alteração hidrotermal dos metaba- sulfetos, e (iii) zonas proximais com hematita-clo-
sitos rita-quartzo-albita-mica-carbonato ± titanita ±
magnetita ± sulfetos
Embora efeitos de metamorfismo de fundo oce- Segundo Teixeira (1994) e Teixeira et al.
ânico, ou espilitização, nas rochas básicas do Grupo
(1997), a alteração hidrotermal teria resultado da
Grão Pará sejam considerados intensos (Meirel- intera- ção das rochas metabásicas com fluidos
les 1986, Teixeira 1994, Teixeira et al. 1997), o
meteóri- cos aquecidos pela colocação do Granito
registro de metamorfismo regional nessas rochas Central de Carajás. Zucchetti (2007) considera,
é ambíguo.
entretan- to, que além dos fluidos meteóricos de
A preservação de estruturas primárias e ausên- baixa sali- nidade, mistura de fluidos teria
cia de foliação, em geral reconhecidas apenas pró- envolvido contri- buição magmática, responsável
ximo a falhas, levou diversos autores a conside- por componentes de alta salinidade para o
rarem que tais rochas não apresentam evidências sistema hidrotermal.
claras de metamorfismo regional (Beisiegel et al.
1973, Beisiegel 1982, Lindenmayer et al. 2001).
Minério de Ferro
Paragêneses minerais compatíveis com condições
de fácies dos xistos verdes foram relacionadas com
A distribuição dos corpos de minério de Ferro
alteração hidrotermal ou metamorfismo dinâmico
de alto teor da Serra Norte teria sido controlada
associado ao desenvolvimento de zonas de cisa-
por zonas de maior permeabilidade, localizadas na
lhamento regionais (Dardenne & Schobbenhaus
zona de charneira do antiforme da Dobra Cara-
2001, Macambira & Schrank 2002, Macambira
jás, que se apresenta desmembrada em diversos
2003). De acordo com Gibbs et al. (1986), Teixeira
blocos rotacionados (Rosière et al. 2006).
(1994), Teixeira et al. (1997), no entanto, as ro-
O minério de Ferro de alto teor é representado
chas do Grupo Grão Pará foram metamorfisadas
por corpos de hematita friável ou mole (HM, Fig.
em baixo grau, possivelmente durante o evento
8b) e hematita compacta, ou dura (HD, Fig. 8d).
tectono-metamórfico associado ao desenvolvimen-
Os corpos tabulares de hematita friável (HM), com
to da Dobra Carajás (Zucchetti 2007).
espessura de até 350 m, em geral, são bastante
Efeitos de alteração hidrotermal nos metabasi- porosos, descontínuos e ocorrem de forma pulve-
tos foram reconhecidos principalmente próximo ao
rulenta ou apresentam-se bandados a laminados.
contato com os jaspilitos e com o minério de alto São constituídos por hematita lamelar muito fina
teor (Teixeira 1994, Teixeira et al. 1997, Guedes et
intercalada com hematita pulverulenta. Próximo ao
al. 2002, Dalstra & Guedes 2004, Zucchetti 2007). contato com as rochas máficas superiores, o mi-
Os metabasitos apresentam evidências de inten-
nério friável apresenta como contaminantes alu-
sa cloritização, acompanhada de Fe-metassoma- mina e Fósforo, enquanto em contato com a rocha
tismo, com formação de hematita (hematitização)
máfica inferior apresenta enriquecimento em Man-
e brechação (Fig. 8g). Guedes et al. (2002) tam- ganês. Maiores teores de sílica associam-se a
bém descreve auréolas de alteração hidrotermal
maiores profundidades, enquanto em zonas de
com carbonatação associada, brechas hidráulicas cisalhamento há maior concentração de Manga-
hidrotermalizadas e vênulas de hematita e caoli-
nês e Fósforo (CVRD 1996 em Lobato et al. 2005)
nita em stockwork nas rochas vulcânicas máficas Corpos de minério representados por hemati-
ta compacta (HD) constituem corpos tabulares ou
lenticulares discordantes, concentrados próximo
dominante e preenchimento de espaços abertos
ao contato com as rochas metabásicas inferiores,
por hematita. Essas zonas também contêm veios
e representam menos de 10% dos recursos (Dals-
discordantes ou concordantes ao bandamento com
tra & Guedes 2004). Apresentam estrutura ban-
quartzo e hematita (V3). As zonas de alteração
dada, em geral mimetizando a estrutura dos jas-
proximais representam o estágio de alteração
pilitos, maciça e brechada e são constituídos por
avançada que resulta na formação do minério de
hematita-martita e hematita (Figueiredo & Silva
alto teor. São caracterizadas por martitização e
2004, Lobato et al. 2005). Os corpos de hematita
preenchimento de espaços por hematita, presen-
compacta ou dura (HD) são subdivididos em he-
te em vênulas e ao longo do bandamento. Veios
matita dura compacta e dura laminada.
brechados com carbonatos, quartzo e hematita (V4
O minério de baixo teor (MBT) contém entre 50 e V5) também ocorrem nessas zonas.
a 60% de Fe e alto teor de contaminantes, tais
Datações de monazita hidrotermal (idade 208Pb/
como Alumínio (>1,2%), sílica (> 1%), Manganês 232
Th de 1.613 ± 21 Ma) inclusa em hematita lame-
(>1%), Fósforo (> 0,07%; Lobato et al. 2005).
lar, e de anatásio (1.717 ± 12 Ma; Pb-Pb) de me-
tabasitos hidrotermalizados com clorita e hemati-
Evidências de alteração hidrotermal associada aos
ta, foram obtidas por Santos et al. (2010).
corpos de minério

Natureza dos fluidos hidrotermais e assinaturas


Nas partes mais profundas do depósito de N4E,
iso- tópicas
corpos de hematita friável e compacta gradam para
rochas ricas em carbonatos, tais como rochas ban-
Estudos de inclusões fluidas realizados por Fi-
dadas com Fe-Mn-dolomita-hematita-(quartzo-apa-
gueiredo e Silva et al. (2008) em quartzo e carbo-
tita-talco), rochas ricas em veios carbonáticos ou
natos dos veios (V1 a V5), associados às zonas
brechas com matriz substituída por Fe-Mn-dolomi-
distais a proximais, possibilitaram a identificação
ta-clorita-apatita (Dalstra & Guedes 2004). As ro-
de fluidos aprisionados em condições de tempe-
chas bandadas apresentam pseudomorfos indica-
ratura relativamente baixa a moderada (190 e 315
tivos de substituição de magnetita por hematita, o
C), com temperaturas mais elevadas relativas aos
que por sua vez é parcialmente substituída por
veios brechados de zonas proximais (V4 e V5). Flui-
grandes cristais de martita. O minério constituído
dos altamente salinos, ricos em Ca, foram identifi-
por hematita friável é texturalmente idêntico às
cados tanto em veios de zonas distais (até 29,3
rochas bandadas com hematita-dolomita, porém
wt % CaCl2 eq) como proximais (até 30,1 wt %
apresenta cavidades no lugar dos minerais car-
CaCl2 eq).
bonáticos. Dalstra & Guedes (2004) consideram
Fluidos aquosos com composição variável, com
que os minerais carbonáticos identificados na Mina
proporções distintas de Ca, Na, Mg e Fe, e amplo
N4E resultaram de alteração hidrotermal.
intervalo de variação de salinidades (1,2–19,2 wt
Graus variáveis de alteração hidrotermal estru-
% CaCl2 eq) foram caracterizados principalmente
turalmente controlada nos jaspilitos também fo-
na zona intermediária. Adicionalmente, fluidos de
ram reconhecidos por Figueiredo e Silva (2004,
baixa salinidade (0,2–7,3 wt % NaCl eq), ricos em
2009) e Lobato et al. (2005, 2008). De acordo com
Na-K-Mg, foram também identificados em minerais
Figueiredo e Silva et al. (2008), a alteração hidro-
de veios brechados nas zonas proximais, coexis-
termal inicial, preservada em zonas distais em re-
tindo com os fluidos altamente salinos (Figueire-
lação aos corpos de minério de mais alto teor, é
do & Silva et al. 2008).
caracterizada por recristalização de jaspe, remo-
Diminuição dos valores de 18O foi observada
ção do Fe e formação de magnetita sobrecrescida
em relação à evolução paragenética do depósito,
a hematita microcristalina, associada a quartzo e
caracterizada por valores de 18O de –1,0‰ para
veios carbonáticos (Figs. 8e). Veios brechados com
a martita e de –10,0‰ para a hematita tabular a
quartzo ± pirita-calcopirita (V1) e carbonato ± pi-
euhedral, considerada tardia (Figueiredo & Silva
rita-calcopirita (V2) ocorrem nas zonas distais.
2009).
As zonas intermediárias são caracterizadas por
Estudos de isótopos de enxofre em pirita reve-
lixiviação progressiva do chert e quartzo, resultan-
lam valores de 4S mais elevados (+2,5 a
do em cavidades, formação de martita como fase
+10,8‰) nas zonas distais e menores (4S = –5 a
+5‰)
nas zonas intermediárias de alteração dos meta-
ponsável por metassomatismo intenso das rochas
basaltos.
máficas adjacentes ao protominério.
Isótopos de carbono e oxigênio em carbona-
Estudos realizados por Figueiredo e Silva et al.
tos (calcita, kutnahorita e dolomita) de veios de
(2008, 2011) indicam que os processos hidroter-
diferentes gerações revelam intervalo restrito de
mais teriam sido responsáveis pela substituição
valores de 13C (–6,0 a –2,0‰) e maior variação
dos jaspilitos e formação do minério compacto.
de 18O (+8,0 a +20,0‰), que foi atribuída a dife-
Esse processo teria envolvido interação com flui-
rentes fontes de fluidos ou mudanças significati-
dos iniciais magmáticos de alta salinidade e relati-
vas no razão fluido-rocha. A composição isotópica
vamente reduzidos, responsáveis pela formação
de estrôncio (87Sr/86Sr) de calcita ± kutnahorita em
inicial de magnetita e lixiviação de sílica, predomi-
equilíbrio com magnetita e kutnahorita-dolomita
nantemente nas zonas distais. Esse fluido teria
varia de 0,712 a 0,750, o que também pode refle-
se tornado mais oxidante, possivelmente devido
tir, de acordo com Figueiredo e Silva et al. (2008),
à mistura com fluidos meteóricos, sendo associa-
fontes graníticas altamente radiogênicas.
do ao avanço da martitização e formação da he-
matita em veios nas zonas de alteração interme-
Gênese do Minério de Ferro diárias. A predominância de fases oxidadas, como
a hematita tabular e euhedral, associadas com flui-
A formação do minério de Ferro a partir dos jas- dos de mais baixas salinidades, evidenciam gran-
pilitos foi atribuída por Tolbert et al. (1971), à lixi- de aporte de fluidos meteóricos nos estágios de
viação da sílica das formações ferríferas por águas alteração mais avançada nas zonas proximais.
superficiais, resultando no enriquecimento residual
Segundo Lobato et al. (2005a) e Figueiredo e
dos óxidos de Ferro e na formação dos atuais cor-
Silva et al. (2008), a mineralização de Ferro teria
pos de minério. De modo análogo, enriquecimen-
sido relacionada a um sistema magmático-hidro-
to supergênico foi considerado por outros auto-
termal relativamente raso e representaria um
res responsável pela lixiviação da sílica e forma-
membro de baixa temperatura dos depósitos de
ção do minério friável (Beisiegel et al. 1973, Dar-
óxidos de Ferro-Cobre-Ouro (iron oxide-copper-
denne & Schobbenhaus 2001).
gold deposits ou IOCG) conhecidos em Carajás ou
Entretanto, Beisiegel et al. (1973) propuseram se- ria associada aos depósitos de Au-Cu
origem hipogênica para a hematita compacta com relaciona- dos à colocação dos granitos
substituição metassomática do quartzo, favoreci- anorogênicos pale- oproterozóicos. Segundo
da pelo calor associado à colocação de diques Santos et al. (2010), no entanto, a atividade
básicos e/ou deformação tectônica. Outros estu- hidrotermal na Bacia de Ca- rajás pode ter sido
dos também enfatizam a importância de proces- episódica, relacionada a pelo menos dois pulsos
sos hidrotermais para a formação dos corpos de (ca. 1,7 e 1,6 Ga) associadas à fluidos bacinais
hematita compacta (Guedes et al. 2002, Figueire- durante o Stateriano, após a gra- nitogênese
do e Silva 2004, Dalstra & Guedes 2004, Lobato paleoproterozóica.
et al. 2005, 2008, Figueiredo e Silva et al. 2008,
Os depósitos de Ferro de Carajás apresentam
Figueiredo e Silva 2009).
consideráveis diferenças nos três distritos, Serra
Guedes et al. (2002) e Dalstra & Guedes
Norte, Serra Sul e Serra Leste, sendo que nos
(2004), consideram que as rochas ricas em depósitos da Serra Sul, segundo Lindenmayer et
minerais car- bonáticos representariam
al. (2001), evidências de metamorfismo ao longo
protominérios carboná- ticos (até 45% de Fe) de zonas de cisalhamento de alto ângulo resulta-
formados em condições ra- sas e relativamente
ram em recristalização das formações ferríferas
frias (< 300 oC) com influência de fluidos bandadas, que são constituídas principalmente por
hidrotermais descendentes e oxidados,
magnetita e quartzo (Figs. 8l a 8m).
possivelmente meteóricos. O modelo proposto por
Dalstra & Guedes (2004) envolve alteração hidro-
Depósios de Óxidos de Ferro-Cobe-Ouro
termal inicial resultando em diminuição de sílica da
formação ferrífera e formação de carbonatos hi-
A Província Carajás destaca-se mundialmente
drotermais, seguida por lixiviação intempérica dos
por apresentar a maior quantidade conhecida de
carbonatos para formação do minério de Ferro de
importantes depósitos de óxido de Ferro-Cobre-
alto teor. O mesmo sistema hidrotermal seria res-
Ouro (iron oxide-copper-gold deposits ou
IOCG; Hit-
zman et al. 1992, Hitzman 2000). Os depósitos
metavulcânicas ácidas com lentes de rochas ultra-
IOCG de Carajás são também considerados os
máficas, representadas por tremolita-talco xistos
únicos de classe mundial de idade arqueana (Ré-
com relíquias de olivina. Consideradas como per-
quia et al. 2003, Tallarico et al. 2005, Groves et al.
tencentes ao Supergrupo Itacaiúnas, o posiciona-
2010, Xavier et al. 2010), refletindo a particular
mento estratigráfico das rochas metavulcânicas
evolução da Província Carajás.
ainda é incerto. O Corpo Pista, que representa uma
Entre os depósitos dessa classe destacam-se
extensão a oeste do Corpo Sequeirinho, é hospe-
Salobo (com reservas de 789 Mt @ 0.96% Cu e
dado essencialmente por tais rochas metavulcâ-
0.52 g/t Au; Lindenmayer 1990), Igarapé Bahia-
nicas félsicas milonitizadas. Todos os litotipos hos-
Alemão (219 Mt @ 1.4% Cu e 0.86 g/t Au; Tavaza
pedeiros apresentam aspecto anastomosado e,
1999, Tallarico et al. 2005), Sossego (355 Mt @
localmente, foliação milonítica relacionada ao trend
1.5 % Cu e 0.28 g/t Au; Lancaster et al. 2000), regional WNW-ESE.
Cristalino (500 Mt @ 1.0% Cu e 0.3 Au; Huhn et al.
O Corpo Sossego (Figs. 9b, 10l a 10s), localiza-
1999a) e Alvo 118 (170 Mt @ Cu e 0.3 g/t Au; Ri-
do ao leste do Corpo Sequeirinho, é hospedado
gon et al. 2000), além de vários outros depósitos
pelo Granito Sequeirinho e, principalmente, pelo
em avaliação.
Granito Granofírico Sossego (2.740 ± 26 Ma, Mo-
As minas de Cobre de Sossego e Salobo, ope-
reto et al. 2011b), caracterizado por texturas de
radas pela VALE, foram as primeiras da província
intercrescimento de quartzo com cor azulada e
a entrarem em produção, em 2004 e 2011, res-
feldspato potássico, indicativas de colocação rasa,
pectivamente. A Mina de Sossego, localizada no
além de corpos de gabronoritos coevos.
limite sul da Bacia Carajás, situa-se no Cinturão
Intrusivos nas unidades hospedeiras dos cor-
Sul do Cobre com mais de 60 km de extensão,
pos Sossego e Sequeirinho são reconhecidos di-
assim como os depósitos Cristalino, Alvo 118, Cas-
ques de quartzo-feldspato pórfiros (ca. 1,88 Ga;
tanha, Bacaba, Jatobá, Bacuri, Visconde. A Mina
C.P.N.Moreto, comunicação verbal), de coloração
de Salobo, localizada a 30 km ao norte da Serra
marrom, relativamente preservados, apenas com
de Carajás, localiza-se ao longo de uma zona de
incipiente alteração hidrotermal, que interceptam
cisalhamento regional próximo ao limite entre os
as zonas fortementente hidrotermalizadas. Adici-
domínios Carajás e Bacajá, paleoproterozóico (2,26
onalmente, o Granito Rio Branco, também consi-
– 1,95 Ga). No setor norte do Domínio Carajás
derado paleoproterozóico, aflora a sul das cavas
também são conhecidos os depósitos Gameleira,
da Mina do Sossego, e não tem evidências de al-
Pojuca, Paulo Alfonso, Furnas, Polo e Igarapé Cin-
teração hidrotermal ou mineralização cuprífera.
zento/Alvo GT46. O depósito de Igarapé Bahia/Ale-
mão, por sua vez, situa-se em uma janela estru-
Alteração hidrotermal
tural que expõe unidades do Supergrupo Itacaiú-
nas, dentro da Formação Águas Claras.
O Corpo Sequerinho ocorre ao longo de falha
sinistral NE-SW que intercepta a zona de cisalha-
Depósito Modelo: A Mina de Sossego
mento regional (Fig. 10b; Morais & Alkmim 2005,
Domingos 2010). Regionalmente são reconhecidas
A Mina de Sossego é constituída por dois gru-
nesse corpo, extensas zonas de alteração sódica
pos de corpos de minério (Sequerinho-Baiano-Pista
(albita–hematita) e sódica–cálcica (actinolita-albi-
e Sossego-Curral). Os corpos principais, Sequeiri-
ta-titanita-epidoto-allanita), desenvolvidas parti-
nho e Sossego (Figs. 9 e 10), correspondem, res-
cularmente no granito, controladas pelo desenvol-
pectivamente, a 85% e 15% dos recursos, lavra-
vimento da foliação milonítica WNW-ESE (Fig. 10c
dos em duas cavas separadas.
a 10e). No gabronorito, alteração sódico-cálcica
inicial resultou na formação de potássio-cloro has-
Rochas hospedeiras tingsita-escapolita-albita-(biotita), seguida por
actinolita, e posteriormente por grandes quanti-
O Corpo Sequeirinho (Figa. 9a, 10a a 10j) é dades de biotita.
hos- pedado pelo Granito Sequeirinho (3.010 ± 21
Próximo a corpos de maciços de magnetita–
Ma; Moreto et al. 2011b), por intrusões de
(apatita) (Fig. 10h) e apatititos (Fig. 10f) um en-
gabronori- tos (ca. 2,74 Ga; Moreto et al. 2012) e
velope de rochas constituídas essencialmente por
por rochas
Figura 9 - Mapa geológico dos corpos Sequeirinho (A) e Sossego (B) da Mina de Cobre do Sossego (VALE em
Domingos 2010).

actinolita, denominadas de actinolititos, é reconhe-


biotita ± escapolita ± hastingsita-turmalina pode
cido. Restritas zonas de alteração potássica com
ser identificada nas rochas metavulcânicas ácidas
feldspato potássico, biotita rica em cloro e quart-
(Villas et al. 2005, Sousa 2007). Semelhantes aos
zo ocorrem espacialmente relacionadas às bre-
litotipos identificados nesse corpo, biotita-escapo-
chas mineralizadas, cortando as zonas de altera-
lita milonitos também ocorrem nas zonas de lapa
ção sódico-cálcica (Monteiro et al. 2008a, 2008b,
dos corpos Sossego e Sequeirinho.
Carvalho 2009). No Corpo Pista, alteração com
O Corpo Sossego apresenta estrutura subcir-

Figura 10 - (Página oposta) - (A-J Corpo Sequeirinho) A. Vista da mina a céu aberto; B. Frente de lavra
mostrando alteração hidrotermal sódica, sódico-cálcica e potássica controlada por estruturas dúcteis-rúp-
teis; C. Intensa alteração sódica em rocha metavulcânica ácida; D. Vênulas de actinolita cortando rocha
previamente albitizada; E. Intensa alteração sódico-cálcica com predominância de actinolita; F. Cristais de
fluorapatita associados com actinolita; G. Brecha com fragmentos do granito albitizado e substituído por
epidoto em matriz com feldspato potássico e óxidos de ferro; H. Rocha rica em magnetita (magnetitito)
com actinolita associada; I. Associação de calcopirita, magnetita e calcita; J. Aspecto típico das brechas
minerali- zadas com calcopirita do Corpo Sequeirinho, com fragmentos cominuídos de magnetita, apatita e
actinolita hidrotermais; (L-S) Vista do Morro do Sossego mostrando a distribuição de veios sulfetados
substituídos por malaquita (Abril de 2005); M. Aspecto típico da brecha mineralizada do Corpo Sossego
com fragmentos do Granito Granofírico envolvidos por filme de magnetita e imersos em matriz constituída
por quartzo, calcita, calcopirita, apatita e actinolita; N. Calcopirita associada a calcita e quartzo em bolsão
no Granito Granofírico;
O. Alteração potássica com feldspato potássico e cloritização controladas pelo desenvolvimento de foliação
milonítica; P. Brecha com fragmentos do Granito Granofírico previamente albitizados com calcopirita, na
matriz (Coleção de Referência VALE); Q. Zona mineralizada com calcopirita associada com calcita em
quartzo na matriz de brechas com fragmentos do Granito Granofírico cloritizado; R. Vênula com calcopirita
associada com clorita e calcita; S. Cristais euhedrais de apatita associados a calcita, quartzo e clorita
(Coleção de Referência VALE). Ab = albita; Act = actinolita; Ap = apatita; Cc = calcita; Chl = clorita; Cpy
= calcopirita; Ep
= epidoto; Hm = hematita; Kfs = feldspato potássico; Mt = magnetita.
cular, vertical, no qual a brecha mineralizada ocor-
minério reflete enriquecimento em Cu-Fe-Au-(Ag-
re na parte central, envolvida por stockwork de
Ni-Co-Pd-P-ETRL) (Carvalho 2009).
veios (Fig. 10l e 10r); Morais & Alkmim 2005, Car-
Datações Pb-Pb em calcopirita de amostras do
valho 2009, Monteiro et al. 2008a, Domingos
minério indicaram idades de 2.530±25 Ma e
2010). Nas zonas mais externas, ao redor do pipe
2.608±25 Ma para o Corpo Sequeirinho e
de brecha, a alteração sódica é pouco desenvolvi-
1.592±45 Ma para o Corpo Sossego (Neves
da, sendo por vezes reconhecida em fragmentos
2006).
das rochas hospedeiras nas brechas mineraliza-
das (Fig. 10p). A alteração potássica (Fig. 10o) e
Natureza dos fluidos hidrotermais e assinaturas iso-
clorítica são intensas e alteração hidrolítica com
tópicas
sericita e hematita ocorre associada aos sulfetos
nos corpos de minério.
Estudos de isótopos estáveis indicaram que a
alteração sódico-cálcica e a formação dos actinoli-
Corpos de minério cupro-aurífero
titos e dos corpos de magnetita maciça do Corpo
Sequeirinho foram associadas a fluidos hidroter-
A mineralização cupro-aurífera associa-se a bre-
mais de alta temperatura (> 550 oC) com composi-
chas hidrotermais. No Corpo Sequeirinho, as bre-
ção isotópica de oxigênio (18Ofluido = 6,9±0,9‰
chas apresentam predominância de calcopirita na
SMOW) similar à de fluidos magmáticos ou forma-
matriz (Fig. 10j) associada a pirita, magnetita, epi-
cionais/metamórficos (Figs. 11 e 12). Fluidos com
doto, allanita, apatita e clorita (Monteiro et al.
a mesma composição isotópica e temperatura te-
2008a, 2008b). A matriz rica em sulfetos envolve
riam sido responsáveis por formação inicial de
fragmentos cominuídos, parcialmente arredonda-
magnetita e actinolita nas brechas do Corpo Sos-
dos, de actinolititos e magnetititos, além de cris-
sego (Fig. 11; Monteiro et al. 2008a).
tais hidrotermais de actinolita, apatita e magneti-
O estágio de mineralização nos diferentes cor-
ta fragmentados. A mineralização de Cobre-Ouro
pos do depósito foi associado a menores tempe-
foi tardia e desenvolveu-se em condições essen-
raturas (~300 oC) e à introdução de fluidos mete-
cialmente rúpteis. No Corpo Sossego, as brechas
óricos, como indicado pelos valores de 18Ofluido (–
apresentam fragmentos angulosos do granito gra-
1,8± –3,4‰) em equilíbrio com fases minerais
nofírico hidrotermalizado (Figs. 10m, 10n e 10q),
pre- sentes (quartzo, calcita, clorita e epidoto) nas
em geral, com evidências de alteração potássica,
bre- chas mineralizadas (Monteiro et al. 2008a).
envolvidos por magnetita em matriz constituída por
As inclusões fluidas em quartzo das brechas
calcopirita, calcita, quartzo, epidoto, allanita, apa-
mineralizadas dos corpos Sequeirinho, Sossego e
tita (Fig. 10s) e clorita com texturas de preenchi-
Pista indicam a participação de: (1) salmouras hi-
mento de espaços abertos (Fig. 10n) desenvolvi-
persalinas de alta temperatura (35 a 70% NaCl
das também em condições essencialmente rúpteis
equivalente; Tht = 570 a 250 °C) com cristais de
(Monteiro et al. 2008a, 2008b).
saturação e multi-sólidos; (2) salmouras salinas
Segundo Domingos (2010), as brechas mine-
(11 a 31% NaCl equivalente) de baixa temperatu-
ralizadas do Corpo Sossego apresentam caracte-
ra (~150 oC) e ricas em CaCl2; e (3) fluidos aquo-
rísticas de brechas de explosão imaturas, enquan-
sos compostos por NaCl-H2O de baixa salinidade
to as brechas do Corpo Sequeirinho seriam bre-
(<11% NaCl equivalente) e baixa temperatura (<
chas tectônicas maduras, com fragmentação do-
250 oC), (Rosa 2006, Carvalho 2009). As salmou-
minada por desgaste e atrito associado ao desli-
ras salinas ricas em CaCl 2 poderiam refletir uma
zamento ao longo da zona de falha.
evolução contínua a partir de um fluido hipersali-
O minério de Cobre-Ouro dos dois corpos é
no magmático ou bacinal (Carvalho 2009), ou ain-
constituído pela associação de calcopirita com pi-
da, representarem fluidos metamórficos que inte-
rita (com até 2,3% de Co e 0,2% de Ni), magneti-
ragiram com metevaporitos ou metaexalitos e tor-
ta parcialmente substituída por hematita, Ouro
naram-se mais salinos (Rosa 2006). Os fluidos de
(com até 14,9 % de Ag), siegenita, millerita, vae-
baixa salinidade podem representar o aporte de
sita, Pd-melonita e, subordinadamente, hessita,
cassiterita, esfalerita, galena e molibdenita (Mon- fluidos meteóricos no sistema hidrotermal.
teiro et al. 2008b). A assinatura geoquímica do As composições isotópicas de boro de turmali-
na do Corpo Pista do depósito Sossego indicam
participação de fonte magmática, talvez
proveni-
Figura 11 - Perfil esquemático da distribuição das zonas de alteração hidrotermal nos corpos Sequeirinho e
Sossego, Mina Sossego, assim como as composições isotópicas de oxigênio dos fluidos hidrotermais
associados a cada estágio de alteração hidrotermal e as respectivas temperaturas estimadas a partir de
isótopos estáveis (Monteiro et al. 2008a).

ente da lixiviação de rochas vulcânicas, em adição


Gênese do depósito de Sossego
a salmouras bacinais (Fig. 13; Xavier et al. 2008).
Estudos de isótopos de cloro realizados por Chia-
Os padrões de alteração hidrotermal reconhe-
radia et al. (2006) também seriam coerentes com
cidos no depósito de Sossego são semelhantes
contribuição de fluidos magmáticos e bacinais para
aos reconhecidos em depósitos IOCG formados em
o depósito Sossego. Razões Cl/Br–Na/Cl em inclu-
diferentes níveis crustais (Monteiro et al. 2008a).
sões fluidas do depósito Sossego indicam compo-
A extensiva alteração sódica e sódica-cálcica as-
sições intermediárias entre as características da
sociada à milonitização caracterizada no Corpo Se-
curva de evaporação da água do mar e de fluidos
queirinho e suas extensões, Pista e Baiano, é típi-
magmáticos, porém não seriam condizentes com
ca de depósitos formados em níveis crustais mais
derivação a partir da dissolução de (meta)evapo-
profundos. Os padrões de alteração do Corpo Sos-
ritos (Xavier et al. 2009).
sego, com predominância de alteração potássica
Figura 12 - Composição isotópica de oxigênio e hidrogênio do fluido hidrotermal em equilíbrio com
minerais hidrotermais de depósitos cupro-auríferos de Carajás. Fonte dos dados: Sossego (Monteiro et al.
2008a); Bacaba & Castanha (Pestilho 2011), Estrela (Lindenmayer et al. 2005) e Breves (Botelho et al.
2005).

e cloritização, é característica de níveis crustais


o que teria importância para a compreensão dos
intermediários a rasos, segundo o modelo de Hit-
sistemas IOCG no Cinturão Sul do Cobre.
zman et al. (1992), Hitzman (2000) e Williams et
A participação de fontes magmáticas profundas
al. (2005).
na evolução do(s) paleo-sistema(s) hidroter-
Notadamente no Corpo Sequeirinho, os está-
mal(is) é fortemente sugerida, assim como proces-
gios iniciais de alteração hidrotermal foram acom-
sos de interação fluido-rocha responsáveis por
panhados por deformação dúctil, enquanto o es-
significativa lixiviação de metais da sequência de
tágio de mineralização cupro-aurífera em todos os
rochas hospedeiras, notadamente máficas e ultra-
corpos desenvolveu-se em condições dúcteis-rú-
máficas, como evidenciado pelos enriquecimentos
pteis a essencialmente rúpteis. Segundo Domin-
em Ni, Co e Pd do depósito Sossego, tanto no
gos (2010), a evolução do(s) sistema(s) hidroter-
Corpo Sequeirinho como no Corpo Sossego (Mon-
mal(is) pode ter sido relacionada à progressiva
teiro et al. 1998b, Carvalho 2009). Mistura com
exumação associada com transpressão regional.
flui- dos externamente derivados, frios e diluídos,
As idades obtidas no minério do Corpo Sequei- no estágio de mineralização representou um
rinho (ca. 2,6 Ga) foram atribuídas por Neves impor- tante mecanismo de precipitação do
(2006) a processos metamórfico-deformacionais minério. No entanto, tendências evolutivas distintas
ao lon- go das zonas de cisalhamento regionais, apontam para contribuição de fluidos meteóricos no
enquan- to a idade mais nova (ca. 1,6 Ga) relativa Corpo Sossego e fluidos derivados da água do mar
ao Cor- po Sossego não foi associada a um evento no Corpo Sequeirinho (Fig. 12).
geoló- gico específico.
Embora os dados petrográficos, estruturais, de
Outros depósitos IOCG de Carajás
inclusões fluidas e isótopos estáveis dos diferen-
tes corpos mineralizados apontem para uma evo-
Processos genéticos muito distintos já foram
lução associada a fluidos composicionalmente e
propostos para os depósitos cupríferos de Cara-
isotopicamente idênticos nos corpos Sequeirinho
jás. A gênese dos depósitos de Salobo e Igarapé
e Sossego, os dados geocronológicos sugerem ou
Bahia, hospedados principalmente por rochas me-
a abertura do sistema isotópico no Stateriano ou
tavulcano-sedimentares do Supergrupo Itacaiú-
uma evolução multifásica do sistema hidrotermal,
nas, foi atribuída inicialmente a modelos
singené-
junto de atributos compartilhados pelos depósi-
tos, tais como:
(i) - eriquecimentos em óxido de Ferro, Cu, Au,
ETRL, P, Ni, Co, e, em alguns casos, Ag, Mo, U, Th,
Y, Pd, Zn, Te e Sn, análogos aos descritos em de-
pósitos de IOCG de outras províncias mundiais
(Hitzman 2000, Williams et al. 2005, Grainger et
al. 2008);
(ii) - proximidade com intrusões máficas (diori-
to, gabro, noritos) e félsicas;
(iii) - estágios iniciais de alteração hidrotermal
característicos de depósitos formados em níveis
crustais relativamente profundos, controlados por
zonas de cisalhamento regionais e foliação milo-
nítica, associados à circulação de fluidos quentes
(> 550 oC) e hipersalinos, incluindo alteração só-
dica com albita, escapolitização, alteração sódico-
cálcica e formação de magnetititos;
(iv) - alteração potássica (<450 oC) com biotita
e feldspato potássico espacialmente associada
com as zonas mineralizadas;
(v) - cloritização, alteração cálcica tardia (clori-
ta-epidoto-calcita) ou hidrolítica (sericita-hemati-
ta) desenvolvidas a menores temperaturas (< 350
o
C) e condições rúpteis, coevas com a precipita-
ção do minério nas porções mais rasas do(s) sis-
tema hidrotermal(is);
(vi) - amplo intervalo de temperaturas de ho-
mogeneização (100-570 °C) e salinidades (0 a
69% peso NaCl eq) em inclusões fluidas em mine-
rais de ganga do minério, indicando predominân-
Figura 13 - Histogramas das composições cia de fluidos magmáticos iniciais e variável grau
isotópicas de boro de turmalina de depósitos IOCD de mistura com fluidos de origens diversas duran-
de Carajás (Xavier et al. 2008) e intervalos de
te o estágio de deposição do minério (Rosa 2006,
composições iso- tópicas de boro para vários
reservatórios naturais (Barth 1993, Palmer & Carvalho 2009, Xavier et al. 2010).
Swihart 1996). No Cinturão Sul do Cobre, os depósitos de clas-
se mundial, Sossego, Cristalino e Alvo 118, e vári-
ticos ou híbridos que incluem estágios de minera- os outros depósitos menores (Bacaba, Bacuri,
lização vulcano-exalativa (Lindenmayer 1990, Vi- Castanha, Jatobá, Visconde, GT 34) apresentam
eira et al. 1998, Almada & Villas 1999, Galarza et uma evolução paragenética e fluidal possivelmen-
al. 2002, 2008, Dreher 2004, Dreher et al. 2008), te comum (Augusto et al. 2008, Siepierski 2008,
semelhantes aos também propostos para o de- Craveiro 2011, Melo 2011, Pestilho 2011, Torresi
pósito de Cu-Zn de Pojuca (Medeiros Neto & Villas et al. 2012) além de atributos particulares que
1985, Winter 1994, Schwarz 2010). sugerem a formação de cada um em uma porção
A primeira associação dos depósitos cupríferos específica do sistema hidrotermal.
com significativas concentrações de magnetita de O Alvo GT-34, hospedado por gnaisses atribuí-
Carajás com a classe IOCG, definida por Hitzman dos ao embasamento, apresentam corpos de or-
et al. (1992), foi proposta por Huhn & Nascimento topiroxenitos interpretados como de origem me-
(1997), sendo adotada por outros autores (Ré- tassomática, e podem refletir as mais elevadas
quia et al. 2003, Tallarico et al. 2005, Monteiro et condições de temperaturas (700 oC) já reporta- das
al. 2008a, 2008b, Xavier et al. 2010, Teixeira et al. para os estágios iniciais de desenvolvimento
2010). Essa classificação baseia-se em um con-
de um sistema IOCG (Siepierski 2008). Estágios
não-magmáticos, para o sistema hidrotermal as-
subsequentes de alteração sódica-cálcica (horn-
sociado à gênese desses depósitos. Esse compo-
blenda-actinolita-escapolita-albita-apatita) de alta
nente poderia ser derivado tanto de fluidos hidro-
temperatura (>550 oC) verificados nesse depósi-
termais de fundo oceânico como da água do mar
to são análogos aos reconhecidos nos depósitos
modificada e, de forma análoga ao verificado para
de Castanha, Cristalino e Sossego (Corpo Sequei-
os depósitos IOCG do Cinturão Sul do Cobre, indi-
rinho) desenvolvidos em condições ainda relati-
ca que os depósitos da parte norte também seri-
vamente profundas (Monteiro et al. 2008a, Ribei-
am híbridos, formados com contribuições de com-
ro 2009, Pestilho 2011).
ponentes de múltiplas fontes.
Alguns depósitos apresentam predominância
A gênese dos depósitos IOCG de Carajás tem
de componentes magmáticos e contribuição muito
sido relacionada a três eventos de alojamento de
limitada de fluidos externos, como o depósito de
granitos identificados no Domínio Carajás com base
Castanha (Pestilho 2011), o que é evidenciado pela
em dados geocronológicos (Fig. 14): (i) ca. 2,76-
ausência de fluidos de baixa salinidade ou com
2,74 Ga Ga (Huhn et al. 1999b, Galarza et al.
menores valores de 18O que os tipicamente mag-
2003); (ii) ca. 2,57 Ga (Réquia et al. 2003,
máticos. Nesse depósito, assim como no Alvo GT
Tallarico et al. 2005, Grainger et al. 2008), e (iii)
34, a presença de brechas com pirrotita, calcopiri-
ca. 1,88 Ga (Pimentel et al. 2003, Tallarico 2003).
ta, pirita, pentlandita evidenciam também enrique-
A importância das intrusões graníticas do Neo-
cimentos em Ni e Co, associados ao Cu, Fe, P e
arqueano (ca. 2,57 Ga), semelhantes aos grani-
ETR (Siepierki 2008, Pestilho 2011).
tos Old Salobo e Itacaiúnas, para o estabelecimen-
No entanto, a participação de fluidos superfi-
to dos sistemas magmático-hidrotermais IOCG de
cais (água meteórica e salmouras derivadas da
Carajás tem sido enfatizada por alguns autores
água do mar) parece ter sido importante em de-
(Réquia et al. 2003, Tallarico et al. 2005, Grainger
pósitos desenvolvidos em níveis crustais mais ra-
et al. 2008, Groves et al. 2010), com base em da-
sos (por exemplo, Alvo 118; Torresi 2009, Torresi
dos geocronológicos considerados bastante robus-
et al. 2012; Corpo Sossego; Monteiro et al. 2008a)
tos (Re–Os molibdenita, Salobo, Réquia et al.
e intermediários (Corpo Sequeirinho, Bacaba, Ba-
2003; U-Pb SHRIMP monazita, Igarapé Bahia,
curi; Augusto et al. 2008, Pestilho 2011), e seria
Tallarico et al. 2005; Fig. 14).
responsável por favorecer a deposição do Cobre
Entretanto, essa idade também é contestada,
transportado como complexos cloretados pelos
uma vez que o magmatismo de ca. 2,57 Ga é mui-
fluidos metalíferos devido à diminuição de tempe-
to restrito no Domínio Carajás, sendo ainda des-
ratura e salinidade.
conhecido no Cinturão Sul do Cobre. Segundo Tei-
Na parte norte do Domínio Carajás, algumas
xeira et al. (2010), essa idade seria próxima da
diferenças em relação aos depósitos IOCG da parte
atribuída ao desenvolvimento da zona de cisalha-
sul são notáveis. O depósito de Salobo destaca-
mento (2.555 ± 4 Ma; Machado et al. 1991) ao
se pela presença de almandina, grunerita e faya-
longo da qual situa-se o depósito de Salobo. Ida-
lita entre as associações hidrotermais e pela pre-
des Pb-Pb em calcocita (2.705±42 Ma), turmalina
dominância de distinta associação de minério com
(2.587±150 Ma), calcopirita (2.427±130 Ma) e
bornita-calcosita-calcopirita (Lindenmayer 1990,
magnetita (2.112±12 Ma) obtidas por Tassinari et
2003). Adicionalmente, apenas nos depósitos Iga-
al. (2003), embora imprecisas e obtidas por méto-
rapé Bahia, Salobo e Igarapé Cinzento, inclusões
do considerado menos robusto, revelam uma his-
fluidas carbônicas e aquo-carbônicas foram des-
tória mais complexa para o Depósito Salobo, que
critas (Réquia 1995, Dreher 2004, Silva et al. 2005,
inclui remobilização no Paleoproterozóico e/ou
Dreher et al. 2008). Embora a presença de tais
sobreposição de eventos hidrotermais arqueanos
inclusões possa ser consideradas evidência de
e paleoproterozóicos. De forma análoga, os de-
processos de desmistura de fluidos magmáticos
pósitos Alvo GT46, Gameleira e Estrela também
em profundidade, como proposto por Pollard
podem refletir múltiplos estágios de atividade hi-
(2001, 2006), isótopos de boro (11B = 14 a
drotermal e mineralização cuprífera em Carajás.
26,5‰, Xavier et al. 2008) em turmalina dos
Em que pese a importância de granitos neoar-
depósitos de Igarapé Bahia e Salobo revelam
queanos e/ou paleoproterozóicos para o estabe-
também a partici- pação de componentes
lecimento de sistemas magmático-hidrotermais em
externamente derivados,
Figura 14 - Dados geocronológicos relativos aos eventos de mineralização e intervalos de idade dos
principais eventos magmáticos e tectônicos registrados no Domínio Carajás. Fonte dos dados: (1) Tallarico
et al. (2005); (2) Galarza et al. (2002); (3) Galarza and Macambira (2003); (4) Réquia et al. (2003); (5)
Huhn et
al. (1999); (6) Neves (2006); (7) Silva et al. (2005); (8) Tallarico (2003); (9) Pimentel et al. (2003); (10)
Marshick et al. (2005); (11) Lindenmayer et al. (2005); (12) Tallarico et al. (2004); (13) Grainger et al.
(2008); (14) Santos et al. (2010).

larga escala, áreas de alta favorabilidade para de-


Depósitos de Cobe-Ouro polimetálicos
pósitos IOCG não são coincidentes com as gran-
des intrusões reconhecidas no Domínio Carajás.
As tipologias de depósitos cupro-auríferos re-
O modelo de prospectividade (Fig. 15), proposto
conhecidas na Província Carajás incluem, além dos
por Leite & Souza Filho (2009), obtido a partir de
depósitos de óxidos de Ferro-Cobre-Ouro, depó-
redes neurais artificiais com base em dados geo-
sitos sem significativos conteúdos de óxidos de
lógicos, magnetométricos e gama-espectrométri-
Ferro (e.g. depósito de Cu-Au-(Mo) de Serra Ver-
cos para depósitos de Cu-Au em Carajás, mostra
de; Villas & Santos 2001, Reis & Villas 2002, Mars-
que zonas de alta favorabilidade podem ser as-
chik et al. 2005) e depósitos paleoproterozóicos
sociadas a sequências espessas de rochas meta-
polimetálicos, tais como o depósito de Cu-(Au) de
vulcânicas do Supergrupo Itacaiúnas, que repre-
Águas Claras (Villas & Silva 1998), de Cu–Au–(W–
sentam unidades reativas na presença de fluidos
Bi–Mo–Sn) de Breves (Tallarico et al. 2004, Xavier
oxidados e ácidos, próximo às zonas de contato
et al. 2005, Botelho et al. 2005) e de Cu-Au-(Li-Be-
com embasamento ou com intrusões, e ao longo
Sn-W) de Estrela (Lindenmayer et al. 2005), que
de grandes descontinuidades crustais que mar-
cam esses contatos.
apresenta padrões distintos de alteração hidro-
termal, como por exemplo, com zonas de greisens.
Figura 15 - Modelo de prospectividade para depósitos de Cu-Au no Domínio Carajá gerados a partir de
análise espacial de dados exploratórios por redes neurais artificiais. Áreas coloridas entre tons de violeta a
vermelho correspondem a setores progressivamente de mais alta prospectividade para Cu-Au (Fonte:
Leite & Souza Filho 2009).

DEPÓSITO TIPO: DEPÓSITO DE COBRE-(OURO)


ou Fe-hornblenda, titano-magnetita e albita. Esse
ESTRELA
estágio foi seguido por intensa alteração potássi-
ca com biotita, siderofilita, turmalina, titanita, flu-
O depósito Estrela (Fig. 16) situa-se na Serra
orita, quartzo e, subordinadamente, magnetita e
do Rabo, na porção sudeste da Serra dos Cara-
uraninita, reconhecida nos meta-andesitos. O es-
jás, 10 km ao norte do depósito IOCG de Cristali-
tágio de greisenização (Li-muscovita, zinnwaldi-
no. Os recursos foram estimadas em 230 Mt com
ta, turmalina, quartzo, fluorita, topázio e clorita)
0,5% Cu, e quantidades subordinadas de Au, Mo
foi tardio e localizado, assim como carbonatiza-
e Sn (Lindenmayer et al. 2005).
ção, posterior à mineralização.

Rochas hospedeiras
Mineralização cupro-aurífera

O depósito Estrela (Fig. 16) é hospedado por


A zona mineralizada, controlada por splays da
metandesitos cálcio-alcalinos, metariólitos e me-
Falha Carajás, inclui veios, brechas e stockworks.
tagabros atribuídos ao Grupo Grão Pará, Super-
Os veios que antecedem a mineralização cupro-
grupo Itacaiúnas,. AS zonas mineralizadas têm
aurífera, consistem de quartzo e magnetita, e ge-
relação espacial com a cúpula de albita-ortoclásio
ralmente estão deformados, dobrados ou estira-
granito, alcalino e peraluminoso (1.881 + 5Ma; U-
dos. Os veios mineralizados cortam predominan-
Pb zircão; Lindenmayer et al. 2005). Na área do
temente o metandesito, que também contém cal-
depósito também ocorre quartzo-diorito pórfiro e
copirita disseminada. Apresentam diferentes as-
quartzo-álcali-feldspato sienito (1.875 + 1.5 Ma,
sociações minerais que incluem quartzo, albita,
U-Pb em monazita), sendo que o último possivel-
turmalina, biotita, siderofilita, fluorita, feldspato po-
mente representa produto de alteração hidroter-
tássico, epidoto, chamosita, topázio e mica bran-
mal do albita-ortoclásio granito (Lindenmayer et
ca associados aos minerais de minério represen-
al. 2005).
tados por calcopirita aurífera, pirita cobaltífera, pir-
rotita niquelífera, molibdenita e bornita (Linden-
Alteração hidrotermal
mayer et al. 2005). Veios tardios, não-mineraliza-
dos, são compostos por quartzo e fluorita. As bre-
O estágio inicial de alteração hidrotermal reco-
chas contém fragmentos angulosos do metande-
nhecido predominantemente nos gabros é repre-
sito e do gabro cimentados por quartzo, fluorita,
sentado por alteração sódico-cálcica pouco desen-
albita, calcopirita, pirita, pirrotita e magnetita.
volvida com formação de hastingstita, pargasita
A composição isotópica de Enxofre de calcopirita
(34S = 0,1 a 3,5‰), pirita (0,6 a 4,1‰) e
molibde- nita (0,9‰) mostra pequena variação.

Modelo Genético

Segundo Lindenmayer et al. (2005), o depósito


de Cu-Au de Estrela difere dos depósitos IOCG de
Carajás por não apresentar grandes quantidades
de magnetita, pela alteração sódico-cálcica incipi-
ente e pelo estágio de greisenização tardio, em-
bora também apresente controle estrutural rela-
cionado à splays da Falha de Carajás. De acordo
com os autores, o vínculo do depósito com um sis-
tema magmático-hidrotermal paleoproterozóico é
evidenciado, além da associação espacial com a
cúpula do albita-ortoclásio granito, pelo enrique-
cimento em F, U, ETR, Mo, K, Rb, B e Li, por
possível fonte magmática do enxofre e pelas
característi- cas dos fluidos hidrotermais. No
entanto, esse sis- tema seria híbrido, com
algumas características também semelhantes a
depósitos do tipo pórfiro, com evolução final para
greisenização tardia.
A coexistência dos diferentes tipos de inclusões
e intervalos tão amplos de salinidade seriam evi-
dência de evolução a partir de fluidos magmáticos
e sua interação com a rocha encaixante, acompa-
Figura 16 - Perfis geológicos do depósito de Cu-Au- nhada de decréscimo de temperatura do sistema
(Li-Be-Sn-W) de Estrela (VALE em Lindenmayer et
hidrotermal (Lindenmayer et al. 2005). De acordo
al. 2005).
com aqueles autores, a contribuição de fluidos me-
A idade dos veios mineralizados foi estimada por teóricos no sistema é indicada pela diminuição de
isócrona Sm-Nd em 1.857 + 98 Ma (Nd(T) = - salinidade e valores de 18OH2O em estágios tardios
10.7), mas a datação Re-Os de molibdenita defor- de alteração. Segundo esses autores, o depósito
mada do mesmo veio resultou em idade de 2,7 Ga de Estrela seria paleoproterozóico, embora os
(Lindenmayer et al. 2005). dados geocronológicos sejam dúbios.

Natureza dos fluidos hidrotermais e assinaturas Depósitos de Ouro-Paládio-Platina


iso- tópicas
O depósito de Au-Pd-Pt de Serra Pelada (Mei-
Estudos de inclusões fluidas bifásicas aquosas, reles & Silva 1988, Tallarico et al. 2000, Moroni et
trifásicas, multifásicas e aquo-carbônicas em quart- al. 2001, Cabral et al. 2002a, 2002b) tornou-se
zo, fluorita e topázio revelaram amplo intervalo famoso devida à corrida do Ouro no início da dé-
de variação de salinidade (1 a 50% NaCl eq) e cada de 1980, que atraiu mais de 50.000 garim-
temperaturas de homogeneização entre 80 e 480 peiros para o maior garimpo a céu aberto do mun-
o
C (alteração potássica), 130 a 430 oC (greiseni- do, do qual foram lavradas 32,6 t de Ouro, além de
zação) e entre 90 e 160 oC (carbonatização; Lin- quantias desconhecidas de Platina e Paládio de
denmayer et al. 2005). uma reserva estimada em 110 t de Ouro, 35 t de
A composição isotópica de Oxigênio do fluido Paládio e 18 t de Platina (Meireles & Silva 1988).
em equilíbrio com quartzo dos veios com biotita Desde 2011, a mina subterrânea está em fase de
(18OH2O = 5,3‰) difere da estimada a partir de desenvolvimento pela Companhia de Desen-
clorita de veio brechado tardio (1,3‰), a 250 oC. volvimento Mineral Serra Pelada, que representa
uma joint venture da Colossus (75%) e da Coope-
escarnitos com actinolita-calcita ± diopsídio e tal-
rativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pe-
co-calcita-quartzo. Rochas metavulcânicas máficas
lada (25%). Embora dados relativos às reservas
e ultramáficas com intercalações de formações fer-
atuais não tenham sido divulgados, interceptos
ríferas do Grupo Rio Novo (Hirata et al. 1982) aflo-
extensos com elevados teores de Ouro, Platina e
ram a 5 km a leste do depósito sotopostas à For-
Paládio (7,30 m com 1.494,70 g/t de Ouro, 516,60
mação Águas Claras (Tallarico et al. 2000). As uni-
g/t de Platina e 558,90 g/t de Paládio e 70,70m
dades metavulcano-sedimentares do Grupo Rio
com 53,59g/t de Ouro, 20,77 g/t de Platina e 31,30
Novo são intrudidas tanto pelo Complexo Luanga,
g/t de Paládio) foram reportados por (2010).
representado por intrusões acamadadas máfico-
ultramáficas, aflorantes a 11 km a leste de Serra
ROCHAS HOSPEDEIRAS Pelada, como pelo Granito Cigano (1883±2Ma, U–
Pb zircão, Machado et al. 1991). Esse último é res-
O depósito de Serra Pelada (Figs. 17 e 18) é ponsável por auréola de metamorfismo de conta-
hospedado por rochas metassedimentares clásti- to nas unidades do Grupo Rio Novo, caracterizada
cas próximo ao contato com mármores dolomíti- pelas associações de biotita-anfibólio-cordierita e
cos da Formação Águas Claras (Tallarico et al. espinélio-hiperstênio-biotita-cordierita (Gonçalez
2000, Moroni et al. 2001). Entre tais rochas, et al. 1988). O Granito Cigano também intercepta
intensamen- te intemperizadas, comumente as rochas da Formação Águas Claras a aproxima-
brechadas e hidro- termalizadas, são reconhecidos: damente 7 km a oeste de Serra Pelada, resultan-
(1) metarenitos, por vezes manganesíferos, (2) do em auréola com cordierita e grandes quantida-
metassiltito carbo- noso, ferruginoso e caolinizado des de hematita (Berni 2009).
e metassiltito cin- za com 2 a 10 % de carbono, (3)
metassiltitos la- minados vermelhos com óxidos de
CONTROLE ESTRUTURAL
Ferro, (4) ro- cha friável e terrosa, preta a marrom,
denomina- da de “hidrotermalito”, (5) brechas
O depósito de Au-(Pd-Pt) de Serra Pelada é lo-
alternadas a metassiltitos e metarenitos
calizado no segmento leste da Zona de Cisalha-
silicificados e ricos em hematita e (6) mármore
mento Cinzento, de direção ENE-WNW, em zona
quartzo dolomítico (Bet- tencourt et al. 2008).
de charneira de um sinclinal invertido e inclinado
Intrusões dioríticas interceptam o mármore
(Sinclinal Serra Pelada, Berni 2009). Na área de
dolomítico abaixo da zona mineralizada e, segun-
Serra Leste, na qual se localiza o depósito, dois
do Tallarico et al. (2000), resultaram em zonas de
episódios de deformação não-coaxial foram iden-

Figura 17 - Mapa geológico da área do depósito de Au-(Pd-Pt) de Serra Pelada (modificado de Docegeo 1988,
Tallarico et al. 2000).
Figura 18 - Perfil geológico do depósito de Au-(Pd-Pt) de Serra Pelada mostrando a distribuição das zonas
de alteração hidrotermal (Colossus, em Jones 2010).

tificados, sendo o primeiro responsável pelas do-


acordo com Berni (2009), contudo, três importan-
bras recumbentes similares de grande amplitude
tes zonas de alteração hidrotermal representadas
e orientação E–W com eixo com caimento de 15 a
por enriquecimento hidrotermal em Carbono, ar-
25° para SW associadas a falhas de empurrão de
gilo-minerais e sílica, podem ser identificadas na
direção E–W. O segundo é representado por sis-
zona de charneira do Sinclinal Serra Pelada.
temas de falhas e dobras abertas, que seriam
A zona de silicificação é o envelope de jaspe-
responsáveis por inflexão das dobras formadas
róide (jaspe com sericita, pirita, turmalina, caolini-
no primeiro evento e dobramento do seu eixo
ta, clorita, hematita) com 5 a 50 m de espessura
(Tallarico et al. 2000, Berni 2009, Jones 2010).
descrito por Tallarico et al. (2000) e Grainger et al.
O importante papel do controle estrutural para
(2002). A zona de alteração argílica, localizada
a mineralização de Serra Pelada é enfatizado por
próximo ao contato entre os metassiltitos e ro-
vários autores, que o relacionam a: (i) zona de
chas dolomíticas, caracteriza-se por intensa subs-
charneira do Sinclinal Serra Pelada com minerali-
tituição das rochas hospedeiras por caolinita-(se-
zação posterior ao evento D1 e anterior à D2 (Ber- ricita) e quantidades variáveis de óxidos de Ferro,
ni 2009); (ii) Zona de Cisalhamento do Cinzento além de apresentar enriquecimentos em Bi, Pb, Cu
(Moroni et al. 2001) e, mais especificamente, a es- e U e ETRL (Berni 2009, Jones 2010).
truturas R’ associadas a sistema transtensivo dex- O minério de Au-Pd-Pt é associado a zonas de
tral desenvolvido entre as zonas de cisalhamento alteração argílica com baixo conteúdo de Fe 2O3 e,
regionais ENE-WNW (Freitas-Silva 1998); (iii) fra-
principalmente, com zonas com rocha carbonosa
turas em todas as escalas, associadas a falhas pós- fina e isótropa com quartzo, sericita, caolinita, mo-
D2 (Jones 2010). nazita, hematita, goethita, óxidos de Manganês,
além de turmalina, carbonato, clorita e magnetita
ALTERAÇÃO HIDROTERMAL (Tallarico et al. 2000). Segundo Jones (2010), o
Carbono nessas rochas é preferencialmente ori-
A alteração hidrotermal pode ser bastante su- entado ao longo da clivagem de crenulação S2. A
til e até críptica, ocorrendo em halos de poucos relação entre a concentração de Au-Pt-Pd e con-
centímetros a centenas de metros. No entanto, a centrações de Carbono, no entanto, não é clara,
intensidade da alteração hidrotermal não é indi- uma vez que alguns autores afirmam que não há
cativa dos maiores teores de Au-EGP, que podem correlação entre tais concentrações (Berni 2009),
ocorrer em fraturas menores sem evidências de enquanto outros consideram que houve precipi-
alteração hidrotermal (Grainger et al. 2008). De tação preferencial de Au-Pt-Pd nas zonas com con-
centrações mais elevadas de Carbono (Jones
de de 1.861±45 Ma para o minério de Serra Pela-
2010).
da. Adicionalmente, idade 40Ar/39Ar de 1.882±3 Ma
Espacialmente zonas mineralizadas associam- se
foi obtida para biotita do halo de alteração distal
também a brechas hidrotermais ricas em mag-
(Grainger et al. 2008). Datações 40Ar/39Ar de cama-
netita e hematita-(sericita), a zonas de hematiti-
das de óxido de Manganês intercaladas a quartzi-
zação e zonas com sílica-muscovita-monazita com
tos da Formação Águas Claras da área de Serra
óxi-hidróxidos de Ferro (Grainger et al. 2008).
Pelada forneceram idades de 35±1 Ma e 44±2 Ma,
interpretadas como correspondentes a dois epi-
Minério de Ouro-EGP
sódios de lateritização. Cabral et al. (2011) obti-
veram idade 40Ar/39Ar de 75±6 Ma para amostra de
Sulfetos primários são raramente preservados massas de isomertieita e romanèchita intercresci-
nas zonas mineralizadas devido à intensa altera- das, que substituem as brechas ricas em goethi-
ção supérgena, contudo podem ainda ser reco- ta, tipo “bonanza”.
nhecidos, segundo Tallarico et al. (2000), pirita,
cal- copirita, arsenopirita, covelita, bornita, galena,
ASSINATURA GEOFÍSICA
sul- fetos de Níquel (millerita e pentlandita) e de
Ní- quel e Cobalto (carrolita e siegenita).
O processamento de dados aerogeofísicos e
Próximo à superfície, o Ouro ocorre como partí-
modelamento espacial permitiram identificar a as-
culas livres e em pepitas em meio ao material ter-
sinatura geofísica do depósito da Serra Pelada,
roso e massas argilosas completamente desagre-
pelos altos valores de ASA (Fig. 19a), alta percen-
gadas ricas em quartzo brechado, caolinita, goe-
tagem de K, alta contagem de radiação gama to-
thita, hematita, óxidos de Manganês e material
tal (Fig. 19b), baixo Th e elevada condutividade
carbonoso (Tallarico et al. 2000). Ouro paladiado,
eletromagnética (Souza Filho et al. 2007). Essa
Paládio nativo, ligas de Au-Ag-Pd e outros mine-
assinatura reflete, possivelmente, as zonas de
rais portadores de elementos do grupo da Platina
alteração hidrotermal que apresentam elevado
(“guanglinita”, atheneita, potarita, isoferroplatina,
conteúdo de carbono, brechas hidrotermais ricas
isomertieita, sudovikovita e palladseita) ocorrem
em magnetita, além das zonas com sericita e/ou
associados ao Ouro (Tallarico et al. 2000, Cabral
muscovita. A partir da deconvolução Euler 3D do
et al. 2002a, 2002b).
campo magnético anômalo, foram identificadas na
Adicionalmente, agregados grossos de Ouro área de Serra Pelada fontes magnéticas profun-
com aproximadamente 1 cm de comprimento ocor- das (500 a >1000 m de profundidade) relaciona-
rem em brechas com matriz rica em goethita, co- das com pipes verticais (Souza Filho et al. 2007).
nhecidas como do tipo “bonanza”, que apresen-
tam cavidades preenchidas por hematita tabular
MODELOS GENÉTICOS PARA O DEPÓSITO DE AU-
(Cabral et al. 2011). Essas brechas apresentam-
PD- PT DE SERRA PELADA
se parcialmente substituídas por uma associação
de Ouro com Paládio e Mercúrio e isomertieite
Os modelos genéticos propostos para o depó-
(Pd11As2Sb2) que ocorre em uma matriz de óxidos
sito de Serra Pelada não são consensuais. Moroni
de Manganês e Bário, análoga à romanèchite (Ca- et al. (2001) consideram que a alteração supérge-
bral et al. 2002b, 2011). na teria resultado em forte enriquecimento em Au
Alteração supérgena resultou em perfil de al- e EGP a partir de mineralização hidrotermal de
teração profundo, caracterizado por oxidação das baixo teor. Estudos de isótopos estáveis realiza-
rochas clásticas, lixiviação dos mármores e desen- dos por Bettencourt et al. (2008) também suge-
volvimento de brechas de colapso impregnadas rem forte sobreposição de assinatura supérgena
com óxidos e hidróxidos de Manganês e Ferro. à hidrotermal nas amostras mineralizadas. Segun-
do esses autores, as assinaturas isotópicas de
DADOS GEOCRONOLÓGICOS oxigênio de amostras Serra Pelada sugerem se-
melhança com as do depósito de Au-EGP-U de
Datação U-Pb de monazita hidrotermal (Grain- Coronation Hill, Austrália (Mernagh et al. 1994),
ger et al. 2008) considerada geneticamente rela- relacionado a inconformidade, no qual a ação de
cionada à mineralização de Au-Pt-Pd indicou ida- fluidos salinos e ácidos de baixa temperatura e
derivação meteórica se sobrepôs à mineralização
zação primária de Serra Pelada representaria um
primária. Comparação análoga ao depósito de Co-
equivalente distal dos depósitos IOCG arqueanos
ronation Hill, Austrália, também foi proposta por
de Carajás (ca. 2,57 Ga; Réquia et al. 2003, Talla-
Jones (2010), enfatizando, porém, o desenvolvi-
rico et al. 2005). No entanto, com a estimativa de
mento de um sistema hidrotermal de baixa tem-
uma idade paleoproterozóica (1.861±45 Ma) para
peratura no qual a precipitação dos metais seria
Serra Pelada, Grainger et al. (2008) consideram
controlada por reação com Carbono.
possível uma relação genética entre o depósito
Sobreposição de mineralização de baixa tem-
de Serra Pelada e o magmatismo granítico anoro-
peratura a um sistema hidrotermal profundo, pre-
gênico, como o associado ao Granito Cigano
existente, foi proposto por Cabral et al. (2011).
(1883±2 Ma; Machado et al. 1991). Segundo es-
Segundo os autores, a idade cretácica (ca. 75 Ma)
ses autores, fluidos magmáticos derivados da cris-
estimada para intercrescimentos de isomertieita
talização do Granito Cigano representariam uma
e romanèchita, que refletem a coexistência de
das únicas fontes possíveis de fluidos para o es-
óxidos de Manganês e minerais de Au-Pd-Pt, em-
tabelecimento do sistema hidrotermal em Serra Pe-
bora seja compatível com o início da lateritização
lada. Assim, os autores sugerem uma relação ge-
na Amazônia (72 ± 6 Ma; Vasconcelos et al. 1994,
nética desse sistema com os associados aos de-
Costa et al. 2005), seria relativa a um sistema
pósitos de Cu-Au paleoproterozóicos de Cara-
epitermal de baixa temperatura superposto ao sis-
jás, tais como Breves, Estrela, Gameleira e Águas
tema hidrotermal de profundidade, possivelmen-
Claras.
te paleoproterozóico. Essa associação mineral in-
Embora ainda não haja consenso em relação a
dicaria, segundo os autores, que os óxidos de Man-
um modelo genético, diferentes autores propuse-
ganês teriam atuado como um front redox favore-
ram que tanto o Ouro como os EGP seriam trans-
cendo a precipitação dos metais preciosos a par-
portados por complexos cloretados em soluções
tir de soluções ácidas ricas em cloro. Como solu-
oxidadas e ácidas, como evidenciado pela associ-
ções semelhantes seriam típicas de ambientes la-
ação de muscovita, sericita e caolinita. A precipi-
teríticos áridos, são alencadas como evidências da
tação dos metais teria ocorrido em função de: (i)
origem hidrotermal das brechas ricas em goethita
aumento do pH do fluido devido à dissolução do
a presença de: (i) grandes pepitas de Ouro, uma
mármore dolomítico acompanhada por silicificação
vez que o Ouro tipicamente é fino em zonas late-
e formação do jasperóide; (ii) decréscimo da fO2,
ríticas; (i) hematita tabular em cavidades, que se-
devido à interação com ambiente fortemente re-
ria formada a pelo menos 100 oC; (iii) temperatu-
dutor, representado pelas zonas com altas con-
ras de homogeneização entre 100° e 140°C em
centrações de carbono; e/ou (iii) diminuição da
inclusões fluidas aquosas em quartzo; (iv) enri-
temperatura, uma vez que solubilidade de Au-EGP
quecimento em As, Sb, Hg e Se e menores conteú-
diminui rapidamente abaixo de 300 oC (Tallarico et
dos de Ir e Bi em relação ao minério de profundi-
al. 2000, Bettencourt et al. 2008, Grainger et al.
dade. Dessa forma, dois sistemas hidrotermais sem
2008, Jones 2010).
conexões genéticas teriam se desenvolvido no Pa-
leoproterozóico e no Cretácio.
Depósitos de Cromo-Niquel-EGP
Quanto ao sistema hidrotermal profundo, Talla-
rico et al. (2000) propuseram relação genética
Corpos máfico-ultramáficos diferenciados, tais
entre a mineralização de Au-(Pd-Pt) e um sistema
como Luanga, Luanga Sul, Luanga Norte, Orion,
hidrotermal resultante do resfriamento das intru-
Afrodite, Formiga, Pegasus e Centauro (Complexo
sões dioríticas, cuja colocação seria posterior ao
Intrusivo Luanga; Fig. 19) e os corpos conhecidos
desenvolvimento das dobras, mas concomitante
como Serra da Onça, Serra do Puma, Serra do Ja-
aos últimos estágios de evolução do sistema trans-
caré, Serra do Jacarezinho, Igarapé Carapanã, Fa-
corrente Cinzento. As fontes de Au, Pd e Pt são
zenda Maginco, Ourilândia e Vermelho (Suíte In-
desconhecidas, mas os autores sugerem que po-
trusiva Cateté; Macambira & Vale 1997), apresen-
deriam ser relacionadas à lixiviação de intrusões
tam evidências de mineralizações de Cromo, Ní-
dioríticas, litotipos do Grupo Rio Novo, e das intru-
quel sulfetado–(EGP) ou Níquel laterítico.
sões máfico-ultramáficas acamadadas de Luanga.
Grainger et al. (2002) sugerem que a minerali-
O principal complexo máfico-ultramáfico é repre-
sentado por Luanga (Figs. 20 e 21), localizado a
11 km a leste do depósito de Au-Pd-Pt de Serra
críptica do ortopiroxênio com aumento do teor de
Pelada, no qual foram reconhecidos, entre 1983 e
En da base para o topo. As características petro-
1987, e avaliados pela DOCEGEO com base em
lógicas indicam que essa zona é um intervalo dis-
sondagens, corpos de cromitito disseminados a
tinto e muito dinâmico na evolução do complexo.
maciços (Dillela et al. 1995). Nos últimos anos, tra-
Adicionalmente, a composição de olivina das zo-
balhos de exploração mineral para Ni-EGP resul-
nas Ultramáfica e de Transição evidencia a exis-
taram na identificação de mineralizações estrati-
tência de intervalos estratigráficos com olivina de
formes de Ni-EGP, tanto em Luanga como na Serra
baixos teores em Ni (Ferreira Filho et al. 2007).
da Onça, atestando, segundo Ferreira Filho et al.
(2007), a fertilidade da região de Carajás para esse
Metamorfismo e deformação
tipo de mineralização.

Evidências de metamorfismo no Complexo Lu-


DEPÓSITO MODELO: COMPLEXO DE LUANGA
anga incluem a substituição extensiva dos mine-
rais magmáticos por fases hidratadas, tais como
O Complexo de Luanga (2.763 ± 6 Ma, U-Pb em
serpentina, talco, actinolita e clorita em zonas dis-
zircão; Machado et al. 1991) faz parte de um aglo-
tribuídas de forma heterogênea no corpo intrusi-
merado de intrusões máfico-ultramáficas reconhe-
vo, sem obliteração significativa das texturas íg-
cidas em Serra Leste. A intrusão de Luanga re-
neas. As paragêneses metamórficas (serpentina-
presenta um corpo máfico-ultramáfico com aproxi-
magnetita em rochas derivadas de protólitos pe-
madamente 6 km de comprimento por 3,5 km de
ridotíticos, actinolita-clorita-epidoto em rochas má-
largura, com estrutura arqueada, acamamento
ficas) indicam condições compatíveis com a fácies
magmático subverticalizado com mergulhos de 60-
xistos verdes (Ferreira Filho et al. 2007).
70o para SE e estratigrafia magmática tectonica-
O Complexo de Luanga apresenta-se também
mente invertida (Ferreira Filho et al. 2007).
deformado devido à reativação do sistema de ci-
salhamento transcorrente Cinzento (Suita 1988,
Intrusão máfico-ultramáfica: estratigrafia magmática
Suita & Nilson 1988), como evidenciado por proe-
minente foliação milonítica E-W.
A intrusão de Luanga cosiste numa sequência
Os elevados conteúdos de ETRL nas rochas do
cumulática com dunitos e peridotitos basais, que
Complexo Luanga, até 60 vezes em relação ao
grada para ortopiroxenitos, com níveis sulfetados
condrito, e razões de La/Yb entre 6,2 to 20,0 (Sui-
e de cromititos estratiformes, e para noritos, co-
ta & Nilson 1988), foram atribuídos à ação de flui-
ronitos, leuconoritos e leucogabronoritos no topo
dos metamórficos ao longo da zona de cisalha-
(Suita 1988, Suita & Nilson 1988).
mento (Suita & Nilson 1988). Entretanto, Girardi
Ferreira Filho et al. (2007) dividem o complexo, et al. (2006) considerem que, como fusão do man-
da base para o topo, em: (i) Zona Ultramáfica com to metassomatizado poderia resultar em magmas
olivina + cromita cumulados com texturas meso a também enriquecidos em ETRL, uma possível in-
ortocumuladas; (ii) Zona de Transição caracteri- fluência da fonte do manto parental não pode ser
zada por mudanças na sequência de cristalização desconsiderada.
dos cumulados, constituídos por harzburgito, or-
topiroxenito, cromitito e norito; (iii) Zona máfica
Minério de Cromo
com sequência espessa de gabro (clinopiroxênio
+ plagioclásio cumulado) com intercalação descon-
O minério de Cromo foi caracterizado como cro-
tínua de ortopiroxenito e cromitito.
mita estratiforme de alto Fe, com valores de Cr2O3
A Zona de Transição contém as principais mine-
< 45% em peso (Suita 1988, Diella et al. 1995).
ralizações estratiformes de Ni-EGP e cromititos.
Associa-se a cromititos que ocorrem como cama-
Consiste em complexa sucessão de unidades cí-
das de cromitito maciço, chain texture e cromita
clicas representadas por repetições de pacotes de
disseminada em ortopiroxenito, que indicam pas-
harzburgitos-ortopiroxenitos-noritos. Isto resulta-
sagem sucessiva em direção ao topo de cromita
ria das variações abruptas na sequência de cris-
cumulado, cromita + ortopiroxênio cumulado a or-
talização e reversões em um trend geral de fracio-
topiroxênio cumulado (Ferreira Filho et al. 2007).
namento inverso, como evidenciado pela variação
Nos cromititos, texturas em atol na cromita e in-
Figura 19 - (A) Mapa da amplitude do sinal analítico (ASA) em pseudo-cor. Note que existe uma clara
asso- ciação entre o depósito de Au-PGE de Serra Pelada, de Fe de Serra Leste, dos corpos de rochas
máficas- ultramáficas do Complexo Luanga e de falhas com elevados valores de ASA. (B) Mapa da
contagem total (CT) de radiação gama em pseudo-cor mostrando a delimitação dos corpos ultramáficos
do Complexo Luanga, que possuem uma marcante assinatura de baixo CT (e do radionuclídio eTh).
Intrusões máficas-ultramáficas:
(a) Luanga; (b) Luanga Sul; (c) Orion; (d) Afrodite; (e) Formiga; (f) Luanga Sul; (g) Pegasus; e (h)
Centauro; AgrGni e AGrGntton = Complexo Xingu; AGrE = Granito Estrela; EoPgrC = Granito Cigano;
SPDS = Falha de Serra Pelada; CTSZ = Zona de Cisalhamento Transcorrente Cinzento. Fonte: Souza Filho
et al. (2007).
do cisalhamento das rochas metaultramáficas (Nu-
nes 2002).
O principal corpo de minério de Ni-EGP, denomi-
nado de “Luanga Reef”, é strabound, tem 10 a 50
m de espessura e 5 km de extensão e é associa-
do a espesso pacote de ortopiroxenito e harzbur-
gitos, embora outros intervalos mineralizados tam-
bém ocorram na Zona de Transição (Ferreira Filho
et al. 2007). Nos níveis sulfetados, caracterizados
por 1 a 3% de pirrotita-pentlandita-calcopirita in-
tersticiais aos minerais cúmulus, forte correlação
entre metais básicos e EGP foi observada.
Os cromititos maciços e disseminados da Zona
de Transição apresentam até 1 m de espessura e
1 km de continuidade (Diella et al. 1995), elevada
Figura 20 - Mapa geológico esquemático do razão Pd/Ir (24,2), elevado conteúdo de Pt (até
Comple- xo Luanga (modificado de VALE por 8900 ppb) e baixos de Os, Ir e Ru, além de valo-
Ferreira Filho et al., 2007). ZM = Zona Máfica; ZT
= Zona de Transi- ção; ZU = Zona Ultramáfica. res de 187Os/188Os (0,17869–0,18584) muito altos

Figura 21 - Secção esquemática do Complexo Luanga (modificado de VALE por Ferreira Filho et al. 2007).

tercrescimentos pseudomimerquíticos entre silica-


(Diella et al. 1995, Girardi et al. 2006).
tos e cromita atestam a cristalização contemporâ-
Os minerais de EGP nos cromititos (braggita,
nea de olivina, ortopiroxênio e cromita. A comum
sperrylita, sulfo-arsenietos portadores de EGP,
associação entre cromititos estratiformes e orto-
Pt(Rh) ou Pd nativos) ocorrem como agregados
piroxenitos bronzíticos assemelha-se a de alguns
multifásicos e, menos comumente, como grãos iso-
níveis da Zona Crítica Superior do Complexo
lados, variando entre 2 a 15 mm, associadamente
Bushveld (Dillela et al. 1995).
a sulfetos de metais base (pentlandita, pirrotita,
millerita, calcopirita, mackinawita, ligas de Ferro-
Mineralização de EGP-Níquel: Luanga Reef, cromiti-
Níquel; Suita 1988, Diella et al. 1995, Girardi et al.
tos e milonitos
2006). Ocorrem como inclusões em associações si-
licáticas, especialmente a sperrylita, e próximo aos
Zonas mineralizadas em EGP-(Ni) são hospe- grãos de cromita, notadamente a braggita.
dadas por: (i) metaortopiroxenitos cumuláticos com
Mineralização de EGP também foi reconhecida
pirrotita, pentlandita e calcopirita intercúmulus; (ii)
associada com alteração hidrotermal estrutural-
níveis de cromita disseminada a maciça; (iii) clori-
mente controlada em zonas milonitizadas nas quais
ta-tremolita-actinolita-talco milonitos, originados
ocorrem magnetita serpentinitos e clorita-
tremolita-actinolita-talco milonitos (Nunes 2002). abruptas na sequência de cristalização na Zona
As zonas fortemente hidrotermalizadas contêm flo- de Transição (Ferreira Filho et al. 2007).
gopita, carbonatos, turmalina, ortoclásio e albita Para Ferreira Filho et al. (2007), a gênese das
associados a talco, tremolita, serpentina, clorita, mineralizações de EGP envolve a cristalização dos
epidoto e actinolita (Suita et al. 2005). Nessas zo- cromititos, favorecida por processos que alteram
nas, ocorrem minerais de Platina como grãos xe- a sequência normal de cristalização dos magmas,
nomórficos a subidioblásticos associados a silica- tais como novas injeções de magmas, em especial
tos hidrotermais e grãos de minerais de Paládio, os contaminados por material crustal.
em geral, subédricos a euédricos, associados a sul- Segundo Suita et al. (2005), mineralizações de
fetos. Estudos de inclusões fluidas indicaram que EGP nos clorita-tremolita-actinolita-talco milonitos
o processo de alteração hidrotermal teria sido as- sugerem que os minerais platiníferos foram disse-
sociado a um ou mais fluido(s) oxidante(s), minados por processos metamórficos-hidrotermais
alcalino(s), aquo-carbônico com CH4, N2, H2S, HS-, sobre o complexo. A influência de fluidos hidroter-
Cl, Ca, Na, K, B e ETR (Ribeiro 2004). mais também foi considerada importante para a
concentração de minério de EGP (Suita 1988, Ri-
Assinatura geofísica beiro 2004, Ribeiro et al. 2005, Suita et al. 2005),
uma vez que EGP podem ser móveis e, em condi-
A assinatura geofísica dos depósitos de Cr-PGE ções especiais, remobilizados, redistribuídos e re-
de Luanga caracteriza-se por altos valores de ASA precipitados, o que potencialmente poderia gerar
(Fig. 19a), baixa percentagem de K e de Th, baixa concentrações econômicas.
contagem de radiação gama total (Fig. 19b), além
de elevada condutividade eletromagnética. Os cor- Comparações com outros depósitos de Ni-EGP de
pos máfico-ultramáficos ricos em magnetita, assim Carajás
como zonas de cisalhamento marcadas por milo-
nitos com clorita-tremolita-actinolita-talco, apre- A mineralização de Ni-EGP do Complexo Serra
sentam elevados valores de ASA, relativos à am- da Onça, descrita por Macambira & Ferreira Filho
plitude do sinal analítico do campo magnético anô- (2005) e Ferreira Filho et al. (2007), diferencia-se
malo. As fontes magnéticas associadas ao Com- daquela caracterizada no Complexo de Luanga,
plexo Luanga seriam associadas a falhas verticais uma vez que associa-se à transição da Zona Ul-
rasas (< 500 m de profundidade), contatos verti- tramáfica para a Zona Máfica do complexo, em um
cais ou diques, como caracterizado pela deconvo- intervalo caracterizado por fracionamento normal,
lução Euler 3D do campo magnético anômalo (Sou- sem evidências de novas injeções na câmara mag-
za Filho et al. 2007). mática. Adicionalmente, é hospedada por cumula-
dos ígneos com mineralogia e textura bem pre-
Gênese das mineralizações de Cromo-Níquel-EGP servados, sem presença de sulfetos ou associa-
ção com cromititos e sem evidências de processos
O minério de Cromo, assim como a mineraliza- hidrotermais. Tais características, segundo os au-
ção de EGP associada a níveis ricos em sulfetos e tores, são indicativas de cristalização de cumula-
hospedada em níveis de cromititos, é considera- dos de Minerais do Grupo da Platina diretamente
do ortomagmático (Girardi et al. 2006, Ferreira Fi- a partir do magma, a partir da saturação em EGP
lho et al. 2007). devido ao seu enriquecimento residual durante a
No “Luanga Reef”, aspectos texturais e mine- cristalização fracionada do magma silicático. Des-
ralógicos sugerem que os sulfetos foram forma- sa forma, existe potencial para formação de de-
dos a partir da segregação de um líquido sulfeta- pósitos de Ni-EGP magmáticos com características
do imiscível separado do magma silicático de com- distintas, o que evidencia ainda mais a marcante
posição máfica. Esse processo de segregação te- diversidade metalogenética da Província Carajás
ria sido favorecido por eventos periódicos de no- (Ferreira Filho et al. 2007).
vas injeções do magma primitivo e, possivelmen-
te, também de magma parcialmente contaminado Depósitos de Manganês
por material crustal, concomitante à cristalização
fracionada, como evidenciado pelas mudanças No Domínio Carajás, a Formação Águas Claras
(Nogueira et al. 1995) hospeda os depósitos de
ROCHAS HOSPEDEIRAS
Manganês do Azul e do Sereno, esse último corre-
lacionado ao depósito de Buritirama (Dardenne &
As rochas hospedeiras do minério, pertencen-
Schobbenhaus 2001).
tes à Formação Águas Claras, afloram no núcleo
O depósito de Manganês do Azul (Fig. 22) si-
de um anticlinal assimétrico com eixo E-W com ca-
tua-se a 10 km ao sul da Mina de Ferro N4, foi
imento para W. Incluem siltitos e arenitos finos,
descoberto em 1971 durante campanhas de reco-
marrons, vermelhos, brancos e amarelos, maciços,
nhecimento geológico para pesquisa de minério
laminados a bandados, com lentes de folhelhos
de Ferro. A Mina do Azul, a céu aberto, operada
negros ricos em matéria orgânica e/ou óxi-hidró-
pela VALE, então Cia. Vale do Rio Doce, entrou em
xidos de Manganês (cripnomelana) e margas ro-
produção em 1985, quando também foi implanta-
docrosíticas (Costa et al. 2005). Vênulas com piri-
da uma unidade de tratamento de minério (Silva
ta e calcopirita ou com óxi-hidróxidos de Manga-
1988). Atualmente, o minério é lavrado em três
nês, quartzo, rodocrosita e caolinita cortam as
minas na área denominada Azul. Em 2006, as re-
rochas sedimentares.
servas eram de 13,4 Mt de material detrítico, 31,06
Mt de material pelítico e 9,9 Mt de bióxido de Man-
PROTOMINÉRIO DE MANGANÊS
ganês totalizando 54,36 Mt (Dardenne & Schob-
benhaus 2001). Em 2007 foi atingida uma produ-
O protominério de Manganês foi considerado
ção de 945 mil toneladas (Mártires e Santana
em estudos iniciais como relacionada a duas uni-
2008).
dades manganesíferas, superior e inferior, corres-
Na Mina do Azul, o corpo mineralizado é orien-
pondentes à marga manganesífera e rocha car-
tado segundo a direção E-W e ressaltado por fai-
bonática manganesífera, respectivamente. Essas
xa contínua de blocos manganesíferos, margea-
unidades seriam compostas essencialmente por
das por faixas descontínuas com pisólitos manga-
cristais micríticos de rodocrosita, quartzo, illita, clo-
nesíferos. Associa-se a anticlinório assimétrico de
rita, muscovita, smectita, caolinita, feldspato, piri-
eixo E-W com caimento suave para E.
ta e matéria orgânica (Bernadelli & Beisiegel 1978,

Figura 22 - Seção geológica transversal da Mina do Azul mostrando a sucessão de rochas sedimentares e a
topo-sequência laterítica (adaptado de Costa et al. 2005).
Valarelli et al. 1978, Silva 1988). O avanço das
mação da pirita. Condições análogas são descri- tas
fren- tes de lavra e sondagens mais profundas
para o período imediatamente posterior ao Grande
eviden- ciaram, segundo Costa et al. (2005), que
Evento de Oxidação em 2,1±0,2 Ga, perí- odo no
as mar- gas ou folhelhos carbonáticos com
qual outros importantes depósitos mundi- ais de
rodocrosita ocor- rem como lentes e camadas
Manganês foram formados no Gabão e na África do
delgadas de rocha cinza-esverdeada sem matéria
Sul. Segundo os autores, esses dados sugerem
orgânica, interca- ladas aos siltitos.
uma idade paleoproterozóica para a For- mação
Um dos minérios mais ricos da mina, considera-
Águas Claras, relacionada a uma importante época
do primário, associa-se a lentes e camadas de fo-
metalogenética para formação de depósi- tos
lhelhos negros com óxi-hidróxidos de Manganês,
manganesíferos sedimentares.
classificados como bióxido ou criptomelana, ricos
em matéria carbonosa, com centenas de metros
MINÉRIO LATERÍTICO DE MANGANÊS
de extensão aparente e espessura máxima de 5
m, alojadas em siltitos vermelhos listrados.
Segundo Costa et al. (2005), o perfil laterítico é
profundo (< a 100 m), bem desenvolvido e madu-
GÊNESE DA MINERALIZAÇÃO MANGANESÍFERA SE-
ro, com espesso horizonte argiloso sobreposto ao
DIMENTAR
domínio das lentes manganesíferas contidas nos
siltitos. O principal mineral de Manganês é a
Segundo Dardenne & Schobbenhaus (2001), o
criptomelana, tanto herdada como neoformada,
protominério carbonático da Mina do Azul corres-
ocorrendo também hollandita, todorokita,
ponderia a depósitos marinhos singenéticos for-
pirolusita, litioforita e nsutita. Uma crosta laterítica
mados em bacias estratificadas na zona de talu-
Ferro-aluminosa, nodular, brechóide e cavernosa
de, próximo da transição de uma bacia profunda
a maciça, desenvolveu-se sobre o horizonte argi-
anóxica, no qual se depositaram folhelhos negros,
loso, contendo também criptomelana e litioforita.
para um ambiente plataformal mais raso e oxida-
A crosta laterítica encontra-se parcialmente trans-
do, com precipitação carbonática. Nesse contex-
formada em materiais argilosos a terrosos, mar-
to, a rodocrosita representaria um produto diage-
rom amarelos com esferolitos, que constituem so-
nético precoce a partir de matéria orgânica, en-
los residuais ou depósitos de tálus. A lateritiza-
quanto a criptomelana foi considerada como pro-
ção foi iniciada há 68 Ma, com maior desenvolvi-
duto da alteração supérgena da rodocrosita.
mento entre 45 a 36 Ma, sendo seguida a partir
De acordo com Costa et al. (2005), no entanto, de 26 Ma por intenso intemperismo químico e, pos-
as lentes ricas em criptomelana também teriam ori- teriormente, físico-erosivo quando foram formados
gem sedimentar diagenética, relacionada à sedi- os solos residuais (Costa et al. 2005).
mentação em várias sub-bacias restritas nas quais
a diminuição de energia teria sido acompanhada
Depósitos de Ouro laterítico
por aumento da atividade orgânica carbonosa. Nes-
se contexto, os óxi-hidróxidos de Manganês seri-
Depósitos de Ouro laterítico no Domínio Cara-
am contemporâneos à sedimentação (Costa et al.
jás incluem a Mina de Igarapé Bahia (Zang & Fyfe
2005). Deformação pós-diagenética seria respon-
1993, Angélica 1996, Porto et al. 2010) que pro-
sável por remobilização de Manganês e formação
duziu, até 2003, cerca de 92 t de Ouro, além de
das vênulas com sulfetos e com óxi-hidróxidos de
garimpos, entre os quais o de Cutia, localizado na
Mn, quartzo, rodocrosita e caolinita.
Serra Leste (Domingos & Santos 2001).
Estudos de isótopos de Ferro (57Fe IRMM-14 =
O depósito de Igarapé Bahia situa-se em um
1,02±0,2‰) e enxofre (34S = 11,97±0,12‰; 33S
platô escarpado, sustentado por regolito lateríti-
= 0,013±0,003‰) indicam assinatura isotópica
co maduro (Costa 1991), formado há 50 a 70 Ma
para pirita cedo-diagenética da Formação Águas
(Vasconcellos et al. 1994) durante o Ciclo geomor-
Claras distinta daquela da pirita formada em am-
fológico Sul Americano, tendo sido alterado pelo
bientes marinhos modernos (Fabre et al. 2011).
Ciclo Geomorfológico Velhas, subsequente, respon-
Essas assinaturas isotópicas indicam condições de
sável por formação de latossolos que encobrem
fugacidade de oxigênio relativamente elevadas,
as encostas (Medeiros Filho 2002).
mas limitada disponibilidade de sulfato para a for-
A espessura do regolito das brechas hidroter-
mais mineralizadas atinge até 200 m, sendo que
foram remobilizados e incorporados na zona fer-
nos 150 m superiores os corpos gossânicos com
ruginosa, conforme o avanço do intemperismo e
goethita, hematita, gibbsita, caolinita e fosfatos
erosão. Na terceira fase, após a elevação e a inci-
ricos em ETR representam a principal fonte do mi-
são da paisagem, lixiviação de cloreto teria sido
nério de Ouro, muito empobrecido em Cobre (An-
responsável por separar a Prata dos grãos de
gélica 1996). Uma zona de transição para o miné-
Ouro. A presença de eléctrum na parte superior
rio primário de Cobre com malaquita, azurita,
da zona ferruginosa pode ser atribuída às meno-
pseu- domalaquita, Cobre nativo, calcocita,
res concentrações de cloreto na água subterrâ-
digenita e cuprita, ocorre de 150 m a 200 m.
nea próximo à superfície e ao enriquecimento de
matéria orgânica que pode diminuir o potencial
ESTRATIGRAFIA DO REGOLITO redox e aumentar a estabilidade de Prata nativa.

Na área do depósito, a estratigrafia do regoli-


Depósitos de Níquel laterítico
to, estabelecida por Santos (2006), inclui, da base
para o topo, saprólito argiloso e ferruginizado, ní-
No Domínio Carajás, diversos corpos de rochas
vel silicoso, zona ferruginosa fragmentada, cros-
máficas e ultramáficas acamadadas da Suíte In-
tas roxa, amarela e ocre, pisolíticas, ferruginosas
trusiva Cateté (2.378 ± 55 Ma, Macambira & Tas-
e friável e crosta maciça e coesa recobertos por
sinari 1998; ou 2.763 ± 6 Ma, Lafon et al. 2000)
latossolo, com concreções ferruginosas e pisóli-
possuem cobertura laterítica relativamente espes-
tos, provavelmente depositado sobre a crosta,
sa que contém concentrações supergênicas de Ní-
com teores muito baixos de Cobre e Ouro.
quel, algumas associadas com Cobalto (Klein &
O Ouro torna-se gradualmente enriquecido aci-
Car- valho 2008).
ma do saprólito, atingindo teores máximos na zona
Entre os principais depósitos destacam-se Ver-
ferruginosa fragmentada. Na zona ferruginosa,
melho com reservas provada + provável de 290
grãos de Ouro presentes em níveis superiores
Mt de minério com 0,8% de Ni (Klein & Carvalho
apresentam o maior conteúdo de Prata. Acima
2008), Puma (34 Mt com 2,21% Ni, 0,07% Co e
desse nível, os teores de Ouro diminuem no perfil
22,60% Fe; Porto & Silva 2004, em Klein & Carva-
regolítico. Os conteúdos de Cobre, por sua vez,
lho 2008), Serra da Onça (70 Mt com 2,12% Ni,
diminuem progressivamente a partir dos 20 m su-
0,12% Co e 21,77% Fe; Porto & Silva 2004), Jaca-
periores do saprólito (Porto et al. 2010).
ré (53,9 Mt com teor médio de 1,41% de Ni; Cas-
Quando ainda presentes no perfil de alteração,
tro Filho e Mattos 1986), Jacarezinho (23,4 Mt com
a 170 m, calcopirita e pirita apresentam micro in-
teor médio de 1,19% de Ni; Castro Filho & Mattos
clusões de Au e Ag. Em gossans a 168 m, na zona
1986), Mundial/Carapanã (30 Mt com 1,4% Ni;
ferruginosa fragmentada, óxi-hidróxidos de Ferro
Corrêa 2006) e as ocorrências de Fafá e Terra Mo-
e clorita neoformada a partir de anfibólio, apre-
rena (Klein & Carvalho 2008).
sentam finas partículas (<10 mm) de Au-Ag incor-
poradas, que ocorrem como: grãos arredondados
DEPÓSITO MODELO: DEPÓSITO DE VERMELHO
em cavidades associados a goethita coloforme,
grãos irregulares preenchendo fraturas na goe-
O depósito de Vermelho é formado a partir da
thita e cristais sub-idioblásticos associados a go-
alteração laterítica de dois corpos de rochas máfi-
ethita amorfa e em agulhas (Zang & Fyfe 1995).
co-ultramáficas, denominados de V1 e V2, que
Em níveis superiores, a 6 m, partículas de Au ocor-
com- preendem três unidades diferenciadas, em
rem incorporadas a uma matriz de óxi-hidróxidos
uma disposição aproximadamente concêntrica,
de Ferro e restos de clorita.
apre- sentando do centro para a borda dunitos e
peri- dotitos intensamente serpentinizados,
GÊNESE DO DEPÓSITO DE OURO LATERÍTICO
piroxenitos e gabros (Alves et al. 1986). Na zona
ultramáfica registra-se a presença de diques de
De acordo com Zang & Fyfe (1995), nos primei-
natureza pi- roxenítica. O depósito de Níquel do
ros estágios de intemperismo íons de tiossulfato
Vermelho é constituído por perfis de alteração
seriam responsáveis pelo trasporte de Ouro e Pra-
desenvolvidos essencialmente sobre os dunitos
ta no saprólito. Na segunda etapa, Ouro e Prata
intensamente serpentinizados que estão
situados na porção cen-
tral dos dois corpos de rochas ultramáficas. Os
sob condições climáticas mais secas, resultou em
perfis desenvolvidos sobre as demais rochas apre-
silicificação generalizada, principalmente ao longo
sentam teores muito baixos de Níquel, sendo con-
das fraturas, na base do perfil, isolando bolsões
siderados estéreis.
de rocha fresca. Posteriormente, uma mudança cli-
mática favoreceu a erosão e um novo ciclo de la-
PERFIL LATERÍTICO
teritização que atingiu esses bolsões e levou ao
desenvolvimento de um perfil laterítico abaixo do
O perfil típico do depósito (Alves et al. 1986,
nível silicificado.
Carvalho e Silva & Oliveira 1995) foi desenvolvido
a partir de rocha constituída por serpentina, opa-
Depósitos de bauxita
cos e restos de olivina e piroxênio e inclui, da base
para o topo, saprólito grosso com serpentina, clo-
O depósito de bauxita do Platô N5 foi desco-
rita, esmectita, espinélios, opacos, goethita, quart-
berto no final de 1974, quando foi constatada a
zo e calcedônia, além de produtos amorfos e goe-
existência de nível de 4,5 m de espessura de bau-
thita, saprólito fino com goethita, clorita, quartzo,
xita metalúrgica desenvolvido a partir de rochas
espinélios e caolinita e laterita vermelha.
básicas do Grupo Grão Pará sem cobertura esté-
O minério silicático ou garnierítico com até 3-
ril. Trabalhos de pesquisa seguiram-se à desco-
4% Ni relaciona-se aos horizontes de saprólito
berta da ocorrência, conduzidos pela Amazônia Mi-
grosso, enquanto o minério oxidado com até 2%
neração S.A, em 1974, e pela Docegeo, entre 1979
Ni é representado por saprólito fino.
e 1983. As reservas foram estimadas em 48,92 Mt
As fases portadoras do Níquel no minério sili-
de minério bruto, com espessura média de 4,2 m
catado seriam serpentinas, clorita e os produtos
e sem capeamento estéril, e teores de 34,9% de
amorfos sílico-ferruginosos, além de esmectita su- Al O , 1,7 % de SiO , 25% de Fe O e 3,9 % de TiO
2 3 2 2 3 2

bordinada, enquanto no minério oxidado a goe- (Alves 1988).


thita e a clorita representariam as fases portado- A área do depósito é representada por platô
ra de Ni, embora esmectita niquelífera e talco ni- de contornos irregulares, delimitado por encostas
quelífero mal cristalizado também tenham sido des- íngremes que compreende, do topo para base, (i)
critos (Bernadelli et al. 1983, Carvalho e Silva & (0,0 - 4,5 m) horizonte argiloso, terroso, friável e
Oliveira 1995). ferruginoso com elevado teor de alumina; (ii) (4,5
A sílica, presente sob a forma de quartzo e cal- – 13,35 m) laterita ferruginosa, normalmente dura,
cedônia, distribui-se em finos veios em vários ní- porosa, às vezes pisolítica, com teores muito bai-
veis do perfil de alteração, mas se concentra em xos de sílica, e (iii) (a partir de 13,35 m) material
duas zonas distintas (entre 5-10m e entre 18-22m) argiloso e plástico, silicoso, que representa o pro-
do minério oxidado, constituindo silcrete. Blocos duto da alteração de rochas básicas.
silicificados encontrados imersos no saprolito fino O processo de alteração supérgena das rochas
podem apresentar restos de rocha fresca a parci- básicas, em condições de clima tropical com esta-
almente alterada. A persistente presença da clo- ções alternadas chuvosas e secas, relevo apro-
rita de origem hipógena ao longo de praticamen- priado e ação de ácidos orgânicos, seria respon-
te todo o perfil de alteração, exceto nos seus ní- sável pela remoção de sílica, potássio, magnésio,
veis superiores representados pela laterita ver- sódio e cálcio no perfil de alteração.
melha, é uma peculiaridade do depósito do Ver- Kotschoubey & Lemos (1985) descrevem uma
melho. Uma explicação para sua estabilidade ex- evolução complexa em oito fases, alternando pe-
cepcional no ambiente laterítico pode ser a incor- ríodos de alteração intempérica mais ou menos
poração do Níquel disponível em substituição ao acentuada com períodos caracterizados pelo apor-
magnésio liberado à medida que a clorita se alte- te de materiais alóctones e/ou retrabalhamento
ra (Carvalho e Silva & Oliveira 1995). in situ. Essa evolução teria envolvido: (1) altera-
ção da rocha mãe, (2) retrabalhamento do topo
GÊNESE DO DEPÓSITO DE NÍQUEL LATERÍTICO do horizonte alterado com contribuição de materi-
al alóctone, (3) alteração (ferralitização) do mate-
Dois estágios são propostos por Bernardelli et rial depositado na etapa anterior, (4) desmante-
al. (1983) para a gênese do depósito. O primeiro, lamento da crosta ferralitizada, (5) bauxitização e
formação de cimento gibbsítico, (6) retrabalhamen-
Ga; Huhn et al. 1999b ou 2,57 Ga; Réquia et al.
to, (7) deposição de bauxita terrosa e (8) aplaina-
2003, Tallarico et al. 2005).
mento, soerguimento regional, reativação da ero-
Os depósitos de Níquel-EGP, assim como os de
são e individualização dos platôs.
Cromo, seriam ortomagmáticos, porém formados
por processos diversos, que incluiriam segrega-
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ção de um líquido sulfetado imiscível coletor de EGP
no “Luanga Reef”, Complexo Luanga, ou, no caso
A distinta evolução geológica dos domínios Rio
do Complexo Serra da Onça, cristalização de cu-
Maria e Carajás reflete-se de forma notável na me-
mulados de Minerais do Grupo da Platina direta-
talogênese da Província Carajás. No Domínio Rio
mente a partir do magma (Ferreira Filho et al.
Maria, os depósitos de Ouro apresentam a diver-
2007). O modelo genético proposto para o “Luan-
sidade esperada para os depósitos auríferos oro-
ga Reef” por Ferreira Filho et al. (2007) seria aná-
gênicos. Essa classe, que inclui depósitos hospe-
logo ao de Naldrett (2004) para os depósitos es-
dados comumente em sequências de greenstone
tratiformes de EGP associados a sulfetos de
belts localizados ao longo de zonas de cisalhamen-
Bushveld (Merensky Reef), Stillwater (J-M Reef) e
to, seria relacionada à circulação regional de flui-
Great Dyke (Main Sulfide Zone).
dos associados à evolução dos orógenos, ou seja,
Embora os grandes depósitos de EGP magmá-
ao tectonismo em margens convergentes (Groves
ticos tenham sido formados predominantemente
et al. 1998, Goldfarb et al. 2001).
no interior de crátons arqueanos, grande parte
Embora o depósito de Cumaru, espacialmente
dos depósitos de Ni-(Cu-EGP) são relacionados com
relacionado à intrusão granodiorítica, tenha sido
a ascensão de plumas mantélicas ao longo de ir-
considerado distinto, sua gênese pode ser inseri-
regularidades nos limites litosféricos abaixo das
da no mesmo contexto dos demais depósitos, na
margens de crátons arqueanos (Maier & Groves
qual a relação temporal e espacial com granitói-
2011). Esse ambiente geológico também foi con-
des indicaria que tanto magma como fluidos re-
siderado propício à formação de depósitos IOCG,
presentam produtos inerentes à evolução termal
relacionados a underplating do manto ou eventos
durante as orogêneses (Goldfarb et al. 2001).
de superplumas e magmatismo granítico tipo A
As relações geológicas descritas por Santos et (Pirajno et al. 2008, Groves et al. 2010). Além dis-
al. (1998) permitem considerar a gênese do depó- so, a associação espacial de depósitos de Ni–(Cu)
sito de Cumaru como posterior ao metamorfismo e de IOCG também já foi caracterizada no contex-
regional da sequência greenstone belt, tardi-tec- to de colisão oblíqua e/ou continente–continente
tônica em relação ao desenvolvimento da zona de na Ossa Morena Zone, Iberia, desenvolvida duran-
cisalhamento e associada a magmatismo mesoar- te a orogenia Variscan (Tornos & Casquet 2005).
queano (ca. 2,82 Ga). Embora informações relati-
Em Carajás, o contexto tectônico proposto para
vas às idade das demais mineralizações auríferas
o Neoarqueano (ca. 2,76 – 2,74 Ga) seria relativo
no Domínio Rio Maria sejam escassas, possivel-
à abertura de um rifte continental para a forma-
mente também formaram-se durante o último
ção da Bacia Carajás (Wirth et al. 1986, Gibbs et
evento tectonotermal que antecedeu à cratoniza-
al. 1986, DOCEGEO 1988, Tallarico et al. 2005) ou
ção do Domínio Rio Maria em ca. 2,86-2,80 Ga.
ambiente de arco vulcânico associado a subduc-
Sua formação durante o Mesoarqueano coincide
ção (Dardenne et al. 1988, Meirelles & Dardenne
com uma época metalogenética (ca. 2,8–2,55 Ga;
1993, Teixeira 1994), seguido por colisão conti-
Gol- dfarb et al. 2001) extremamente favorável
nente-continente em ca. 2,74 Ga, responsável pela
para a formação de depósitos auríferos orogênicos,
justaposição dos domínios Rio Maria e Carajás (Tei-
como os reconhecidos em sequências de
xeira et al. 2010).
greenstones dos crátons Yilgarn, na Austrália,
Os dois cenários poderiam ser compatíveis com
Dharwar, na In- dia, Slave, no Canadá, São
a associação espacial de IOCGs e depósitos de
Francisco, no Brasil, e Tanzânia.
Ni-EGP magmáticos, porém, tem implicações dis-
No Domínio Carajás, a metalogênese do Arque-
tintas para a gênese dos depósitos e para a ex-
ano refere-se principalmente aos depósitos de Cro-
ploração mineral. No primeiro caso, grandes zo-
mo e Níquel-EGP (ca. 2,76 Ga; Machado et al.
nas de cisalhamento translitosféricas E-W, que
1991, Lafon et al. 2000) e aos depósitos IOCG
marcam os limites dos domínios tectônicos, exer-
(ca. 2,74
ceriam um controle de primeira ordem. A herança
néticos formados em bacias estratificadas, próxi-
de magmas originados a partir da fusão do manto
mo à transição de uma bacia profunda anóxica
litosférico subcontinental metassomatizado duran-
para um ambiente plataformal mais raso e oxige-
te processos anteriores de subducção, seria im-
nado (Dardenne & Schobbenhaus 2001) ou em
portante para explicar as características do mag-
várias sub-bacias restritas (Costa et al. 2005). As
matismo e dos fluidos magmáticos associados aos
condições de fO2 do oceano durante a deposição
depósitos IOCG (Hayward & Skirrow 2010, Groves
da Formação Águas Claras seriam análogas às do
et al. 2010). No segundo, a associação com depó-
período imediatamente posterior ao Great Oxidati-
sitos de Cu-Mo do tipo pórfiro, de Au epitermais e
on Event em 2,1±0,2 Ga, que representa uma im-
escarnitos, vinculado a magmatismo cálcio-alcali-
portante época metalogenética para formação de
no seria esperada, mas intrusões máfico-ultramá-
depósitos manganesíferos sedimentares, como os
ficos muito profundas poderiam estar relaciona-
do Gabão e da África do Sul (Fabre et al. 2011), o
das à origem do magmatismo associado aos de-
que pode sugerir idade proterozóica para a For-
pósitos IOCG.
mação Águas Claras. Contudo, se a idade arque-
O retrabalhamento crustal no Neoarqueano e
ana da Formação Águas Claras, relativa a sill de
o desenvolvimento de grandes zonas de cisalha-
metagabro intrusivo (2.645 ± 12 Ma U-Pb, Dias et
mento permitiram circulação de fluidos hidroter-
al. 1996; 2.708 ± 37 Ma U-Pb, Mougeot et al.
mais em larga escala em Carajás. Particularmente
1996) for confirmada, mudanças nas condições
no Complexo Luanga, processos metamórficos-hi-
físico-quí- micas dos oceanos no final do
drotermais reconhecidos em clorita-tremolita-ac-
Neoarqueano na Província Carajás poderiam ser
tinolita-talco milonitos com mineralização de EGP
evidenciadas. Isso tem particular relevância para a
(Suita 1988, Ribeiro 2004, Ribeiro et al. 2005, Sui-
compreensão da evolução de depósitos IOCG, nos
ta et al. 2005), podem ter resultado também em
quais componen- tes derivados da água oceânica
mobilização e redistribuição de EGP a partir de
foram apontados por métodos indiretos (eg.
sulfetos magmáticos devido à interação fluido-ro-
isótopos de boro, Xa- vier et al. 2008; razões
cha envolvendo fluidos salinos. Esses processos
Cl/Br–Na/Cl, Xavier et al. 2009; isótopos estáveis;
são análogos aos descritos nos depósitos de Cu-
Pestilho 2011) e poderi- am refletir o ambiente de
Ni-(EGP) de Rathbun Lake, Canadá (Rowell & Ed-
formação de alguns dos depósitos.
gar 1986), New Rambler, EUA (Nyman et al. 1990),
Durante o Paleoproterozóico, a evolução me-
EGP de Jinchuan, China (Yang et al. 2006) e Ni–
talogenética da Província Carajás foi fortemente
Cu–Co-(EGP) de Ferguson Lake, Canada (Campos-
associada à colocação de granitos tipo A, anoro-
Alvarez et al. 2012). Têm especial importância para
gênicos, em ca. 1,88 Ga. No Domínio Rio Maria, a
a evolução metalogenética de Carajás, visto que
principal reserva de Tungstênio conhecida na Ama-
podem ter contribuído para a especialização dos
zônia é representada pelo depósito de Pedra Pre-
depósitos de Ouro-EGP hospedados em rochas
ta (Rios et al. 1988, 2003), espacialmente relacio-
metassedimentares (Serra Pelada) e dos IOCG,
nado à cúpula do Granito Musa. Sua colocação
que apresentam concentrações significativas de
pode ter favorecido o estabelecimento do siste-
EGP, notadamente de paládio (eg. Sossego; Mon-
ma hidrotermal, contudo o papel de fluidos hidro-
teiro et al. 2008b; Carvalho 2009).
termais externamente derivados foi sugerido (Rios
Também durante o Arqueano, os jaspilitos da
et al. 2003).
Formação Carajás, Grupo Grão Pará (ca. 2,76 Ga;
No Domínio Carajás, depósitos de Cu-Au-(Mo-
Machado et al. 1991) formaram-se em ambiente
W-Bi-Sn) e Cu-Au-(Li-Be-Sn-W), tais como Breves,
marinho a partir da oxidação parcial do Fe 2+ aq na
Águas Claras e Estrela, além de ocorrências esta-
superfície do oceano, subsequente à ressurgên- cia
níferas, relacionam-se espacial e temporalmente
hidrotermal de águas marinhas anóxicas e pro-
com a colocação de granitos anorogênicos do tipo
fundas (Lindenmayer et al. 2001, Macambira 2003,
A. Os depósitos IOCG Alvo 118 (Tallarico 2003),
Fabre et al. 2011).
Gameleira (Pimentel et al. 2003) e Igarapé Cin-
Os depósitos manganesíferos hospedados na
zento (Silva et al. 2005) também apresentam ida-
Formação Águas Claras, que apresentam impor-
de paleoproterozóica. Embora compartilhem evo-
tante enriquecimento supergênico, têm gênese
lução paragenética e fluidal muito semelhante com
inicial semelhante à de depósitos marinhos singe-
os demais depósitos arqueanos dessa classe, fo-
ram considerados como tipos híbridos ou transici-
a canalização dos fluidos.
onais devido à idade. Contudo, não é claro se os
A evolução metalogenética da Província Cara-
sistemas hidrotermais IOCG desenvolveram-se epi-
jás inclui ainda a formação de depósitos lateríti-
sodicamente, como já reportado para outras im-
cos de Ouro, Níquel, Bauxita e enriquecimento su-
portantes províncias com depósitos IOCG (e.g. Se-
pergênico nos depósitos de Ferro e Manganês, que
lwyn-Mount Dore, Mount Isa, Australia; Duncan et
teriam se desenvolvido a partir de 70 a 68 Ma
al. 2011) ou se sistemas hidrotermais arqueanos
(Vas- concellos et al. 1994, Costa et al. 2005)
foram sobrepostos por processos hidrotermais de-
durante o Ciclo Geomorfológico Sul Americano,
correntes da circulação regional de fluidos hiper-
sendo alte- rados pelo Ciclo Geomorfológico
salinos e metalíferos em ca. 1,88 Ga.
Velhas, com perí- odos de significativo
Tanto o depósito de Au-EGP de Serra Pelada
desenvolvimento entre 45 a 36 Ma e de intenso
(1.861±45 Ma; Grainger et al. 2008) como o siste-
intemperismo químico a partir de 26 Ma, seguidos
ma magmático-hidrotermal associado aos depósi-
por intemperismo físico-erosi- vo (Costa et al.
tos de Ferro de Carajás, foram também conside-
2005).
rados paleoproterozóicos e relacionado à coloca-
ção dos granitos anorogênicos em ca. 1.88 Ga (Lo-
Agradecimentos Agradecimentos especiais deve-
bato et al. 2005; Figueiredo e Silva et al. 2008).
se à VALE, em particular aos geólogos Márcio Go-
Dessa forma, a especialização metalogenética
doy, Benevides Aires, Cleive Ribeiro, Roberta P.S.
dos depósitos paleoproterozóicos de Carajás é al-
Morais e Fabrício Franco. À FAPESP (03/09584-3,
tamente variável, como exemplificado pelos depó-
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