Bem de Família Voluntário e Legal/semelhanças e Diferenças
Bem de Família Voluntário e Legal/semelhanças e Diferenças
Bem de Família Voluntário e Legal/semelhanças e Diferenças
diferenças
Anna Paulsen
Estagiária do escritório Bastos, Mendonça e Tovar, Advogados Associados.
Inserido em 1/1/2009
Parte integrante da Edição no 505
Código da publicação: 1966
1 INTRODUÇÃO
A lei brasileira, como já foi visto, não traz uma definição certa do que é o
bem de família. Entretanto, são oferecidos todos os elementos para a
configuração do instituto, permitindo a nós a compreensão do que vem
a ser o bem de família e sua conceituação.
Para Caio Mário da Silva Pereira (Instituições de Direito Civil. Vol IV.
Direito de Família. 2004. P. 557) o bem de família
O bem de família voluntário foi regrado pelo Código Civil de 1916, nos
arts. 70 a 73, e pelo Código Civil de 2002, nos arts. 1.711 a 1.722,
dividindo-se em móveis e imóveis. Tal bem se constitui por atitude
voluntária do proprietário, devendo ser instituído por escritura pública
devidamente registrada.
O terceiro requisito, por sua vez, foi exigido pelo Código Civil com a
intenção de evitar que o instituidor do bem de família constitua tal bem
na tentativa de fraudar os seus credores, visto que o mesmo se reveste
de impenhorabilidade e inalienabilidade.
Foi estabelecido pelo Código Civil em seu art Art. 1.711 um limite a tal
categoria não devendo o valor de tal bem ultrapassar 1/3 do patrimônio
liquido existente na data da liquidação.
Tal instituto surgiu como uma forma de proteger as famílias que não
possuem condições ou mesmo não tem acesso à informações suficientes
para que estas possam proteger a sua moradia. Deste modo, criou-se o
bem de família legal visando uma proteção automática destas famílias
por parte do Estado.
Cabe evidenciar, que por tal instituto ser voltado para as classes menos
favorecidas o mesmo não goza da garantia de inalienabilidade, posto
que muitas vezes a moradia destas famílias é o único bem de valor que
possam vender para uma eventual necessidade de dinheiro.
Cabe destacar que a lei 8.009/90 não especifica uma forma de extinção
do bem de família involuntário. Alguns autores entendem que ele cessa
automaticamente quando cessar a moradia permanente no imóvel
instituído.
4 QUADRO COMPARATIVO
INVOLUNTÁRI VOLUNTÁRIO
O
Goza de Depende de um ato de vontade do instituidor
proteção por
força da lei, ou
seja, independe
de qualquer ato
jurídico
institucional.
Não se
Cessa automaticamente quando cessar a moradia
extingue com a
permanente no imóvel instituído.
dissolução da
sociedade
conjugal
REFERENCIAS
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Bem de família internacional . Jus
Navigandi, Teresina, ano 5, n. 51, out. 2001. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2257>. Acesso em: 26
fev. 2008
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Bem de família. São Paulo. revista dos
tribunais, 1999
BUSSO, Sérgio. Bem de família. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 60,
nov. 2002. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?
id=3443>. Acesso em: 26 fev. 2008.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, 5º vol: Direito
de Família, p. 192.
PEREIRA, Caio Mário. Instituições de Direito Civil. Vol IV. Direito de
Família. 2004. P. 557