MO - Módulo I
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Portal Educação
CURSO DE
MOTRICIDADE OROFACIAL
Aluno:
AN02FREV001/REV 3.0
1
CURSO DE
MOTRICIDADE OROFACIAL
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
2 BASES ANATÔMICAS DA FACE
3 OSSOS DO CRÂNIO
4 OSSOS DO ESQUELETO FACIAL
4.1 MUSCULATURA DA CABEÇA
5 MÚSCULOS DA FACE
5.1 MÚSCULOS DA EXPRESSÃO FACIAL
5.2 MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO
5.3 MÚSCULOS SUPRA E INFRA-HIÓIDEOS
5.4 MÚSCULOS DO PALATO MOLE
5.5 MÚSCULOS DA LÍNGUA
5.6 INERVAÇÃO OROFACIAL
5.7 VASCULARIZAÇÃO SANGUÍNEA DA FACE
MÓDULO II
6 BASES FISIOLÓGICAS DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
6.1 SUCÇÃO
6.2 DEGLUTIÇÃO
6.2.1 Propósitos da Deglutição
6.2.2 Fases da deglutição
6.2.3 Formação da pressão dirigida
6.2.4 Fechamento velofaríngeo
6.2.5 Elevação hiolaríngeo
6.2.6 Proteção da laringe
6.2.7 Contração progressiva da faringe
6.2.8 Abertura do esfíncter esofágico superior (EES)
7 RESPIRAÇÃO
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7.1 VIA NASAL
7.2 DINÂMICA DA RESPIRAÇÃO
7.3 MASTIGAÇÃO
7.4 ATO MASTIGATÓRIO
7.5 FASES MECÂNICAS DA MASTIGAÇÃO
7.6 PADRÃO DE MASTIGAÇÃO
7.7 ESTRUTURAS ENVOLVIDAS NA MASTIGAÇÃO
7.8 FATORES GERAIS CONDICIONANTES DA FORÇA MASTIGATÓRIA
7.9 INSUFICIÊNCIA MASTIGATÓRIA
7.10 FONOARTICULAÇÃO
7.11 MECÂNICA DA FONAÇÃO
MÓDULO III
8 MASTIGAÇÃO
8.1 ALTERAÇÕES NA MASTIGAÇÃO
8.2 MASTIGAÇÃO UNILATERAL
8.3 MASTIGAÇÃO BILATERAL SIMULTÂNEA
8.4 MASTIGAÇÃO SEM VEDAMENTO LABIAL
8.5 MASTIGAÇÃO COM RUÍDO
8.6 MASTIGAÇÃO COM EXAGERADA PARTICIPAÇÃO DA MUSCULATURA
PERIORBICULAR E COM EXAGERADA CONTRAÇÃO DO MÚSCULO MENTUAL
8.7 MASTIGAÇÃO RÁPIDA
8.8 MASTIGAÇÃO LENTA
8.9 MASTIGAÇÃO ANTERIORIZADA
8.10 MASTIGAÇÃO COM MOVIMENTOS MANDIBULARES LIMITADOS
8.11 ALTERAÇÕES DA MASTIGAÇÃO NAS DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR
8.12 EXAME DA MASTIGAÇÃO
8.13 ASPECTOS DA TERAPIA
9 DEGLUTIÇÃO
9.1 FORMAS DE DEGLUTIR
9.2 ALTERAÇÕES NA DEGLUTIÇÃO
9.3 AVALIANDO A DEGLUTIÇÃO
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9.4 ABORDAGEM TERAPÊUTICA
9.5 TRABALHO EM EQUIPE
MÓDULO IV
10 RESPIRAÇÃO
10.1 RESPIRADOR ORAL (RO) E SUAS CONSEQUÊNCIAS
10.2 QUEIXAS E ALTERAÇÕES DO RESPIRADOR ORAL
10.3 AVALIANDO A RESPIRAÇÃO
10.4 OS PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS
10.5 ATUAÇÃO COM CRIANÇAS ENTRE TRÊS E CINCO ANOS
10.6 COMPREENDENDO OS HÁBITOS ORAIS
10.7 ELIMINAÇÃO DE HÁBITOS ORAIS
10.8 FALA
10.9 ALTERAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS DA FALA
10.10 AVALIAÇÃO
10.11 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
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Conhecer as causas e as possibilidades de tratamento nas alterações
anatômicas e funcionais;
Ter conhecimento das adaptações compensatórias nas alterações
anatômicas e funcionais;
Ter conhecimento do desenvolvimento anatômico e funcional e da
terminologia relevante para a miologia orofacial e cervical;
Ter habilidade de análise e interpretação dos dados do paciente
relacionados à condição miofuncional orofacial e cervical;
Compreender os fatores contribuintes e causais relacionados aos
distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais;
Ter conhecimento da complexidade e das relações com os fatores
potenciais etiológicos para os distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais;
Ter conhecimento das relações entre estruturas orofaciais e cervicais,
suas funções e influências nos distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais;
Conhecer as possibilidades dos padrões de mastigação, deglutição,
respiração e articulação;
Conhecer e eliminar os hábitos nocivos que afetem as funções e
estruturas orofaciais;
Conhecer as características esqueléticas e suas possibilidades
funcionais, encaminhando, quando necessário, para outros especialistas;
Reconhecer doenças neurológicas que possam desenvolver distúrbios
miofuncionais orofaciais e cervicais;
Essas são algumas habilidades, conhecimentos e responsabilidade1 do
fonoaudiólogo que quer atuar bem na área de motricidade orofacial, para tanto este
curso vem aprofundar o conhecimento nesta área. Começaremos com as bases
anatômicas da face.
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FONTE: Documento Oficial 02/2002 do Comitê de Motricidade Orofacial da SBFa
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2 BASES ANATÔMICAS DA FACE
Observações:
1) O esqueleto provê força,
estabilidade e uma base de
A cabeça tem um suporte esquelético ou ósseo sustentação para que os
músculos trabalhem e
que é chamado de crânio. Ao todo é composto de 22 produzam o movimento; 2) Os
ossos também servem de
ossos, irregulares ou achatados, que, com exceção da escudos para proteger os
delicados órgãos internos; 3) O
mandíbula são firmemente ligados por articulações sistema musculoesquelético é
formado pelo esqueleto, pelos
chamadas de suturas. Mesmo que seja uma estrutura músculos, tendões, ligamentos
única, didaticamente o crânio pode ser dividido em e outros componentes das
articulações. 4) O esqueleto é o
viscerocrânio (esqueleto da face) e neurocrânio (arcabouço conjunto de todos os ossos do
corpo; 5) O osso é um tecido
ósseo do crânio). orgânico que muda
constantemente e que
A cavidade do crânio é formada por oito ossos desempenha várias funções; 6)
Os ossos possuem duas formas
(frontal, occipital, esfenoide, etmoide, temporal e parietal) principais: plana (como as
placas do crânio e as vértebras)
rigidamente colados entre si através de suturas. Dentro e longa (como os ossos das
pernas e dos braços).
desta cavidade fica alojado o encéfalo e a parte mais alta http://mmspf.msdonline.com.b
r>. Acesso em: 02 abr. 2010; 7)
do crânio é conhecida como calvária ou calota craniana Além dos ossos faciais e
cranianos, a cabeça ainda tem
que protege o cérebro e as meninges encefálicas, as
outros sete ossos, num total de
partes proximais dos nervos cranianos e vasos 29. Eles se encontram no
aparelho auditivo (três pares de
sanguíneos. Os ossos que formam a calvária são formados ossículos na orelha média –
bigorna, estribo e martelo),
de duas lâminas de substância compacta, uma externa e além do osso hioide, que é um
osso ímpar e não articular. O
outra interna, e uma hioide não tem contato direto
com nenhum outro osso do
camada de esqueleto. Zemlin, 2000.
8) Os ossos têm uma função
substância importante – prender os
músculos e proteger os órgãos,
esponjosa, díploe. A por isso, seu metabolismo é
pertinente com estas funções.
inserção dos
músculos e
ligamentos da cabeça é nos ossos do crânio.
FONTE: Partes do crânio - AVANCINI & FAVARETTO.
Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. v. 2.
São Paulo: Moderna, 1997. Disponível em:
<1.bp.blogspot.com/.../s320/Crânio..gif>. Acesso em: 20
set. 2010.
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Os ossos do crânio contribuem também para os espaços que são delineados
e suportados pelos ossos e pelos tecidos moles, exemplos desses espaços são: a
calvária, que aloja o encéfalo, a cavidade oral, a cavidade nasal e a faringe. O crânio
possui um teto semelhante a uma abóbada e um assoalho ou base do crânio que é
composta do etmoide e partes do occipital e do temporal.
O esqueleto da face é a estrutura de sustentação dos órgãos da mastigação,
da produção da fala, da respiração, dos músculos da expressão e dos órgãos dos
sentidos, pois consiste em ossos que circundam a boca e o nariz e dão
conformidade para as órbitas. É composto de 14 ossos articulados entre si por
articulações fibrosas (suturas). A mandíbula é o único osso móvel da face, liga-se ao
crânio por uma articulação sinovial e tem amplos movimentos.
O crânio e o esqueleto da face têm poucas cartilagens, exceto as cartilagens
nasais que têm pouca relação com as funções estomatognáticas. O nariz é formado
de osso e cinco grandes cartilagens e diversas pequenas. As cartilagens maiores
são: duas nasais laterais, duas alares maiores e a cartilagem do septo nasal.
Algumas das menores são: cartilagens alares menor, vomeronasal e sesamoides.
Encontramos também no crânio inúmeros músculos e grupos de músculos. Eles têm
”pontos de referência ósseos específicos para inserção, os quais devem ser
conhecidos porque suas funções fisiológicas são amplamente determinadas pelas
localizações dessas inserções” (PALMER, 2003, p.19).
Estudar o crânio é muito importante, Palmer (2003) salienta que a
terminologia que é usada para identificar os ossos é também utilizada para designar
outras estruturas, por exemplo, o músculo estiloglosso está preso ao crânio no
processo estiloide e vai até a língua. Vejamos abaixo no quadro a divisão didática da
cabeça.
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QUADRO 1 - DIVISÃO DIDÁTICA DOS OSSOS DA CABEÇA
temporal (par)
parietal (par)
frontal (ímpar)
neurocrânio occipital (ímpar)
esfenoide (ímpar)
etmoide (ímpar)
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Antes de falarmos de cada osso do crânio e do esqueleto da face, vamos
nos familiarizar com sua localização, observando as figuras abaixo numa visão
frontal, lateral e inferior do crânio. Podemos observar nas figuras abaixo cada osso
do crânio e do esqueleto da face, além de seus mais importantes pontos de
referência, que envolvem um ou mais ossos.
Numa visão frontal do crânio (F.3) observa-se que três orifícios são mais
aparentes – as duas órbitas e a cavidade nasal. Nas órbitas, que são depressões na
face, encontram-se os globos oculares e seus tecidos associados. Logo abaixo,
entre as órbitas, observamos a cavidade nasal, ela atravessa a profundidade do
esqueleto facial.
1.Osso frontal
2.Glabela
3. Arco superciliar
4. Incisura supraorbital
5. Margem supraorbital
6. Processo zigomático
7. Lâmina orbital do osso
frontal
8. Face orbital do osso
esfenoide
9. Osso nasal
10. Processo frontal do
maxilar
11. Fissura orbital superior
12. Canal óptico
13. Face orbital do osso
zigomático
14. Base do zigomático
15. Forame infraorbital
16. Septo nasal
17. Cavidade nasal
18. Fossa canina da maxila
19. Concha nasal inferior
20. Espinha nasal anterior
21. Corpo da maxila
22. Linha oblíqua da
mandíbula
23. Forame mentoniano
24. Corpo da mandíbula
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25. Protuberância
mentoniana
Abaixo (F.4) podemos ver numa visão lateral dos ossos e estruturas que
compõem o crânio e o esqueleto da face.
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12. Processo coronoide 27. Osso occipital
13. Parte alveolar da 28. Processo mastoide
mandíbula
14. Linha oblíqua da 29. Processo estiloide
mandíbula
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Forame é o nome dado a uma abertura para passagem de vasos e nervos em ossos ou entre
ligamentos.
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1.Forame incisivo 15.Meato acústico
externo
2.Sutura palatina mediana 16.Processo estiloide
(intermaxilar)
3.Processo palatino da maxila 17,Forame
estilomastóideo
4.Processo zigomático da 18.Fossa jugular
maxila
5.Forame palatino menor 19.Forame lacero
6.Forame palatino maior 20.Parte basilar do osso
esfenoide
7.Arco zigomático 21.Fossa condilar
8.Asa maior do esfenoide 22.Côndilo occipital
9.Parte horizontal do osso 23.Forame magno
palatino
10.Espinha nasal posterior 24.Linha nucal inferior
11.Lâmina lateral do 25.Canal carotídeo
pterigoide
12.Vômer 26. Espinha do esfenoide
13.Forame oval 27.Forame espinhoso
14.Fossa mandibular
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Forame jugular – ou lácero posterior – este forame é formado
anteriormente pela porção petrosa do osso temporal e posteriormente pelo osso
occipital. Localiza-se lateralmente ao forame magno, posterolateralmente ao canal
carótico e perto do canal do nervo hipoglosso, Por dentro dele, na parte anterior
passa os nervos cranianos glossofaríngeo, vago e acessório e, na parte posterior, a
veia jugular interna, principal via de drenagem sanguínea do cérebro.
Quadro 2. Divisões do crânio e forames
PRINCIPAIS FORAMES DO CÉREBRO
FOSSA CRANIANA ANT. FOSSA CRANIANA MEDIANA FOSSA CRANIANA POST.
lâmina crivosa – passa o fissura orbital superior ‐ oculomotor, canal carotídeo ‐ artéria carótida
nervo olfatório troclear, e nervo abducente (NC III, IV, interna, plexo simpático,
divisão do VI), nervo oftálmico do
nervo trigêmeo (NC V), veia oftálmica
superior
nervo óptico – canal forame oval ‐ nervo mandibular meato auditivo interno ‐ nervos
óptico e artéria oftálmica divisão do nervo trigêmeo (NC V) facial e vestibulococlear (NC VII
(contém divisão motora), nervo e VIII), nervos intermédios
petroso inferior (do NC IX), artéria
meníngea adicional
forame espinhoso ‐ artéria meníngea canal hipoglosso ‐ nervo
mediana hipoglosso (NC XII)
forame lácero ‐ artéria carótida forame jugular ‐ nervo petroso
interna (os nervos petrosos maiores e inferior; seio sigmoide,
profundos passam através, mas não glossofaríngeo, vago, e nervos
por) acessórios (NC IX, X, XI)
forame magno ‐ medula
espinhal e meninges, artérias
espinhais e veias, artérias
vertebrais, porção espinhal do
nervo acessório (NC XI)
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3 OSSOS DO CRÂNIO
FONTE: Osso etmoide. Disponível em: <www.portalsaofrancisco.com.br>. Acesso em: 20 set. 2010.
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16
FONTE: Osso etmoide Disponível em: <www.portalsaofrancisco.com.br>. Acesso em: 20 set. 2010.
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17
FONTE: Osso esfenoide vista posterior. Disponível em: <www.anatomiaonline.com/osteologia/>.
Acesso em: 20 set. 2010.
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18
FONTE: Osso frontal visão anterior. Disponível em: <www.anatomiaonline.com/osteologia/>. Acesso
em: 20 set. 2010.
Osso parietal – ossos pares que formam o teto e os lados do crânio. Cada
osso é formado por uma lâmina de osso curva, e tem a forma aproximada de um
quadrilátero, tendo duas faces, quatro ângulos e quatro margens. O parietal articula-
se com cinco ossos: occipital, frontal, temporal, esfenoide e parietal do lado oposto.
Na figura 10, podemos observar em verde o osso parietal.
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19
FONTE: Osso parietal. Disponível em: <www.anatomiaonline.com/osteologia>. Acesso em: 20
set. 2010.
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20
FONTE: Osso occipital e coluna cervical. Disponível em:
<commons.wikimedia.org/wiki/File:Occipital_rid..., >. Acesso em: 20 set. 2010.
3
Foliado: que tem aspecto de folhas.
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21
forame magno, comunicando-se por ele com o canal cervical. Nas figuras acima e
ao lado temos uma imagem da localização do occipital junto à coluna cervical (F.12)
e uma imagem da face externa em que podemos observar o forame magno (F.11).
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22
Osso temporal – osso par que forma as laterais do crânio. O osso temporal
(destacado pela seta na figura 13, juntamente com a mandíbula) é muito importante
para o fonoaudiólogo, pois contribui significativamente para os processos da fala e
da audição, é nele que temos a inserção de músculos da mastigação, da língua e da
faringe, aloja a parte principal dos mecanismos da audição periférica e os órgãos
terminais do equilíbrio (Palmer, 2003), por isso vamos estudá-lo com mais
profundidade. Articula-se com cinco ossos: occipital, zigomático, parietal, esfenoide
e mandíbula. A anatomia do osso temporal humano é considerada uma das mais
complexas do organismo, pois se observa em seu interior estruturas nervosas,
vasculares e outras que estão muito próximos, às vezes, separadas apenas por
alguns milímetros. Na literatura encontra-se que o temporal é dividido de três a cinco
partes, aqui seguiremos Palmer (2003) que apresenta quatro partes: escamosa,
mastóidea, petrosa, timpânica.
1ª – Parte escamosa onde encontramos o longo arco que é o processo
zigomático (local de inserção do masseter), que se une ao processo temporal do
osso zigomático, formando o arco zigomático. Encontra-se a fossa mandibular, que
está articulada com o côndilo da mandíbula e a fossa temporal. A parte
escamosa é delgada e em forma de concha, formando as porções lateral, anterior e
superior do osso temporal. Na parte lisa e convexa da porção escamosa temos a
origem do músculo temporal.
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3ª – Parte timpânica – situada na frente do processo mastoide e logo abaixo
das porções escamosa e petrosa, é uma estrutura fina e um tanto torcida que possui
uma lâmina em forma de rolo que forma grande parte do meato acústico externo.
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4 OSSOS DO ESQUELETO FACIAL
Osso palatino.
Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. Acesso em: 20 set. 2010. SOBOTTA, Johannes. Atlas
de Anatomia Humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
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articula-se inferiormente com os maxilares e ossos palatinos e na parte superior com
a lâmina perpendicular do etmoide e com o rostro esfenoidal. O lado posterior é livre
e a anterior articula-se com o septo cartilaginoso.
Lacrimais – são os menores e mais frágeis ossos da face, formam parte das
paredes mediais das órbitas (ao lado da peça em laranja na figura 16). Eles se
articulam com quatro ossos: frontal, etmoide, maxilar e a concha nasal inferior.
Contribui para o sulco lacrimal e para o ducto lacrimonasal.
FONTE: Maxila e palatino, vista inferior. Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. Acesso em: 20
set. 2010. FSOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2000.
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26
Maxila, vista lateral. Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. Acesso em: 20 set. 2010.
SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
FONTE: Representação esquemática dos reforços que dão apoio ao esqueleto facial. Escaneado de
Zemlin, W. R. Princípios de anatomia e fisiologia em fonoaudiologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed,
2000, p. 227.
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cavidade nasal e contribui para a formação de três cavidades: o assoalho e a parede
lateral da cavidade nasal, o teto da boca e o assoalho da órbita. É formado por uma
parte vertical e uma horizontal e apresenta três processos: piramidal, orbital e
esfenoidal.
Maxilas – osso plano e irregular, sendo que juntas contribuem para a
formação do teto da boca, o assoalho e as paredes laterais da cavidade nasal e o
assoalho da órbita. Têm um papel importante na produção da fala. Articula-se com
nove ossos: frontal, etmoide, nasal, zigomático, concha nasal inferior, lacrimal,
palatino, vômer e maxila do lado oposto. Cada osso é formado por um corpo e
quatro processos:
-zigomático – pequeno, irregular, triangular e se articula com o zigomático;
-frontal – forma parte do limite lateral do nariz;
-alveolar – espesso e esponjoso, contem oito alvéolos em que nos adultos
estão alojados os dentes superiores;
-palatino – forma a maior parte do assoalho do nariz e o teto da boca,
formando cerca de ⅔ do palato duro.
Na figura 18 podemos observar uma vista inferior da maxila (em amarelo
claro) e o osso palatino (em cinza).
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Obs.: as maxilas não são ossos maciços, cada uma contém um extenso seio
maxilar. Assim, no adulto, as maxilas são conchas ocas que podem facilmente gerar
as pressões de mordida e mastigação, porém isso não acontece, pois ela recebe
três reforços ósseos que fazem trajeto oblíquo para cima, a partir do arco alveolar.
Veja como são esses reforços que estão apresentados esquematicamente na figura
20. O primeiro percorre o lado medial da órbita, o outro percorre o lado lateral e
dividem-se nos ramos, superior e inferior, cada um com trajeto horizontal de volta
para o zigoma, o ramo superior forma o limite lateral e a parede da órbita, atingindo
o osso frontal. O terceiro reforço é formado pelos processos pterigóideos do osso
esfenoide, estendendo-se do último molar superior até a base do crânio (Zemlin,
2000, p. 225).
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A figura 21 apresenta uma visão anterior da mandíbula, em que podemos
observar as suas estruturas, com destaque para o corpo da mandíbula e os
processos condilar e coronoide.
FONTE: Mandíbula visão anterior. Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. Acesso em: 20 set.
2010. SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2000.
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30
Mandíbula vista lateral Disponível em: <www.auladeanatomia.com>. Acesso em: 20 set. 2010.
SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
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31
A figura 23 apresenta uma vista anteromedial da mandíbula, em que
podemos visualizar algumas estruturas que ficam em sua parte interna. Nesta figura,
observa-se também mais claramente a cabeça da mandíbula. A fóvea4 pterigóidea é
a ligação do músculo pterigóideo lateral. O forame mandibular permite a entrada de
nervos e vasos sanguíneos. Pelo forame mentoniano passa o nervo mentoniano e
os vasos sanguíneos do interior do osso para sua face externa. A linha milo-hióidea
marca o local de ligação do músculo milo-hióideo na mandíbula, contribuindo para o
assoalho da boca (Zemlin, 2000).
O osso hioide – é um osso importante, que faz parte do sistema
respiratório, mastigatório, e fonoarticulatório. É um osso único, situado na parte
anterior do pescoço, abaixo da mandíbula, não se articula com nenhum outro osso e
é suportado pela musculatura do pescoço e suporta a base da língua. Sua forma
parece uma ferradura e dividi-se em corpo e em cada extremidade lateral deste
corpo parte dois prolongamentos chamados de grande e pequeno corno. Veja na
figura 23a, o osso hioide na laringe.
4
Fóvea – termo que significa pequena depressão na superfície de uma estrutura ou órgão (Comitê de
Motricidade orofacial, 2007, p. 33).
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que nos permitem rir, piscar, falar, respirar, mastigar, andar... Temos músculos no
corpo todo – nos membros superiores e inferiores, no tórax, abdômen, cabeça. Aqui
vamos nos detalhar nos músculos que compõem a cabeça, a musculatura do
sistema respiratório, da deglutição e da mastigação. Comecemos nossos estudos
pelos músculos da cabeça que para fins didáticos podem ser divididos em:
Músculos da mastigação – temporal, masseter, pterigóideo medial e
pterigóideo lateral,
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Na figura 24 pode-se observar com clareza a localização lateralmente de
alguns dos músculos da face:
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Na figura 25, vemos além dos músculos da face o esternocleidomastoideo, o
músculo platisma, os músculos do couro cabeludo e da órbita.
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5 MÚSCULOS DA FACE
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Bainhas fasciais - A fáscia é o tecido fibroso que envolve vasos, órgãos e músculos, e ao mesmo
tempo os separa, dá forma ao corpo e viabiliza seus movimentos, ao se estender e transmudar em
ligamentos e tendões e, também, se concentrar em cápsula que revestem juntas e articulações. A
fáscia funciona como um esqueleto fibroso que, suporta os esforços de tensão, enquanto o esqueleto
ósseo suporta os esforços de compressão, que são as duas principais forças motoras atuantes no
corpo humano. Disponível em: <http://www.medicinageriatrica.com.br/2008/08/24/saude-
geriatria/fascia/>. Acesso em: 3 mar. 2010.
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5.1 MÚSCULOS DA EXPRESSÃO FACIAL
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Quadro 3. Músculos da mímica facial, origem, inserção, ação e
inervação.
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO INERVAÇÃO
Levantador do Processo frontal da maxila; Lábio superior na Eleva porção do Ramos
lábio superior margem inferior da órbita; linha mediana lábio superior zigomáticos do
zigomático. nervo facial
Levantador do Fossa canina da maxila Ângulo da boca, Eleva porção do Ramos
ângulo da boca lábio superior lábio superior zigomáticos do
nervo facial
Zigomático Osso zigomático Ângulo da boca, Leva o canto da Ramos
lábio superior boca para cima e zigomáticos do
para trás nervo facial
* frequentemente há uma tira menor de músculo, que é o zigomático menor, fica
adjacente ao zigomático maior
Risório Pele da bochecha e fáscia Pele do ângulo da Retrai o canto da Ramo bucal
sobre o masseter boca boca inferior do
nervo facial VII
Abaixador do Linha oblíqua da mandíbula Ângulo da boca, Abaixa o canto da Ramo marginal
ângulo da boca lábio inferior boca da mandíbula
do nervo facial
Abaixador do Linha oblíqua da mandíbula Lábio inferior entre o Puxar a parte Ramo marginal
lábio inferior ângulo e a linha lateral do lábio da mandíbula
mediana inferior do nervo facial
diretamente para
baixo
Mentual Mandíbula ao longo da Pele do mento Protrai o lábio Ramo
sínfise inferior, enruga o mandibular do
queixo nervo facial
Orbicular dos Quase todo cutâneo (um músculo esfinctérico, Fecha a boca, Ramos bucal
lábios derivado de outros da área, sem origem e inserções franze os lábios, superior e
definidas). É considerado um músculo complexo da comprime os inferior do
área da boca, constituído de fibras musculares lábios contra os nervo facial
derivadas de outros músculos que se inserem nos dentes
lábios. Forma um círculo que circunda a boca.
Bucinador Processos alveolares da Ângulo da boca Distende a Ramos bucal
mandíbula, ligamento misturando‐se com bochecha e a do nervo facial
pterigomandibula fibras de músculos comprime de
que formam os encontro aos
lábios superior e dentes, retrai o
inferior ângulo da boca e
achata o mento
Platisma Fáscia torácica sobre os Protuberância Abaixa a Ramo cervical
músculos peitoral maior, mentual da mandíbula, e o do nervo facial
deltoide e trapézio mandíbula, pele do canto da boca,
mento, ângulo da enruga a ele do
boca pescoço e do
queixo
Occipitofron‐ Aponeurose epicraniana Pele do supercílio e Puxa a pele da fronte Ramo auricular
tal da raiz do nariz, e para cima posterior do
região occipital facial e ramo
temporal do
nervo facial
Obs.: este músculo é dividido em occipital e frontal
Orbicular do Praticamente cutânea; Pálpebras e pele Fecha as pálpebras e as Ramos
olho ligamentos palpebrais; peri‐orbital comprime contra o olho temporal e
lacrimal e maxila zigomáticas do
nervo facial
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Obs.: este músculo divide‐se em porção palpebral, orbitária e lacrimal.
Depressor do Base da mandíbula (da Ângulo da boca Abaixa o ângulo Ramos
ângulo da boca região molar ao tubérculo da boca mandibular e
mentoniano) bucal do nervo
facial
Depressor do Base da mandíbula, acima Lábio inferior Abaixa o lábio Ramos
lábio inferior da origem do depressor do inferior mandibular e
ângulo da boca bucal do nervo
facial
FONTE: Madeira (1998, p.63), Palmer (2003, p. 59), Fouquet, Pires, Bertelli e Gonçalves (2006, p.11-
23) e Faig. Disponível em: <http://www.fosjc.unesp.br/anatomia/mimicos/mimico_2.htm>. Acesso em:
20 set. 2010.
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movimento do que com a força. Parte de suas fibras tem origem no assoalho da
fossa temporal e parte na superfície medial da fáscia temporal. A inserção encontra-
se na face medial do processo coronoide, na crista temporal até as proximidades do
trígono retromolar. É inervado pelo nervo trigêmeo e sua vascularização vem das
artérias temporais profundas, posterior e anterior que são ramos da artéria maxilar
Músculo masseter – tem uma conformação retangular, sendo um músculo
extremamente forte. Ele é constituído de duas partes: uma superficial e uma parte
profunda. Sua parte superficial tem origem na margem inferior do osso zigomático,
estendendo-se até a sutura zigomático-temporal, e, a parte profunda tem origem na
margem inferior e na face medial do arco zigomático, estendendo-se até a
eminência articular. Insere-se nos dois terços inferiores da face lateral do ramo da
mandíbula. É inervado pelo Nervo massetérico (ramo do mandibular do nervo
trigêmio), e sua irrigação arterial vem da artéria massetérica (a. maxilar).
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Músculo pterigóideo medial – apresenta fibras curtas e trançadas. Suas
fibras fazem trajeto para trás, para baixo e para a lateral, inserindo-se na face medial
do ramo e do ângulo da mandíbula. Tem origem na fossa pterigóidea, entre as
lâminas, lateral e medial do processo pterigoide. Na sua origem o pterigóideo medial
relaciona-se lateralmente com o músculo pterigóideo lateral. Forma com o masseter
a alça mandibular, que é uma faixa muscular na qual o ângulo da mandíbula fica
repousado e que fixa o ramo do crânio. A inervação deste músculo é dada pelo
nervo pterigóideo medial (trigêmeo), e a vascularização pelos ramos pterigóideos da
artéria maxilar.
Músculo pterigóideo lateral – possui dois feixes distintos o inferior e o
superior. Quando o feixe inferior se contrai coloca os côndilos da mandíbula em
rotação e os abaixam em direção aos tubérculos articulares, abrindo e protruindo a
mandíbula, neste momento o feixe superior permanece inativo, atua principalmente
na estabilização do fechamento da boca. O ponto de origem do feixe superior é na
superfície infratemporal da asa maior do osso esfenoide, enquanto o feixe inferior se
origina na face lateral da lâmina lateral do processo pterigóideo. Os dois feixes têm
inserção na fóvea pterigóidea do colo da mandíbula. A inervação deste músculo é
dada pelo nervo pterigóideo lateral (trigêmeo), e a vascularização pelos ramos
pterigóideos da artéria maxilar.
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Quadro 4 – Músculos da mastigação, origem, inserção, ação e inervação.
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO INERVAÇÃO
Temporal Fossa temporal e sua Margem anteriores dos
Eleva e retrai a Trigêmeo –
fáscia de cobertura ramos da mandíbula e
mandíbula divisão
processos coronoides mandibular
Masseter Arco zigomático Face lateral do ângulo e
Eleva a Trigêmeo –
ramo mandíbula divisão
contra a mandibular
maxila
Pterigóideo Lâmina lateral do Ramo e ângulo da face Eleva e protrai Trigêmeo –
lateral processo pterigóideo, medial da mandíbula a mandíbula divisão
palatino, túber da mandibular
máxila
Pterigóideo A cabeça superior nasce Côndilo da mandíbula e Abaixa a Trigêmeo –
medial da fossa infratemporal disco articular mandíbula, divisão
e asa maior do leva a mandibular
esfenoide; a cabeça mandíbula
inferior nasce da face para frente e
lateral da lâmina lateral para os lados.
do processo
pterigóideo do
esfenoide
FONTE: Palmer, JM. Anatomia para a fonoaudiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan,
2003, p. 62.
São músculos que têm sua inserção ou origem no osso hioide e tem como
ação dar movimento e estabilidade a este osso. Os supra-hioides localizam-se
acima do osso hioide e os infra-hióideos abaixo do hioide na altura do pescoço. As
funções destes músculos são abaixar o osso hioide e a laringe, assim como fixar o
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osso hioide (os infra-hióideos) para que os músculos supra-hióideos tenham a ação
de abaixar a mandíbula.
Quadro 5 . Músculos supra e infra‐hióideos
MÚSCULOS SUPRA‐HIÓDEOS
MÚSCULO INSERÇÃO SUP. INSERÇÃO INF. AÇÃO INERVAÇÃO
Digástrico
Ventre ant. Fossa digástrica da Tendão intermediário Eleva o osso Nervo
mandíbula hioide puxando Mandibular – do
trigêmeo
Ventre post. Processo mastoide Tendão Intermediário Eleva o osso Nervo Facial
do osso temporal hioide puxando
Estilo‐hióideo Processo estiloide Osso hióideo Eleva o osso Nervo facial
(temporal) hioide
puxando‐o para
trás
Milo‐hióideo Linha miloióidea Osso hióideo Traciona o osso Nervo
(mandíbula) e rafe hioide para mandibular do
tendinosa frente e para trigêmeo
cima
Gênio‐hióideo Espinha Osso hióideo Traciona o osso Nervo
mentoniana hioide para hipoglosso
(mandíbula) frente e para
cima
MÚSCULOS INFRA‐HIÓDEOS
Esternocleido‐ Borda inferior do Face posterior do Abaixa o osso Alça Cervical
mastoideo corpo do osso manúbrio do esterno e hióideo (C1, C2 e C3)
hioide 1/4 medial da clavícula
Esternotireo‐ Lamina da Face posterior do Abaixa o osso Alça Cervical
hióideo cartilagem tireoide manúbrio do esterno e hioide e a (C1, C2 e C3)
da laringe 1ª cartilagem costal cartilagem
tireoide
Tireo‐hióideo Osso hióideo Lâmina da cartilagem Abaixa o osso Alça Cervical
tireoide hióideo (C1, C2 e C3)
Omo‐hióideo Abaixa o osso Alça Cervical (C1,
Ventre Superior Borda inferior do Tendão hióideo e puxa‐o C2 e C3)
corpo do osso intermediário levemente para
hioide trás
Possui dois ventres e um tendão intermediário
Inserção Medial do Ventre Inferior: Tendão intermediário
Inserção Lateral do Ventre Inferior: Borda superior da escápula
FONTE: Disponível em: <http://www.miologia.hpg.com.br/pescoco.html#digastrico>. Acesso em: 20
set. 2010.
O palato mole é uma parte do palato duro, uma extensão de tecido mole
músculo membranosa, é móvel, e com isso produz mudanças no volume e formato
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das duas cavidades – oral e nasal. É o principal contribuinte do fechamento
velofaríngeo, que é muito importante na deglutição e na fala. É constituído
principalmente de músculos, sendo que cinco músculos compõem a parte principal.
Na figura 27 abaixo, podemos ver os músculos do palato.
Quadro 6. Músculos do palato mole
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO INERVAÇÃO
Levantador do Ápice da parte Rafe6 do palato Eleva o palato Nervo vago, plexo
véu palatino petrosa do mole para faríngeo
temporal, tuba encontrar a
auditiva parede posterior
da faringe
Tensor do véu Fossa do Rafe do palato, Tensiona o palato Nervo trigêmeo,
palatino esfenoide, lâmina tuba auditiva mole, abre a tuba ramo mandibular
lat. do processo auditiva durante a
pterigóideo, deglutição
margem post. do
palato duro
Úvula Espinha nasal Túnica mucosa da Eleva e encurta a Nervo vago (plexo
post., rafe do úvula úvula faríngeo)
palato
Palatoglosso Funde‐se com os Rafe do palato Eleva a porção Nervo vago (plexo
musc. transverso post. da língua, faríngeo)
e superficial e a constringe o istmo
face inf. da língua das fauces7,
6
Rafe: uma linha formada pela união de duas partes (fonte: Palmer, 2003, p, 252)
7
Fauces – espaço entre a boca e a faringe (fonte: Palmer, 2003, p. 250).
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abaixa o lado do
palato
Palatofaríngeo Post. à cartilagem Rafe do palato Abaixa o palato Nervo vago (plexo
tirepoidea, mole, ajuda a faríngeo)
paredes da elevar a laringe e
faringe a faringe,
constringe o istmo
das fauces
FONTE: Palmer, J. M. Anatomia para a fonoaudiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan,
2003, p. 69.
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músculos extrínsecos têm sua origem em outra parte do corpo e se ligam a língua e
os intrínsecos originem-se na própria língua. A língua é formada de corpo e raiz.
Quadro 7. Músculos da língua
MÚSCULOS INTRÍNSECOS DA LÍNGUA
MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO NERVO
Vertical Margens da língua Face interna da Alarga e acha a Nervo hipoglosso
próximo das língua ponta da língua
pontas
Transverso Septo da língua Mucosa dos lados Alonga, estreita e Nervo hipoglosso
da língua engrossa a língua,
eleva os lados
Longitudinal Hioide, parte Ápice da língua Cria um dorso Nervo hipoglosso
inferior interna da língua convexo, abaixa a
ponta
Longitudinal Porção faríngea Lados e ápice da Encurta a língua, Nervo hipoglosso
superior (ímpar) próximo da língua eleva a ponta e as
epiglote margens da
língua, forma um
dorso côncavo
MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DA LÍNGUA
Estiloglosso Processo estiloide Margem lateral da Eleva a parte Nervo hipoglosso
do temporal língua posterior da
língua, retrai a
língua protraída
Genioglosso Espinha geniana Fáscia da língua, Várias fibras Nervo hipoglosso
superior na face dorso da língua, trabalham para
lingual da corpo do hioide abaixar, retrair e
mandíbula protrair a língua
Hioglosso Corno maior do Metade posterior Abaixa e retrai a Nervo hipoglosso
hioide do lado da língua língua
Palatoglosso Já descrito no quadro 6
Gênio‐hioideo Já descrito no quadro 5.
Milo‐hióideo Já descrito no quadro 5.
FONTE: Palmer, J. M. Anatomia para a fonoaudiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan,
2003, p. 80 e 83.
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Douglas (2002) apresenta um quadro que sintetiza os grupos musculares do
sistema estomatognático:
Quadro 8 – Músculos estomatognáticos
Músculos estomatognáticos
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(área que se estende sobre o ângulo da mandíbula). Os nervos motores da face são
o nervo facial, para os músculos da expressão facial, e a raiz motora do nervo
mandibular para os músculos da mastigação (masseter, temporal, pterigoide medial
e lateral). Com exceção do elevador da pálpebra superior, que é inervado pelo nervo
oculomotor, e da musculatura mastigatória que é inervada pelo nervo trigêmeo,
todos os outros músculos da face são inervados pelas fibras provenientes da porção
inferior do núcleo do nervo facial (Gomes, Vasconcelos e Bernardes, 2004).
A porção sensitiva do nervo trigêmeo inerva as estruturas superficiais e
profundas da face, boca e mandíbula e a porção motora é responsável pela
inervação dos músculos da mastigação, o palato mole, o músculo milo-hioide e o
ventre anterior dos músculos digástricos. Lesões neste nervo podem gerar vários
sintomas: provocar fraqueza/dificuldades na mastigação, devido à paralisia causada
na musculatura responsável, maior sensibilidade aos sons, devido à paralisia do
músculo tensor do tímpano, falta de sensação no lado da lesão, perda do reflexo
corneano, perda do tônus muscular no assoalho da boca (Zemlin, 2000). Os
músculos do palato mole têm inervação do vago (plexo faríngeo), menos o tensor do
véu palatino que é inervado pelo trigêmeo, ramo mandibular. Os músculos supra e
infra-hióideos são inervados pelo trigêmeo, facial, hipoglosso, e alça cervical (C1, C2
e C3), conforme visto no quadro 5. Os músculos da língua são inervados pelo
hipoglosso, exceto o palatoglosso que recebe sua inervação do plexo faríngeo do
nervo vago.
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nervos sensitivos da face. Esta artéria segue para cima num curso tortuoso em
direção ao ângulo da boca e é coberta pelo músculo platisma e o risório. Segue
profundamente até os músculos zigomáticos e levantador do lábio superior e corre
ao longo do nariz até ao ângulo medial do olho, onde se anastomosa8 com os ramos
terminais da artéria oftálmica. Divide-se em quatro ramos distintos, sendo eles:
a artéria submental, artéria labial inferior, a artéria labial superior e a artéria
lateral do nariz. Veja na figura abaixo as ramificações da artéria carótida.
FIM DO MÓDULO I
8
Anastomosa – juntar por anastomose, ou seja, comunicação entre dois vasos sanguíneos ou outras
formações tubulares (Dicionário Aurélio)
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