Esporte, Ensino, Saúde e Políticas Públicas
Esporte, Ensino, Saúde e Políticas Públicas
Esporte, Ensino, Saúde e Políticas Públicas
CONSELHO EDITORIAL
Prof. Dr. Marcius de Almeida Gomes – UNEB/BA
Prof. Dr. Paulo Cezar Borges Martins – UNEB/BA
Profa. Me. Margaret Pereira Arbués – UFG/GO
Prof. Me. Edson Matias Dias – PUC/GO
Profa. Dra. Sueli Ribeiro Mota Souza – UNEB/BA
Prof. Dr. Antônio Lopes Ribeiro – FATEO/DF
Profa. Dra. Sandra Célia Coelho G. S. S. de Oliveira – UNEB/BA
Prof. Dr. Krzysztof Dworak – PUC/SP
Prof. Dr. Luís Flávio Reis Godinho – UFRB/BA
Prof. Dr. Itamar Pereira de Aguiar – UESB/BA
Profa. Me. Larissa Silva de Abreu Rodrigues – UNEB/BA
Profa. Me. Ivanete Prado Fernandes – UNEB/BA
Dra. Berta Leni Costa Cardoso - UNEB/BA
Angelo Maurício de Amorim
Deyvis Nascimento Rodrigues
Ricardo Franklin de Freitas Mussi
(Orgs.)
ESPORTE:
ensino, saúde e políticas públicas
Coleção:
MOVIMENTAÇÃO: DEBATES E PROPOSTAS
Volume 2
Goiânia-GO
Kelps, 2017
Copyright © 2017 by Angelo Maurício de Amorim et al
Editora Kelps
Rua 19 nº 100 — St. Marechal Rondon- CEP 74.560-460 — Goiânia — GO
Fone: (62) 3211-1616 - Fax: (62) 3211-1075
E-mail: kelps@kelps.com.br - homepage: www.kelps.com.br
ISBN:978-85-400-1954-6
CDU:796
DIREITOS RESERVADOS
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2017
5
APRESENTAÇÃO
PREFÁCIO
SOBRE OS ORGANIZADORES
5 APRESENTAÇÃO
7 PREFÁCIO
11 SOBRE OS ORGANIZADORES
Introdução
O handebol e a finta
O handebol é um esporte coletivo de invasão do espaço ocu-
pado pela equipe adversária podendo haver contato físico entre
os adversários (ESTRIGA, MOREIRA, 2014), caracterizado pela
cooperação entre os membros de sua equipe e oposição aos da
equipe adversária (KNIJNIK, 2004). É atividade esportiva dinâ-
mica e simples, com gestual oriundo da vida cotidiana, essencial-
mente infantil, como o correr, o saltar e o arremessar (SANTOS,
2003), é dinâmico e intenso, sendo considerado de fácil aprendi-
zagem motora (ALVARENGA et al., 2014). Dentre suas especifi-
cidades, trata de esporte coletivo resultante da evolução histórica
de diversos jogos populares europeus. Seu objetivo é marcar gols
com uso das mãos sem invadir a área de gol do campo adversário.
Na quadra atuam sete jogadores em cada equipe, sendo um, obri-
gatoriamente, o goleiro. As equipes se alternam nas fases do jogo:
atacar x defender, retorno a defesa x contra-ataque; defesa x ata-
que; contra-ataque x retorno a defesa (GRECO, ROMERO, 2012).
Os gestos handebolisticos fundamentais para a concretiza-
ção dos ataques devem associar passe, recepção, finta e arremesso,
enquanto as ações de defesa conjugam deslocamentos, bloqueios
e marcações (HESPANHOL Jr et al., 2012). A finta, com a posse
da bola, objetiva o drible do adversário em até três passos (REIS,
2006) sendo uma das principais ações de ataque do handebol, jun-
tamente com o passe, recepção e arremesso.
Ao se pensar na estruturação do jogo 1x1, relacionado com
a busca de superação do defensor pelo atacante com a posse de
bola, faz-se necessário um conjunto de aspectos articulados para
a concretização da ação que envolvem articulação entre as capa-
cidades coordenativas, habilidades motoras e tomadas de decisão
(GRECO, BENDA, 1998).
Dentre os aspectos que envolvem a situação-problema
20 Prof. Me. Angelo Maurício de Amorim, Prof. Me. Ricardo Franklin de Freitas Mussi, Prof. Esp.
Vitor Camarão Paiva, Prof. Esp. Alexandra da Paixão Damasceno de Amorim, Prof. Dr. Juarez
Vieira do Nascimento
Considerações Finais
O jogo no processo de iniciação possibilita aos participantes
vivenciarem situações-problemas onde terão que constantemente
perceber, analisar e decidir sobre o que fazer seja com ou sem a
bola, atacando ou defendendo.
Assim, conclui-se que, bem como os outros fundamentos
da modalidade em questão, a finta oferece possibilidades de in-
corporação de um trato pedagógico pautado numa perspectiva
permeada pela ludicidade, o prazer e um aprendizado significati-
vo das intenções das aulas de handebol na iniciação esportiva em
qualquer ambiente educacional: escola, clube, projeto social.
Trazer o jogo “amarelinha” do universo infantil e transfor-
má-lo pedagogicamente mostrou-se uma possibilidade factível e
profícua para designar estímulos às relações intervenientes das
capacidades coordenativas do elemento finta com passadas da
modalidade handebol.
32 Prof. Me. Angelo Maurício de Amorim, Prof. Me. Ricardo Franklin de Freitas Mussi, Prof. Esp.
Vitor Camarão Paiva, Prof. Esp. Alexandra da Paixão Damasceno de Amorim, Prof. Dr. Juarez
Vieira do Nascimento
Referências
Introdução
1 Tal método, conhecido como Método Desportivo Generalizado, foi iniciado na França e buscou
agregar o conteúdo esportivo à Educação Física, dando ênfase ao aspecto lúdico. Utilizava-se
do jogo de maneira mais livre, flexível e com poucas regras para atingir seu objetivo (DARIDO;
RANGEL, 2005).
OS EVENTOS ESPORTIVOS ESCOLARES E A CULTURA DO ESPORTE NAS ESCOLAS: 37
PERCEPÇÕES DE ALUNOS E PROFESSORES
Procedimentos Metodológicos
A pesquisa foi desenvolvida na cidade de Ilhéus, localizada
no Sul da Bahia. Foram incluídas na pesquisa as escolas estaduais
participantes das quatro últimas edições dos Jogos Escolares da
Rede Pública (JERP).
A amostra foi constituída pelo critério de amostragem não
probabilística intencional, uma vez que a escolha dos elementos
da amostra foi feita de forma não-aleatória, existindo um proce-
dimento de seleção dos elementos da população segundo critérios
estabelecidos pelos pesquisadores. Desta forma, foram seleciona-
OS EVENTOS ESPORTIVOS ESCOLARES E A CULTURA DO ESPORTE NAS ESCOLAS: 39
PERCEPÇÕES DE ALUNOS E PROFESSORES
Resultados e Discussões
2 Os dados que compõem este capitulo foram retirados do regulamento dos Jogos Escolares da
Rede Pública e dos resumos elaborados pela coordenação.
3 Ibid.
OS EVENTOS ESPORTIVOS ESCOLARES E A CULTURA DO ESPORTE NAS ESCOLAS: 41
PERCEPÇÕES DE ALUNOS E PROFESSORES
De acordo com declaração de P3, P5, P6, P7, P8, não po-
deria haver melhor proposta de competição esportiva que esta,
de incluir os alunos com menos habilidades e de evidenciar mais
a participação que a competição. Mas, isto faz com que os alu-
nos que possuem mais habilidades se eximam de fazer parte, pois,
OS EVENTOS ESPORTIVOS ESCOLARES E A CULTURA DO ESPORTE NAS ESCOLAS: 43
PERCEPÇÕES DE ALUNOS E PROFESSORES
AA7b: [...] tem gente que nem sabe jogar nada, mas, tem
que fazer né (sic)?
Considerações Finais
Ao buscar conhecer o papel dos eventos esportivos escola-
res como ferramenta de consolidação do esporte nas escolas es-
taduais de Ilhéus-Bahia, pode-se apontar algumas considerações
acerca de tal questão. Foi constatado que os eventos esportivos
escolares contribuem para a consolidação do esporte na escola.
Porém, para isso é necessário que os professores assumam o com-
promisso com o esporte escolar não somente durante o período
de eventos. A partir disso, é proposta uma reflexão dos professo-
res frente aos depoimentos realizados pelos alunos contidos nesta
pesquisa.
A visão de esporte escolar, tanto por parte dos alunos
quanto por parte dos professores não foge da abrangência de
48 Profa. Esp. Ticiana Santos Belmonte Vieira, Profa. Me. Ana Gabriela Alves Medeiros, Prof. Dr.
Cristiano de Sant’anna Bahia, Profa. Dra. Doiara Silva dos Santos
Referências
Introdução
anseios, pois este possui a função plural na vida humana, pois se-
gundo Moreira (1992, p.114):
Considerações Finais
Acreditamos que as escolas tentam fazer com que o desen-
volvimento integral dos alunos aconteça, mas essa proposta, ao
que parece, acontece de maneira equivocada isto é, os alunos con-
tinuam submetidos ao confinamento na sala de aula. Nesse aspec-
to, toda atenção é para os aspectos cognitivos e consequentemen-
te apenas utilizando o cérebro e o corpo é colocado em segundo
plano. Em especial nas aulas de Educação Física, o corpo entra
em evidência e muitos pensam que o cérebro pouco é acionado, já
que nas aulas apropriam-se do modelo do “fazer por fazer”. Vemos
62 Prof. Me. Júlio César Rodrigues, Prof. Me. Marijunio Rocha Pires, Profa. Dra. Regina Maria
Rovigati Simões
Referências
Introdução
Métodos
Este estudo descritivo e documental foi conduzido por meio
da análise dos dados eletrônicos da base de dados do Diretório
de Grupos de Pesquisa do CNPq (http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/
consulta/consulta_parametrizada.jsf). A busca dos GP foi realiza-
da em junho de 2016, através da expressão “esporte coletivo”, não
tendo sido empregados filtros. Os GP foram selecionados consi-
derando os seguintes critérios de inclusão: grupos certificados;
atualizados a menos de um ano; com, no mínimo, uma linha de
pesquisa específica para os esportes coletivos. Em caso de dúvidas
quanto à classificação como específica, foi feita a análise das pala-
vras-chave e do objetivo da linha de pesquisa.
Após a seleção dos GP, foram extraídas as seguintes infor-
mações: nome do grupo, unidade da federação, nome da institui-
ção, grande área de vinculação, ano de formação, tipo do vínculo
com o grupo (professor, estudante ou técnico), quantidade de li-
nhas de pesquisa totais e específicas para os esportes coletivos.
A produção dos líderes dos GP foi analisada através da
análise do currículo Lattes disponível em http://lattes.cnpq.br/.
70 Prof. Dr. Thiago Ferreira de Sousa, Profa. Ma. Sueyla Ferreira da Silva dos Santos, Prof. Dr.
Cristiano Sant’Anna Bahia, Prof. Me. Francisco Teixeira Coelho
Resultados e discussão
Foram encontrados, no total, 24 GP, tendo sido excluídos
oito, os quais estavam certificados, mas não atualizados. Desta
forma, 16 GP compuseram o universo de análise deste estudo.
Essa quantidade de grupos foi inferior à detectada nos grupos que
estudaram atividade física e envelhecimento, que somaram 40
grupos (BORGES et al., 2012); atividade física e saúde, que perfi-
zeram 141 grupos (SANTOS et al., 2012); lazer das pessoas com
deficiência, que totalizaram 165 grupos (SILVA, MENDONÇA,
SAMPAIO, 2014). A menor quantidade de grupos relacionados
aos esportes coletivos pode ter contribuído para a menor pro-
dução associada ao tema, pois se infere que as áreas com maior
quantidade de grupos, como atividade física e saúde, têm apresen-
tado aumento considerável no número de publicações (HALLAL
et al., 2007; RAMIRES et al., 2014).
A Figura 1 apresenta o ano de formação dos grupos. O pri-
meiro grupo de pesquisa relacionado aos esportes coletivos foi ca-
dastrado em 2004. O ano de 2013 foi o que apresentou maior nú-
mero de grupos cadastrados na plataforma. O aumento de grupos
em determinados anos pode ser atribuída à realização de megae-
ventos esportivos no Brasil, como a Copa do Mundo de Futebol
de Campo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016, que podem
ter maximizado o potencial de exploração das diferentes modali-
dades de esportes coletivos.
CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA QUE ESTUDAM O ESPORTE 71
COLETIVO
Continuação do Quadro 1.
Grupo de Estudos
e Pesquisas sobre
Esporte e Humanidades 2 - Esportes Coletivos
(Universidade Estadual de
Campinas)
Grupo de Pesquisa
- Métodos de avaliação do
Biopsicossocial em
desempenho e prescrição
Educação Física 3
de exercício em esportes
(Universidade Católica de
individuais e coletivos
Brasília)
Grupo de Pesquisa - Análise de desempenho
em Esporte e Gestão - Cognição e Ação Esportiva
8
(Universidade de
Pernambuco) - Fisiologia Aplicada ao Esporte
Grupo de Pesquisa
em Esportes Coletivos - Aspectos da cognição
e Atividade Física 2 ligados ao esporte coletivo e a
(Universidade Federal de atividade física
Pernambuco)
Laboratório de
Comportamento Motor - Cognição e desempenho
3
(Universidade Federal de esportivo
Lavras)
- Análise das produções
Laboratório de Dimensões
científicas no esporte
Sociais Aplicadas à - Lazer, Cultura e Educação
Atividade Física e ao
5
Esporte (Universidade - Reflexão sobre a história dos
Federal Rural do Rio de esportes
Janeiro)
Laboratório de Estudos
Aplicados em Pedagogia
do Esporte e Educação - Estudos Aplicados em
3
Física Escolar (Centro Pedagogia do Esporte
Universitário Adventista de
São Paulo)
CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA QUE ESTUDAM O ESPORTE 75
COLETIVO
Continuação do Quadro 1.
- Análise de jogo e de
desempenho
Laboratório de Estudos
em Esporte Coletivo - Biodinâmica do Esporte
3
(Universidade Federal de - Metodologia do ensino
Pelotas) e treinamento do Esporte
Coletivo
Considerações finais
A representatividade dos GP relacionados à temática
dos esportes coletivos aumentou nos últimos anos, com des-
taque para a maior concentração nas regiões sudeste e centro
-oeste. As linhas de pesquisa caracterizam-se pelo aprimora-
mento dos conhecimentos sobre os métodos de ensino técni-
co e tático; sobre o desempenho e sobre a intervenção motora
de praticantes e atletas, especialmente no futebol. Em relação
à produção acadêmica, a maior concentração de publicações
evidenciou-se no formato de artigo publicado em periódicos
nacionais.
O cenário de pesquisa sobre os esportes coletivos apresenta
perspectivas promissoras de ascensão e consolidação, mediante o
envolvimento dos estudantes e o crescimento do número de GP
que abordam essa temática. É preciso, no entanto, que os pesqui-
sadores vinculados aos GP direcionem seus estudos para discus-
sões sobre os esportes coletivos no contexto da Educação Física
Escolar, abordando suas várias vertentes pedagógicas como fenô-
meno esportivo com sentidos e significados sociais, educacionais
e culturais.
CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA QUE ESTUDAM O ESPORTE 79
COLETIVO
Referências
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80 Prof. Dr. Thiago Ferreira de Sousa, Profa. Ma. Sueyla Ferreira da Silva dos Santos, Prof. Dr.
Cristiano Sant’Anna Bahia, Prof. Me. Francisco Teixeira Coelho
Introdução
Na escola, embora a Educação Física apresente como um
componente curricular de muito prestigio para os estudantes, nem
sempre é valorizada como um conhecimento socialmente relevante
no contexto educacional. Muitas vezes, fica restrita à prática dos
quatro esportes coletivos: futebol, basquete, voleibol e handebol,
sem nenhuma contextualização em relação ao um trato pedagógico.
Neste sentido, cabe ainda ressaltar que, há uma monocultu-
ra esportiva que se destaca, principalmente pela prática exclusiva
do futebol. Uma dinâmica hegemônica, que através do esporte,
auxilia na validação de sentidos e significados que estão intima-
mente ligados à reprodução dos princípios capitalista da socie-
dade moderna, a exemplo da competição, individualismo, rendi-
mento e eficiência.
84 Prof. Pedro Alves Castro, Daiane Fabrícia Vaz de Oliveira Sousa, Prof. Esp. Marlon Messias
Santana Cruz, Profa. Dra. Marília Freire
Materiais e Métodos
A experiência aqui relatada teve a duração de uma unidade,
que compreende um período de dois a dois meses e meio, dentro
do planejamento escolar. No sistema de ensino em que se atua, o
ano letivo é dividido em quatro unidades e o trabalho se desenvol-
veu na segunda unidade do ano letivo de 2016.
Para a obtenção dos resultados e para as suas respectivas
análises, utilizou-se dos “registros reflexivos”. Estes consistiram
em um registro escrito, realizado após as aulas, nos quais o pro-
fessor relatava as experiências vivenciadas em sala de aula, assim
como a participação dos estudantes, suas falas, reações durante as
vivências e debates.
Ao iniciar o ano letivo 2016, e tendo como base os pressu-
postos da perspectiva Cultural da Educação Física (Neira e Nunes,
2008), iniciaram-se os trabalhos com a realização de um mapea-
mento, que de acordo com Neira (2011) significa identificar as
diversas manifestações corporais que estão disponíveis aos estu-
dantes, mesmo que não componham as suas experiências, mas
que, de alguma forma, se encontrem no entorno da escola ou em
um universo cultural mais amplo.
Para isso, foi proposto à turma, que era composta por 35
estudantes, que construíssem um painel temático, com o intuito
de responder, o que é Educação Física e como a mesma se mani-
festa em seu cotidiano. Os estudantes foram divididos em grupos
e foi entregue a cada um uma cartolina para o registro coletivo, e
ao mesmo tempo individual, de acordo a variedade de elementos,
que foram surgindo.
88 Prof. Pedro Alves Castro, Daiane Fabrícia Vaz de Oliveira Sousa, Prof. Esp. Marlon Messias
Santana Cruz, Profa. Dra. Marília Freire
Resultados e Discussão
A primeira ação realizada foi um mapeamento, com o obje-
tivo de conhecer as manifestações da cultura corporal, que eram
vivenciadas pela comunidade escolar. Neste primeiro momento,
os estudantes confeccionaram um painel, no qual deveriam trazer
através de desenhos, imagens, frases, as representações da Edu-
cação Física em suas vidas, apresentando-o perante toda a sala,
ao final. Um dos alunos relatou em sua fala a seguinte situação,
“Profs, a Educação Física aparece de várias formas na minha vida,
engraçado que aqui na escola é só futsal, e é tanta coisa que a gente
prática né?”.
Segundo Neira e Nunes (2011), o momento de seleção sobre
o tema a ser desenvolvido nas aulas de Educação Física, consoli-
da-se a partir do mapeamento do patrimônio cultural corporal
da comunidade, de acordo com o que defende o Multicultura-
lismo Crítico e os Estudos Culturais como teorização curricular
da Educação Física. Nesta primeira ação, nota-se que a partir de
uma ação simples, ocorreu uma possibilidade mais efetiva para
a compreensão e leitura da realidade dos estudantes, ou seja, de
um melhor (re) conhecimento das várias manifestações da cultura
corporal pertencentes à comunidade escolar.
A fala, através do diálogo, é um espaço fundamental para o
processo educacional, por isto, a apresentação oral, ou mesmo de
espaços para o dialogo mostra-se fundamental, sendo que nesta
experiência teve sua valorização, considerando os seus sentidos e
significados. De acordo com Freire (1996) o dialogo é um espaço
importante para a construção do conhecimento, principalmente
pela relação de troca que se estabelece através da fala dos atores
sociais envolvidos.
O ESPORTE A PARTIR DA PERSPETIVA CULTURAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA: FUTSAL 91
É COISA DE MENINO?
Considerações Finais
Após a realização desta prática pedagógica, pode-se afirmar
que, a proposta de desenvolver o futsal a partir da Perspectiva
Cultural, pôde evidenciar várias situações que são as bases para a
construção das relações de gênero e sua perpetuação pelo tempo,
assim como a efetivação dos sentidos e significados atribuídos aos
elementos da cultura corporal.
98 Prof. Pedro Alves Castro, Daiane Fabrícia Vaz de Oliveira Sousa, Prof. Esp. Marlon Messias
Santana Cruz, Profa. Dra. Marília Freire
Referências
Introdução
Tipo de lesões
Para que o planejamento da abordagem preventiva seja feita
de forma adequada, faz-se necessário conhecer a epidemiologia
das lesões traumato-ortopédicas, levando em consideração que há
variação conforme a modalidade esportiva.
Como não é possível descrever neste capítulo a epidemiolo-
gia de todas as modalidades, aqui apresentar-se-á informações re-
ferentes às lesões mais comuns numa abordagem generalista, sem
apresentar dados epidemiológicos.
As lesões traumato-ortopédicas no esporte são classificadas
de diversas formas segundo o tipo de lesão (Quadro 01) e gravi-
dade da lesão (Quadro 02).
PREVENÇÃO DE LESÕES NO ESPORTE 103
Considerações finais
Como as lesões esportivas comprometem diretamente o de-
sempenho e permanência do atleta no esporte, essas devem ser
abordadas de forma preventiva com o intuito de diminuir a inci-
dência de lesões e também evitar a recidiva.
Os pilares dos modelos e estratégias de prevenção já estão
bem elucidados na literatura, porém novos estudos devem ser rea-
lizados para evidenciar os efeitos de intervenções que utilizaram
esse modelo.
110 Me. Karla Katarine Rodrigues Teixeira Bastos, Esp. Keyla Iane Donato Brito Costa, Me. Ricardo
Ribeiro Badaró, Me. Neyla Ladeia Gomes Duarte, Profa. Dra. Berta Leni Costa Cardoso
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FONSECA, S. et al. Integration of stress and their relationship
to the Kinetic chain. In: MAGGE D.J; ZACHAZEWSKI, J.E;
PREVENÇÃO DE LESÕES NO ESPORTE 111
Introdução
Métodos
Trata-se de uma pesquisa descritiva de corte transversal,
com amostra censitária, desenvolvida a partir de dados secundá-
rios. A população deste estudo foi constituída pelo quadro mascu-
lino de árbitros da Federação Bahiana de Handebol (FBHb) que se
credenciaram para atuação no ano de 2014, totalizando sete indi-
víduos, sendo quatro árbitros nacionais, um regional e dois esta-
duais. As medidas antropométricas foram obtidas entre os meses
de abril e maio de 2014, antes do início da temporada estadual de
competições handebolísticas.
Os dados antropométricos (massa; estatura; perímetros e
116 Prof. Me. Ricardo Franklin de Freitas Mussi, Prof. Me. Angelo Maurício de Amorim, Prof. Esp.
Deyvis Nascimento Rodrigues, Prof. Me. Antônio Marcos Andrade da Costa, Prof. Dr. Edio
Luiz Petroski
Resultados
Os árbitros baianos credenciados pela FBHb para atuarem
durante o ano de 2014 apresentaram 36,9+9,2 anos de idade e
12,9+9,6 anos experiência de arbitragem em média.
A análise de prevalência indicou que o excesso de peso cor-
poral e a obesidade central estão presentes em, respectivamente,
71,4% e 42,9% dos árbitros avaliados. O somatotipo apresentou
perfil mesomórfico (músculo relativo), seguido do endomórfico
(gordura relativa) e do ectomórfico (linearidade relativa).
Todas as informações descritivas sobre o perfil antropomé-
trico dos participantes do estudo podem ser acessadas na tabela 1.
118 Prof. Me. Ricardo Franklin de Freitas Mussi, Prof. Me. Angelo Maurício de Amorim, Prof. Esp.
Deyvis Nascimento Rodrigues, Prof. Me. Antônio Marcos Andrade da Costa, Prof. Dr. Edio
Luiz Petroski
Discussão
A presente investigação, com árbitros credenciados pela
FBHb para atuação durante o ano de 2014, identificou valores e
prevalências aumentadas nas análises de excesso de peso (sete-dé-
cimos) e de obesidade central (dois-quintos), além disso foi iden-
tificado perfil meso-endomorfo como somatotipo geral.
A faixa etária dos participantes dessa investigação é maior
que a dos árbitros catarinenses de handebol (SILVA et al, 2010),
portugueses de futsal (REBELO et al, 2011), mas, é próxima dos
árbitros brasileiros de basquete (BONGANHA et al, 2013). A ida-
de média também é maior que a dos atletas de handebol da Bah-
ia (AMORIM et al, 2015), da seleção brasileira e demais seleções
participantes do mundial masculino de 2013 (GHOBADI et al,
PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS ÁRBITROS BAIANOS DE HANDEBOL 119
Conclusões
A presente investigação, possivelmente a primeira com
a determinação de indicadores antropométricos de obesidade
e do somatotipo em árbitros de handebol, identificou um perfil
antropométrico com marcantes presenças de excesso de peso e
obesidade central, que podem influenciar negativamente no de-
PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS ÁRBITROS BAIANOS DE HANDEBOL 125
Referências
Introdução
Métodos
No que diz respeito ao procedimento metodológico, este
trabalho se caracteriza como uma pesquisa documental, de ca-
ráter exploratório e de natureza qualitativa. A escolha deste tipo
de estudo se deu pela possibilidade de se apropriar, por meio dos
134 Prof. Me. Temistocles Damasceno Silva, Prof. Dr. Laumar Neves de Souza, Prof. Dr. Felipe
Eduardo Ferreira Marta, Prof. Me. Bruno Morbeck de Queiroz
Considerações Finais
Ao analisar ordenamento legal do setor esportivo local pô-
de-se concluir que, o primeiro ciclo da política esportiva local
viabilizou uma série de atos legais que possibilitaram vários be-
nefícios ao setor esportivo, tais como: a reformulação do CMEL; a
146 Prof. Me. Temistocles Damasceno Silva, Prof. Dr. Laumar Neves de Souza, Prof. Dr. Felipe
Eduardo Ferreira Marta, Prof. Me. Bruno Morbeck de Queiroz
Referências
Introdução
1 O método francês teve concorrência da ginástica calistênica ou calistenia, criada por americanos
tendo como base no método sueco e espalhada pela Associação Cristão de Moços, foi defendida
por Ruy Barbosa, como melhor método de Educação Física para o sexo feminino. (GOYAZ,
2003).
POLÍTICAS PÚBLICAS DE ESPORTE NO BRASIL: DO IMPÉRIO AO REGIME MILITAR 155
Considerações Finais
A partir do supracitado podemos perceber que a Educação
Física foi concebida com diferentes roupagens desde o Império até
a modernidade, tendo em comum o fato de ela estar presente nas
ações governamentais, sendo por muitas vezes foco das mesmas,
provando assim a grande relevância e contribuição dessa área de
conhecimento para o percurso histórico político brasileiro.
A Educação Física foi, sem dúvidas, uma das mais impor-
tantes ferramentas utilizada pelos governantes para que assim
fosse possível para os mesmos alcançarem objetivos diversos
em diferentes épocas, fato esse que nos evidencia também a
multifuncionalidade da Educação Física, uma vez que os obje-
tivos buscados, bem como a maneira de utilização da mesma
são distintos.
É plausível considerar também que alguns dos percursos
políticos no que tange ao atendimento, persuasão e/ou influência
das massas, possivelmente não teriam ocorrido sem a utilização
da Educação Física para tal. Com isso, concluímos que a Educa-
ção Física foi um importante pilar da política brasileira.
Referências
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