Material de Estudo - Transportador Correias

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Transportadores Contínuos para Granéis Sólidos Transportadores Contínuos para Granéis Sólidos

CAPÍTULO 5 – TRANSPORTADOR DE CORREIA (TC)

5.1 – Componentes de um TC

Um transportador de correia envolve uma serie de elementos que devem


ser bem analisados, pois todos tem fundamental importância para o coreto
funcionamento do equipamento.
Onde os principais componentes do TC são:

 Correia;
 Tambores;
 Acessórios;
 Guias laterais;
 Roletes;
 Freios;
 Chute;
 Estrutura;
 Drive (conjunto de acionamento) – composto por um motor elétrico e um
sistema de transmissão (redutor de velocidade – para as correias tem-se
velocidades baixas, com cerca de 1,2 e 4 m/s);

Fig. 3 – Esquemático de um transportador de correia

A figura a cima apresenta um desenho esquemático de um transportador de


correia onde podemos visualizar cada componente que o compõem.

1. Estrutura 11. Rolete de retorno;


2. Correia transportadora; 12. Rolete auto-alinhante de carga;
3. Conjunto de acionamento; 13. Rolete auto-alinhante de retorno;
4. Tambor de acionamento; 14. Rolete de transição;
5. Tambor de retorno; 15. Chute de alimentação;
6. Tambor de desvio; 16. Guias laterais;
7. Tambor de esticamento; 17. Chute de descarga;
8. Tambor de encosto; 18. Raspador;
9. Rolete de carga; 19. Limpador.
10. Rolete de impacto;
Fig. 2 – Transportador de correia

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5.1.1 – Estrutura

É composta por todos os elementos de sustentação que envolve um TC,


tais como: apoio, torres, colunas, treliças, suportes, torre de transferência e etc.

5.1.2 – Correia

Tida como a parte principal do transportador, por ser o componente que


estará em contato direto com o material transportado, e que corresponde a um
valor de 30 a 40 % (confirmado com o engenheiro Caribe, J. Macedo) do valor
total do transportador. A correia tem a sua seleção baseada nos seguintes Fig. 4 – Correia com aletas Fig. 5 – Transportador de correia com
aspectos: alta inclinação

1. Características do material transportado; Analisa-se também, pelas características do material e do transporte


2. Condições de serviço; efetuado, o tipo de emenda, que será utilizado na correia. Maiores detalhes
3. Tipos de roletes; sobre: emenda, estocagem das correias serão apresentados no capitulo 7.
4. Largura (determinada por cálculo);
5. Tensão máxima (determinada por cálculo); 5.1.3 – Tambores
6. Tempo de percurso completo;
7. Temperatura do material; Construídos normalmente em aço, têm como função principal tracionar a
correia para o funcionamento do transportador, sendo neste caso, papel exercido
Uma correia transportadora é constituída basicamente de dois elementos: pelo tambor motriz, onde está acoplada a motorização.
carcaça e coberturas, sendo que cada parte é especificada para o tipo transporte Com a movimentação da correia movem-se também os demais
solicitado. componentes e o tambor movido, que promove o seu apoio. Os tambores
A carcaça é o elemento de força da correia, pois dela depende a possuem também outras funções no transportador, tais como a de efetuar
resistência para suportar a carga, a resistência para suportar as tensões e flexões desvios e dobras na correia. Sendo assim, podemos ter a seguinte classificação
e toda a severidade a que é submetida à correia na movimentação da carga. As para os tambores:
fibras têxteis são os elementos mais comumente usados na fabricação dos
tecidos integrantes das carcaças, porem elas também podem ser construídas por a) Acionamento – utilizado na transmissão de torque, pode estar localizado
cabos de aço. na cabeceira, no centro ou no retorno;
As coberturas das correias são designadas para proteger a carcaça contra b) Retorno – efetua o retorno da correia a sua posição inicial e em alguns TC
o ataque do material transportado. são responsáveis pelo tensionamento da correia, esta localizado na
As correias podem ter suas coberturas lisas ou não lisas. extremidade oposta ao terminal de descarga;
As correias com coberturas lisas atendem ao transporte do material em c) Esticador – utilizado para manter a tensão ideal para o funcionamento do
plano horizontal e podem também operar em plano inclinado, contanto que não transportador;
ultrapassem os ângulos especificados pelos fabricantes. d) Dobra – utilizado para desviar o curso da correia;
As com correias com cobertura não lisa são utilizadas no transporte de e) Aletado – este tipo de tambor tem uma configuração especial, de modo a
produtos em inclinações que podem atingir até 45º, motivo pelo qual são não permitir que o material transportado ao cair no lado do retorno, seja
fabricados em vários relevos pressionado contra correia danificando-a. Pode ser aplicado como tambor
de retorno ou de esticamento nos esticadores automáticos verticais;
f) Magnético – Este tambor é aplicado nos transportadores, comumente
localizados no terminal de descarga e sua função é separar elementos
magnéticos do material transportado;
g) Encosto – utilizado para aumentar o ângulo de contato com o tambor de
acionamento.

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 Nervurados – utilizados para o transporte de materiais muito abrasivos ou


granulados, que podem aderir à correia.
Para o seu dimensionamento são consideradas a largura e as tensões da
correia e cada componente que constitui a estrutura do tambor possui seu próprio
cálculo de dimensionamento.

Fig. 6 - Tambores de acionamento com revestimento

A estrutura de um tambor possui os seguintes componentes principais:

1. Corpo; Fig. 8 – Tambor com acionamento interno


2. Discos laterais;
3. Discos centrais;
4. Cubos; 5.1.4 – Roletes
5. Elementos para transmissão de torque;
6. Eixo;
São conjuntos de rolos, geralmente cilíndricos, e seus respectivos
7. Mancais; suportes. Estes rolos podem efetuar livre rotação em torno de seus próprios eixos
8. Revestimento; e são instalados com o objetivo de dar suporte à movimentação da correia e guiá-
la na direção de trabalho. Podem ser encontrados montados com um único rolo,
com rolos múltiplos, e são encontrados nos seguintes tipos:

Roletes de impacto - roletes localizados no ponto de descarga do material sobre


o transportador, destinando-se a suportar o impacto deste material sobre a
correia. São constituídos de vários anéis de borracha montados sobre um tubo de
aço e são montados com pequenos afastamentos entre os rolos.

Fig. 7 – Esquemático de um tambor


Fig. 9 – Roletes de impacto
De acordo com sua montagem, os tambores podem se apresentar sendo
lisos ou revestidos e de três formas diferentes:
 Planos – utilizados para aplicações em geral;
 Abaulados – utilizados onde seja necessário melhorar o alinhamento da
correia;

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Roletes de transição – Esses roletes têm por finalidade acompanhar


gradativamente a mudança de concavidade da correia ao se aproximar dos
tambores de descarga ou na saída do tambor de retorno. Em geral, estes roletes
são providos de rolos laterais reguláveis que proporcionam à correia uma
mudança de planos suave e sem desequilíbrio de tensões.

Rolete de retorno com anéis – Tipos de roletes de retorno onde os rolos são
constituídos de anéis de borracha, de modo a evitar o acumulo do material no
rolete e promover o desprendimento do material aderido à correia.

Fig. 10 - Atuação dos roletes de impacto.


Rolete em espiral – Tipo de rolete de retorno onde o rolo tem forma de espiral,
Roletes de carga – Estes roletes em geral são localizados no lado superior do destinado a promover o desprendimento do material aderido à correia.
transportados e sua função é suportar a correia transportadora, bem como a
carga que esta sendo movimentada por ela. Os roletes de carga podem ter as
seguintes configurações: planos, duplos, triplos, em catenária com 3 ou 5 rolos ou
espiralados. Os roletes duplos, triplos e em catenária têm maior capacidade de
carga que o plano, devido ao acamamento que proporcionam à correia.

Fig. 13 – Rolete em espiral

Rolete em catenária – Conjunto de rolos suspensos dotados de interligações


articulados entre si permitindo o deslocamento longitudinal ou transversal ao
transportador e adaptando-se ao formato da correia.

Fig. 11 – Roletes de carga

Roletes de retorno – roletes no qual se apóia o trecho de retorno da correia.


Possui a montagem com maior espaçamento entre si. São constituídos de anéis
de borracha separados por distanciadores e montados sobre um tubo de aço.

Roletes auto-alinhante (carga e retorno) – Conjunto de rolos dotado de Fig. 14 – Rolete em catenária
mecanismo giratório acionado pela correia transportadora de modo a controlar o
deslocamento lateral da mesma, usualmente utilizados tanto no trecho carregado Roletes guias – Estes rolos dispostos verticalmente em relação às bordas da
quanto no de retorno. correia são fixos e sua função é guiar a correia, principalmente na entrada dos
Esse tipo de rolete pode possuir dois braços laterais que avançam tambores, evitando que a mesma seja jogada contra estrutura. Este tipo de rolo
paralelos a correia, porem em sentidos opostos ao seu movimento. Na só deve ser usado em ultima instância, pois provoca uma autodestruição das
extremidade desses braços são colocados rolos que ficam a 90º da correia. Por bordas da correia e conseqüente cisalhamento das lonas da carcaça.
qualquer circunstância que a correia tenha desalinhado sua borda tocará no rolo
vertical, provocando um movimento giratório do conjunto, formando um certo 5.1.5 – Conjunto de alimentação
ângulo em relação à correia. Esse desvio angular cria uma força que obriga a
correia à procura seu centro original, reinstituindo assim o alinhamento (Fig. 13). a)Chute ou bica de descarga: é um dispositivo afunilado destinado a receber o
material transportado e dirigi-lo convenientemente à correia transportadora de
modo a carregá-la equilibradamente e sem transbordamento da carga
São utilizados como elementos de ligação nos sistemas integrados de
transportadores contínuos, como por exemplo, para ligar a saída de um bocal de
um silo até a descarga sobre o transportador. Podem ser encontrados nas
Fig. 12 – Roletes auto-alinhante seguintes configurações:

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 Chute com cascata; Os alimentadores em geral estão localizados sob pilhas de estocagem ou
 Chute com caixa de pedra; sob depósitos do material, que caindo sobre os alimentadores tem o fluxo
 Chute telescópico; regulado para a correia.
 Chute espiral;
 Chute com comporta regulável; 5.1.6 – Conjunto de descarga
 Chute para transferência de material fino;
 Chute com peneiramento. O meio mais comum de descarga do material da correia é através do
tambor de cabeça, derrubando e empilhando-o no local pré-determinado. Porem
se no terminal de descarga for instalado um chute adequado o material poderá
ser estocado em silos laterais ao sistema ou então transferi-lo para outra correia
a fim de ser estocado e m outra área.
Quando o projeto visa descarregar o material em diversos locais ao longo
do sistema transportador é recomendável o uso de trippers ou desviadores.

a) Desviadores simples – são fabricados com chapas ou barras em formatos


variados (normais ou em “V”) e que agem sobre a correia provocando a saída
lateral de todo o material transportado ou de apenas uma parte dele. Podem ser
Fig. 16 - Chute com caixa de pedra fixos na estrutura do transportador ou montados em dispositivos giratórios, dando
Fig. 17 - Chute com uma característica retrátil ao desviador.
Fig. 15 - Chute comporta regulável
telescópio b)Tripper - Dispositivo móvel instalado sobre trilhos que, provocando uma
modificação no deslocamento da correia, consegue efetuar descargas do material
transportado em qualquer ponto intermediário lateral do transportador. São
Para instalações mais simplificadas podem ser utilizadas calhas para utilizados em casos onde a descarga do material deve ser feita em pontos
transferência de material entre os transportadores. diferentes ou ao longo de todo o percurso de transporte, e podem ser de dois
tipos:

b1)Manual – utilizado para pequenas descargas e em alturas baixas, desloca-se


sobre o transportador através de manivelas e sua construção é bastante
simplificada;

Fig. 18 - Calha

Na visualização dos dispositivos de ligação nos sistemas integrados


podemos determinar a importância das moegas e tremonhas que são os
elementos de armazenamento intermediário do material transportado, do qual
será despejado nos elementos de transferência – calhas ou chutes. Fig. 19 - Tripper acionado por cabo
b)Alimentadores: são dispositivos responsáveis por regular a distribuição de B2)Motorizado – tripper de maior porte que trabalha de maneira automatizada,
material em toda extensão da correia, já que em TC com fluxo irregular de carga, em descargas de alta capacidade. Podem ser controlados remotamente e
ocorrem de setores da correia ter falta de material, enquanto em outros setores possuem dispositivos de segurança (chaves fim-de-curso) e parada (freios).
ocorre sobrecarga; provocando assim queda de produto da correia o que
influencia na capacidade projetada do equipamento.

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5.1.8 – Dispositivos de segurança

5.1.8.1 – Freios
São utilizados para evitar a continuidade de descarga do transportador
após o seu desligamento, em situações de emergência ou em caso de controle
de aceleração para a partida.

Fig. 20 - Tripper motorizado

Fig. 22 - Freio

5.1.8.2 – Contra-recuos
Possuem o mesmo princípio dos freios e são encontrados em
transportadores montados em aclive, para que não ocorra o retrocesso do
transportador em caso de desligamento.

Fig. 21 – Esquema de funcionamento de um tripper


5.1.9 – Acessórios de um transportador

5.1.7 – Conjunto de acionamento Para o funcionamento do transportador são necessários outros dispositivos
que colaboram para flexibilizar a sua utilização e também para a sua manutenção
Acoplado ao(s) tambor (es) motriz (es), tem a função de promover a e conservação.
movimentação do transportador e o controle de sua velocidade de trabalho.
É constituído de um motor elétrico, acoplamentos hidráulicos (para
potencias superiores a 75HP), tambores, dispositivos de segurança e uma 5.1.9.1 – Esticador de correia
transmissão (redutor) e são projetados de acordo com o tipo de transporte e a Tem como principal função garantir a tensão conveniente para o
potência transmitida. acionamento da correia,e,além disso, absorver as variações no comprimento da
Podem ser instalados em três posições: na cabeceira do transportador, no correia causadas pelas mudanças de temperatura, oscilações de carga, tempo de
centro e no retorno. Para o seu dimensionamento deve ser analisados o perfil do trabalho e etc.
transportador, o espaço disponível para sua instalação e operação, a potência
transmitida, o sentido da correia e as tensões que nela atuam. Automático por gravidade – funciona através de um tambor que recebe uma força
contínua aplicada por um contrapeso. Pode ser instalado em qualquer ponto do
ramo frouxo da correia, próximo a um dos tambores principais;

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Viradores de correia - Através do uso de tambores de giro provoca-se uma


rotação de 180º na correia após a sua passagem pelo tambor de cabeceira e
próximo ao tambor de retorno ela é rotacionada novamente em 180º no sentido
oposto. Deste modo o lado sujo da correia não entra em contato com os roletes
de retorno. Deve -se considerar bastante à distância de giro que é feito na correia
para evitar o surgimento de tensões excessivas em suas bordas.

Fig. 23 - Esticador por gravidade

Parafuso – funciona através da montagem de duas roscas ligadas ao eixo do


tambor do esticador, nas quais deve ser aplicado um torque para promover o
deslocamento do eixo e, conseqüentemente, promover o esticamento da correia.
Deve ser montado exclusivamente no tambor traseiro do equipamento (Fig. 21).
Fig. 25 – Virador de correia

Limpadores simples – Atuam em contato com o ramo limpo da correia, antes dos
tambores de esticamento e de retorno, para evitar que o material chegue a cair
deste lado da correia e acabe por danificar a correia, os tambores e os roletes de
carga.
São constituídos de uma estrutura de aço reta ou em “V”, com uma lâmina de
Fig. 24 - Esticador de parafuso borracha encaixada e agindo sobre a correia por força de seu próprio peso.
5.1.9.2 – Acessórios de limpeza Limpadores por jato d’água – Atuam no lado sujo da correia, no trecho de retorno
São considerados equipamentos indispensáveis ao funcionamento dos da correia para desgrudar as partículas aderidas à correia, por meio de esguicho
transportadores de correia, principalmente nos que transportam materiais de água que age diretamente sobre a sujeira.
abrasivos ou pegajosos, aumentando a vida útil da correia e dos tambores. São
determinados pelos raspadores, limpadores simples, limpadores por jato d’água e
viradores de correia. 5.1.9.3 – Guias laterais
Utilizadas nos casos onde há vibração e onde existe a tendência do
Raspadores – Atuam em contato com o lado sujo da correia, após o tambor de material derramar da correia. Sua aplicação também é indicada na zona de
descarga do material e fazendo com que o material raspado caia na calha de carregamento, como prolongamento da tremonha.
descarga, para evitar danos aos tambores de desvio e aos roletes de retorno.
Encontramos os seguintes tipos:
5.1.9.4 – Coberturas
Raspador de lâmina dupla com contra peso; a)Superior – Protege o material transportado contra as intempéries, bem com a
Raspador de lâminas simples – com contrapesos ou com mola; correia evitando o ressecamento pela ação do sol.
Raspador de lâminas múltiplas – com contrapesos ou com molas;
Raspador de lâmina seccionada com contrapesos; b)Inferior – Protege que materiais da parte superior da correia, sujeira ou
Raspador de lâminas articuladas por molas; qualquer corpo estranho caiam no lado limpo da correia.
Raspador rotativo de escovas;
Raspador rotativo de lâminas;

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5.1.9.5 – Passadiço equipamentos, inclusive para atividades portuárias, onde são utilizados os
“Passarela” construída ao longo do comprimento da correia com intuito de carregadores de navio (shiploader*) e os descarregadores (shipunloader*).
facilitar a manutenção e operação As recuperadoras (reclaimers*) servem para recuperação do material
estocado. Operam recolhendo o material das pilhas e alimentando os
5.2 – Estocagem transportadores de correia que o levam ao seu destino.

Quando estudamos um problema de movimentação, estudamos também a


questão do armazenamento dos materiais, pois em linhas gerais um não existe
sem o outro.
As formas mais habituais de armazenamento dos materiais nos sistemas
de movimentação de graneis sólidos são as pilhas ao céu aberto, as baias de
armazenamento e os silos, podendo ser aéreos ou subterrâneos.

Fig. 28 - Recuperadora

Fig. 26 - Silo
5.3 – Cálculo da capacidade do transportador (método Faço)
Parte fundamental de muitas instalações onde ocorrem transportes de
materiais a granel, a estocagem utiliza-se de vários equipamentos para a sua A capacidade (Q) de um transportador é função da sua secção transversal,
administração. O pátio de estocagem constitui-se das pilhas de estocagem e dos da velocidade da correia(V) e do peso específico do material ().
equipamentos para movimentação do material: transportadores de correia,
empilhadoras e recuperadoras. C = C tabelado . V . K ;.
As empilhadoras (stackers*) servem para formação das pilhas de
estocagem. Operam fazendo a distribuição do material recebido dos
transportadores de correia através de trippers neles instalados e acoplados as 5.3.1 – Cálculo da potência e esforços de acionamento
empilhadoras.
O acionamento em um transportador de correia pode ser feito, além da
forma normal, também em dois tambores de acionamento – chamado
acionamento duplo. Neste caso são utilizados dois conjuntos de acionamento
independentes acionando cada um dos tambores. Esta configuração é utilizada
para transportadores que operam com tensões elevadas.
A potência utilizada para a movimentação do transportador é composta por
quatro parcelas:
 Parte necessária para vencer a inércia de roletes, tambores e correia.
 Parte necessária para deslocamento horizontal do material transportado;
 Parte necessária para deslocamento vertical do material, em
transportadores montados ema aclive ou declive;
 Parte necessária para superar os atritos de acessórios (raspadores,
Fig. 27 - Empilhadora limpadores, etc.) – para conseguir aceleração do material, etc.
Para o cálculo desta potência podemos utilizar o método prático ou o método
Para a análise correta da estocagem deverão ser considerados os CEMA, que é mais rigoroso e detalhista. Para demonstração será utilizado o
diversos tipos de empilhadoras e recuperadoras para integrar os diversos

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método prático, que é utilizado para transportadores simples com até 100 metros
de comprimento e baixa capacidade. a) Preparação: materiais necessários
As fórmulas a seguir estão descritas no Manual FAÇO, e dele devem ser  Régua;
obtidos os dados constantes em tabelas para a conclusão dos cálculos. Sua  Calculadora;.
aplicação será melhor visualizada na resolução de exercícios.  Papel quadriculado (Tamanho adequado ao “layout” da fábrica);
Para o cálculo da potência utilizamos:  Tabela com as propriedades dos materiais;
 Manual FAÇO;
Q
N e  V  Nv  N g   N1  N h b) Dados de entrada
100  Qualidades dos materiais a serem transportados;
 Proporção entre os materiais;
Onde temos:
 Vazão (t/h);
 Ne = potência total efetiva (HP);
 Fluxo dos materiais;
 Nv = potência para acionar o transportador vazio a uma velocidade de 1,0
 Planta baixa da fábrica (“layout”);
m/s (HP);
 N1 = potência para deslocar 100 t/h de material de uma distância L na  Cotas de elevação;
horizontal (HP);  Indicação do marco norte da indústria;
 Nh = potência para elevar ou descer 100 t/h de material de uma altura H  Indicação do marco zero da indústria;
(HP);
 Ng = potência para vencer o atrito das guias laterais à velocidade de 1,0 c) Atividades críticas
m/s, que deve ser desprezada se as guias forem de comprimento normal.  Fazer desenhos de simulação dos transportadores e seus acessórios
(desenhos animados), para obter distâncias e comprimentos básicos;
Obtendo esta potência Ne , pode-se determinar a potência do motor, e a  Calcular ângulo de acomodação para cada material;
determinação da tensão efetiva da correia - Te - , que é a força tangencial que  Escolher largura da correia e respectiva velocidade (Tab. 1-05);
movimenta a correia.  Escolher fator de correção (K) da capacidade (Tab. 1 -03);
 Calcular capacidade volumétrica (C t) do transportador.
75  N e
Te   Verificar C tabelado (Tab. 1 -04);
V  Verificar para o C tabelado o Ângulo de Acomodação da Correia (AAcorreia) -
(Tab. 1-04);
onde temos: C  C tot
Oc  tab
 Ne = potência total efetiva (HP); C tot
 Te = tensão efetiva (kgf);
 V = velocidade da correia (m/s).  Calcular o valor da ociosidade (Oc):
 Se o ângulo de acomodação da correia for maior do que o ângulo de
5.3.2 – Cálculos de dimensionamento de TC’s acomodação do material, ou se a ociosidade for maior do que 30%,
escolher nova largura de correia, velocidade e refazer os cálculos
O procedimento de cálculo apresentado a seguir possui caráter apenas subseqüentes;
didático. Será simulada a resolução de um problema típico sobre  Calcular o comprimento das guias laterais (Lt = 0,20 x L);
dimensionamento de um transportador de correia, de acordo com as resoluções  Calcular a potência efetiva do transportador (PP. 1-27, Tab. – 17, 18, 19,
pré-determinadas no manual FAÇO. 20);
Para resolução de problemas sobre transportadores é muito importante à  Calcular a potência necessária do motor elétrico, em função do rendimento
utilização de ferramentas de desenho, seja em CAD ou manualmente, para dar deste;
ao projetista as configurações corretas de espaço disponível tanto nas  Calcular a tensão efetiva na correia (PP. 1-27);
visualizações em planta quanto na determinação de cotas de altura (3-D). Para o  Calcular comprimento total da correia;
caso de transportadores de correia simples determinar sua utilização até um  Calcular relação vazão – potência;
ângulo máximo de inclinação de 20º.  Verificar em quanto tempo os materiais das pilhas são consumidos;
Deve ser considerada também a utilização contínua da Tabela de
Propriedades dos Materiais, para a determinação dos impactos que cada material
oferece ao transportador e ao meio-ambiente.

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d) Resultados esperados
 Memorial de cálculo; 5.4 – Exercício resolvido
 Especificação da correia;
 Memorial descritivo sobre as considerações no projeto; Questão 1: Calcular a potência do TC para a soja integral com vazão de 191 t/h e
 Desenhos; com o seguinte layout:
 Lista de materiais;

e) Alguns arranjos 66m


MAT: SOJA INTEGRAL
Q = 191t/h
Layout:
I = 10º
C = 66m
C27NW 10o
C - Granular < ½”
Qent 2 – Escoamento fácil 20 – 29º
7 – muito abrasivo
Qent N – contém poeira explosiva
= 0,8t/m3

Qsaída Qsaída
Qent
Vazão volumétrica
Qent  Q  191 
Cc    Cc  
0,8 
 100,53m3 / h
VK 2,5  0,95
Qsaída Qsaída
Qent
K = fator de correção da capacidade.Depende da inclinação 
V = velocidade da correia. Dependa da largura da correia (m/s)

Qent A largura é arbitrada


Qsaída
L1 = 24”
Qsaída Cc1 = 100,53 m3 /h
Olhando a tabela do faço verificamos que: para a largura de 24” a capacidade
volumétrica é ligeiramente maior (107 m3 /h).
O ângulo = 20º

OBS.:É preciso verificar se atende as condições de projeto

1ª Condição = Âng. Repouso din.(âng. Rep. Estático –15º)  (tabelado).


C  Ct
2ª Condição = Ociosidade = c 100  30 %
Cc
3ª Condição = inclinação = 20º
4ªCondição = Quando passar por um prédio manter uma distância em altura de
2m

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5ª Condição = Quando passar por uma rua considerar uma distância de 5m de VISTA SUPERIOR
altura

Verificações:
1ª Condição
ARD = 29 –15 = 14º  = 20º
ARD < 

Conclusão: Não atende a 1ª condição, devemos procurar ou uma outra largura ou


uma nova capacidade volumétrica com a mesma largura anterior.
Nova correia:
L1 = 24”, C t2 = 103 m3 /h =>  = 5º

Nova verificação:
1ª Condição
ARD = 14º e  = 5º ARD >  VISTA LATERAL

Conclusão: A 1ª condição foi atendida.


2ª Condição
100,53 103
OC  100  2, 45%
100,53

Conclusão: A 2ª condição foi atendida.

CÁLCULO DA POTÊNCIA (HP):


Q
Nr  V  Nv  Ng   N1  N h
100
Os valores são verificados na tabela do faço na pág. 1.28

Nv = 1,61HP Ng = 1,66HP N1 = 1,47HP , Nh = 4,3HP

Considerar o comprimento das guias laterais = 20% => L gl = 13,2m


191
N r  2,5  1,61  1,66   1,47  4,3  19, 2HP
100

Nr = 19,2HP  = 90%

19, 2
Nf   21,33 HP
0,9 Questão 3: Dimensionar os transportadores de correia na instalação da fábrica
mostrada abaixo, para levar o material das pilhas A e B até a unidade de
5.5 – Exercícios propostos processamento C, considerando duas etapas:

Questão 2: Esquematize com perspectiva, vistas, cortes e planta baixa um TC a)Desconsiderar a presença da rua que atravessa a fábrica;
b)Considerar a presença da rua (que deve ser transposta a uma altura mínima de
montado sobre ponte rolante e que atenda a um espaço de descarga com
extensão de 20m x 100m. 5m) e do prédio D (do qual o TC deve ter afastamento de 2m);

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Transportadores Contínuos para Granéis Sólidos Transportadores Contínuos para Granéis Sólidos

Dados de entrada: PILHA A


MAT : MILHO INTEGRAL
Materiais A = milho integral;  = 0,9t/m3
B = soja integral; C25N
Vazão = 167 t/h; C – granular abaixo de ½”
Proporção do produto A(2);B(1) 3 – escoamento médio AR = 39º
Fluxo de A 0 / B 0 para C 0; 5 – não abrasivo
Cotas de altura Piso = 0 m N – contém poeira explosiva
Ponto C 0 = + 7 m
PILHA B
MAT : SOJA INTEGRAL
 = 0,8t/m3
C27NW
C - granular abaixo de ½”
2 – Escoamento fácil AR = 29º
7 – Muito abrasivo
N – Contém poeira explosiva
W – Podem afetar as peças de borracha

PLANTA BAIXA

Ao – descarga; O material é retirado do ponto de descarga das pilhas, através de reclaimers, e é


Bo – descarga; levado até o ponto AB.
Co – carregamento
CÁLCULO DE DIMENSIONAMENTO DO TC

a) Cálculo desconsiderando a rua.

Vista 3D da Fábrica

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Transportadores Contínuos para Granéis Sólidos Transportadores Contínuos para Granéis Sólidos

Proporção de A (2) B(1) b)Cálculo considerando a rua

 = 0,9t/m3 (considerar o valor do material que tem a maior proporção)

Qm = 111,33t/h
Qs = 55,67t/h

VISTA LATERAL LESTE

A grande diferença deste item é considerar uma altura mínima de 5m entre o


transportador e a rua.
Q = 167t/h
C = 167/0,9 = 185,56m3 /h
Considerar l = 24”

Cc = 185,5/ VxK
Vm (depende da largura da correia) = (3 + 2,5)/2 = 2,75m/s
K (depende do ângulo de inclinação do transportador) =0,957

Cc = 185,5/2,75 x 0, 957 = 70,51 m3 /h

Para L=24” ; Ct1 = 82 m3 /h e  = 10º

1ª Condição
ARD   48 x
  x  18,6 m
(24 –15) 14º > 10º logo Ok 18 49,6

2ª Condição

OC = 30%
OC = | (82 – 70,51)/70,51| = 16,3% logo OK

L = 50,24m (comprimento do transportador)


l = 24” (largura da correia)

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Transportadores Contínuos para Granéis Sólidos Transportadores Contínuos para Granéis Sólidos

Cálculos de Potência, Tensão efetiva na correia e comprimento estimado de


correia.
Ne = Vx (Nv + Ng) + (Q/100)x(N1 + Nh) HP
Nr = Ne/ HP
Te = 75xNe/V Kgf
Cc = 2xL + 12%L m

a) Nv = 1,33HP Ng = 1,27HP N1 = 1,25HP Nh = 2,98HP


Ne = 14,21HP
Nr = 14,21/0,9 = 15,79HP
Te = 75x14, 21/2, 75 = 387,54Kgf
Cc = 106,5m

b) Nv = 1,34HP Ng = 1,28HP N1 = 1,26HP Nh = 3,97HP


Ne = 15,95HP
Nr = 15,95/0,9 = 17,73HP
Te = 75x15,95/2,75 = 435Kgf
Cc = 107,57m

Como a menor distância entre o transportador e a rua deve ser 5m,


procura-se resolver a questão baseada na distância de 4m do transportador e a
linha horizontal do tambor tensor.
Como tinha que atender a condição de projeto a altura elevou-se 2,67m.
Deste modo devemos colocar um chute de alimentação.
Q = 167t/h
C = 167/0,9 = 185,56m3 /h
Considerar l = 24”
Cc = 185,5/ VxK
Vm(depende da largura da correia) = (3 + 2,5)/2 = 2,75m/s
K (depende do ângulo de inclinação do transportador) =0,957
Cc = 185,5/2,75 x 0, 957 = 70,51 m3 /h
Para L=24”
Ct1 = 82 m3 /h e  = 10º

1ª Condição

ARD  
(24 –15) 14º > 10º logo Ok

2ª Condição

OC = 30%
OC = | (82 – 70,51)/70,51| = 16,3% logo OK
L = 50,74m (comprimento do transportador)
l = 24” (largura da correia)

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