Material de Estudo - Transportador Correias
Material de Estudo - Transportador Correias
Material de Estudo - Transportador Correias
5.1 – Componentes de um TC
Correia;
Tambores;
Acessórios;
Guias laterais;
Roletes;
Freios;
Chute;
Estrutura;
Drive (conjunto de acionamento) – composto por um motor elétrico e um
sistema de transmissão (redutor de velocidade – para as correias tem-se
velocidades baixas, com cerca de 1,2 e 4 m/s);
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5.1.1 – Estrutura
5.1.2 – Correia
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Rolete de retorno com anéis – Tipos de roletes de retorno onde os rolos são
constituídos de anéis de borracha, de modo a evitar o acumulo do material no
rolete e promover o desprendimento do material aderido à correia.
Roletes auto-alinhante (carga e retorno) – Conjunto de rolos dotado de Fig. 14 – Rolete em catenária
mecanismo giratório acionado pela correia transportadora de modo a controlar o
deslocamento lateral da mesma, usualmente utilizados tanto no trecho carregado Roletes guias – Estes rolos dispostos verticalmente em relação às bordas da
quanto no de retorno. correia são fixos e sua função é guiar a correia, principalmente na entrada dos
Esse tipo de rolete pode possuir dois braços laterais que avançam tambores, evitando que a mesma seja jogada contra estrutura. Este tipo de rolo
paralelos a correia, porem em sentidos opostos ao seu movimento. Na só deve ser usado em ultima instância, pois provoca uma autodestruição das
extremidade desses braços são colocados rolos que ficam a 90º da correia. Por bordas da correia e conseqüente cisalhamento das lonas da carcaça.
qualquer circunstância que a correia tenha desalinhado sua borda tocará no rolo
vertical, provocando um movimento giratório do conjunto, formando um certo 5.1.5 – Conjunto de alimentação
ângulo em relação à correia. Esse desvio angular cria uma força que obriga a
correia à procura seu centro original, reinstituindo assim o alinhamento (Fig. 13). a)Chute ou bica de descarga: é um dispositivo afunilado destinado a receber o
material transportado e dirigi-lo convenientemente à correia transportadora de
modo a carregá-la equilibradamente e sem transbordamento da carga
São utilizados como elementos de ligação nos sistemas integrados de
transportadores contínuos, como por exemplo, para ligar a saída de um bocal de
um silo até a descarga sobre o transportador. Podem ser encontrados nas
Fig. 12 – Roletes auto-alinhante seguintes configurações:
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Chute com cascata; Os alimentadores em geral estão localizados sob pilhas de estocagem ou
Chute com caixa de pedra; sob depósitos do material, que caindo sobre os alimentadores tem o fluxo
Chute telescópico; regulado para a correia.
Chute espiral;
Chute com comporta regulável; 5.1.6 – Conjunto de descarga
Chute para transferência de material fino;
Chute com peneiramento. O meio mais comum de descarga do material da correia é através do
tambor de cabeça, derrubando e empilhando-o no local pré-determinado. Porem
se no terminal de descarga for instalado um chute adequado o material poderá
ser estocado em silos laterais ao sistema ou então transferi-lo para outra correia
a fim de ser estocado e m outra área.
Quando o projeto visa descarregar o material em diversos locais ao longo
do sistema transportador é recomendável o uso de trippers ou desviadores.
Fig. 18 - Calha
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5.1.8.1 – Freios
São utilizados para evitar a continuidade de descarga do transportador
após o seu desligamento, em situações de emergência ou em caso de controle
de aceleração para a partida.
Fig. 22 - Freio
5.1.8.2 – Contra-recuos
Possuem o mesmo princípio dos freios e são encontrados em
transportadores montados em aclive, para que não ocorra o retrocesso do
transportador em caso de desligamento.
5.1.7 – Conjunto de acionamento Para o funcionamento do transportador são necessários outros dispositivos
que colaboram para flexibilizar a sua utilização e também para a sua manutenção
Acoplado ao(s) tambor (es) motriz (es), tem a função de promover a e conservação.
movimentação do transportador e o controle de sua velocidade de trabalho.
É constituído de um motor elétrico, acoplamentos hidráulicos (para
potencias superiores a 75HP), tambores, dispositivos de segurança e uma 5.1.9.1 – Esticador de correia
transmissão (redutor) e são projetados de acordo com o tipo de transporte e a Tem como principal função garantir a tensão conveniente para o
potência transmitida. acionamento da correia,e,além disso, absorver as variações no comprimento da
Podem ser instalados em três posições: na cabeceira do transportador, no correia causadas pelas mudanças de temperatura, oscilações de carga, tempo de
centro e no retorno. Para o seu dimensionamento deve ser analisados o perfil do trabalho e etc.
transportador, o espaço disponível para sua instalação e operação, a potência
transmitida, o sentido da correia e as tensões que nela atuam. Automático por gravidade – funciona através de um tambor que recebe uma força
contínua aplicada por um contrapeso. Pode ser instalado em qualquer ponto do
ramo frouxo da correia, próximo a um dos tambores principais;
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Limpadores simples – Atuam em contato com o ramo limpo da correia, antes dos
tambores de esticamento e de retorno, para evitar que o material chegue a cair
deste lado da correia e acabe por danificar a correia, os tambores e os roletes de
carga.
São constituídos de uma estrutura de aço reta ou em “V”, com uma lâmina de
Fig. 24 - Esticador de parafuso borracha encaixada e agindo sobre a correia por força de seu próprio peso.
5.1.9.2 – Acessórios de limpeza Limpadores por jato d’água – Atuam no lado sujo da correia, no trecho de retorno
São considerados equipamentos indispensáveis ao funcionamento dos da correia para desgrudar as partículas aderidas à correia, por meio de esguicho
transportadores de correia, principalmente nos que transportam materiais de água que age diretamente sobre a sujeira.
abrasivos ou pegajosos, aumentando a vida útil da correia e dos tambores. São
determinados pelos raspadores, limpadores simples, limpadores por jato d’água e
viradores de correia. 5.1.9.3 – Guias laterais
Utilizadas nos casos onde há vibração e onde existe a tendência do
Raspadores – Atuam em contato com o lado sujo da correia, após o tambor de material derramar da correia. Sua aplicação também é indicada na zona de
descarga do material e fazendo com que o material raspado caia na calha de carregamento, como prolongamento da tremonha.
descarga, para evitar danos aos tambores de desvio e aos roletes de retorno.
Encontramos os seguintes tipos:
5.1.9.4 – Coberturas
Raspador de lâmina dupla com contra peso; a)Superior – Protege o material transportado contra as intempéries, bem com a
Raspador de lâminas simples – com contrapesos ou com mola; correia evitando o ressecamento pela ação do sol.
Raspador de lâminas múltiplas – com contrapesos ou com molas;
Raspador de lâmina seccionada com contrapesos; b)Inferior – Protege que materiais da parte superior da correia, sujeira ou
Raspador de lâminas articuladas por molas; qualquer corpo estranho caiam no lado limpo da correia.
Raspador rotativo de escovas;
Raspador rotativo de lâminas;
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5.1.9.5 – Passadiço equipamentos, inclusive para atividades portuárias, onde são utilizados os
“Passarela” construída ao longo do comprimento da correia com intuito de carregadores de navio (shiploader*) e os descarregadores (shipunloader*).
facilitar a manutenção e operação As recuperadoras (reclaimers*) servem para recuperação do material
estocado. Operam recolhendo o material das pilhas e alimentando os
5.2 – Estocagem transportadores de correia que o levam ao seu destino.
Fig. 28 - Recuperadora
Fig. 26 - Silo
5.3 – Cálculo da capacidade do transportador (método Faço)
Parte fundamental de muitas instalações onde ocorrem transportes de
materiais a granel, a estocagem utiliza-se de vários equipamentos para a sua A capacidade (Q) de um transportador é função da sua secção transversal,
administração. O pátio de estocagem constitui-se das pilhas de estocagem e dos da velocidade da correia(V) e do peso específico do material ().
equipamentos para movimentação do material: transportadores de correia,
empilhadoras e recuperadoras. C = C tabelado . V . K ;.
As empilhadoras (stackers*) servem para formação das pilhas de
estocagem. Operam fazendo a distribuição do material recebido dos
transportadores de correia através de trippers neles instalados e acoplados as 5.3.1 – Cálculo da potência e esforços de acionamento
empilhadoras.
O acionamento em um transportador de correia pode ser feito, além da
forma normal, também em dois tambores de acionamento – chamado
acionamento duplo. Neste caso são utilizados dois conjuntos de acionamento
independentes acionando cada um dos tambores. Esta configuração é utilizada
para transportadores que operam com tensões elevadas.
A potência utilizada para a movimentação do transportador é composta por
quatro parcelas:
Parte necessária para vencer a inércia de roletes, tambores e correia.
Parte necessária para deslocamento horizontal do material transportado;
Parte necessária para deslocamento vertical do material, em
transportadores montados ema aclive ou declive;
Parte necessária para superar os atritos de acessórios (raspadores,
Fig. 27 - Empilhadora limpadores, etc.) – para conseguir aceleração do material, etc.
Para o cálculo desta potência podemos utilizar o método prático ou o método
Para a análise correta da estocagem deverão ser considerados os CEMA, que é mais rigoroso e detalhista. Para demonstração será utilizado o
diversos tipos de empilhadoras e recuperadoras para integrar os diversos
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método prático, que é utilizado para transportadores simples com até 100 metros
de comprimento e baixa capacidade. a) Preparação: materiais necessários
As fórmulas a seguir estão descritas no Manual FAÇO, e dele devem ser Régua;
obtidos os dados constantes em tabelas para a conclusão dos cálculos. Sua Calculadora;.
aplicação será melhor visualizada na resolução de exercícios. Papel quadriculado (Tamanho adequado ao “layout” da fábrica);
Para o cálculo da potência utilizamos: Tabela com as propriedades dos materiais;
Manual FAÇO;
Q
N e V Nv N g N1 N h b) Dados de entrada
100 Qualidades dos materiais a serem transportados;
Proporção entre os materiais;
Onde temos:
Vazão (t/h);
Ne = potência total efetiva (HP);
Fluxo dos materiais;
Nv = potência para acionar o transportador vazio a uma velocidade de 1,0
Planta baixa da fábrica (“layout”);
m/s (HP);
N1 = potência para deslocar 100 t/h de material de uma distância L na Cotas de elevação;
horizontal (HP); Indicação do marco norte da indústria;
Nh = potência para elevar ou descer 100 t/h de material de uma altura H Indicação do marco zero da indústria;
(HP);
Ng = potência para vencer o atrito das guias laterais à velocidade de 1,0 c) Atividades críticas
m/s, que deve ser desprezada se as guias forem de comprimento normal. Fazer desenhos de simulação dos transportadores e seus acessórios
(desenhos animados), para obter distâncias e comprimentos básicos;
Obtendo esta potência Ne , pode-se determinar a potência do motor, e a Calcular ângulo de acomodação para cada material;
determinação da tensão efetiva da correia - Te - , que é a força tangencial que Escolher largura da correia e respectiva velocidade (Tab. 1-05);
movimenta a correia. Escolher fator de correção (K) da capacidade (Tab. 1 -03);
Calcular capacidade volumétrica (C t) do transportador.
75 N e
Te Verificar C tabelado (Tab. 1 -04);
V Verificar para o C tabelado o Ângulo de Acomodação da Correia (AAcorreia) -
(Tab. 1-04);
onde temos: C C tot
Oc tab
Ne = potência total efetiva (HP); C tot
Te = tensão efetiva (kgf);
V = velocidade da correia (m/s). Calcular o valor da ociosidade (Oc):
Se o ângulo de acomodação da correia for maior do que o ângulo de
5.3.2 – Cálculos de dimensionamento de TC’s acomodação do material, ou se a ociosidade for maior do que 30%,
escolher nova largura de correia, velocidade e refazer os cálculos
O procedimento de cálculo apresentado a seguir possui caráter apenas subseqüentes;
didático. Será simulada a resolução de um problema típico sobre Calcular o comprimento das guias laterais (Lt = 0,20 x L);
dimensionamento de um transportador de correia, de acordo com as resoluções Calcular a potência efetiva do transportador (PP. 1-27, Tab. – 17, 18, 19,
pré-determinadas no manual FAÇO. 20);
Para resolução de problemas sobre transportadores é muito importante à Calcular a potência necessária do motor elétrico, em função do rendimento
utilização de ferramentas de desenho, seja em CAD ou manualmente, para dar deste;
ao projetista as configurações corretas de espaço disponível tanto nas Calcular a tensão efetiva na correia (PP. 1-27);
visualizações em planta quanto na determinação de cotas de altura (3-D). Para o Calcular comprimento total da correia;
caso de transportadores de correia simples determinar sua utilização até um Calcular relação vazão – potência;
ângulo máximo de inclinação de 20º. Verificar em quanto tempo os materiais das pilhas são consumidos;
Deve ser considerada também a utilização contínua da Tabela de
Propriedades dos Materiais, para a determinação dos impactos que cada material
oferece ao transportador e ao meio-ambiente.
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d) Resultados esperados
Memorial de cálculo; 5.4 – Exercício resolvido
Especificação da correia;
Memorial descritivo sobre as considerações no projeto; Questão 1: Calcular a potência do TC para a soja integral com vazão de 191 t/h e
Desenhos; com o seguinte layout:
Lista de materiais;
Qsaída Qsaída
Qent
Vazão volumétrica
Qent Q 191
Cc Cc
0,8
100,53m3 / h
VK 2,5 0,95
Qsaída Qsaída
Qent
K = fator de correção da capacidade.Depende da inclinação
V = velocidade da correia. Dependa da largura da correia (m/s)
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5ª Condição = Quando passar por uma rua considerar uma distância de 5m de VISTA SUPERIOR
altura
Verificações:
1ª Condição
ARD = 29 –15 = 14º = 20º
ARD <
Nova verificação:
1ª Condição
ARD = 14º e = 5º ARD > VISTA LATERAL
Nr = 19,2HP = 90%
19, 2
Nf 21,33 HP
0,9 Questão 3: Dimensionar os transportadores de correia na instalação da fábrica
mostrada abaixo, para levar o material das pilhas A e B até a unidade de
5.5 – Exercícios propostos processamento C, considerando duas etapas:
Questão 2: Esquematize com perspectiva, vistas, cortes e planta baixa um TC a)Desconsiderar a presença da rua que atravessa a fábrica;
b)Considerar a presença da rua (que deve ser transposta a uma altura mínima de
montado sobre ponte rolante e que atenda a um espaço de descarga com
extensão de 20m x 100m. 5m) e do prédio D (do qual o TC deve ter afastamento de 2m);
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PLANTA BAIXA
Vista 3D da Fábrica
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Qm = 111,33t/h
Qs = 55,67t/h
Cc = 185,5/ VxK
Vm (depende da largura da correia) = (3 + 2,5)/2 = 2,75m/s
K (depende do ângulo de inclinação do transportador) =0,957
1ª Condição
ARD 48 x
x 18,6 m
(24 –15) 14º > 10º logo Ok 18 49,6
2ª Condição
OC = 30%
OC = | (82 – 70,51)/70,51| = 16,3% logo OK
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1ª Condição
ARD
(24 –15) 14º > 10º logo Ok
2ª Condição
OC = 30%
OC = | (82 – 70,51)/70,51| = 16,3% logo OK
L = 50,74m (comprimento do transportador)
l = 24” (largura da correia)
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