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trifásica
Ação: Eletricista de Instalações
Formador: António Gamboa
Corrente unidirecional
A corrente unidirecional é uma corrente com sentido invariável, mas cujo valor ao longo do
tempo não é forçosamente constante. A corrente contínua é um caso particular da corrente
unidirecional.
Corrente alternada
É uma corrente de sentido variável com as características, periódica e valor médio nulo. Periódica,
porque o sentido da corrente muda em intervalos de tempo iguais ao longo do tempo. Valor no
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médio nulo resultante da corrente passar pelos mesmos valores de intensidade, tanto sentido
negativo como no positivo.
√
Analogamente:
5- Fator de potência
- Recetores puramente resistivos
Quando temos recetores puramente resistivos, aparelhos de aquecimento e lâmpadas
incandescentes, estes oferecem a mesma resistência quer em corrente contínua quer em
5
corrente alternada. Assim, as fórmulas apresentadas abaixo e estudadas para a corrente contínua
são também válidas para a corrente alternada.
A intensidade de corrente está em fase com a tensão, no caso de recetores óhmicos. Coincidindo,
assim, os valores nulos no tempo, passando a corrente e a tensão ao mesmo tempo pelo zero,
com um ângulo =0°.
- Recetores indutivos
Utilizando uma fonte de corrente alternada a passar sobre uma bobina, verifica-se uma grande
resistência há passagem da corrente elétrica. Se reduzirmos o coeficiente de autoindução da
bobina, esta reduz a resistência à passagem da corrente alternada. Aumentando a frequência da
corrente, a resistência da bobina aumenta. Assim, o efeito indutivo de uma bobina de coeficiente
de autoindução L numa corrente alternada de frequência f avalia-se pelo produto:
- Recetores capacitivos
O condensador submetido a uma corrente alternada cria, alternadamente, excesso de eletrões
em cada uma das suas armaduras, sem que haja corrente através do seu dielétrico. Aumentando
a capacidade do condensador a resistência deste à passagem da corrente elétrica diminui, pelo
que quanto maior for a capacidade do condensador menor é a sua resistência à passagem da
corrente elétrica.
Se aumentarmos a frequência da corrente alternada diminui a resistência que o condensador faz
a essa mesma corrente.
Chama-se reatância capacitiva, e a sua unidade é o , ao efeito de resistência que o condensador
faz à passagem da corrente alternada, e é dado pela expressão:
- Recetores RLC
Um circuito composto por resistência (R), coeficiente de autoindução (L) e com capacidade (C), é
designado por circuito RLC.
Submetendo este conjunto a uma tensão alternada verifica-se que os efeitos da resistência da
bobina e do condensador se subtraem, sendo a reatância do circuito, que é representada pela
letra X, a diferença entre a reatância indutiva e a reatância capacitiva, cuja expressão é:
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e cuja unidade é o .
ou
√
O fator de potência é dado por:
6- Potência
Em corrente alternada os valores da intensidade de corrente e da tensão são variáveis ao longo
do tempo, pelo que o seu produto também é variável, afetado pelo valor do ângulo .
- Potência ativa
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É a potência que realmente é consumida num circuito, é representada pela letra P e a sua
unidade é o Watt [W].
Assim, a potência ativa em corrente alternada é o produto da intensidade de corrente e da tensão
- Potência reativa
A potência reativa é dada pela expressão é a seguinte:
A potência reativa é representada pela letra Q e a sua unidade é o Volt Ampère reativo [VAr].
Apesar de não ser consumida, esta energia circula no circuito. Esta energia oscila entre o gerador
e a bobina sem ser consumida e é esta energia que se vai armazenar na bobina sob a forma de um
campo magnético.
- Potência aparente
A potência aparente é dada pela expressão é a seguinte:
A potência aparente é representada pela letra S e a sua unidade é o Volt Ampère [VA], e
representa o máximo valor de potência que pode ser consumida com a tensão e a intensidade de
corrente dadas.
7- Triângulo de potências
Multiplicando por I2 os valores da resistência (R), reatância (X) e da impedância (Z) obtemos o
triângulo das potências.
1- Sistemas trifásicos
A utilização dos sistemas trifásicos em toda a cadeia de energia tem um carácter praticamente
exclusivo. Somente a nível da utilização vamos encontrar um significativo e variado número de 9
aparelhos, assim como instalações de pequena potência alimentadas com tensões monofásicas.
Representação cartesiana (1) e vetorial (2) de um sistema trifásico de tensões, desfasadas entre si de 120°
Na figura acima, podemos ver em representação cartesiana a evolução das tensões de um sistema
trifásico a partir dos respetivos valores instantâneos.
Pode ainda fazer-se uma representação vetorial do mesmo sistema, se atendermos a que um
desfasamento no tempo de 1/3 de período equivale a uma diferença angular de 120° entre os
vetores representativos das tensões. Supõe-se todo o sistema rodando a uma velocidade angular
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ω no sentido indicado, que arbitramos como positivo. As tensões U1, U2 e U3 constituem assim um
conjunto de três vetores girantes cuja grandeza mede as referidas tensões em valor eficaz.
4- Sequência de fases
10 Da análise da figura que representa o sistema trifásico de tensões vemos que U3 está em avanço
relativamente a U1. De facto, se escolhermos, por exemplo, a origem dos tempos como
referência, verificamos que U3 tem já um certo valor positivo numa fase decrescente da sua
alternância, enquanto que U1 é nulo e só agora irá iniciar a alternância positiva por valores
sucessivamente crescentes.
Verificamos igualmente que U2 está em atraso relativamente a U1. Isto significa que se admitirmos
todo o sistema rodando no sentido indicado na figura que representa o sistema trifásico, e
tomarmos como referência a posição ocupada a dado momento por um desses vetores, por
exemplo U1, que esta será sucessivamente ocupada pelos vetores U2 e U3.
A sequência de fases indicada é 1, 2, 3 e chama-se sequência de fases positiva. Portanto, a
sequência de fases é a ordem pela qual se sucedem as fases num sistema trifásico.
Tensão simples ou tensão de fase é a tensão existente entre qualquer condutor de fase e o
condutor neutro.
Num sistema trifásico com neutro temos três tensões simples, que designamos por U1, U2 e U3,
que são iguais em grandeza e formam uma estrela trifásica de tensões
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Tensões compostas
Tensão composta é a tensão existente entre duas quaisquer fases do sistema trifásico.
√
onde Us representa a tensão simples e Uc a tensão composta.
Quando nos sistemas trifásicos se indica um determinado valor da tensão sem qualquer
adjetivação, deve subentender-se que se refere a uma tensão composta. Por exemplo, se
dissermos que uma determinada linha de MT é de 15 kV, devemos entendê-la como a tensão
composta.
Outras vezes aparecem-nos duas tensões escritas apenas com um traço oblíquo a separá-las. Por
exemplo, uma rede 230/400 V. A primeira designa então a tensão simples e a segunda a tensão
composta.
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Ligação em triângulo
Quando todas as cargas têm o mesmo valor, isto é, a mesma impedância, o sistema diz-se
equilibrado e as correntes em cada uma das fases são iguais.
Numa ligação em triângulo, as três cargas ligam-se sequencialmente configurando uma malha
fechada triangular, tal com representado na figura abaixo, sendo cada ponto comum ligado a uma
fase.
Podemos verificar que:
Não existe condutor neutro por não haver ponto comum às três fases.
A tensão aplicada a cada uma das cargas é a tensão composta.
14 Chamam-se correntes de fase If às correntes que circulam nos ramos do triângulo, tendo todas
têm o mesmo sentido de circulação.
Triângulo equilibrado
Um sistema trifásico diz-se em triângulo equilibrado quando todas as cargas do triângulo são
idênticas e portanto têm a mesma impedância.
Nesta situação as correntes nas linhas são todas iguais, assim como as correntes nas fases,
também, são todas iguais, em qualquer caso desfasadas entre si de 120°.
Relação entre corrente de linha e corrente de fase
√
Esta relação permite-nos enunciar que a corrente na linha é 3 vezes maior que a corrente de
fase.
Imagem que representa o vetor da corrente no condutor neutro em sistemas trifásicos desequilibrados.
Circulará assim uma corrente no neutro IN correspondente à resultante da soma vetorial das
correntes nas três fases.
Concluímos que:
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Nestes casos, é imprescindível o condutor neutro para dar passagem à corrente de defeito. 15
√
A potência ativa representa a uma potência consumida, é sempre positiva e a referida soma é
aritmética.
A potência reativa total é o balanço da potência que circula entre os componentes reativos e a
rede. É negativa quando consumida e positiva quando fornecida. A sua soma é, portanto,
algébrica ou vetorial.
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- Cargas equilibradas
Quando as cargas são iguais nas três fases, as expressões para as potências resultam mais
√
Cuja unidade é o Watt, designado pela letra W.
Potência reativa
√
Cuja unidade é o Volt Àmpere reativo, designado por VAr.
Potência aparente
√
Cuja unidade é o Volt Àmpere, designado por VA.
Ligação em triângulo
Nesta montagem e nas condições enunciadas, temos que:
As correntes nas linhas são 3 superiores às correntes nas fases e têm o mesmo valor em
todas elas.
A tensão aplicada a cada um dos elementos do triângulo é a tensão composta.
Sendo assim, temos as expressões para as diferentes potências:
Potência ativa
√
Cuja unidade é o Watt, designado pela letra W.
Potência reativa
√
Cuja unidade é o Volt Àmpere reativo, designado por VAr.
Potência aparente
√
Cuja unidade é o Volt Àmpere, designado por VA.
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Bibliografia
“Princípios de electricidade e electrónica”, Noel M. Morris, Edições CETOP.