VIOLÃO E GUITARRA

AS FERRAMENTAS
DO APRENDIZ

Elaboração:

Philippe Lobo

Editoração:
DOMÍNIO DA MÚSICA®

© Todos os direitos reservados

Este é um produto eletrônico protegido por direitos autorais. É vedada
a reprodução completa ou parcial para fins comerciais ou de marketing
sem prévia autorização dos proprietários.
 SUMÁRIO
Introdução 4

Violão ou guitarra? 5

Notas musicais 7
Nomenclaturas Latina e Inglesa

Cordas soltas + Escala Cromática 8

Intervalos 9

Acordes e cifras 10

Sistema 5 ou CAGED 11

Tablaturas 17

Escalas 18

Pentatônica Maior 19
Pentatônica Menor 20
Penta-blues 21
Maior Natural 22
Menor Natural 23
Menor Harmônica 24
 4
Introdução

Neste e-book, procurei reunir alguns conhecimentos e

materiais importantes para o desenvolvimento musical e
técnico do aprendiz do violão e/ou da guitarra. Não se trata
de um curso em formato de livro, mas de um manual que
apresenta ferramentas básicas para o músico que se
dedica a desvendar os mistérios destes instrumentos tão
populares e fascinantes. Por isso, o iniciante deve entender
que, neste material, não encontrará um guia passo a passo
de como se tornar um músico profissional. Entretanto,
terá aqui uma orientação fundamental e um conjunto de
materiais práticos, alguns mais básicos, outros mais
avançados.
Nomenclaturas, símbolos, cifras, diagramas,
tablaturas, acordes e escalas. Nosso objetivo aqui é
conhecer estas ferramentas básicas para, a cada etapa do
aprendizado, poder aproveitar melhor todos os materiais e
ensinamentos que chegam até nós através das redes, das
publicações especializadas, dos professores e cursos que
temos hoje à nossa disposição.
Espero que este volume sirva de motivação e auxílio
para você que, como eu, é fascinado pela música e deseja,
a cada dia, desenvolver-se mais e mais em sua trajetória
artística e musical.
Vamos em frente, sempre alimentando o desejo de
aprender. No fundo, isto é o mais importante.
Bom estudo e bom som sempre!
Philippe Lobo

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Violão ou Guitarra?

O violão e a guitarra são instrumentos irmãos. Embora

guardem suas diferenças, a constituição destes
instrumentos é bem semelhante, preservando a mesma
afinação e disposição das notas no braço. As diferenças
entre eles estão, sobretudo, no que tange à sonoridade e
na forma de produção do som. Como o violão é um
instrumento acústico, todas as características do som
tais como timbre, volume, projeção, etc. dependem
exclusivamente da qualidade do instrumento e, sobretudo,
do toque do músico, sua técnica e sua intenção musical.

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Já a guitarra elétrica, além desses fatores, terá uma

série de recursos eletrônicos que influenciarão na qualidade
do som. Todo o sistema incluindo o amplificador, pedais,
cabos e o próprio circuito interno da guitarra terá uma
grande influência do resultado sonoro obtido pelo músico.

Neste livro, vamos nos limitar a tratar das ferramentas

que, no violão ou na guitarra, são recursos básicos em
comum para o desenvolvimento do músico.

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Notas Musicais
Nos países de língua latina adotamos a nomenclatura
herdada do canto gregoriano medieval:
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si.
É importante ser ágil para pensar na sequência das
notas tanto no sentido ascendente quanto descendente.

Já nos países de língua inglesa a nomenclatura das

notas mais usada é a das cifras:

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 8
Cordas soltas + Escala cromática
Além desse conhecimento abstrato da escala musical, é
preciso saber identificar a posição de cada nota no seu
instrumento musical. Vamos recordar rapidamente duas
coisas que vão ajudar muito se você ainda não dominou a
posição das notas no braço do violão e da guitarra: a
Escala cromática e a afinação das cordas soltas…

Escala Cromática
Dó Dó# Ré Ré# Mi Fá Fá# Sol Sol# Lá Lá# Si
Dó Réb Ré Mib Mi Fá Solb Sol Láb Lá Sib Si

Em cada corda temos a sequência da escala cromática

completa da corda solta até a casa 12 e a partir daí a
sequência se repete. Então, basta seguirmos a sequência
cromática a partir da nota de cada corda solta que
podemos localizar qualquer nota em qualquer corda. Não
tente decorar as posições das notas de forma
descontextualizada. O melhor é ir decorando aos poucos,
buscando identificar as notas do que você está tocando ou
estudando. Lembre-se que as bolinhas pintadas na escala
do instrumento ajudam neste processo de memorização
pois nos dão referências que podemos usar para localizar
posições específicas. A quinta casa é uma referência
importante, pois indica a casa com a nota da próxima corda
solta (exceto para a segunda corda, afinada meio tom mais
baixo que o padrão intervalar entre as outras cordas que é
de 4ª justa).

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Intervalos
Intervalo musical é a forma como classificamos e
compreendemos a relação entre duas notas musicais. É uma
matéria essencial para se compreender os acordes e escalas.
Veja a tabela com a classificação dos intervalos a partir da
nota Dó. Ela serve de exemplo para que você possa classificar
os intervalos a partir de qualquer nota.
Notas envolvidas Intervalo Tons Cifra numérica

Ré bemol Segunda menor 0,5 tom 2- ou (b2)

Dó
Ré Segunda maior 1 tom 2

Mi bemol Terça menor 1,5 tom m ou 3- ou (b3)

Dó
Mi Terça maior 2 tons 3

Fá Quarta justa 2,5 tons 4 ou 4J

Dó
Fá sustenido Quarta aumentada 3 tons 4+ ou (#4)
ou (4 aum)
Sol bemol Quinta diminuta 3 tons 5- ou (b5)
Dó ou (5 dim)
Sol Quinta justa 3,5 tons 5 ou 5J

Sol sustenido Quinta aumentada 4 tons 5+ ou (#5)

ou (5 aum)
Lá bemol Sexta menor 4 tons 6- ou ( b6)
Dó
Lá Sexta maior 4,5 tons 6

Si bemol Sétima menor 5 tons 7

Dó
Si Sétima maior 5,5 tons 7M ou 7+

Dó Dó Oitava 6 tons 8

Tabela da correspondência entre intervalos simples e compostos 1.

simples compostos

2 9
4 11
6 13
1 Intervalos compostos: maiores que a oitava.

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Acordes e cifras
Acordes são grupos de notas que combinadas possuem
uma unidade, uma coerência. O tipo mais simples de acorde
é a Tríade Um acorde de três notas separadas por
intervalos de terça.
A primeira nota do acorde é chamada de nota Fundamental,
ela dá o nome ao acorde. A segunda nota forma um
intervalo de terça e a próxima nota forma um intervalo de
quinta com a fundamental. Portanto o modelo intervalar do
acorde tríade é este: F 3 5 (Fundamental, terça e quinta).
Como vimos a terça pode ser maior ou menor e é
justamente isto que define se o acorde é considerado um
acorde maior ou menor. A quinta pode variar em justa,
aumentada ou diminuta. Assim temos seis possíveis tipos
de tríades. Entretanto as tríades mais usadas em geral
são a maior e a menor, ambas possuem a quinta justa. Elas
são chamadas simplesmente de acorde maior e acorde
menor.

C = Dó Maior = Dó, Mi e Sol, onde Dó é a nota

fundamental, Mi é a terça maior e Sol é a quinta justa.

Cm = Dó menor = Dó, Mib e Sol: apenas a terça foi

alterada em relação ao acorde maior:
terça menor para a tríade menor

A cifra pode receber outros símbolos e números indicando

alterações ou acréscimos à tríade básica. Exercitar este
conhecimento da estrutura dos acordes é importante para
o domínio da linguagem da harmonia musical.

Exemplo de cifra com alterações e acréscimos:

C#m7 = Dó sustenido menor com sétima

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 11
Sistema 5 ou CAGED

No violão, temos um sistema de cinco formas, “shapes”

ou posições com as quais podemos tocar qualquer acorde
maior em qualquer região do braço do instrumento. A este
sistema tão importante para o violonista chamamos
CAGED ou Sistema 5.

As formas do sistema 5

Forma de Dó Forma de Lá Forma de Sol Forma de Mi Forma de Ré

Duas categorias de formas

Observando bem as cinco formas do sistema, podemos

perceber que elas se dividem em dois grupos: aquelas que
possuem a nota fundamental pressionada e aquelas em que
a nota fundamental é feita em corda solta. Veja:

- Formas com a nota fundamental em corda presa:

Observe que existe um padrão na

posição das notas que desenham uma
espécie de escadinha onde o baixo é a
nota fundamental
Sequência de intervalos:
fundamental, terça e quinta.

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 12

- Formas com a nota fundamental em corda solta:

Observe o padrão diferente destas

formas com a nota fundamental em um
bordão solto e as próximas notas presas à
frente nas cordas seguintes. Sequência de
intervalos: Fundamental, quinta, oitava e
terça.

Deslocamento e transposição das formas

Qualquer umas das cinco formas do CAGED podem ser
usadas para montar qualquer acorde maior, e não apenas os
cinco acordes da posição inicial do violão. Podemos “arrastar”,
ou melhor, deslocar qualquer uma das cinco formas para
montar qualquer acorde maior. Tomemos como exemplo a
forma de E. Veja:
Na posição inicial, temos três cordas soltas: a
6ª, a 2ª e a 1ª. Para que o deslocamento seja
feito corretamente e o acorde seja transposto
para um tom mais alto, as notas tocadas em
cordas soltas na posição inicial devem
também acompanhar o deslocamento, o que
muitas vezes requer o uso de uma pestana
com o dedo 1. Assim teremos o mesmo tipo
de acorde a partir de uma nova nota
fundamental.
Utilizando esta técnica, cada uma das 5
formas do CAGED pode ser usada para tocar
qualquer acorde maior. Basta posicionar a
forma tendo como referência a nota do baixo
sobre a posição que proporcionará a nota
fundamental que desejamos obter. Claro que
é preciso conhecer a sequência das notas
musicais na escala.
As três formas que possuem o baixo em
cordas soltas serão mais cômodas de se
deslocar por resultar em posições menos
abertas. Veja abaixo a ilustração do
deslocamento de cada forma e os acordes
resultantes desta técnica de transposição.

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 13

Deslocando as formas de E, A e D

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 14

Deslocando as formas de C e G

Você ainda pode fragmentar as formas para criar seus arranjos!

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 15

Formas para acordes Menores

As três formas que possuem o baixo em corda solta são
mais simples para se transformar em acorde menor. Isto se
deve ao fato de possuírem em apenas uma corda a nota que
faz o intervalo de terça com a nota fundamental do acorde.
Então, basta abaixar esta nota um semitom (uma casa) para
que a forma se transforme em acorde menor. Veja os
diagramas, em cada coluna temos primeiro o acorde maior e
logo abaixo seu homônimo menor seguido da transposição de
casa em casa. A terça de cada acorde está sinalizada em
vermelho:

Terça maior Terça maior

Terça menor Terça menor

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 16

O Sistema 5 ou CAGED não é apenas um método para

aprender a montar acordes no violão. Ele é parte de uma
metodologia que nos ajuda a mapear o braço do violão dividindo-
o em cinco regiões e será usado para aprender vários tipos de
estruturas harmônicas e melódicas como acordes, arpejos
abertos e variados tipos de escalas. Uma vez que
memorizamos e assimilamos na prática as cinco formas
básicas para as tríades maiores, adquirimos a ferramenta
básica para todo este processo. A partir destas formas
básicas o dos conhecimentos sobre harmonia e de nosso
entendimento da escala do violão, podemos usar estas formas
para criar todo tipo de variação e descobrir novas
possibilidades de acordes e outras estruturas.
Quando for aprender uma nova canção usando uma cifra,
não se limite a copiar os diagramas de acorde apresentados.
Leia a cifra e monte o acorde de acordo com seus
conhecimentos, escolhendo a forma que for mais interessante
em cada situação. Assim estará sempre exercitando seu
raciocínio e experimentando as possibilidades em busca de um
arranjo que ao mesmo tempo soe bem e fique mais fácil de
tocar.
Costumo dizer que um dos mais importantes requisitos
para uma boa aprendizagem é a curiosidade! Temos de estar
sempre interessados em entender melhor a música, saber o
porquê das coisas, descobrir novos acordes, aprender a fazer
novos arranjos, etc. É este sentimento de curiosidade que nos
impulsiona a investigar e experimentar com o instrumento e
nos faz músicos sempre em evolução.
A seguir veremos a aplicação do sistema 5 para o
aprendizado prático das escalas na criação de solos e arranjos.

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 17
Tablaturas

Tablaturas são representações do braço do

instrumento com indicações precisas das posições
necessárias para tocar determinado arranjo.
Baião

Introdução (2x):
G7
E|-----1---0-----------------------------------------------------------|
B|-------3---1-3-0-1---0-----------------------------------------------|
G|-------------------2---0-2-0---0-0-----------------------------------|
D|-----------------------------2---------------------------------------|
A|---------------------------------------------------------------------|
E|-3--3----3--3----3--3----3--3----3--3--------------------------------|

Trecho do arranjo para a introdução de Asa Branca

de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira
Curso de Violão Popular do Domínio da Música

• As cordas são representadas com a mais grave em baixo!

• Os números representam as casas;
• O zero é a corda solta.

Outros símbolos podem ser usados na tablatura para

representar nuances da técnica e musicalidade. No
exemplo a seguir temos a representação de vibratos e
bends.

Trecho do solo de Jeff Beck no início de Brush With the Blues

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 18
Escalas

Usamos as escalas como ferramentas de criação de

melodias e acordes. Existem muitas escalas diferentes e
cada uma possui a sua sonoridade própria e característica.

Nas próximas páginas você terá uma coleção de diagramas

representando os shapes das escalas mais usadas na
música popular.

Os shapes seguem o padrão do Sistema 5. Portanto você

terá o braço todo do seu instrumento para desenvolver seu
domínio das escalas. Cada shape abrange uma pequena
região de 4 a 5 casas.

Podemos estudar e aplicar de várias formas. Este material

poderá ser útil em várias fases do seu desenvolvimento.

Os diagramas de escala representam casas e cordas com

o grave para baixo. Os números representam os dedos
sendo o 1 para o indicador, 2 para o médio, 3 para o anelar
e 4 para o mínimo.

A escolha de dedos é apenas uma sugestão de como tocar

a escalas do grave ao agudo com fluidez.

Bom estudo e bom som!

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 19
Escala Pentatônica Maior

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 20

Escala Pentatônica Menor

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Escala Penta-blues

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 22
Escala Maior Natural

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 23
Escala Menor Natural

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 24
Escala Menor Harmônica

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