Gestão Financeira, Risco de Falencia
Gestão Financeira, Risco de Falencia
Gestão Financeira, Risco de Falencia
Gerais
Com o presente trabalho deseja-se ganhar conhecimento a respeito do tempo para nós
apresentado, e demostrar o grau de preparação que possuimos face a area de formação a
que estamos sujeitos.
Especificos
Metodologia
Importa, antes mesmo de nos debruçarmos sobre o conceito de risco de falência, definir
cada conceito acima descrito de modo a apresentarmos isoladamente cada parte
constitutiva desta abordagem temática.
1.1- RISCO
O risco mede o nível de incerteza de uma operação, a qual pode ser definida de baixo,
médio e alto risco. Ou seja, identificar as probabilidades de algo incerto e inesperado
acontecer. Mas isto não é um problema de resolução teórica, pois existem factores que
não são possíveis de serem medidos para se calcular a incerteza (risco), tal como
factores ambientais (tsunami, terramotos, etc) ou políticos (guerras, crise pós-eleitoral).
1.2 FALÊNCIA
Como diz António Pereira (2005), que SHLLEIFER E VISHNY (1996), argumenta que
devia existir uma interacção entre a área financeira e a gerência, visto que a falta de
comunicação entre as partes da empresa é a maior responsável pela deficiência
financeira da empresa.
Mas, são diversas as causas ou factores que podem levar uma empresa à falência, que
geralmente a literatura as classifica em externas e internas. Kloster e Jacobsen (2005),
através de um estudo na Noruega centralizado nos factores macroeconómicos
(externos) presentes durante um processo de falência, concluíram que as alterações nas
margens de lucro, competitividade, taxas de juro reais, assim como as constantes
flutuações cíclicas foram as que mais contribuíram para um aumento de falências nos
últimos anos.
Blum (1974) adopta como conceito de falência “a incapacidade de uma empresa pagar
as suas dívidas e deste modo entrar num acordo para redução das dívidas ou então
entrar num processo de insolvência”. Já, o estudo de Ohlson (1980) considera uma
empresa que tenha requerido insolvência ou que seja declarada como insolvente.
Taffler (1982) define falência como uma “liquidação voluntária ou ordem judicial”,
enquanto Karels e Prakash (1987) consideram que o momento exacto em que a falência
de uma empresa ocorre é difícil de identificar e portanto para estes autores a falência é
um processo que tem início quando surgem as dificuldades financeiras e tem fim
quando a situação seja consumada legalmente.
Mais tarde, em 1993 surge a publicação do livro “Corporate Financial Distress and
Bankruptcy”, por Altman e Hotchkiss. Neste livro, os autores visam esclarecer
diferentes termos que são frequentemente utilizados na literatura, são eles: falência
económica, falência técnica e falência legal ou jurídica, são termos frequentemente
utilizados na literatura financeira.
Avaliar a saúde financeira das empresas bem como a sua viabilidade é um óbvio e um,
cada vez mais importante, aspecto da função dos analistas de crédito e de investimento
na questão da percepção do risco global da empresa (Wilson e Chong, 1995).
A amostra inicial para o estudo deste indicador era composta por 66 pequenas e médias
empresas, 33 das quais se encontravam em insolvência, entre os anos de 1946 e 1965,
com uma média de 6.4 milhões de activos e 33 outras saudáveis, ainda existentes em
1966, com activos entre 1 milhão e 25 milhões, coincidentes no sector e dimensão.
Nesta amostra tinham sido utilizados dados contabilísticos de um ano anterior à falência
retirados dos manuais industriais da Moody’s. Originalmente o indicador tinha sido
criado para empresas cotadas, públicas e industriais com activos de mais de 1 milhão de
dólares. Variantes também criadas mais tarde para empresas não cotadas privadas e
industriais e empresas privadas prestadoras de serviços ou mercados emergentes.
Este modelo foi desenvolvido por Altman e é até hoje um dos modelos mais
importantes, conhecido e utilizado, que combinou diversas medidas de rendibilidade e
risco. Este modelo provou ter uma boa capacidade (acima de 70% de probabilidade em
dois anos) preditiva de falência em diversos contextos e mercados.
I. Liquidez;
II. Rendibilidade;
III. Endividamento;
IV. Solvência;
V. Funcionamento.
I. Rácios de liquidez
V. Rácio de funcionamento
Os rácios de funcionamento servem para analisar a eficiência das decisões na gestão dos
recursos aplicados, explicitando a forma como a empresa está a utilizar os recursos de
que dispõe. Os rácios de funcionamento apuram-se em termos de rotação ou em dias de
funcionamento. Devem utilizar-se os valores médios de balanço de forma a não serem
afectados pelos valores acidentais em determinada data do balanço. Dado que as
condições de funcionamento são significativamente diferentes de sector para sector,
estes rácios só têm sentido se comparados dentro do mesmo sector e entre empresas
com características tecnológicas e de mercado semelhantes.
Na sua formulação inicial, atendendo ao facto do estudo ter sido desenvolvido para uma
amostra de empresas cotadas, o valor de mercado da empresa representava o valor de
mercado das suas acções. O mercado de acções, enquanto o estimador primário do valor
de uma empresa, sugere que alterações no preço podem indiciar eventuais problemas se
os passivos de uma empresa excederem seus activos, pelo que Altman acreditava que
este rácio traduzia um melhor indicador da existência de problemas financeiros que o
valor contabilístico da empresa.
A rotação do activo é um rácio financeiro muito utilizado que ilustra a contribuição das
vendas para o activo da empresa e representa a eficiência no aproveitamento dos
activos. Ainda que Altman tenha considerado inicialmente este rácio como pouco
relevante em termos individuais, constatou a existência de relações únicas com as
restantes variáveis, verificando que a contribuição do mesmo para a função Z do modelo
assumia um valor elevado.
Com base nos testes realizados, Altman concluiu que o modelo definido apresentava
uma exactidão muito elevada, classificando 95% das empresas da amostra no grupo
correto – empresa falida ou não falida a 1 ano e 72% para risco de falência a 2 anos. De
forma complementar, Altman procurou determinar os valores da função que poderiam
indiciar uma futura falência, determinando um ponto intermédio (cut-off point) com o
valor de 2,675, que permitia separar as empresas viáveis financeiramente das que
apresentavam potencial de falência. No entanto, o erro potencial existente em qualquer
teste amostral levaram Altman a definir uma zona cinzenta (zone of ignorance) situada
entre os valores de 1,81 e 2,99, dentro da qual existiria dúvida sobre a continuidade das
empresas.
Se 1,81 <Z <2,99, a empresa está numa zona de incerteza, a qual mostra que embora a
empresa tenha políticas satisfatórias, que existem ainda pontos a melhorar. Com base
nesta classificação, as empresas com Z-Score posicionado abaixo de 1,81 apresentariam
um elevado risco de falência, enquanto, as empresas cujo indicador apresentasse valores
superiores a 2,99 inserir-se-iam no grupo das empresas potencialmente viáveis e, deste
modo, com reduzido risco de falência.
No entanto, o autor salientou desde logo, uma limitação do modelo, assente no facto do
mesmo incluir na sua amostra empresas industriais de capital aberto para as quais a
informação financeira se encontrava disponível, incluindo a respectiva cotação de
mercado.
Z’ = 0.717 (X1) + 0.847 (X2) + 3.107 (X3) + 0.420 (X4) + 0.998 (X5)
Onde,
Para este capítulo estaremos usando dados da empresa CEDE, nos dois últimos
exercícios (N e N-1), de modo a averiguarmos o funcionamento do instrumento de
gestão preventiva de Z-Score proposto por Altman.
Z = 1,2 X1 + 1,4 X2 + 3,3 X3 +0,6 X4 + 0,999X5 Z = 1,2 X1 + 1,4 X2 + 3,3 X3 +0,6 X4 + 0,999X5
Z= 1,2 (0,02) + 1,4 (0,1) + 3,3 (0,13) +0,6 (0) + Z = 1,2 (0,02) + 1,4 (0,04) + 3,3 (0,1) +0,6 (0) + 0,999
0,999 (0,32) (0,2)
Z= 0,913 Z= 0,6098
Outro sim, é o facto da empresa CEDE, não possuir valor de mercado, abrindo espaço a
existência de desvantagens desta primeira fórmula proposta por Altman.
Z’ = 0.717 (X1) + 0.847 (X2) + 3.107 (X3) + 0.420 Z’ = 0.717 (X1) + 0.847 (X2) + 3.107 (X3) + 0.420 (X4)
(X4) + 0.998 (X5) + 0.998 (X5)
Z’ = 0.717 (0,02) + 0.847 (0,1) + 3.107 (0,1) + 0.420 Z’ = 0.717 (0,02) + 0.847 (0,04) + 3.107 (0,1) + 0.420
(1) + 0.998 (0,32) (0,514) + 0.998 (0,2)
Z’= 1,1491 Z’= 0,7744
Se 1,23 < Z < 2,90, uma vez mais, é possível analisar que com a presente fórmula, a
empresa CEDE ainda encontra-se em altos riscos de falência se, se considerar os dois
últimos anos. Mesmo elevando em consideração o valor do capital próprio em
substituição do valor de mercado, os cálculos indicam a uma forte inclinação para a
falência.
Z” = 6,56 (X1) + 3,26 (X2) + 6,72 (X3) + 1,05 (X4) Z” = 6,56 (X1) + 3,26 (X2) + 6,72 (X3) + 1,05 (X4)
Z” = 6,56 (0,02) + 3,26 (0,1) + 6,72 (0,1) + 1,05 Z” = 6,56 (0,02) + 3,26 (0,02) + 6,72 (0,1) + 1,05
(0,54) (0,514)
Z”= 1,7 Z” = 1,4
Se 1,1 < Z < 2,26. Os indicadores são desta vez positivos e isso, levamos a crer que, a
terceira fórmula anima os resultados para a empresa CEDE, pois encontram-se dentro
do intervalo previsto.
O ponto crítico operacional, ou ponto crítico das vendas (PCV), e ou ponto morto, entre
outras denominações, é um indicador que nos permite identificar qual é o nível de
vendas abaixo do qual há prejuízo e acima do qual, há lucro, ou seja, no nível de vendas
do ponto crítico, o resultado é zero.
Para Santos a análise do PCV, é importante para uma empresa, pois por um lado,
possibilita a determinação do nível da actividade que se precisa manter para cobrir todos
os custos e por outro, possibilita a determinação do lucro associado a vários níveis de
actividade.
O detalhe das primeiras parcelas da DRN pode ser efectuado da seguinte forma:
Dados
V: vendas
E por isso a quantidade do ponto crítico das vendas é obtido através da seguinte
fórmula:
Q* = GF / (pv – gv) ou Q = GF / mcu
Se na expressão Q = GF / (pv – gv) multiplicar tudo por preço de venda unitário (pv),
(mantendo por isso a expressão equivalente), obtenho:
Mas o ponto crítico pode ser calculado e analisado a dois níveis, nomeadamente:
1. Quando os Gastos Fixos estão incluídos nos gastos líquidos dos financiamentos
obtidos e o seu valor, representa o volume de vendas que a empresa tem de ter,
para com a totalidade dos seus custos, chegar ao resultado nulo;
2. Quando nos Gastos Fixos não estão incluídos os gastos líquidos de
financiamento e aí, a sua informação mede o risco associado à actividade de
exploração conduzindo à informação que nos dá o risco da actividade e que é
independente da forma como se financia.
Vc* = GF / (1 - gv/pv)
Quanto mais reduzido for o ponto crítico operacional numa empresa, mais facilmente a
empresa consegue atingir lucro, reduzindo assim, o risco económico e por isso, quanto
maior for o peso dos custos fixos operacionais no volume de negócio, maior será o valor
do ponto crítico e consequentemente, maior será o risco de negócio.
Relativamente às limitações do Ponto Crítico das Vendas, Souza (2013, p. 64) afirma
que “as aplicações do conceito de ponto de equilíbrio são de grande valia e de fácil
entendimento quando aplicado a um único produto. O que não acontece quando a
empresa trabalha com diversos produtos. Nesse caso, o assunto complica-se, já que os
custos variáveis são diferenciados também para cada um, o que provoca a
impossibilidade de cálculo de um ponto de equilíbrio global”.
Vários autores referem ainda mais algumas limitações ao PCV, tais como os
pressupostos com que é efectuado o seu cálculo e que se prendem com:
Uma outra limitação do PCV é que, face às variáveis que são essenciais para o seu
cálculo, tais como o preço de venda, a quantidade vendida e os custos variáveis
unitários, devido a flutuações de mercado (factores macroeconómicos) sofrem
alterações com frequência e por esse motivo, este indicador tem muito mais validade no
curto prazo que no longo prazo.
Todavia, apesar das limitações referidas, realçamos que o PCV, numa óptica de curto
prazo, é um importante indicador para apoiar a tomada de decisão e antecipar
problemas, através da construção de cenários onde se fazem variar cada uma das
variáveis que permitem o seu cálculo e se verifica o impacto em Resultados que tem
cada uma dessas variações.
Este indicador é caracterizado pela inclusão dos gastos financeiros nos gastos fixos. Os
juros e gastos financeiros são sempre, segundo Neves, (2012) um custo fixo sendo então
a sua fórmula de cálculo:
Ponto crítico total das vendas em quantidade: Q*= (CFo + Juros) / pv – Cvu
Ponto crítico total valor: V*= (CFo + Juros) / (1 - gv/pv)
3.2-1. Limitações do Ponto Crítico das Vendas
Souza (2013:64) referindo Martins (2000), diz que “as aplicações do conceito de ponto
de equilíbrio são de grande valia e de fácil entendimento quando aplicado a um único
produto. O que não acontece quando a empresa trabalha com diversos produtos. Nesse
caso, o assunto complica-se, já que os custos variáveis são diferenciados também para
cada um, o que provoca a impossibilidade de cálculo de um ponto de equilíbrio global”.
Vários autores referem ainda mais algumas limitações ao ponto crítico das vendas, tais
como os pressupostos com que é efectuado o seu cálculo e que se presente com: as
quantidades produzidas são iguais às quantidades vendidas, o preço de venda unitário é
igual para todas as unidades vendidas, que os gastos variáveis totais são proporcionais,
que é possível separar os gastos em fixos e variáveis e ainda que os gastos fixos de
estrutura se mantêm constantes dentro de determinados níveis de actividade, (um
aumento da capacidade instalada implica um novo nível de gastos fixos.
Face ao exposto, uma outra limitação do ponto crítico das vendas é que face às variáveis
que são essenciais para o seu cálculo, tais como o preço de venda, a quantidade vendida
e os custos variáveis unitários, devido a flutuações de mercado (factores
macroeconómicos) sofrem alterações com frequência e por esse motivo, este indicador
tem muito mais validade no curto prazo que no longo prazo. (Na sua fórmula de cálculo,
não é tido em conta o valor do dinheiro no tempo).
Todavia, apesar das limitações referidas, queremos realçar que o PCV, numa óptica de
curto prazo, é um importante indicador para apoiar a tomada de decisão e antecipar
problemas, através da construção de cenários onde se fazem variar cada uma das
variáveis que permitem o seu cálculo e se verifica impacto em Resultados que tem cada
uma dessas variações.
Exemplo:
Produto A: Produto B:
Os valores ponderados (Pv, Cv e MC) são encontrados pelo valor do produto ajustado
as % Q. Por exemplo, o Pv ponderado do Produto A = $50 x 40% = $20. Os 40 % são
calculados pelo peso da quantidade vendida do produto A face ao total de vendas
(A+B).
Q= CF / MC unitário Q= CF / MC unitário
V= Q x Pv V= Q x Pv
Conclui-se também que o indicador Z-Score tem algumas desvantagens, como o facto
de ser fiável apenas para prever falências até dois anos, o estar desajustado face à nova
realidade económica que se vive mundialmente, o ter sido desenvolvido com base em
empresas americanas não contemplando, portanto, as diferenças de outros mercados e
também o facto de não existir um Z-Score específico para cada sector de actividade.
ANEXOS
Activo Corrente
Existências 7.600.000 6.900.000
Clientes 4.900.000 4.700.000
Disponibilidades 9.200.000 9.300.000
Outros Valores a receber 200.000 190.000
Total do Activo Corrente 21.900.000 21.090.000
TOTAL DO ACTIVO 37.530.000 35.990.000
PASSIVO
Passivo não Corrente
Empréstimos 2.900.000 3.000.000
Outros activos não correntes 585.000 730.000
Total do Passivo não Corrente 3.485.000 3.730.000
Passivo Corrente
Fornecedores 13.300.000
14.600.000
Empréstimos em curto prazo 7.000.000 5.000.000
Parte corrente do Empréstimo MLP 100.000 120.000
Outros valores a pagar 435.000 320.000
Total do Passivo Corrente 20.835.000 20.040.000
TOTAL DO PASSIVO 24.320.000 23.770.000
TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO 37.530.000 35.990.000
Demonstração de resultado da Empresa Alfa Empreitada, LDA
Activo Circulante
Existências 7.600.000 6.900.000
Clientes 4.900.000 4.700.000
Sub-total 12.500.000 11.600.000
Tesouraria Activa
Disponibilidade 9.200.000 9.300.000
Outros Valores a receber 200.000 190.000
Sub-total 9.400.000 9.490.000
RECURSOS
CAPITAL PRÓPRIO
Capital 10.000.000 10.000.000
Reservas 462.000 390.000
Resultados Transitados 2.352.000 1.470.000
Sub-total 12.814.000 11.860.000
Capitais Estáveis
Empréstimos 2.900.000 3.000.000
Outros Passivos não corrente 585.000 730.000
Sub-total 3.485.000 3.730.000
Passivo de Exploração
Fornecedores 13.300.000 14.600.000
Sub-total 13.300.000 14.600.000
Tesouraria Passiva
Accionistas Resultado Atribuído 396.000 360.000
Empréstimos em curto prazo 7.000.000 5.000.000
Parte corrente do Empréstimo MLP 100.000 120.000
Outros valores apagar 435.000 320.000
Sub-total 7.931.000 5.800.000
TOTAL DOS RECURSOS 37.530.000 35.990.000
Balanço Funcional
Necessidades Cíclicas
Recursos Cíclicos