Moda Padronizacao ABNT PDF
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JANEIRO/2015
MODA
A disparidade nos padrões de medidas em confecções de roupas femininas é hoje um dos principais desafios
enfrentados pela indústria de vestuário. A ausência de um padrão em numeração e modelagem tornou-se um
problema tanto para consumidores quanto para o varejista, que se depara com a frequente troca de peças no
ponto de venda (PDV). A diversidade de biotipos corporais das mulheres brasileiras faz com que exista uma
diferenciação na vestibilidade de roupas de diferentes marcas.
A fim de minimizar esses problemas, o Comitê Prevista para entrar em vigor em 2015, a
Brasileiro de Têxteis e do Vestuário (ABNT/CB-17), norma vai propiciar às MPE implementarem
da Associação Brasileira de Normas Técnicas os critérios e requisitos estabelecidos para
(ABNT), em parceria com o SENAI CETIQT otimizar o desenvolvimento dos produtos
realiza o SizeBR - Estudo Antropomé- em conformidade ao padrão de corpos
trico Brasileiro, que dará origem à brasileiros, a fim de aumentar o alcance
NORMA DE PADRONIZAÇÃO ao mercado.
DE VESTUÁRIO FEMININO.
Fontes: BASTOS, S. F. (et. al.), SizeBR - O Estudo Antropométrico Brasileiro, Senai (2014, p. 1) e Como driblar a falta de padronização nas medidas do vestuário nacional, Sebrae 2014 (2014, p. 1).
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DISPARIDADE NOS PADRÕES NACIONAIS
Exemplos de diferentes marcas
Devido à ausência de um padrão antropométrico feminino para a construção das bases de modelagem, as
indústrias de confecção adaptam suas peças de acordo com o tipo físico do seu público-alvo. Muitas empresas
criam o seu próprio padrão de medidas, montando a sua própria tabela e, assim, criando uma discrepância
em nível nacional na modelagem e nas medidas.
BUSTO COMPRIMENTO
45 cm – Ellus 59 cm – Ellus
100 cm – Lança Perfume 71 cm – Lança Perfume
110 cm – Wee 70 cm – Wee
100 cm – Mandi 66 cm – Mandi
45 cm – Cantão 59 cm – Cantão
FUNDAMENTAIS COMPLEMENTARES
São medidas horizontais que determinam o tamanho É o comprimento da frente até a cintura, das costas
da roupa, como busto, cintura e quadril. até a cintura, do braço, do pescoço e do ombro.
Fonte: MATIAS, M. A., Análise da tabela de medidas feminina, criada pela Abravest, junto às indústrias de confecções de Criciúma, Unesc (2009, p. 22).
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A FORMA DO CORPO
da mulher brasileira
O projeto SizeBR está percorrendo todas as regiões brasileiras Já finalizamos as medições nas regiões
para realizar as medições corporais de mulheres, por meio da Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste,
tecnologia de escaneamento de corpos em 3D. Essa tecnologia e dentro do mês de dezembro
auxilia na categorização das medidas utilizadas para o
finalizaremos a região Norte do Brasil.
desenvolvimento de um sistema de tamanho apropriado para
cada tipo de corpo e região do Brasil. Assim, será possível um Estamos perto da nossa meta de medição
melhor planejamento na personalização do vestuário. de 10 mil voluntários.”
Flávio Sabrá, gerente de inovação, estudos e pesquisas no SENAI
CETIQT, em entrevista para o Sebrae Inteligência Setorial.
FORMAS CORPORAIS DA
MULHER BRASILEIRA
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BIOTIPO DA MULHER
Região Sudeste
Até o presente momento, o estudo concluiu que a mulher brasileira apresenta, em linhas gerais, caracte-
rísticas de um corpo retangular. A região Sudeste também apresenta essa similaridade, com mulheres de
biotipo no formato de um retângulo.
DISTRIBUIÇÃO
DA FORMA CORPORAL DAS MULHERES
DA REGIÃO SUDESTE
1,7%
Hourglass
3,9% 1,4%
Classificados em mais de uma forma Triangle
6,9% 0,4%
Spoon Top Hourglass
5,9%
Bottom Hourglass
65%
Rectangle
14,9%
Inverted Triangle
Fonte: BASTOS, S. F.; SABRÁ, F. G., A forma do corpo da mulher brasileira, Senai CETIQT (2014, p. 12-13).
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ASPECTOS RELEVANTES
da futura norma de padronização do vestuário feminino
As medidas estabelecidas não serão impostas às confecções. Porém, os consumidores devem ficar mais
satisfeitos com os novos tamanhos padronizados e com a indicação da estatura ou tipo físico para qual a peça
foi feita.
ncia
e trazer a importâ
A norma pretend
que passou a
da etiquetagem, re a A norma é composta de uma parte principal onde descrevemos
informações sob
apresentar mais or como indicar a vestibilidade nas etiquetas, isto é, para quais
laração do produt
peça, como a dec d ica medidas de corpo a roupa foi projetada (modelada). Assim, o
ria – quando in
assumindo a auto usuário saberá o que está comprando, mesmo via internet.
CNPJ, o conteúdo
sua razão social e Na segunda parte, há o anexo informativo, onde
ção e os cuidados
utilizado na confec ilidade do a tabela exemplo descreve quase 40 pontos
durab
para garantia da de medidas do corpo humano feminino, em três biotipos.
ém dos itens já
produto têxtil. Al Esses foram eleitos pela frequência nas medições
ta deverá trazer
descritos, a etique e pelo body scanner, realizadas na pesquisa do Senai CETIQT.
e origem da peça
também o país d Assim, as empresas podem obter melhor orientação,
dimensão.
seu tamanho ou de acordo com seus consumidores
o de 2008,
e: Re so lu çã o n. º 02, de 6 de mai stria e mais frequentes. .
Font Indú
senvolvimento,
Ministério do De (2008, p. 2). Maria Adelina Pereira, em entrevista para o Sebrae Inteligência Setorial.
rio r
Comércio Exte
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MODELAGEM 3D
para as MPE fluminenses
OBJETIVOS DO
SIMULADOR 3D
Possibilita que pequenos ajustes sejam feitos e refeitos, de maneira simples e sem custos.
Juntamente com esse programa, é utilizado a máquina body scanner, que faz a leitura do corpo humano
e capta, com precisão, mais de 100 medidas detalhadas, para que posteriormente, seja exibida na tela do
computador a imagem das formas tridimensionais do corpo.
Fonte: DUARTE, A. G., SENAI mede corpo do brasileiro para estabelecer medidas padrão de roupas, Portal da Indústria (2013).
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PADRONIZAÇÃO DE ROUPAS FEMININAS
Otimização das vendas no e-commerce
A diferença nos tamanhos disponibilizados no mercado nacional é um dos principais fatores que deixam os
consumidores inseguros na hora de adquirir uma peça de vestuário pela internet.
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BENEFÍCIOS E IMPACTOS DA NORMA
Visão de especialistas
Empreendedor Lojista
Poderá consultar a norma para ter acesso a uma Otimizará seu tempo de atendimento e o entra e
tabela de medidas mais consistente do que as sai de provadores – o que atrasa a vendedora e
tabelas tiradas do “caderninho da modelista”. Até muitas vezes, causa problemas para o comércio
a marca do negócio se estabelecer e esse empre- e para o consumidor. Observou-se que a norma
endedor conhecer mais seu público-alvo, o norma de medidas infantis e masculinas tem reduzido o
pode auxiliar. A partir daí, ele pode desenvolver número de trocas de peças devido a medidas.
pesquisas para adequar a produção se necessário.
Consumidor
Economizará dinheiro e tempo. Poderá comprar Licitações
de maneira mais rápida e assertiva, evitando filas Facilitará que as licitações de uniformes e equipa-
no provador ou erros ao comprar pela internet. mentos de proteção individual (EPIs) adotem um
padrão estabelecido de acordo com os usuários.
Empresário no mercado
Poderá comprar suas tabelas e verificar o que pode ser um problema junto aos seus consumidores. Mesmo usando só a primeira parte da
norma, poderá ganhar muito ao indicar a vestibilidade (medidas do corpo para as quais a roupa foi projetada). Para confecções que atuam
para um único biotipo, é a oportunidade de conhecer outras oportunidades.
Acreditamos que o empreendedor ampliará a sua assertividade em todo o processo têxtil, chegando ao
desenvolvimento do produto e a sua distribuição, além de ampliar a sua gestão de estoques de insumos e
bens acabados. Para um empreendedor participar do mercado internacional, ele deverá desenvolver um
conhecimento profundo do comportamento e consumo do país, passando pelos seus hábitos, faixa etária,
religião, simbolismos das cores, entre outros. E é claro, acrescidos do conhecimento dos biotipos dos usuá-
rios, para assim desenvolver e entregar os produtos. Para todos estes estudos e pesquisas, também temos
que levar em consideração o crescimento das vendas via internet . Com isso, a apresentação dos biotipos
é fundamental para uma análise do que está sendo adquirido e se o produto atenderá ao usuário final.
Flávio Sabrá, gerente de inovação, estudos e pesquisas do SENAI CETIQT, em entrevista para o Sebrae Inteligência Setorial.
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RECOMENDADAS
Entenda mais sobre a antropometria por meio do 4º capítulo do livro digital Ergo-
nomia: Projeto e Produção. Confira ainda o portal do Senai CETIQT para acessar
os estudos e pesquisas, disponíveis gratuitamente;
Participe da Consulta Pública Nacional da ABNT à norma, que está prevista para
acontecer no 1º trimestre de 2015, proporcionando oportunidade aos confec-
cionistas avaliaram as medidas estabelecidas por essa normalização. Entre em
contato com o Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário da ABNT pelo e-mail
denise.araujo@abnt.org.br;
MODA
Gerente: Cezar Kirszenblatt
Gestor do Programa Sebrae Inteligência Setorial: Marcelo Aguiar
Analista de Inteligência Setorial: Mara Godoy
RELATÓRIO TRIMESTRAL Conteudista: Natan Amboni de Souza
Especialista: Maria Adelina Pereira
JANEIRO/2015
Entre em contato com o Sebrae: 0800 570 0800
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