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E VETORIAL
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
ISBN 978-85-459-1269-9
CDD - 22 ed. 512.5
CIP - NBR 12899 - AACR/2
http://lattes.cnpq.br/4340960500722471
http://lattes.cnpq.br/9773159625555685
APRESENTAÇÃO
SEJA BEM-VINDO(A)!
Prezado(a) acadêmico(a), sou professor Alexandre Suguimoto e é com muita satisfação
que apresento este livro sobre Álgebra Linear. Espero que este material possa contribuir
em seu aprendizado e que sirva para enriquecer seus conhecimentos sobre esta disci-
plina. Ele está organizado da seguinte maneira: as duas primeiras unidades tratam de
conceitos fundamentais da álgebra linear, são eles: matrizes, determinantes e sistemas
de equações lineares; nas demais unidades são apresentados conceitos de espaços ve-
toriais, produto interno e transformações lineares.
As unidades foram escritas pelo professor Anderson Leandro Zulin, complementadas e
revisadas por mim e pela nossa equipe de mediadores da EaD. Várias situações-proble-
ma existentes nas ciências exatas podem ser representadas por equações ou sistemas
de equações lineares, e conseguir reconhecê-los, interpretá-los e resolvê-los são alguns
dos nossos principais objetivos nessa disciplina. O leitor perceberá que, por mais sim-
ples ou complexo que seja um problema relacionado à álgebra linear, de maneira geral,
recaímos na busca de solução para determinado sistema de equações lineares, associa-
do ao problema proposto.
Ao revisar e reescrever este livro, procurei apresentar as definições e os conceitos com
exemplos e, sempre que possível, com auxílio de figuras, de maneira a facilitar a compre-
enssão dos assuntos abordados. Para os mais interessados, muitos conteúdos podem
ser aprofundados detalhadamente em livros de álgebra linear e vetorial e álgebra linear
aplicada.
Para todos(as) os(as) cursistas, desejo um ótimo estudo, com muita garra, dedicação e,
consequentemente, muito sucesso.
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
MATRIZES
15 Introdução
16 Matrizes
29 Matriz inversa
37 Determinante
48 Considerações Finais
UNIDADE II
59 Introdução
71 Regra de Cramer
82 Considerações Finais
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
ESPAÇOS VETORIAIS
95 Introdução
96 Vetores
UNIDADE IV
163 Introdução
UNIDADE V
AUTOVALORES E AUTOVETORES
191 Introdução
224 Conclusão
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto
Professor Me. Anderson Leandro Zulin
I
UNIDADE
MATRIZES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer e identificar os diferentes tipos de matrizes.
■■ Definir as operações com matrizes e identicar suas propriedades.
■■ Saber se uma matriz é inversível e como calculá-la.
■■ Definir o conceito de Determinante, apresentar algumas técnicas
para seu cálculo e mostrar suas principais propriedades.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Matrizes
■■ Operações com matrizes
■■ Matriz Inversa
■■ Determinante
15
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Prezado(a) alunos(a), iniciamos nossos estudos inserindo o conceito de conjunto de ma-
trizes, definindo as operações sobre este conjunto cujas propriedades (associativa, comutativa e
distributiva) assemelham-se aos dos números reais bem como as propriedade dos vetores. Além
disso, apresentaremos algumas matrizes especiais, tais como matriz nula, matriz oposta, matriz
identidade, matriz triangular, matriz quadrada e matriz inversa − veremos que cada uma delas
tem sua importância no estudo desse conjunto. Ainda sobre matrizes, definiremos de maneira
formal o conceito de determinante de uma matriz quadrada e verificaremos algumas propriedades
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Na prática, dada uma situação-problema cuja modelagem matemática nos fornece um sis-
tema de equações lineares − a partir desse sistema de equações −, construir uma tabela numérica
(denominada matriz) e, por meio de técnicas convenientes, fica sendo possı́vel obter um conjunto
solução para o sistema, se existir, é claro. Mas, enfim, dado um sistema de equações lineares,
resolver esse sistema é o objetivo principal das Unidades I e II, pois é um pré-requisito para as
Unidades III, IV e V.
Assim, nesta unidade, aprofundaremo-nos nos estudos das matrizes, com as operações de
adição e multiplicação por escalar, em especial, o produto de matrizes e as operações elementares
sobre uma matriz. Finalizaremos definindo formalmente o conceito de determinante associado
a uma matriz quadrada. Esses conceitos, conforme exposto anteriormente, condicionará-nos a
conhecer técnicas para resolução e discussão sobre a existência de solução de sistemas de equações
lineares, tais como o escalonamento, posto de uma matriz e a Regra de Cramer. Portanto, é
importante que o leitor(a) tenha consciência que as teorias referentes aos estudos das matrizes
terão uma aplicação efetiva na próximas unidades.
Introdução
16 UNIDADE I
TÓPICO 1: MATRIZES
MATRIZES
Uma matriz A de ordem m por n é uma tabela formada por termos numéricos dispostos
ordenadamente, denotada conforme tabela a seguir:
⎡ ⎤
⎢ a11 a12 · · · a1n ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ a21 a22 · · · a2n ⎥
A = [aij ]m×n =⎢
⎢ .
⎥ .
⎢ .. .. ... .. ⎥
⎢ . . ⎥
⎥
⎣ ⎦
am1 am2 · · · amn
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
m×n
Os elementos de uma matriz podem ser outros objetos (não necessariamente só números).
Por exemplo, podemos ter nas matrizes números complexos, polinômios, funções, outras matrizes
etc. Neste livro, representaremos as matrizes por colchetes [ ], mas elas também podem ser
representadas por parênteses ( ) ou até duas barras � �. A seguir, temos alguns exemplos de
matrizes:
⎡ ⎤
√
⎢ 3 2 π ⎥
• Uma matriz 2 × 3 : A = ⎣ ⎦
−5 3
0
Explica ai:
4
⎡ ⎤ Noções de
Matrizes
⎢ 1 2 −3 ⎥
⎢ ⎥
• Uma matriz 3 × 3 : B = ⎢
⎢ −4 5 8 ⎥
⎥
⎣ ⎦
0 9 0
� �
25
• Uma matriz 1 × 4 : C = −1 log 2 sen1 o
3
⎡ ⎤
⎢ i ⎥
⎢ ⎥
• Uma matriz 3 × 1 : D = ⎢
⎢ π ⎥
⎥
⎣ ⎦
e
MATRIZES
17
Tipo de Matrizes
Matriz Nula
Trata-se de uma matriz de qualquer ordem cujos elementos são todos nulos, isto é, aij = 0
para todo i e j.
⎤ ⎡
⎡ ⎤ 0 0 ⎡ ⎤
� � ⎢ ⎥
⎢ 0 0 0 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
Exemplo 1: A = ⎣ ⎦, B = 0 0 0 , C = ⎢ ⎥
⎢ 0 0 ⎥ e O=⎣ ⎦
0 0 0 ⎣ ⎦ 0 0
0 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Matriz Quadrada
É aquela cujo número de linhas é igual ao número de colunas, ou seja, se A = [aij ]m×n é
uma matriz quadrada, então, m = n. Neste caso, com respeito à ordem da matriz, podemos dizer
simplesmente matriz de ordem m.
Exemplo 2:
Matriz Linha
Matrizes
18 UNIDADE I
Matriz Coluna
Matriz Diagonal
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
É uma matriz quadrada cujos elementos que não estão na diagonal são todos nulos (iguais
a zero), isto é, aij = 0 se i �= j para todo i e j.
⎡ ⎤
⎡ ⎤
⎢ 5 0 0 ⎥
⎢ −3 0 ⎥ ⎢ ⎥
Exemplo 5: A = ⎣ ⎦ B=⎢ ⎢ 0 4 0 ⎥⎥
0 2 ⎣ ⎦
0 0 −1
Nas matrizes diagonais, temos uma que é especial. Mostraremos essa matriz logo a seguir.
Matriz Identidade
⎧
⎪
⎨ 1, se i = j
aij = para todo i, j
⎪
⎩ 0, se i �= j
Isto é, ⎡ ⎤
⎢ 1 0 0 0 ··· 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 0 ··· 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
A = [aij ]n×n =⎢ 0 0 1 0 ··· 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ . . .. .. . . .. ⎥
⎢ .. ..
⎢ . . . . ⎥
⎥
⎣ ⎦
0 0 0 0 0 1
n×n
MATRIZES
19
Matriz Simétrica
É uma matriz quadrada, na qual os elementos abaixo da diagonal são nulos, isto é, aij = 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Trata-se de uma matriz quadrada cujos elementos acima da diagonal são nulos, isto é,
aij = 0 sempre que i < j.
⎡ ⎤
⎡ ⎤
⎢ 1 0 0
0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ −3 0 0 ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ 4 2 0 0 ⎥
Exemplo 8: A = ⎢ ⎥
⎢ 4 −1 0 ⎥ B=⎢
⎢
⎥
⎥
⎣ ⎦ ⎢ 3 1 −2 0 ⎥
⎢ ⎥
3 2 5 ⎣ ⎦
−7 2 7 9
Igualdade de Matrizes
Definição: Considere duas matrizes, A = [aij ]m×n e B = [bij ]p×q . A matriz A será igual à matriz
B, denotada por A = B quando a ordem de ambas for a mesma (m = p), (n = q) e seus elementos
correspondentes iguais, ou seja, elementos que ocupam a mesma posição (linha e coluna) na matriz
A e B serão iguais, isto é, aij = bij para todo i e j.
Matrizes
20 UNIDADE I
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
√ o
⎢ 49
sen 30 ⎥ ⎢ 7 1/2 ⎥
Exemplo 9: A matriz A = ⎣ ⎦ é igual a matriz B = ⎣ � � ⎦.
⎡ ⎤ ⎡ −0, 75 √π 0 ⎤
−3/4√ 1
o 7 1/2 ⎥
⎢ 49 sen 30 ⎥ ⎢
Exemplo 9: A matriz A = ⎣ ⎡ ⎦ é igual a matriz ⎤B = ⎣ ⎡ �√⎤�0 ⎦ .
−3/4 1 2 −0, 75 π
⎢ 2x − y w − 3z ⎥ ⎢ −4 0 ⎥
Exemplo 10: Considerando as matrizes C = ⎣ ⎦ eD=⎣ ⎦ , determine
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
3y 5w2− 7 12 3
⎢ 2x − y w − 3z ⎥ ⎢ −4 0 ⎥
Exemplo
os valores 10:
de x, y, Considerando
z e w tal que as matrizesCC=e⎣D sejam iguais. ⎦ e D = ⎣
asmatrizes ⎦, determine
3y 5w − 7 12 3
os valores
Solução: pela de x, y, z edevemos
definição w tal que as matrizes C e D sejam iguais.
ter:
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Solução: pela definição devemos ter:
C=D
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
2
C=D
⎢ 2x − y w − 3z ⎥ ⎢ −4 0 ⎥
⎣⎡ ⎦ ⎤= ⎣⎡ ⎦⎤
3y 5w 2− 7 12 3
⎢ 2x − y w − 3z ⎥ ⎢ −4 0 ⎥
⎣ ⎦=⎣ ⎦
3y 5w − 7 12 3
2x − y = −4 (I)
w22x
−−3zy =
= 0−4 (II)
(I)
3yw=2 −
123z = 0 (III)
(II)
5w3y−=7 12
=3 (III)
(IV )
5w − 7 = 3 (IV )
De (III) obtemos y = 4 e, substituindo esse valor em (I), temos x = 0. Em (IV ) obtemos
4
De (III)esse
w = 2 e trocando obtemos
valor yem
= (II)
4 e, substituindo
teremos z = esse
. valor em (I), temos x = 0. Em (IV ) obtemos
34
w = 2 e trocando esse valor em (II) teremos z = .
3
Em se tratando de Matemática, uma vez definido certo conjunto, neste caso o conjunto das
Em se otratando
matrizes, próximode Matemática,
passo uma vez édefinido
(o que é natural) elaborarcerto
umaconjunto,
teoria na neste casopossı́vel
qual seja o conjunto das
efetuar
matrizes, o próximo passo (o que é natural) é elaborar uma teoria na qual seja possı́vel efetuar
as operações matemáticas mais elementares, tais como a adição e multiplicação. Tente perceber
as operações matemáticas mais elementares, tais como a adição e multiplicação. Tente perceber
esse fato nas disciplinas de Matemática.
esse fato nas disciplinas de Matemática.
MATRIZES
21
Adição
Sejam A = [aij ] e B = [bij ] matrizes de mesma ordem, definimos soma das matrizes A com
B denotada por A + B, como sendo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A + B = [aij + bij ]
cuja ordem é a mesma das matrizes A e B. Note que, para somarmos duas ou mais matrizes, basta
somarmos os elementos correspondentes.
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 2 ⎥ ⎢ −5 2 4 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
Exemplo 11: Dados A = ⎢ ⎥
⎢ −5 4 −3 ⎥ e B = ⎢ ⎥
⎢ −3 7 8 ⎥, obtenha a soma A + B.
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
7 2 −1 11 9 2
Temos
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 2 ⎥ ⎢ −5 2 4 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
A+B = ⎢ ⎥ ⎢
⎢ −5 4 −3 ⎥ + ⎢ −3 7 8
⎥
⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
7 2 −1 11 9 2
⎡ ⎤
⎢ 1 + (−5) 0 + 2 2 + 4 ⎥
⎢ ⎥
A+B = ⎢
⎢ −5 + (−3) 4 + 7 −3 + 8
⎥
⎥
⎣ ⎦
7 + 11 2 + 9 −1 + 2
⎡ ⎤
⎢ −4 2 6 ⎥
⎢ ⎥
A+B = ⎢
⎢ −8 11 5
⎥
⎥
⎣ ⎦
18 11 1
Seja A = [aij ]m×n uma matriz e k ∈ R um escalar, o produto de k pela matriz A é definido
da seguinte maneira:
k · A = [k · aij ]m×n .
Em outras palavras, para multiplicar um escalar k por uma matriz, basta efetuarmos o produto
de k por todos os elementos dessa matriz.
⎡ ⎤
⎢ −2 5 17 ⎥
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⎢ ⎥
Exemplo 12: Se k = 3 e A = ⎢ 11 −3 3 ⎥
⎢
⎥. Determine k.A:
⎣ ⎦
9 2 10
⎡ ⎤
⎢ 3(−2) 3(5) 3(17) ⎥
⎢ ⎥
k·A=3·A=⎢
⎢ 3(11) 3(−3) 3(3) ⎥
⎥
⎣ ⎦
3(9) 3(2) 3(10)
⎤⎡
⎢ −6 15 51 ⎥
⎢ ⎥
k·A=3·A=⎢ ⎥
⎢ 33 −9 9 ⎥ .
⎣ ⎦
27 6 30
Uma vez definida multiplicação de um escalar por uma matriz, podemos definir a diferença entre
matrizes. Assim, dadas duas matrizes A e B de mesma ordem, para efetuarmos a diferença entre
elas, basta proceder da seguinte forma:
� �
A−B =A+ −B
em que a matriz −B corresponde à matriz oposta de B, ou seja, −B pode ser interpretado como
sendo o produto do número −1 pela matriz B.
MATRIZES
23
Propriedade: Dadas as matrizes A = [aij ]m×n , B = [bij ]m×n , C = [cij ]m×n , todas de mesma
ordem e escalares α e β (números reais), são válidas as seguintes propriedades:
I) A + (B + C) = (A + B) + C (associatividade).
II) A + B = B + A (comutatividade).
III) A + Om×n = A (existência do elemento neutro da adição, em que Om×n representa a matriz
nula de ordem m × n).
� �
IV) A + − A = Om×n (existência da matriz oposta).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
V) α(A + B) = αA + αB (distributividade).
VIII) 1 · A = A.
É interessante observar que essas propriedades com essas operações também são verificadas
para o conjunto de vetores bem como para o conjunto dos números reais. Veremos, mais adiante,
que conjuntos que satisfazem essas propriedades são chamados de espaços vetoriais.
Matriz transposta
Dada uma matriz A = [aij ]m×n , definimos a matriz transposta de A, uma nova matriz
B = [bij ]n×m cujas linhas são as colunas de A, isto é, bij = aji e será denotada por At .
⎡ ⎤
−1 2 ⎡ ⎤
⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ −1 6 4 ⎥
Exemplo 13: Se A = ⎢ ⎢ 6 0 ⎥
t
⎥, então A = ⎣ ⎦.
⎣ ⎦ 2 0 −3
4 −3
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 6 1 −8 ⎥ ⎢ 6 1 −8 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 14: Se B = ⎢ 1 −3 2 ⎥, então B = ⎢ 1 −3 2 ⎥ t ⎢
⎥.
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
−8 2 0 −8 2 0
No exemplo 14, a matriz transposta coincidiu com a própria matriz, e este é um exemplo
de matriz simétrica. Na sequência, temos outras propriedades relacionadas às matrizes.
Propriedade: Sejam A = [aij ] e B = [bij ] matrizes de mesma ordem. São válidas as seguintes
afirmações:
III) (A + B)t = At + B t .
t
IV) k · A = k · At .
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(⇒)
Suponha que At = A, logo [aij ] = [aji ], ou seja, A é uma matriz simétrica.
(⇐)
Se A é simétrica, então, [aij ] = [aji ], e, portanto, At = A.
(A + B)t = ([aij ] + [bij ])t = [cij ]t = [cji ] = [aji + bji ] = [aji ] + [bji ] = [aij ]t + [bij ]t = At + B t .
MATRIZES
25
Multiplicação de Matrizes
2, 5 · 1 + 5, 6 · 2 + 6, 1 · 3 + 6, 0 · 4 1 2 3 4
Aluno A: = 2, 5 · + 5, 6 · + 6, 1 · + 6, 0 · = 5, 6
10 10 10 10 10
2, 0 · 1 + 3, 5 · 2 + 3, 7 · 3 + 5, 5 · 4 1 2 3 4
Aluno B: = 2, 0 · + 3, 5 · + 3, 7 · + 5, 5 · = 4, 2
10 10 10 10 10
8, 0 · 1 + 6, 8 · 2 + 7, 5 · 3 + 9, 0 · 4 1 2 3 4
Aluno C: = 8, 0 · + 6, 8 · + 7, 5 · + 9, 0 · = 8, 0
10 10 10 10 10
6, 0 · 1 + 6, 1 · 2 + 5, 5 · 3 + 6, 7 · 4 1 2 3 4
Aluno D: = 6, 0 · + 6, 1 · + 5, 5 · + 6, 7 · = 6, 2
10 10 10 10 10
4, 0 · 1 + 5, 0 · 2 + 7, 0 · 3 + 7, 5 · 4 1 2 3 4
Aluno E: = 4, 0 · + 5, 0 · + 7, 0 · + 7, 5 · = 6, 5
10 10 10 10 10
Estas operações podem ser representadas por matrizes. Podemos construir uma matriz N
da mesma forma, podemos construir uma matriz P com os valores dos pesos de cada bimestre, isto
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é, ⎡ ⎤
⎢ 1/10 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 2/10 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 3/10 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
4/10
MATRIZES
27
Definição: Sejam A = [aij ]m×n e B = [bij ]n×s matrizes com termos reais, o produto da matriz A
Definição: Sejam A = [aij ]m×n e B = [bij ]n×s matrizes com termos reais, o produto da matriz A
pela matriz B é a matriz A · B = [cij ]m×s cujos termos são:
pela matriz B é a matriz A · B = [cij ]m×s cujos termos são:
�n
n a ·b
cij = � ik kj com i = {1, 2, . . . , m} e j = {1, 2, . . . , s}.
cij = k=1 aik · bkj com i = {1, 2, . . . , m} e j = {1, 2, . . . , s}.
k=1
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 3 ⎥ ⎢ 2 0 −4 ⎥
Exemplo 15: Considere as matrizes A =⎢⎣ 1 3 ⎥⎦ e B =⎢ ⎣2 0 −4 ⎥ ⎦, como a ordem da
Exemplo 15: Considere as matrizes A = ⎣ ⎦ eB=⎣ , como a ordem da
2 −1 5 −2 6⎦
2 −1 5 −2 6
matriz A é 2 × 2 e da matriz B é 2 × 3, pela definição, podemos realizar o produto A · B resultando
matriz A é 2 × 2 e da matriz B é 2 × 3, pela definição, podemos realizar o produto A · B resultando
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
em uma matriz de ordem 2 × 3. Por outro lado, o produto B · A não está definido, pois o número de
em uma matriz de ordem 2 × 3. Por outro lado, o produto B · A não está definido, pois o número de
colunas
colunasde
deBBéédiferente
diferente do
do número de linhas
número de linhasde
deA.
A.OOproduto
produtoé sempre
é sempre realizado
realizado tomando-se
tomando-se cada
cada
linha
linhada
damatriz
matriz A A (primeira matriz na
(primeira matriz na ordem
ordemdodoproduto)
produto)por
porcadacada coluna
coluna dada matriz
matriz B (segunda
B (segunda
matriz
matrizna
naordem
ordem do
do produto).
produto).
⎡⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎤ ⎡⎡ ⎤ ⎤
⎢⎢ 11 33 ⎥
⎥ ⎢⎢ 2 00 −4
−4 ⎥⎥ ⎢⎢1(2)
1(2)++3(5)
3(5) 1(0) ++
1(0) 3(−2)
3(−2)1(−4) + 3(6)
1(−4) + 3(6)
⎥ ⎥
AA· ·BB == ⎣⎣ ⎦· ⎣
⎦ ⎣ ⎦⎦ == ⎣⎣ ⎦ ⎦
−1
22 −1 5 −2
−2 66 2(2)−−1(5)
2(2) 1(5) 2(0) −−
2(0) 1(−2)
1(−2)2(−4) − 1(6)
2(−4) − 1(6)
. .
⎡⎡ ⎤⎤
⎢ 17 −6 14 ⎥
== ⎣⎢ 17 −6 14⎦ .⎥ .
⎣ ⎦
−1
−1 2 2 −14
−14
Uma maneira de não nos perdermos na multiplicação é colocarmos elementos do produto em al-
Uma maneira de não nos perdermos na multiplicação é colocarmos elementos do produto em al-
guma posição que não seja a dele e encontrarmos uma matriz errada. Assim, basta observarmos
guma posição que não seja a dele e encontrarmos uma matriz errada. Assim, basta observarmos
qual linha da primeira matriz está sendo multiplicada por qual coluna da segunda matriz. No
qual linha da primeira matriz está sendo multiplicada por qual coluna da segunda matriz. No
exemplo anterior, multiplicamos a segunda linha de A pela terceira coluna de B e encontramos
exemplo anterior, multiplicamos a segunda linha de A pela terceira coluna de B e encontramos
o elemento que estará na posição c23 , isto é, c23 = −14.
o elemento que estará na posição c23 , isto é, c23 = −14.
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Na Educação Básica, são apresentadas algumas propriedades sobre os números reais (Produtos
Na Educação
Notáveis), Básica, são apresentadas
por exemplo, e b ∈ R, tem-se
para todo a algumas (a + b)2sobre
propriedades = a2 os + b2 . reais
números
+ 2ab Reflita(Produtos
por que,
em geral,
Notáveis), pordadas duas para
exemplo, matrizes R,n×n
todoAae eBb ∈∈ M (R), temos
tem-se 2 + B)
(a + b)(A 2
= a2 + �= A2++b22AB
2ab + B 2por
. Reflita . Reflita
que,
em também, qualduas
geral, dadas a condição
matrizes para
A que
e B a∈igualdade
Mn×n (R),aconteça.
temos (A + B)2 �= A2 + 2AB + B 2 . Reflita
também, qual a condição para que a igualdade aconteça.
MATRIZES
29
MATRIZ
TÓPICO 3:INVERSA
MATRIZ INVERSA
Definição: Seja A = [aij ]n×n uma matriz quadrada, dizemos que essa matriz admite inversa se, e
somente se, existe uma matriz B = [bij ]n×n tal que:
A · B = B · A = In
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 2 −3 ⎥ ⎢ 1/14 3/14 ⎥
Exemplo 16: A matriz A = ⎣ ⎦ admite como inversa a matriz A−1 = ⎣ ⎦,
4 1 −2/7 1/7
pois:
⎡� � ⎤
1 −2 3 1
⎡ ⎤ ⎡ 2 · ⎤
− 3 · 2· −3· ⎡ ⎤
⎢ 14 7 14 7 ⎥
2 −3 1/14 3/14 ⎢ ⎥ 1 0
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
A · A−1 =⎣ ⎦·⎣ ⎦=⎢ ⎥=⎣ ⎦.
⎢ � � ⎥
4 1 −2/7 1/7 ⎣ 1 −2 3 1 ⎦ 0 1
4· +1· 4· +1·
14 7 14 7
⎡ ⎤
⎢ −2 5 ⎥
Exemplo 17: Calcule a matriz inversa da matriz A = ⎣ ⎦, caso exista.
3 9
Solução: pela definição, ⎤ A admite inversa se existir uma matriz B tal que A · B = I2 .
⎡ a matriz
⎢ a b ⎥
Suponhamos que B = ⎣ ⎦ seja a matriz procurada, logo,
c d
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ −2 5 ⎥ ⎢ a b ⎥ ⎢ 1 0 ⎥
A·B =⎣ ⎦·⎣ ⎦=⎣ ⎦
3 9 c d 0 1
Matriz Inversa
30 UNIDADE I
3 1 5
Solucionando o sistema (I), chegamos a a = − e c = . Já com o sistema (II), obtemos b =
11 11 33
2
ed= .
33
Portanto, a matriz A admite inversa e sua inversa é a matriz:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎡ ⎤
⎢ −3/11 5/33 ⎥
B = A−1 = ⎣ ⎦.
1/11 2/33
O exemplo anterior mostrou-nos que, ao tentar inverter uma matriz quadrada de ordem 2,
obtivemos dois sistemas com duas equações e duas incógnitas cuja resolução é bem simples. Agora,
se tentarmos inverter uma matriz quadrada de ordem 3 com essa técnica, obteremos três sistemas
com três equações e três incógnitas cada um, totalizando 9 incógnitas. Assim, se tentarmos inverter
matrizes quadradas de ordem superior a 3, o trabalho que terı́amos que realizar seria imenso. Nesse
sentido, o próximo passo é estabelecer uma técnica melhor para inversão de matrizes quadradas
independentemente da sua ordem.
MATRIZES
31
matriz: ⎡ ⎤
⎢ 7 −6 9 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 3 0 8 ⎥
⎢ ⎥.
⎣ ⎦
−2 5 1
III) Transformando a linha 3 como soma da linha 1 com o dobro da linha 3 (L3 → L1 + 2L3 ),
obtemos: ⎡ ⎤
⎢ −2 5 1 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 3 0 8 ⎥.
⎢ ⎥
⎣ ⎦
12 −7 19
Matrizes Equivalentes
Teorema: Dizemos A = [aij ]n×n admite inversa se, e somente se, A ∼ In . Além disso, se A é
inversı́vel, então, a mesma sucessão de operações elementares que transformam A em In , convertem
In na inversa de A. A demonstração deste teorema o leitor pode encontrar em Callioli (1990).
Matriz Inversa
32 UNIDADE I
Para determinarmos a inversa de uma matriz A (quando existir), basta seguirmos os se-
guintes passos:
I) Ao lado da matriz A colocamos a matriz identidade com a mesma ordem de A, separada por
uma linha tracejada.
II) Transforma-se, por meio de operações elementares, a matriz A na matriz In , aplicando-se,
simultaneamente, à matriz In , colocada ao lado da matriz A, as mesmas operações elementares.
⎡ ⎤
⎢ −2 1 3 ⎥
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎢ ⎥
⎢
Exemplo 19: Determinaremos a inversa da matriz A = ⎢ 4 2 5 ⎥ ⎥ seguindo os passos descritos
⎣ ⎦
−3 0 1
anteriormente.
Solução: ⎡ ⎤
⎢ −2 1 3 | 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 4 2 5 | 0 1 0 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
−3 0 1 | 0 0 1
⎡ ⎤
⎢ 1 −1/2 −3/2 | −1/2 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 4 2 5 | 0 1 0 ⎥ L1 → L1
⎢ ⎥ −2
⎣ ⎦
−3 0 1 | 0 0 1
⎡ ⎤
⎢ 1 −1/2 −3/2 | −1/2 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 4 11 | 2 1 0 ⎥ L2 → −4L1 + L2
⎢ ⎥
⎣ ⎦
−3 0 1 | 0 0 1
⎡ ⎤
⎢ 1 −1/2 −3/2 | −1/2 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 ⎥
⎢ 4 11 | 2 ⎥ L3 → 3L1 + L3
⎣ ⎦
0 −3/2 −7/2 | −3/2 0 1
MATRIZES
33
⎡ ⎤
⎢ 1 −1/2 −3/2 | −1/2 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 4 11 | 2 1 0 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
0 −3/2 −7/2 | −3/2 0 1
⎡ ⎤
⎢ 1 −1/2 −3/2 | −1/2 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 11/4 | 1/2 1/4 0 ⎥ L2 → L2
⎢ ⎥ 4
⎣ ⎦
0 −3/2 −7/2 | −3/2 0 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎡ ⎤
⎢ 1 0 −1/8 | −1/4 1/8 0 ⎥
⎢ ⎥ 1
⎢ 0 11/4 | 1/2 1/4 0 ⎥
⎢ 1 ⎥ L1 → 2 L2 + L1
⎣ ⎦
0 −3/2 −7/2 | −3/2 0 1
⎡ ⎤
⎢ 1 0 −1/8 | −1/4 1/8 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 11/4 | 1/2 1/4 0 ⎥ L3 → 3 L2 + L3
⎢ ⎥ 2
⎣ ⎦
0 0 5/8 | −3/4 3/8 1
⎡ ⎤
⎢ 1 0 −1/8 | −1/4 1/8 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 11/4 | 1/2 1/4 0 ⎥ L3 → 8 L3
⎢ ⎥ 5
⎣ ⎦
0 0 1 | −6/5 3/5 8/5
⎡ ⎤
⎢ 1 0 0 | −2/5 1/5 1/5 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 11/4 | 1/2 1/4 0 ⎥ L1 → 1 L3 + L1
⎢ ⎥ 8
⎣ ⎦
0 0 1 | −6/5 3/5 8/5
⎡ ⎤
⎢ 1 0 0 | −2/5 1/5 1/5 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 | 19/5 −7/5 −22/5 ⎥ L2 → − 11 L3 + L2
⎢ ⎥ 4
⎣ ⎦
0 0 1 | −6/5 3/5 8/5
Matriz Inversa
34 UNIDADE I
⎡ ⎤
−2/5
⎢ ⎡ 1/5 1/5 ⎥⎤
⎢ ⎥
Portanto, temos A−1 = ⎢
⎢ ⎢19/5 −7/5 −22/5 ⎥
−2/5 1/5 1/5 ⎥.⎥
⎣ ⎢ ⎦⎥
Portanto, temos A−1 = ⎢ −22/5 ⎥
−7/5 8/5
⎢ 19/5 3/5 ⎥.
−6/5
⎣ ⎦
−6/5 Real”,
Note que é possı́vel tirar a “Prova 3/5 para
8/5tanto, basta verificar que A.A−1 = I3 e que
A−1 .A = I3Note que é possı́vel tirar a “Prova Real”, para tanto, basta verificar que A.A−1 = I3 e que
, ou seja,
A−1 .A = I3 , ou seja,
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ ⎡
−2 1 3 ⎥ ⎢⎤ ⎡
−2/5 1/5 1/5 ⎤
⎥ ⎢ ⎡1 0 0 ⎥⎤
⎢ −2 1 ⎥3 ⎢ −2/5 1/5 1/5 ⎥ ⎢ 1 0 0⎥
⎢ ⎢ 4 2 5 ⎥ ⎥⎢ ⎢ 19/5 −7/5 −22/5 ⎥ ⎥ ⎢⎢ ⎥⎥
⎢ ⎢ ⎥ .⎥⎢ ⎢ ⎥⎥= ⎢⎢0 1 0 ⎥⎥
⎣ ⎢ 4 2 ⎦5 ⎥ ⎣ . ⎢ 19/5 −7/5 −22/5⎦⎥ =⎣⎢ 0 1 0 ⎦⎥
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ 0 1
−3 ⎦ −6/5
⎣ 3/5 8/5 ⎦ ⎣0 0 1 ⎦
−3 0 1 −6/5 3/5 8/5 0 0 1
e ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
e ⎡ ⎤ ⎡−2 1 3 ⎤ ⎡1 0 0 ⎤
⎢ −2/5 1/5 1/5 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎢ −2/5 1/5 1/5 ⎥ ⎥⎢ ⎢ −2 1 3⎥⎥ ⎢⎢ 1 0 0 ⎥⎥
⎢ 19/5 −7/5 −22/5 ⎥ .⎥ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢
⎥= ⎢ ⎥⎥.
⎢ ⎢ ⎢⎢ ⎢4 2 5 ⎥⎥ ⎢⎢0 1 0 ⎥⎥
⎣ ⎢ ⎢ 19/5 −7/5 −22/5 ⎦⎥⎥⎣. ⎢ 4 2 5⎦⎥ =⎣⎢ 0 1 0 ⎦⎥ .
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
−6/5 3/5 8/5 −3 0 1 0 0 1
−6/5 3/5 8/5 −3 0 1 0 0 1
No aplicativo GeoGebra,
No aplicativo podemos
GeoGebra, utilizar
podemos umum
utilizar recurso muito
recurso muitointeressante,
interessante,que
queééoocálculo
cálculo do
do pro-
pro-
dutoduto
de matrizes. PorPor
de matrizes. exemplo, definimos
exemplo, as as
definimos matrizes dodoexemplo
matrizes exemploanterior
anteriorno
nocampo
campo de
de entrada
entrada
do software da seguinte
do software maneira:
da seguinte A=
maneira: A {{−2, 1, 1,
= {{−2, {4,{4,
3},3}, 2,2, 5},{−3,
5}, {−3,0,0,1}},
1}},depois
depois aa matriz
matriz B (su-
postamente a inversa
postamente de de
a inversa A):A):
B = {{−2/5,
B = 1/5,
{{−2/5, 1/5},
1/5, {19/5,
1/5}, {19/5,−7/5,
−7/5,−22/5},
−22/5},{−6/5,
{−6/5,3/5,
3/5, 8/5}}.
Na sequência,
Na sequência, ainda
ainda no no campo
campo de de entrada,podemos
entrada, podemosusar
usaro ocomando
comando para
para multiplicar
multiplicar essas
matrizes,
matrizes, a saber: A ∗AB.∗ B.
a saber: Obviamente,
Obviamente, se se
B Bforfora ainversa
inversadedeA,
A,deveremos
deveremos ter A ∗∗ B = I33.
ter A
MaisMais ainda,
ainda, podemos
podemos escrever
escrever no no campo
campo dede entradadodoaplicativo:
entrada aplicativo: MatrizInversa[A]
MatrizInversa[A] que
que será
será
fornecido
fornecido a matriz
a matriz inversa
inversa de de
A. A.
Fonte:
Fonte: o autor.
o autor.
MATRIZES
35
Na sequência, verificaremos que existem matrizes quadradas que não admitem inversa.
⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 20: Determinaremos a inversa da matriz B = ⎢ 2 4 6 ⎥
⎢
⎥. Solução:
⎣ ⎦
3 6 5
⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 | 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 2 4 6 | 0 1 0 ⎥
⎢ ⎥
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎣ ⎦
3 6 5 | 0 0 1
⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 | 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 0 12 | −2 1 0 ⎥ L2 → −2L1 + L2
⎢ ⎥
⎣ ⎦
3 6 5 | 0 0 1
⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 | 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 0 12 | −2 1 0 ⎥ L3 → −3L1 + L3
⎢ ⎥
⎣ ⎦
0 0 14 | −3 0 1
⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 | 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 0 1 | −1/6 1/12 0 ⎥ L2 → L2 /12 e L3 → L3 /14
⎢ ⎥
⎣ ⎦
0 0 1 | −3/14 0 1/14
⎡ ⎤
⎢ 1 2 0 | 1/2 1/4 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 0 1 | −1/6 1/12 0 ⎥ L1 → 3L2 + L1 e L3 → −1L2 + L3 .
⎢ ⎥
⎣ ⎦
0 0 0 | −1/21 −1/12 1/14
Matriz Inversa
36 UNIDADE I
Propriedade: Sejam A = [aij ]n×n e B = [bij ]n×n matrizes inversı́veis, isto é, ambas admitem
inversa, temos:
−1
I) (A−1 ) = A.
II) O produto A · B é inversı́vel e (A · B)−1 = B −1 · A−1 .
−1 t
III) (At ) = (A−1 ) .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que A.B é inversı́vel.
AB.(AB)−1 = In
multiplicando ambos os lados da igualdade por A−1 , pois A é inversı́vel, segue que
In .B.(AB)−1 = A−1
B.(AB)−1 = A−1
B −1 .B.(AB)−1 = B −1 .A−1
In .(AB)−1 = B −1 .A−1
portanto,
(AB)−1 = B −1 .A−1 .
MATRIZES
37
TÓPICO 4: DETERMINANTE
DETERMINANTE
Toda matriz quadrada pode ser associada a um número (sendo real ou complexo), o qual
chamaremos de Determinante. A ideia sobre os determinantes surgiu na Antiga China, muitos
séculos depois dos chineses, um matemático japonês, Seki Kowa (1642-1708), desenvolveu, em
1683, alguns trabalhos sobre os determinantes, com base em tabelas numéricas.
sobre algumas propriedades dos determinantes e J. L. Lagrange (1736-1813) aplica a teoria dos
determinantes no cálculo da área de um triângulo e no volume de um tetraedro. Mas o termo
determinante toma um significado somente com Cauchy (1789-1857), em 1812, quando, perante
o instituto francês, lê uma vasta memória sobre o assunto. Em 1815, Cauchy viria a aplicar a
linguagem dos determinantes em várias situações.
Explica ai:
Noções de
Determinantes
Determinante
38 UNIDADE I
Permutações
Exemplo 21: Considere T = {1, 2, 3, 4, 5}. Então, 42531 é uma permutação de T , que corresponde
à função f : T → T definida por:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
f (1) = 4; f (2) = 2; f (3) = 5; f (4) = 3; f (5) = 1.
n(n − 1)(n − 2) · · · 2 · 1
0! = 1
1! = 1
2! = 2 · 1 = 2
3! = 3 · 2 · 1 = 6
4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24
..
.
n! = n(n − 1)(n − 2) · · · 2 · 1
MATRIZES
39
Exemplo 22: Seja R = {3, 5, 6}, neste caso, R3 tem 3! = 3 · 2 · 1 = 6 permutações do conjunto R:
Apresentamos, agora, um sı́mbolo muito usado em Matemática e áreas afins, pois o usaremos
�
para definir o determinante de uma matriz. A letra ou caractere sigma ( ) é a décima oitava
letra do alfabeto grego e corresponde ao nosso S e será usada como sı́mbolo de um somatório.
Consideremos a seguinte soma:
12 + 22 + 32 + 42 + 52 + 62 + 72 + 82 + 92 + 102 .
�
Podemos representar essa soma por meio do sı́mbolo da seguinte maneira:
10
�
k2.
k=1
Lê-se: somatório de k 2 quando k varia de 1 até 10. A letra k é chamada de ı́ndice da soma (ou do
somatório) e pode ser substituı́da por qualquer outra (que não intervenha na soma), por exemplo:
i, j, l, m, n, p, etc. Diz-se, assim, que k é um ı́ndice mudo.
Determinante
40 UNIDADE I
Exemplo 24:
6
�
2i2 = 2(32 ) + 2(42 ) + 2(52 ) + 2(62 ) = 172
i=3
Exemplo 25:
5
�
k = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
k=1
Definição: Seja A = [aij ]n×n uma matriz quadrada de ordem n, definimos o determinante de
A, denotado por detA ou |A| o número real dado por:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
detA = (−1)J a1j1 a2j2 · · · anjn .
ρ
Exemplo 26: Considere a matriz A = [a11 ]. Vemos que A tem ordem 1, logo S1 = (1) tem uma
única permutação, isto é, 1! = 1. Como o número de inversões é zero, o sinal do determinante é
positivo. Logo detA = a11 .
⎡ ⎤
⎢ a11 a12 ⎥
Exemplo 27: Seja A = ⎣ ⎦ uma matriz de ordem 2, para calcular o detA escrevemos os
a21 a22
termos da matriz na forma:
a1 a2 e a1 a2
Os espaços vazios serão preenchidos por todos os elementos de S2 = (1 2). Temos que (1 2) é uma
permutação par (número de inversões é zero) e (2 1) é uma permutação ı́mpar (uma inversão).
Assim o termo a11 a22 tem sinal positivo e o termo a12 a21 tem sinal negativo, logo,
Por simplicidade ou até comodidade, costuma-se dizer que o determinante de uma matriz
de ordem 2 é a diferença entre o produto dos termos da diagonal principal pelo produto dos termos
da diagonal secundária.
⎡ ⎤
⎢ −5 4 ⎥
Exemplo 28: Calcular o determinante da matriz A = ⎣ ⎦.
2 3
MATRIZES
41
⎢ ⎥
Exemplo 30: Dada a matriz A = ⎢ ⎢ a21 a22 a23 ⎥
⎥, temos uma matriz de ordem 3. Logo, para
⎣ ⎦
a31 a32 a33
calcularmos o determinante, escrevemos os seis (3! = 6) termos da matriz.
a1 a2 a3 a1 a2 a3 a1 a2 a3
a1 a2 a3 a1 a2 a3 a1 a2 a3
Determinante
42 UNIDADE I
detA = (a11 a22 a33 + a13 a21 a32 + a12 a23 a31 )
Regra de Sarrus
Uma regra prática para calcular o determinante de uma matriz A de ordem 3 é dada a
seguir:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. Repita as duas primeiras colunas ao lado direito da matriz A.
Isto é:
Figura 1
Logo, detA = I − II, esta técnica é conhecida como Regra de Sarrus, que nos permite
calcular determinantes de matrizes de ordem 3 × 3.
MATRIZES
43
⎤ ⎡
⎢ −1 2 0 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 31: Calcule o determinante da matriz A = ⎢ ⎥
⎢ 5 3 −4 ⎥ por meio da Regra de
⎣ ⎦
7 1 −6
Sarrus.
7 1 −6 7 1
Figura 2
Agora, para matrizes quadradas de ordem maior ou igual a 4, a Regra de Sarrus não é
válida. Logo, somos motivados a deduzirmos outras técnicas para calcularmos o determinante de
matrizes quadradas cuja ordem seja maior que 4.
Desenvolvimento de Laplace
Vimos que dada uma matriz de ordem 3, seu determinante é obtido por:
detA = a11 a22 a33 − a11 a23 a32 + a13 a21 a32 − a12 a21 a33 + a12 a23 a31 − a13 a22 a31 .
detA = a11 (a22 a33 − a23 a32 ) − a21 (a12 a33 − a13 a32 ) + a31 (a12 a23 − a13 a22 ).
Determinante
44 UNIDADE I
Ou ainda
a a a
22 a23 12 a13 12 a13
detA = a11 − a21 + a31 .
a32 a33 a32 a33 a22 a23
Podemos observar que o determinante de uma matriz quadrada de ordem 3 pode ser expresso
em função de matrizes quadradas de ordem 2. No caso anterior, repare que escolhemos a primeira
coluna para calcularmos o determinante, mas podemos fazê-lo em qualquer fila da matriz. Com
relação a esta última igualdade, podemos escrever:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
detA = a11 A11 − a21 A21 + a31 A31 .
Em que Aij é o determinante da matriz que sobra, extraindo-se a i-ésima linha e a j-ésima coluna.
Definiremos, agora, o cofator de cada elemento de uma matriz. O cofator é dado como
segue:
Δij = (−1)i+j Aij .
De uma forma geral, dada uma matriz A = [aij ]n×n , pelo desenvolvimento de Laplace, o
determinante da matriz A é calculado pela fórmula
n
detA = aij Δij .
i=1
Observe que, nessa fórmula, o determinante foi desenvolvido pela j-ésima coluna. Da mesma
forma, podemos desenvolver o determinante utilizando uma determinada linha.
MATRIZES
45
⎡ ⎤
⎢ −1 0 5 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 32: Calcule o determinante da matriz A = ⎢ ⎢ 2 −2 3 ⎥.
⎥
⎣ ⎦
1 2 4
Solução: escolheremos uma fila (linha ou coluna) que possui um ou mais zeros (isso facilitará nossos
cálculos), por exemplo, a primeira linha. Assim, temos:
= −1 · Δ11 + 5 · Δ13
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
� � � �
� � � �
� −2 3 � � 2 −2 �
1+1 � � 1+3 � �
= −1 · (−1) ·� � + 5 · (−1) ·� �
� � � �
� 2 4 � � 1 2 �
= −1(1)(−14) + 5(1)(6)
= 44
⎡ ⎤
⎢ 1 −2 0 1 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ −2 5 17 9 ⎥
⎢
Exemplo 33: Calcular o determinante da matriz B = ⎢ ⎥.
⎥
⎢ 0 2 −3 0 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
1 2 3 4
Solução: escolhendo a terceira linha, obtemos:
= 2 · Δ32 − 3 · Δ33
� � � �
� � � �
� 1 0 1 � � 1 −2 1 �
� � � �
� � � �
= 2(−1)3+2 �� −2 17 9 �� − 3(−1)3+3 �� −2 5 9 ��
� � � �
� � � �
� 1 3 4 � � 1 2 4 �
= −36 + 123
= 87
Determinante
46 UNIDADE I
P1 . O determinante de uma matriz é único, ou seja, não importa qual método se utilize para
calcular o determinante, ele terá o mesmo valor.
P4 . O determinante de uma matriz triangular é igual ao produto dos elementos da diagonal prin-
cipal.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
P5 . Se multiplicamos uma fila de uma matriz quadrada A por β, obtemos outra matriz B tal que
detB = βdetA.
P7 . Se uma matriz quadrada A possuir duas filas iguais (ou proporcionais), então, detA = 0.
P8 . Considere a matriz A = [aij ]n×n , se, por meio de operações elementares, somamos a uma linha
(ou coluna) de A um múltiplo de outra linha (ou coluna) de A e transformando esta matriz
em outra matriz B = [bij ]n×n , temos que detA = detB.
As propriedades que acabamos de apresentar são resultados bastantes interessante que nos
auxiliam no cálculo dos determinantes, evitando, muitas vezes, um número exagerado de cálculos
desnecessários. Veremos mais adiante na Leitura Complementar desta unidade, um resultado muito
importante em decorrência do Teorema de Binet, que relaciona as matrizes inversı́veis com o valor
do determinante.
MATRIZES
47
⎡ ⎤
⎢ 0 1 5 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 34: Vamos calcular o determinante da matriz A = ⎢
⎢ 3 −6 9
⎥.
⎥
⎣ ⎦
2 6 1
Solução: permutando a primeira linha com a segunda, temos:
⎡ ⎤
⎢ 3 −6 9 ⎥
⎢ ⎥
detA = −det ⎢
⎢ 0 1 5 ⎥
⎥
⎣ ⎦
2 6 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou ainda ⎡ ⎤
⎢ 1 −2 3 ⎥
⎢ ⎥
detA = −3det ⎢ ⎥
⎢ 0 1 5 ⎥.
⎣ ⎦
2 6 1
Assim:
detA = −3(−55) = 165.
Observe que nesse exemplo o objetivo final foi transformar a matriz original em uma ma-
triz triangular, cujo cálculo do determinante é direto; basta multiplicar os elementos da diagonal
principal, sempre se baseando nas propriedades dos determinantes para que não ocorram erros.
Determinante
48 UNIDADE I
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezados cursistas, finalizamos a primeira unidade que trata o assunto sobre conjunto das
matrizes, num primeiro momento, definimos o que é uma matriz, e a partir daı́ apresentamos
algumas operações sobre esse conjunto, sendo a adição e o produto das matrizes.
É interessante perceber que as propriedades das matrizes, apesar de parecerem óbvias, têm
as mesmas propriedades que a do conjunto de vetores em se tratando de adição e multiplicação por
escalar. Veremos mais adiante que além dos vetores e das matrizes, existem outros conjuntos com
essas mesmas caracterı́sticas. Definimos também a multiplicação de matrizes e podemos destacar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que de um modo geral AB = BA, ou seja, o produto das matrizes não é comutativo como acontece
com o conjunto dos números reais. Uma matriz especial também foi apresentada, a saber, a matriz
inversa, essa matriz pode nos auxiliar na resolução de sistemas lineares de equações lineares, assunto
da próxima unidade.
E, para finalizar esta unidade, definimos o conceito de determinantes, que nada mais é que
um número associado a uma matriz quadrada, esse número pode nos auxiliar na resolução de
sistemas de equações lineares quando ele é um número não nulo, e também permite verificar se
uma matriz admite ou não matriz inversa. Além disso, como veremos mais adiante, por meio do
determinante, podemos discutir sobre a existência do conjunto solução de um sistema equações.
MATRIZES
49
ATIVIDADE DE ESTUDO
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ x+y 9 ⎥ ⎢ 30 9 ⎥
1) Sejam as matrizes A = ⎣ ⎦eB=⎣ ⎦, calcule os valores de x e y para
−2 x − y −2 16
que se tenha A = B.
⎧
⎪
⎨ i − 3j se i < j
2) Obtenha a transposta da matriz A = [aij ]3×2 tal que aij =
⎪
⎩ 2i + 2j se i j
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 8 ⎥ ⎢ 0 −5 ⎥ ⎢ 7 3 ⎥ ⎢ 0 9 ⎥
3) Dadas as matrizes A = ⎣ ⎦, B = ⎣ ⎦, C = ⎣ ⎦eD=⎣ ⎦, cal-
−3 6 4 2 −2 4 11 1
cule:
a) A + B
b) B + C − A
c) 2A − C + 5D − B
d) (A + B) − (C + D)
⎤ ⎡
⎡ ⎤ 5 −2 −4 ⎡ ⎤
⎢ ⎥
⎢ 2 1 −3 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ 1 2 ⎥
4) Dadas as matrizes A = ⎣ ⎦, B = ⎢
⎢ 0 3 2 ⎥
⎥eC=⎣ ⎦, calcule:
0 2 5 ⎣ ⎦ −3 4
1 7 11
a) A · B
b) C · A · B
⎡ ⎤
⎢ −7 0 ⎥
5) Dada a matriz A = ⎣ ⎦, escreva a matriz B tal que se tenha A + B = 02 , em que 02 é
2 −5
a matriz nula de ordem 2.
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ −1 2 ⎥ ⎢ 0 3 −4 ⎥
6) Sejam as matrizes A = ⎣ ⎦eB=⎣ ⎦, determine
5 4 1 −7 6
a) A · B
b) B · A
50
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎡ ⎤ 2 1 1 3 −2 −4
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ a+b a ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
e) E = ⎣ ⎦ f) F = ⎢ ⎥
⎢ 0 5 −2 ⎥ g) G = ⎢
⎢ 2 5 −1 ⎥
⎥
b a+b ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 −3 4 0 6 1
⎡ ⎤
⎡ ⎤
⎢ 2 −3 1 7 ⎥
−2 −1 4 ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ −2 3 0 4 ⎥
h) H = ⎢ ⎥
⎢ 6 −3 −2 ⎥ i) I = ⎢
⎢
⎥
⎥
⎣ ⎦ ⎢ −1 5 4 −3 ⎥
⎢ ⎥
4 1 2 ⎣ ⎦
2 4 −5 0
⎡ ⎤
⎢ 3 0 0 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 15 13 0 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
j) J = ⎢ −5 π −3 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ √ √ ⎥
⎢
⎢ 7 5 7 0 0 ⎥⎥
⎣ ⎦
1 2 −3 8 −1
⎡ ⎤
⎢ x 1 2x ⎥
⎢ ⎥
10) Dada a matriz A = ⎢
⎢ 0 1 0 ⎥⎥, seu determinante é negativo sempre que:
⎣ ⎦
3 7 x
a) −6 < x < 0
b) 0 < x < 6
c) x < 0
d) x > 6
e) −6 < x < 6
52
LEITURA COMPLEMENTAR
Vimos na proposição P9 , ou Teorema de Binet, que dadas duas matrizes A e B, tem-se que
det(A.B) = detA.detB
Como A admite inversa, logo A · A−1 = In , além disso, detIn = 1. Segue em (∗) que
det(A.A−1 ) = detA.detA−1
det(In ) = detA.detA−1
1 = detA.detA−1
Essa última igualdade nos fornece um resultado muito importante, isto é, se A admite in-
versa, então detA �= 0. A recı́proca também é verdadeira, ou seja, se detA �= 0, então A é inversı́vel.
Portanto, antes de tentar calcular a matriz inversa, verifique primeiro seu determinante, ou seja, se
detA = 0, então A não admite inversa. Uma matriz cujo determinante é zero, também é conhecido
por Matriz Singular, ou seja, matrizes singulares, são aquelas matrizes que não têm inversa.
Fonte: o autor.
MATERIAL COMPLEMENTAR
MATERIAL COMPLEMENTAR
O link a seguir é um simulador online na qual você poderá manipular matrizes identificando
conceitos, poderá ainda interpretar matrizes bem como utilizá-las na resolução de problemas.
<http://www.igm.mat.br/mpd/a linear/mpd1.htm>.
Fonte: o autor.
Neste endereço você encontrará algumas formas de operações com matrizes com auxı́lio de um
software.
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1675>.
Fonte: o autor.
Aqui você encontrará um aplicativo que servirá no emprego dos conceitos de Matrizes na reso-
lução de Quadrados Mágicos.
<https://jogosboole.com.br/blogs/tutoriais/os-quadrados-magicos>.
Fonte: o autor.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
Referências
ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2008.
BOLDRINI, J. M. et al. Álgebra linear. 3. ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
CALLIOLI, C. A. et al. Álgebra linear e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atual, 1990.
FERNANDES, D. B. Álgebra Linear: São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.- (Coleção
Bibliografia Universitária Pearson).
HOFFMAN, K.; KUNZE, R. Álgebra linear. Traduzido por Adalberto P. Bergamasco. São
Paulo: Polı́gono, 1970.
LIPSCHUTZ, S. Álgebra linear. 4. ed. Traduzido por Dr. Carlos Ivo Doering. Porto Alegre:
Bookman, 2011. Tradução da 4. ed. norte-americana - All Tasks. (Coleção Schaum)
STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Álgebra linear. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1987.
STRANG, G. Álgebra linear e suas aplicações. São Paulo: Cengage Learning, 2013. Tradução
da 4. ed. norte-americana - All Tasks.
55
GABARITO
GABARITO
Unidade I
1) x = 23 e y = 7
⎡ ⎤
⎢ 4 6 8 ⎥
2) At = ⎣ ⎦
−5 8 10
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 3 ⎥ ⎢ 6 −10 ⎥ ⎢ −5 63 ⎥ ⎢ −6 −9 ⎥
3) a) ⎣ ⎦ b) ⎣ ⎦ c) ⎣ ⎦ d) ⎣ ⎦
1 8 5 0 47 11 −8 3
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 7 −22 −39 ⎥ ⎢ 17 60 79 ⎥
4) a) ⎣ ⎦ b) ⎣ ⎦
5 41 59 −1 230 353
⎡ ⎤
⎢ 7 0 ⎥
5) ⎣ ⎦
−2 5
⎡ ⎤
⎢ 2 −17 16 ⎥
6) a) ⎣ ⎦ b) não existe
4 −13 4
7) a) sim b) não é inversa
⎡ ⎤
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ 0 −2 1
⎢ ⎥
⎢ −1 3/2 ⎥ ⎢ 1/3 1/3 ⎥ ⎢ ⎥
8) a) A−1 = ⎣ ⎦ b) B −1 = ⎣ ⎦ c) não existe d) D−1 ⎢
=⎢ 2 3 −2 ⎥
⎥
2 −5/2 −1/9 2/9 ⎣ ⎦
−1 −1 1
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ −27/2 5 1/2 ⎥ ⎢ −11/30 −1/15 1/30 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
e) E −1 =⎢ ⎥
⎢ 23/2 −4 −1/2 ⎥ f ) F −1
= ⎢
⎢ 19/60 14/30 1/60 ⎥
⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
−17/2 3 1/2 −1/10 −1/5 1/10
9)
a) −22 e) a2 + ab + b2 i) −1099
b) −13 f ) 21 j) 0
c) 46 g) −11
d) −21 h) 100
SISTEMA DE
II
UNIDADE
EQUAÇÕES LINEARES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Definir o que é um sistema formado por equações lineares.
■■ Resolver sistema de equações lineares por escalonamento.
■■ Utilizar a Regra de Cramer para resolver/discutir sistemas quadrados.
■■ Reconhecer o posto e o grau de liberdade de um sistema linear
qualquer.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Sistemas de equações lineares
■■ Resolução de sistemas de equações lineares
■■ Regra de Cramer
■■ Posto e grau de liberdade
59
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Muitos problemas em várias áreas da ciências exatas podem ser representadas por um con-
junto de equações lineares denominadas de sistema de equações lineares, essa teoria é introduzida
na educação básica, no cálculo algébrico, particularmente
⎧ no estudo de sistemas de duas equações e
⎪
⎨ ax + by = c
duas incógnitas, por exemplo, considere o sistema , em que o x e y são incógnitas,
⎪
⎩ dx + ey = f
a, b, c, d, e e f são seus coeficientes numéricos. Nesse perı́odo (8o ano do ensino fundamental) são
estudados duas técnicas para resolução desse tipo sistema, são elas: Método da Adição e Método
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da Substituição.
Lembremos que resolver um sistema linear, nesse caso, é obter um par ordenado (x, y) que
satisfaça ambas as equações do sistema. Uma interpretação geométrica é que, como cada equação
linear representa uma reta no plano xy, logo, resolver um sistema é obter o conjunto interseção
dessas retas. Sabemos da geometria euclidiana que dadas duas retas num plano (cartesiano), essas
retas podem se encontrar num único ponto; ou serem coincidentes; ou serem paralelas, no caso em
que as retas se intersectam num único ponto, o conjunto solução (x, y) corresponde as coordenadas
desse ponto no plano, mas como exposto anteriormente, nem sempre isso acontece. O mesmo
raciocı́nio se estende em situações que envolve equações nas incógnitas x, y e z, no entanto, neste
caso, a interpretação geométrica está relacionada à posição relativa entre planos, uma vez que
equações do tipo ax + by + cz = d representa uma plano no espaço tridimensional xyz, ou seja, no
caso de sistemas com três equações e três incógnitas, resolver sistemas desse tipo, geometricamente,
é obter a interseção entre três planos, que no caso, pode ser: um ponto; uma reta; um plano; ou
até mesmo um conjunto vazio (planos paralelos por exemplo).
Nesta unidade, apresentaremos várias técnicas que nos permitem resolver, analisar ou ape-
nas discutir se um sistema linear dado admite ou não solução. A princı́pio, apresentamos a técnica
do escalonamento estudado no Ensino Médio, bem como a Regra de Cramer para sistemas “qua-
drados” (número de incógnitas igual ao número de equações) com auxı́lio dos determinantes e, para
finalizar, apresentamos o conceito de Posto e Grau de Liberdade, estes conceitos são de extrema
utilidade uma vez que nos permite resolver todo e qualquer tipo de sistema de equações lineares.
Introdução
60 UNIDADE II
Definição: Equação Linear: Uma equação linear nas variáveis x1 , x2 , x3 , . . . , xn , isto é, em várias
variáveis, é uma equação da forma:
a1 x1 + a2 x2 + a3 x3 + . . . + an xn = b,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 1: São equações lineares:
Explica ai:
• 2x1 − x3 + 8x4 − x5 = 3
Princípios de
Sistemas de
• x + y − 3z = −8 equações line-
ares
• a+b−c+d=0
• 2x2 − 5x + 7 = 0
• −3xy + yz − y 3 = −3
√
• x − 3 + 2y = 1
2
• − 3w + 7y = 0
x
pois
2(0) − (−1) + 4(2) − (−3) − 3(1) = 0 + 1 + 8 + 3 − 3 = 9.
No entanto, podemos ter outras soluções para equação, por exemplo, a 5-upla (0, −1, 2, 0, 0)
é solução, pois 2(0) − (−1) + 4(2) − 0 − 3(0) = 0 + 1 + 8 − 0 − 0 = 9. Se continuarmos a investigação
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
para encontrar outras soluções para esta equação, vamos perceber que não terá fim. Isto é, uma
equação linear em várias variáveis admite infinitas soluções.
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ 2x − y + 5z = 0
⎨
• x − 4y + z = −1
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ −3x + y + 2z = −6
⎧
⎪
⎨ 2a − 3b + c + 5d = 1
•
⎪
⎩ a + b + c − d = −2
• Sistema Possı́vel e Determinado (SPD) é aquele que possui uma única solução.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Sistema Impossı́vel (SI) é aquele que não admite solução, isto é nenhuma solução.
Exemplo 5: Nos sistemas a seguir, sem a utilização de regras para solução, vemos que:
⎧
⎪
⎨ x + y = 10
• O sistema possui uma única solução, a saber, o par (7, 3). Logo, classificamos
⎪
⎩ 2x − y = 11
esse sistema como SPD.
⎧
⎪
⎨ 2x − 3y = 1
• O sistema possui infinitas soluções. Os pares (−1, −1), (1/2, 0) (0, −1/3)
⎪
⎩ 4x − 6y = 2
são algumas de suas soluções. Assim, classificamos esse sistema como SPI.
⎧
⎪
⎨ 3x + 4y = 1
• O sistema não admite solução, logo, temos um sistema SI.
⎪
⎩ 6x + 8y = 11
Geometricamente, quando o sistema linear é formado por duas equações com duas variáveis
em x e y, isto é, no plano cartesiano, estamos lidando com retas e suas posições relativas. No
caso SPD, essas retas se interceptam em um único ponto, enquanto que no SPI as duas retas são
coincidentes e, finalmente, no caso SI, significa que essas retas são paralelas e não coincidentes, ou
seja, não têm ponto em comum.
Veremos a seguir um tipo de sistema linear de equações particulares que sempre terão
solução, isto é, podendo ser SPD ou SPI.
x1 − 5x2 = 0
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ x+y+z =0
⎨
• 2x − y + 3z = 0
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ x − 2y − 4z = 0
⎧
⎪
⎨ 3w − w + 7x = 0
1 2 3
•
⎪
⎩ w1 − 2w2 + 4w3 = 0
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ 2x + y = 0
⎨
• x−y =0
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ −x + 4y = 0
⎧
⎪
⎨ x+y+z−w =0
•
⎪
⎩ x−y−z+w =0
Note que um sistema linear homogêneo com n incógnitas sempre admite a solução (0, 0, 0, . . . ,
com n elementos, a qual é chamada de solução trivial. Por exemplo, no caso de sistemas homo-
gêneos nas variáveis x e y, as retas que representam suas equações sempre passam pela origem,
ou seja, pelo ponto (0, 0). Portanto, um sistema linear homogêneo poderá ter infinitas soluções ou
apenas a solução trivial.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
podemos destacar as seguintes matrizes
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ a11 a12 . . . a1n ⎥ ⎢ x1 ⎥ ⎢ b1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ a21 a22 . . . a2n ⎥ ⎢ x2 ⎥ ⎢ b2 ⎥
A=⎢
⎢ .
⎥ X=⎢ ⎥ e B=⎢ ⎥,
⎢ .. .. .. ⎥ ⎢ .. ⎥ ⎢ .. ⎥
⎢ . ... . ⎥
⎥
⎢
⎢ . ⎥
⎥
⎢
⎢ . ⎥
⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
am1 am2 . . . amn xn bm
em que a matriz A é chamada matriz dos coeficientes, a matriz B é a matriz dos termos indepen-
dentes e a matriz X é a matriz das incógnitas.
E mais, podemos ainda representar um sistema linear por meio da matriz ampliada (ou aumentada),
⎪
⎪
⎪
⎪ x + 4y + 3z = 1
⎨
⎪ 2x + 5y + 4z = 4
⎪
⎪
⎪
⎩ x − 3y − 2z = 5
Assim, o sistema dado pode ser representado por essa matriz ampliada. Na realidade, todo
sistema linear de equações pode ser representado por uma matriz ampliada e, reciprocamente, cada
matriz ampliada pode ser representada por um um sistema linear de equações.
TÓPICO
O 2: RESOLU 2: RESOLU
ÇÃO DE ÇÃODE
SISTEMAS DEEQUA
SISTEMAS
ÇÕES DE EQUAÇÕES LINEARES
LINEARES
RESOLUÇÃO DE SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES
TÓPICO 2: RESOLUÇÃO DETÓPICO
SISTEMAS2: RESOLU ÇÃO
DE EQUA DE LINEARES
ÇÕES SISTEMAS DE EQUAÇÕES LIN
DE EQUAÇÕES LINEARES
ado um sistema linear DadoS, um sistema
podemos linearmodificações
realizar S, podemos realizar
nesse modificações
sistema utilizandonesse sistema
opera- utilizando as opera-
Dado um sistema linear S, podemosDado um
realizar sistema
modificações S, as
linearnesse podemos
sistema realizar
utilizandomodificações
as opera- nesse siste
mentares ções elementares
descritas anteriormente. descritas
Assim,anteriormente.
se um ções
sistema Assim,
linear Sse1 um sistemadelinear
for obtido S1 for obtido de um sistema
um sistema
modificações nesseelementares
ções sistema utilizando
descritasasanteriormente.
opera- elementares
Assim, se descritas
um sistema anteriormente. Assim, de
linear S1 for obtido se um
um sistema
sistema linear S1 fo
por sistema linear
meio delinear S
um númeropor meio
finito dede um número
operações finito de operações elementares, dizemos que S é equivalente a
sistemaelementares, pordizemos que
umSnúmero
1 é equivalente a operações elementares,
1
um linear SS1 por
for obtido
meio de deumum número linearde
finito S operações
meio de elementares, finito de
dizemos que S1 é equivalente a dizemos
S. Sistemas
possuemequivalentes possuemsolução.
o mesmoE conjunto solução. E que
serávamos
dessa maneira que vamos
smas equivalentes
elementares, S. dizemos
Sistemasque
oS mesmo conjunto
1 é equivalente
equivalentes possuema S.o mesmo
Sistemas será
conjunto
dessa
equivalentes maneira
possuem
solução. E seráo dessa
mesmomaneira
conjunto quesolução.
vamos E será des
o primeiro conhecerdeo resolução
método primeiro método
de de resolução
sistemas lineares. de sistemas lineares.
to solução. conhecer
E será dessa maneira
o primeiro que vamos
método conhecer
de resolução deosistemas
primeirolineares.
método de resolução de sistemas lineares.
ara resolução de umPara
s lineares. resolução
sistema linear,deprimeiramente
um sistema linear, primeiramente
escrevemos
Para o sistema
resolução
escrevemos
na forma
sistemade
de escrevemos
um
o ma-
sistema na forma de ma-
Para resolução de um sistema linear, primeiramente olinear,
sistemaprimeiramente
na forma de ma- escrevemos o si
liada e depois triz ampliada
utilizamos e depois
o processo utilizamos o processo
de escalonamento. de escalonamento.
Mas o eque vemutilizamos Mas o que
a ser esse processo? vem a ser esse processo?
amente escrevemos o sistema
triz ampliada na forma
e depois de ma-o triz
utilizamos ampliada
processo depois
de escalonamento. Mas oo que
processo
vem adeserescalonamento.
esse processo?Mas o que v
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ara algumas Vamos para
definições algumas
que definições
respondam essa que respondam
pergunta. essa pergunta.
onamento. Mas Vamos o que vem
para a ser esse
algumas processo?
definições queVamos para algumas
respondam definições que respondam essa pergunta.
essa pergunta.
pergunta.
Definição: (Forma
ão: (Forma Escalonada) Escalonada)
Diz-se que Diz-se
uma matriz está que
(na uma matriz
forma) está (na
escalonada forma)trian-
(matriz escalonada (matriz trian-
Definição:
Definição: (Forma Escalonada) Diz-se que uma(Forma
matrizEscalonada) Diz-se
está (na forma) que uma matriz
escalonada (matrizestá (na forma) es
trian-
perior) gular superior) se:
se:(na forma) escalonada (matriz trian- gular superior) se:
atriz está gular superior) se:
mento que ocupa I) O aelemento
primeiraque ocupa
linha a primeira
e primeira linha
coluna nãoe for
primeira
nulo, coluna
isto é, aanão
11 �=for
0. nulo, isto é, a11 �= 0.
I) O elemento que ocupa a primeira I) linha
O elemento que coluna
e primeira ocupa primeira
não for nulo,linha
istoe é,
primeira
a11 �= 0.coluna não for nulo, i
mero de II)
zeros noOinı́cio
número
de de zeros
cada linhanoaumenta
inı́cio deestritamente
cada linha aumenta
de uma estritamente
linha para de uma
outra linha para outra exceto
exceto
a coluna nãoII) forOnulo, isto de
número a11 �= no
é, zeros II) Olinha
0. inı́cio de cada número de zeros
aumenta no inı́cio dedecada
estritamente umalinha
linhaaumenta
para outraestritamente
exceto de uma
se a linha é toda nula.
aa éestritamente
toda nula.
se adelinha
uma élinha nula.outra exceto se a linha é toda nula.
todapara
III) As linhas
inhas nulas, caso existam, forem asnulas, caso existam,
últimas forem as últimas da matriz.
da matriz.
III) As linhas nulas, caso existam, III) foremAsaslinhas nulas,
últimas da caso
matriz.existam, forem as últimas da matriz.
da matriz.
ara escrevermos uma Para escrevermos
matriz na formauma matriz na
escalonada, forma
basta escalonada,
utilizarmos basta utilizarmos
as operações elemen- as operações elemen-
Para escrevermos uma matriz na forma Para escrevermos
escalonada, uma matriz
basta na forma
utilizarmos escalonada,
as operações basta utilizarmo
elemen-
tares.
onada, bastatares.utilizarmos as operações elemen- tares.
o 8: A matriz Exemplo
a seguir 8: A matriz
é um exemplo a seguir é umescalonada.
de matriz exemplo de matriz escalonada.
Exemplo 8: A matriz a seguir é um Exemplo
exemplo8:deAmatriz
matrizescalonada.
a seguir é um exemplo de matriz escalonada.
⎡ ⎡ ⎤ ⎤
atriz escalonada. ⎡ 4 −7 0 ⎤ ⎡ ⎤
4 −7 0 8 ⎢3 ⎥ 8 3 ⎥
⎤ ⎢ ⎢ 4⎥ −7 0 8 3 ⎥ ⎥ ⎢ 4 −7 0 8 3 ⎥
⎢ ⎢⎢ 0⎥ 3 ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 0 3 0 −2 −1 ⎢⎢ ⎥ 0 −2 −1 ⎥ ⎥ ⎢ 0 3 ⎥
8 3 ⎥ ⎢ ⎢⎣ ⎥⎦ ⎢ 0 −2 −1 ⎥
⎥ ⎣ ⎢ 0⎦ 3 0 −2 −1 ⎥
⎣ ⎦
−2 −1 ⎥ ⎥ 0 0 −2 7
⎣
2 0 0 −2 7 2 ⎦ Explica
0 0 −2 7
ai: 2
⎦ 0 0 −2 7 2
Escalonamento
7 2
bserve que abaixo do Observe
termo que
4 sóabaixo do termo
há termos nulos4e,sódahámesma
termosforma,
nulos abaixo
e, da mesma forma, abaixo do número
do número
Observe que abaixo do termo 4 só Observe quenulos
há termos abaixo do mesma
e, da termo 4forma,
só há abaixo
termos do
nulos e, da mesma for
número
mnulos
só tem 3 também
ummesma só tem um zero.
zero. forma, abaixo do número 3 também só tem um zero.
e, da 3 também só tem um zero.
⎪
⎪
⎩ 2z = 4
Podemos observar que essa matriz está na forma escalonada. E, para resolver o sistema,
basta encontrarmos o valor de z na última equação, isto é, como 2z = 4, logo, z = 2, substituindo
este valor na segunda equação, obtemos que 3y + 2 = −1, ou seja, y = −1. Assim, encontrados os
valores de x e de y, substituı́mos esses valores no resultado da primeira equação (2x − 1 − 2 = 3)
e, isolando nossa incógnita, concluı́mos que x = 3. Portanto, o conjunto solução do sistema (∗) é
o terno ordenado (3, −1, 2).
É importante ressaltar que, para resolver o sistema, podemos escalonar diretamente no sis-
tema de equações, ou seja, sem ter que montar a matriz ampliada, pois essa matriz é apenas uma
tabela formada pelos seus coeficientes.
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ x + 2y − 3z = 2
⎨
Exemplo 10: Resolveremos o sistema linear −x + 5y − z = 1 .
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ 2x + 3y − 5z = 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎢ 1 2 −3 2 ⎥ ⎢ 1 2 −3 2 ⎥
⎢ ⎥ L → L2 + L1 ⎢ ⎥
⎢ −1 5 −1 ... 1 ⎥ 2 ⎢ .
⇒ ⎢ 0 7 −4 .. 3 ⎥
⎢ ⎥ ⎥
⎣ ⎦ L3 → L3 − 2L1 ⎣ ⎦
2 3 −5 0 0 −1 1 −4
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 2 ⎥ ⎢ 1 2 −3 2 ⎥
⎢ . ⎥ ⎢ . ⎥
⎢
⇒ ⎢ 0 7 −4 .. 3 ⎥ L → 7L + L ⎢
⇒ ⎢ 0 7 −4 .. 3 ⎥.
⎥ 3 3 2 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 −1 1 −4 0 0 3 −25
25
Em (III) obtemos z = − , substituindo esse valor para z em (II), temos:
3
� �
25 100 91 91 13
7y − 4 − =3 ⇒ 7y + =3 ⇒ 7y = − ⇒ y=− =− .
3 3 3 21 3
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ x + 2y − 3z = −1
⎨
Exemplo 11: Agora, resolveremos o sistema linear −3x + y − 2z = −7 .
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ 5x + 3y − 4z = 2
Escalonando:
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 −1 ⎥ ⎢ 1 2 −3 −1 ⎥
⎢ ⎥ L → L2 + 3L1 ⎢ ⎥
⎢ −3 1 −2 ... −7 ⎥ 2 ⇒ ⎢ 0 7 −11 ... −10 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ L3 → L3 − 5L1 ⎣ ⎦
5 3 −4 2 0 −7 11 7
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 −1 ⎥ ⎢ 1 2 −3 −1 ⎥
⎢ . ⎥ ⎢ . ⎥
⇒ ⎢ 0 7 −11 .. −10 ⎥ L3 → L3 + L2 ⇒ ⎢ 0 7 −11 .. −10 ⎥
⎢ ⎥ ⎢
⎥.
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 −7 11 7 0 0 0 −3
Observe que chegamos ao resultado 0 = −3, o que é um absurdo. Portanto, trata-se de um sistema
impossı́vel (SI) cuja solução é um conjunto vazio, isto é, S = ∅.
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ x + 2y − 3z = 1
⎨
Exemplo 12: Resolveremos o sistema 2x + 5y − 8z = 4 .
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ 3x + 8y − 13z = 7
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3 8 −13 7
escalonando, temos:
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 1 ⎥ ⎢ 1 2 −3 1 ⎥
⎢ ⎥ L → L2 − 2L1 ⎢ ⎥
⎢ 2 5 −8 ... 4 ⎥ 2 ⇒ ⎢ 0 1 −2 ... 2 ⎥ ,
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ L3 → L3 − 3L1 ⎣ ⎦
3 8 −13 7 0 2 −4 4
segue que ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 −3 1 ⎥ ⎢ 1 2 −3 1 ⎥
⎢ .. ⎥ ⎢ .. ⎥
⇒⎢ ⎥
⎢ 0 1 −2 . 2 ⎥ L3 → L3 − 2L2 ⇒ ⎢ ⎥
⎢ 0 1 −2 . 2 ⎥ ,
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 2 −4 4 0 0 0 0
isto é, ⎧
⎪
⎨ x + 2y − 3z = 1
.
⎪
⎩ y − 2z = 2
Considere o sistema ⎧
⎪
⎨ a x+a y =b
11 12 1
.
⎪
⎩ a21 x + a22 y = b2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou, ainda, ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ a11 a12 ⎥ ⎢ x ⎥ ⎢ b1 ⎥
⎣ ⎦.⎣ ⎦ = ⎣ ⎦.
a21 a22 y b2
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ a11 a12 ⎥ ⎢ x ⎥ ⎢ b1 ⎥
Assim, se A = ⎣ ⎦, X = ⎣ ⎦ e B = ⎣ ⎦ , temos
a21 a22 y b2
AX = B.
Suponhamos que A tenha inversa, isto é, que detA = 0, segue que
I2 .X = A−1 B
X = A−1 B
⎡ ⎤ ⎡ ⎤−1 ⎡ ⎤
⎢ x ⎥ ⎢ a11 a12 ⎥ ⎢ b1 ⎥
⎣ ⎦=⎣ ⎦ .⎣ ⎦
y a21 a22 b2
Regra de Cramer
72 UNIDADE II
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ x ⎥ 1 ⎢ Δ11 Δ21 ⎥ ⎢ b1 ⎥
⎣ ⎦= ⎣ ⎦.⎣ ⎦
detA
y Δ12 Δ22 b2
⎡ ⎤
⎡ b1 Δ11 + b2 Δ21
⎤
⎢ detA ⎥
⎢ ⎥
⎢ x ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦=⎢ ⎥
⎢ ⎥
y ⎣ b1 Δ12 + b2 Δ22 ⎦
detA
⎡ ⎡ ⎤ ⎤
⎢ ⎢ b1 a12 ⎥ ⎥
⎢ det ⎣ ⎦ ⎥
⎢ ⎥
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎢ b2 a22 ⎥
⎡ ⎤ ⎢ ⎥
⎢ detA ⎥
⎢ ⎥
⎢ x ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦=⎢ ⎥.
⎢ ⎡ ⎤ ⎥
y ⎢ ⎥
⎢ a11 b1 ⎥ ⎥
⎢ ⎢ ⎥
⎢ det ⎣ ⎦ ⎥
⎢ ⎥
⎣ a21 b2 ⎦
detA
Desta última igualdade concluı́mos que o conjunto solução do sistema é dado por
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ b1 a12 ⎥ ⎢ a11 b1 ⎥
det ⎣ ⎦ det ⎣ ⎦
b2 a22 a21 b2
x= ⎡ ⎤ ey= ⎡ ⎤.
⎢ a11 a12 ⎥ ⎢ a11 a12 ⎥
det ⎣ ⎦ det ⎣ ⎦
a21 a22 a21 a22
Ou seja,
detAx detAy
x= ey= .
detA detA
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ a11 a12 ⎥ ⎢ b1 a12 ⎥ ⎢ a11 b1 ⎥
em que A = ⎣ ⎦, Ax = ⎣ ⎦ e Ay = ⎣ ⎦.
a21 a22 b2 a22 a21 b2
⎧
⎪
⎨ 3x + y = 5
Exemplo 13: Resolva o sistema pela Regra de Cramer.
⎪
⎩ x − 2y = −3
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 3 1 ⎥ ⎢ 5 1 ⎥ ⎢ 3 5 ⎥
Sejam A = ⎣ ⎦, Ax = ⎣ ⎦ e Ay = ⎣ ⎦,
1 −2 −3 −2 1 −3
Esse exemplo serviu apenas de ilustração, pois, na prática, essa Regra é mais utilizada em
matrizes de ordem 3 ou superior.
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ a11 a12 a13 ⎥ ⎢ b1 a12 a13 ⎥ ⎢ a11 b1 a13 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎥
se denotarmos por A = ⎢ a21 a22 a23 ⎥, Ax = ⎢ b2 a22 a23 ⎥, Ay = ⎢
⎢ ⎢ ⎥
⎢ a21 b2 a23 ⎥
⎥ e
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
a31 a32 a33 b3 a32 a33 a31 b3 a33
⎡ ⎤
⎢ a11 a12 b1 ⎥
⎢ ⎥
Az = ⎢ ⎥
⎢ a21 a22 b2 ⎥. Supondo que a matriz A possua inversa, isto é, que detA �= 0, então, seu
⎣ ⎦
a31 a32 b3
conjunto solução é dado por
Regra de Cramer
74 UNIDADE II
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ x+y+z =6
⎨
Exemplo 14: Resolva o sistema 2x + y + z = 7 .
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ 3x + 2y = 7
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 1 ⎥ ⎢ 6 1 1 ⎥ ⎢ 1 6 1 ⎥ ⎢ 1 1 6 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
Temos que A = ⎢
⎢
⎥ , A = ⎢ ⎥
2 1 1 ⎥ x ⎢ 7 1 1 ⎥ y ⎢ 2 7 1 ⎥, A = ⎢ ⎥ e A z = ⎢ ⎥
⎢ 2 1 7 ⎥.
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
3 2 0 7 2 0 3 7 0 3 2 7
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de cada uma dessas matrizes, a saber, detA = 2, detAx = 2, detAy = 4 e detAz = 6. Logo, pela
Regra de Cramer obtemos que
Agora, generalizaremos a Regra de Cramer. Assim, dado um sistema linear com n-equações
e n-incógnitas ⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ a11 x1 + ... + a1n xn = b1
⎨
.. ... ,
⎪ .
⎪
⎪
⎪
⎩ a x + ... + a x = b
n1 1 nn n n
⎡ ⎤
⎢ a11 . . . a1n ⎥
⎢ .. . . . ⎥ = 0, então, o conjunto solução é obtido calculando as seguintes
supondo que det ⎢
⎢ . . .. ⎥⎥
⎣ ⎦
an1 . . . ann
razões ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢
⎢ b1 a12 . . . a1n ⎥
⎥
⎢
⎢ a11 b1 . . . a1n ⎥
⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢
det⎢ ... .. ... ⎥
⎥
⎢
det⎢ ... .. ... ⎥
⎥
⎢ . ⎥ ⎢ . ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
bn an2 . . . ann an1 bn . . . ann
x1 = ⎡ ⎤, x2 = ⎡ ⎤, assim sucessivamente, ou seja,
⎢
⎢ a11 a12 . . . a1n ⎥
⎥
⎢
⎢ a11 a12 . . . a1n ⎥
⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢
det⎢
.. .. .. ⎥
⎥
⎢
det⎢
.. .. .. ⎥
⎥
⎢ . . . ⎥ ⎢ . . . ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
an1 an2 . . . ann an1 an2 . . . ann
Se
AAA
SeSe ééaéamatriz
a matrizdos
dos coeficientesdo
dosistema
sistema de equações lineares e eAA
i a amatriz cuja i-ésima coluna
matriz dos coeficientes
coeficientes do sistema equaçõeslineares
de equações lineares
eA matriz
ai matriz
i
cuja
cuja i-ésima
i-ésima coluna
coluna
é formadapelos
é éformada pelos termosindependentes,
independentes, com
com ii = 1, 2, . . . , ,n, temos os seguintes resultados:
formada pelos termos
termos independentes, com i ==1,1,2,2,. ....,.n,n,temos
temos
os os seguintes
seguintes resultados:
resultados:
• Se
• •Se detA �= 0,então,
então, temosum
um SPD.
SPD.
detA�=�=0,
SedetA 0, então, temos
temos um SPD.
• Se detA = 0 e detA1 = detA2 = · · · = detAn = 0, então temos um SPI, mas esse resul-
• •Se
SedetA
detA == 00 ee detA
detA11 = detA = ····· · ==detA
detA22 = detAn n==0,0,então
entãotemos
temos
umum SPI,
SPI, masmas
esseesse resul-
resul-
tado só será válido se não houver equações cujos coeficientes das incógnitas respectivamente
tado
tadosósóserá
será válido
válido se
se não houver
houver equações
equaçõescujos
cujoscoeficientes
coeficientesdas
das incógnitas
incógnitas respectivamente
respectivamente
proporcionais e termos independentes não proporcionais.
proporcionais
proporcionais ee termos
termos independentes nãoproporcionais.
independentes não proporcionais.
• Se detA = 0 e detAk �= 0 para algum k entre 1 e n, então, temos um SI.
• •SeSedetA
detA==00 ee detA
detAkk �= 0 para
para algum
algumkkentre
entre11e en,n,então,
então,temos umum
temos SI.SI.
Fonte: o autor.
Fonte:ooautor.
Fonte: autor.
Apesar de a Regra de Cramer ter sua eficácia, esta técnica não é a mais indicada para resolver
Apesar de a Regra de Cramer ter sua eficácia, esta técnica não é a mais indicada para resolver
Apesar de a Regra
um sistema de Cramer
de equações ter sua
lineares. eficácia,
Reflita sobre esta técnica não
as limitações é a mais
referentes indicada
a essa para resolver
técnica.
um sistema de equações lineares. Reflita sobre as limitações referentes a essa técnica.
um sistema de equações lineares. Reflita sobre as limitações referentes a essa técnica.
Regra de Cramer
76 UNIDADE II
Forma Escada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II) cada coluna que contém o 1o elemento não nulo de alguma linha tem todos os seus outros iguais
a zero, isto é, acima e abaixo de cada pivô, só temos valores iguais a zero.
III) toda linha nula ocorre abaixo de todas as linhas não nulas.
IV) se as linhas 1, . . . , r são as linhas não nulas, e se o primeiro elemento não nulo da linha i ocorre
na coluna ki então k1 < k2 < · · · < kr , isto é, forma uma “escada”.
Exemplo 15:
⎡ ⎤
⎢ 1 0 7 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 0 ⎥
a) ⎢
⎢
⎥ não está na forma escada, pois acima do número 1 da terceira linha não poderia
⎥
⎢ 0 0 1 0 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
0 0 0 0
estar o 7, pois não satisfaz o item (II). Mas para transformá-la basta multiplicar a terceira linha
por −7 e somar o resultado com a primeira, isto é, L1 → L1 − 7L3 .
⎡ ⎤
⎢ 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
b) ⎢ ⎥
⎢ 0 0 1 ⎥ não está na forma escada, pois o primeiro elemento não nulo da segunda coluna
⎣ ⎦
0 1 0
ocorre na terceira linha, enquanto que o primeiro elemento não nulo da terceira coluna ocorre na se-
gunda linha, isto é, k2 = 3 e k3 = 2, ou seja, k3 < k2 , logo, o item (IV) não é verificado. Assim, para
deixá-la na forma escada, basta trocar as posições entre a segunda e terceira linha, isto é, L2 ↔ L3 .
⎡ ⎤
⎢ 0 1 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢
c) ⎢ 0 0 0 ⎥ ⎥ não está na forma escada, pois temos uma linha não nula abaixo de uma linha nula,
⎣ ⎦
0 0 1
não satisfazendo o item (III). Assim, para transformá-la numa matriz reduzida à forma escada,
basta permutar as duas últimas linhas, ou seja, L2 ↔ L3 .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎡ ⎤
⎢ 1 0 0 0 ⎥
d) ⎣ ⎦ não está na forma escada, mas basta dividir a segunda linha por 3 que se torna
0 0 3 6
1
reduzida à forma escada, isto é, L2 → L2 .
3
⎡ ⎤
⎢ 0 1 2 0 1 ⎥
⎢ ⎥
e) ⎢
⎢ 0 0 0 1 5 ⎥
⎥ está na forma escada.
⎣ ⎦
0 0 0 0 0
⎡ ⎤
⎢ 1 0 5 0 0 1 1 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 3 0 4 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
f) ⎢ 0 0 0 0 1 −1 3 0 ⎥ está na forma escada.
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 0 0 0 0 0 0 1 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
0 0 0 0 0 0 0 0
Neste último exemplo, os termos a11 , a22 , a35 e a48 são os pivô. Note que todos os termos
nas colunas dos pivôs (acima e abaixo) são iguais a zero. Assim, se “riscarmos” cada linha a partir
do pivô (da esquerda para direita) formaremos uma escada cujos termos abaixo da escada são
todos iguais a zero.
Definição: Dada uma matriz Am×n , seja Bm×n a matriz linha reduzida à forma escada equivalente
a Am×n :
I) o posto da matriz A, denotado por p, é o número de linhas não nulas da matriz B.
II) a nulidade de A é o número n − p.
⎡ ⎤
⎢ 1 1 1 6 ⎥
⎢ ⎥
Exemplo 16: Dada a matriz A = ⎢ ⎢ 2 1 1 7
⎥ , obtenha o posto e a nulidade dessa matriz.
⎥
⎣ ⎦
3 2 0 7
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Utilizaremos as operações elementares para obter uma matriz na forma escada, isto é,
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 1 6 ⎥ ⎢ 1 1 1 6 ⎥ ⎢ 1 1 1 6 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 2 1 1 7 ⎥ → ⎢ 0 −1 −1 −5 ⎥→⎢ 0 1 1 5 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
3 2 0 7 0 −1 −3 −11 0 1 3 11
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 0 1 ⎥ ⎢ 1 0 0 1 ⎥ ⎢ 1 0 0 1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
→⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢
⎢ 0 1 1 5 ⎥→⎢ 0 1 1 5 ⎥→⎢ 0 1 0 2
⎥.
⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 0 2 6 0 0 1 3 0 0 1 3
OBS: contrapondo o item (I), se pA �= pC , então, o sistema não tem solução (SI).
Esse teorema dá-nos indı́cios de que, num sistema em que o número de equações é o mesmo
que o número de incógnitas, a chance de esse sistema ter uma única solução é grande. Agora,
quando o número de incógnitas é maior que o número de equações, provavelmente, esse sistema
terá infinitas soluções. Por outro lado, quando o número de equações supera o de incógnitas, a
probabilidade de esse sistema não ter solução aumenta. Mas são apenas indı́cios, o correto é fazer
os cálculos, como veremos nos exemplos a seguir.
Exemplo 17: Discuta e resolva, quando possı́vel, os seguintes sistemas de equações lineares:
⎧
⎧ ⎪
⎪
⎪
⎪ x+y+z =6
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎪
⎪ ⎧ ⎪
⎪
⎪
⎪ x + y + z = 6 ⎪ � ⎪
⎪
⎨ ⎨ x+y+z =6 ⎨ 2x + y + z = 7
a) 2x + y + z = 7 b) c) x + y + z = 6 d)
⎪
⎪ ⎪
⎩ 2x + y + z = 7 ⎪
⎪
⎪
⎪ ⎪
⎪ 3x + 2y = 7
⎩ 3x + 2y = 7 ⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ x+y−z =6
a) A matriz ampliada é formada pela matriz dos coeficientes, acrescida de uma coluna formada
pelos termos independentes:
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 1 6 ⎥ ⎢ 1 1 1 6 ⎥ ⎢ 1 1 1 6 ⎥ ⎢ 1 1 1 6 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 2 1 1 ... 7 ⎥ → ⎢ 0 −1 −1 ... −5 ⎥ → ⎢ 0 1 1 ... 5 ⎥ → ⎢ 0 1 1 ... 5 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
3 2 0 7 0 −1 −3 −11 0 1 3 11 0 0 2 6
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 1 6 ⎥ ⎢ 1 0 0 1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 0 1 1 ... 5 ⎥ → ⎢ 0 1 0 ... 2 ⎥ . Como pA = pC = 3 e n = 3, logo, temos o caso SPD.
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 0 1 3 0 0 1 3
Lembremos que ao efetuarmos as operações elementares, obtemos matrizes equivalentes, ou seja,
matrizes associadas a sistemas com mesmo conjunto solução do sistema inicial. Assim, partimos
da matriz na forma escada e obtemos o seguinte sistema linear:
⎧ ⎧
⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎪ 1x + 0y + 0z = 1 ⎪
⎪ x=1
⎨ ⎨
⎪ 0x + 1y + 0z = 2 → ⎪ y = 2 .
⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎩ 0x + 0y + 1z = 3 ⎪
⎩ z=3
⎧
⎪
⎨ x+y+z =6
b)
⎪
⎩ 2x + y + z = 7
Temos
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 1 | 6 ⎥ ⎢ 1 1 1 | 6 ⎥ ⎢ 1 1 1 | 6 ⎥ ⎢ 1 0 0 | 1 ⎥
⎣ ⎦→⎣ ⎦→⎣ ⎦→⎣ ⎦.
2 1 1 | 7 0 −1 −1 | −5 0 1 1 | 5 0 1 1 | 5
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎧ ⎧ ⎧
⎪
⎨ 1x + 0y + 0z = 1 ⎪
⎨ x=1 ⎪
⎨ x=1
→ → .
⎪
⎩ 0x + 1y + 1z = 5 ⎪
⎩ y+z =5 ⎪
⎩ y =5−z
Portanto, o conjunto solução é S = {(1, 5 − z, z); z ∈ R}. Esse conjunto solução também
pode ser escrito em função da variável y, ou seja S = {(1, y, 5 − y); y ∈ R}. Observe que, pelo fato
de o grau de liberdade ser 1, o conjunto solução ficará em função de uma única incógnita.
�
c) x+y+z =6
Este exemplo é apenas para ilustrar o conjunto solução com grau de liberdade 2. A matriz
escada é a própria matriz ampliada, isto é,
� �
.
1 1 1 .. 6 .
{x + y + z = 6 → x = 6 − y − z
portanto, um conjunto solução é S = {(6 − y − z, y, z); y e z ∈ R}. Existem mais duas formas
para escrever o conjunto solução, em termos de x e y, ou em termos de x e z.
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ x+y+z =6
⎪
⎪
⎪
⎪
⎨ 2x + y + z = 7
d)
⎪
⎪
⎪
⎪ 3x + 2y = 7
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ x+y−z =6
Temos
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 1 | 6 ⎥ ⎢ 1 1 1 | ⎥ 6
⎢ 1 1 1 | 6 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 2 1 1 | 7 ⎥ ⎢ 0 −1 −1 | −5 ⎥ ⎢ 0 1 1 | 5 ⎥
⎢ ⎥→⎢ ⎥→⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 3 2 0 | 7 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ 0 1 3 | 11 ⎥
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎢ ⎥ ⎢ 0 −1 −3 | −11 ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 1 −1 | 6 0 0 −2 | 0 0 0 2 | 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 0 | 1 ⎥ ⎢ 1 0 0 | 1 ⎥ ⎢ 1 0 0 | 1 ⎥ ⎢ 1 0 0 | 1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 0 1 1 | 5 ⎥ ⎢ 0 1 1 | 5 ⎥ ⎢ 0 1 0 | 2 ⎥ ⎢ 0 1 0 | 2 ⎥
→⎢
⎢
⎥→⎢
⎥ ⎢
⎥→⎢
⎥ ⎢
⎥→⎢
⎥ ⎢
⎥.
⎥
⎢ 0 0 2 | 6 ⎥ ⎢ 0 0 1 | 3 ⎥ ⎢ 0 0 1 | 3 ⎥ ⎢ 0 0 1 | 3 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 0 2 | 0 0 0 1 | 0 0 0 0 | −3 0 0 0 | 1
Note que pA = 4, mas pC = 3, como pA �= pC , então, o sistema é impossı́vel (SI) e, portanto, não
admite solução. Observe que se tentássemos resolver o sistema, terı́amos o seguinte resultado,
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ x=1
⎪
⎪
⎪
⎪
⎨ y=2
⎪
⎪
⎪
⎪ z=3
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ 0=1
ou seja, a última linha nos fornece que 0 = 1 (o que é um absurdo). Portanto, a solução é um
conjunto vazio, isto é, S = ∅.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na Unidade I, iniciamos nossos estudos sobre as matrizes com as operações de adição e
multiplicação, na sequência, definimos o conceito de determinante de uma matriz. É interes-
sante perceber que, apesar da ordem em que foram apresentados os conteúdos, na prática, várias
situações-problema, como na Fı́sica, na Quı́mica, nas Engenharias e na própria Matemática, recaem
em sistema de equações lineares − e esses sistemas podem ser representados por tabelas numéri-
cas denominadas matrizes cuja estrutura é muito semelhante a dos números reais bem como dos
vetores. Além disso, cada matriz quadrada está associada a um número chamado determinante, e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tal número permite-nos resolver e/ou discutir sobre seu conjunto solução; o valor do determinante
também nos dá condições para saber se uma matriz admite ou não matriz inversa.
ATIVIDADE DE ESTUDO
⎧
⎧ ⎧ ⎧ ⎪
⎪
⎪ ⎪ ⎪ ⎪
⎪ x+y−z =1
⎨ 2x + 3y = 1 ⎨ 4x − 2y = 5 ⎨ 2x − 4 = 3y ⎨
a) b) c) d) 2x + 2y − 2z = 2
⎪
⎩ 5x + 7y = 3 ⎪
⎩ −6x + 3y = 1 ⎪
⎩ 5y − x = 5 ⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ 5x + 5y − 5z = 7
⎧ ⎧ ⎧
⎪
⎪ ⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎪ 2x − y = −7 ⎪
⎪ 2x + y − z = −6 ⎪
⎪ 3x − y + z = 0
⎨ ⎨ ⎨
e) −3x + 4y = 13 f) x − y + 3z = 21 g) x + y − 2z = 0
⎪
⎪ ⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎪ ⎪
⎪ ⎪
⎪
⎩ x + 2y = −1 ⎩ 3x + 2z = 15 ⎩ 5x − 3y + 4z = 0
2) Obtenha o posto das matrizes (ampliada e dos coeficientes), classifique o sistema como SPD,
SPI ou SI e exiba o conjunto solução,⎧caso exista: ⎧
⎧ ⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪ ⎪
⎪ −x + y − z = 5 ⎪
⎪ x+y−z =1
⎨ x+y+z =7 ⎨ ⎨
a) b) 2x + y = 1 c) 2x + y − 4z = 5
⎪
⎩ x + y − z = 10 ⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎪ ⎪
⎪
⎩ x + y + z = −3 ⎩ 3x + 2y − 5z = 2
⎧ ⎧ ⎧
⎪
⎪ ⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎪ x+y−z =1 ⎪
⎪ x+y =9 ⎪
⎪ x + y − z + t = 12
⎨ ⎨ ⎨
d) 2x + y − 4z = 5 e) f)
⎪
⎪ ⎪ x−y =5
⎪ ⎪
⎪
x − y + z − t = 10
⎪
⎪ ⎪
⎪ ⎪
⎪
⎩ 3x + 2y − 5z = 6 ⎩ 2x − y = 13 ⎩ −x − 3y + 3z − 3t = −14
6) Dona Josefina confecciona tapetes artesanais de dois modelos, pentagonal e retangular. Num
certo mês, ela confeccionou 60 tapetes e teve um lucro lı́quido de R$ 500,00. Sabendo que cada
tapete retangular foi vendido por R$ 10,00, cada tapete pentagonal por R$ 12,00, e que dona
Josefina gastou R$ 160,00 em materiais, quantos tapetes de cada modelo ela confeccionou nesse
mês?
porque
é:
a) 0.
b) 1.
c) 2.
d) 3.
e) Infinito.
⎧
⎪
⎨ ax + 3y = a
9) (Provão - MEC - 1998) O sistema não tem solução se, e só se,
⎪
⎩ 3x + ay = −a
a) a �= −3.
b) a �= 3.
c) a = 0.
d) a = −3.
e) a = 3.
87
10) (ENADE - 2014) Em uma loja de material escolar, as mercadorias caneta, lápis e borracha,
de um único tipo cada uma, são vendidas para três estudantes. O primeiro comprou uma caneta,
três lápis e duas borrachas, pagando R$ 10,00; o segundo adquiriu duas canetas, um lápis e uma
borracha, pagando R$ 9,00; o terceiro comprou três canetas, quatro lápis e três borrachas, pagando
R$ 19,00.
Os estudantes, após as compras, sem verificarem os valores de cada mercadoria, procuraram resolver
o problema: A partir das compras efetuadas e dos respectivos valores totais pagos por eles, qual
o preço da caneta, do lápis e da borracha? Para isso, montaram um sistema de equações lineares
cujas incógnitas são os preços das mercadorias.
LEITURA COMPLEMENTAR
Além disso, temos também outras aplicações, como em projetos de estruturas composta por
vigas metálicas, que exigem a resolução de um sistema de equações lineares, no qual o número
de equações e variáveis cresce à medida que se torna mais complexa a estrutura. Situações como
essas podem ser representadas por sistemas de equações nas quais são analisada a singularidade da
matriz dos coeficientes do sistema e a matriz coluna das forças externas cujo objetivo é encontrar
a matriz coluna das forças que atuam sobre as vigas.
Outra aplicação é o Método dos Elementos Finitos, com grande aplicação em problemas
de Engenharia, especialmente em problemas de Engenharia Civil e Mecânica, nas quais utilizam-
se de sistemas lineares com inúmeras variáveis, que são resolvidos com auxı́lio computacional,
trabalhando-se com as matrizes dos sistemas.
As matrizes já eram conhecidas, estudadas e apreciadas pelos matemáticos desde o século
XVIII, devido à sua estrutura algébrica e sua estrita relação com os sistemas lineares, no entanto,
com o desenvolvimento da Matemática, suas aplicações têm se tornado bem mais ampla.
Aqui você tem um pouco da história das matrizes, produto de matrizes e sistemas lineares. É
um material disponı́vel no portal do professor e que será de grande valia.
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EnsMed/expensmat3 1 2.pdf>.
Neste site, você encontrará sugestão para aula sobre cálculo de Matriz inversa, Conhecimento
de Criptografia e como as Matrizes são utilizadas para criptografar mensagens e construir
mensagens criptografadas.
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=45417>.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
Referências
ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2008.
BOLDRINI, J. M. et al. Álgebra linear. 3. ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
CALLIOLI, C. A. et al. Álgebra linear e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atual, 1990.
HOFFMAN, K.; KUNZE, R. Álgebra linear. Traduzido por Adalberto P. Bergamasco. São
Paulo: Polı́gono, 1970.
LIPSCHUTZ, S. Álgebra linear. 4. ed. Traduzido por Dr. Carlos Ivo Doering. Porto Alegre:
Bookman, 2011. Tradução da 4. ed. norte-americana - All Tasks. (Coleção Schaum)
STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Álgebra linear. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1987.
STRANG, G. Álgebra linear e suas aplicações. São Paulo: Cengage Learning, 2013. Tradução
da 4. ed. norte-americana - All Tasks.
91
GABARITO
GABARITO
Unidade II
1)
−2z + 15 7z − 48
a) S = {(2, −1)} d) S = ∅ f) S = , ,z ;z ∈ R
3 3
b) S = ∅ e) S = {(−3, 1)}
z 7z
c) S = {(5, 2)} g) S = , ,z ;z ∈ R
4 4
2)
a) pA = pC = 2 e n = 3 (SPI) d) pA = pC = 2 e n = 3 (SPI)
S = {(3z + 4, −2z − 3, z) ; z ∈ R}
−2y + 17 3
S= , y, − ;y ∈ R
2 2
e) pA = 3 e pC = 2 (SI)
b) pA = pC = 3 = n (SPD)
S=∅
S = {(0, 1, −4)}
f ) pA = pC = 2 e n = 4 (SPI)
c) pA = 3 e pC = 2 (SI)
S = {(11, z − t + 1, z, t) ; z e t ∈ R}
S=∅
3) Verifique quando o determinante é nulo, conclua que se k �= 1, o sistema é do tipo SPD, mas se
k = 1, o caso é SI.
4) Alternativa (E)
5) Alternativa (C)
7) Alternativa (B)
8) Alternativa (A)
9) Alternativa (E)
III
UNIDADE
ESPAÇOS VETORIAIS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Formalizar os conceitos elementares dos vetores.
■■ Definir os conceitos de espaços e subespaços vetoriais.
■■ Apresentar o conceito de combinação linear, dependência e
independência linear.
■■ Definir os conceitos de base e dimensão para um espaço vetorial.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Vetores
■■ Espaço Vetorial
■■ Combinção Linear
■■ Base e Dimensão
95
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
No Ensino Médio, particularmente na disciplina Fı́sica, os conceitos de vetores ou grandezas
vetoriais são introduzidos de maneira intuitiva, com as operações de adição e multiplicação por
escalar cujas propriedades assemelham-se com as propriedades dos números reais. Essas proprie-
dades ou caracterı́sticas dos vetores, seja no plano seja no espaço, não são exclusividades desses
conjuntos, na verdade, existem outros com as mesmas propriedades. Nesta unidade, apresentare-
mos alguns conjuntos que têm a mesma estrutura algébrica que a dos vetores, chamados Espaços
Vetoriais; apresentaremos também as condições para que um determinado conjunto munido de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Seja E um conjunto no qual podemos somar seus elementos e multiplicar esses elementos
por números reais, e que a soma e a multiplicação resultem em subconjuntos ainda pertencentes à
E. Consideremos ainda que essas operações gozem das propriedades de soma e multiplicação dos
números reais, a saber, comutatividade; associatividade; distributividade; existência do elemento
neutro da adição; existência do oposto; existência do elemento neutro da multiplicação. É possı́vel
exibir, encontrar ou até mesmo definir vários conjuntos que gozam dessas propriedades (ou axio-
mas). Citaremos alguns exemplos já bem familiarizados por vocês, como os conjuntos R, R2 e R3 ,
os mais simples e conhecidos; os conjuntos de matrizes de mesma ordem, isto é, M3,2 (R), M2,4 (R),
Mm,n (R); o conjunto dos polinômios com coeficientes reais, de grau menor ou igual a n, E = Pn ,
entre outros.
Todos estes casos (e outros que não mencionamos aqui), que possuem uma mesma estrutura,
são denotados como espaços vetoriais. Veremos também que diversas vezes o objeto de interesse
não é exatamente o espaço vetorial, mas sim um subconjunto dele, denominado de subespaço
vetorial. Para finalizar os estudos desta unidade, definiremos o conceito de base para um espaço
vetorial bem como o conceito de dimensão de um espaço vetorial.
Iniciaremos essa unidade relembrando o conceito dos vetores, suas propriedades algébricas
e geométricas, pois, partindo dessas ideias é que podemos formalizar a definição ou axiomas para
um Espaço Vetorial.
Introdução
96 UNIDADE III
TÓPICO 1: VETORES
VETORES
A noção de vetor pode ser motivada por uma lista de números e ı́ndices ou por meio de certos
objetos da Fı́sica. Os vetores no plano e no espaço são representados por segmentos orientados.
Todos os segmentos que possuem mesma direção, mesmo sentido e mesmo tamanho (comprimento)
são denominados segmentos equipolentes e representam um mesmo vetor. Por exemplo, vejamos
a lista de alguns segmentos orientados a seguir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 1 - Segmentos Equipolentes
Podemos perceber que todos são seguimentos equipolentes, isto é, têm mesma direção,
−→
sentido e comprimento. Assim, todos são “cópias” idênticas do vetor �v = AB. Esse fato é análogo
ao que ocorre com os números racionais e as frações. Duas frações representam o mesmo número
racional se o numerador e o denominador de cada uma delas estiverem na mesma proporção. Por
2 8 6 −→
exemplo, as frações , e representam o mesmo número racional. Ao escrever �v = AB,
5 20 15
estamos considerando que o vetor é determinado pelo segmento orientado AB com origem no
−→
ponto A e extremidade no ponto B, em que AB é um dos representantes do vetor �v . Obviamente
que existem infinitos segmentos equipolentes ao segmento orientado AB, logo, podemos tomar
qualquer um desses representantes para indicar o vetor �v , o importante é escolhermos o segmento
que seja o mais conveniente para facilitar nosso trabalho.
ESPAÇOS VETORIAIS
97
Vetores no plano
Podemos escolher um representante para o vetor �v com origem no ponto (0, 0). Com isso,
temos uma correspondência biunı́voca entre pontos do plano e vetores. Ou seja, cada ponto P (x, y)
−→
do plano é associado a um único vetor �v = OP , em que O = (0, 0) e, reciprocamente, cada vetor
do plano pode estar associado a um único ponto P (x, y).
Vetores
98 UNIDADE III
Soma de vetores
• O vetor �v +�u é representado pelo segmento orientado que vai da origem de �v até a extremidade
de �u.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 4 - Soma de vetores
Para qualquer vetor �v , o simétrico de �v , denotado por −�v , é o vetor que tem mesmo
comprimento, mesma direção e sentido contrário ao de �v .
ESPAÇOS VETORIAIS
99
Dados os vetores �u e �v , definimos a diferença de �u por �v como sendo a soma do vetor �u com
o vetor −�v , isto é:
�u − �v = �u + (−�v ).
Assim, geometricamente, a diferença de vetores pode ser representada, conforme figura a seguir:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 8
Pelo gráfico, podemos perceber que os segmentos orientados OP e QR são equipolentes. Assim,
obtemos, por meio de análise geométrica, que a − x2 = x1 − 0 e b − y1 = y2 − 0, logo, a = x1 + x2
e b = y1 + y2 . Portanto, se �u = (x1 , y1 ) e �v = (x2 , y2 ) temos que a soma do vetor �u com o vetor �v
é definida como segue:
�u + �v = (x1 + x2 , y1 + y2 ).
Vetores
100 UNIDADE III
→
−
�v + 0 = �v
IV) Para todo vetor �v , existe um único vetor −�v , simétrico a ele (ou oposto) tal que:
→
−
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
�v + (−�v ) = 0
Temos
�u + �v = (1 + 2, −3 + 5) = (3, 2) e
ESPAÇOS VETORIAIS
101
I) α(β�u) = (αβ)�u.
II) (α + β)�u = α�u + β�u.
III) α(�u + �v ) = α�u + α�v .
IV) 1 · �u = �u.
Exemplo 2: Considere �u = (3, −2) um vetor do plano cartesiano e α ∈ R. Calcule αu nos casos
1
em que, α = 4, α = −2 e α =
3
Se α = 4, temos
4�u = 4 · 3, 4 · (−2) = (12, −8)
Se α = −2, temos
−2�u = − 2 · 3, −2 · (−2) = (−6, 4)
1
Se α = , temos
3
1 1 1 2
�u = · 3, · (−2) = 1, − .
3 3 3 3
Vetores
102 UNIDADE III
Vetores no Espaço
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 10 - Representação de um ponto P no espaço
Como no caso dos vetores no plano, definimos as componentes de um vetor �v como sendo
as coordenadas (x1 , y1 , z1 ) do ponto final do representante de �v que tem ponto inicial na origem.
Escrevemos simplesmente:
�v = (x1 , y1 , z1 )
ESPAÇOS VETORIAIS
103
Assim como fizemos para vetores no plano, a soma de dois vetores e o produto de um vetor
por um escalar (número real) também são definidas da mesma forma, isto é, dados �u = (x1 , y1 , z1 )
e �v = (x2 , y2 , z2 ), a soma �u + �v é definida por
�u + �v = (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 ).
Além disso, dados �u = (x1 , y1 , z1 ) e α ∈ R, o produto por escalar α�u é definido por
= (1 + 4, −3 + 2, 2 + 1)
= (5, −1, 3)
b) �u − �v = �u + (−�v )
= (3 · 1, 3 · (−3), 3 · 2)
= (3, −9, 6)
Vetores
104 UNIDADE III
ESPAÇO
TÓPICO 2:VETORIAL
ESPAÇO VETORIAL
Definição: (Espaço Vetorial) Considere um conjunto V no qual estão definidas duas operações:
• Multiplicação por escalar: que a cada número real α e a cada elemento v de V associa um
elemento αv de V , chamado produto de α por v.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dizemos que o conjunto V munido dessas operações é um espaço vetorial real se são satisfeitas
as seguintes condições (Axiomas), para cada u, v e w de V e para α e β reais:
I) u + v = v + u (comutatividade).
II) u + (v + w) = (u + v) + w (associatividade).
IV) Para cada v ∈ V , existe um elemento de V , o qual denotamos de −v tal que v + (−v) = 0
(existência do elemento oposto aditivo).
Os vetores no plano cartesiano bem como vetores no espaço tridimensional, como visto
anteriormente, formam um espaço vetorial, o conjunto dos números reais também é um espaço
vetorial. Existem vários conjuntos que têm as mesmas caracterı́sticas dos vetores no plano ou
no espaço, tais conjuntos têm grande aplicação na matemática. Na sequência, listaremos alguns
exemplos de conjuntos que são e outros que não são espaços vetoriais. Para saber se um conjunto
V é um espaço vetorial, é necessário verificar todos os 8 itens da definição de Espaço Vetorial, se
um deles não for satisfeito, então, V não será um espaço vetorial.
ESPAÇOS VETORIAIS
105
Tentaremos verificar cada item do I) ao VIII), no entanto, se algum item não for satisfeito,
Tentaremos verificar cada item do I) ao VIII), no entanto, se algum item não for satisfeito,
VIII), no entanto,
podemos se interromper
algum item não for satisfeito,
a verificação. Assim, sejam u = (x1 , y1 ), v = (x2 , y2 ) e w = (x3 , y3 ) elementos
podemos interromper a verificação. Assim, sejam u = (x1 , y1 ), v = (x2 , y2 ) e w = (x3 , y3 ) elementos
m u = (x1 , yde
1 ), V
v .=Temos
(x2 , y2 ) e w = (x3 , y3 ) elementos
de V . Temos
III) u + O = (x1 , y1 ) + (0, 0) = (x1 + 0, 0) = (x1 , 0) �= u, ou seja, não existe o elemento neutro tal
III) u + O = (x1 , y1 ) + (0, 0) = (x1 + 0, 0) = (x1 , 0) �= u, ou seja, não existe o elemento neutro tal
1 , 0) �
= u, ou seja,
que u+ não
O= existe o elemento
u. Como neutro
esse item nãotal
é verificado, logo, o conjunto V não é um espaço vetorial.
que u + O = u. Como esse item não é verificado, logo, o conjunto V não é um espaço vetorial.
o, logo, o conjunto V não é um espaço vetorial.
Exemplo 5: O conjunto W = {(x, 2x, 3x); x ∈ R} com as operações usuais é um espaço vetorial.
Exemplo 5: O conjunto W = {(x, 2x, 3x); x ∈ R} com as operações usuais é um espaço vetorial.
R} com as operações usuais é um espaço vetorial.
Sejam u = (a, 2a, 3a), v = (b, 2b, 3b), w = (c, 2c, 3c) com u, v, w ∈ R3 e α, β ∈ R, assim
Sejam u = (a, 2a, 3a), v = (b, 2b, 3b), w = (c, 2c, 3c) com u, v, w ∈ R3Explica
e α, β ∈ R,ai:
assim
= (c, 2c, 3c) com u, v, w ∈ R3 e α, β ∈ R, assim
I) u + v = (a, 2a, 3a) + (b, 2b, 3b) Vetorial
I) u + v = (a, 2a, 3a) + (b, 2b, 3b)
= (a + b, 2a + 2b, 3a + 3b)
= (a + b, 2a + 2b, 3a + 3b)
= (b + a, 2b + 2a, 3b + 3a)
= (b + a, 2b + 2a, 3b + 3a)
= (b, 2b, 3b) + (a, 2a, 3a)
= (b, 2b, 3b) + (a, 2a, 3a)
= v+u
= v+u
Espaço Vetorial
106 UNIDADE III
II) u + (v + w) = (a, 2a, 3a) + [(b, 2b, 3b) + (c, 2c, 3c)]
= (a + b + c, 2a + 2b + 2c, 3a + 3b + 3c)
= (u + v) + w
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
= (a + 0, 2a + 0, 3a + 0)
= u
= (a − a, 2a − 2a, 3a − 3a)
= (0, 0, 0)
= 0
= (αβ)v
= αv + βv
ESPAÇOS VETORIAIS
107
= αu + αv
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= (1 · a, 1 · 2a, 1 · 3a)
= u
Portanto, o conjunto W é um espaço vetorial.
⎧⎡ ⎤ ⎫
⎪
⎨ 0 a ⎪
⎬
⎢ ⎥
Exemplo 6: Verifique se o conjunto A = ⎣ ⎦ ∈ M2×2 ; a, b ∈ R com as operações usuais
⎪
⎩ b 0 ⎪
⎭
é um espaço vetorial.
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ 0 a2 ⎥ ⎢ 0 a3 ⎥
Sejam A1 = ⎣ ⎦ , A2 = ⎣ ⎦ e A3 = ⎣ ⎦ matrizes de A, α, β e γ
b1 0 b2 0 b3 0
números reais.
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ 0 a2 ⎥ ⎢ 0 + 0 a1 + a2 ⎥ ⎢ 0 + 0 a2 + a1 ⎥ ⎢ 0 a2 ⎥
I) A1 +A2 = ⎣ ⎦+⎣ ⎦=⎣ ⎦=⎣ ⎦=⎣ ⎦+
b1 0 b2 0 b 1 + b2 0 + 0 b 2 + b1 0 + 0 b2 0
⎡ ⎤
⎢ 0 a1 ⎥
⎣ ⎦ = A2 + A1
b1 0
⎛⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎞ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎜⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ 0 a2 ⎥⎟ ⎢ 0 a3 ⎥ ⎢ 0 + 0 a1 + a2 ⎥ ⎢ 0 a3 ⎥
II) (A1 +A2 )+A3 = ⎝⎣ ⎦+⎣ ⎦⎠+⎣ ⎦=⎣ ⎦+⎣ ⎦
b1 0 b2 0 b3 0 b 1 + b2 0 + 0 b3 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎛⎡ ⎤⎞
⎢ 0 + 0 + 0 a1 + a2 + a3 ⎥ ⎢ 0 a1 ⎥ ⎜⎢ 0 + 0 a2 + a3 ⎥⎟
= ⎣ ⎦=⎣ ⎦+⎝⎣ ⎦⎠ = A1 +(A2 +A3 )
b 1 + b2 + b 3 0+0+0 b1 0 b 2 + b3 0 + 0
Espaço Vetorial
108 UNIDADE III
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
III) Dada a matriz A1 = ⎣ ⎦, tome O = ⎣ ⎦ e obtemos que
b1 0 0 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 + 0 a 1 + 0 ⎥ ⎢ 0 a 1 ⎥
A1 + O = ⎣ ⎦+⎣ ⎦=⎣ ⎦=⎣ ⎦ = A1
b1 0 0 0 b1 + 0 0 + 0 b1 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ 0 −a1 ⎥
IV) Dada a matriz A1 = ⎣ ⎦, basta tomar −A1 = ⎣ ⎦ e obtemos
b1 0 −b1 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
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⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ 0 −a1 ⎥ ⎢ 0+0 a1 + (−a1 ) ⎥ ⎢ 0 a 1 − a1 ⎥
A1 + (−A1 ) = ⎣ ⎦+⎣ ⎦=⎣ ⎦=⎣ ⎦
b1 0 −b1 0 b1 + (−b1 ) 0+0 b1 − b 1 0 + 0
⎡ ⎤
⎢ 0 0 ⎥
=⎣ ⎦=O
0 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ (αβ)0 (αβ)a1 ⎥ ⎢ αβ0 αβa1 ⎥ ⎢ β0 βa1 ⎥
V) (αβ)A1 = (αβ) ⎣ ⎦=⎣ ⎦=⎣ ⎦ = α⎣ ⎦
b1 0 (αβ)b1 (αβ)0 αβb1 αβ0 βb1 β0
⎛⎡ ⎤⎞ ⎛ ⎡ ⎤⎞
⎜⎢ β0 βa1 ⎥⎟ ⎜ ⎢ 0 a1 ⎥⎟
= α ⎝⎣ ⎦⎠ = α ⎝β ⎣ ⎦⎠ = α(βA1 )
βb1 β0 b1 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ (α + β)0 (α + β)a1 ⎥ ⎢ α0 + β0 αa1 + βa1 ⎥
VI) (α + β)A1 = (α + β) ⎣ ⎦=⎣ ⎦=⎣ ⎦
b1 0 (α + β)b1 (α + β)0 αb1 + βb1 α0 + β0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ α0 αa1 ⎥ ⎢ β0 βa1 ⎥ ⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ 0 a1 ⎥
=⎣ ⎦+⎣ ⎦ = α⎣ ⎦+β⎣ ⎦ = αA1 + βA1
αb1 α0 βb1 β0 b1 0 b1 0
⎛⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎞ ⎡ ⎤ ⎡
⎜⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ 0 a2 ⎥⎟ ⎢ 0 + 0 a1 + a2 ⎥ ⎢ α(0 + 0) α(a1 +
VII) α(A1 +A2 ) = α ⎝⎣ ⎦+⎣ ⎦⎠ = α ⎣ ⎦=⎣
b1 0 b2 0 b 1 + b2 0 + 0 α(b1 + b2 ) α(0 +
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ α0 + α0 αa1 + αa2 ⎥ ⎢ α0 αa1 ⎥ ⎢ α0 αa2 ⎥ ⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ 0 a2
=⎣ ⎦=⎣ ⎦+⎣ ⎦ = α⎣ ⎦+α ⎣ ⎦
αb1 + αb2 α0 + α0 αb1 α0 αb2 α0 b1 0 b2 0
= αA1 + αA2
ESPAÇOS VETORIAIS
109
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 a1 ⎥ ⎢ 1.0 1.a1 ⎥ ⎢ 0 a1 ⎥
VIII) 1.A1 = 1. ⎣ ⎦=⎣ ⎦=⎣ ⎦ = A1
b1 0 1.b1 1.0 b1 0
Portanto, como os 8 itens estão satisfeitos, logo, o conjunto A é um espaço vetorial. Os
elementos de um espaço vetorial são chamados vetores. O elemento neutro da soma é chamado ve-
tor nulo e denotado por 0 ou �0. Nesse sentido, vetores podem ser polinômios, matrizes, funções, etc.
Sejam f (x) = b0 +b1 x+b2 x2 +b3 x3 , g(x) = c0 +c1 x+c2 x2 +c3 x3 e h(x) = d0 +d1 x+d2 x2 +d3 x3
polinômios de grau 3, α e β escalares reais. Temos:
(V) α(βf (x)) = α(β(b0 + b1 x + b2 x2 + b3 x3 )) = α(βb0 + βb1 x + βb2 x2 + βb3 x3 ) = αβb0 + αβb1 x +
αβb2 x2 + αβb3 x3 = (αβ)(b0 + b1 x + b2 x2 + b3 x3 ) = (αβ)f (x)
(VI) (α+β)f (x) = (α+β)(b0 +b1 x+b2 x2 +b3 x3 ) = (α+β)b0 +(α+β)b1 x+(α+β)b2 x2 +(α+β)b3 x3 =
αb0 + αb1 x + αb2 x2 + αb3 x3 + βb0 + βb1 x + βb2 x2 + βb3 x3 = α(b0 + b1 x + b2 x2 + b3 x3 ) + β(c0 +
c1 x + c2 x2 + c3 x3 ) = αf (x) + βg(x)
(VII) α(f (x)+g(x)) = α(b0 +b1 x+b2 x2 +b3 x3 +c0 +c1 x+c2 x2 +c3 x3 ) = αb0 +αb1 x+αb2 x2 +αb3 x3 +
αc0 + αc1 x + αc2 x2 + αc3 x3 = α(b0 + b1 x + b2 x2 + b3 x3 ) + α(c0 + c1 x + c2 x2 + c3 x3 ) = αf (x) + αg(x)
(VIII) 1.f (x) = 1(b0 +b1 x+b2 x2 +b3 x3 ) = 1.b0 +1.b1 x+1.b2 x2 +1.b3 x3 = b0 +b1 x+b2 x2 +b3 x3 = f (x)
Portanto, P3 (R) é um espaço vetorial. É possı́vel provar de modo genérico, que o espaço
dos polinômios Pn (R) com grau menor ou igual a n acrescentado do polinômio nulo é um espaço
vetorial.
Espaço Vetorial
110 UNIDADE III
Exemplo 8: Seja F (X, R) o conjunto das funções reais, f : X → R. Para f e g funções reais de
F (X, R) e α um escalar, definimos a soma f + g por
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Vamos mostrar que o conjunto F (X, R) é um espaço vetorial sobre R.
= g(x) + f (x)
= (g + f )(x)
= (f + g)(x) + h(x)
= [(f + g) + h](x)
= f (x)
(IV) Dada a função f definimos a função −f por (−f )(x) = −f (x), para todo x ∈ R, logo:
= f (x) − f (x)
= 0
= 0(x)
ESPAÇOS VETORIAIS
111
= αβf (x)
(V) α[(βf )(x)] = α[βf (x)]
= (αβ)f (x)
= αβf (x)
= [(αβ)f ](x)
= (αβ)f (x)
= =
(VI) [(α + β)f ](x) [(αβ)f
(α ](x)
+ β)f (x)
= (αf(x)
= αf )(x) + (βf
+ βf (x) )(x)
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= α(f (x) +
αf (x) + αg(x)
g(x))
= αf
= (αf(x) + αg(x)
)(x) + (αg)(x)
= (αf )(x) + (αg)(x)
(VIII) (1 · f )(x) = 1 · f (x)
(VIII) (1 · f )(x) = 1 · f (x)
= f (x)
= f (x)
A reta R (eixo x) é um espaço vetorial sobre R, bem como o plano cartesiano xy e o espaço
A reta R (eixo x) é um espaço vetorial sobre R, bem como o plano cartesiano xy e o espaço
tridimensional xyz. É possı́vel generalizar e provar que o espaço Rn formado pelas n-uplas
tridimensional xyz. É possı́vel generalizar e provar que o espaço Rn formado pelas n-uplas
sequência de números reais (a1 , a2 , ..., an ) definida por
sequência de números reais (a1 , a2 , ..., an ) definida por
(a1 , a2 , ..., an ) + (b1 , b2 , ..., bn ) = (a1 + b1 , a2 + b2 , ..., an + bn ) e
(a1 , a2 , ..., an ) + (b1 , b2 , ..., bn ) = (a1 + b1 , a2 + b2 , ..., an + bn ) e
α(a1 , a2 , ..., an ) = (αa1 , αa2 , ..., αan ) é um subespaço vetorial sobre R.
α(a1 , a2 , ..., an ) = (αa1 , αa2 , ..., αan ) é um subespaço vetorial sobre R.
Outros conjuntos ou espaços vetoriais que merecem nossa atenção:
Outros conjuntos ou espaços vetoriais que merecem nossa atenção:
- -OOconjunto
conjunto dos
dos números C.
complexosC.
números complexos
- -OOconjunto
conjunto das
das matrizes Mm×n
matrizes M (R).
m×n(R).
- -OOconjunto
conjunto das
das funções contı́nuas.
funções contı́nuas.
Fonte:
Fonte: ooautor.
autor.
Espaço Vetorial
112 UNIDADE III
Subespaço Vetorial
É interessante observar que não precisamos provar todas as propriedades de espaço vetorial.
Como o subconjunto W é parte de V o qual é, por definição, espaço vetorial, basta observarmos as
condições necessárias para que um subconjunto W seja um subespaço vetorial na definição seguinte.
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Definição: Sejam V um espaço vetorial e W um subconjunto não vazio de V . Então, W é um
subespaço de V se, e somente se, as seguintes condições são satisfeitas:
I) Se u, v ∈ W , então, u + v ∈ W .
II) Se α ∈ R e u ∈ W , então, αu ∈ W .
Exemplo 9: Seja V um espaço vetorial, o conjunto {�0} constituı́do apenas do vetor nulo, e
também o próprio espaço V são subespaços vetoriais de V . O conjunto {�0} é chamado de espaço
vetorial nulo.
De fato, se u e v pertencem ao conjunto {�0} e α ∈ R, logo:
(i) u + v = �0 + �0 = �0 ∈ {�0}.
(ii) α�0 = �0 ∈ {�0}
ESPAÇOS VETORIAIS
113
Exemplo 12: Considere o espaço vetorial V = M (n, n) formado pelo conjunto das matrizes qua-
dradas de ordem n; o subconjunto W das matrizes triangulares superiores é um subespaço vetorial,
pois a soma de matrizes triangulares superiores ainda é uma matriz triangular superior, assim como
o produto de uma matriz triangular superior por um escalar.
Espaço Vetorial
114 UNIDADE III
u + v = (a, a2 ) + (b, b2 ) = (a + b, a2 + b2 ).
Mas u + v = (a + b, a2 + b2 ) ∈
/ W , uma vez que um vetor de W cuja abscissa é a + b tem a
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forma (a + b, (a + b)2 ), ou ainda, (a + b, a2 + 2ab + b2 ). Portanto, como o item (i) não é satisfeito,
concluı́mos que W não é um subespaço vetorial de W .
Exemplo 14: Seja Ω = {(x, y); x + y = 3 com x e y ∈ R}, verifique se Ω é um subespaço vetorial
de V = R2 .
Mas um vetor de Ω com abscissa a + b deve ter a seguinte forma (a + b, −(a + b) + 3), logo,
/ Ω. Portanto, Ω não é um subespaço vetorial de R2 . Vejamos outra maneira de mostrar
u+v ∈
esse resultado apresentando um contraexemplo: sejam u = (0, 3) e v = (1, 2) vetores de Ω, logo,
u + v = (1, 5) ∈
/ Ω, pois um vetor de Ω cuja abscissa é 1 tem a seguinte forma (1, 2).
No exemplo 13, o conjunto W é uma parábola no plano cartesiano, ou seja, é uma curva que
não é linear, enquanto que no exemplo 14, apesar do conjunto Ω representar uma reta decrescente,
essa reta não corta o ponto (0, 0) (a origem do plano cartesiano), mas sim no ponto (0, 3). Nesse
sentido, a grosso modo, subespaços não triviais de R2 têm necessariamente que passar pela origem
(0, 0), isto é, deve conter o vetor nulo, e também ser linear, ou seja, uma reta.
ESPAÇOS VETORIAIS
115
ouou
seja, w1w+
seja, w2 2pertence
1+w pertenceW
W.. Além
Além disso, se w
disso, se w= (x,y,y,z)z)∈∈WW, então,
=(x, , então,x +
x+ − 4z
y 4z
y− = 0=(***),
0 (***), logo,
logo,
(ii)(ii)
αwαw==α(x,
α(x,y,y,z)z)==(αx,
(αx,αy,
αy,αz).
αz).
Como
Como ++αyαy−−4αz
αxαx 4αz==α(x +yy −
α(x+ − 4z)
4z) = α.0
α.0 =
= 0,0, conforme
conforme(***),
(***),logo,
logo,
αwαw
∈W∈W
. .
Portanto,WWé éum
Portanto, umsubespaço
subespaço vetorial de RR33. .
vetorial de
Noteque
Note vetor�0�0== (0,
queo ovetor (0,0,
0, 0)
0) pertence
pertence aa W pois00++0 0−−4.0
W, ,pois 4.0= =0. 0.Geometricamente,
Geometricamente,esseesse
subespaçoé éum
subespaço umplano
planoque
quepassa
passa pela
pela origem
origem (0,
(0,0,0,0)
0)do
dosistema
sistemadedecoordenadas tridimensional.
coordenadas tridimensional.
Podemos mostrar que W = {(x, y, z) ∈ R33; x + y − 4z = 0} é subespaço de R3 usando uma
Podemos mostrar que W = {(x, y, z) ∈ R ; x + y − 4z = 0} é subespaço de R3 usando uma
outra técnica. Assim, se w = (x, y, z) ∈ W , então, w deve satisfazer a relação x + y − 4z = 0, ou
outra técnica. Assim, se w = (x, y, z) ∈ W , então, w deve satisfazer a relação x + y − 4z = 0, ou
equivalentemente, x = −y + 4z, logo, w = (−y + 4z, y, z). Assim, se w1 , w2 são vetores de W e
equivalentemente, x = −y + 4z, logo, w = (−y + 4z, y, z). Assim, se w1 , w2 são vetores de W e
α ∈ R, temos
α ∈ R, temos
(i) w1 + w2 = (−y1 + 4z1 , y1 , z1 ) + (−y2 + 4z2 , y2 , z2 )
(i) w1 + w2 = (−y1 + 4z1 , y1 , z1 ) + (−y2 + 4z2 , y2 , z2 )
= (−y1 + 4z1 − y2 + 4z2 , y1 + y2 , z1 + z2 )
= (−y1 + 4z1 − y2 + 4z2 , y1 + y2 , z1 + z2 )
= (−y1 − y2 + 4z1 + 4z2 , y1 + y2 , z1 + z2 )
= (−y1 − y2 + 4z1 + 4z2 , y1 + y2 , z1 + z2 )
= (−(y1 + y2 ) + 4(z1 + z2 ), y1 + y2 , z1 + z2 ) ∈ W
= (−(y1 + y2 ) + 4(z1 + z2 ), y1 + y2 , z1 + z2 ) ∈ W
Espaço Vetorial
116 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
= (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 ),
como x1 + x2 − 3(z1 + z2 ) = x1 + x2 − 3z1 − 3z2 = (x1 − 3z1 ) + (x2 − 3z2 ) = 0 + 0 = 0, logo u + v ∈ Θ.
De outro modo, se w = (x, y, z) ∈ Θ, então x − 3z = 0, isto é, x = 3z, logo, w = (3z, y, z).
Assim
(i) u + v = (3z1 , y1 , z1 ) + (3z2 , y2 , z2 )
= (3z1 + 3z2 , y1 + y2 , z1 + z2 )
= (3(z1 + z2 ), y1 + y2 , z1 + z2 ) ∈ Θ.
(ii) αw = α(3z, y, z)
= (α3z, αy, αz)
= (3αz, αy, αz) ∈ Θ.
Assim, provamos que Θ é subespaço de R3 . (Use a técnica que achar mais conveniente, ou fácil!).
ESPAÇOS VETORIAIS
117
Geometricamente, Π é um plano, e portanto linear, no entanto, esse plano não passa pela
origem, ou seja, não passa pelo ponto (0, 0, 0), por isso não é uma subespaço vetorial. Observe
também que o vetor (0, 0, 0) não pertence ao plano Π, pois 0 − 5.0 �= 4, isto é, não satisfaz a
condição para estar no conjunto Π.
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Como espaços vetoriais são conjuntos, um questionamento pertinente seria sobre a união e
a interseção de conjuntos. Será que essas operações (união/interseção) preservam a propriedade
de espaço vetorial? Ao longo desta subseção, teremos material para responder a essa pergunta.
É fácil verificar que esses conjuntos são subespaços do R2 , mas o conjunto U ∪ W não é
subespaço do R2 .
Esse exemplo mostra que a união de dois subespaços de um espaço vetorial V não é ne-
cessariamente um subespaço de V . O próximo teorema mostra que a interseção de subespaços é
sempre um subespaço.
Espaço Vetorial
118 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
�0 ∈ W , logo, �0 ∈ U ∩ W , ou seja, podemos concluir que U ∩ W �= ∅, uma vez que o vetor nulo
Exemplo 19: Considere o espaço vetorial V = R3 , Π1 e Π2 planos distintos passando pela origem.
Note que a interseção Π1 ∩ Π2 é uma reta que também é um subespaço de R3 .
Exemplo 20: Considere o espaço vetorial V = R3 e as retas concorrente r1 e r2 que passam pela
origem. Assim, r1 ∩ r2 = {�0} é um subespaço vetorial de R3 , mas r1 ∪ r2 é o feixe formado pelas
duas retas, que não é subespaço vetorial de R3 .
U + W = {v ∈ V ; v = u + w, com u ∈ U e w ∈ W }.
ESPAÇOS VETORIAIS
119
Exemplo 21: Considere os mesmos conjuntos U e W definidos no exemplo 18, isto é, U =
Exemplo
{(x, y) ∈ R21:
2
; x +Considere
y = 0} e os
W mesmos
= {(x, y)conjuntos
∈ R2 ; x −Uy =
e W
0}. definidos
Afirmamosno que
exemplo 18,Uisto
a soma + Wé, =UR=
2
,
{(x, y)
pois ∈ R2 ; xvetor
qualquer +y = 0}(x,
v= eW = R{(x,
y) ∈ 2
pode R2escrito
y) ∈ser ; x − y como
= 0}.v Afirmamos que
= u + w, em au
que soma
∈ U Ue +
wW =. R2 ,
∈W
pois qualquer vetor v = (x, y) ∈ R2 pode ser escrito como v = u + w, em que u ∈ U e w ∈ W .
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COMBINAÇÃO LINEAR
TÓPICO 3: COMBINAÇÃO LINEAR
a1 , a2 e a3 tais que v = a1 u1 + a2 u2 + a3 u3
v = a1 u1 + a2 u2 + a3 u3
substituindo,
substituindo, (7, 3, 16) = a1 (1, 2, 3) + a2 (1, 0, 1) + a3 (2, 1, 5)
(7, 3, 16) = a1 (1, 2, 3) + a2 (1, 0, 1) + a3 (2, 1, 5)
Combinação Linear
120 UNIDADE III
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⎢ 1 1 2 7 ⎥ ⎢ 1 1 2 7 ⎥ ⎢ 1 1 2 7 ⎥ ⎢ 1 1 2 7
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢
⎢ 2 0 1 ... 3 ⎥ → ⎢ 0 −2 −3 ... −11 ⎥ → ⎢ 0 −2 −3 ... −11 ⎥ → ⎢ 0 1 3/2 ... 11
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣
3 1 5 16 0 −2 −1 −5 0 0 2 6 0 0 1 3
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎧
⎪
⎪
⎢ 1 1 0 1 ⎥ ⎢ 1 0 0 0 ⎥ ⎪
⎪ a1 = 0
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎨
. .
⎢ 0 1 0 .. 1 ⎥ → ⎢ 0 1 0 .. 1 ⎥ → SPD →
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎪ a2 = 1 .
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎪
⎪
⎪
⎩ a =3
0 0 1 3 0 0 1 3 3
W = [u1 , u2 , . . . , un ].
Exemplo 23: O espaço gerado pelo vetor u = (2, −1, 1) em R3 é o conjunto W = {α(2, −1, 1); α ∈
R}. Geometricamente, esse espaço vetorial é uma reta que passa pela origem e tem a direção do
vetor u = (2, −1, 1), por exemplo, o vetor w = (10, −5, 5) pertence a W , uma vez que w = 5.u, isto
é, w é combinação linear de u, em termos de notação de subespaço gerado, temos W = [(2, −1, 1)].
ESPAÇOS VETORIAIS
121
Exemplo 24: Se v1 , v2 ∈ R3 são tais que βv1 �= v2 para todo β ∈ R, então o espaço gerado por
esses vetores será o plano que passa pela origem e contém v1 e v2 . Neste exemplo, a condição que
βv1 �= v2 , significa geometricamente que os vetores v1 e v2 são não colineares, nem paralelos, ou
seja, são coplanares. Assim, se θ é o ângulo formado por esses vetores, então, 0 < θ < 180◦ . Logo,
se Π é o plano que passa por esse dois vetores, então, qualquer vetor deste plano pode ser escrito
como combinação linear de v1 e v2 , ou seja, se w ∈ Π, algebricamente, existem escalares reais a e b
tais que w = av1 + bv2 , em termos geométricos, o vetor w é a diagonal do paralelogramo, formado
pelos vetores av1 e bv2 contidos em Π.
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Exemplo 25: O subespaço de R3 gerado pelos vetores u1 = (1, 2, 0), u2 = (3, 0, 1) e u3 = (2, −2, 1)
é o plano Ω de equação 2x − y − 6z = 0. Note que as coordenadas dos vetores dados satisfazem a
equação obtida para o subespaço gerado por eles.
Combinação Linear
122 UNIDADE III
Vimos que, dado um conjunto de vetores de um espaço vetorial V , o conjunto de todas suas
combinações lineares é um subespaço vetorial de V . Por outro lado, será que todo subespaço S
de V é gerado por um conjunto de vetores? A resposta para essa pergunta é sim. Na sequência,
apresentamos alguns exemplos sobre esse questionamento.
Exemplo 26: Considere o conjunto S = {(x, 2x) ∈ R2 ; x ∈ R}. Note que todos os elementos de
S são da forma (x, 2x) = x(1, 2). Variando o valor de x obtemos diversos elementos do conjunto
S. Ora, se x(1, 2) é a expressão de uma combinação linear do vetor (1, 2), logo, todos os elementos
de S são combinações lineares de (1, 2) e portanto, S = [(1, 2)]. Graficamente, esse subespaço é
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uma reta crescente de equação y = 2x, ou equivalentemente, é a reta com direção do vetor (1, 2)
que passa pela origem do plano cartesiano.
Figura 15 - S subespaço de R2
Assim, os elementos do conjunto W são combinações lineares dos vetores (1, 1, 0) e (0, 1, 1). Geo-
metricamente, W é o plano gerado por esses vetores, portanto, W = [(1, 1, 0), (0, 1, 1)].
ESPAÇOS VETORIAIS
123
Portanto, S é gerado pelos vetores (1, 0, 1) e (0, 1, 1), ou seja, S = [(1, 0, 1), (0, 1, 1)].
Ainda neste exemplo, partindo da equação x + y − z = 0, poderı́amos ter isolado x, isto é,
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Assim, outro conjunto que gera esse subespaço é S = [(−1, 1, 0), (1, 0, 1)]. De modo análogo,
se tivéssemos isolado y, obterı́amos um outro conjunto gerador, a saber, S = [(1, −1, 0), (0, 1, 1)].
Isso mostra que é possı́vel exibir vários conjuntos que geram o mesmo subespaço.
Neste exemplo, qualquer conjunto formado por dois vetores (não nulos) que estejam no
plano S e que não sejam colineares, formarão um conjunto gerador para esse subespaço. Daı́ nos
deparamos com a seguinte questão, será que existe um conjunto gerador mais “simples” para um
determinado subespaço vetorial? Veremos a resposta para essa questão na próxima seção.
Combinação Linear
124 UNIDADE III
Vimos na seção anterior que um conjunto finito de vetores {v1 , v2 , ..., vn } gera um espaço
vetorial V , se cada vetor em V pode ser escrito como uma combinação linear dos vetores de
v1 , v2 , ..., vn . Em geral, pode haver mais de uma maneira de expressar um vetor em V como uma
combinação linear de vetores de um conjunto gerador. Num curso de Álgebra Linear, é essencial
sabermos se um vetor é uma combinação linear de outros. Nesta seção, vamos estudar as condi-
ções com as quais cada vetor de um espaço vetorial V possa ser escrito de maneira única como
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combinação linear de um conjunto gerador de vetores. Conjuntos geradores com essa propriedade
desempenham um papel fundamental no estudo de espaços vetoriais.
a1 v1 + a2 v2 + · · · + an vn = �0
Teorema: O conjunto de vetores {v1 , v2 , . . . , vn } é LD se, e somente se, um desses vetores for uma
combinação linear dos outros, isto é, existe k ∈ N, com 1 ≤ k ≤ n tal que
a1 a2 an
vk = − v1 − v2 − ... − vn , com ak �= 0.
ak ak ak
ESPAÇOS VETORIAIS
125
a1 u + a2 v + a3 w = �0, (∗)
isto é,
a1 (1, 2, 3) + a2 (4, 5, 6) + a3 (7, 8, 9) = (0, 0, 0)
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ou ainda,
(a1 + 4a2 + 7a3 , 2a1 + 5a2 + 8a3 , 3a1 + 6a2 + 9a3 ) = (0, 0, 0),
como pA = pC = 2 e n = 3, logo, temos SPI com infinitas soluções, ou seja, esse sistema homogêneo
admite uma solução além da trivial (0, 0, 0). E reescrevendo, temos
⎧
⎪
⎨ a −a =0
1 3
⎪
⎩ a2 + 2a3 = 0
Combinação Linear
126 UNIDADE III
Exemplo 32: Sejam v1 = (−2, 5), v2 = (6, −15) e v3 = (3, 3) vetores do espaço vetorial R2 .
Verifique quais conjuntos a seguir são LI ou LD:
a) {v1 , v2 }
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a(−2, 5) + b(6, −15) = (0, 0)
segue que ⎧
⎪
⎨ −2a + 6b = 0
⎪
⎩ 5a − 15b = 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ −2 6 | 0 ⎥ ⎢ −1 3 | 0 ⎥ ⎢ 1 −3 | 0 ⎥
⎣ ⎦→⎣ ⎦→⎣ ⎦
5 −15 | 0 1 −3 | 0 0 0 | 0
{a − 3b = 0
Em particular, quando a = 3, temos b = 1, ou seja, (3, 1) é uma solução não trivial do sistema.
Assim, em (∗) temos 3v1 + 1v2 = �0, portanto, o conjunto {v1 , v2 } é LD.
Geometricamente, dois vetores formam um conjunto LD, quando esses vetores são colineares
(estão sobre uma mesma reta) ou são paralelos, isto é, quando esses vetores têm a mesma direção.
Algebricamente, dois vetores são LD quando um é múltiplo do outro, ou seja, quando um vetor
1
pode ser escrito como combinação linear do outro vetor, neste exemplo, temos v1 = v2 , em
3
1
que é a constante de proporcionalidade. Note que os conceitos de conjuntos LI ou LD têm
3
origem geométrica. Aqui apresentamos uma definição algébrica, pois essas definições precisaram
ser válidas para quaisquer que sejam os espaço vetoriais, a saber, matrizes, polinômios, funções,
etc.
ESPAÇOS VETORIAIS
127
b) {v1 , v3 }
Sejam c e d números reais tais que
cv1 + dv3 = �0 (∗∗)
segue que ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ −2 3 | 0 ⎥ ⎢ −10 15 | 0 ⎥ ⎢ −10 15 | 0 ⎥
⎣ ⎦→⎣ ⎦→⎣ ⎦
5 3 | 0 10 6 | 0 0 21 | 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 −3/2 | 0 ⎥ ⎢ 1 0 | 0 ⎥
→⎣ ⎦→⎣ ⎦
0 1 | 0 0 1 | 0
Temos um caso SPD com solução única, pois pA = pC = n = 2, logo reescrevendo o sistema,
⎧
⎪
⎨ c=0
⎪
⎩ d=0
Assim, o sistema possui apenas a solução trivial (0, 0), ou seja, de (∗∗) temos que a equação vetorial
cv1 + dv2 = �0 se e somente se, c = d = 0. Portanto, o conjunto {v1 , v2 } é LI.
Geometricamente, dois vetores formam um conjunto LI quando o ângulo formado por eles
é estritamente maior que zero e estritamente menor que 180 graus, neste caso, existe um único
plano que passa por esses vetores, assim, qualquer vetor que estiver nesse plano pode ser escrito
como combinação linear dos outros vetores, por isso, dizemos que dois vetores LI geram um plano.
Veremos isso mais detalhadamente na próxima seção.
É interessante lembrar, como o sistema linear desse exemplo é homogêneo, bastava verificar
o valor do determinante da matriz formada por seus coeficientes, uma vez que seu determinante
é diferente de zero, logo o sistema possui solução única, que é o par ordenado (0, 0), daı́ concluir
que c = d = 0, ou seja, o conjunto é LI.
Combinação Linear
128 UNIDADE III
Exemplo 33: Considere o conjunto S = {v1 , v2 }, em que v1 = (1, 0, 1) e v2 = (0, 1, 1). Prove que
esse conjunto é LI.
av1 + bv2 = �0
(a, b, a + b) = (0, 0, 0)
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logo, a = 0 e b = 0. Portanto, o conjunto {v1 , v2 } é LI.
Uma outra forma para provar esse resultado é utilizando a técnica de redução ao absurdo
ou prova por absurdo, que consiste em: - negar a tese, ou seja, negar o que se quer provar; -
e utilizando argumentos matemáticos chega-se em um absurdo. Assim, suponhamos por absurdo
que esse conjunto seja LD, ou seja, v1 é múltiplo de v2 (combinação linear). Logo, existe k ∈ R tal
que
v1 = kv2
ou ainda
(1, 0, 1) = k(0, 1, 1)
(1, 0, 1) = (0, k, k)
daı́, obtemos 1 = 0, k = 1 e k = 0, o que é um absurdo. Com essa análise verificamos que esses
vetores não são múltiplos, isto é, v1 não é combinação linear de v2 . Essa prova também é conhecida
como prova por contradição.
Apresentamos duas técnicas para verificar quando um conjunto é LI, a primeira é mostrar
que todos os coeficientes reais são nulos, e a outra que é por redução ao absurdo. Na sequência,
vamos mostrar mais uma técnica bem simples para verificar se um conjunto é LI ou LD, que utiliza
as operações elementares sobre as matrizes formada pelos coeficientes dos vetores.
ESPAÇOS VETORIAIS
129
Exemplo 34 (Processo Prático): Considere o conjunto {(2, 1, 1, 0), (1, 0, 1, 2), (0, −1, 1, 4)} de
vetores contidos em R4 , verifique se esse conjunto é LD ou LI.
Vamos apresentar uma técnica para identificar se um conjunto de vetores é LI ou LD, esse
processo também pode ser aplicado para vetores de R2 e R3 . Para tanto, devemos listar de forma
ordenada (neste caso) as coordenadas dos vetores formandos linhas de uma matriz simbólica
⎡ ⎤
⎢ 2 1 1 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 1 0 1 2 ⎥.
⎢ ⎥
⎣ ⎦
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0 −1 1 4
Em seguida, escalonamos essa matriz na tentativa de “zerar” alguma linha (ou mais),
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 2 1 1 0 ⎥ ⎢ 1 1/2 1/2 0 ⎥ ⎢ 1 1/2 1/2 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 1 0 1 2 ⎥→⎢ 1 0 1 2 ⎥ → ⎢ 0 −1/2 1/2 2 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 −1 1 4 0 1 −1 −4 0 1 −1 −4
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1/2 1/2 0 ⎥ ⎢ 1 0 1 2 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
→⎢
⎢ 0 1 −1 −4 ⎥
⎥ → ⎢ ⎥
⎢ 0 1 −1 −4 ⎥ .
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 1 −1 −4 0 0 0 0
Neste caso, como apareceu uma linha toda nula, dizemos que o conjunto dado é LD. Caso não
apareça uma linha nula após o escalonamento, o conjunto será LI.
A justificativa para esse processo prático é que o terceiro vetor (linha que anulou) pode ser
escrito como combinação linear dos outros dois vetores, isto é, ele “depende” dos outros vetores, e
algebricamente,
(0, −1, 1, 4) = −1.(2, 1, 1, 0) + 2.(1, 0, 1, 2).
Este exemplo nos mostra uma técnica fácil e rápida para verificar a dependência e inde-
pendência linear para um conjunto de vetores em Rn , apesar de ser possı́vel utilizá-la no caso de
conjunto formado por matrizes ou polinômios, o importante e escrever cada linha da matriz de
forma ordenada e completa.
Combinação Linear
130 UNIDADE III
Desenvolvendo, obtemos
a + bx − b + cx2 + 2cx + c + dx2 = 0
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Pela identidade de polinômios, obtemos
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ a−b+c=0
⎨
⎪ b + 2c = 0 .
⎪
⎪
⎪
⎩ c+d=0
Como pA = pC = 3 e n = 4, temos um caso SPI com infinitas soluções. Reescrevendo esse sistema
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ a − 3d = 0
⎨
⎪ b − 2d = 0
⎪
⎪
⎪
⎩ c+d=0
Em particular, se d = 1, temos a = 3, b = 2 e c = −1, ou seja, temos uma solução (3, 2, −1, 1) que
não é a solução trivial, logo, a equação (*) pode ser escrita como
ESPAÇOS VETORIAIS
131
Vamos resolver esse mesmo exemplo pelo método prático, ou seja, mostrar que {1, x −
1, x + 2x + 1, x2 } é LD. Assim, sejam p1 = 1, p2 = x − 1, p3 = x2 + 2x + 1 e p4 = x2 , para
2
utilizarmos essa técnica, precisamos escrever esses polinômios na forma ordenada e completa, ou
seja, p1 = 0x2 + 0x + 1, p2 = 0x2 + 1x − 1, p3 = 1x2 + 2x + 1 e v4 = 1x2 + 0x + 0, logo, a matriz
auxiliar é
⎡ ⎤
⎢ 0 0 1 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 1 −1 ⎥
⎢ ⎥.
⎢ ⎥
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⎢ 1 2 1 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦
1 0 0
Escalonando, temos
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 0 1 −1 ⎥ ⎢ 0 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 0 ⎥
⎢ ⎥→⎢ ⎥→⎢ ⎥→⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 1 2 1 ⎥ ⎢ 1 2 0 ⎥ ⎢ 1 0 0 ⎥ ⎢ 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0
Portanto, como a quarta linha “zerou”, logo esse conjunto é LD. A interpretação algébrica
para essa situação é que o quarto polinômio pode ser escrito como combinação linear dos outros
polinômios, isto é,
p4 = −3p1 − 2p2 + p3 .
Combinação Linear
132 UNIDADE III
I) V = [v1 , v2 , . . . , vn ].
II) B é LI.
Assim, o item (I) diz que uma base deve gerar o espaço vetorial, e o item (II) diz que esses vetores
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devem necessariamente ser formado por um conjunto LI.
Vimos na seção anterior que a base canônica α = {e1 , e2 , e3 } com e1 = (1, 0, 0), e2 = (0, 1, 0)
e e3 = (0, 0, 1) é LI. Esse conjunto também gera R3 , pois qualquer vetor de R3 pode ser repre-
sentado como combinação linear da base canônica, isto é, seja u = (x, y, z) ∈ R3 , temos que
u = xe1 + ye2 + ze3 .
Mostre que o conjunto {M1 , M2 , M3 , M4 } forma uma base para o espaço vetorial das matrizes
quadradas de ordem 2, isto é, para V = M2×2 (R).
Primeiramente, vamos verificar que toda matriz de ordem 2 por 2 pode ser escrito como
combinação linear dessas quatro matrizes. De fato, seja M uma matriz qualquer de V = M2×2 (R)
⎡ ⎤
⎢ x y ⎥
M =⎣ ⎦.
z w
ESPAÇOS VETORIAIS
133
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ x y ⎥ ⎢ 1 0 ⎥ ⎢ 0 5 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
⎣ ⎦ = a⎣ ⎦ + b⎣ ⎦ + c⎣ ⎦ + d⎣ ⎦
z w 0 0 0 0 4 0 0 7
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ x y ⎥ ⎢ a 0 ⎥ ⎢ 0 5b ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
⎣ ⎦=⎣ ⎦ + b⎣ ⎦ + c⎣ ⎦ + d⎣ ⎦
z w 0 0 0 0 4c 0 0 7d
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ x y ⎥ ⎢ a 5b ⎥
⎣ ⎦=⎣ ⎦
z w 4c 7d
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
y z w
Logo, tome a = x, b = , c= ed= que a igualdade (∗) é verificada. Portanto, o
5 4 7
conjunto {M1 , M2 , M3 , M4 } gera o espaço vetorial M2×2 (R), ou seja, V = [M1 , M2 , M3 , M4 ].
ou ainda ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 ⎥ ⎢ 0 5 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
a1 ⎣ ⎦ + a2 ⎣ ⎦ + a3 ⎣ ⎦ + a4 ⎣ ⎦=⎣ ⎦
0 0 0 0 4 0 0 7 0 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ a1 0 ⎥ ⎢ 0 5a2 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
⎣ ⎦+⎣ ⎦+⎣ ⎦+⎣ ⎦=⎣ ⎦
0 0 0 0 4a3 0 0 7a4 0 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ a1 5a2 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
⎣ ⎦=⎣ ⎦
4a3 7a4 0 0
Portanto, como o conjunto {M1 , M2 , M3 , M4 } gera o espaço V e também é LI, então, po-
demos concluir que esse conjunto forma uma base para o espaço das matrizes de ordem 2 por
2.
Base e Dimensão
134 UNIDADE III
Exemplo 37: Verifique se o conjunto B = {(0, 1), (0, 3)} é uma base de R2 .
w = au + bv (∗)
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(x, y) = (0, a) + (0, 3b)
Note que, para todo x �= 0, tem-se pA = 2 e pC = 1, logo, temos um tipo SI (sem solução). Ou
seja, neste caso, não existem escalares a e b tais que a equação (∗) é verificado, portanto, u e v
não geram R2 . Geometricamente, os vetores u e v geram apenas o eixo da ordenada y, pois são
colineares, ou seja, LD.
Uma outra forma de mostrar que o conjunto B = {(0, 1), (0, 3)} não forma uma base, é
verificando que esses vetores não formam um conjunto LI. Assim, sejam c, d ∈ R tais que
cu + dv = �0 (∗∗)
Como pA = pC = 1 e n = 2, logo, temos SPI (infinitas soluções), por exemplo, para d = 1, tem-se
c = −3, ou seja, a equação (∗∗) admite uma solução além da trivial, por exemplo, −3u + 1v = �0,
isso significa que o conjunto B é LD, e portanto, não pode ser base para R2 .
ESPAÇOS VETORIAIS
135
Exemplo 38: Determine uma base para o espaço solução do seguinte sistema:
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪ x−y−z−t=0
⎨
2x + y + t = 0 .
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩ z−t=0
Vamos obter o conjunto solução para esse sistema. Assim, sua matriz ampliada é dada por
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 −1 −1 −1 | 0 ⎥ ⎢ 1 −1 −1 −1 | 0 ⎥ ⎢ 1 −1 −1 −1 | 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎢ 2 1 ⎥ ⎢
1 | 0 ⎥→⎢ 0 3 3 | 0 ⎥→⎢
⎥ ⎥
⎢ 0 2 ⎢ 0 1 2/3 1 | 0 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 0 1 −1 | 0 0 0 1 −1 | 0 0 0 1 −1 | 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 −1/3 0 | 0 ⎥ ⎢ 1 0 0 −1/3 | 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢
→ ⎢ 0 1 2/3 ⎥
1 | 0 ⎥→⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 5/3 | 0 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 0 1 −1 | 0 0 0 1 −1 | 0
�� � �
t 5t
Portanto, seu conjunto solução é S = , − , t, t ; t ∈ R , logo, se v ∈ S, então,
3 3
� �
t 5t
v= , − , t, t
3 3
� �
1 5
v=t , − , 1, 1 .
3 3
�� ��
1 5
Assim, S = , − , 1, 1 é um conjunto gerador das soluções. Além disso, se a ∈ R, temos
3 3
� �
1 5
a , − , 1, 1 = �0
3 3
Base e Dimensão
136 UNIDADE III
� �
a 5a
, − , a, a = (0, 0, 0, 0).
3 3
�� ��
1 5
Dessa igualdade obtemos que a = 0, ou seja, o conjunto , − , 1, 1 é LI. Portanto, como
3 3
este último conjunto gera e LI, concluı́mos que uma base para o conjunto solução S é
�� ��
1 5
, − , 1, 1 .
3 3
Neste último exemplo, poderı́amos verificar que esse conjunto unitário é LI por meio do
método prático, ou seja, escalonando a matriz linha
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
� �
1 5
− 1 1 .
3 3
Obviamente que essa matriz não é nula, logo, esse conjunto é LI. Dessa forma, podemos concluir
que todo conjunto formado por um único vetor não nulo é obrigatoriamente LI.
Exemplo 39: Encontre uma base para o subespaço W de R4 , em que W = {(x, y, z, t) ∈ R4 ; x−y =
y e x − 3y + t = 0}.
⎡ ⎤ ⎧ ⎧
⎪
⎨ ⎪
⎨ x = 2t
⎢ 1 0 0 −2 | 0 ⎥ pA = pC = 2 e n = 4 x − 2t = 0
→⎣ ⎦→ → →
⎪
⎩ y−t=0 ⎪
⎩ y=t
0 1 0 −1 | 0 SPI com n − p = 2.
w = (2t, t, z, t)
= (2t, t, 0, t) + (0, 0, z, 0)
ESPAÇOS VETORIAIS
137
O próximo passo é mostrar que esse conjunto é LI. De fato, sejam α, β ∈ R, tais que
ou ainda,
(2α, α, 0, α) + (0, 0, β, 0) = (0, 0, 0, 0)
(2α, α, β, α) = (0, 0, 0, 0)
e com isso obtemos α = β = 0, logo, o conjunto é LI. Portanto, {(2, 1, 0, 1), (0, 0, 1, 0)} forma uma
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Teorema: Sejam v1 , v2 , . . . , vn vetores não nulos que geram um espaço vetorial V , então, dentre
esses vetores podemos extrair uma base de V .
Uma consequência desses teoremas é que qualquer base de um espaço vetorial finitamente
gerado tem sempre o mesmo número de elementos. Esse número é chamado dimensão de V (e é
denotado por dim V ), assunto para próxima subseção.
Teorema: Dada uma base B = {v1 , v2 , . . . , vn } de um espaço vetorial V , cada vetor de V é escrito
de maneira única como combinação linear de v1 , v2 , . . . , vn .
Base e Dimensão
138 UNIDADE III
Exemplo 40: Seja v = (2, 6) ∈ R2 , obtenha suas coordenadas em relação a base B = {(1, 1), (0, 1)}.
(2, 6) = (a, a + b)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎪
⎨ a=2
→ a = 2 e b = 4.
⎪
⎩ a+b=6
Portanto, ⎡ ⎤
⎢ 2 ⎥
[v]B = ⎣ ⎦ .
4
Obviamente, quando trabalhamos com espaços vetoriais, a ideia é trabalhar com uma base o mais
“simples” possı́vel, no caso de R2 , usamos a base canônica C = {(1, 0), (0, 1)}. Por exemplo, o
vetor v = (2, 6) na base canônica é escrito assim v = 2(1, 0) + 6(0, 1), portanto, suas coordenadas
são ⎡ ⎤
⎢ 2 ⎥
[v]C = ⎣ ⎦ .
6
ESPAÇOS VETORIAIS
139
u = 1(1, 1) + 3(0, 2)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
portanto
u = (1, 7).
b) Temos u = (2, 5) ∈ R2 , como Ω é base, logo, existem escalares reais a e b tais que
u = a(1, 1) + b(0, 2)
ou seja,
⎧ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎪
⎨ a=2 ⎢ 1 0 | 2 ⎥ ⎢ 1 0 | 2 ⎥ ⎢ 1 0 | 2 ⎥ pA = pC = 2 e
→⎣ ⎦→⎣ ⎦→⎣ ⎦→
⎪
⎩ a + 2b = 5 1 2 | 5 0 2 | 3 0 1 | 3/2 n = 2, logo, SPD
3
segue que a = 2 e b = , portanto,
2 ⎡ ⎤
⎢ 2 ⎥
[u]Ω = ⎣ ⎦.
3/2
Base e Dimensão
140 UNIDADE III
Exemplo 42: Seja B = {2, 1 − t, 1 + t + t2 } uma base para o espaço dos polinômios em uma
variável de grau menor ou igual a 2. Determine as coordenadas do polinômio u = t2 − 1 em relação
a base B.
⎤ ⎡
a
⎢ ⎥
⎢ ⎥
Sejam p1 = 2, p2 = 1 − t, p3 = 1 + t + t2 e [u]B = ⎢ ⎥
⎢ b ⎥, em que a, b e c são as coordenadas
⎣ ⎦
c
de u em relação a base B. Temos
u = ap1 + bp2 + cp3 ,
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isto é,
t2 − 1 = a(2) + b(1 − t) + c(1 + t + t2 ),
o que resulta
t2 − 1 = 2a + b − bt + c + ct + ct2
ou ainda
t2 − 1 = ct2 + (−b + c)t + 2a + b + c.
⎡ ⎤ ⎧
⎪
⎪
⎢ 1 0 0 | −3/2 ⎥ ⎪
⎪ a = −3/2
⎢ ⎥ como pA = pC = 3 e ⎨
→⎢
⎢ 0 1 0 | 1 ⎥ ⎥→ → b=1 .
⎣ ⎦ ⎪
⎪
n = 3, logo, temos SPD ⎪
⎪
0 0 1 | 1 ⎩ c=1
⎡ ⎤
⎢ 3/2 ⎥
⎢ ⎥
Portanto, [u]B = ⎢
⎢ 1 ⎥.
⎥
⎣ ⎦
1
ESPAÇOS VETORIAIS
141
Dimensão
Seja V um espaço vetorial e B = {v1 , v2 , ..., vn } uma base para esse conjunto, a quantidade
de elementos que formam essa base é chamado de dimensão de V e denotado por dim V = n. Em
particular, se V é um espaço vetorial nulo, então, convencionamos dim V = 0, cuja base é {}.
Exemplo 43: Os espaços vetoriais Rn e Mm×n são espaços vetoriais de dimensão finita. A
dimensão de Rn é n, já que a base canônica de Rn tem n elementos. Por essa razão, Rn é
chamado de espaço n-dimensional. Os espaço vetoriais R2 e R3 são chamados usualmente de
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Exemplo 44: Os monômios 1, x, x2 , . . . , xn constituem uma base do espaço vetorial Pn dos po-
linômios de grau menor ou igual a n, com dimensão dim Pn = n + 1, uma vez que sua base tem
n + 1 elementos.
como pA = pC = 1 e n = 4, logo,
{x + 2y − 3z + t = 0 → 1 2 −3 1 | 0 →
temos SPI com n − p = 3 segue que
Base e Dimensão
142 UNIDADE III
{x + 2y − 3z + t = 0 → {x = −2y + 3z − t
Ou seja,
w = (−2y + 3z − t, y, z, t)
w = (−2y, y, 0, 0) + (3z, 0, z, 0) + (−t, 0, 0, t)
w = y(−2, 1, 0, 0) + z(3, 0, 1, 0) + t(−1, 0, 0, 1).
Logo, W = [(−2, 1, 0, 0), (3, 0, 1, 0), (−1, 0, 0, 1)]. Além disso,
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ −2 1 0 0 ⎥ ⎢ −1 0 0 1 ⎥ ⎢ 1 0 0 −1 ⎥ ⎢ 1 0 0 −1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 3 0 1 0 ⎥→⎢ 3 0 1 0 ⎥→⎢ 0 0 1 3 ⎥ → ⎢ 0 1 0 −2 ⎥
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⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
−1 0 0 1 −2 1 0 0 0 1 0 −2 0 0 1 3
isso, mostra que o conjunto {(−2, 1, 0, 0), (3, 0, 1, 0), (−1, 0, 0, 1)} é LI. Portanto, esses vetores for-
mam uma base para W , com dim W = 3.
⎧⎡ ⎤ ⎫
⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎪ a ⎪
⎨⎢⎢
⎥
⎥
⎪
⎬
Exemplo 46: Seja M = ⎢ ⎢ a+b
⎥ ∈ M3×1 ∈ (R); a, b ∈ R . Determine uma base e a dimensão
⎥
⎪
⎪ ⎣ ⎦ ⎪
⎪
⎪
⎪ ⎪
⎪
⎩ b ⎭
para o subespaço M .
ESPAÇOS VETORIAIS
143
⎤ ⎡ ⎡ ⎤
a
⎢ 1 ⎥ ⎢ 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
X=⎢ ⎥ + ⎢
⎢ a1 ⎥ ⎢ b1 ⎥
⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 b1
⎤⎡ ⎡ ⎤
1
⎢ ⎥ ⎢ 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
X = a1 ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 1 ⎥ + b1 ⎢ 1 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Logo, o conjunto formado por essas matrizes gera o espaço M . Falta verificar se esse conjunto é
LI. Assim, sejam α, β ∈ R, tais que
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 ⎥ ⎢ 0 ⎥ ⎢ 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥
α⎢ 1 ⎥+β⎢ ⎥ ⎢
⎢ 1 ⎥=⎢ 0
⎥
⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 1 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
α
⎢ ⎥ ⎢ 0 ⎥ ⎢ 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ α ⎥+⎢ β ⎥=⎢ 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 β 0
⎡ ⎤ ⎤ ⎡
⎢ α 0
⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ α+β ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥=⎢ 0 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
β 0
Dessa última igualdade, resulta que α = 0 e β = 0, logo, essas duas matrizes são LI, portanto,
formam uma base para M , cuja dimensão é dim M = 2.
Base e Dimensão
144 UNIDADE III
⎧⎡ ⎤ ⎫
⎪
⎨ x y ⎪
⎬
⎢ ⎥
Exemplo 47: Seja V = ⎣ ⎦ ∈ M2×2 (R); x, y, z, t ∈ R e x = t um subespaço vetorial de
⎪
⎩ z t ⎪
⎭
M2×2 (R). Obtenha uma base e a dimensão para esse conjunto.
⎡ ⎤
⎢ x y ⎥
Temos que M = ⎣ ⎦ ∈ V , se e somente se, x = t, logo,
z t
⎡ ⎤
⎢ x y ⎥
M =⎣ ⎦
z x
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
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⎢ x 0 ⎥ ⎢ 0 y ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
M =⎣ ⎦+⎣ ⎦+⎣ ⎦
0 x 0 0 z 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
M = x⎣ ⎦+y⎣ ⎦+z⎣ ⎦.
0 1 0 0 1 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
Ou seja, M é combinação linear das matrizes ⎣ ⎦, ⎣ ⎦e⎣ ⎦, portanto, o espaço
0 1 0 0 1 0
vetorial M é gerado por essas matrizes. Precisamos verificar se esse conjunto é LI. Assim, sejam
α, β e γ números reais tais que
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
α⎣ ⎦+β⎣ ⎦+γ⎣ ⎦=⎣ ⎦
0 1 0 0 1 0 0 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ α 0 ⎥ ⎢ 0 β ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
⎣ ⎦+⎣ ⎦+⎣ ⎦=⎣ ⎦
0 α 0 0 γ 0 0 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ α β ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
⎣ ⎦=⎣ ⎦.
γ α 0 0
ESPAÇOS VETORIAIS
145
Exemplo 48: Seja W um subespaço de R3 gerado pelos vetores u = (1, 2, 3), v = (0, −1, 4) e
w = (1, 1, 0).
a) Verifique se σ = (3, 4, 3) ∈ W
b) Mostre que {u, v, w} é base para R3
σ = au + bv + cw
(3, 4, 3) = (a + c, 2a − b + c, 3a + 4b)
⎧ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎪
⎪
⎪
⎪ a+c=3 ⎢ 1 0 1 | 3 ⎥ ⎢ 1 0 1 | 3 ⎥ ⎢ 1 0 1 | 3 ⎥
⎨ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢
2a − b + c = 4 → ⎢ 2 −1 1 | 4 ⎥ → ⎢ 0 −1 −1 | −2 ⎥→⎢ 0 1 1 | 2 ⎥
⎪ ⎥ ⎢ ⎥
⎪
⎪ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
⎪
⎩ 3a + 4b = 3 3 4 0 | 3 0 4 −3 | −6 0 0 −7 | −14
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎧
⎪
⎪ a=1
⎢ 1 0 1 | 3 ⎥ ⎢ 1 0 0 | 1 ⎥ temos SPD, pois ⎪
⎪
⎨
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
→⎢
⎢ 0 1 1 | 2
⎥→⎢ 0 1 0 | 0
⎥ ⎢
⎥ , p = p = n = 3,
⎥ b=0
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
A C ⎪
⎪
⎪
⎪
0 0 1 | 2 0 0 1 | 2 segue que ⎩ c=2
b) Para mostrarmos que {u, v, w} é base, precisamos primeiramente verificar se o conjunto formado
por esses três vetores gera o espaço R3 . Assim, seja δ = (x, y, z) um vetor qualquer de R3 , logo,
devemos exibir escalares reais α, β e γ tais que
δ = αu + βv + γw
(x, y, z) = (α + γ, 2α − β + γ, 3α + 4β)
⎧ ⎡ ⎤
⎪
⎪
⎪
⎪ α+γ =x ⎢ 1 0 1 | x ⎥
⎨ ⎢ ⎥
⎪
⎢
2α − β + γ = y → ⎢ 2 −1 1 | y ⎥ ⎥
⎪
⎪ ⎣ ⎦
⎪
⎩ 3α + 4β = z 3 4 0 | z
Base e Dimensão
146 UNIDADE III
Note que queremos apenas saber se esse sistema tem solução, assim, vamos analisar o determi-
nante da matriz formada por seus coeficientes, uma vez que esse sistema tem três equações e três
incógnitas. Assim, temos � �
� �
� 1 0 1 �
� �
� �
� 2 −1 1 � = 7,
� �
� �
� �
� 3 4 0 �
como seu determinante é diferente de zero, logo, temos SPD com única solução, ou seja, qualquer
que seja o vetor dado (x, y, z) ∈ R3 , sempre poderemos encontrar escalares α, β e γ de maneira que
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(x, y, z) = αu + βv + γw, e portanto, R3 = [u, v, w]. Falta mostrar que esses três vetores formam
um conjunto LI. De fato, temos
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 3 ⎥ ⎢ 1 2 3 ⎥ ⎢ 1 2 3 ⎥ ⎢ 1 0 11 ⎥ ⎢ 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 0 −1 4 ⎥ → ⎢ 0 1 −4 ⎥ → ⎢ 0 1 −4 ⎥ → ⎢ 0 1 −4 ⎥ → ⎢ 0 1 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 1 0 0 1 3 0 0 7 0 0 1 0 0 1
Como nenhuma linha ficou nula, podemos concluir que os vetores {u, v, w} são LI e portanto,
foram uma base para R3 .
Exemplo 49: Sobre base de espaço vetorial, faça uma análise para cada caso:
a) Dados v1 = (1, −1, 1, 2) e v2 = (−1, 1, −1, 0), forme uma base para o espaço R4 .
Note que o conjunto {v1 , v2 } pode gerar no máximo um espaço de dimensão 2, como
dim R = 4, uma base para esse espaço precisa ser formado por quatro vetores LI. Assim, fal-
4
tam dois vetores, logo, basta escolhermos dois vetores de R4 os quais não sejam combinação linear
dos vetores v1 nem v2 , e que também não sejam múltiplos entre si. Para tanto, observe a seguinte
matriz auxiliar formada pelas coordenadas desses vetores
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 −1 1 2 ⎥ ⎢ 1 −1 1 2 ⎥ ⎢ 1 −1 1 0 ⎥ ⎢ 1 −1 1 0 ⎥
⎣ ⎦→⎣ ⎦→⎣ ⎦→⎣ ⎦.
−1 1 −1 0 0 0 0 2 0 0 0 2 0 0 0 1
ESPAÇOS VETORIAIS
147
mente, temos
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 −1 1 0 ⎥ ⎢ 1 0 1 0 ⎥ ⎢ 1 0 0 0 ⎥ ⎢ 1 0 0 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 0 0 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 0 1 ⎥ ⎢ 0 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥→⎢ ⎥→⎢ ⎥→⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 0 ⎥ ⎢ 0 1 0 0 ⎥ ⎢ 0 1 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 1 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1
Como nenhuma linha “zerou”, logo, o conjunto {(1, −1, 1, 2), (−1, 1, −1, 0), (0, 1, 0, 0), (0, 0, 1, 0)} é
LI e portanto, uma base de R4 . É interessante observar que neste caso, não há necessidade de
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mostrar que esse conjunto gera R4 , uma vez que temos 4 vetores LI em R4 .
b) Dados u1 = (1, 3), u2 = (−2, 4) e u3 = (1, −1), obtenha uma base para o espaço gerado por
esses vetores.
Temos que u1 , u2 e u3 são vetores de R2 , vamos verificar eles geram esse espaço. Assim,
seja w = (x, y) um vetor qualquer do plano cartesiano, logo, devemos exibir escalares α, β e γ tais
que
w = αu1 + βu2 + γu3
substituindo,
(x, y) = α(1, 3) + β(−2, 4) + γ(1, −1)
(x, y) = (α − 2β + γ, 3α + 4β − γ)
segue que,
⎧ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎪
⎨ α − 2β + γ = x
⎢ 1 −2 1 | x ⎥ ⎢ 1 −2 1 | x ⎥
→⎣ ⎦→⎣ ⎦
⎪
⎩ 3α + 4β − γ = y 3 4 −1 | y 0 10 −4 | −3x + y
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
1 2x + y
⎢ 1 −2 1 | x ⎥ ⎢ 1 0 | ⎥
→⎣ →⎣ 5 5
2 −3x + y ⎦ 2 −3x + y
⎦
0 1 − | 0 1 − |
5 10 5 10
como pA = pC = 2 e n = 3, logo, temos SPI, ou seja, esse sistema tem solução, assim, w pode ser
Base e Dimensão
148 UNIDADE III
Agora, vamos verificar se esse conjunto de vetores geradores é LI. Pelo processo prático
temos ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 3 ⎥ ⎢ 1 3 ⎥ ⎢ 1 3 ⎥ ⎢ 1 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ −2 4 ⎥ → ⎢ 0 10 ⎥ → ⎢ 0 1 ⎥ → ⎢ 0 1 ⎥ .
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 −1 0 4 0 1 0 0
Note que a terceira linha “zerou”, isso significa que {u1 , u2 , u3 } é LD, daı́ descartamos o terceiro
vetor, restando o conjunto {u1 , u2 }, que é LI. Portanto, uma base para R2 é o conjunto formado
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
por u1 e u2 , cuja dimensão é igual a 2.
Neste exemplo, esses 3 vetores geram o plano cartesiano, no entanto, está “sobrando” um
vetor, pois bastavam u1 e u2 para gerar esse espaço vetorial. Nesse sentido, uma base é o conjunto
que gera o espaço vetorial, com o menor número possı́vel de vetores, em particular, neste exemplo,
o vetor u3 pode ser escrito como combinação linear dos vetores u1 e u2 .
Teorema: Se U e W são subespaços de um espaço vetorial V que tem dimensão finita, então
dim U dim V e dim W dim V . Além disso,
ESPAÇOS VETORIAIS
149
w = (−y, y, 0) + (−z, 0, z)
w = y(−1, 1, 0) + z(−1, 0, 1),
ou seja, W = [(−1, 1, 0), (−1, 0, 1)]. Na sequência temos
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ −1 1 0 ⎥ ⎢ 1 −1 0 ⎥ ⎢ 1 −1 0 ⎥ ⎢ 1 −1 0 ⎥ ⎢ 1 0 −1 ⎥
⎣ ⎦→⎣ ⎦→⎣ ⎦→⎣ ⎦→⎣ ⎦
−1 0 1 −1 0 1 0 −1 1 0 1 −1 0 1 −1
o que mostra que esse conjunto é LI, logo, {(−1, 1, 0), (−1, 0, 1)} é base e dim W = 2.
Vamos obter uma base para soma desses subespaços, note que o conjunto gerador de U + W
é formado pelos vetores das bases de U e também de W , ou seja,
Assim, precisamos verificar se esse conjunto é LI. Pelo método prático temos
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 1 0 1 ⎥ ⎢ 1 0 1 ⎥ ⎢ 1 0 1 ⎥ ⎢ 1 0 1 ⎥ ⎢ 1 0 0 ⎥
⎢ ⎥→⎢ ⎥→⎢ ⎥→⎢ ⎥→⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ −1 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 1 ⎥ ⎢ 0 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
−1 0 1 0 0 2 0 0 1 0 0 0 0 0 0
Note que a última linha “zerou”, logo o vetor (−1, 0, 1) é combinação linear dos outros vetores, ou
seja, devemos eliminá-lo, restando o conjunto de vetores {(0, 1, 0), (1, 0, 1), (−1, 1, 0)} que é LI, e
Base e Dimensão
150 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎪
⎩ x+y+z =0 ⎪
⎩ x+y+z =0 1 1 1 | 0 0 1 2 | 0
logo,
v = (z, −2z, z)
v = z(1, −2, 1),
ou seja, U ∩ W = [(1, −2, 1)]. Além disso, como todo conjunto unitário não nulo é LI, podemos
concluir que {(1, −2, 1)} é base e dim(U ∩ W ) = 1. Note que pelo Teorema devemos ter
dim(U + W ) = dim U + dim W − dim(U ∩ W ),
isto é,
3 = 2 + 2 − 1.
A verificação dessa igualdade é um indı́cio de que fizemos o correto, uma espécie de “Prova Real”
em relação as dimensões.
Exemplo 51: Obtenha uma base e a dimensão para o subespaço U de R4 gerado pelos vetores
{(1, 1, 0, −2), (2, 0, −1, −1), (0, 1, −2, 1), (1, 1, 1, −3)}.
Vamos montar uma matriz auxiliar para extrair um conjunto LI a partir desses vetores, ou
ESPAÇOS VETORIAIS
151
seja,
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 0 −2 ⎥ ⎢ 1 1 0 −2 ⎥ ⎢ 1 1 0 −2 ⎥ ⎢ 1 1 0 −2 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 2 0 −1 −1 ⎥ ⎢ 0 −2 −1 3 ⎥ ⎢ 0 −2 −1 3 ⎥ ⎢ 0 −2 −1 3 ⎥
⎢ ⎥→⎢ ⎥→⎢ ⎥→⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 0 1 −2 1 ⎥ ⎢ 0 1 −2 1 ⎥ ⎢ 0 0 −5 5 ⎥ ⎢ 0 0 −5 5 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 1 1 −3 0 0 1 −1 0 0 1 −1 0 0 0 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 0 −2 ⎥ ⎢ 1 0 −1/2 −1/2 ⎥ ⎢ 1 0 0 −1 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎢ 0 1 1/2 −3/2 ⎥ ⎢ 0 1 0 −1 ⎥ ⎢ 0 1 0 −1 ⎥
⎢
→⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥.
⎥→⎢ ⎥→⎢ ⎥
⎢ 0 0 1 −1 ⎥⎥ ⎢ −1 ⎥⎥ ⎢ 0 0 1 −1 ⎥
⎢ ⎢ 0 0 1 ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Como a quarta linha “zerou”, descartamos o vetor (1, 1, 1, −3) restando um conjunto LI
Observe que, se quiséssemos completar esse conjunto de maneira a obtermos uma base
para R4 , seria conveniente incluirmos o vetor v = (0, 0, 0, 1), basta observar a última matriz do
escalonamento, a quarta linha e sua última coordenada. Dessa forma, o conjunto
{(1, 1, 0, −2), (2, 0, −1, −1), (0, 1, −2, 1), (0, 0, 0, 1)}.
Base e Dimensão
152 UNIDADE III
Para respondermos essa pergunta, vamos, em primeiro lugar, escrever esses vetores em forma
de matriz e reduzi-la:
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 1 0 ⎥ ⎢ 1 2 1 0 ⎥ ⎢ 1 2 1 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ −1 1 0 1 ⎥ ∼ ⎢ 0 3 1 1 ⎥ ∼ ⎢ 0 3 1 1 ⎥.
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 5 2 1 0 3 1 1 0 0 0 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Temos que W ∩ U = [(1, 2, 1, 0), (0, 3, 1, 1)] e dim(W ∩ U ) = 2. Logo, como
segue
dim(W + U ) = 3 + 3 − 2 = 4.
ESPAÇOS VETORIAIS
153
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, fizemos uma breve revisão sobre os vetores, com suas caracterı́sticas geo-
métricas e também com suas propriedades algébricas. Motivados pela estrutura do conjunto dos
vetores e as operações usuais, foi possı́vel apresentar a definição de espaço vetorial bem como a de
subespaço vetorial, o qual se trata de subconjuntos de espaços vetoriais que são, por si mesmos,
espaços vetoriais também, considerando as mesmas operações definidas no espaço que os contém.
Vimos que, para comprovar que um subconjunto de um espaço vetorial é um subespaço, basta
verificar três condições: ser não vazio, ser fechado para as operações de adição e multiplicação por
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número real.
Além disso, outro ponto abordado nesta unidade foi a forma de determinar um subespaço
gerado por um conjunto de vetores. Nesse caso, escrevemos um vetor genérico do espaço como
combinação linear dos vetores geradores.
Estudamos também as condições para que um conjunto seja linearmente independente (LI)
ou linearmente dependente (LD). Diferente da forma em que é apresentada nos livros de Geometria
Analı́tica, no qual trata esses conceito em sua essência geométrica, nesta unidade, o foco foi no
aspecto algébrico. Na sequência vimos que um conjunto B gerador de um subespaço W e linear-
mente independente é por definição uma base de W . As bases são conjuntos geradores “mı́nimos”
para um subespaço, no sentido de que se um conjunto tem mais elementos que uma base, então ele
é LD, e se tem menos elementos que uma base de W , então não gera W . Essa quantidade mı́nima
de vetores que compõe a base é chamado de dimensão do espaço ou subespaço em questão. Além
disso, vimos também que qualquer conjunto LI de um espaço V , com dimensão finita, pode ser
completado de maneira a se tornar uma base para V .
Considerações Finais
154
ATIVIDADE DE ESTUDO
Nos problemas de 1 a 5, verificar quais deles são espaços vetoriais; para aqueles que não
são, citar qual axioma que não se verifica.
1) R3 = {(x, y, z); x, y, z ∈ R}, com a adição e a multiplicação por escalar definidas por:
(i) (x1 , y1 , z1 ) + (x2 , y2 , z2 ) = (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 ).
(ii) k(x, y, z) = (0, 0, 0).
⎧⎡ ⎤ ⎫
⎪
⎨ 0 a ⎪
⎬
⎢ ⎥
5) A = ⎣ ⎦ ∈ M2×2 (R); a, b ∈ R com as operações usuais.
⎪
⎩ b 0 ⎪
⎭
a) W = {(x, y); x + y = 0}
b) W = {(x, y); x + y = 1}
c) W = {(x, y); x2 = y}
d) W = {(x, y); −x + 3y = 0}
b) V = {[aij ]2×2 ; a11 = a22 e a12 = a21 } e W = {[aij ]2×2 ; a11 = a21 e a12 = a22 }
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 ⎥ ⎢ 0 1 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥ ⎢ 0 0 ⎥
10) Determine se as matrizes A = ⎣ ⎦, B = ⎣ ⎦, C = ⎣ ⎦eD=⎣ ⎦
0 0 1 0 −1 −1 0 −1
formam uma base de M2×2 (R).
156
LEITURA COMPLEMENTAR
Material Complementar
REFERÊNCIAS
Referências
ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2008.
BOLDRINI, J. M. et al. Álgebra linear. 3. ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
CALLIOLI, C. A. et al. Álgebra linear e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atual, 1990.
HOFFMAN, K.; KUNZE, R. Álgebra linear. Traduzido por Adalberto P. Bergamasco. São
Paulo: Polı́gono, 1970.
LIPSCHUTZ, S. Álgebra linear. 4. ed. Traduzido por Dr. Carlos Ivo Doering. Porto Alegre:
Bookman, 2011. Tradução da 4. ed. norte-americana - All Tasks. (Coleção Schaum)
STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Álgebra linear. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1987.
STRANG, G. Álgebra linear e suas aplicações. São Paulo: Cengage Learning, 2013. Tradução
da 4. ed. norte-americana - All Tasks.
GABARITO 159
GABARITO
Unidade III
5) A é um espaço vetorial.
6)
a) é subespaço vetorial de R2
b) não é subespaço vetorial de R2
c) não é subespaço vetorial de R2
d) é subespaço vetorial de R2
7)
a) Base para V é {(1, 1, 0), (0, 0, 1)} e dim V = 2
Base para W é {(1, 1, 1)} e dim W = 1
Base para V + W é {(1, 1, 0), (0, 0, 1)} e dim(V + W ) = 2
Base para V ∩ W é {(1, 1, 1)} e dim(V ∩ W ) = 1
⎧⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎫
⎪ ⎪
⎨ 1
⎢ 0 ⎥ ⎢ 0 1 ⎥⎬
b) Base para V é ⎣ ⎦,⎣ ⎦ e dim V = 2
⎪ ⎪
⎩ 0 1 1 0 ⎭
⎧⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎫
⎪
⎨ 1 ⎪
⎢ 0 ⎥ ⎢ 0 1 ⎥⎬
Base para é W é ⎣ ⎦,⎣ ⎦ com dim W = 2
⎪
⎩ 1 ⎪
0 0 1 ⎭
⎧⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎫
⎪ ⎪
⎨
⎢ 1 0 ⎥ ⎢ 0 1 ⎥ ⎢ 1 0 ⎥⎬
Base para V + W é ⎣ ⎦,⎣ ⎦,⎣ ⎦ com dim(V + W ) = 3
⎪ ⎪
⎩ 0 1 1 0 1 0 ⎭
⎧⎡ ⎤⎫
⎪
⎨ ⎪
⎢ 1 1 ⎥⎬
Base para V ∩ W é ⎣ ⎦ com dim(V ∩ W ) = 1
⎪
⎩ ⎪
1 1 ⎭
GABARITO
e) Base para V é
{(1, 1, 1)} e dim V = 1
Base para W é {(0, 0, 1)} e dim W = 1
Base para V + W é {(1, 1, 1), (0, 0, 1)} e dim(V + W ) = 2
Base para V ∩ W é {} e dim(V ∩ W ) = 0
8) {f, g, h} é LI
9)
a) LI
b) LI
c) LD
10) Basta verificar que esse conjunto gera o espaço das matrizes M2×2 (R) e também que é LI.
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto
Professor Me. Anderson Leandro Zulin
IV
PRODUTO INTERNO E
UNIDADE
TRANSFORMAÇÕES
LINEARES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar os axiomas do produto interno.
■■ Definir o conceito de transformação linear.
■■ Formalizar os conceitos de núcleo e imagem de uma transformação
linear.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Produto Interno
■■ Transformação Linear
■■ Núcleo e Imagem de uma Transformação Linear
163
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Na disciplina de Fı́sica, bem como na Geometria Analı́tica é definido uma aplicação binária
denominada produto escalar (produto interno), que associava a cada par de vetores um número real
(�u.�v = ||�u||.||�v ||.cosθ), mas essa definição só poderia ser aplicada nos seguintes espaços vetoriais:
reta real (eixo x), plano cartesiano e no espaço tridimensional (R3 ), uma vez que seu cálculo
depende do valor do cosseno do ângulo formado por esses vetores. No entanto, por exemplo, dados
os vetores u = (x1 , y1 , z1 ) e v = (x2 , y2 , z2 ) tal resultado pode ser obtido facilmente por uma
fórmula matemática (teorema) que nos dá como resultado �u.�v = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 , ou seja, que
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O(a) leitor(a) deve se lembrar do conteúdo “funções”, estudado no Ensino Médio bem como
na disciplina de Cálculo I, assunto esse que, em sua essência, é uma aplicação (relação binária)
que para cada elemento x de um conjunto (chamado domı́nio) associa-se um outro elemento y de
outro conjunto (contradomı́nio), e é denotado por y = f (x). Este último é chamado de imagem
de x pela aplicação f . De maneira análoga, apresentaremos as “transformações lineares”, que são
aplicações que relacionam dois conjuntos, mas nesse caso, esses conjuntos são espaços vetoriais. E,
assim como no estudo das funções, abordaremos alguns casos especiais, a saber, conjuntos que são
associados ao vetor nulo (raı́zes das funções) e o conjunto imagem de uma transformação.
Introdução
164 UNIDADE IV
I) �u, u� 0.
II) �u, u� = 0 se, e somente se, u = �0.
III) �u, v� = �v, u�.
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IV) �u + v, w� = �u, w� + �v, w�.
V) �λu, v� = λ�u, v�.
�u, v� = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2
é um produto interno.
De fato, temos
I) �u, u� = x1 x1 + y1 y1 + z1 z1 = x21 + y12 + z12 0
II) �u, u� = 0 ⇔ x21 + y12 + z12 = 0 ⇔ x1 = y1 = z1 = 0 ⇔ u = (0, 0, 0) ⇔ u = �0
III) �u, v� = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 = x2 x1 + y2 y1 + z2 z1 = �v, u�
IV) �u + v, w� = �(x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 ), (x3 , y3 , z3 )�
= (x1 + x2 )x3 + (y1 + y2 )y3 + (z1 + z2 )z3
= x 1 x 3 + x2 x 3 + y1 y 3 + y2 y 3 + z 1 z 3 + z 2 z 3
= x 1 x 3 + y1 y 3 + z 1 z 3 + x2 x 3 + y2 y 3 + z 2 z 3
= �u, w� + �v, w�
V) �λu, v� = �(λx1 , λy1 , λz1 ), (x2 , y2 , z2 )�
= λx1 x2 + λy1 y2 + λz1 z2
= λ(x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 )
= λ�u, v�
Portanto, como os 5 axiomas são verificados, logo, essa aplicação é um produto interno.
ou ainda
�
�u� = x21 + x22 + x23 + ... + x2n .
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Essa fórmula para o cálculo da norma de um vetor é uma consequência direta do Teorema
de Pitágoras. Quando �u� = 1, dizemos que u ∈ V é um vetor unitário. Além disso, todo vetor
v �= 0 pode ser escrito como v = �v�w e, para que isto ocorra, w tem que ser um vetor unitário,
v
basta colocar w = .
�v�
Observe que dado um vetor qualquer v �= 0, não unitário, se quisermos encontrar um vetor
1
unitário de mesma direção e sentido que v, basta multiplicarmos v por ; a esse processo cha-
�v�
mamos normalização do vetor v.
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ a1 a2 ⎥ ⎢ b 1 b2 ⎥
Exemplo 1: Sejam A = ⎣ ⎦ e B = ⎣ ⎦ matrizes de M2×2 (R), definimos como
a3 a4 b3 b4
produto interno usual para esse espaço a relação
�A, B� = a1 b1 + a2 b2 + a3 b3 + a4 b4 .
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 2 ⎥ ⎢ 2 0 ⎥
Assim, se X = ⎣ ⎦eY =⎣ ⎦, calcule o produto interno �X, Y �.
3 −4 −3 5
Temos
Produto Interno
166 UNIDADE IV
�p, q� = a0 b0 + a1 b1 + a2 b2 + a3 b3
Temos
�p, q� = 2 · 0 + 3 · 2 + (−1) · 1 + 0 · (−5) = 0 + 6 − 1 + 0 = 5.
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Exemplo 3: Considere o vetor v = (−2, 3) ∈ R2 , a norma do vetor v é dada por
� √ √
�v� = (−2)2 + 32 = 4+9= 13
Exemplo 4: Considere o vetor u = (1, −2, −1) ∈ R3 , sua norma é dada por
� √ √
�u� = 12 + (−2)2 + (−1)2 = 1+4+1= 6
⎡ ⎤
⎢ 0 −1 ⎥
Exemplo 5: Seja o vetor w = ⎣ ⎦ ∈ M2 (R) com produto interno definido no exemplo 1.
2 5
Assim, a norma de w é obtida da seguinte maneira:
� � √ √
�w� = �w, w� = 02 + (−1)2 + 22 + 52 = 0 + 1 + 4 + 25 = 30
� � √ √
�p� = �p, p� = 32 + 62 + (−2)2 = 9 + 36 + 4 = 49 = 7
Definição: Considere V um espaço vetorial com produto interno. Diz-se que dois vetores v e w
de V são ortogonais (em relação a esse produto interno) quando �v, w� = 0. No caso em que v e
w são ortogonais, escrevemos v ⊥ w.
Solução:
a) Do produto interno temos,
< u, v >= 1.(−1) + 5.3 − 3.10 + 2.8
< u, v >= −1 + 15 − 30 + 16
< u, v >= 0.
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I) 0 ⊥ v para todo v ∈ V .
II) v ⊥ w implica que w ⊥ v.
III) v ⊥ w para todo w ∈ V , então, v = 0.
IV) Se v1 ⊥ w e v2 ⊥ w, então (v1 + v2 ) ⊥ w.
V) Se v ⊥ w e λ é um escalar, então λv ⊥ w.
Produto Interno
168 UNIDADE IV
Partindo dos conceitos geométricos dos vetores, o produto interno pode ser calculado por
meio da equação
�u, v� = �u� · �v� · cos θ,
Mas a igualdade anterior pode ser vista de outra forma, isto é,
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�u, v�
cos θ = .
�u� · �v�
Esta última igualdade fornece a nós uma maneira de calcularmos o ângulo entre vetores. E
para que esse processo faça sentido, devemos assegurar que
�u, v�
−1 1
�u� · �v�
ou, ainda,
|�u, v�|
1.
�u� · �v�
Prova:
Se u = 0, isto é, se u é o vetor nulo, a desigualdade é clara. Suponhamos, então, u �= 0. Para
qualquer t ∈ R, temos que
�tu + v, tu + v� 0,
mas
�tu + v, tu + v� = �tu, tu + v� + �v, tu + v�
uma função polinomial não negativa. Além disso, como o coeficiente do termo quadrático é não
negativo, segue que o discriminante Δ de p(t) é um número real não positivo. Portanto,
ou seja,
�u, v�2 �u�2 �v�2
ou, ainda,
|�u, v�| �u� · �v�,
Produto Interno
170 UNIDADE IV
I) �v� 0.
II) �v� = 0 se, e somente se, u = 0.
III) �kv� = |k|�v�.
IV) �u + v� �u� + �v� (desigualdade triangular).
Agora que sabemos trabalhar com produto interno e norma de um vetor, podemos falar
mais sobre o ângulo entre vetores. Como já foi visto em disciplinas anteriores, ou até mesmo
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no Ensino Médio, temos que cada número real λ ∈ [−1, 1] corresponde a um único arco θ, onde
0 θ π, tal que cos θ = λ, conforme ilustra a Figura 1:
E como já foi visto anteriormente, podemos definir o ângulo entre os vetores �v e w
� como
sendo θ tal que
��v , w�
�
cos θ = .
��v ��w��
√ √
��u� = 1+4+0= 5
√ √
��v � = 4+4+9= 17.
2 2
cos θ = √ √ = √ .
5 17 85
Logo,
2
θ = arccos √ ≈ 1, 35 radianos ≈ 77, 47o .
85
formado por dois vetores é de 90o ou π/2 rad (podemos falar ainda em ângulo reto), dizemos que
esses vetores são ortogonais. No entanto, V pode ser um espaço vetorial, por exemplo, formado por
matrizes, logo, podemos calcular o ângulo formado por matrizes conforme a definição, porém não
conseguimos ter uma interpretação geométrica para ângulos neste caso, apenas o conceito algébrico.
Exemplo 9: Considere R3 com produto interno usual e seja W o plano de equação cartesiana
x + y + z = 2.
O vetor u = (1, 1, 1) é ortogonal a W , pois u é um vetor normal a esse plano. Para determinarmos
W ⊥ , devemos encontrar um vetor v que seja ortogonal a todo vetor de W . Uma maneira fácil de
encontrar esse vetor é observar que se o vetor u = (1, 1, 1) é ortogonal a W , temos que v = k(1, 1, 1)
também será, pois serão múltiplos. Logo, obtemos o vetor v = (k, k, k) ortogonal a todo vetor de
W , com k ∈ R. Portanto,
W ⊥ = {(k, k, k); k ∈ R}.
Produto Interno
172 UNIDADE IV
Conjuntos Ortogonais
Definição: Dizemos que uma base {v1 , . . . , vn } de um espaço vetorial V é base ortogonal se
�vi , vj � = 0 para i �= j, ou seja, se os vetores dessa base forem dois a dois ortogonais.
Definição: Dizemos que uma base {v1 , . . . , vn } de um espaço vetorial V é base ortonormal
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quando for ortogonal e se cada vetor vi é unitário, isto é,
I) < vi , vj >= 0 sempre que i �= j.
II) ||vi || = 1 para todo 1 ≤ i ≤ n.
Exemplo 10: O conjunto V = {(1, 2, 1), (2, 1, −4), (3, −2, 1)} é uma base ortogonal para R3 com
produto interno usual.
√ √
3 1 1 3
Exemplo 11: O conjunto W = , , − , é uma base ortonormal para R2 .
2 2 2 2
De fato:
I) Se v1 = (x1 , y1 ) ∈ R2 , v2 = (x2 , y2 ) ∈ R2 , temos que
= T ((x1 + x2 , y1 + y2 ))
= x 1 + x2 + y1 + y 2
= x 1 + y 1 + x2 + y 2
= T ((x1 , y1 )) + T ((x2 , y2 ))
= T (v1 ) + T (v2 ).
= T ((ax, ay))
= ax + ay
= a(x + y)
= aT (x, y)
= aT (v).
Transformação Linear
174 UNIDADE IV
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Exemplo 13: A função T : R3 → R2 , dada por T (x, y, z) = (x − y, y − z) é uma transformação
linear. De fato, se v1 = (x1 , y1 , z1 ) ∈ R3 , v2 = (x2 , y2 , z2 ) ∈ R3 e a ∈ R, temos que
= (x1 − y1 , y1 − z1 ) + a(x2 − y2 , y2 − z2 )
= T (x1 , y1 , z1 ) + aT (x2 , y2 , z2 )
= T (v1 ) + aT (v2 ).
Exemplo 14: A função T : R → R, dada por T (x) = 7x é uma transformação linear. De fato,
sejam v1 = x1 e v2 = x2 vetores de R e a ∈ R, temos que
T (v1 +av2 ) = T (x1 +ax2 ) = 7(x1 +ax2 ) = 7x1 +7ax2 = 7x1 +a7x2 = T (x1 )+aT (x2 ) = T (v1 )+aT (v2 )
Exemplo 15: A função T : R2 → R2 , dada por T (x, y) = (x2 , y) não é uma transformação linear.
= T (7, −3)
= (49, −3)
e
T (v1 ) + aT (v2 ) = T (1, 0) + 3T (2, −1)
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= (13, −3).
Primeiramente, o conjunto α = {(1, 1), (0, 2)} deve formar uma base de R2 . Ora, como α
é linearmente independente e dim R2 = 2, temos que α é uma base de R2 . Assim, se (x, y) ∈ R2 ,
existem escalares reais a1 e a2 tais que
⎩ a1 + 2a2 = y → 2a2 = y − a1 → a2 = y − x
⎪
2
Transformação Linear
176 UNIDADE IV
y−x
Logo, a1 = x e a2 = . Como T é linear, segue de (*) que
2
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= yx(0,
−x 2, 1) + x +2y (1, 0, 1)
= , 2x, .
2
= (0, 2x, x) +
2y − x , 0, y − x
2 2
y−x x+y
= , 2x, . y−x x+y
2 2
Portanto, a transformação procurada é dada por T (x, y) = , 2x, . É inte-
2 2
ressante observar que essa transformação satisfaz a condição inicial, ou seja, T (1, 1) = (0, 2, 1) e
y−x x+y
Portanto,
T (0, 2) = (1, 0, 1). a transformação procurada é dada por T (x, y) = , 2x, . É inte-
2 2
ressante observar que essa transformação satisfaz a condição inicial, ou seja, T (1, 1) = (0, 2, 1) e
T (0, 2) = (1, 0, 1).
II) fI)
(αx)
f (x=
1+αf
x2(x).
) = f (x1 ) + f (x2 ).
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
NÚCLEO
TÓPICO 3: E IMAGEM
NÚCLEO DE UMA
E IMAGEM DETRANSFORMAÇÃO LINEAR
UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR
Definição: Seja T : V → U uma transformação linear, o núcleo de T denotado por N uc(T ) (ou
Ker(T )) é o conjunto dos elementos v em V , que são associados ao 0 ∈ U
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É interessante observar que, conforme a teoria dos conjuntos, temos os seguintes resultados:
Im(T ) ⊂ U e N uc(T ) ⊂ V . E, por consequência, temos o teorema a seguir, que relaciona as
dimensões dos subespaços envolvidos pela aplicação T .
T (x, y, z, t) = (x − y + z + t, x + 2z − t, x + y + 3z − 3t).
T (x, y, z, t) = (x − y + z + t, x + 2z − t, x + y + 3z − 3t)
Ou seja, Im(T ) é gerado pelo conjunto {(1, 1, 1), (−1, 0, 1), (1, 2, 3), (1, −1, −3)}. Agora, obteremos
Assim, {(1, 1, 1), (−1, 0, 1)} é uma base para imagem de T com dim(Im(T )) = 2.
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b) Agora, um vetor v = (x, y, z, t) de R4 pertence ao N uc(T ) se
T (v) = �0
T (x, y, z, t) = (0, 0, 0)
Resolvendo, temos
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 −1 1 1 0 ⎥ ⎢ 1 −1 1 1 0 ⎥ ⎢ 1 0 2 −1 0 ⎥ (SPI)
⎢ . ⎥ ⎢ . ⎥ ⎢ . ⎥
⎢ 1 0 2 −1 .. 0 ⎥ ⇒ ⎢ 0 1 1 −2 .. 0 ⎥ ⇒ ⎢ 0 1 1 −2 .. 0 ⎥ p = p = 2
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ A C
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1 1 3 −3 0 0 2 2 −4 0 0 0 0 0 0 e n = 4.
⎧ ⎧
⎪
⎨ x + 2z − t = 0 ⎪
⎨ x = −2z + t
⇒ ⇒ ,
⎪
⎩ ⎪
⎩
y + z − 2t = 0 y = −z + 2t
assim,
N uc(T ) = {(−2z + t, −z + 2t, z, t); s, t ∈ R}.
v = (−2z + t, −z + 2t, z, t)
deComo
fato, nenhuma linha zerou, podemos concluir que {(−2, −1, 1, 0), (1, 2, 0, 1)} é uma base para
4
dim(R ) = observar
N uc(T ), com dim(N uc(T )) = 2. É interessante 2 + 2 = 4.
que, de acordo com o último teorema,
devemos ter
Esse teorema serve para verificarmos se as bases obtidas ao juntarmos suas dimensões correspon-
dim(R4 ) = dim(N uc(T )) + dim(Im(T )),
dem à dimensão do espaço vetorial, onde T está definida, seria uma “Prova Real” em relação às
de fato, dos espaços vetoriais envolvidos.
dimensões
dim(R4 ) = 2 + 2 = 4.
Esse teorema serve para verificarmos se as bases obtidas ao juntarmos suas dimensões correspon-
dem à dimensão do espaço vetorial, onde T está definida, seria uma “Prova Real” em relação às
dimensões dos espaços vetoriais envolvidos.
Vimos que funções lineares do tipo f (x) = ax são transformações lineares mais “primitivas”.
Sendo assim, reflita sobre o seu núcleo, ou seja, qual a única possibilidade para N uc(f ), e qual
sua dimensão?
Vimos que funções lineares do tipo f (x) = ax são transformações lineares mais “primitivas”.
Sendo assim, reflita sobre o seu núcleo, ou seja, qual a única possibilidade para N uc(f ), e qual
sua dimensão?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, a partir de 5 axiomas, definimos produto interno: uma importante relação
definida em espaços vetoriais, que associa um número real a cada par de vetores de um espaço
vetorial, e muitas de suas aplicações estão associadas à fı́sica mecânica e elétrica. Além disso,
a partir da definição de produto interno, pudemos determinar a norma de um vetor e o ângulo
definido por dois vetores. Apesar da noção de ângulo ter origem geométrica, na álgebra linear esse
conceito pode ser estendido a qualquer espaço vetorial munido do produto interno, nesse sentido,
podemos calcular ângulos entre matrizes, polinômios etc.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vimos, também, o conceito de ortogonalidade de vetores que sua importância está na busca
de bases ortonormais uma vez que base com essas caracterı́sticas são mais fáceis e simples de se
manipular algebricamente. Outro aspecto interessante foi o conceito de normalização de vetor, uma
vez que vetores unitários são as formas mais simples e convenientes para se trabalhar dada uma
direção e dado um sentido. Claro que esse conceito, assim como os outros citados anteriormente
estendem-se para outros espaços vetoriais. É muito importante que o leitor tenha em mente que
a maioria das teorias apresentadas na álgebra linear têm origem na Geometria Analı́tica, seja nas
caracterı́sticas, propriedades, definições e nos teoremas relacionados aos vetores e nas equações
lineares cujas representações são subespaços vetoriais.
Na sequência, definimos uma função especial chamada Transformação Linear, que é uma
aplicação que relaciona dois conjuntos, ou mais especificamente, espaços vetoriais, e assim como no
estudo das funções, alguns elementos são de grande interesse para esse estudo, que são os conjuntos:
imagem e núcleo de uma transformação. O fato mais relevante é que podemos determinar uma
transformação linear a partir da sua aplicação nos vetores de uma base apenas. Assim, o número
de informações necessárias a respeito de uma transformação linear, para que a conheçamos com-
pletamente, é igual à dimensão do espaço vetorial no qual ela é definida. Isso é uma especificidade
das transformações lineares: nenhuma outra função permite manipulação tão simples. É por essa
qualidade, em particular, que as transformações lineares são, por excelência, as funções usadas na
computação em geral.
ATIVIDADE DE ESTUDO
< u, v >= x1 x2 + y1 y2
é um produto interno, isto é, que esta definição satisfaz os 5 axiomas do produto interno.
3) Verifique em cada caso se os vetores são ortogonais com o produto interno usual.
a) u = (1, 1, 1) e v = (0, −2, 2)
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ π 1 ⎥ ⎢ −1 0 ⎥
b) A = ⎣ ⎦eB=⎣ ⎦
π −1 0 −π
� �
�√ � √ 5
c) w1 = 18, senx, cosx, π e w2 = − 2, senx, cosx,
π
d) P1 (x) = 11 + 2x − 3x2 + x3 e P1 (x) = 1 − 4x + x2
4) Normalize cada um dos seguintes vetores no espaço euclidiano R3 , ou seja, obtenha um vetor
unitário com a mesma direção de cada vetor a seguir:
a) u = (2, 1, −1)
b) v = (1/2, 2/3, −1/4)
6) Seja T : R3 → R3 dada por T (x, y, z) = (−z, x + y, z), obtenha uma base para:
a) N uc(T )
b) Im(T )
c) Conclua que dim N uc(T ) + dim Im(T ) = dim R3
⎛ ⎞ ⎡ ⎤
⎜ a11 a12 ⎟ ⎢ 1 −3 ⎥
c) V = M2 (R), W = R, T ⎝ ⎠ = a11 + a12 + 2a21 + 2a22 , v = ⎣ ⎦
a21 a22 5 2
⎛ ⎞ ⎡ ⎤
⎜ a11 a12 ⎟ ⎢ 1 3 ⎥
d) V = M2 (R), W = R, T ⎝ ⎠ = a11 + a12 + 2a21 + 2a22 , v = ⎣ ⎦
a21 a22 3 −5
9) Determine a dimensão e uma base para o núcleo, a dimensão e uma base da imagem da trans-
formação linear T : R3 → R2 dada por T (x, y, z) = (y − 2z, x − y − z).
10) Obtenha uma base e a dimensão para o núcleo e para imagem da transformação linear T :
R3 → R3 definida por T (x, y, z) = (x, y + z, −x).
183
LEITURA COMPLEMENTAR
Aqui no Brasil, cada pessoa fı́sica tem um único número de inscrição no CPF, que o identi-
fica perante a secretaria da Receita Federal. Esse número de inscrição é composto por nove dı́gitos,
agrupados de três em três, mais dois dı́gitos verificadores, por exemplo 643.433.327-72, que têm
por finalidade comprovar a validade do número do CPF informado. Tais dı́gitos são obtidos das
seguintes operações envolvendo produto interno:
u = (6, 4, 3, 4, 3, 3, 3, 2, 7).
w1 = (10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2),
isto é,
�u, w1 � = 6(10) + 4(9) + 3(8) + 4(7) + 3(6) + 3(5) + 3(4) + 2(3) + 7(2) = 213.
A seguir, tomamos o resto da divisão inteira desse produto interno por 11. Se o resto dessa
divisão inteira é 0 ou 1, então o primeiro dı́gito verificador é 0. Caso contrário (resto entre 2 e 10),
o primeiro dı́gito verificador é dado por 11 − resto.
Para o exemplo em questão, a divisão inteira de 213 por 11 resulta em quociente 19 e resto
4. Sendo assim, o primeiro dı́gito verificador é 11 − 4 = 7.
184
Cálculo do segundo dı́gito verificador: Tomamos um vetor v ∈ R10 cujos nove primeiros
componentes são os dı́gitos que compõem o número do CPF na ordem dada, e o último componente
é o primeiro dı́gito verificador encontrado. Para o exemplo em questão, temos:
v = (6, 4, 3, 4, 3, 3, 3, 2, 7, 7).
isto é,
�v, w2 � = 6(11) + 4(10) + 3(9) + 4(8) + 3(7) + 3(6) + 3(5) + 2(4) + 7(3) + 7(2) = 262.
Em seguida, o procedimento é o mesmo para encontrar o segundo dı́gito. Dividindo 262 por 11,
obtemos quociente 23 e resto 9, então, o segundo dı́gito é 11 − 9 = 2.
MATERIAL COMPLEMENTAR
MATERIAL COMPLEMENTAR
Este é um ótimo vı́deo do professor Elon Lages Lima sobre o estudo de Matrizes. Além das ope-
rações fundamentais de matrizes, Lima aborda algumas aplicações das matrizes. Tais aplicações
foram abordadas no decorrer deste livro. O vı́deo enriquecerá bastante o assunto tratado.
<https://www.youtube.com/watch?v=eEbp3aKFoIA>.
O link a seguir dá-nos acesso a uma página com vários exemplos de aplicações de Geometria
Analı́tica e Álgebra Linear às mais diversas áreas cientı́ficas e tecnológicas. Ela está aberta a
contribuições de professores, alunos, ex-alunos e profissionais.
<http://www.mat.ufmg.br/gaal/aplicacoes/aplicacoes.html>.
Material Complementar
187
REFERÊNCIAS
Referências
ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2008.
BOLDRINI, J. M. et al. Álgebra linear. 3. ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
CALLIOLI, C. A. et al. Álgebra linear e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atual, 1990.
HOFFMAN, K.; KUNZE, R. Álgebra linear. Traduzido por Adalberto P. Bergamasco. São
Paulo: Polı́gono, 1970.
LIPSCHUTZ, S. Álgebra linear. 4. ed. Traduzido por Dr. Carlos Ivo Doering. Porto Alegre:
Bookman, 2011. Tradução da 4. ed. norte-americana - All Tasks. (Coleção Schaum)
STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Álgebra linear. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1987.
STRANG, G. Álgebra linear e suas aplicações. São Paulo: Cengage Learning, 2013. Tradução
da 4. ed. norte-americana - All Tasks.
#Referência on-line#
1 Em: <http://mat.ufg.br/bienal/2006/mini/polcino.pdf>. Acesso em: 21 maio 2018.
#Referência on-line#
GABARITO
GABARITO
Unidade IV
1) 2) Verifique os itens: 3)
π
a) θ = ou 45◦ I) �u, u� 0. a) < u, v >= 0
4
b) θ = π ou 180◦ II) �u, u� = 0 se, e somente se, u = �0. b) < A, B >= 0
c) θ = 0 ou 0◦ III) �u, v� = �v, u�. c) < w1 , w2 >= 0
√
3 IV) �u + v, w� = �u, w� + �v, w�. d) < P1 (x), P2 (x) >= 0
d) θ = arccos −
6
V) �λu, v� = λ�u, v�.
4) √ 5)
√ √
6 6 6 a) T é uma transformação linear
a) w1 = , ,−
3 6 6
√ b) T é uma transformação linear
√ √
6 109 8 109 3 109 c) T não é uma transformação linear
b) w2 = , ,−
109 109 109
d) T não é uma transformação linear
6) 8) 9)
a) {(−1, 1, 0)} a) v ∈ nuc(T ) Base para o Núcleo: {(3, 2, 1)}
b) {(−1, 0, 1), (0, 1, 0)} b) v ∈
/ nuc(T ) dim N uc(T ) = 1
7) c) v ∈
/ nuc(T ) Base para Imagem: {(0, 1), (1, −1)}
a) T (x, y) = 5x − 2y d) v ∈ nuc(T ) dim Im(T ) = 2
b) T (x, y) = (x + 2y, x − y)
AUTOVALORES E
V
UNIDADE
AUTOVETORES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender o conceito de autovalor e autovetor de uma
transformação linear.
■■ Dado um operador linear, identificar seu polinômio característico.
■■ Determinar matrizes mais “simples” associadas a um operador linear.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Autovalores e Autovetores
■■ Polinômio Característico
■■ Diagonalização de Operadores
191
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
De maneira geral, se f é uma função contı́nua definida num intervalo fechado [a, b] ⊂ R, isto
é, f : [a, b] → [a, b], então, existe um Teorema que garante a existência de um ponto fixo x0 ∈ [a, b]
tal que f (x0 ) = x0 . Motivados por esse importante resultado da matemática, na Álgebra Linear,
dada uma transformação linear T e um espaço vetorial V , queremos saber se existe um vetor v não
nulo e um número λ ∈ R tal que T (v) = λv, isto é, se existe T (v), que é múltiplo de v. Em caso
afirmativo, o valor λ é chamado de autovalor (valor próprio) e v é chamado de autovetor (vetor
próprio) associado ao autovalor λ.
Introdução
192 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e dado um vetor w = (ax + by, cx + dy) podemos⎡reescrevê-lo⎤da seguinte
⎡ ⎡ ⎤
⎤maneira,
⎡ ⎢ ax + by ⎤ ⎥
⎡=⎤ ⎢ a b ⎥ ⎢ x ⎥
w⎤= ⎣⎡ ⎦ ⎣ ⎦.⎣ ⎦.
⎢ ax + by ⎥ ⎢ cx
a +b dy x
⎥ ⎢ ⎥ c d y
w=⎣ ⎦=⎣ ⎦.⎣ ⎦.
cx + dy c d y
Nos próximos dois exemplos, apresentaremos casos particulares em que T (v) = 1v.
Nos próximosExemplo
dois exemplos,
1: O apresentaremos
operador T : Rcasos
2
→ Rparticulares
2
é definidoem
porque T (v)
T (x, y) =
= 1v.
(x, y) e também é conhecido como
Exemplo 1:Aplicação
O operador T : R2 → Rque
Identidade, 2
é definido
podemospor T (x, y) = (x,escrever
simplesmente y) e também é conhecido
I(x, y) = (x, y). como
Nesse caso, todo vetor
v ∈ R2 é que
Aplicação Identidade, fixo podemos
uma vez simplesmente
que I(x, y) =escrever I(x, y)
(x, y) para = (x,
todo (x,y). R2 . caso, todo vetor
Nesse
y) ∈
v ∈ R2 é fixo uma vez que I(x, y) = (x, y) para todo (x, y) ∈ R2 .
Exemplo 2: Considere a transformação linear “Reflexão em relação ao eixo x”, isto é, rx : R2 → R2
Exemplo 2: tal Considere a transformação
que rx (x, y) = (x, −y), linear “Reflexão
ou ainda, rx (x,em
y) relação
= (1x +ao0y,
eixo
0xx”,
− isto
1y).é,Na : R2 →matricial,
rx forma R2 fica
tal que rx (x, y) = (x, −y), ou ainda, rx (x, y) = (1x + 0y, 0x − 1y). Na forma matricial, fica
⎤ ⎡ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
x
⎢ ⎥ ⎢ 1 0 ⎥ ⎢ x ⎥
⎢ x ⎥ ⎢ 1 ⎣0 ⎥⎦ �→⎢ ⎣
x ⎥ ⎦ · ⎣ ⎦.
⎣ ⎦ �→ ⎣ y ⎦ · ⎣ ⎦0 . −1 y
y 0 −1 y
Geometricamente:
Geometricamente:
Explica ai:
Produtos
Notáveis
Figurade1um
Figura 1 - Reflexão - Reflexão de umo vetor
vetor u sobre eixo x u sobre o eixo x
AUTOVALORES E AUTOVETORES
193
Podemos notar, neste exemplo, que o vetor sobre o eixo x se manteve inalterado. De fato,
vetores sobre a abscissa têm a forma v = (x, 0), assim, note que
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 ⎥ ⎢ x ⎥ ⎢ x ⎥
⎣ ⎦ · ⎣ ⎦ = ⎣ ⎦.
0 −1 0 0
Ainda mais, podemos verificar que esses vetores são os únicos com essa propriedade, de fato,
suponhamos que v = (x, y) seja um vetor tal que rx (v) = v, na forma matricial temos
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 ⎥ ⎢ x ⎥ ⎢ x ⎥
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎣ ⎦ · ⎣ ⎦ = ⎣ ⎦.
0 −1 y y
logo, �
y=0
cujas soluções são vetores do tipo v = (x, 0), ou seja, são os vetores sobre o eixo x. Assim,
qualquer vetor v = (x, 0) é “levado” ao próprio vetor v = (x, 0) pelo operador linear rx . Portanto,
o subespaço vetorial X = {v = (x, 0); x ∈ R∗ } é o conjunto dos autovetores associados ao
autovalor λ = 1, ou seja, X = [(1, 0)]. Assim, qualquer múltiplo do vetor (1, 0) também é
autovetor dessa transformação linear.
Autovalores e Autovetores
194 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
T associado a c. Note que A(c) é formado pelo vetor nulo de V e por todos os autovetores de T
associados a c.
Exemplo 3: Considere T : R2 → R2 o operador linear dado por T (x, y) = (4x−y, 2x+y), queremos
determinar c ∈ R e v = (x, y) não nulo tais que T (x, y) = c(x, y), ou seja, (4x − y, 2x + y) = c(x, y).
Equivalentemente, queremos determinar c ∈ R e v = (x, y) não nulo tais que
⎧
⎪
⎨ 4x − y = cx
(∗)
⎪
⎩ 2x + y = cy
2x + y = cy ⇒ 2x + 4x − cx = c(4x − cx)
⇒ 6x − cx = 4cx − c2 x
⇒ 6x − 5cx + c2 x = 0
⇒ x(6 − 5c + c2 ) = 0.
AUTOVALORES E AUTOVETORES
195
⎧ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎪
⎨ 2x − y = 0
⎢ 2 −1 | 0 ⎥ ⎢ 2 −1 | 0 ⎥ ⎢ 1 −1/2 | 0 ⎥ pA = pC = 1
→⎣ ⎦→⎣ ⎦→⎣ ⎦→
⎪
⎩ 2x − y = 0 2 −1 | 0 0 0 | 0 0 0 | 0 en=2
x− =0 → x=
2 2
�� y � �
cuja solução é dada por , y ; y ∈ R . Assim, os autovetores de T associados a c = 2 são os
� y 2� ��
1
��
vetores da forma v = , y , com y ∈ R e y �= 0, ou simplesmente, A(2) = , 1 . Por
2 2
exemplo, se v = (5, 10), temos T (v) = T (5, 10) = (4.5 − 10, 2.5 + 10) = (10, 20) = 2(5, 10)� = 2v.
�
1
Geometricamente, todos autovetores associados a c = 2 têm a mesma direção do vetor v = ,1 ,
2
ou seja, são vetores situados sobre a reta de equação y = 2x.
⎧ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎪
⎨ x−y =0
⎢ 1 −1 | 0 ⎥ ⎢ 1 −1 | 0 ⎥ pA = pC = 1
→⎣ ⎦→⎣ ⎦→ → {x − y = 0
⎪
⎩ 2x − 2y = 0 2 −2 | 0 0 0 | 0 e n = 2 (SPI)
logo, x = y. Portanto, o conjunto solução é dado por {(y, y); y ∈ R}. Assim, os autovetores de T
associados a c = 3 são vetores na forma v = (y, y), com y ∈ R∗ , ou seja, A(3) = {(1, 1)}.
Autovalores e Autovetores
196 UNIDADE V
Iv = v = 1v.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
equivalentemente, ⎧
⎪
⎨ −y = cx
,
⎪
⎩ x = cy
resolvendo esse sistema, temos, na segunda equação, que x = cy, substituindo na primeira equação,
obtemos
−y = c(cy)
c2 y + y = 0
(c2 + 1).y = 0
mas c deve ser um número real, logo, não existe c ∈ R que satisfaça a equação vetorial (*).
Portanto, concluı́mos que T não tem autovalores e, consequentemente, não tem autovetores. Nesse
exemplo, o único vetor que é fixo pela aplicação T é o vetor nulo, ou seja, v = (0, 0) é o único vetor
tal que T (0, 0) = (0, 0), nenhum outro vetor tem esta propriedade.
AUTOVALORES E AUTOVETORES
197
⎣ ⎦→ � ⎣ ⎦.⎣ ⎦
y c d y
⎡ ⎤
⎢ a b ⎥
A matriz A = ⎣ ⎦ é denominada matriz da transformação linear T uma vez que T (v) = λv
c d
é equivalente a Av = λv.
⎛ ⎞
⎜ −3 1 ⎟
Exemplo 6: Verificaremos se os vetores u e v são autovetores de A, em que A = ⎝ ⎠,
−5 3
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 1 ⎟ ⎜ 1 ⎟
u = ⎝ ⎠ e v = ⎝ ⎠.
1 2
Polinômio Característico
198 UNIDADE V
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ −1 ⎟ ⎜ λ ⎟
⎝ ⎠=⎝ ⎠.
1 2λ
Segue que
⎧ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎪
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎨ λ = −1 1 | −1 1 | −1
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
→⎣ ⎦→⎣ ⎦ → pA = 2 e pC = 1 → SI.
⎪
⎩ 2λ = 1 2 | 1 0 | 3
Assim, como esse sistema não tem solução, logo, não existe escalar λ ∈ R tal que Av = λv, e,
consequentemente, v = (1, 2) não é um autovetor da matriz A.
Vejamos, queremos encontrar números reais λ e todos os vetores não nulos v = (x, y) ∈ R2
satisfazendo a equação
Av = λv,
ou seja, ⎡ ⎤⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 ⎥⎢ x ⎥ ⎢ x ⎥
⎣ ⎦⎣ ⎦ = λ⎣ ⎦
−2 4 y y
AUTOVALORES E AUTOVETORES
199
ou ainda, ⎧
⎪
⎨ (1 − λ)x + y = 0
(∗∗).
⎪
⎩ −2x + (4 − λ)y = 0
Esse sistema com duas equações e duas incógnitas é homogêneo e, escalonando, obtemos
⎧
⎪
⎨ (1 − λ)x + y = 0
⎪
⎩ [(1 − λ)(4 − λ) + 2] y = 0
que terá solução não nula se, e somente se, (1 − λ)(4 − λ) + 2 = 0, que é equivalente a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎡ ⎤
⎢ 1−λ 1 ⎥
det ⎣ ⎦ = 0.
−2 4 − λ
Observe que a matriz desse determinante é formada pelos coeficientes do sistema homogêneo (**).
Portanto, para obtermos seus autovalores, podemos recorrer ao cálculo das raı́zes da equação
det(A − λI2 ) = 0, que equivale a
(1 − λ)(4 − λ) + 2 = 0
λ2 − 5λ + 6 = 0
Da última equação, resulta que x = y, logo, a solução geral do sistema é o conjunto {(y, y); y ∈ R}.
Portanto, os vetores da forma v = (y, y) com y �= 0 são os autovetores da matriz A associados ao
autovalor λ1 = 2, ou simplesmente, o autoespaço gerado pela base {(1, 1)}.
Polinômio Característico
200 UNIDADE V
Av = λv
Av = 3v
⎡ ⎤⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 1 ⎥⎢ x ⎥ ⎢ x ⎥
⎣ ⎦⎣ ⎦ = 3⎣ ⎦
−2 4 y y
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ x+y ⎥ ⎢ 3x ⎥
⎣ ⎦=⎣ ⎦.
−2x + 4y 3y
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ou simplesmente substituindo λ2 = 3 em (*), segue que
⎧
⎪
⎨ x + y = 3x
⎪
⎩ −2x + 4y = 3y
⎧ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎪
⎨ −2x + y = 0 �
⎢ −2 1 | 0 ⎥ ⎢ 1 −1/2 | 0 ⎥ pA = pC = 1 y
→⎣ ⎦→⎣ ⎦→ → x− =0.
⎪
⎩ 2
−2x + y = 0 −2 1 | 0 0 0 | 0 e n = 2 (SPI)
y �� y � �
Da última equação, obtemos x = , logo, a solução geral desse sistema é , y ; y ∈ R . Por-
2 �y � 2
tanto, os vetores não nulo cuja forma é , y são os autovetores da matriz A associados ao
�� ��2
1
autovalor λ2 = 3, ou seja, A(3) = ,1 .
2
Algebricamente, partimos da seguinte situação:
Av = λv
Av − λv = 0
(A − λI2 )v = 0.
E para resolver essa equação matricial, caı́mos, naturalmente, na resolução da equação det (A − λI2 )
0. Assim, generalizando, os autovalores de uma matriz An×n são as raı́zes do polinômio
AUTOVALORES E AUTOVETORES
201
Definição: Considere A uma matriz quadrada de ordem n, a matriz A − λIn , em que λ é uma
Definição: Considere A uma matriz quadrada de ordem n, a matriz A − λIn , em que λ é uma
Definição: Considere
indeterminada, A uma
é chamada matriz
matriz quadrada de de
caracterı́stica ordem a matriz A −dessa
A. On,determinante λIn , matriz
em queéλum é uma
po-
indeterminada, é chamada matriz caracterı́stica de A. O determinante dessa matriz é um po-
indeterminada,
linômio em λ, é chamada matriz caracterı́stica de A. O determinante dessa matriz é um po-
linômio emchamado polinômio
λ, chamado caracterı́stico
polinômio dada
caracterı́stico matriz
matrizAAe edenotado
denotadopor
porPPAA(λ).
(λ).
linômio em λ, chamado polinômio caracterı́stico da matriz A e denotado por PA (λ).
De acordo comcom
De acordo a definição anterior,
a definição o polinômio
anterior, caracterı́stico
o polinômio caracterı́sticoé éPP
A (λ) det(A−−λI
A (λ)==det(A λInn),), no
no en-
en-
De acordo
tanto,
tanto, com
alguns alivros
definição
livros
alguns adotam anterior,
porpor
adotam o polinômio
definição caracterı́stico
o polinômio
definição caracterı́stico
o polinômio caracterı́stico (λ)
é PAcomo
como=PPA
det(A
A(λ) −det(λI
(λ)== λIn ), nnno
det(λI en-
−A),
−A),
tanto,
em emalguns
ambas
ambas livros adotam
situações,
situações, por(autovalores)
as raı́zes definição
as raı́zes o polinômio
(autovalores) serão
serão caracterı́stico
asas mesmas,não
mesmas, como PA (λ) no
nãointerferindo
interferindo =nodet(λI n −A),
cálculo
cálculo para
para
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
os os autovetores.
emautovetores.
ambas Apenas
situações,
Apenas atente-se
as raı́zes que, para
(autovalores)
atente-se que, para matrizes
serão dedeordem
ordem
as mesmas,
matrizes nãoı́mpar, vocêpoderá
interferindo
ı́mpar, você poderá encontrar
no cálculo para
encontrar
dois dois
tipostipos
os autovetores. de Apenas
polinômio
de polinômio caracterı́stico
atente-se (opostos
que,(opostos
caracterı́stico para ouou simétrico),
matrizes de ordem
simétrico), dependendo dequal
ı́mpar, você
dependendo de qualdefinição
definição
poderá encontrarfoi
foi
doisusada.
usada.tipos de polinômio caracterı́stico (opostos ou simétrico), dependendo de qual definição foi
usada.
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
⎛ ⎞
⎛ ⎞
⎜ 4 −1 ⎟
Exemplo 8: Considere a matriz A ⎜ =⎝
⎛ 4 −1 ⎟ ⎞⎠. A matriz caracterı́stica de A é
Exemplo 8: Considere a matriz A = ⎝ 3 1⎠. A matriz caracterı́stica de A é
⎜ 4 −1 ⎟
Exemplo 8: Considere a matriz A = ⎝ 3 1 ⎠. A matriz caracterı́stica de A é
3 ⎛ 1 ⎛ ⎞
⎞
⎜ 4 − λ −1 ⎟
A − λI2 ⎜ =
⎛⎝ 4 − λ −1 ⎟ ⎞⎠
A − λI2 = ⎝ 3 1 − λ⎠
⎜ 4 − λ 1 −1 −λ ⎟
A − λI2 = ⎝ 3 ⎠
e o polinômio caracterı́stico é � 3 1−λ �
e o polinômio caracterı́stico é � �
� � 4 − λ −1 � �
� � � �
e o polinômio caracterı́stico é PA (λ) �= � � ��
�� 4�� − λ3 −1 ��
1 − λ�� �
PA (λ) = ��
�� 4 − λ −1 ��
�� 3 1 − λ ��
PA (λ)
PA= (λ)�� = λ2 − 5λ + 7.��
� 23 1−λ �
P⎛A (λ) = λ ⎞ − 5λ + 7. ⎛ ⎞
⎛P⎜ A (λ)
0 = −1 λ2⎟− 5λ + 7.
⎞ ⎛⎜ −λ −1 ⎞
⎟
Exemplo 9: Dada a matriz A = ⎝ ⎠, sua matriz caracterı́stica é ⎝ ⎠ e o
⎜⎛ 0 1−1 0⎟ ⎞ ⎛ −λ
⎜ 1 −1 ⎞
−λ ⎟ e o
Exemplo 9: Dada a matriz A = ⎝ ⎠, sua matriz caracterı́stica é ⎝ ⎠
polinômio caracterı́stico de A é ⎜ 10 −1 0 ⎟, sua matriz caracterı́stica é ⎜ 1 −λ −1 ⎟
−λ
Exemplo 9: Dada a matriz A = ⎝ ⎠ 2
⎝ ⎠ e o
polinômio caracterı́stico de A é P
1 0A (λ) = λ + 1. 1 −λ
polinômio caracterı́stico de A é PA (λ) = λ2 + 1.
PA (λ) = λ2 + 1.
Polinômio Característico
202 UNIDADE V
⎛ ⎞
⎜ 0 0 0 ⎟
⎜ ⎟
Exemplo 10: Dada a matriz A = ⎜ ⎟
⎜ 0 1 0 ⎟, obtenha seu polinômio caracterı́stico.
⎝ ⎠
0 0 2
Temos
⎛ ⎞
⎜ −λ 0 0 ⎟
⎜ ⎟
P (λ) = det(A − λI3 ) = det ⎜
⎜ 0 1−λ 0 ⎟ = −λ3 + 3λ2 − 2λ,
⎟
⎝ ⎠
0 0 2−λ
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
por outro lado, temos
⎛ ⎞
⎜ λ 0 0 ⎟
⎜ ⎟
⎜
P (λ) = det(λI3 − A) = det ⎜ 0 λ − 1 0 ⎟ = λ3 − 3λ2 + 2λ.
⎟
⎝ ⎠
0 0 λ−2
Note que esses polinômios são simétricos, mas suas raı́zes são as mesmas.
⎛ ⎞
⎜ 0 1 ⎟
Exemplo 11: Dada a matriz A = ⎝ ⎠, obtenha seus autovalores e autovetores.
3 2
Temos que
P (λ) = λ2 − 2λ − 3
Agora, para obtermos seus autovalores, devemos calcular as raı́zes do polinômio caracterı́s-
tico, isto é:
Autovalores (P (λ) = 0)
λ2 − 2λ − 3 = 0
AUTOVALORES E AUTOVETORES
203
Autovetores
Segue que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎧ ⎧ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎪
⎨ ⎪
⎨ −3x + y = 0
y = 3x ⎢ −3 1 0 ⎥ ⎢ 1 −1/3 0 ⎥ pA = pC = 1
→ →⎣ ⎦→⎣ ⎦→
⎪
⎩ 3x + 2y = 3y ⎪
⎩ 3x − y = 0 3 −1 0 0 0 0 e n = 2 (SPI).
Av = λv
⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 0 1 ⎟ ⎜ x ⎟ ⎜ x ⎟
⎝ ⎠ . ⎝ ⎠ = (−1). ⎝ ⎠
3 2 y y
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ y ⎟ ⎜ −x ⎟
⎝ ⎠=⎝ ⎠.
3x + 2y −y
⎧ ⎧ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎪
⎨ ⎪
⎨
y = −x x+y =0 ⎢ 1 1 | 0 ⎥ ⎢ 1 1 | 0 ⎥ pA = pC = 1,
→ →⎣ ⎦→⎣ ⎦→
⎪
⎩ 3x + 2y = −y ⎪
⎩ 3x + 3y = 0 3 3 | 0 0 0 | 0 e n = 2 (SPI).
Polinômio Característico
204 UNIDADE V
⎛ T (x, y)⎞= (y, −x+2y) = (0x+1y, −1x+2y), logo, a matriz dessa transformação
Sabemos que
⎜ 0 1 ⎟
é dada por A = ⎝ ⎠. Sua matriz caracterı́stica é
−1 2
⎛ ⎞
⎜ 0−λ 1 ⎟
A − λI2 = ⎝ ⎠.
−1 2 − λ
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Segue que ⎛ ⎞
⎜ 0−λ 1 ⎟
P (λ) = det ⎝ ⎠
−1 2 − λ
P (λ) = λ2 − 2λ + 1.
Autovalor
P (λ) = 0
λ2 − 2λ + 1 = 0
cuja raiz é λ = 1.
Autovetor
Sejam v = (x, y) um vetor não nulo e λ = 1 tais que
Av = λv
⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 0 1 ⎟ ⎜ x ⎟ ⎜ x ⎟
⎝ ⎠.⎝ ⎠ = ⎝ ⎠
−1 2 y y
⎧ ⎧ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎪
⎨ ⎪
⎨ −x + y = 0
y=x ⎢ −1 1 | 0 ⎥ ⎢ 1 −1 | 0 ⎥ pA = pC = 1
→ →⎣ ⎦→⎣ ⎦
⎪
⎩ ⎪
⎩
−x + 2y = y −x + y = 0 −1 1 | 0 0 0 | 0 e n = 2 (SPI).
Da última matriz, concluı́mos que x − y = 0, logo, x = y. Portanto, seus autovetores são vetores
v = (y, y) com y �= 0, ou seja, é o subespaço gerado pela base {(1, 1)}.
AUTOVALORES E AUTOVETORES
205
determine:
I) A matriz da transformação.
II) Seus autovalores.
III) Seus autovetores.
Note que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para λ1 = 3, temos
⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 3 0 −4 ⎟ ⎜ ⎟x ⎜ x ⎟
⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 3 5 ⎟ . ⎜ y ⎟ = 3. ⎜ y ⎟
⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
0 0 −1 z z
Polinômio Característico
206 UNIDADE V
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 3x − 4z ⎟ ⎜ 3x ⎟
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 3y + 5z ⎟ = ⎜ 3y ⎟ ,
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
−z 3z
logo,
⎧ ⎧
⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎪ 3x − 4z = 3x ⎪
⎪ −4z = 0
⎨ ⎨
⎪ 3y + 5z = 3y → ⎪ 5z = 0
⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎩ −z = 3z ⎪
⎩ −4z = 0
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎜ 0 0 −4 0 ⎟ ⎜ 0 0 1 0 ⎟
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 0 5 ... 0 ⎟ → ⎜ 0 0 0 ... 0 ⎟ .
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
0 0 −4 0 0 0 0 0
Como pA = pC = 1, logo, o sistema possui solução, mas sendo n = 3 > 1 = p, temos um SPI
(infinitas soluções) com grau de liberdade n − p = 3 − 1 = 2 (variáveis livres). Assim,
⎛ ⎞ ⎧
⎪
⎪
⎜ 0 0 1 0 ⎟ ⎪
⎪ z=0
⎜ ⎟ ⎨
⎜ 0 0 0 ... 0 ⎟ → 0=0 .
⎜ ⎟ ⎪
⎝ ⎠ ⎪
⎪
⎪
⎩ 0=0
0 0 0 0
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 3x − 4z ⎟ ⎜ −x ⎟
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 3y + 5z ⎟ = ⎜ −y ⎟ ,
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
−z −z
logo,
AUTOVALORES E AUTOVETORES
207
⎧ ⎧
⎪
⎪ ⎧ ⎪
⎪⎧4x − 4z = 0
⎪
⎪ 3x − 4z = −x ⎪
⎪
⎨⎪ ⎪ − −x ⎨⎪
⎪
⎪
⎪
⎨
3x 4z = ⎪ 4x − 4z = 0
⎪
⎪ 3y + 5z = −y → ⎪⎨4y + 5z = 0
⎪
⎪ →⎪ 4y + 5z = 0
⎪⎪
⎩ ⎪ 3y + 5z = −y ⎪ ⎪⎪
⎩⎪
⎪
⎪ −z = −z ⎪
⎪ 0=0
⎩ −z = −z ⎩ 0=0
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎛ ⎞ ⎛1 0 −1 0 ⎞
⎜ 4 0 −4 0 ⎟ ⎜ 1 0 −1 ⎟
⎜ ⎜ 4 0 −4 0
⎟⎟ ⎜⎜ 0⎟⎟
⎜ . 5 ..
⎜ 0 4 5 .. ..0 ⎟
⎜
⎜ ⎟⎟⎟
→⎜⎜⎜⎜0 1 ⎟.
5 . .. 0 ⎟⎟
⎝ ⎜ 0 4 5 . 0⎠⎟ ⎝⎜ 0 1 4→ . 0⎠⎟⎟.
⎝ ⎠ ⎝ 4 ⎠
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
Nesse sistema, temos pA = pC = 2, mas sendo n = 3 > 2 = p, logo, temos um caso SPI (infinitas
Nesse sistema, temos pA = pC = 2, mas sendo n = 3 > 2 = p, logo, temos um caso SPI (infinitas
soluções) comcom
grau de de
liberdade n− n p−= 3− 2= 1.1.Assim,
Assim,dadaúltima
últimamatriz,
matriz, resulta
resulta que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou seja,
ou seja, ⎧⎧
⎪
⎨⎪⎨xx
= =z z
. .
⎪
⎩⎪⎩y = 5z5z
y=−−
44
� � 5z�
�
Portanto, v = 5z
z, − , z , com z �= −1.
Portanto, v2 = z, − ,4z , com
2 z �= 0 é0 oé oautovetor
autovetorassociado
associadoao
aoautovalor
autovalor λλ22 =
= −1.
4
No exemplo 13, seu polinômio caracterı́stico era, na verdade, p(λ) = −λ3 + 5λ2 − 3λ − 9, no
No exemplo 13, seu polinômio caracterı́stico era, na verdade, p(λ) = −λ3 + 5λ2 − 3λ − 9, no
entanto deixamos na forma fatorada, isto é, p(λ) = (3 − λ)(3 − λ)(−1 − λ). Reflita a respeito
entanto deixamos na forma fatorada, isto é, p(λ) = (3 − λ)(3 − λ)(−1 − λ). Reflita a respeito
da vantagem em se trabalhar com o polinômio na forma fatorada.
da vantagem em se trabalhar com o polinômio na forma fatorada.
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Polinômio Característico
208 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
� �
� �
� 0 3 − λ −6 3 �
PA (λ) = det(A − λI4 ) = �� � = (5 − λ)2 (3 − λ)(−λ)
�
� 0 0 5 − λ −5 �
� �
� �
� �
� 0 0 0 −λ �
Av = 0v,
isto é, ⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 5 −2 1 2 ⎟⎜ x ⎟ ⎜ x ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 3 −6 3 ⎟ ⎜ y ⎟ ⎜ y ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ = 0⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 0 5 −5 ⎟ ⎜ z ⎟ ⎜ z ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠
0 0 0 0 t t
ou, ainda,
⎧ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎪
⎪
⎪
⎪ 5x − 2y + z + 2t = 0 ⎢ 5 −2 1 2 0 ⎥ ⎢ 1 −2/5 1/5 2/5 0 ⎥
⎨ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ . ⎥ ⎢ .
⎪
.
3y − 6z + 3t = 0 → ⎢ 0 3 −6 3 . 0 ⎥ → ⎢ 0 1 −2 1 . 0 ⎥
. ⎥
⎪
⎪ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
⎪
⎩ 5z − 5t = 0 0 0 5 −5 0 0 0 1 −1 0
AUTOVALORES E AUTOVETORES
209
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 0 −3/5 4/5 0 ⎥ ⎢ 1 0 0 1/5 0 ⎥
⎢ .. ⎥ ⎢ .. ⎥
→⎢
⎢ 0 1 0 −1 . 0 ⎥ ⎥ → ⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 −1 . 0 ⎥ ,
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 0 1 −1 0 0 0 1 −1 0
como pA = pC = 3 e n = 4, temos um caso do tipo SPI, segue dessa última matriz que
⎧ ⎧
⎪ t ⎪ t
⎪
⎪ x + = 0 ⎪
⎪ x=−
⎪
⎨ 5 ⎪
⎨ 5
⎪ y−t=0 →⎪ y =t .
⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎩ ⎪
⎩
z−t=0 z=t
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
�� ��
t
Assim, a solução geral do sistema é − , t, t, t , com t �= 0. Portanto, os autovetores associados
5 �� ��
1
ao autovalor λ = 0 é o subespaço gerado pela base A(0) = − , 1, 1, 1 .
5
Av = λv
⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 5 −2 1 2 ⎟⎜ x ⎟ ⎜ x ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 3 −6 3 ⎟ ⎜ y ⎟ ⎜ y ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ = 3⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 0 5 −5 ⎟ ⎜ z ⎟ ⎜ z ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠
0 0 0 0 t t
logo,
⎧ ⎧ ⎡ ⎤
⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎪ 5x − 2y + z + 2t = 3x ⎪
⎪ 2x − 2y + z + 2t = 0 ⎢ 2 −2 1 2 0 ⎥
⎨ ⎨ ⎢ ⎥
.
⎪ 3y − 6z + 3t = 3y → ⎪ −6z + 3t = 0 → ⎢ 0 0 −6 3 . 0 ⎥
⎢ . ⎥
⎪
⎪ ⎪
⎪ ⎣ ⎦
⎪
⎩ ⎪
⎩
5z − 5t = 3z 2z − 5t = 0 0 0 2 −5 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 1 −1 1/2 1 0 ⎥ ⎢ 1 −1 0 5/4 0 ⎥ ⎢ 1 −1 0 0 0 ⎥
⎢ . ⎥ ⎢ . ⎥ ⎢ . ⎥
⎢
→⎢ 0 0 ⎥ ⎢
1 −1/2 .. 0 ⎥ → ⎢ 0 0 1 −1/2 .. 0 ⎥ → ⎢ 0 0 1 0 .. 0 ⎥
⎥ ⎢
⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 0 1 −5/2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0
Polinômio Característico
210 UNIDADE V
⎧ ⎧
⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎪ x−y =0 ⎪
⎪ x=y
pA = pC = 3 ⎨ ⎨
→ → z=0 → z=0 .
⎪
⎪ ⎪
⎪
n = 4 (SPI) ⎪
⎪ ⎪
⎪
⎩ t=0 ⎩ t=0
Logo, o conjunto solução desse sistema é {(y, y, 0, 0); y ∈ R} e, portanto, seus autovetores são da
forma v = (y, y, 0, 0) com y ∈ R∗ . Observe que para v = (y, y, 0, 0) tem-se Av = 3v (Verifique!).
Av = λv
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
isto é, ⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ 5 −2 1 2 ⎟⎜ x ⎟ ⎜ x ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 3 −6 3 ⎟ ⎜ y ⎟ ⎜ y ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ = 5⎜ ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ 0 0 5 −5 ⎟⎜ z ⎟ ⎜ z ⎟
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠
0 0 0 0 t t
equivalente a
⎧ ⎧ ⎡ ⎤
⎪
⎪ ⎪
⎪
⎪
⎪ 5x − 2y + z + 2t = 5x ⎪
⎪ −2y + z + 2t = 0 ⎢ 0 −2 1 2 0 ⎥
⎨ ⎨ ⎢ ⎥
→ → ⎢ .. ⎥
⎪ 3y − 6z + 3t = 5y ⎪ −2y − 6z + 3t = 0 ⎢ 0 −2 −6 3 . 0 ⎥
⎪
⎪ ⎪
⎪ ⎣ ⎦
⎪
⎩ ⎪
⎩
5z − 5t = 5z −5t = 0 0 0 0 −5 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
⎢ 0 1 −1/2 −1 0 ⎥ ⎢ 0 1 −1/2 −1 0 ⎥
⎢ .. ⎥ ⎢ .. ⎥
→⎢
⎢ 0 1 3 −3/2 . 0 ⎥⎥ → ⎢
⎢ 0 0 7/2 −1/2 . 0 ⎥
⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0 0 0 1 0 0 0 0 1 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎧
⎪
⎪
⎢ 0 1 −1/2 0 0 ⎥ ⎢ 0 1 0 0 0 ⎥ pA = pC = 3 ⎪ y=0
⎪
⎨
⎢ . ⎥ ⎢ . ⎥
⎢
→⎢ 0 0 1 −1/7 .. 0 ⎥ → ⎢ 0 0 1 0 .. 0 ⎥
⎥ ⎢ en=4 → z=0 .
⎥ ⎪
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎪
⎪
⎪
⎩ t=0
0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 (SPI)
Assim, a solução deste sistema é {(x, 0, 0, 0) ; x ∈ R}, e, portanto, seu autovetor é v = (x, 0, 0, 0)
com x �= 0.
AUTOVALORES E AUTOVETORES
211
entanto de forma mais simples, como uma matriz diagonal? Veremos que, em alguns casos, isso é
possı́vel.
Exemplo 15: Seja T : R2 → R2 definida por T (x, y) = (y, x), verifique se T é diagonalizável.
⎡ ⎤
⎢ 0 1 ⎥
Temos que T pode ser representada pela matriz A = ⎣ ⎦ cujo polinômio caracterı́stico
1 0
p(λ) = λ2 − 1, com autovalores λ1 = −1, λ2 = 1, autovetores não nulo v1 = (−y, y) e v2 = (x, x).
Assim, temos as seguintes bases para esses autoespaços, A(−1) = {(−1, 1)} e A(1) = {(1, 1)}.
Agora, note que o conjunto B = {(−1, 1), (1, 1)} é linearmente independente, e portanto, uma
base formada pelos autovetores de T . Além disso, elementos da imagem B pelo operador linear
podem ser escritos como combinação desses vetores, isto é,
Diagonalização de Operadores
212 UNIDADE V
Teorema: Dado um operador linear T : V → V , se seus autovalores são distintos, então, seus
autovetores associados formam um conjunto LI.
Exemplo 16: Seja T : R2 → R2 uma transformação linear definida por T (x, y) = (x, 4x − 2y),
verifique se T é diagonalizável.
⎡ ⎤
⎢ 1 0 ⎥
Temos que A = ⎣ ⎦, logo, p(λ) = (1 − λ)(−2 − λ). Como λ1 = −2 e λ2 = 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4 −2
� �
3y
são autovalores distintos, então, seus autovetores v1 = (0, y) e v2 = , y são LI, ou seja,
� � �� 4
3
B = (0, 1), ,1 é base. Assim, fazendo a combinação linear, temos:
4
� �
3
T (0, 1) = (0, −2) = −2(0, 1) + 0 ,1
4
� � � � � �
3 3 3
T ,1 = ,1 = 0 (0, 1) + 1 ,1 .
4 4 4
Portanto, a matriz T em relação a base B é
⎡ ⎤
⎢ −2 0 ⎥
[T ]B = ⎣ ⎦.
0 1
É interessante observar que essa é uma matriz diagonal e que os elementos da sua diagonal principal
são os autovalores do operador T .
AUTOVALORES E AUTOVETORES
213
Exemplo 17: Seja T : R2 → R2 um operador linear definido por T (x, y) = (x, 2x + y), verifique
se T é diagonalizável.
⎛ ⎞
⎜ 1 0 ⎟
Sua matriz é dada por A = ⎝ ⎠ cujo polinômio caracterı́stico é p(λ) = (1 − λ)2 , logo,
2 1
seu autovalor é λ = 1 com multiplicidade algébrica igual a 2. Agora, seu autovetor é v = (0, y),
ou seja, v = y(0, 1), logo, sua multiplicidade geométrica é igual a 1. Assim, uma base para esse
autoespaço A(1) = {(0, 1)}, com dimensão igual a 1. Como dim V = dim R2 = 2, logo, precisamos
de dois vetores LI para formar uma base para R2 , portanto, T não é diagonalizável.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Corolário: Uma matriz quadrada A de ordem n é diagonalizável se, e somente se a soma das mul-
tiplicidades algébricas dos autovalores de A é igual a n, e as multiplicidades algébrica e geométrica
de cada autovalor de A coincidem.
Exemplo 18: Seja T : R3 → R3 um operador linear definido por T (x, y, z) = (x + y, −y, z),
verifique se T é diagonalizável.
⎡ ⎤
⎢ 1 1 0 ⎥
⎢ ⎥
A matriz dessa transformação é dada por A = ⎢ 0 −1 0 ⎥
⎢
⎥, segue que seu polinômio
⎣ ⎦
0 0 1
caracterı́stico é p(λ) = (1−λ)2 (−1−λ), logo, temos que λ1 = −1 é um autovalor com multiplicidade
algébrica igual a 1, e λ2 = 1 é um autovalor com multiplicidade algébrica igual a 2. Como a soma
das suas multiplicidades é igual a 3 e coincide com a ordem dessa matriz, conforme corolário, só
falta verificar se as multiplicidades algébricas e geométricas coincidem para cada autovalor.
� y �
Para o autovalor λ1 = −1 (multiplicidade 1), temos o autovetor v1 = − , y, 0 =
� � 2
1
y − , 1, 0 cuja multiplicidade geométrica é igual a 1 (dimensão da base desse autovetor). Assim,
2
para esse autovalor, suas multiplicidades são iguais (*).
Diagonalização de Operadores
214 UNIDADE V
��
� �
1
É fácil verificar que o conjunto dos autovetores B = − , 1, 0 , (1, 0, 0), (0, 0, 1) é
2
linearmente independente, logo, é uma base para R . Escreveremos as imagens desses vetores pela
3
transformação linear T como combinação linear desses autovetores que compõem essa base B, ou
seja, � � � � � �
1 1 1
T − , 1, 0 = , −1, 0= −1 − , 1, 0 + 0(1, 0, 0) + 0(0, 0, 1)
2 2 2
� �
1
T (1, 0, 0) = (1, 0, 0) = 0 − , 1, 0 + 1(1, 0, 0) + 0(0, 0, 1)
2
� �
1
T (0, 0, 1) = (0, 0, 1) = 0 − , 1, 0 + 0(1, 0, 0) + 1(0, 0, 1)
2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Portanto, a matriz diagonal procurada é
⎡ ⎤
⎢ −1 0 0 ⎥
⎢ ⎥
[T ]B = ⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 ⎥.
⎣ ⎦
0 0 1
AUTOVALORES E AUTOVETORES
215
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, definimos conceitos essenciais para o estudo da Álgebra Linear. As noções
de autovetor e autovalor de uma transformação linear (ou matriz) são fundamentais, por exemplo,
em Fı́sica Atômica, porque os nı́veis de energia dos átomos e moléculas são dados por autovalores
de determinadas matrizes. Também o estudo dos fenômenos de vibração, análise de estabilidade
de um avião e muitos outros problemas de Fı́sica levam à procura de autovalores e autovetores de
matrizes. Autovalores e autovetores também são utilizados na resolução de sistemas de equações
diferenciais, e muitas situações fı́sicas são descritas por um sistema de equações diferenciais. Você
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
terá conhecimento de equações diferenciais mais adiante no curso, nas disciplinas de Cálculo. Outra
aplicação importante desses conceitos é a classificação de cônicas e quádricas em que autovalores e
autovetores são usados para normalizar formas quadráticas. Mais especificamente, elas são usadas
para encontrar mudanças de referencial que permitem identificar quais as figuras geométricas que
representam certas equações no plano e no espaço.
Podemos ver que os conteúdos estudados neste curso são aplicados em diversas áreas da ciên-
cia. Procuramos formalizar os conceitos matemáticos e sugerimos ao(à) leitor(a) que, na sequência
de seus estudos, quando se deparar com situações-problema envolvendo a Álgebra Linear. Lembre-
se de que existe todo um embasamento teórico para justificar e resolvê-las quando possı́vel.
Assim, finalizamos nosso estudo da Álgebra Linear. Perceba que em todo nosso estudo, ao
tentar resolver os problemas, recaı́mos na resolução de sistemas de equações lineares, homogêneo
ou não. Portanto, é nessa disciplina que formalizamos esses conceitos, no entanto suas aplicações
abrangem outras disciplinas, tais como geometria analı́tica, cálculo, análise, linguagem computa-
cional, fı́sica, entre outros.
Considerações Finais
216
ATIVIDADE DE ESTUDO
⎡ ⎤
⎢ 1 0 ⎥
1) Dada a matriz A = ⎣ ⎦, assinale qual dos vetores a seguir é um autovetor associado ao
3 4
autovalor λ = 4.
a) v = (3, 2).
b) v = (1, 1).
c) v = (0, π).
d) v = (−1, 2).
e) v = (0, 0).
⎡ ⎤
⎢ 0 1 ⎥
2) Se v = (3, 6) é um autovetor da matriz A = ⎣ ⎦, então, o autovalor correspondente a
−2 3
ele é:
a) λ = 0
b) λ = 1
c) λ = 2
d) λ = 3
e) λ = 4
4) Seja T : R2 → R2 uma transformação linear definida por T (x, y) = (x, 3x + 4y). Dentre os
vetores a seguir, o único vetor que não é autovetor desse operador linear é:
a) v = (2, −2).
b) v = (−10, 10).
c) v = (0, π).
d) v = (0, 5).
e) v = (3, 3).
217
⎡ ⎤
⎡ ⎤
⎡ ⎤ ⎢ 1 0 0 0 ⎥
1 0 2 ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ 2 1 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ 0 2 0 7 ⎥
a) A = ⎣ ⎦ b) B = ⎢ ⎥
⎢ −5 0 1 ⎥ c) C = ⎢
⎢
⎥
⎥
0 −3 ⎣ ⎦ ⎢ 0 0 −3 0 ⎥
⎢ ⎥
0 3 4 ⎣ ⎦
0 0 π 2
10) (ENADE 2008) Uma transformação linear T : R2 → R2 faz uma reflexão em relação ao eixo
horizontal, conforme mostrado na figura a seguir:
Essa transformação T
(a) é dada por T (x, y) = (−x, y).
(b) tem autovetor (0, −1) com autovalor associado igual a 2.
(c) tem autovetor (2, 0) com autovalor associado igual a 1.
(d) tem autovalor de multiplicidade 2.
(e) não é inversı́vel.
219
LEITURA COMPLEMENTAR
Um código de barras não é mais do que um número assinado ao produto para sua iden-
tificação, escrito de forma a permitir leitura rápida no caixa. Imediatamente abaixo das barras,
aparece o mesmo número escrito em algoritmos correntes, de forma que o leitor humano também
possa ler o número.
Se observamos um código de barras, notamos, imediatamente, que ele é formado por listras
brancas e pretas alternadas, de espessura variável. Há, na verdade, quatro espessuras possı́veis para
essas listras, que podem ser classificadas como finas, médias, grossas ou muito grossas. Utilizaremos
o sı́mbolo 0 para indicar uma listra branca fina, o sı́mbolo 00 para uma listra branca média, 000 para
uma listra branca grossa e 0000 para uma muito grossa. Da mesma forma, representaremos por
1, 11, 111 e 1111 uma listra preta fina, média, grossa ou muito grossa, respectivamente. Assim,
as primeiras quatro listras da figura (sem contar, é claro, as listras que servem de limite e que
aparecem mais compridas na figura), que são uma listra branca grossa, uma preta média, uma
branca fina e uma preta fina, respectivamente, podem ser representadas pela sequência 0001101.
Há dois tipos de códigos, o UPC-A e EAN-13. No código EAN, há um dı́gito a cada código,
de modo a permitir a identificação do paı́s de origem do produto. Por exemplo, o código de barras
de todos os produtos produzidos no Brasil começa com a sequência 789, que é a que identifica o
paı́s.
No material disponibilizado neste link, são apresentadas duas aplicações de autovalores e au-
tovetores. A primeira surge naturalmente, na “Sequência de Fibonacci”, e a segunda aplicação
está relacionada ao site de busca da empresa Google.
<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/107651/302312.pdf?sequence=1>.
O link a seguir dá-nos acesso a uma página com vários exemplos de aplicações de Geometria
Analı́tica e Álgebra Linear às mais diversas áreas cientı́ficas e tecnológicas. Ela está aberta a
contribuições de professores, alunos, ex-alunos e profissionais.
<http://www.mat.ufmg.br/gaal/aplicacoes/aplicacoes.html>.
No próximo site, é apresentado uma aplicação da diagonalização de matrizes, que pode ser
usada na “Identificação das Cônicas” cujas equações não estão na forma padrão.
<http://www.alexbrasil.com.br/ upload/660b7516b36f7b0a5dd315f120544dad.pdf>.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
Referências
ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2008.
BOLDRINI, J. M. et al. Álgebra linear. 3. ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
CALLIOLI, C. A. et al. Álgebra linear e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atual, 1990.
HOFFMAN, K.; KUNZE, R. Álgebra linear. Traduzido por Adalberto P. Bergamasco. São
Paulo: Polı́gono, 1970.
LIPSCHUTZ, S. Álgebra linear. 4. ed. Traduzido por Dr. Carlos Ivo Doering. Porto Alegre:
Bookman, 2011. Tradução da 4. ed. norte-americana - All Tasks. (Coleção Schaum)
STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Álgebra linear. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1987.
STRANG, G. Álgebra linear e suas aplicações. São Paulo: Cengage Learning, 2013. Tradução
da 4. ed. norte-americana - All Tasks.
#Referências on-line#
1 Em <http://mat.ufg.br/bienal/2006/mini/polcino.pdf>. Acesso em: 21 maio 2018.
#Referências on-line#
GABARITO 223
GABARITO
Unidade V
1) Alternativa (c) 7)
2) Alternativa (c) a) Para λ1 = −1, temos v1 = (−y, y) com y �= 0,
3) ⎡ ⎤ ⎡ ⎤ para λ2 = 2, temos v2 = (2y, y) com y �= 0.
Caro(a) leitor(a), escrever esse livro sobre Álgebra Linear foi um grande desafio, visto a
enorme responsabilidade, por se tratar de uma das bases da matemática do Ensino Superior, e
também de extrema importância para as mais diversas áreas de conhecimento, das ciências exatas
e engenharias.
Na Unidade III fizemos um estudo dos espaços vetoriais, combinação lineares (LI e LD)
e subespaços vetoriais. Assim, quando estudamos situações envolvendo equações e sistemas line-
ares, na realidade, estamos procurando espaços ou subespaços vetoriais, que são conjuntos com
caracterı́sticas próprias. E sobre esse subespaço, na Unidade IV definimos uma função especial
chamada transformação linear, que é simplesmente uma aplicação que associa dois conjuntos, mais
especificamente, espaços vetoriais. Consequentemente, assim como nos estudos das funções (con-
junto imagem e raı́zes), as transformações também têm conjuntos especiais, denominados núcleo
e imagem de uma transformação. Finalizamos nossos estudos com os autovalores, autovetores e
diagonalização de matrizes cujas aplicações surgem naturalmente em diversas áreas das ciências
exatas.
Espero que o livro apresentado aqui possa, de alguma maneira, ter contribuı́do para seu
aprendizado e, principalmente, tenha dado uma base sólida para continuidade dos seus estudos.