Livro Completo Direito Tributário
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Livro Completo Direito Tributário
PATRÍCIAÁDOSÁSANTOSÁOGA
morganizadoresL
Direito
TRIBUTÁRIO
estudosÁdeÁcasoÁlÁpareceres
AdrianaÁEstigara
KristianÁRodrigoÁPscheidt
AnaÁCarolineÁSerafimÁCardoso
SandraÁAparecidaÁLopesÁBarbonÁLewis
KRISTIAN RODRIGO PSCHEIDT
PATRÍCIA DOS SANTOS OGA
(organizadores)
DIREITO TRIBUTÁRIO:
ESTUDOS DE CASOS E PARECERES
Curitiba – 2016
Instituto Educiens
1
Copyright ©
Educiens – Instituto Social de Educação e Pesquisa Científico-Profissional
do Brasil
Título:
Direito Tributário: estudos de casos e pareceres
I. Título.
CDD 341.2
2
APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO
Os organizadores.
3
4
INTRODUÇÃO AO VOLUME DE DIREITO
TRIBUTÁRIO
5
A complexidade e medo do Fisco implica que, não raras vezes,
são recolhidos valores que não necessitariam de pagamento, ou são
calculados sobre verbas que não deveriam compor a base de cálculo.
6
SOBRE OS AUTORES
8
SUMÁRIO
PARECERES ........................................................................... 11
Desoneração da folha de pagamento de salários: Contribuição
previdenciária sobre verbas de natureza indenizatória ....................... 13
A Lei nº. 12.973/2014 e o alargamento da base de cálculo do PIS
e da COFINS: Reflexos e possíveis questionamentos ........................ 25
Análise tributária e aduaneira sobre o perdão de dívida..................... 51
Imposto de renda retido na fonte ........................................................ 57
Benefício fiscal – Estoque .................................................................. 77
Benefício fiscal – Gráfica ................................................................... 81
Imunidade do ICMS na energia elétrica para entidades sem fins
lucrativos ............................................................................................ 87
Recuperação de tributos em caso de pena de perdimento de
mercadoria .......................................................................................... 95
Pedido de recuperação de tributos: Perdimento de mercadoria ........ 105
Creditamento de ICMS-ST no PIS e COFINS no regime não
cumulativo ........................................................................................ 113
11
12
DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO DE
SALÁRIOS:
Contribuição previdenciária sobre verbas de natureza
indenizatória
RESUMO
Objetiva o presente parecer esclarecer a Consulente quanto à possibilidade de
desoneração da folha de pagamento de salários via propositura de demanda
judicial hábil a questionar a incidência de contribuição social previdenciária
sobre verbas de natureza indenizatória, bem como a orientar os procedimentos
cabíveis para tanto.
1 PARECER
1
Valores considerados como “salário” pela autoridade Requerida ante
equivocada exegese do artigo 60, § 3º, da Lei nº 8.213/91.
2
IN RFB nº 971/2009, artigo 56, parágrafo único: “O salário-maternidade é
base de cálculo para a contribuição do empregador, observado o disposto no
artigo 91.”
3
IN RFB nº 971/2009, artigo 57, § 8º: “A remuneração adicional de férias de
que trata o inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal integra a base de
cálculo, no mês a que ela se referir, mesmo quando pagas antecipadamente
na forma da legislação trabalhista”
14
Desoneração da folha de pagamento de salários: Contribuição...
PRIMEIROS QUINZE DIAS DO AUXILIO-DOENÇA.
NÃO-INCIDÊNCIA. PRECEDENTES.
1. É dominante no STJ o entendimento segundo o qual
não é devida a contribuição previdenciária sobre a
remuneração paga pelo empregador ao empregado,
durante os primeiros dias do auxilio doença, à
consideração de que tal verba, por não consubstanciar
contraprestação a trabalho, não tem natureza salarial.
2. Recurso especial provido.4
[sem grifos no original]
TRIBUTÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. RECURSO
ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
AUXILIO-DOENÇA.
1. O empregado afastado por motivo de doença, não
presta serviço e, por isso, não recebe salário, mas,
apenas uma verba de caráter previdenciário de seu
empregador, durante os primeiros 15 (quinze) dias. A
descaracterização da natureza salarial da citada verba
afasta a incidência da contribuição previdenciária
precedentes.
Recurso especial provido.”5[sem grifos no original]
4
STJ, 1ª Turma, REsp 550.473-RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI,
v.u., DJ de 26.09.2005.
5
STJ, 2ª Turma, REsp 735.199-RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, v.u., DJ
de 10.10.2005
15
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
6
AL n. 2001.05.00.047834-4, Rel. Des. Fed. PAULO ROBERTO DE
OLIVEIRA LIMA, v.u.,j. 18.05.2002
16
Desoneração da folha de pagamento de salários: Contribuição...
Previdenciária, não havendo razoabilidade para a exceção
estabelecida no art. 28, § 9o., a da Lei 8.212/91.
5. O Pretório Excelso, quando do julgamento do AgRg
no AI 727.958/MG, de relatoria do eminente Ministro
EROS GRAU, DJe 27.02.2009, firmou o entendimento
de que o terço constitucional de férias tem natureza
indenizatória. O terço constitucional constitui verba
acessória à remuneração de férias e também não se
questiona que a prestação acessória segue a sorte das
respectivas prestações principais. Assim, não se pode
entender que seja ilegítima a cobrança de Contribuição
Previdenciária sobre o terço constitucional, de caráter
acessório, e legítima sobre a remuneração de férias,
prestação principal, pervertendo a regra áurea acima
apontada.
6. O preceito normativo não pode transmudar a natureza
jurídica de uma verba. Tanto no salário-maternidade
quanto nas férias usufruídas, independentemente do
título que lhes é conferido legalmente, não há efetiva
prestação de serviço pelo Trabalhador, razão pela
qual, não há como entender que o pagamento de tais
parcelas possuem caráter retributivo.
Consequentemente, também não é devida a
Contribuição Previdenciária sobre férias usufruídas.
7. Da mesma forma que só se obtém o direito a um
benefício previdenciário mediante a prévia contribuição, a
contribuição também só se justifica ante a perspectiva da
sua retribuição futura em forma de benefício (ADI-MC
2.010, Rel. Min. CELSO DE MELLO); dest'arte, não há de
incidir a Contribuição Previdenciária sobre tais verbas.
8. Parecer do MPF pelo parcial provimento do Recurso
para afastar a incidência de Contribuição Previdenciária
sobre o salário-maternidade.
9. Recurso Especial provido para afastar a incidência de
Contribuição Previdenciária sobre o salário-maternidade
e as férias usufruídas.7 [grifos nossos]
7
STJ. REsp 1322945/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/02/2013, DJe 08/03/2013
17
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
8
STJ. AgRg no AREsp 223988/PE, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES
LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/05/2013, DJe 09/05/2013.
9
Decisão que cujo raciocínio também se estende aos auxílios doença e acidente
e salário-maternidade.
10
TRF 2ª R., 5ª T., AC nº 113.734, Rel. Des. Fed. IVAN ATHIÉ, DJ de
19.06.2001
18
Desoneração da folha de pagamento de salários: Contribuição...
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO-
MATERNIDADE. REMUNERAÇÃO DE FÉRIAS
GOZADAS. NATUREZA SALARIAL. INCIDÊNCIA.
AVISO PRÉVIO INDENIZADO. NATUREZA
INDENIZATÓRIA. NÃO INCIDÊNCIA.
PRECEDENTES.
[...]
3. O valor pago ao trabalhador a título de aviso prévio
indenizado, por não se destinar a retribuir o trabalho e
possuir cunho indenizatório, não está sujeito à
incidência da contribuição previdenciária sobre a
folha de salários. Precedentes do STJ.
4. Agravos Regimentais não providos.11 [grifos nossos]
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO
REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
NÃO INCIDÊNCIA. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. Não incide contribuição previdenciária sobre os
primeiros 15 dias do pagamento de auxílio-doença e
sobre o aviso prévio, ainda que indenizado, por
configurarem verbas indenizatórias. Precedentes do
STJ.
2. Agravo regimental não provido.12 [sem grifos no
original]
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL.
TRIBUTÁRIO. AVISO PRÉVIO INDENIZADO.
NATUREZA INDENIZATÓRIA. CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA. NÃO INCIDÊNCIA.
PRECEDENTES DO STJ. VERBETE N. 83 DA
SÚMULA DO STJ.
- Conforme jurisprudência assente nesta Corte, o aviso
prévio indenizado possui natureza indenizatória, não
incidindo sobre ele contribuição previdenciária.
Agravo regimental improvido.13 [sem grifos no original]
11
STJ. AgRg nos EDcl no AREsp 135.682/MG, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 29/05/2012, DJe 14/06/2012
12
STJ. AgRg no AREsp 231.361/CE, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES
LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/12/2012, DJe 04/02/2013
13
STJ. AgRg no REsp 1220119/RS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA,
SEGUNDA TURMA, julgado em 22/11/2011, DJe 29/11/2011
19
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
2 PROCEDIMENTO
CONCLUSÃO
21
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
22
Desoneração da folha de pagamento de salários: Contribuição...
23
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
24
A LEI Nº. 12.973/2014 E O ALARGAMENTO DA BASE
DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS:
Reflexos e possíveis questionamentos
RESUMO
A MP nº. 627/2013 foi convertida na Lei nº. 12.973, em 13 de maio de 2014.
Como esta lei altera a legislação tributária federal relativa ao IRPJ, à CSLL, à
COFINS, revoga o Regime Tributário de Transição (RTT), deseja a Consulente
obter resposta às seguintes questões: (a) quais são as mudanças promovidas no
conceito de receita bruta? Essas alterações são legais e constitucionais? Há
possibilidade de questionamento? (b) quais são os reflexos das alterações na
tributação do PIS e da COFINS com relação à receita bruta e demais receitas?
(c) no que tange à tributação do PIS e da COFINS sobre bonificações recebidas,
como são outras receitas, devem ser tributadas? E como são produto de revenda
serão tributadas na venda novamente? Adverte-se inicialmente que a solução
de muitas questões ficará a cargo dos novos Regulamentos, que em breve
serão publicados, bem como da interpretação que será declarada pela
Receita Federal do Brasil, dispondo-se esta Consultoria a entregar Parecer
Complementar assim que estes novos normativos forem publicados.
25
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; PSCHEIDT, K. R.
27
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; PSCHEIDT, K. R.
28
A Lei nº. 12.973/2014 e o alargamento da base de cálculo do PIS...
29
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; PSCHEIDT, K. R.
30
A Lei nº. 12.973/2014 e o alargamento da base de cálculo do PIS...
RECEITA BRUTA
( - ) Devoluções e vendas canceladas
( - ) Descontos concedidos incondicionalmente
( - ) Tributos sobre ela incidentes
( - ) Valores decorrentes do ajuste a valor presente das operações vinculadas à
receita bruta
= RECEITA LÍQUIDA
RECEITA BRUTA
(i) Produto da venda de bens nas operações de conta própria;
(ii) O preço da prestação de serviços em geral;
(iii) O resultado auferido nas operações de conta alheia; e
(iv) Receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não
compreendidas nos itens (i) a (iii).
NÃO SE INCLUEM
Os tributos não cumulativos cobrados, destacadamente, do comprador ou
contratante, pelo vendedor dos bens ou pelo prestados dos serviços na condição
de mero depositário.
32
A Lei nº. 12.973/2014 e o alargamento da base de cálculo do PIS...
[...]
III – do IPI;
IV – do ICMS, quando destacado em nota fiscal e
cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos
serviços na condição de substituto tributário;
[...]
33
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; PSCHEIDT, K. R.
34
A Lei nº. 12.973/2014 e o alargamento da base de cálculo do PIS...
14
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Revista Fórum de Direito Tributário nº.
28.
38
A Lei nº. 12.973/2014 e o alargamento da base de cálculo do PIS...
40
A Lei nº. 12.973/2014 e o alargamento da base de cálculo do PIS...
(RE 574706 RG, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA,
julgado em 24/04/2008, DJe-088 DIVULG 15-05-2008
PUBLIC 16-05-2008 EMENT VOL-02319-10 PP-02174)
45
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; PSCHEIDT, K. R.
48
A Lei nº. 12.973/2014 e o alargamento da base de cálculo do PIS...
CONCLUSÕES
50
ANÁLISE TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA SOBRE O
PERDÃO DE DÍVIDA
RESUMO
Trata-se de parecer que analisa a incidência tributária de eventual emissão de
instrumento de quitação parcial dos débitos havidos entre matriz estrangeira e
empresa filial brasileira, diminuindo-se assim o passivo verificado nos balanços
contábeis da filial.
1 PARECER
51
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.
16
Cf. Miguel Delgado Gutierrez. O perdão de dívida e sua tributação pelo
imposto de renda. Revista Dialética, n. 221, fev 2014. p. 93.
52
Análise tributária e aduaneira sobre o perdão de dívida
EMENTA: BASE DE CÁLCULO. PERDÃO DE
DÍVIDA. CRÉDITO DE SÓCIO.
Constitui receita da pessoa jurídica devedora a
importância correspondente ao perdão de dívida, não
havendo previsão legal para sua exclusão do lucro líquido
para efeito de apuração da base de cálculo da CSLL.
ABSORÇÃO DE PREJUÍZOS. DÉBITO À CONTA DE
SÓCIOS.
Não se confunde o perdão de dívida com a absorção de
prejuízos apurados na escrituração comercial, mediante
débito à conta de sócios e crédito diretamente na conta de
prejuízos acumulados.
53
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.
54
Análise tributária e aduaneira sobre o perdão de dívida
CONSIDERAÇÕES FINAIS
55
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.
56
IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE
RESUMO
Objetiva o presente parecer esclarecer a Consulente quanto ao alcance do direito
dos Municípios à retenção do Imposto de Renda na Fonte (IRRF) e sobre a
possibilidade da receita resultante ser a ela destinada.
1 PARECER
17
SILVA, Ricardo Almeida Ribeiro da. Imposto de Renda na Fonte da
titularidade dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios – alcance,
limites e instrumentalidade. São Paulo: Revista Dialética de Direito
Tributário, nº. 219, p. 149.
18
SILVA, Ricardo Almeida Ribeiro da. Imposto de Renda na Fonte da
titularidade dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios – alcance,
limites e instrumentalidade. São Paulo: Revista Dialética de Direito
Tributário, nº. 219, p. 150.
59
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
definição das hipóteses de retenção e muito menos de
“distribuição” aos ditames da lei federal.
[sem grifo no original]
63
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
Cabe alertar, ainda, que nos termos do art. 13, § 2º, do mesmo
Decreto, “constitui ato de improbidade administrativa, nos termos do
disposto no art. 10, inciso XV, da Lei no 8.429, de 2 de junho de
1992, celebrar contrato de rateio sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas em Lei”.
No mais, uma vez celebrados novos contratos de rateio ou
efetivados os aditivos, “é vedada a aplicação dos recursos entregues
por meio de contrato de rateio, inclusive os oriundos de
transferências ou operações de crédito, para o atendimento de
64
Imposto de renda retido na fonte
19
Disponível em: <http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/legislacao/download/
contabilidade/Manual_Procedimentos_RecPublicas.pdf>. Acesso em 26
março 2014.
67
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
D – Consignação do Imposto de Renda Retido na
Fonte ---------------------------------------------------2.000,00
C – Receita Tributária – IRRF -------------------2.000,00
CONCLUSÕES
69
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
ANEXO I
Parecer Normativo nº 2, de 18 de maio de 2012
DOU de 2.7.2012
IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER
NATUREZA. IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA.
A competência atribuída à União para instituir o Imposto sobre a Renda,
nos termos do inciso III do art. 153 da Constituição Federal, confere a
essa pessoa política, em caráter exclusivo, o poder de legislar sobre o
referido imposto.
Embora a Constituição Federal, no inciso I do art. 157 e no inciso I do
art. 158, destine aos estados, Distrito Federal e municípios o produto da
arrecadação do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte sobre
rendimentos pagos a qualquer título, estes não têm competência para
legislar sobre hipóteses de incidência, restringindo-se sua atividade à
aplicação da legislação federal que disciplina o referido imposto.
Dispositivos Legais: Constituição Federal de 1988, arts. 153, inciso III,
157, inciso I, 158, inciso I, e 159, inciso I; Lei nº 5.172, de 25 de outubro
de 1966 - Código Tributário Nacional, arts. 6º a 8º; Lei nº 9.430, de 27
de dezembro de 1996 , art. 64; Instrução Normativa SRF nº 480, de 15 de
dezembro de 2004 ; Instrução Normativa RFB n° 1.234, de 11 de janeiro
de 2012.
Relatório
Dúvidas têm sido suscitadas por unidades da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) acerca da
legalidade da edição, por alguns estados e municípios da federação, de atos normativos determinando
aos órgãos da respectiva administração - direta e indireta - a retenção do Imposto sobre a Renda
Retido na Fonte (IRRF) sobre pagamentos efetuados por esses órgãos às pessoas jurídicas, pelo
fornecimento de bens e pela prestação de serviços em geral.
2. Trata-se, na espécie, da tributação prevista no art. 64 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996,
atualmente regulamentado pela Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de 2012.
3. Na situação descrita, estados e municípios editaram atos normativos determinando aos órgãos da
administração direta e indireta que procedam à retenção do IRRF sobre os pagamentos que
efetuarem, às pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens e pela prestação de serviços em geral, nos
exatos termos disciplinados pela Instrução Normativa SRF nº 480, de 15 de dezembro de 2004, então
vigente (atualmente Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 2012).
3.1. Os atos editados por estados e municípios estão fundamentados nos arts. 157, inciso I, e 158,
inciso I, da Constituição Federal de 1988 (CF).
Fundamentos
4. Preliminarmente, apresenta-se o que dispõe o art. 64 da Lei nº 9.430, de 1996:
“Art. 64. Os pagamentos efetuados por órgãos, autarquias e fundações da administração pública
federal a pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços, estão sujeitos à
incidência, na fonte, do imposto sobre a renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, da
contribuição para seguridade social - COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP.”
5. Regulamentando a matéria, a Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 2012, determinou que os
órgãos da administração federal direta, as autarquias, as fundações federais, as empresas públicas, as
sociedades de economia mista e as demais entidades em que a União, direta ou indiretamente detenha
a maioria do capital social sujeito a voto, e que recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam
obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira no Sistema Integrado de Administração
Financeira do Governo Federal (Siafi), deverão efetuar a retenção do IRRF, da Contribuição Social
70
Imposto de renda retido na fonte
sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), nos pagamentos efetuados pelo
fornecimento de bens e pela prestação de serviços em geral, inclusive obras, a tais pessoas jurídicas.
5.1. Como se pode observar, a obrigatoriedade de retenção em comento cabe aos órgãos, autarquias,
fundações e entidades da administração pública federal, não se estendendo aos entes das
administrações dos estados, Distrito Federal e municípios.
6. A expressão “competência tributária” pode ser definida como sendo a parcela do poder de tributar
conferida pela Constituição a cada ente político para criar tributos, ou, nas palavras de Roque
Antônio Carraza, “é a possibilidade de criar, in abstracto, tributos, descrevendo, legislativamente,
suas hipóteses de incidência, seus sujeitos ativos, seus sujeitos passivos, suas bases de cálculo e suas
alíquotas. Como corolário disto, exercitar a competência é dar nascimento, no plano abstrato, a
tributos.” (Curso de Direito Constitucional Tributário. 26 ed. revista, ampliada e atualizada até a
Emenda Constitucional nº 64/2010. São Paulo: Malheiros editores, 2010, pp.513 e 514)
6.1. Ainda, o mesmo autor acrescenta que “o titular da competência tributária não pode nem
substancialmente modificá-la, nem aliená-la, nem renunciá-la. Admite-se, todavia, que a deixe de
exercitar, que a exercite apenas em parte ou que, após exercitá-la, venha a perdoar o débito tributário
nascido ou permitir que ele seja saldado em prestações sucessivas. Tudo com base em lei”. (Curso de
Direito Constitucional Tributário. São Paulo: Malheiros Editores. 27ª ed., p. 535)
6.2. Uma vez exercida a competência tributária, o que se tem é a denominada “capacidade tributária
ativa” - direito de arrecadar o tributo instituído com base na competência tributária, após a ocorrência
do fato gerador.
7. A autonomia das entidades federativas, decorrente do princípio federativo, pressupõe a repartição
de competências para o exercício e desenvolvimento de sua atividade normativa. Os arts. 153, 155 e
156 da Constituição, sob as epígrafes “Dos impostos da União”, “Dos impostos dos Estados e do
Distrito Federal” e “Dos impostos dos Municípios”, estabeleceram a competência desses entes
políticos, além da competência residual da União, prevista no art. 154 da Carta Constitucional.
7.1. Assim, tem-se que a Carta Magna optou por um sistema de partilha de competências e de partilha
do produto advindo da arrecadação dos tributos (arts. 157 a 161, CF).
8. A competência privativa ou exclusiva é a atribuída específica e exclusivamente a um ente político.
Portanto, ocorre quando apenas uma pessoa política pode tributar determinado fato, excluindo-se a
competência dos demais entes, como no caso do imposto sobre a renda. Essa competência também é
excludente, uma vez que constitui uma obrigação negativa para as outras entidades, que não podem
invadir aquela área própria e privativa do ente político beneficiado.
9. A competência atribuída à União para instituir o imposto sobre a renda e proventos de qualquer
natureza, nos termos do art. 153, inciso III, da Constituição Federal, exclui a dos demais entes
políticos. Essa competência legislativa é ainda plena e indelegável, nos termos dos arts. 6º e 7º da Lei
nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional (CTN):
“Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa
plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas
Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas
jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido
atribuídos.
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da
Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa
jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito
público que a tenha conferido.
71
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo
ou da função de arrecadar tributos.
Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público
diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.”
9.1. Destaca-se que o parágrafo único do art. 6º do CTN é claro ao estabelecer que a repartição de
receitas em nada altera essa atribuição legislativa. Assim, a Carta Magna, ao dispor que compete à
União instituir impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza, não deu margem a qualquer
outro ente político para legislar sobre esse tributo, mesmo que a sua receita seja repartida. Destarte,
repartir receita tributária não significa repartir competências legislativas fixadas pela CF.
9.2. Todavia, embora a competência tributária seja indelegável, conforme dispõe o art. 7º do CTN, as
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária podem ser conferidas por uma pessoa jurídica de direito público
a outra.
10. Quanto à repartição das receitas tributárias, transcreve-se o que dispõem os artigos
correspondentes da CF:
“Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas
fundações que instituírem e mantiverem;
(...)
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas
fundações que instituírem e mantiverem;
(...)
Art. 159. A União entregará:
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre
produtos industrializados quarenta e oito por cento na seguinte forma: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 55, de 2007)
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito
Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo
com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade
dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do
mês de dezembro de cada ano; (incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
(...).”
11. Embora a Constituição Federal, nos arts. 157, inciso I, e 158, inciso I, destine aos estados, Distrito
Federal e municípios, o produto da arrecadação do IRRF sobre os rendimentos pagos por estes, a
qualquer título, estas pessoas políticas não têm competência para legislar sobre o imposto sobre a
renda, restringindo-se a sua atividade em aplicar a legislação federal que disciplina o referido
imposto.
11.1. Estados, Distrito Federal e municípios têm titularidade direta sobre o produto da arrecadação do
imposto incidente na fonte, vale dizer, do imposto que resultar da aplicação da legislação federal
pertinente ao rendimento pago. Como salienta Roque Carraza, op. cit.,
(…) em rigor, o que a Constituição faz é estipular que, na hipótese de ser criado o tributo, pela pessoa
política competente, o produto de sua arrecadação será total ou parcialmente destinado a outra pessoa
política. Evidentemente, se não houver o nascimento da relação jurídica tributária (prius), não poderá
surgir a relação financeira (posterius).
72
Imposto de renda retido na fonte
12. Estados, Distrito Federal e municípios não têm permissão constitucional ou legal para instituir
modalidades de incidência do IRRF. O art. 64 da Lei nº 9.430, de 1996, alcança apenas os órgãos da
administração pública federal. Na situação específica, a retenção indevida pode significar - caso não
haja compensação entre a União e os demais entes - perda de receita para alguns entes e ganhos
indevidos para outros, tendo em vista a repartição tributária de que cuida o art. 159 da Constituição.
13. Em reforço ao entendimento acima exposto, cabe apresentar uma breve reminiscência do instituto
que se aprecia:
13.1 Raimundo Valnê Brito Siebra (Aspectos fiscais relativos à repartição das receita do imposto de
renda: a retenção indevida do imposto na fonte pelos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Monografia apresentada no Curso de Especialização em Tributação da Universidade de Fortaleza no
ano de 2011) sustenta que a destinação do imposto de renda retido na fonte sobre os pagamentos
feitos pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, enquanto empregadores, nasceu com o CTN, na
forma descrita no inciso II e §§ 1º e 2º do seu art. 85:
“Art. 85. Serão distribuídos pela União:
(...)
II - aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, o produto da arrecadação, na fonte, do imposto
a que se refere o artigo 43, incidente sobre a renda das obrigações de sua dívida pública e sobre os
proventos dos seus servidores e dos de suas autarquias.
§ 1º Independentemente de ordem das autoridades superiores e sob pena de demissão, as autoridades
arrecadadoras dos impostos a que se refere este artigo farão entrega, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios, das importâncias recebidas, à medida que forem sendo arrecadadas, em prazo não
superior a 30 (trinta) dias, a contar da data de cada recolhimento.
§ 2º A lei poderá autorizar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a incorporar
definitivamente à sua receita o produto da arrecadação do imposto a que se refere o inciso II,
estipulando as obrigações acessórias a serem cumpridas por aqueles no interesse da arrecadação, pela
União, do imposto a ela devido pelos titulares da renda ou dos proventos tributados.”
13.2 Antes da publicação do Decreto-Lei nº 62, de 21 de novembro de 1966, o produto da
arrecadação do IRRF era entregue à União, que possuía um prazo para remeter os valores aos seus
destinatários. No entanto, o § 2º do artigo 85 do CTN, acima mencionado, já fazia previsão de lei que
autorizasse a incorporação imediata, por parte dos destinatários dos valores decorrentes dos
pagamentos feitos aos seus servidores, o que eliminaria o desnecessário repasse à União para
posterior devolução aos Estados, Distrito Federal e Municípios. Tal previsão se materializou por meio
do artigo 21 do Decreto Lei nº 62, de 1966, abaixo colacionado:
“Art 21. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão incorporar diretamente à sua receita
o produto de retenção na fonte do impôsto de renda incidente sôbre os proventos de seus servidores,
ou sôbre as obrigações de sua dívida pública, desde que se comprometam a comunicar, até 28 de
fevereiro de cada ano, à repartição competente do Ministério da Fazenda, em relação nominal, os
rendimentos pagos no ano anterior e o montante do impôsto retido de cada beneficiário, na forma
estabelecida no Regulamento.”
13.3 Posteriormente a norma foi incorporada ao texto constitucional, no § 1º do artigo 24 da
Constituição Federal de 1967:
“Art 24 - Compete aos Estados e ao Distrito Federal decretar impostos sobre:
(...)
§ 1º - Pertence aos Estados e ao Distrito Federal o produto da arrecadação do Imposto de renda e
proventos de qualquer natureza que, ele acordo com a lei federal, são obrigados a reter como fontes
pagadoras de rendimentos do trabalho e dos títulos da sua dívida pública.
(…)”
13.4 A Emenda Constitucional de nº 17, de 2 de dezembro de 1980, alterou o § 1º do art. 23 da
Constituição Federal de 1969, para fazer constar o seguinte texto:
“Art. 23 (…)
73
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
§ 1º - Pertence aos Estados e ao Distrito Federal o produto da arrecadação do imposto a que se refere
o item IV do art. 21, incidente sobre rendimentos do trabalho e de títulos da dívida pública por eles
pagos, quando forem obrigados a reter o tributo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 17, de
1980)
(…)” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 17, de 1980).
13.5 Atualmente, a norma que se comenta está inscrita nos termos do inciso I do art. 157 e do inciso I
do art. 158 da Constituição Federal de 1988, a seguir colacionados:
“Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas
fundações que instituírem e mantiverem;
(...)
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas
fundações que instituírem e mantiverem;
(…)”
13.6 A partir dessa reminiscência do direito dos Estados, Distrito Federal e Municípios sobre o
produto da arrecadação do IRRF sobre os pagamentos feitos, por esses entes federados, aos seus
empregados e servidores públicos (folha), fica claro que a regra sempre foi restrita aos valores
desembolsados pelos entes políticos enquanto empregadores;
13.7 Assim, fica demonstrada a improcedência da interpretação ampliativa que tem por objetivo
avançar sobre outras retenções do IRRF, à exemplo da prevista no artigo 64 da Lei nº 9.430, de 1996
e da Instrução Normativa SRF nº 480, de 2004, em benefício dos demais entes federados. A
legislação federal em vigor dá a devida dimensão ao instituto, mantendo a orientação nascida com a
redação do § 2º do artigo 85, do CTN, que, quando emprega a expressão: “rendimentos pagos, a
qualquer título”, quer se referir aos pagamentos feitos a título de salários, proventos, pensões, soldos,
subsídios, ou qualquer outra nomenclatura existente para designar pagamentos feitos pelas pessoas
jurídicas de direito público da administração direta, autarquias e fundações, aos seus servidores ou
empregados.
13.8 Esse entendimento, também é sustentado por Leandro Paulsen (Direito Tributário, Constituição
e Código Tributário Nacional à Luz da Doutrina e da Jurisprudência, Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 10ª ed., 2008, p. 629.), que afirma que:
“Os arts. 157, I, e 158, I, da CF dizem que pertencem aos estados e aos Municípios o produto da
arrecadação do imposto da União sobre a renda incidente na fonte sobre os rendimentos pagos aos
respectivos servidores. Cuida-se pois, de imposto de competência da União (art. 153, III, da CF), mas
cuja receita pretende aos Estados e Municípios. A União não perde, de modo algum, a competência
legislativa e regulamentadora, tampouco as funções de fiscalizar e exigir o pagamento quando não
tenha havido retenção.”
14. Portanto, é inconstitucional qualquer legislação publicada por Estados, Distrito Federal e
Municípios para permitir que esses entes promovam retenções sobre pagamentos feitos a pessoas
jurídicas por prestação de serviço ou venda de mercadorias, por tratar-se de usurpação da
competência exclusiva da União para legislar sobre os tributos sobre a renda prevista no inciso III do
art. 153 da Constituição Federal de 1988.
Conclusão
15. Em face do exposto, conclui-se que:
a) a competência atribuída à União para instituir o Imposto sobre a Renda, nos termos do inciso III do
art. 153 da Constituição Federal, confere a essa pessoa política, em caráter exclusivo, o poder para
legislar sobre o referido imposto;
b) embora a Constituição Federal, nos termos do inciso I no art. 157 e do inciso I do art. 158, destine
aos Estados, Distrito Federal e Municípios o produto da arrecadação do Imposto de Renda Retido na
74
Imposto de renda retido na fonte
Fonte sobre rendimentos pagos a qualquer título, esses entes não têm competência para legislar sobre
hipóteses de incidência, devendo apenas aplicar a legislação federal que disciplina o referido imposto.
À consideração superior.
DANUZA BENTO GONÇALVES
Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil
De acordo. À consideração do Coordenador da Copen e da Coordenadora da Cotir.
SÉRGIO AUGUSTO TAUFICK
Chefe da Dinog
RICARDO SILVA DA CRUZ
Chefe da DIRPJ
De acordo. À consideração do Coordenador-Geral da Cosit.
MIRZA MENDES REIS
Coordenadora da Copen
CLÁUDIA LUCIA PIMENTEL M SILVA
Coordenadora da Cotir
De acordo. Encaminhe-se ao Subsecretário de Tributação e Contencioso (Sutri), com proposta de
encaminhamento ao Secretário da Receita Federal do Brasil, para aprovação.
FERNANDO MOMBELLI
Coordenador-Geral da Cosit
De acordo. Encaminhe-se ao Secretário da Receita Federal do Brasil para aprovação.
SANDRO DE VARGAS SERPA
Subsecretário de Tributação e Contencioso (Sutri)
Aprovo. Publique-se no Diário Oficial da União.
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
Secretário da Receita Federal do Brasil
75
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
ANEXO II
76
BENEFÍCIO FISCAL – ESTOQUE
RESUMO
Esclarecer sobre a possibilidade de empresa que atua no ramo educacional
aproveitar-se do benefício contemplado pelo art. 8º da Lei nº. 10.753/2003, com
a redação dada pelo art. 85 da Lei nº. 10.833/2003, regulamentado pela
Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal nº. 412/2004.
1 OBJETO
77
LEWIS, S. B.; CARDOSO, A. C. S.
2 PARECER
79
LEWIS, S. B.; CARDOSO, A. C. S.
CONCLUSÕES
80
BENEFÍCIO FISCAL – GRÁFICA
RESUMO
Esclarecer sobre a possibilidade de unidade empresarial poder aproveitar-se do
benefício contemplado pelo art. 8º da Lei nº. 10.753/2003, com a redação dada
pelo art. 85 da Lei nº. 10.833/2003, regulamentado pela Instrução Normativa da
Secretaria da Receita Federal nº. 412/2004 na condição de EDITORA, bem
como sobre eventual risco de ser compelida a recolher contribuição social
previdenciária sobre o faturamento, em decorrência do disposto na Lei nº.
12.546/2011 e das alterações nos CNAEs relativos às atividades desempenhadas
por seus estabelecimentos.
1 OBJETO
2 PARECER
CONCLUSÕES
85
LEWIS, S. B.; CARDOSO, A. C. S.
86
IMUNIDADE DO ICMS NA ENERGIA ELÉTRICA
PARA ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS
RESUMO
O presente parecer analisa a possibilidade de requerer a restituição de ICMS
pagos nas faturas de energia elétrica por entidade sem fins lucrativos, diante da
imunidade tributária concedida pelo artigo 150, VI, “c” da Constituição.
1 PARECER
Porém, como ele fixa o preço dos produtos, na prática, ele repassa
esse montante para o consumidor. Trata-se de um tributo indireto, em
que a pessoa que arca com o ônus financeiro não é o contribuinte,
mas sim terceiro.
Essa situação mostra-se fundamental importância, na medida
em que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao julgar o REsp nº.
903394, considerou que o contribuinte de fato, consumidor, não teria
legitimidade para ajuizar ação judicial contra o Fisco, para requerer a
devolução de tributos indiretos – como IPI, ICMS, PIS e Cofins –
considerados indevidos. Verbis:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO.
ICMS. ENERGIA ELÉTRICA. MUNICÍPIO.
IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, VI, “A”.
INAPLICABILIDADE. CONTRIBUINTE DE FATO.
ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. EXTINÇÃO
DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO.
DECISÃO QUE SE MANTÉM POR SEUS PRÓPRIOS
FUNDAMENTOS. 1. O Município não é contribuinte de
direito do ICMS sobre serviços de energia elétrica, não se
lhe aplicando a imunidade tributária recíproca do art. 150,
VI, a, da Constituição, conforme orientação
jurisprudencial da Corte nos seguintes julgados: AI
717793 AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira
Turma, DJe 17/3/2011; ARE 663552 AgR, Rel. Min.
RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe
12.3.2012; AI 736607 AgR, Rel. Min. AYRES BRITTO,
Segunda Turma, DJe 19-10-2011. 2. In casu, o acórdão
objeto do recurso extraordinário assentou:
TRIBUTÁRIO. ICMS. ENERGIA ELÉTRICA.
MUNICÍPIO. DEMANDA DE POTÊNCIA,
DISTRIBUIÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA CONTRIBUINTE DE FATO
ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. 1. As Turmas
que compõem a Primeira Seção consolidaram
entendimento de que, nas operações referentes ao
fornecimento de energia elétrica, o consumidor final não
pode ser considerado como contribuinte de direito, tendo
em vista o disposto no artigo 4º, caput, da LC 87/1996,
segundo o qual são contribuintes, nas operações internas
com energia elétrica, aqueles que a fornecem.
Precedentes (REsp 1191860/SC, Rel. Ministro Luiz Fux,
88
Imunidade do ICMS na energia elétrica para entidades sem...
Primeira Turma, DJe 14/04/2011 e RMS 25.558/PB. Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe
22/03/2011). 2. Assim, considerando ainda a orientação
fixada por ocasião do julgamento do REsp n. 903.394/AL
sob o rito do art. 543-C do CPC (apenas o contribuinte
de direito tem legitimidade ativa ad causam para
demandar judicialmente a restituição de indébito
referente a tributos indiretos), o consumidor final do
serviço de energia elétrica, na condição de contribuinte de
fato não possui legitimidade passiva ad causam para
discutir a incidência do ICMS sobre operações referentes
a tal serviço, tampouco para pleitear a sua restituição.
Precedentes: RMS 32.425/ES, Relator Ministro Mauro
Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 4/3/2011. (STJ,
1ª Turma, RMS 33355/PA, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, DJe 17/06/2011). 3. Agravo regimental a que
se NEGA PROVIMENTO. (ARE 721176 AgR,
Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado
em 25/06/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-157
DIVULG 12-08-2013 PUBLIC 13-08-2013).
89
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.; ESTIGARA, A.
SUCINTAMENTE, OS FUNDAMENTOS DA
DECISÃO QUE INADMITIU, EM 2ª INSTÂNCIA, O
RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL
IMPROVIDO.
I. Na forma da jurisprudência, "a Primeira Seção/STJ, ao
apreciar o REsp 1.299.303/SC (Rel. Min. Cesar Asfor
Rocha, DJe de 14.8.2012), aplicando a sistemática
prevista no art. 543-C do CPC, pacificou entendimento
no sentido de que o usuário do serviço de energia
elétrica (consumidor em operação interna), na
condição de contribuinte de fato, é parte legítima para
discutir a incidência do ICMS sobre a demanda
contratada de energia elétrica ou para pleitear a
repetição do tributo mencionado, não sendo aplicável à
hipótese a orientação firmada no julgamento do REsp
903.394/AL (1ª Seção, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de
26.4.2010 - recurso submetido à sistemática prevista no
art. 543-C do CPC). 'O ICMS incide sobre o valor da
tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de
potência efetivamente utilizada' (Súmula 391/STJ)" (STJ,
AgRg no AREsp 456.554/PI, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe
17/03/2014).
(AgRg no AREsp 132.894/SC, Rel. Ministra
ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 16/06/2015, DJe 24/06/2015) [sem grifo no
original]
90
Imunidade do ICMS na energia elétrica para entidades sem...
20
Cita-se como exemplos STJ - RMS: 29989 PA 2009/0136401-8, Relator:
Ministro BENEDITO GONÇALVES, Data de Julgamento: 03/09/2009, T1 -
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 16 /09/2009; AI 574.042-AgR,
Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 29.10.2009; AI 634.050-AgR, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 13.8.2009; AI 671.412-AgR,
Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 25.4.2008, entre outros.
91
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.; ESTIGARA, A.
92
Imunidade do ICMS na energia elétrica para entidades sem...
CONCLUSÃO
94
RECUPERAÇÃO DE TRIBUTOS EM CASO DE PENA
DE PERDIMENTO DE MERCADORIA
RESUMO
Objetiva o presente parecer esclarecer o procedimento apto a recuperar tributos
recolhidos por ocasião de importação de mercadoria à qual foi aplicada pena de
perdimento. Questiona-se especificamente com relação ao Imposto de
Importação, PIS e COFINS Importação e AFRMM.
1 PARECER
95
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.; ESTIGARA, A.
96
Recuperação de tributos em caso de pena de perdimento...
(CF, art. 5º, XXXV) dispensa prévio esgotamento das
vias administrativas.
2. O STF, no julgamento, na modalidade de repercussão
geral, do Recurso Extraordinário nº 566.621, em 482011,
entendeu pela validade da aplicação do novo prazo
prescricional de 05 anos às ações ajuizadas após o
decurso da vacatio legis de 120 dias da Lei
Complementar nº 118, ou seja, a partir de 9 de junho de
2005.
3. Não há incidência do imposto de importação, da
contribuição para o PIS e da COFINS incidentes na
importação quando houve a decretação do
perdimento das mercadorias. Aplicação do inc. III do
§ 4º do art. 1º do Decreto lei nº 37/1966 e do inc. III do
art. 2º da Lei nº 10.865/2004.
4. A data do registro da declaração de importação é
apenas o momento que a lei elegeu para eliminar a
incerteza quando à efetiva ocorrência do fato gerador.
Irrelevante perquirir se a pena de perdimento ocorreu
antes ou depois do registro da declaração de importação:
em ambas hipóteses o fato gerador já ocorreu e aplicam-
se o inc. III do § 4º do art. 1º do Decreto lei nº 37/1966 e
o inc. III do art. 2º da Lei nº 10.865/04 para afastar a
incidência do imposto de importação, da contribuição
para o PIS e da COFINS incidentes na importação.
5. Inaplicável o disposto no § 1º do art. 19 da Lei nº
10.522, de 2002, quando não há reconhecimento, na
íntegra, da procedência do pedido.
(TRF4, APELREEX 503828183.2013.404.7000, Primeira
Turma, Relator p/ Acórdão Jorge Antonio Maurique,
juntado aos autos em 17/10/2014) [sem grifo no original]
97
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.; ESTIGARA, A.
98
Recuperação de tributos em caso de pena de perdimento...
Art. 2º Poderão ser restituídas pela RFB as quantias
recolhidas a título de tributo sob sua administração, bem
como outras receitas da União arrecadadas mediante Darf
ou GPS, nas seguintes hipóteses:
I - cobrança ou pagamento espontâneo, indevido ou em
valor maior que o devido;
II - erro na identificação do sujeito passivo, na
determinação da alíquota aplicável, no cálculo do
montante do débito ou na elaboração ou conferência de
qualquer documento relativo ao pagamento; ou
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão
condenatória.
102
Recuperação de tributos em caso de pena de perdimento...
CONCLUSÃO
103
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.; ESTIGARA, A.
104
PEDIDO DE RECUPERAÇÃO DE TRIBUTOS:
Perdimento de mercadoria
RESUMO
Objetiva o presente parecer demonstrar o “passo a passo” para a Empresa
realizar pedido de recuperação de tributos recolhidos por ocasião de importação
de mercadoria à qual foi aplicada pena de perdimento.
1 PARECER
106
Pedido de recuperação de tributos: Perdimento de mercadoria
107
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.
108
Pedido de recuperação de tributos: Perdimento de mercadoria
1. IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO: Preenchimento
completo dos dados da Empresa, com destaque para a indicação da conta
corrente na qual se pretende que o valor seja depositado. Importante
observar, ainda, o campo destinado ao valor do crédito total a ser restituído.
Sobre o valor, importante indicar que a restituição será atualizada
com o acréscimo de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais,
acumulados mensalmente, e de juros de 1% (um por cento) no mês em que,
via de regra, a quantia for disponibilizada ao sujeito passivo.
2. OPÇÃO: Com relação ao Campo 2, para a situação em concreto, deve-se
optar pelo segundo item, inerente a “Pedido de reconhecimento de direito
decorrente de cancelamento de ofício de DI (preencher quadros 1, 2, 4 e 6)”.
De acordo com essa opção, deve-se proceder com o preenchimento dos
itens 1, 2 (já verificados), 4 e 6, a seguir indicados.
3. NÚMERO DE REGISTRO DAS DI A SEREM CANCELADAS OU
JÁ CANCELADAS OU JÁ CANCELADAS DE OFÍCIO: Neste
momento deve-se proceder com a identificação dos procedimentos de
importação a que se pretende a restituição, sendo que deverá ser procedido
com a indicação de todas as informações indicadas no quadro 03 em folhas
apartadas, quais sejam:
110
Pedido de recuperação de tributos: Perdimento de mercadoria
caso de dúvidas, sugere-se leitura das “instruções de preenchimento” que
seguem anexas.
4. DADOS DA RESTITUIÇÃO: Importante, neste item, proceder com o
completo preenchimento dos itens. Sobre cada um, discorre-se:
- Anotar que NÃO se trata de pedido retificador;
- Indicar os valores da operação.
- Motivo do pagamento indevido: informar que “devido ao
processo administrativo anexo houve a decretação da pena de
perdimento. Assim, nos termos do artigo 4º, parágrafo único,
inciso II, da Lei nº. 10.893/2004, por não ter sido realizado o
desembaraço aduaneiro, ou seja, a mercadoria foi submetida à
pena de perdimento, não ocorre a incidência do referido
tributo”.
- Dispositivo Legal: artigo 4º, parágrafo único, inciso II da Lei nº
10.893/2004.
CONCLUSÃO
111
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.
112
CREDITAMENTO DE ICMS-ST NO PIS E COFINS NO
REGIME NÃO CUMULATIVO
RESUMO
O presente parecer analisa a possibilidade de creditamento, a título de insumos,
dos pagamentos realizados de ICMS por substituição (ICMS-ST), que não
foram creditados na cadeia produtiva do produto.
1. PARECER
113
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.
CONCLUSÃO
116
Creditamento de ICMS-ST no PIS e COFINS no regime...
117
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.
118
ESTUDOS DE CASO
119
120
EXCLUSÃO DO PARCELAMENTO – REFIS/PAES –
EM FACE DE PAGAMENTO IRRISÓRIO
RESUMO
A Empresa X foi notificada através do Ofício Circular nº.
XX/2014/DRF/CTA/CAC PARCELAMENTO/ REFIS, emitido nos termos dos
artigos 33 e 34 da Medida Provisória nº. 651/2014 que dispõe sobre a quitação
antecipada dos débitos parcelados, mediante utilização de prejuízos fiscais e de
base de cálculo negativa da CSLL e, reabertura de modalidades de parcelamento
previstas na Lei nº. 11.941/2009. A Empresa X solicita parecer sobre a
possibilidade ou não da exclusão do REFIS/PAES e as eventuais consequências
e providências que poderão ser tomadas em relação ao caso.
1 OBJETO
21
REsp 1447131 / RS - RECURSO ESPECIAL 2014/0078163-1 Relator(a)
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES (1141) Órgão Julgador T2 -
SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 20/05/2014 Data da
Publicação/Fonte DJe 26/05/2014.
121
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.
2 DA JURISPRUDÊNCIA INDICADA
122
Exclusão do parcelamento - REFIS/PAES
22
CARRAZA, Roque A. Curso de direito constitucional tributário. 22ª ed.
123
LEWIS, S. B.; PSCHEIDT, K. R.
CONCLUSÃO
124
IMUNIDADE CULTURAL DOS KITs DE ROBÓTICA
RESUMO
A Empresa X, através de seu Departamento de Contabilidade, informou que
estará comercializando materiais pedagógicos digitais de robótica, e, seguindo a
linha da empresa, constituirá um kit para escola e um kit para o aluno. A
empresa descreve o produto da seguinte forma:
Kit Quant. Componentes
1 Maleta
1 CD de instalação
2 Apostilas
1 Potenciômetro
1 LED RGB
1 Placa Arduino Uno
50 Cabos Jumper ponta rígida
1 Cabo USB A para B
1 Bateria 9V Recarregável
Kit
1 Power Plug Macho para bateria 9V
Escola
1 Fonte de Alimentação bivolt – 9V 1A
2 Motores Contínuos
10 Resistores 220 ohms
1 Protoboard 840 Furos
15 LEDs (3 vermelhos, 3 verdes, 3 amarelos, 3 azuis e 3 brancos)
1 Jogo de Chave de Precisão
1 Motor Shield DFROBOT L298P
1 Servomotor 9G
5 Metros cabo flexível vermelho e preto
1 Maleta
1 CD de instalação
1 Placa Arduino Uno
2 Apostila
1 Cabo USB A para B
Kit 1 Protoboard 840 Furos
Aluno 1 Motor DC 5,9V RF-300 CA Eixo 8mm
10 Cabos Jumper ponta rígida
8 LEDs (brancos, vermelhos, azuis, verde e amarelo)
1 LED RGB
10 Resistores 1k ohm
5 Metros cabo flexível vermelho e preto
125
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; CARDOSO, A. C. S.
1 PARECER
23
PAULSEN, Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código
Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 11 ed. Porto Alegre:
Livraria do Advogado Editor; ESMAFE, 2009, pagina 255.
24
Obra citada, pag. 255.
127
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; CARDOSO, A. C. S.
25
Ibidem, mesma página.
26
MACHADO, Hugo de Brito. Imunidades tributárias. Coordenador Ives
Gandra da Silva Martins, São Paulo: Revista dos Tribunais, Pesquisas
Tributárias, Nova Série - 4, 2001.
27
CASSONE, Vittorio. Imunidades tributárias. Coordenador Ives Gandra da
Silva Martins, São Paulo: Revista dos Tribunais, Pesquisas Tributárias, Nova
Série - 4, 2001.
28
BARRETO, Aires Fernandino. Imunidades tributárias. Coordenador Ives
Gandra da Silva Martins. São Paulo: Revista dos Tribunais, Pesquisas
Tributárias, Nova Série - 4, 2001.
128
Imunidade cultural dos kits de robótica
postura básica quando se vive em um Estado
Democrático de Direito. O objetivo maior do preceito
constitucional realmente não é outro senão o estímulo,
em si, à cultura, pouco importando que, no preceito,
não se aluda, de forma expressa, a apostila que, em
última análise, podem ser tidas como a simplificação
de um livro. Abandone-se a interpretação meramente
verbal, gramatical: embora seduzido, por ser mais fácil,
deve ser observada em conjunto com métodos mais
seguros, como é o teleológico. O reconhecimento, pela
Corte de origem, do conteúdo, de veiculação de
mensagem de comunicação, de pensamento em contexto
de cultura, é suficiente a dizer-se da fidelidade do Órgão
julgador de origem à Carta da República.29
131
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; CARDOSO, A. C. S.
31
STF. RE 656203, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em
15/09/2011, publicado em DJe-183 DIVULG 22/09/2011 PUBLIC
23/09/2011
135
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; CARDOSO, A. C. S.
32
STF. RE 221239, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma,
julgado em 25/05/2004, DJ 06-08-2004 PP-00061 EMENT VOL-02158-03
PP-00597 RTJ VOL-00193-01 PP-00406
33
STF. RE 656203 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma,
julgado em 25/09/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-210 DIVULG 24-
10-2012 PUBLIC 25-10-2012 RDDT n. 208, 2013, p. 187-189
136
Imunidade cultural dos kits de robótica
indissociáveis para o reforço do aprendizado da
matéria, assimilação e fixação do conteúdo. 5. Além
disso, os fascículos de nada servem sem os CD-ROM's
que os acompanham. Tanto é assim que os CD-ROM's
não são comercializados separadamente, mas sim em
conjunto, e adquirem feições de meros acessórios.
Portanto, aplica-se a regra de que o acessório segue o
principal, inclusive na extensão da imunidade. 6.
Apelação interposta pela empresa impetrante provida,
para determinar à autoridade impetrada que proceda ao
desembaraço aduaneiro da mercadoria,
independentemente do recolhimento de qualquer
imposto.34 [sem grifos no original]
TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA.
AGRAVO LEGAL. IMUNIDADE. MATERIAL
DIDÁTICO DESTINADO AO ENSINO DA LÍNGUA
INGLESA. CD-ROM, CD ÁUDIO, FITAS DE VÍDEO,
FITAS CASSETE DE ÁUDIO E VÍDEO, PÔSTERES,
FLASHCARDS, FICHAS DE CONTEXTO,
GRÁFICOS, BROCHURAS E FANTOCHES.
PRECEDENTES.
1.º O cerne da questão se cinge à possibilidade de
extensão da imunidade prevista no art. 150, inc. VI,
alínea "d" da Constituição da República a livros com
suporte em CD-ROM, fitas cassete de áudio e vídeo,
pôsteres, flashcards, fichas de contexto, gráficos e
fantoches, todos voltados para o ensino infantil da
língua inglesa.
2.º Tal preceito prestigia diversos valores, tais como a
liberdade de comunicação e de manifestação do
pensamento; a expressão da atividade intelectual, artística
e científica; o acesso e difusão da cultura e da educação;
dentre outros.
3.º É bem verdade que, segundo as regras de
hermenêutica, o direito excepcional deve ser
interpretado literalmente. Todavia, não se pode
olvidar que a sociedade não é estanque, pelo
contrário, é dinâmica. Esse dinamismo engendra a
constante evolução das relações jurídicas, o que
obriga o Direito a se amoldar às novas situações que
vão surgindo, a fim de cumprir o seu papel.
34
TRF2. Apelação em Mandado de Segurança nº200202010347906. Quarta
Turma Especializada. Relator: Juiz Federal Convocado RICARLOS
ALMAGRO VITORIANO CUNHA. E-DJF2R - Data:: 24/01/2012.
137
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; CARDOSO, A. C. S.
35
TRF 3ª Região, SEXTA TURMA, AMS 0002446-41.2001.4.03.6104, Rel.
DESEMBARGADORA FEDERAL CONSUELO YOSHIDA, julgado em
16/09/2010, e-DJF3 Judicial 1 DATA:27/09/2010 PÁGINA: 1286
36
TRF4, APELREEX 5003485-38.2010.404.7205, Primeira Turma, Relatora p/
Acórdão Maria de Fátima Freitas Labarrère, juntado aos autos em 25/04/2013
139
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; CARDOSO, A. C. S.
37
TRF4, AC 5012873-27.2012.404.7000, Segunda Turma, Relator p/ Acórdão
Otávio Roberto Pamplona, juntado aos autos em 14/03/2013
38
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rob%C3%B3tica
140
Imunidade cultural dos kits de robótica
141
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; CARDOSO, A. C. S.
142
Imunidade cultural dos kits de robótica
§ 5 o Na hipótese de dispêndios com assistência técnica,
científica ou assemelhados e de royalties por patentes
industriais pagos a pessoa física ou jurídica no exterior, a
dedutibilidade dos dispêndios fica condicionada à
observância do disposto nos arts. 52 e 71 da Lei n o 4.506,
de 30 de novembro de 1964.
CONCLUSÕES
143
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; CARDOSO, A. C. S.
144
ISSQN DEVIDO POR MÉDICOS AUTÔNOMOS QUE
PRESTAM SERVIÇOS A TOMADORES NO
MUNICÍPIO DE CAMBÉ:
Ausência do dever do tomador reter o imposto
RESUMO
O Consulente informa que sua contadora lhe informou a ausência de retenção de
ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) nos pagamentos
realizados aos médicos, profissionais autônomos, que lhe prestam serviços.
Acaso devidos, calcula-se existir um montante considerável que não foram por
si retidos e recolhidos ao Município de Cambé. Menciona que muitos dos
médicos não possuem cadastro junto ao Município de Cambé e que prestam
serviços também em outros Municípios vizinhos. Indaga, assim, sobre: (a) os
médicos que prestam serviços à Consulente possuem direito ao recolhimento do
ISSQN fixo anual? (b) considerando que prestam serviços a tomadores
localizados em vários Municípios, devem eles proceder ao recolhimento do
ISSQN em todos esses Municípios? (c) diante da circunstância acima, devem
tais profissionais inscrever-se nos Cadastros de Contribuintes de todos os
Municípios onde prestam serviços, incluindo-se o do Município de Cambé? (d)
o Consulente relevou-se omisso no dever de reter ISSQN quando do pagamento
de honorários aos profissionais médicos? Sofre ele algum risco de autuação? (e)
quais são as cautelas que o Consulente deverá observar de ora em diante em
relação à retenção do ISSQN para prevenir responsabilidades?
1 PARECER
147
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; PSCHEIDT, K. R.
39
O Decreto Lei nº. 406/68, para definir o critério espacial do fato gerador do
ISSQN, estabelecia em seu artigo 12 regra geral em que o serviço
considerava-se prestado e o imposto devido no local do “estabelecimento
prestador”, listando apenas duas exceções ou regras especiais, consistentes
nos serviços relacionados à construção civil e à exploração de rodovia
mediante preço ou pedágio. Reconhecia, portanto, apenas em duas situações
excepcionais, que o fato gerador ocorria em local diverso e independente do
estabelecimento prestador.
Segundo a doutrina, a Lei Complementar nº. 116/2003 foi mais cuidadosa,
ajustando a definição do critério espacial do ISSQN (local onde ocorre o fato
gerador do tributo) ao princípio da territorialidade, ao ampliar as situações em
que o ISSQN é devido no local da prestação do serviço, confirmando a regra
geral do local do estabelecimento prestador para todos os demais serviços.
148
ISSQN devido por médicos autônomos que prestam serviços...
149
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; PSCHEIDT, K. R.
150
ISSQN devido por médicos autônomos que prestam serviços...
40
LONGEN, Márcia Zilá. O ISSQN e o conflito entre municípios: Quem
pode cobrar? A quem recolher? Disponível em:
<http://www.fiscosoft.com.br/
main_online_frame.php?page=/index.php?PID=215777&key=4387478>.
Acesso em: 21 de abril de 2015.
151
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; PSCHEIDT, K. R.
154
ISSQN devido por médicos autônomos que prestam serviços...
156
ISSQN devido por médicos autônomos que prestam serviços...
4.15 Psicanálise
4.16 Psicologia
157
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; PSCHEIDT, K. R.
158
ISSQN devido por médicos autônomos que prestam serviços...
CONCLUSÕES
159
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; PSCHEIDT, K. R.
41
ALVES, Francielli Honorato. A competência municipal para a criação do
cadastro de prestadores de outros Municípios como norma antievasiva.
Revista Dialética de Direito Tributário nº. 225, p. 86.
160
ISSQN devido por médicos autônomos que prestam serviços...
Existindo o seu cadastro, ao tomador não restará
nenhuma obrigação além daquelas às quais já estaria
sujeito em razão da prestação de serviço recebida (como
o pagamento do valor do serviço). Porém, caso verifique
que esse prestador não consta nesse Cadastro como
prestador de outro Município, terá a obrigação de reter
determinada porcentagem do valor da nota fiscal de
prestação de serviços para o Município onde está
localizado.
161
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; PSCHEIDT, K. R.
162
IMUNIDADE DO PIS SOBRE A FOLHA DE
PAGAMENTO
RESUMO
Objetiva o presente parecer esclarecer a Consulente quanto à possibilidade de
se ingressar com pedido judicial para que lhe seja reconhecida a imunidade
relativamente ao recolhimento da contribuição para o Programa de Integração
Social (PIS), incidente à alíquota de 1% sobre a folha de pagamento de
salários.
PARECER
163
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.
166
REEMBOLSO DE SALÁRIO-MATERNIDADE E
IMPOSSIBILIDADE DE SUA COMPENSAÇÃO COM AS
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
DEVIDAS PELOS SEUS EMPREGADOS
RESUMO
Objetiva o presente parecer esclarecer o Consulente quanto ao procedimento a
ser adotado para recuperar o salário-maternidade, benefício previdenciário que é
adiantado pelo empregador, em virtude de o Consulente ter a seu favor tutela
antecipada que suspende a exigibilidade das contribuições sociais
previdenciárias, com as quais o salário maternidade deveria ser compensado.
Relata a Consulente que nos últimos meses os créditos do salário maternidade
foram compensados com a contribuição social previdenciária devida pelos seus
empregados, mas que a União glosou tal prática, razão pela qual lhe foi negada
a emissão de Certidão Positiva de Débitos com efeitos de negativa (CPD-EN).
1 PARECER
169
LEWIS, S. B.; ESTIGARA, A.; PSCHEIDT, K. R.
ANEXO I
170
IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO DE
SALÁRIO-MATERNIDADE COM CONTRIBUIÇÃO
PARA O PIS SOBRE A FOLHA E POSSIBILIDADE DE
SE REQUERER O SEU REEMBOLSO VIA PERD/COMP
RESUMO
Após ser esclarecido quanto à impossibilidade de compensar o salário-
maternidade com a contribuição social previdenciária, cota empregado, deseja o
Consulente ser esclarecido acerca da possibilidade de compensar tais valores
com o PIS sobre a folha, bem como sobre a possibilidade de realizar o
requerimento de restituição via online, pelo procedimento PERD/COMP.
1 PARECER
172