Dashboard Indicadores Operacionais Lucas Chehade
Dashboard Indicadores Operacionais Lucas Chehade
Dashboard Indicadores Operacionais Lucas Chehade
ESCOLA POLITÉCNICA
COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
SALVADOR
2016
LUCAS GABRIEL MEIRA CHEHADE
SALVADOR
2016
Dedico este trabalho à minha
família, amigos e professores,
pelo apoio e ensinamentos.
AGRADECIMENTOS
[Ayrton Senna]
CHEHADE, L. G. M., Painel de Controle de Indicadores Operacionais para Construção
Civil. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Escola Politécnica, Universidade
Federal da Bahia, Salvador, 2016.
RESUMO
1.1) Justificativa
Apesar do aumento da conscientização sobre a importância do uso do sistema
de indicadores, sua difusão entre o meio da construção civil ainda não está
correspondendo ao que deveria ser (LANTELME, 1994). Ainda existem muitos
obstáculos que impedem o uso de indicadores, sendo eles tanto técnicos com culturais
(MARCHESAN NETO, 2002). Existem muitos gerentes de obras que não sabem como
aplicar e avaliar os indicadores e outros que são engessados em um conceito
ultrapassado do engenheiro que apenas executa a obra, contudo a tendência é que
esse pensamento se torne gradativamente obsoleto.
O uso do Sistema de Indicadores não está suficientemente difundido em toda a
construção civil, contudo na maioria das grandes empresas já existem algumas
medidas e projetos com esse fim. Já nas pequenas e médias empresas, o trabalho com
indicadores de desempenho é muito raro e, quando existe, muitas vezes não são
executados de maneira indevida. Segundo Dias (2007), existem pesquisas no Brasil que
apontam que 60% das pequenas empresas que fecham em menos de quatro anos não
apresentam sistema de indicadores de desempenho, dado que mostra o quanto esse
estudo é vital para as empresas.
12
Em todas as áreas, mas principalmente na construção civil, existem dificuldades
nas escolhas dos indicadores de desempenho por parte dos gestores. Pessoas perdem
tempo coletando informações pelo fato de fazer parte da rotina da empresa, mas que
na prática não é uma medida eficaz, pois não traz nenhum retorno decisivo para o
negócio.
A escolha dos indicadores corretos para cada caso é uma das etapas mais
importantes do trabalho com Sistema de Indicadores. O uso exagerado de indicadores
pode gerar prejuízos às empresas, visto que indicadores desnecessários não só não
ajudam como também atrapalham, já que tiram o foco dos que realmente são
importantes, exigindo investimento de tempo e dinheiro (em alguns casos), sem
oferecerem nenhum retorno.
Entre os indicadores de desempenho, existem aqueles em que devem ser
estudados os detalhes, outros em que é preciso apenas identificar que está tudo
dentro do planejado, sem analisar os dados, e outros que não precisam ser
visualizados, que não acrescentam nada. Para exemplificar os tipos de indicadores,
Kaplan e Norton (1997) fazem uma analogia aos indicadores usados por um piloto de
avião, apontando a velocidade do ar condicionado como um indicador que deve
apenas saber se está correto e o nível de combustível como um indicador que deve ser
analisado detalhadamente.
1.2) Objetivo
O principal objetivo dessa pesquisa é o desenvolver um painel de controle de
indicadores operacionais para obras de construção civil.
13
No segundo capítulo, é realizado um estudo sobre indicadores de desempenho,
apresentando definições, fatos históricos, classificações e estudos sobre o tema, a
partir de referências bibliográficas.
No terceiro capítulo, é apresentada a metodologia utilizada na pesquisa e são
discutidas as atividades a serem realizadas.
O quarto capítulo é destinado a apresentar o painel de indicadores.
O quinto capítulo expõe os resultados obtidos na aplicação.
Para finalizar, o sexto capítulo apresenta as conclusões, considerações finais,
recomendações para trabalhos futuros e referências bibliográficas.
14
2) Indicadores de desempenho
“Se você não mede, você não gerencia”. Joseph Moses Juran, nascido em 1904,
autor dessa frase, é considerado uma das referências em gestão de qualidade
(SILVEIRA, 2015). Todavia os indicadores de desempenho são ainda mais antigos do
que isso. Eles estão presentes na gestão de organizações desde o princípio da
administração. Porém eles sofreram e continuam sofrendo uma série de mudanças,
evoluindo com o desenvolvimento de teorias e métodos focados em aumentar a
eficiência e eficácia das empresas, com o uso do Sistema de Indicadores de
Desempenho.
15
i) Salários altos e custos baixos
ii) Pesquisar para trabalhar melhor
iii) Seleção e treinamento científico
iv) Cooperação cordial
Nos anos 90, começou a perceber que, apesar de ter sido muito importante, o
TQC atendia apenas de forma parcial às empresas, pois seus conceitos não se
aprofundavam muito na questão de eficiência e eficácia do sistema de produção
(ISATO, 2000). Nesse contexto, os estudiosos se dedicaram na disseminação do Lean
Construction (Produção enxuta), que teve a indústria da Toyota como referência do
sistema. O Lean Construction foi fundamentado no Japão, a partir do próprio TQC e
também no conceito do Just In Time, que dizia que nada deveria ser comprado,
produzido ou transportado antes do exato momento de produção, diminuindo assim o
estoque necessário no sistema produtivo.
Visibilidade: possibilita a análise mais clara sobre os pontos fortes e pontos que
são preciso melhorar dentro da organização. Com isso, é possível desenvolver
programas de melhorias e definir as atividades que requerem maior prioridade e
atenção dentro do processo produtivo.
18
capacidade de obtenção de bons resultados; eficiência é a capacidade de executar os
processos da maneira adequada. As duas classificações estão entrelaçadas, já que
processos bem executados geralmente implicam em bons resultados.
Juran (1992) apud Lantelme (1994) indica que os indicadores podem ser
classificados pelo nível hierárquico da empresa que estes servem, em função da sua
utilidade. Existem os Indicadores Estratégicos, que são aqueles utilizados pela alta
direção da empresa; os Indicadores Táticos fornecem informações para a média
gerência; e os Indicadores Operacionais são utilizados em cada setor da empresa. A
figura 1 retrata a função de cada tipo de indicador através de uma pirâmide.
19
Figura 1: Níveis de agregação das medidas em uma empresa
20
• Fatores Críticos de Sucesso
A determinação de sucesso para um projeto é uma análise muito subjetiva. O
que para uns é sucesso, para outros pode não ser. O sucesso para o investidor pode
ser o lucro; para o usuário final, a entrega no prazo; e para o engenheiro da obra pode
ser a conclusão no prazo determinado com o orçamento dado. Assim, cada parte dos
Stakeholders considera razões diferentes que determinam o sucesso do
empreendimento.
Para Paschoal (2014), os fatores críticos de sucesso (FCS) são os elementos que
são necessários para que tenha a obtenção do sucesso em determinado projeto.
Assim, cada projeto possui determinados fatores que são essenciais e que têm que ser
obrigatoriamente atendidos.
Segundo Forster e Rockart (1989), os líderes devem criar metas e objetivos para
o seu trabalho e é o cumprimento do que foi planejado que define se o projeto foi
bem-sucedido. Ele afirma que os Fatores Críticos de Sucesso são quaisquer elementos
que influenciam na obtenção do sucesso e que a definição destes é de extrema
importância.
Legenda:
Termo: Significado:
Compger Competência do gerente de projetos
Clarobjesc Objetivos claros
Expger Experiência do gerente de projetos
Expequipe Experiência em projetos passados
Adeqplan Adequação ao planejamento
Tolecorr Tolerância à corrupção
Empow Empowerment
Estorg Estrutura organizacional adequada para o projeto
Tratconf Conflitos ocorridos entre membros de equipe
Germud Gerenciamento de mudanças
Resprisc Respostas a riscos
ApoAA Apoio da alta administração
Planpro Planejamento do projeto
Mecinc Mecanismos de incentivo contratuais
Gereq Gerenciamento de requisitos dos clientes
22
são consideradas referências no mercado, na sua gestão como um todo ou em
processos isolados, com fim de melhorar os processos internos da própria empresa
(JANUÁRIO; CARPINETTI, 2003).
23
Figura 3: Passos do Processo de Benchmarking
24
(UFRGS) uma tese com objetivo de estabelecer um conjunto de indicadores de
qualidade e produtividade para fornecer informações sobre desempenho para o setor
da construção civil, aplicando o sistema de indicadores em algumas empresas para
avaliar sua viabilidade.
b) Baixa produtividade
25
Um sistema de indicadores, para ser eficaz, deve ser desenvolvido por
completo. É preciso selecionar os indicadores a ser trabalhados, implantar o sistema,
fazer a coleta dos dados da pesquisa, fazer o processamento dos dados coletados,
analisar as informações extraídas da pesquisa e, por fim, dar um feedback para a
análise feita (Lantelme, 1994)
26
Diante de algumas informações obtidas na pesquisa, foi analisado entre as
empresas participantes sobre quais áreas elas buscam melhorar na parte de qualidade
e eficiência dos processos. O resultado da pesquisa está exposto na figura 5:
Figura 7: Finalidades dos Resultados dos Indicadores segundo Opinião das empresas
27
A tese de Elvira Lantelme mostrou que as empresas possuem uma visão restrita
sobre indicadores de desempenho e sua utilidade para melhoria da qualidade e
produtividade. Existem áreas muito importantes que os indicadores não são
explorados como deveriam, como a parte de planejamento estratégico, por exemplo.
Lantelme apresentou a tese em 1994. Desse ano até os dias atuais, houve
algumas melhorias no que diz respeito a comprometimento e disseminação dos
indicadores. O assunto passou a ser mais discutido e trabalhado tanto no meio
acadêmico, como no meio empresarial. Mesmo em um cenário de melhora, o tema
ainda não está no estágio ideal: algumas deficiências das empresas citadas por
Lantelme em 1994 ainda existem, principalmente em empresas de pequeno e médio
porte.
28
Os autores dividem os indicadores em sete grupos:
- Tempo
- Custo
- Qualidade
- Satisfação do cliente
- Mudanças do cliente
- Desempenho de negócio
- Saúde e segurança
O estudo define uma lista de indicadores para ser utilizada pelas empresas,
apresentado no quadro 1, separando por grupo e indicando a classificação dos
indicadores:
29
Quadro 1: Indicadores sugeridos
30
Os autores desenvolveram um cubo (figura 8) cuja intenção é demonstrar de
uma maneira tridimensional como três fatores se relacionam para o andamento de um
projeto: tempo, indicadores e a cadeia de suporte. Para que um projeto se desenvolva
com eficiência todos os lados do cubo devem ser atendidos.
31
A perspectiva financeira deve fornecer dados sobre questões financeiras da
empresa, para estabelecer metas e objetivos sobre esse setor, definindo os meios
utilizados para a evolução da organização.
32
A relação de causa e efeito indica que toda ação realizada em um negócio tem
uma consequência.
33
Kaplan e Norton acreditam que os fundamentos do Balanced Scorecard devem
ser passados de cima para baixo, assim é essencial que toda a organização siga os
princípios da empresa, desde o mais alto nível hierárquico, como os mais altos
executivos.
Muitos autores, como RICHMOND (2001) apud COSTA (2003), sentem falta de o
BSC abordar mais alguns aspectos, como fornecedores, colaboradores e
empreendimento. Existem críticas também sobre a abordagem de causa e efeito, feito
por Kaplan e Norton, pois eles sugerem essa relação como sendo unidirecional,
partindo das perspectivas inferiores para as superiores com uma relação linear. No
entanto, os críticos do BSC, apesar de reconhecer suas qualidades, alegam que essa
questão é algo mais complexo: todas as perspectiva em qualquer organização estão
interligados entre si, ou seja, é muito simplório dizer, por exemplo, que todas as
perspectivas da organização apontam para a perspectiva financeira, pois isto
desconsidera a questão de que as perspectivas financeiras também funcionam como
causas para consequências em outras perspectivas, o que de fato acontece (AHLERT et
al, 2004). Além do fato que um resultado não depende apenas de uma atividade, mas
várias outras que se interligam de alguma maneira nas relações da organização.
Outra crítica sobre a relação de causa e efeito é o fato de não ser considerado o
fator tempo, considerando como se a causa e o efeito ocorressem ao mesmo instante.
Na prática, o que acontece é que pode existir um delay entre a causa e efeito. Seria
imprudente e ingênuo considerar que não haverá uma consequência se esta não
ocorrer no mesmo momento. Além disso, a não consideração de consequências após
um tempo, impossibilita a análise correta dos efeitos das ações, fazendo com que o
BSC não possua nenhuma ferramenta que permita efetivamente a ter um feedback das
ações (FERNANDES, 2003).
Para muitos autores, como Olve (1999) e Costa (2003), uma das grandes
vantagens do uso do Balanced Scorecard é a possibilidade de discussão das estratégias
em todos os níveis de uma organização, o que possibilita uma melhor comunicação
interna e abre espaço para um maior grau de aprendizado, implicando em um
aumento de eficácia da empresa. O BSC prega o envolvimento de todos os
Stakeholders no processo de aplicação do sistema, pois quando eles estão envolvidos,
gera maior confiabilidade no processo.
34
2.2.4) Sistema SMART ou Pirâmide de Desempenho
No nível mais alto da pirâmide, está a visão da empresa, que é uma questão
diretamente relacionada a mais alta direção, são os valores e principais estratégias da
organização.
No segundo nível, estão os objetivos e metas para cada unidade de negócio,
definidos para a área de finanças e marketing.
No terceiro nível, estão os processos que sustentam as estratégias da empresa,
no qual são definidas as metas para os quesitos de satisfação de cliente, flexibilidade e
produtividade. Na base da pirâmide, são definidos objetivos específicos para cada
setor ou equipe da empresa, estabelecendo os critérios operacionais: qualidade,
entrega, tempo de ciclo e perda.
Quanto mais alta a camada, os critérios são mais estratégicos e quanto mais
para a base, eles são mais operacionais, apesar de muitas vezes os indicadores
operacionais entrarem na área gerencial, e vice-versa. As duas camadas inferiores da
pirâmide de desempenho são as que correspondem principalmente às medições dos
indicadores operacionais. As duas camadas superiores estão mais relacionadas aos
indicadores gerenciais.
Analisando a pirâmide lateralmente, pode-se dizer que o lado direito são os
processos referentes aos processos internos da empresa, que indicam a eficiência nas
35
atividades. O lado esquerdo representa as atividades relacionadas aos clientes
externos, que indicam se os resultados estão adequados.
Numa pirâmide, a base é o que sustenta o topo. Na pirâmide de desempenho
não é diferente. Os indicadores gerenciais não funcionam isoladamente, eles
dependem dos operacionais. A cada camada de baixo para cima, elas servem para
sustentar a próxima camada.
Dessa forma, a pirâmide indica que os resultados de uma organização não
dependem apenas de um setor, todos eles devem trabalhar de maneira correta e em
sincronia para que a empresa funcione bem.
A pirâmide mostra também que os objetivos das empresas são comunicados de
baixo para cima (NAVARRO, 2005), formando uma rede comunicativa que parte do
topo da pirâmide (mais alta direção) até a base (setores relacionados às atividades
operacionais).
Para Lynch e Cross (1995) apud Costa (2003), a medição de desempenho é um
fator decisivo no mercado. Esses autores consideram alguns fatores como essenciais
para o desenvolvimento de um sistema de indicadores:
36
A primeira etapa do processo objetiva definir o sistema-alvo, que é o sistema
organizacional. É feito uma clara definição e análise da unidade que está sendo
estudada.
37
armazenamento, recuperação e processamento de dados e, a partir disso, definir o
conjunto de ferramentas e técnicas mais adequado para o sistema organizacional
estudado.
38
características que determinados clientes buscam, que variam em cada caso, e sempre
buscar a qualidade dos produtos para deixar os clientes satisfeitos.
39
em uma considerável diminuição no número de problemas inesperados durante a
obra, pois vários problemas são resolvidos antes mesmo de surgirem. Porém, muitas
vezes é necessário adaptar o planejamento, assim existe dentro do PDCA o Relatório
das Três Gerações (quadro 2), para indicar um ciclo no gerenciamento de melhorias:
O livro defende que para “ajustar a máquina” é necessário medir tudo, para
achar todos os problemas. Ou seja, deve-se obter todos os dados de um negócio para
melhor visualizar os problemas. Todavia, muitos autores discordam dessa teoria. É
preciso que haja uma filtragem dos indicadores que uma organização deve controlar,
pois o excesso de indicadores acarreta em uma falta de clareza para analisar dados, já
que indicadores menos importantes tiram o foco dos mais importantes; além disso,
muitos indicadores geram custos excessivos para a empresa.
40
2.3) Iniciativas para melhoria da gestão
Com o aumento da conscientização da importância em buscar a qualidade e
eficiência da empresa, surgiram uma série de iniciativas que incentivam a qualidade,
utilizando a ferramenta dos indicadores de desempenho. Nesse cenário, instituições
governamentais e não governamentais, do Brasil e do resto do mundo, vêm trazendo
incentivos e prêmios para reconhecer às empresas que atendem determinados
critérios que a qualificam como uma empresa com gestão de excelência.
Para Puay (1998) apud Oliveira; Martins (2008), empresas relatam que a
adoção de critérios de prêmios de incentivo à qualidade não só aumenta a qualidade
do produto ou serviço, como também a participação no mercado, satisfação do cliente,
lucratividade, processos, desempenho dos fornecedores, moral dos funcionários e
competitividade.
Segundo Ohashi; Melhado (2004), foi com a revisão das normas da ISO que as
empresas aumentaram o uso de indicadores de desempenho no controle de gestão da
qualidade.
41
A ISO 9001 se baseia em oito princípios, segundo Mello (2002) apud Ohashi;
Melhado (2004), são elas:
7) Redução de desperdícios
44
2) Aprendizado organizacional: existência de uma cultura organizacional da
busca pelo conhecimento, através da percepção, reflexão, avaliação e
compartilhamento das experiências.
7) Geração de valor: a empresa deve ser eficaz, assim deve alcançar todos os
objetivos para atingir bons resultados finais, de forma que toda a organização seja
beneficiada com o sucesso do negócio.
45
O modelo de excelência do PNQ, fundamentado pelos onze itens citados, são
avaliados por oito critérios de avaliação: liderança, estratégias e planos, clientes,
sociedade, informações e conhecimentos, pessoas, processos e resultados. A figura 13
retrata os oito critérios dentro de uma organização, com um sistema orgânico,
adaptável pelo ambiente externo (Fundação Nacional da Qualidade, 2011):
46
Os conceitos do PMBOK se dividem em algumas áreas que caracterizam os
principais aspectos em um projeto. Os conceitos são:
Integração
Escopo
Tempo
Custos
Qualidade
Recursos humanos
Comunicações
Riscos
Aquisições
Partes interessadas
Entre esses, pode-se dizer que o escopo, tempo, custos e qualidade são os
principais fatores que caracterizam um projeto.
1. Iniciação
2. Planejamento
3. Execução
4. Monitoramento e Controle
5. Encerramento
47
2.3.4) Principais Prêmios Internacionais da Qualidade
Os prêmios de incentivo à qualidade não estão apenas no Brasil. Nos principais
países do mundo existem fundações que se dedicam a incentivar às empresas a buscar
qualidade de gestão, produto e serviços. Dentre os prêmios, se destacam o Deming
Prize (Japão), o Malcolm Baldrige National Quality Award (Estados Unidos), o European
Quality Award (Europa) e o Prêmio Ibero-Americano da Qualidade (América, Portugal e
Espanha).
1) Política
3) Informação
4) Padronização
5) Recursos Humanos
6) Garantia da Qualidade
7) Manutenção
8) Melhoria
9) Efeitos (resultados)
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1) Liderança = 120 pontos
2) Planejamento estratégico = 85 pontos
3) Foco no cliente e no mercado = 85 pontos
4) Medição, análise e gestão do conhecimento = 90 pontos
5) Foco nos Recursos Humanos = 85 pontos
6) Gestão nos processos = 85 pontos
7) Resultado do negócio = 420 pontos
TOTAL = 1000 pontos
O EFQM definiu alguns critérios que são meios que as empresas devem seguir
para alcançar o prêmio e indicou quais resultados as empresas devem buscar. Esses
critérios são:
49
1) Liderança
2) Pessoas
3) Estratégias Meios
4) Parcerias e recursos
5) Processos, produtos e serviços
6) Resultados de Pessoas
7) Resultados de Clientes
Resultados
8) Resultados da Sociedade
9) Resultado do Negócio
50
Figura 14: Comparação entre prêmios da qualidade
51
2.4) Seleção de indicadores
A seleção de indicadores é uma etapa que deve ser feita com muita cautela
pelas empresas para garantir que esses dados realmente acrescentem e atuem como
fatores que auxiliem em decisões. Escolhas equivocadas podem gerar um processo de
medição pouco eficiente ou até um desperdício de tempo e dinheiro no processo de
coleta, processamento e análise dos dados.
- Ramo da empresa
52
- Características do empreendimento
- Quantidade de funcionários
- Características administrativas
- Valores da empresa
Para SIMÕES (2010), os critérios que devem ser utilizados para definir um
conjunto de indicadores são Seletividade, Representatividade, Simplicidade,
Rastreabilidade, Estabilidade, Flexibilidade e Baixo Custo.
53
Pelo fator Estabilidade, a avaliação dos indicadores deve ser incorporada na
rotina da empresa, perdurando por um longo tempo (GOSCH, 2012). Os indicadores
escolhidos não devem ser aqueles que vão ser medidos apenas uma vez, mas sim
acrescentados ao conjunto de atividades inerentes ao processo organizacional.
54
o sistema de indicadores para os usuários e observar o retorno que é dado sobre ele e,
caso necessário, faz-se ajustes ou melhoras no sistema (LANTELME, 1994).
Uma técnica que alguns autores sugerem, buscando maior envolvimento das
pessoas que vão participar do sistema de indicadores, é envolvê-los também na parte
de seleção dos indicadores, criando maior identidade da equipe (LANTELME, 1994).
- Seletividade
- Representatividade
- Simplicidade
- Rastreabilidade
- Estabilidade
- Objetivo
- Abordagem experimental
55
2.4.2) Principais Indicadores citados na bibliografia
Figura 16: Indicadores encontrados com mais frequência nas empresas de construção civil estudada
56
Todesco e Bogoni (2011), estudando quais os indicadores mais utilizados em
obras, indicou os seguintes indicadores como os mais frequentes:
1) Andamento físico
2) Controle de custo
1) Desvio de custo
2) Desvio de prazo
3) PPC
4) Índice de boas práticas de canteiro de obra
5) Taxa de frequência de acidentes
6) Índice de satisfação do cliente usuário
7) Índice de satisfação do cliente contratante
8) Velocidade de vendas
9) Índice de contratações
10) Avaliação de fornecedores de serviços
11) Avaliação de fornecedores de materiais
12) Avaliação de fornecedores de projetos
13) Número de não conformidades em auditoria
14) Índice de não conformidade em entrega do imóvel
15) Índice de satisfação do cliente interno nas obras
16) Índice de satisfação do cliente interno na sede
17) Índice de treinamento
18) Percentual de funcionários treinados
57
5) Comprimento de eletro dutos / número de pontos
6) Peso aço / área construída
7) Volume de concreto / área construída
8) Área de forma / área construída
9) Número de modificações nos projetos por mês
10) Número de incompatibilizações nos projetos por mês
11) Índice mensal de erros na entrega do material
12) Tempo médio mensal de atrasos na entrega dos materiais em obra
13) Número de reclamações dos clientes
14) Tempo média de vendas das unidades autônomas
15) Nível de satisfação dos clientes, avaliação pós ocupação
16) Perdas de aço, concreto e tijolo furado
17) Espessura média de revestimento interno e externo
18) Produtividade por serviço (formas, armação, alvenaria e reboco)
19) Produtividade global da obra
20) Tempos produtivos, improdutivos e auxiliares
21) Taxa de gravidade de acidentes
22) Taxa de frequência de acidentes
23) Índice de rotatividade
24) Índice de absenteísmo
25) Número de reclamações trabalhistas
26) Relação entre número de horas de treinamento e número de operários
27) Eficiência administrativa
28) Relações entre despesas financeiras e faturamento
58
Quadro 5: Principais indicadores operacionais da bibliografia
INDICADORES OPERACIONAIS
ÁREA INDICADORES
Desvio de Custo
FINANCEIRO Avanço financeiro
Custo m²
PPC
Desvio de ritmo
Perdas
PRODUÇÃO
Produtividade por serviço
Produtividade global
Tempos produtivo, improdutivo, auxiliares
Avaliação fornecedores
FORNECEDORES Entrega fora do prazo
Solicitação fora do prazo
Satisfação do funcionário
Número de horas de treinamento
Percentual de funcionários treinados
PESSOAS
Índice de rotatividade
Índice de absenteísmo
Clima organizacional
Índice de não conformidade em auditoria
QUALIDADE Índice de não conformidade em entrega do imóvel
Número de reclamações trabalhistas
Taxa de frequência de acidentes
Taxa de gravidade de acidentes
SEGURANÇA
Adequação com a NR 18
Índice de boas práticas no canteiro
59
3) Metodologia da pesquisa
60
3.2) Descrição das etapas da pesquisa
• Definição do sistema de indicadores de desempenho
A etapa de seleção dos indicadores a ser trabalhados é uma das mais
importantes para a elaboração da pesquisa. Tal observação decorre do fato de que,
como foi explicado anteriormente, indicadores mal selecionados, não só não agregam
à empresa, mas atrapalham, devido ao desperdício de tempo e dinheiro, sem o
retorno necessário.
• Aplicação da ferramenta
A utilização do painel de indicadores ocorreu através da implantação do
sistema de indicadores na obra de um hotel.
61
A aplicação ocorreu num período de duas semanas, a partir de visitas diárias à
obra para coleta de informações e obtenções de Feedbacks relativos à pesquisa, o que
foi de extrema importância para testar a ferramenta ao cotidiano da empresa e
identificação dos defeitos e qualidades do sistema. Por não ser um período longo,
algumas funcionalidades do programa não foram completamente mostradas no
trabalho, porque são dados que necessitariam de mais tempo para serem obtidos,
como por exemplo, médias referentes ao ano ou a análise continua de indicadores,
analisando como eles variam com o decorrer do tempo e com as ações. Alguns dados
antigos que a empresa já possuía também foram coletados.
A análise não deve ser feita pela tabela das informações lançadas: elas não são
claras o suficiente para demonstrar o panorama da obra. Essa é a razão do
desenvolvimento do painel de indicadores. A análise deve ser feita a partir dos
gráficos, histogramas e tabelas personalizadas que indicam de maneira clara os dados
coletados, o que possibilita a identificação dos problemas e determinação das
melhores soluções.
OBJETIVO GERAL Desenvolver um painel de indicadores de desempenho operacionais para obras de construção civil
OBJETIVO ESPECÍFICO ATIVIDADE FERRAMENTA RESULTADOS ESPERADOS
Avaliar a aplicação do painel Coletar dados, aplicar painel de Avaliar o painel de indicadores
Dados coletados
desenvolvido em uma obra indicadores e analisar os resultados desenvolvido.
62
4) Desenvolvimento do Painel de Controle de Indicadores Operacionais
Como foi visto no referencial teórico, para seleção dos indicadores, é preciso
definir o Sistema-alvo. Assim, o foco pode ser a organização como um todo ou projetos
específicos. Dessa forma, o sistema-alvo desse trabalho será a obra em si.
As características das empresas para qual o sistema será focado são empresas
de pequeno à médio porte. O fato é que as empresas de grande porte possuem um
conjunto de indicadores bem estabelecidos. Assim, é mais interessante que o sistema
se baseie nas necessidades das outras empresas, para que ele seja efetivamente
aproveitado.
SISTEMA-ALVO = OBRA
OBJETIVO = AUMENTO
DA EFICIÊNCIA DOS
PROCESSOS
OPERACIONAIS
USUÁRIOS =
ENGENHEIROS DA OBRA
CARACTERÍSTICAS DA
EMPRESA = PEQUENO À
MÉDIO PORTE
Por fim, após entender o meio em que os indicadores vão atuar, deve-se
analisar se os principais indicadores encontrados no referencial bibliográfico atendem
aos critérios selecionados. O quadro 7 mostra a avaliação, que acarretou no corte de
alguns indicadores:
64
Quadro 7: avaliação dos indicadores pelos critérios pré-selecionados
65
Dessa forma, os indicadores que não atenderam a todos os critérios pré-
definidos não foram selecionados. A seguir, será explicado sobre os indicadores que
foram trabalhados.
Indicadores de Produção
Indicadores de Fornecedores
66
O objetivo desses indicadores é quantificar a qualidade dos fornecedores que a
empresa possui, para poder fazer uma avaliação e exigir uma maior qualidade desses.
Indicadores de Pessoas
67
comportamento dos funcionários. Ambiente de brigas, desentendimentos ou de falta
de comprometimento fazem com que os funcionários não trabalhem de maneira tão
eficiente quanto deveriam e o gestor deve buscar formas de melhorar esse índice.
Indicadores Financeiros
Apesar do interesse dos gestores que uma obra tenha uma boa qualidade,
tenha funcionários motivados, seja um projeto sustentável e outras coisas, o objetivo
final de qualquer negócio é o lucro. Obras dependem de investimentos e pessoas só
investem com o objetivo de ter um retorno. Dessa maneira, os investidores sempre
buscam empresas no mercado com melhores indicadores financeiros.
Desvio de Custo: tem como objetivo comparar o custo orçado com o custo
efetivo. O valor analisado deve ser a diferença percentual. O sistema de indicadores
deve alertar se o custo ficar acima do planejado, possuindo assim um desvio de custo
maior que zero.
Avanço financeiro: é um indicador que possui importância, pois indica o
quanto foi investido em cada etapa de obra. Como a construção civil muitas vezes
envolve valores altos, é fundamental analisar quando está sendo gasto o dinheiro.
Indicadores de Segurança
Indicadores de Qualidade
69
Quadro 8: Indicadores para utilização no painel de indicadores
INDICADORES DE DESEMPENHO
INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO
Produtividade por Serviço Serviço Realizado / Horas de Trabalho
Índice de Entrega Fora do Prazo (Nº de Entrega Fora do Prazo) x 100 / (Nº de Entrega Totais)
Índice de Absenteísmo
dos Funcionários
Índice de Rotatividade (Nº de Desligamentos / Nº de Funcionários)
Somatório de Notas sobre o Clima da Organização com Notas
Clima Organizacional
de 0 a 10 / Nº de Funcionários
FINANCEIRO
70
parte tecnológica, então o produto final do painel não pode depender do
conhecimento técnico de informática do engenheiro ou de qualquer usuário.
71
A análise do desvio de ritmo é feita em um gráfico mostrando os dados de cada
mês do ano, pois muitas vezes um mês compensa o outro, sendo necessária uma visão
geral do ano.
72
Quadro 10: Tipos de gráficos utilizados
73
Figura 17: Tela inicial
Hotel XXXXX
LANÇAR RESULTADOS
INFORMAÇÕES DASHBOARD
FORMULÁRIOS DE
INSTRUÇÕES
COLETA
4.2.2) Instruções
O primeiro passo na utilização do painel é ler as instruções. Lá são indicados os
critérios e as observações de coleta, lançamento e análise de dados referente à
ferramenta. A leitura das instruções é imprescindível, porque existem quesitos que
necessitam de critérios de avaliação para indicar uma nota, por exemplo, ou para
compreender como lançar cada informação. As instruções devem ser explicativas de
forma que qualquer usuário, com conhecimento básico de Excel, tenha capacidade de
utilizar todas as ferramentas do programa.
74
Figura 18: Instruções do Dashboard (continua)
As instruções a seguir devem ser seguidas na coleta e no lançamento dos dados para obtenção de informações
mais precisas para análise do Dashboard.
1) Cadastro da plantas
O primeiro passo para inicar o Dashboard é cadastrar as plantas da obra para automatizar o cálculo de medições.
1.1) Área de piso
A área do piso deve ser cálculado por local dos pavimentos, a partir da planta do Autocad.
1.2) Área de revestimento
A área de revestimento deve ser cálculado por local dos pavimentos, a partir dos perímetros obtidos pelas
plantas no Autocad, multiplicado pelo pé direito.
1.3) Área de parede
A área de parede deve ser calculado por trecho definidos previamente e indicados em planta. O comprimento
do trecho deve ser multiplicado pelo pé direito para obtenção da área de parede.
A planta com indicação do trecho deve ser levada para campo no momento da coleta para identificação correta
em loco.
2) Dados complementares
2.1) Os dados complementares inicias devem ser lançados no começo do uso da planilha
2.2) Os dados devem ser atualizados e/ou acrescentados a medida que forem surgindo novas informações.
3) Formulários de coleta
3.1) Os formulários devem ser impressos para coletar as informações e, em seguida, as informações coletadas
devem ser lançadas na planilha para gerar os resultados.
3.2) Cada formulário deve ser entregue para cada setor responsável por os respectivos dados.
4) Indicadores de produção
4.1) Informações relacionadas a produção
4.1.1) No geral, é sugerido a coleta de dados referente a produção com uma frequência semanal. Apenas em
casos específicos deve ser alterada a frequência, como em casos críticos por exemplo.
4.1.2) Deve-se lançar os dados para referente a produção planejada e a executada, além das horas trabalhadas
em cada período
4.1.3) Deve-se indicar a produção usando como referência a porcentagem realizada de cada local indicado. As
opções de porcentagem são 0%, 25%, 50%, 75% e 100%; devendo aproximar a produção para a mais próxima
entre as opções indicadas.
75
Figura 18 - Instruções do Dashboard (continuação)
5) Indicadores de pessoas
5.1) Dados dos funcionários
5.1.1) Os dados referente a equipe deve ser lançado mensalmente
5.1.2) O número de funcionários refere a quantidade inicial do mês
5.1.3) O número de substituição de funcionários refere ao número de funcionários que saíram para a entrada
de outro com a mesma função, não devendo ser lançado quando um sair para a entrada de outro com função
distinta.
5.1.4) As horas de ausência refere-se ao total das horas de ausência de todos funcionários.
6) Indicadores financeiros
6.1) Deve ser lançado no começo do uso da planilha as despesas que forem planejadas ter a cada mês de obra.
6.2) No decorrer da obra, deve-se lançar as despesas que se teve em cada mês.
7) Indicadores de segurança
7.1) Deve ser lançado o número de acidentes com afastamento que houve em cada mês, não levando em
consideração os que não houverem afastamentos.
7.2) Os dias computados represente a soma entre o número de dias de trabalho perdidos com o número de dias
débitados, sendo obedecida a NBR 14.280.
8) Indicadores de fornecedores
8.1) Os fornecedores devem ser cadastrados em sua primeira entrega na obra, a partir das instruções do item 2.
8.2) Os formulários de fornecedores devem ser preenchidos todos os dias que tiverem entrega de material.
8.3) Em relação ao atendimento ao prazo, deve ser preenchido "s" se a entrega tiver sido feito até o dia e
horário programado e "n" haja atraso.
8.4) Os fornecedores devem ser avaliados entre 0 à 10 no dia da sua entrega para os quesitos: prazo, qualidade,
organização e adequação da quantidade.
8.5) Em relação à nota de prazo, deve ser considerado 10 se a entrega tiver sido feita dentro do prazo; entre 6 e
9, para se houver atrasado, sem atrapalhar o andamento da obra; entre 1 a 5 se houver atraso que atrapalhe o
andamento da obra; e 0 para se houver atraso e parar a obra; sendo que os valores intermediários dentro dos
intervalos, deve ser levado em consideração o fato subjetivo do tempo de atraso e do quanto afetou o
andamento da obra.
8.6) Em relação à nota de qualidade, deve ser considerado 10 se o material for de excelente qualidade; entre 6
e 9, para um material de boa qualidade, mas com alguns defeitos que não atrapalhe a utilização; entre 1 a 5 se o
material não atender ao necessário para ser utilizado no que se planejou; e 0 se o material for de péssima
qualidade, não se utilizando para nada; sendo que os valores intermediários dentro dos intervalos, deve ser
levado em consideração o fato subjetivo.
8.7) Em relação à nota de organização, deve ser considerado 10 se a entrega for feita de maneira extremamente
organizada, sem atrapalhar o andamento da obra em nenhum momento; entre 6 e 9, para uma entrega
razoavelmente organizada, que atrapalhe pouco o andamento da obra; entre 1 a 5 para uma entrega
desorganizada, atrapalhando o andamento da obra; e 0 se a entrega for completamente desorganizada,
interrompendo os serviços que estavam sendo realizados; sendo que os valores intermediários dentro dos
intervalos, deve ser levado em consideração o fato subjetivo.
8.8) Em relação à nota de adequação a quantidade, deve ser considerado 10 se a diferença entre quantidade do
material entregue e a pedida for menor do que 2%; entre 6 e 9, se a diferença entre a quantidade entregue e a
quantidade pedida for menor do que 10%; entre 1 a 5 se a diferença entre a quantidade entregue e a
quantidade pedida for menor do que 20%; e 0 se a diferença entre a quantidade entregue e pedida for maior
do que 20%; sendo que os valores intermediários dentro dos intervalos, deve ser levado em consideração o
fato subjetivo, levando em consideração o material em análise.
9) Indicadores de qualidade
9.1) Deve ser feito vistorias para buscar não conformidades na obra e anotados no formulário.
9.2) As vistorias devem ser realizadas uma vez por semana.
9.3) Deve-se indicar o local que encontrar a não conformidade, a equipe responsável pelo serviço
correspondente e qual foi a não conformidade encontrada.
9.4) A análise é feita por mês, sendo que a quantidade de não conformidades é expressa no gráfico e, para
analisar cada não conformidade, utiliza-se a tabela dinâmica.
76
4.2.3) Cadastro de plantas
A primeira etapa a ser executada, após a leitura das instruções é o cadastro das
plantas. Esse procedimento deve ser executado logo no começo e tem a finalidade de
automatizar a etapa de lançamento de dados de produção, para o usuário apenas
lançar a porcentagem de cada local realizado, em vez de ter que medir no local. Deve-
se ser feito o cadastro das áreas de piso, das áreas de revestimento (perímetro X pé
direito) e das áreas de parede (comprimento X pé direito) para todos os pavimentos
dos prédios. Essa etapa é realizada com o auxílio da planta no Autocad, onde pode-se
obter todas medidas de projeto.
Ao clicar no botão referente ao cadastro das plantas, abre-se uma página com
as opções de cadastrar as informações referentes às áreas dos locais (área de piso e
área de revestimento) e outro com a opção de cadastrar a área das paredes:
No campo “local”, deve-se indicar o nome dado para cada local; em “área”,
coloca-se a medida da área do piso, que é igual ao do teto; no “perímetro” coloca-se o
perímetro de cada local; e, por fim, preenche-se o pé direito para calcular os dados
necessários.
77
A imagem a seguir corresponde ao local de cadastramento de área. As plantas
devem ser copiadas para planilha para possibilitar visualização. Caso necessário, pode-
se inserir mais linhas para cada área ou alterar o nome do local.
PÁGINA
PRINCIPAL
TÉRREO
Local: Área (m²): Perímetro (m) Pé direito (m) Área revestimento (m²)
PLANTA TÉRREO
1 PAVIMENTO
Local: Área (m²): Perímetro (m) Pé direito (m) Área revestimento (m²)
PLANTA 1 PAVIMENTO
PAVIMENTO TIPO
Local: Área (m²): Perímetro (m) Pé direito (m) Área revestimento (m²)
PLANTA TIPO
Após realizar o cadastro das áreas de todos os pavimentos, deve-se voltar para
o painel de cadastro de plantas e clicar na opção cadastro de paredes. Assim como no
cadastro das áreas, deve-se indicar quais são as paredes em planta, que serão levadas
para a coleta de informações. Na planilha, preenche-se a indicação das paredes, o
comprimento e o pé direito, obtendo a área de parede.
78
Figura 21: Cadastro de paredes
GARAGEM
Parede Comprimento parede Pé direito Área parede (m2)
PLANTA GARAGEM VOLTAR
PÁGINA
PRINCIPAL
TÉRREO
Parede Comprimento parede Pé direito Área parede (m2)
PLANTA TÉRREO
1 PAVIMENTO / TIPO
Parede Comprimento parede Pé direito Área parede (m2)
PLANTA 1 PAVIMENTO
PLANTA TIPO
79
4.2.5) Coleta de dados
A próxima etapa é acessar e imprimir os formulários de coletas de informações.
Ao clicar em formulário de coleta, abre uma página com as opções. Os formulários
foram divididos por setor de obra, sendo que a equipe de produção fica responsável
por coletar as informações referentes aos serviços; o almoxarifado fica responsável
para coletar as informações relacionadas às entregas e aos fornecedores; um
formulário de informações gerais da obra, cujas informações vêm do escritório; a
equipe de qualidade fica responsável por preencher um formulário; e, por último, um
formulário para pesquisa com os funcionários.
O ideal é que a coleta de dados seja feita por setores, contudo a realidade das
obras nem sempre permite que isso ocorra. Obras pequenas, na maioria dos casos,
não possuem esses setores, fazendo com que os preenchimentos sejam acumulados,
passando a ser executado por estagiários, por exemplo.
80
Figura 24: Formulários de coleta do almoxarifado
COLETA DE INFORMAÇÕES DO ALMOXARIFADO PARA DASHBOARD
OBRA:
MÊS: RESPONSÁVEL: VOLTAR
NOTAS (0 à 10)
DATA: FORNECEDOR ENTREGOU NO PRAZO: PÁGINA
QUALIDADE PRAZO ORGANIZAÇÃO QUANTIDADE ADEQUADA
PRINCIPAL
81
Figura 27: Formulário de coleta de qualidade
VISTORIA DA QUALIDADE
OBRA:
MÊS: RESPONSÁVEL: VOLTAR
Qual a satisfação do funcionário com o emprego e como ele avalia o clima do local de trabalho (De 0 a 10)? PÁGINA
FUNCIONÁRIO: Função: Satisfação: Clima organizacional: PRINCIPAL
82
Figura 29: Painel lançamento de dados
83
Os dados que devem ser lançados no local de produção são:
Os dados lançados são usados por diversas fórmulas implícitas que irão gerar os
gráficos de produção. Eles serão mostrados mais adiante.
PÁGINA
PRINCIPAL
PÁGINA
PRINCIPAL
Total - -
85
No início do uso da planilha, devem ser lançados os gastos planejados de cada
mês e, ao decorrer da obra, lançam-se os gastos que realmente ocorreram para
comparar o planejado com o real.
Os dados lançados, tanto para o planejado quanto para o real, devem ser os
dados relacionados a cada mês e não os acumulados; esses serão calculados
automaticamente por formula do Excel.
86
Voltando à página de lançamento de dados e clicando em indicadores de
qualidade, acessa-se a tabela usada para calcular o número de não conformidades em
auditoria.
PÁGINA
PRINCIPAL
DADOS DE FORNECEDORES
NOTA NOTA
DATA ENTREGOU NO NOTA PRAZO NOTA ADEQUAÇÃO DE
FORNECEDOR: QUALIDADE ORGANIZAÇÃO
ENTREGA: PRAZO (S OU N): (0 À 10): QUANTIDADE (0 À 10): VOLTAR
(0 À 10): (0 À 10):
PÁGINA
PRINCIPAL
Nessa tabela, deve-se inserir a data que foi feita a entrega, o fornecedor do
material, se entregou no prazo ou não (sendo que “s” significa sim e “n” significa não),
e as notas (de 0 a 10, atendendo os critérios das instruções) para os quesitos
indicadores.
Para deixar o painel mais claro, os painéis foram divididos pelas suas categorias
da mesma forma que o lançamento de dados. Dessa maneira, os dados não ficam tão
confusos pelo excesso de informação, o que permite uma análise mais fácil e precisa.
87
Em uma elaboração de um painel, é indicado que cada página possa ser
analisada em uma tela, sem precisar movê-la, pois isso atrapalha a análise, já que a
torna mais confusa.
88
Para a produtividade, temos a análise mês a mês e uma análise geral do ano.
Como a produtividade representa o número de horas trabalhadas para a execução
determinada quantidade de serviço, quanto menor o número melhor. Ampliando a
produtividade para facilitar a análise:
89
Figura 39: Gráficos índice de tempo produtivo
90
Figura 40: Gráficos de PPC
91
Figura 41: Gráficos de desvio de ritmo
92
Figura 42: Dashboard de pessoas
93
O desvio de custo e o avanço financeiro são analisados a partir do painel
financeiro. São as informações relativas aos custos da obra.
R$ 12.000.000,00
15,0%
R$ 10.000.000,00
10,0%
DESVIO CUSTO MÊS (%) R$ 8.000.000,00
DESVIO CUSTO ACUMULADO (%) Gastos planejados acumulados (R$)
5,0% Gastos acumulados (R$)
R$ 6.000.000,00
0,0% R$ 4.000.000,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
R$ 2.000.000,00
-5,0%
R$ 0,00
-10,0% 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
94
Figura 44: Dashboard de segurança
95
Figura 45: Dashboard de qualidade
A nota média está entre 0 e 10, representando a média entre as avaliações para
os quesitos para cada entrega e o índice de entrega fora do prazo varia de 0 a 100%, e
corresponde a porcentagem de entregas fora do prazo: quanto menor, melhor para o
fornecedor.
96
Figura 46: Dashboard de fornecedores
Nos gráficos de baixo, são exibidos os valores de cada mês para cada índice do
fornecedor selecionado. Os pontos do gráfico de dispersão indicam os valores de cada
mês e o gráfico em linhas indica a média acumulada até o mês.
97
5) Apresentação e discussão dos resultados
O estudo em campo foi feito durante duas semanas, além da obtenção de dados
anteriores à pesquisa, fornecidos pela empresa. A edificação já estava com a estrutura
toda concluída, dessa maneira, as etapas da obra que estavam sendo realizadas eram
principalmente relacionadas à revestimento.
Os dados coletados através dos formulários foram lançados no Excel, através das
tabelas seguintes:
98
Figura 47: Dados coletas para indicadores de pessoas
99
Figura 48: Resultados pessoas de junho
100
Figura 50: Resultados pessoas de agosto
101
5.1) Satisfação de funcionários
As coletas para satisfação foram realizadas em junho e setembro, atendendo ao
intervalor de três meses, que é o mais indicado para implantação de medidas. A
amostra coletada foi superior à metade do número de funcionário, que é outra
exigência da pesquisa, para garantir credibilidade às informações geradas.
102
Diante disso, foi conversado com alguns funcionários considerados como os que
possuíam maior influência na obra para saber como melhorar a satisfação deles e o
fator que a equipe mais sente falta é de remuneração por produção e de metas de
trabalho. Infelizmente, não foi possível fazer essas mudanças sugeridas.
103
Figura 56: Clima organizacional em setembro
Devido ao alto índice obtido em junho, não houve ações para melhorar o clima.
Com isso, o índice caiu. Possivelmente, a queda está relacionada a algum problema
localizado. Contudo, o mais adequado é sempre buscar ações para manter o índice
alto.
104
5.3) Índice de rotatividade
Como foi explicado no trabalho, o índice de rotatividade só considera
funcionários desligados para serem substituídos por um de mesma função, com o
propósito de medir quantos funcionários saíram de fato porque não estavam
agregando o suficiente, e não os funcionários que saíram por conta do planejamento.
105
Figura 60: Índice de rotatividade agosto
No mês de julho, houve duas demissões devido aos funcionários não estarem no
mesmo ritmo de trabalho dos demais e em junho e agosto não houve demissões. Não
existe um intervalo indicado para o índice de rotatividade, varia de acordo a cada
empresa e a cada situação; contudo, os índices desses meses para o padrão da
empresa podem ser considerados como aceitáveis, já que não é uma empresa com
uma grande rotatividade.
Os valores obtidos para os três meses podem ser considerados como aceitáveis,
considerando que algumas faltas são inevitáveis.
107
Figura 65: Gráfico índice de absenteísmo
Importância projeto 5
Organização da pesquisa 5
Contribuição para empresa 4
Importância dos indicadores utilizados 5
O comentário feito sobre o projeto foi que o trabalho com painel para controle
dos indicadores de desempenho agregou muito, mas que será necessária uma
conscientização em longo prazo de toda a equipe sobre a importância de se trabalhar
com indicadores de desempenho.
108
6) Conclusão
109
As recomendações para futuros trabalhos são:
110
REFERÊNCIAS
111
FORSTER, N. S. e ROCKART, J. F. Critical Success Factors: An Annotated Bibliography;
Working Paper no. 191. Center for Information Systems Research, Sloan School of
Management. Massachusetts Institute of Technology, 1989.
KPI WORKING GROUP; KPI Report for the Minister for Construction. Department of
the Environment, Transport and the Regions; Norwich, 2000.
Lim, C., & Mohamed, M.; Criteria of project success: an exploratory re-
examination; International Journal of Project Management, 1999.
112
NAVARRO, G. P.- Proposta de sistema de indicadores de desempenho para a gestão
da produção em empreendimentos de edificações residenciais.; Curso de mestrado
profissionalizante em Engenharia; Escola de Engenharia; Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre, 2005.
OLVE, Net al.; Performance Drives: A Practical Guide to Using the Balanced Scorecard.
John Wiley & Sons, Ltd: Chichester, 1999.
113
APÊNDICE A
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115
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117
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