Linguagem
Linguagem
Linguagem
Profª. Adrianamar
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Língua - É o conjunto de sinais (palavras) e de leis combinatórias por meio do qual as pessoas se
comunicam.
A língua pertence a todos os membros de uma comunidade, por isso, faz parte do patrimônio social
e cultural de cada coletividade. Como ela é resultado histórico de uma convenção, um único indivíduo,
isoladamente, não é capaz de criá-la ou modificá-la.
Linguagem - é um processo comunicativo, por meio do qual as pessoas interagem.
Linguagem verbal- é aquela que tem como unidade básica a palavra: falada ou escrita.
Linguagem não verbal- é aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras,
dentre eles estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a
expressão facial, um gesto, música, pintura, fotografia, etc.
Linguagem mista: é o uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem não verbal. Por exemplo:
histórias em quadrinhos, cinema, teatro, programas de tv entre outros que podem reunir diferentes
linguagens.
Linguagem digital- recentemente, com o aparecimento da informática, surgiu também a linguagem digital,
que permite armazenar e transmitir informações em meios eletrônicos.
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Comunicação
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A palavra comunicação derivada do latim, o termo comunicação (“communicare”) significa “partilhar,
participar de algo, tornar comum”, sendo, portanto, um elemento imprescindível para interação social
humana.
A comunicação ocorre quando interagimos com outras pessoas, utilizando a linguagem. A
comunicação representa a transmissão de mensagens entre um emissor e um receptor.
Nenhum ato comunicativo acontece sem a presença de alguns elementos nucleares denominados
elementos da comunicação, que permitem que a mensagem transite entre emissor e receptor, conforme
demostra o e esquema abaixo:
• Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que emite a mensagem para um ou
mais receptores, por exemplo, uma pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre outros.
• Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a mensagem emitida pelo
emissor.
• Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo, o conjunto de
informações transmitidas pelo locutor, por isso.
• Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem
• Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem será transmitida, por exemplo,
jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre outros.
• Contexto: Também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa em que estão inseridos o
emissor e receptor.
• Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é decodificada de forma correta pelo
interlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo locutor é desconhecido pelo interlocutor; barulho do local;
voz baixa; dentre outros.
A comunicação somente será efetivada se o receptor decodificar a mensagem transmitida pelo
emissor. Em outras palavras, a comunicação ocorre a partir do momento que o interlocutor atinge o
entendimento da mensagem transmitida. Nesse caso, podemos pensar em duas pessoas de países
diferentes e que não conhecem a língua utilizada por elas (russo e mandarim). Sendo assim, o código
utilizado por elas é desconhecido e, portanto, a mensagem não será inteligível para ambas, impossibilitando
o processo comunicacional.
Signo linguístico
Para que possamos entender melhor o processo comunicativo, torna-se necessário analisar mais
criteriosamente a natureza daquilo que, na comunicação, o emissor procura transmitir ao receptor, ou seja
é preciso estabelecer uma relação psíquica que une por um vínculo de associação a palavra
CONCEITO/SIGNIFICADO (abstrato) a uma IMAGEM ACÚSTICA/SIGNIFICANTE (impressão psíquica do
som) que é a representação que os nossos sentidos dão ao som imagem acústica.
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Linguagem acústica
Conceito
Nota-se que o que circula entre o emissor e o receptor é o significante. O significado (conceito mental)
que o emissor atribui a esse significante continua no interior do emissor. O significante suscita no interior
do receptor um outro significado semelhante, mas nunca idêntico, ao do emissor. Esta questão é importante,
ainda que fique provisoriamente em aberto, e permite perceber melhor a diferença que há entre a linguagem
técnico-científica e a linguagem literária.
Importância da Comunicação
O ato de comunicar-se é essencial tanto para os seres humanos e os animais, uma vez que através
da comunicação partilhamos informações e adquirimos conhecimentos.
Note que somos seres sociais e culturais. Ou seja, vivemos em sociedade e criamos culturas as
quais são construídas através do conjunto de conhecimentos que adquirimos por meio da linguagem,
explorada nos atos de comunicação.
Quando pensamos nos seres humanos e nos animais, fica claro que algo essencial nos distingue
deles: a linguagem verbal.
A criação da linguagem verbal e não verbal entre os seres humanos foi essencial para o
desenvolvimento das sociedades, bem como para a criação de culturas.
Os animais, por sua vez, agem por extinto e não pelas mensagens verbais que são lhes são
transmitidas durante a vida. Isso porque eles não desenvolveram uma língua (código) e por isso, não criaram
uma cultura.
Independentemente de qualquer contexto é importante ter considerar que para o desenvolvimento
de uma boa comunicação é imprescindível:
• Falar de forma simples e objetiva, pois assim permitirá a transmissão de informações claras;
• Retificar com o seu interlocutor se este compreendeu aquilo que quis dizer. Pode pedir-lhe até para
ele resumir por palavras suas aquilo que você lhe disse;
• Ser espontâneo.
• “Ser objetivo”. Conseguir dizer o que pretende no menor tempo possível, de forma pausada e calma
irá fazer com que o seu interlocutor se foque apenas na mensagem essencial;
• Preparar-se para dizer aquilo que quer comunicar, pois assim estará mais seguro durante o processo
de comunicação e conseguirá fazer com que o seu pensamento flua melhor;
• Prestar atenção a sua linguagem não verbal bem como à do seu interlocutor, a fim de poder modificar
a intensidade do seu discurso;
• Ter vocabulário e ser compreensivo com o seu interlocutor caso seja interrompido;
• Procurar colocar-se no lugar do outro, pois ao fazê-lo irá conseguir compreender qual o
enquadramento mental do seu interlocutor, permitindo-lhe apelar a determinados sentimentos e/ou
racionalidade;
• Adequar o seu discurso ao seu receptor;
• Aceitar feedbacks da sua comunicação dos mais variados interlocutores. Aceite as observações que
achar pertinentes e conseguirá, da próxima vez que comunicar, uma comunicação mais eficiente.
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A comunicação é verdadeiramente um elemento fundamental da nossa vivência e por isso mesmo
se torna essencial compreender quais as melhores formas de pô-la em prática. Ela é quem nos liga ao nosso
semelhante através de uma empatia que vai além de qualquer simbolismo ou metáfora comunicada. É,
também, através dela que conseguimos aprender e evoluir como povo e espécie, pois permite a integração
de conteúdos de outros que como nós comunicam, apesar de, por vezes, o fazerem em outras línguas, outras
culturas, ou diferentes rituais.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
De acordo com a visão clássica, para que haja comunicação é necessário que os interlocutores
(remetente e destinatário de uma dada mensagem) utilizem um sistema de sinais
– o código - devidamente organizado e comum a ambos. A mensagem a ser transmitida refere-se a
um contexto e para que chegue ao destinatário necessita de um canal, um meio físico concreto de contato.
Veja o esquema a seguir: Esquema clássico da comunicação Segundo a Teoria da Comunicação
proposta por Roman Jakobson em 1969, toda mensagem tem uma finalidade predominante que pode ser
a transmissão de informação, o estabelecimento puro e simples de uma relação comunicativa, a
expressão de emoções, e assim por diante.
O conjunto dessas finalidades tem sido entendido sob o rótulo geral de funções da linguagem. As
seis funções são: contato função fática código função metalinguística destinatário função conativa função
poética mensagem função referencial contexto remetente função emotiva:
1. Função referencial (ou denotativa) É aquela centralizada no referente, pois o emissor oferece
informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a terceira pessoa do singular. Essa
linguagem é usada na ciência, na arte realista, no jornal, no “campo” do referente e das notícias de
jornal e livros científicos.
Ex: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma
maçã vermelha e uma pera.
2. Função emotiva (ou expressiva) É aquela centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua
emoção.Nela prevalece a primeira pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das
biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor.
Ex: Muito obrigada, não esperava surpresa tão boa assim! Não,... não estou triste, mas também não
quero comentar o assunto.
3. Função apelativa (ou conativa) É aquela que se centraliza no receptor; o emissor procura influenciar o
comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o
nome da pessoa, além de vocativos e imperativos. É usada nos discursos, sermões e propagandas que
se dirigem diretamente ao consumidor.
Ex:Textos publicitários (propaganda) e campanhas políticas.
4. Função Fática É aquela centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o
receptor, ou testar a eficiência do canal.
Ex: - Olá, como vai, tudo bem? - Alô, quem está falando?
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5. Função poética É aquela centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo
emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações.
É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música e em algumas propagandas.
Ex: Tecendo a manhã (João Cabral de Melo Neto) “Um galo sozinho não tece uma manhã:/ele precisará
sempre se outros galos[...]”
6. Função metalinguística É aquela centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma.
A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente
os dicionários são repositórios de metalinguagem.
Ex: - Não entendi o que é metalinguagem, você poderia explicar novamente, por favor? - Metalinguagem
é usar os recursos da língua para explicar alguma teoria, um conceito, um filme, um relato, etc.
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Quadro resumo das funções da linguagem
Atividades
1- O conceito de língua pode ser apresentado como:
a) um conjunto de signos convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a
possibilidade de uma comunicação;
b) uma união de símbolos verbais ou não usados para a comunicação;
c) signos unidos não-convencionais que facilitam a comunicação entre os membros de uma
comunidade;
d) um conjunto de significantes convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a
possibilidade de uma comunicação;
e) uma união de signos convencionais ou não que possibilita a comunicação entre os membros
de uma comunidade.
Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito – como não imaginar que, sem querer, feri alguém?
Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas.
Imprudente ofício é este, de viver em voz alta.
Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou
alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma
vontade de fazer alguma coisa boa.
Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém.
Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com
naturalidade porque senti no momento – e depois esqueci.
Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta antigo – foi despertar melodias:
esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino muito
distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo; iluminasse um
pouco as suas pobres choupanas e as suas remotas esperanças.
(Rubem Braga)
8- A linguagem possui um papel de grande importância como forma de “transmitir” informações do emissor
ao receptor. O texto nos fala ainda de um outro “poder” que tem a palavra. Que “poder” é esse?
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9 - Na frase “deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque senti
no momento”, que características da fala foram destacadas? Explique.
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11 – Signo = representação material (Significante) + conceito mental (Significado). É claro que
um mesmo significante pode nos remeter a vários significados. Esse fato linguístico chama-se:
a) sinônimo.
b) antônimo.
c) semântica.
d) denotação.
e) polissemia
12- O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar atrasado para o jantar. Nesta situação,
podemos dizer que o canal é:
a) o pai
b) a filha
c) fios de telefone
d) o código
e) a fala
a) Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende o seu significado.
b) Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o código.
c) As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de palavras, desenhos, números
etc.
d) Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras.
e) Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los de várias maneiras, criando
novas mensagens.
14-Uma pessoa é convidada a dar uma palestra em Espanhol. A pessoa não aceita o convite, pois não sabia
falar com fluência a língua Espanhola. Se esta pessoa tivesse aceitado fazer esta palestra seria um fracasso
porque:
a) não conhecia a mensagem
b) não dominava o código
c) não conhecia o referente
d) não conhecia o receptor
16-Um guarda de trânsito percebe que o motorista de um carro está em alta velocidade. Faz um gesto
pedindo para ele parar. Neste trecho o gesto que o guarda faz para o motorista parar, podemos dizer que é:
a) "O risco maior que as instituições republicanas hoje correm não é o de se romperem, ou serem rompidas,
mas o de não funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hábito
covarde de acomodação e da complacência. Diante do povo, diante do mundo e diante de nós mesmos, o
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que é preciso agora é fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes devolver a credibilidade
desgastada. O que é preciso (e já não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar ainda mais o
conceito que o Brasil faz de si mesmo) é apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem doer." (O Estado
de São Paulo)
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b) O verbo infinitivo Ser criado, gerar-se, transformar O amor em carne e a carne em amor; nascer Respirar,
e chorar, e adormecer E se nutrir para poder chorar Para poder nutrir-se; e despertar Um dia à luz e ver, ao
mundo e ouvir E começar a amar e então ouvir E então sorrir para poder chorar. E crescer, e saber, e ser,
e haver E perder, e sofrer, e ter horror De ser e amar, e se sentir maldito E esquecer tudo ao vir um novo
amor E viver esse amor até morrer E ir conjugar o verbo no infinito... (Vinícius de Morais)
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c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o
nome genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da
respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a parte exterior da boca."
(Matoso Câmara Jr.)
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d) " - Que coisa, né? - É. Puxa vida! - Ora, droga! - Bolas! - Que troço! - Coisa de louco! - É!"
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e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra Lights."
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f) "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer
acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo ilusão?
Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo ilusão?...
Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento embaralhar-se longe daquelas
porcarias. Senti uma sede horrível...Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei pregado à janela, olhando
as pernas dos transeuntes." (Graciliano Ramos)
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h) "Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao coração de Marcela, não já cavalgando o corcel do cego
desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. Que, em verdade, há dois meios de
granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o insinuativo, como o cisne de Leda
e a chuva de ouro de Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora de moda, aí ficam trocados
no cavalo e no asno." (Machado de Assis)
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i)"O homem letrado e a criança eletrônica não mais têm linguagem comum." (Rose-Marie Muraro)
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j) "O discurso comporta duas partes, pois necessariamente importa indicar o assunto de que se trata, e em
seguida a demonstração. (...) A primeira destas operações é a exposição; a segunda, a prova." (Aristóteles)
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k) "Amigo Americano é um filme que conta a história de um casal que vive feliz com o seu filho até o dia em
que o marido suspeita estar sofrendo de câncer."
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n)Poética
Que é poesia?
uma ilha cercada
de palavras
por todos os lados.
Que é um poeta?
um homem
que trabalha um poema
com o suor do seu rosto
Um homem que tem fome como qualquer outro
homem.
(Cassiano Ricardo)
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Fala e escrita
A língua falada e a língua escrita, embora sejam expressões de um mesmo idioma, apresentam
características que nos permite a identificação de suas particularidades. Apesar da divisão (de cunho
didático), as duas modalidades formam um contínuo linguístico, que é bastante visível em determinados
gêneros textuais, como o chat ou bate-papo pela internet ou por mensagens telefônicas. As diferenças
entre a fala e a escrita são:
FALA ESCRITA
contextualizada descontextualizada
dependente autônoma
implícita explícita
redundante condensada
não planejada planejada
imprecisa precisa
não normatizada normatizada
fragmentária completa
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Falo de um modo, mas escrevo de outro?!
De fato, falamos de um modo, mas escrevemos de outro, pois língua escrita e língua falada são
duas modalidades diferentes de comunicação, tendo cada uma delas suas características próprias.
Quando falamos, além das palavras, utilizamos outros elementos como os gestos, os olhares, a
expressão do rosto e, principalmente, algo chamado entoação da frase. Pela entoação distinguimos uma
frase afirmativa de uma interrogativa, uma frase dita com seriedade de outra dita com ironia, por exemplo.
Quando escrevemos, entretanto, não há mais gestos, nem olhares, nem entoação. Sobram apenas
as palavras. É por isso que, ao redigirmos relatórios, documentos, resenhas ou quaisquer outros tipos de
texto escrito, devemos ter cuidado especial com a pontuação, a ortografia, a concordância e a colocação
das palavras. Do contrário, corremos o risco de não sermos devidamente interpretados; nosso texto ficará
confuso, comprometendo, assim, a comunicação.
É válido ressaltar, também, que a língua escrita não é nem mais nem menos importante que a língua
falada. Não existe "superioridade" de uma ou outra. São apenas modalidades diferentes que se realizam em
situações diferentes.
Variação linguística
A variação de uma língua é a forma pela qual ela difere de outras formas da linguagem sistemática
e coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de identificação, e um deles é a língua. Esta pode
variar de acordo com alguns fatores, tais como o tempo, o espaço, o nível cultural e a situação em que um
indivíduo se manifesta verbalmente. Existem diversas formas de se dizer a mesma coisa em um mesmo
contexto e com o mesmo valor de verdade. (LABOV, 1972).
É importante observar que toda variação linguística é adequada para atender às necessidades
comunicativas e cognitivas do falante. Assim, quando julgamos errada determinada variedade, estamos
emitindo um juízo de valor sobre os seus falantes e, portanto, agindo com preconceito linguístico.
Variedade padrão, língua padrão ou norma culta: baseada no “modo de falar e escrever” dos grupos de
maior prestígio cultural, político e econômico; caracteriza-se pelo uso de estruturas frasais mais
complexas, pelo vocabulário mais elaborado e pela observância às regras da gramática normativa.
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Variedade não padrão, língua não padrão: mais espontânea, empregada em situações informais do
cotidiano e caracterizada pelo emprego de frases de estrutura simples, pela pouca (ou nenhuma)
observância às regras da gramática normativa, pelo vocabulário mais comum e pela presença de frases
feitas, expressões populares e gírias.
Dentre as diversas variações pode-se dizer que a oposição mais importante se dá entre a chamada
linguagem culta (ou padrão) e a linguagem popular, coloquial.
Espécies de variação
Variação Histórica -Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se
comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada
por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivo.
A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes
convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso
na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.
Variação Geográfica- Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre
regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em torno
de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os padrões linguísticos
utilizados na região de sua influência. As diferenças linguísticas entre as regiões são graduais, nem sempre
coincidindo com as fronteiras geográficas. É a variedade que possui diferenças em nível lexical. Ex:
mandioca /aipim.
Agora, veja um quadro comparativo de algumas variações de expressões utilizadas nas regiões Nordeste,
Norte e Sul:
Variação Social- Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível socioeconômico, determinado pelo meio
social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o sexo. A variação social não compromete a
compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode
indicar qual o nível socioeconômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo
menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio. Variação Estilística Considera um mesmo indivíduo
em diferentes circunstâncias de comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de
intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações
intermediárias, é possível identificar dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de
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reflexão do indivíduo sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o
formal, em que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo
conteúdo é mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita
e falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação. São variedades que possuem
diferenças em nível fonológico ou morfossintático. Veja:
Fonológicos - “prantar” em vez de “plantar”; “bão” em vez de “bom”; “pobrema” em vez de “problema”;
“bicicreta” em vez de “bicicleta”.
Morfossintáticos - “dez real” em vez de “dez reais”; “eu vi ela” em vez de “eu a vi”; “eu truci” em vez de “eu
trouxe”; “a gente fumo” em vez de “nós fomos”.
Gírias- linguagem informal usado por determinado grupo social com vocabulário rico em expressões
metafóricas, jocosas, elípticas e mais efêmeras que as da língua tradicional. Seu processo de formação
inclui acréscimo de sons ou sílabas, uso de certos códigos etc.
Jargão -é o modo de falar específico de um grupo, geralmente ligado à profissão. Existe, por exemplo, o
jargão dos médicos, o jargão dos especialistas em informática, etc. Imagine que você foi a um hospital e
ouviu um médico conversando com outro. A certa altura, um deles disse: "Em relação à dona Fabiana, o
prognóstico é favorável no caso de pronta-suspensão do remédio.
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https://www.google.com.br/search?q=jargão&hl; Acesso: 05/08/2018
Empregamos a variedade não padrão quando nos comunicamos de maneira mais informal e
espontânea com nossos familiares, vizinhos, colegas e amigos.
A noção de certo e errado está ligada ao prestígio que a variedade culta adquiriu na sociedade. No
entanto, todas as demais variedades são legítimas e devem ser respeitadas, combatendo o preconceito
linguístico. A variedade culta é difundida principalmente pela escola e pelos meios de comunicação e está
relacionada a um grupo de pessoas de maior prestígio social.
A linguagem não é uniforme, sofrendo variação de acordo com o assunto, interlocutor, ambiente e
intencionalidade – fatores que se referem à adequação linguística.
Fixação
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2-Caso o poema fosse redigido na variedade culta da língua portuguesa, o que se perderia no que tange
ao objetivo do poema?
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3- Que palavras empregadas no texto aproxima-o da fala?
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Vício da fala
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Texto para responder às questões 6 e 7.
AULA DE PORTUGUÊS
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
6- No poema, o falante revela uma relação ambígua com a língua que fala: o português, chegando mesmo
a afirmar que "o português são dois...". Explique em que consiste essa ambiguidade e quais são esses dois
"português". ____________________________________________________________________
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7-O autor escolheu o adjetivo esquipáticas, que significa "esquisitas", para caracterizar as figuras
de gramática. Por que ele teria preferido esquipáticas a esquisitas?
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EFEITOS DE SENTIDO
Sentido literal é aquele que pode ser tomado como o sentido “básico, usual” da palavra ou expressão, esse
pode ser compreendido sem ajuda do contexto.
Quando uma palavra ou enunciado se apresenta em seu sentido usual, adquire valor denotativo.
Ex. Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.
Sentido figurado é o que as palavras ou expressões adquirem em situações particulares de uso. A palavra
tem valor conotativo quando seu significado é ampliado ou alterado no contexto em que é empregada,
sugerindo ideias que vão além de seu sentido mais usual.
Ex: Você tem um coração de pedra.
FIXAÇÃO
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1- “Minha memória não se desgrudava daquela cena e meu olhar apagava a paisagem ao meu redor.”
Escreva a seguir as palavras dessa frase que têm sentido conotativo. Explique.
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2-A frase em que o termo sublinhado está empregado no sentido denotativo é:
O filme Cazuza - O tempo não para me deixou numa espécie de felicidade pensativa. Tento explicar por
quê. Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doença e a morte parecem ter-se vingado de sua paixão
exagerada de viver. É impossível sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que vale mais,
a preservação de nossas forças, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre procura da máxima
intensidade e variedade de experiências? Digo que a pergunta se apresenta “mais uma vez” porque a
questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória. (...) Obedecemos a uma proliferação de regras que
são ditadas pelos progressos da prevenção. Ninguém imagina que comer, fumar, tomar pinga, transar sem
camisinha e combinar, sei lá, nitratos com Viagra seja uma boa ideia. De fato não é. À primeira vista, parece
lógico que concordemos sem hesitação sobre o seguinte: não há ou não deveria haver prazeres que valham
um risco de vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um prazer que,
por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os jovens têm uma razão básica para
desconfiar de uma moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos
suplementares. É que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente se preocupará mais tarde,
muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e sem rede não é apenas a inconsciência
de quem pode esquecer que “o tempo não para”. É também (e talvez sobretudo) um questionamento que
nos desafia: para disciplinar a experiência, será que temos outras razões que não sejam só a decisão de
durar um pouco mais? (Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo)
I. Os trechos “mordeu a vida com todos os dentes” e “caminhar na corda bamba e sem rede” podem ser
compreendidos tanto no sentido figurado quanto no sentido literal.
II. Na frase “De que adiantaria um prazer que (...) cortasse o galho sobre o qual estou sentado”, o sentido
da expressão sublinhada corresponde ao de “se está sentado”.
III. Em “mais uma vez”, no início do terceiro parágrafo, o autor empregou aspas para indicar a precisa
retomada de uma expressão do texto.
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O TEXTO
Na era da informação tudo é texto. Um slogan político ou publicitário, um anúncio visual sem
nenhuma palavra, uma canção, um filme, um gráfico, um discurso oral que nunca foi escrito, enfim, os mais
variados arranjos organizados para informar, comunicar, veicular sentidos são texto. O texto não é, pois,
exclusivamente da palavra. . Irene A. Machado
Textum, i, subst. n. Sentido próprio: 1) Tecido, pano. Por extensão: 2) Obra formada de partes
reunidas, contextura. Sentido figurado: 3) Contextura, (do estilo).
Texto, em Português, assim como em Latim, quer dizer “tecido”, entrelaçamento de “fios”. Assim,
produzir um texto é entrelaçar suas várias partes a fim de obter um todo encadeado logicamente, o que
resulta numa rede de relações que garantem a sua unidade e coesão. A essa rede de relações, dá-se o
nome de tessitura textual.
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A expressão está diretamente ligada ao domínio da estrutura da língua e do léxico. Estes dois
últimos tópicos são resultados de um plano previamente elaborado e de uma revisão apurada do texto .
FIXAÇÃO
1 – A partir de um "texto básico" dado, onde não está ainda realizada a coesão, você deverá substituir os termos
repetidos por sinônimos ou expressões adequadas, dando uma nova versão ao texto, utilizando os mecanismos de
coesão que julgar convenientes
a)Todos os anos dezenas de baleias encalham nas praias do mundo e até há pouco nenhum oceanógrafo
ou biólogo era capaz de explicar por que as baleias encalham. Segundo uma hipótese corrente, as baleias
se suicidariam ao pressentir a morte, em razão de uma doença grave ou da própria idade, ou seja, as baleias
praticariam uma espécie de eutanásia instintiva. Segundo outra, as baleias se desorientariam por influência
de tempestades magnéticas ou de correntes marinhas. Agora, dois pesquisadores do Departamento de
História Natural do Museu Britânico, com sede em Londres, encontraram uma resposta científica para o
suicídio das baleias. De acordo com Katharine Parry e Michael Moore, as baleias são desorientadas de suas
rotas em alto-mar para as águas rasas do litoral por ação de um minúsculo verme de apenas 2,5 centímetros
de comprimento.
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b)Muita gente votou, nas últim as eleições Muita gente pensava q ue as coisas iriam mudar
radicalmente, mas muita gente estava enganada. O Brasil parece q ue levara ainda um tempo muito
grande p ara amadurecer. O que o Brasil precisa, entretanto, para chegar a Mear maduro, é manter
arejada e viva a democracia.
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2-Identifique os conectores usados no texto e indique a que elementos(s) fazem referência.
“A corrosão é um processo espontâneo e nenhum material conhecido é totalmente imune a ele, nem mesmo
o aço chamado inoxidável. Esse tipo de aço é, na verdade, mais resistente à corrosão em meios oxidantes
e se degrada numa velocidade menor. Esta maior resistência deve-se à composição química do aço
inoxidável. Ele é de uma família de ligas à base de ferro que contém, dentre outros elementos, de 12% a
30% de crômio e até 22% de níquel em massa. A resistência dos aços inoxidáveis à corrosão se deve à
existência de um filme de óxido de crômio na superfície da liga.” (Globo Ciência, abril 1998)
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4-No texto abaixo, há fragmentos que apresentam algum tipo de incoerência. Tente identificar e explicar o
essas incoerências.
Conheci Sheng no primeiro colegial e aí começou um namoro apaixonado que dura até hoje e talvez
para sempre. Mas não gosto de sua família: repressora, preconceituosa, preocupada em manter as
milenares tradições chinesas. O pior é que sou brasileira, detesto comida chinesa e não sei comer com
pauzinhos. Em casa, só falam chinês e de chinês eu só sei o nome do Sheng.
No dia do seu aniversário, já fazia dois anos de namoro, ele ganhou coragem e me convidou para
jantar em sua casa. Eu não podia recusar e fui. Fiquei conhecendo os velhos, conversei com eles, ouvi
muitas histórias da família e da China, comi tantas coisas diferentes que nem sei. Depois fomos ao cinema
eu e o Sheng.
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O grande perigo do jornalista que começa é o de cair na presunção sociológica. É claro que, tratando
da sociedade, o jornalismo é também um pouco de sociologia – mas a sociologia deve ir para o lugar próprio,
os artigos elaborados com mais tempo, os editoriais e tópicos e, bem digerida em fluído, a reportagem.
Jornalismo é a razão e emoção. O texto apenas racional é frio, e só comunica aos que se encontrem
diretamente interessados no assunto. O texto deve saber dosar emoção e razão, e é nesse equilíbrio que
está o chamado “pulo do gato”. Muitos jornalistas acreditam que o adjetivo emociona. Enganam-se. Quanto
mais despida uma frase, mais cortante o seu efeito.
“E amolou o machado, preparou um toco para servir de cepo, chamou o menino, amarrou-lhe as
mãos, fez-lhe um sinal para que ficasse calado, e rachou o seu corpo em sete pedaços. O menino P., de
cinco anos, não era seu filho e F. descobrira isso poucos minutos antes, quando discutia com a mulher.”
Leads como esse são sempre possíveis na reportagem de polícia: não necessitam de adjetivos. As
tragédias, como os cantores famosos, dispensam apresentações.
SANTAYANA, Mauro. Imprensa: Jornalismo e Comunicação. Ano 1. 11: 34. São Paulo. Feeling Editorial, 1988.
Nota: Lead é palavra inglesa, usada no jornalismo para indicar um pequeno texto de apresentação de um texto maior.
Questão 5
a) Qual é o antecedente a que se refere o pronome relativo que na linha 1?________________________
b) Na frase “O grande perigo jornalista que começa é o de cair na presunção sociológica”, o o em destaque
é um pronome demonstrativo. A que elemento do texto ele se refere?____________________________
Questão 6- O autor afirma que “o jornalismo é também um pouco de sociologia”.O uso da palavra também
faz pressupor algum outro significado além do que está explícito no texto?
______________________________________________________________________________
Questão 7- O emprego do conectivo mas - linha 2- manifesta uma relação de contradição entre dois
enunciados. Como se explica essa contradição?
______________________________________________________________________________
Questão 8-Na linha 4, ao dizer que o texto apenas racional é frio, o que pretende dizer o autor com o uso
do vocábulo apenas?
______________________________________________________________________________
Questão 9-Nas linhas 6 e 7, a expressão quanto mais manifesta uma relação proporcional entre dois
termos. Quais são os dois termos dessa relação proporcional?
Questão 10-Na linha 8, a quem se refere o lhe que ocorre em “amarrou-lhe as mãos” e “fez-lhe um sinal”.
______________________________________________________________________________
Questão 11-Na linha, está dito: “e rachou o seu corpo”; na linha 11 afirma-se: “não era seu filho”. A que
termo se refere o pronome possessivo seu em cada caso?
______________________________________________________________________________
Questão 12- Na linha 10, afirma-se: “F. descobriu isso poucos minutos antes...”
a) O pronome isso faz referência a que elemento do texto?_______________________________
b) O advérbio antes reporta a que tempo? ____________________________________________
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Tipologia textual
Um mesmo texto pode apresentar características da descrição, narração e dissertação. Entretanto, o
texto será enquadrado em um dos três tipos de composição conforme o predomínio da forma e linguagem
utilizadas.
O formato da descrição se assemelha a uma ampulheta (objeto com forma de dois vasos cônicos
que se comunicam, nos vértices, por um pequeno orifício) , já que se começa a descrever os aspectos
mais gerais do objeto, passando-se aos mais detalhados e, no final, retomam-se as características mais
superficiais, que foram inicialmente apresentadas.
1a PARTE: Primeira Impressão ou Aspectos Gerais - descrição das características mais perceptíveis e
superficiais do objeto. Começa-se o texto apresentando aquilo que é mais marcante em relação ao que se
descreve.
2a PARTE: Aspectos Específicos - são as características mais aprofundadas, mais detalhadas do objeto.
3a PARTE: Retomada da Primeira Impressão - é a reafirmação, com outras palavras, daquela descrição
superficial feita a respeito do objeto
2- O TEXTO NARRATIVO
A Narração é a apresentação de uma história cujos fatos estão ordenados em uma sequência lógica
e temporal. É um tipo de composição textual marcado, sobretudo, pelas mudanças de estado que ocorrem
entre as partes do texto.
Fazer uma narração consiste, basicamente, em saber contar uma história, a qual pode ser verídica
ou fictícia. Para isso, operam-se alguns componentes necessários à história, que são a temática (o fato em
si), as personagens (planas ou redondas), o espaço (físico ou abstrato), o tempo (cronológico ou
psicológico), o enredo (linear ou alinear), o foco narrativo (narrador-personagem ou narrador-observador)
e a linguagem (objetiva ou subjetiva).
O tempo será um elemento fundamental no texto narrativo, pois é ele quem é responsável pela
presença mais nítida das relações de anterioridade e de posterioridade que há entre os acontecimentos
da história. Com isso, é comum na narração a ocorrência acentuada de adjuntos adverbias de tempo.
QUE? (fato)
23
QUEM? (personagens)
QUANDO? (tempo)
ONDE? (local)
COMO? (modo)
2a PARTE: Enredo - são todas as transformações pelas quais os elementos narrativos passam ao longo da
história.
3a PARTE: Desfecho - é o término da história, o qual pode ser fechado (a história realmente finaliza com a
última linha do texto), ou aberto (a continuidade da história fica por conta da imaginação do leitor.
D
TEMA OU TÓPICO FRASAL + ARGUMENTO 1
I ARGUMENTO 2
S
ARGUMENTO 3
APROFUNDAMENTO DO ARGUMENTO
S 1
APROFUNDAMENTO DO ARGUMENTO
E 2
APROFUNDAMENTO DO ARGUMENTO
R 3
T
REAFIRMAÇÃO DO TEMA
* A quantidade de argumentos pode variar, inclusive, não ser apresentada na introdução, deixando-se
o seu emprego somente para o desenvolvimento.
FIXAÇÃO
1. Narrar
2. Argumentar
3. Expor
4. Descrever
5. Prescrever
25
( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos e indicações de como realizar ações,
com emprego abundante de verbos no modo imperativo.
( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias sobre determinado assunto, assim como
explicações, avaliações e reflexões. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal.
( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou não, acontecido num determinado espaço
e tempo, envolvendo personagens e ações. A temporalidade é fator importante nesse tipo de texto.
( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou subjetiva, um lugar, uma pessoa, um
objeto etc., com abundância do uso de adjetivos. Não há relação de temporalidade.
a) 3, 5, 1, 2, 4
b) 5, 3, 1, 4, 2
c) 4, 2, 3, 1, 5
d) 5, 3, 4, 1, 2
e) 2, 3, 1, 4, 5
26
uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto de civilidade
democrática, no qual o outro lado também é ouvido.
A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que
configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um
determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais
de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede.
Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos.
No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse
simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação
serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte.
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso,
todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo
contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, de
outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio.
(CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.)
2-Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto pode-se afirmar que se trata de uma:
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção de
informar ou esclarecer.
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens,
numa relação temporal de anterioridade e posterioridade.
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa
progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão.
d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo
de adjetivos.
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com
verbos no modo imperativo.
3-Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa que indique as tipologias textuais às quais eles
pertencem :
a)Texto I
“Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o
passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda
úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se
não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de
branco, sugeriu que devia sofrer de ataque (...)”. (Dalton Trevisan – Uma vela para Dario).
_______________________________________________
b)Texto II
“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer esforço
para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma cara de menino, que a expressão
alegre acentuava ainda mais.”
______________________________________
c)Texto III
Novas tecnologias
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Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente aquelas
ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas
tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichizam”novos produtos, transformando-os em objetos do
desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro”
tão festejado.
Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um aparelho
capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto,
desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se
estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de
entretenimento.
Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por
espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos
quanto somos controlados.
SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado).
________________________________________
4-São características do gênero narrativo:
a) No gênero narrativo, há sempre um eu que se expressa, elemento que é responsável pelo subjetivismo
atribuído a esse tipo de composição.
b) O gênero narrativo é marcado pela afetividade e pela emotividade do clima lírico, sempre relacionado
com o íntimo e a introspecção.
c) O gênero narrativo apresenta um enredo, no qual existe uma situação inicial, a modificação da situação
inicial, um conflito, o clímax e o epílogo. Os elementos que compõem o gênero narrativo são narrador,
tempo, lugar, enredo ou situação e as personagens.
d) O gênero narrativo faz referência à narrativa feita em forma de versos, contando histórias e fatos
grandiosos e heroicos sobre a história de um povo. O narrador fala do passado, o que justifica os verbos
sempre empregados no tempo pretérito.
O trecho abaixo foi extraído da obra Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.
Analise-o para responder à questão 5.
BOTAFOGO ETC.
Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol. Losangos
tênues de ouro bandeira nacionalizavam os verdes montes interiores. No outro lado azul da baía a Serra
dos Órgãos serrava. Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gostosas. Rolah ia vinha derrapava
em túneis.
Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas da cidade.
5-Didaticamente, costuma-se dizer que, em relação à sua organização, os textos podem ser compostos de
descrição, narração e dissertação; no entanto, é difícil encontrar um trecho que seja só descritivo, apenas
narrativo, somente dissertativo. Levando-se em conta tal afirmação, selecione uma das alternativas abaixo
para classificar o texto de Oswald de Andrade:
a) Narrativo-descritivo, com predominância do descritivo.
b) Dissertativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
c) Descritivo-narrativo, com predominância do narrativo.
d) Descritivo-dissertativo, com predominância do dissertativo.
e) Narrativo-dissertativo, com predominância do narrativo.
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6-Sobre um texto do tipo descritivo, é correto afirmar:
a) Sua principal característica é narrar um fato fictício ou não, com tempo e espaço bem definidos e
personagens que executam as ações que movimentam o enredo.
b) Sua principal característica é explicar um assunto e discorrer sobre ele. Tem como intenção expor um
argumento e defendê-lo.
c) Sua principal característica é completar os elementos da narrativa com a caracterização de personagem
e de ambiente para transmitir ao leitor dados significativos sobre as personagens.
d) Sua principal característica é indicar como realizar uma ação, com linguagem simples e objetiva e
predomínio do modo imperativo.
e) Sua principal característica é fazer uma defesa de ideias ou de um ponto de vista do autor do texto. A
linguagem é predominantemente persuasiva e denotativa.
Leia o fragmento do conto “A causa secreta”, de Machado de Assis para responder à questão 7.
“Garcia estava atônito. Olhou para ele, viu-o sentar-se tranquilamente, estirar as pernas, meter as mãos nas
algibeiras das calças, e fitar os olhos no ferido. Os olhos eram claros, cor de chumbo, moviam-se devagar,
e tinham a expressão dura, seca e fria. Cara magra e pálida; uma tira estreita de barba, por baixo do queixo,
e de uma têmpora a outra, curta, ruiva e rara. Teria quarenta anos. De quando em quando, voltava-se para
o estudante, e perguntava alguma coisa acerca do ferido; mas tornava logo a olhar para ele, enquanto o
rapaz lhe dava a resposta. A sensação que o estudante recebia era de repulsa ao mesmo tempo que de
curiosidade; não podia negar que estava assistindo a um ato de rara dedicação, e se era desinteressado
como parecia, não havia mais que aceitar o coração humano como um poço de mistérios”.
(MACHADO DE ASSIS. A causa secreta. In: Machado de Assis – obra completa. v.2. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 513.)
7-A partir da análise do trecho do conto, podemos dizer que o texto classifica-se como
a) Um texto de relato, pois transmite os fatos acontecidos com foco no acontecimento;
b) Um texto narrativo, seu material é o fato e a ação que envolve os personagens;
c) Um texto dissertativo, cuja principal intenção é a exposição de opiniões com a intenção de persuadir o
leitor;
d) Um texto narrativo-descritivo, pois é predominantemente narrativo com passagens descritivas;
a) Trata-se de um tipo de texto que descreve com palavras o que se viu e se observou. Tipo textual
desprovido de ação, em que o ser, o objeto ou o ambiente são mais importantes. Valorização do
substantivo e do adjetivo, que ocupam lugar de destaque na frase.
b) Tem como principal objetivo contar uma história, seja ela real ou fictícia e até mesmo mesclando dados
reais e imaginários. Apresenta uma evolução de acontecimentos, ainda que sem linearidade ou relação
com o tempo real.
c) Tipo de redação escrita em prosa sobre determinado tema, sobre o qual deverão ser apresentados
argumentos, provas e exemplos a fim de que se chegue a uma conclusão para os fatos abordados.
d) Tipo de texto que indica para o leitor os procedimentos a serem realizados. Nesse tipo de texto, as
frases, geralmente, estão no modo imperativo.
É comum, no Brasil, a prática de tortura contra presos. A tortura é imoral e constitui crime.
Embora não exista ainda na leis penais a definição do 'crime de tortura', torturar um preso ou detido
é abuso de autoridade somado à agressão e lesões corporais, podendo qualificar-se como homicídio,
quando a vítima da tortura vem a morrer. Como tem sido denunciado com grande frequência, policiais
incompetentes, incapazes de realizar uma investigação séria, usam a tortura para obrigar o preso a
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confessar um crime. Além de ser um procedimento covarde, que ofende a dignidade humana, essa prática
é legalmente condenada.
A confissão obtida mediante tortura não tem valor legal e o torturador comete crime, ficando sujeito
a severas punições."
(Dalmo de Abreu Dallan)
10-O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação aos
outros animais. As estratégias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto de vista são:
a) definição e hierarquia.
b) exemplificação e comparação.
c) causa e consequência.
d) finalidade e meios.
e) autoridade e modelo.
1) Uma estrutura superficial, onde afloram os significados mais concretos e diversificados. É nesse nível
que se instalam no texto o narrador, os personagens, os cenários, o tempo e as ações concretas;
30
2) Uma estrutura intermediária, onde se definem basicamente os valores com que os diferentes sujeitos
entram em acordo ou desacordo;
3) Uma estrutura profunda, onde ocorrem os significados mais abstratos e mais simples. É nesse nível que
se podem postular dois significados abstratos que se opõem entre si e garantem a unidade do texto inteiro
São muitas e variadas as classificações de leitura, porém, nos deteremos em dois tipos: a leitura
interpretativa e a leitura crítica.
Leitura interpretativa- A leitura interpretativa procura obter uma visão geral do texto. O leitor realiza uma
leitura dos títulos, subtítulos e parágrafos, buscando encontrar a essência do que está lendo.
Nesse tipo de leitura, estão envolvidas: a compreensão, capacidade de entendimento literal da
mensagem; análise, capacidade de verificar as partes constitutivas do texto; síntese, capacidade de
apreender as ideias essenciais do texto; avaliação, capacidade de emissão de um juízo valorativo e
aplicação, capacidade de projeção de novas ideias e obtenção de novos resultados. (MEDEIROS, 2011).
Leitura crítica- A leitura crítica exige do leitor um conhecimento prévio do assunto, exige reflexão e
entendimento de significados. O leitor crítico deve perceber a consistência das ideias apresentadas, a
coerência e a harmonia do texto, para isso, deve (MEDEIROS, 2011):
Ler é uma atividade complexa que exige do indivíduo a capacidade de interpretar os códigos, símbolos,
gráficos, imagens, ou seja, analisar o material lido, a fim de compará-lo e incorporá-lo à sua bagagem
pessoal.
Ao entrar em contato com um texto, de uma maneira geral, a leitura passa por diferentes níveis até
que ocorra o aproveitamento do que está sendo lido.
De acordo com Platão e Fiorin (2002, p.37), os três níveis que compõem a estrutura do texto são:
- nível mais superficial: estrutura discursiva;
- nível intermediário: estrutura narrativa;
- nível mais profundo: estrutura profunda.
Em cada um dos níveis, podemos estruturar o que foi lido em planos que vão do concreto ao
abstrato. Dessa maneira temos:
- primeiro nível – nível concreto
- segundo nível – nível concreto para o abstrato
- terceiro nível – nível mais abstrato
No entanto, é preciso destacar que o significado de um nível de leitura não é autônomo, mas se
relaciona com os outros níveis, a partir de uma combinação geradora de sentido e não da simples soma de
suas partes.
31
Muitas vezes, ao ler um texto, num primeiro momento temos a impressão de que os elementos
identificados no primeiro nível, mais concreto, estão dispersos e caóticos, porém, é na estrutura profunda
do texto que identificamos a unidade fundamental que dá sentido ao aparente caos.
Para alcançar a estrutura profunda de um texto, o nível mais abstrato, é preciso agrupar os sentidos
e significados que têm algo em comum. A partir do agrupamento e confronto da oposição semântica que vai
sendo identificada ao longo do texto, conseguimos chegar à sua estrutura profunda que é marcada pelo
encadeamento da negação de um termo e afirmação de outro.
Um texto organiza-se em torno de oposições de sentido. Para identificar a oposição ou oposições
presentes em um texto, devemos listar os elementos que nele estão em oposição, encontrar um
denominador semântico comum para eles e perceber como esses elementos estão encadeados em um
texto. A oposição regula os sentidos superficiais e explica como se encadeiam os seus significados que dão
sentido ao todo que é o texto.
Para exemplificar cada um dos níveis de leitura, vamos analisar um anúncio publicitário.
• a fisionomia do homem traduz a partir da imagem o que está escrito no primeiro período da parte verbal,
reforçando a ideia de que tem gente virando porco;
• a expressão “virar bicho”, que aparece no terceiro período, foi utilizada com o sentido de não refletir sobre
as ações e cometer atitudes inadequadas como a de jogar lixo pela janela do automóvel.
32
Fixação
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Leia os textos I e II para responder às questões 4, 5 e 6.
Texto I
Cinquenta camundongos, alguns dos quais clones de clones, derrubaram os obstáculos técnicos à
clonagem. Eles foram produzidos por dois cientistas da Universidade do Havaí num estudo considerado
revolucionário pela revista britânica "Nature", uma das mais importantes do mundo. (...) A notícia de que
cientistas da Universidade do Havaí desenvolveram uma técnica eficiente de clonagem fez muitos
pesquisadores temerem o uso do método para clonar seres humanos.
O Globo. Caderno Ciências e Vida. 23 jul. 1998, p. 36.
Texto II
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Cientistas dos EUA anunciaram a clonagem de 50 ratos a partir de células de animais adultos, inclusive de
alguns já clonados. Seriam os primeiros clones de clones, segundo estudos publicados na edição de hoje
da revista "Nature". A técnica empregada na pesquisa teria um aproveitamento de embriões — da fertilização
ao nascimento — três vezes maior que a técnica utilizada por pesquisadores britânicos para gerar a ovelha
Dolly.
Folha de S.Paulo. 1º caderno - Mundo. 03 jul. 1998, p. 16.
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6-Os dois textos tratam do mesmo tema. Qual aspecto desse tema é tratado apenas no texto I?
Mas, ironicamente, na nossa sociedade “avançada”, fazemos exatamente isso. No mar, cada vez
mais são empregadas técnicas de pesca indiscriminadas, negligentes e completamente insustentáveis.
Essas técnicas destroem os habitats que produzem e reabastecem os recursos. A pesca comercial tem
causado danos significativos a ecossistemas marítimos em grande parte desconhecidos, exaurido inúmeras
espécies de peixes, pássaros e mamíferos marinhos e condenado muitas outras à extinção.
Com o esgotamento de reservas pesqueiras costeiras no mundo inteiro, como a pesca do bacalhau
no nordeste dos Estados Unidos, a indústria da pesca se transferiu para os altos-mares – os 64% do oceano
que se estendem além das jurisdições nacionais. Imensas redes de arrasto presas a traineiras indicam a
escala colossal do ataque e o dano infligido. Redes instaladas em maciços roletes são arrastadas através
do leito do mar, varrendo tudo em seu percurso, deixando um deserto submarino estéril e desolado.
Um relatório da ONU, divulgado há pouco, analisa medidas para proteger os altos-mares e observa
que o uso de redes de arrasto é de particular preocupação, por danificar ecossistemas vulneráveis. Na
preservação, muitas vezes a ação só vem depois que ocorreu a destruição.
Nesse caso, a ONU está numa posição privilegiada para atuar antes que danos irreparáveis sejam
feitos. Com essa decisão, podemos prevenir a extinção de incontáveis espécies e ecossistemas que
somente agora começam a ser descobertos e que ainda não são compreendidos.
Fonte: Agente de Protocolo e Tramitação- TCU –PB/2006 – FCC
34
a) Nos Estados Unidos a pesca transferiu-se para o alto-mar para evitar a destruição das reservas costeiras,
como a do bacalhau, no mundo todo.
b) Hábitos de consumo de alguns povos indígenas levaram à destruição de florestas que lhes of ereceriam
alimentos, comprometendo sua sobrevivência.
d) A ONU mostra-se preocupada com a preservação do ecossistema marinho atualmente em risco devido a
práticas como o uso de redes de arrasto no fundo do mar.
e) A pesca comercial, atualmente, tem-se desenvolvido de forma a preservar o ecossistema marinho, apesar
de retirar dele grande quantidade de recursos naturais.
8-Mas, ironicamente, na nossa sociedade “avançada”, fazemos exatamente isso (início do 2º parágrafo).
De acordo com o texto, o segmento grifado acima significa, em outras palavras:
e) Vivemos hoje em dia como os povos indígenas, que conservam elementos da vida selvagem.
a) Com espécies que ainda não está bem conhecida, é o extermínio feito em seu ecossistema pelas redes
de arrasto da pesca comercial no mar profundo.
b) Provoca-se muitos danos no ecossistema do mar profundo, pelas espécies que não se conhece bem
ainda, feito com redes de arrasto usadas na pesca comercial.
c) As redes de arrasto que se utiliza na pesca comercial do mar profundo, acaba com espécies que ainda
nem bem se conhecem, causando danos.
d) A pesca comercial, feita com imensas redes de arrasto, provoca danos colossais ao ecossistema do mar
profundo, exterminando espécies ainda nem bem conhecidas.
e) Com o extermínio das espécies do mar profundo, que ainda não está bem conhecida, temos a pesca
comercial que são feitas com redes de arrasto.
35
Particularidades da língua
36
-sozinho Piauí – Itaú um ditongo. Ex. feiura,
-seguido de s Luís... boiuna...
- Não serão acentuados o “i” e
“u” tônicos dos hiatos se
estiver acompanhados de
letras diferente de “s”. Ex:
Raul, Luiz..
- Não serão acentuados o “i” e
“u” tônicos quando anteceder
nh. Ex. rainha, bainha...
CRASE: é uma palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos de Língua
Portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras "a" em uma só. A crase é indicada pelo
acento grave (`) sobre o "a". Crase, portanto, NÃO é o nome do acento, mas do fenômeno (junção a +
a) representado através do acento grave.
A crase pode ser a fusão da preposição a com:
1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à cidade e assistimos às festas.
2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei à (loja) do centro.
3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Refiro-me àquele fato.
4) o a dos pronomes relativos a qual e as quais: Há cidades brasileiras às quais não é
possível enviar correspondência.
Observe que a ocorrência da crase depende da verificação da existência de duas
vogais "a" (preposição + artigo ou preposição + pronome) no contexto sintático.
Regras Práticas
1 - Substitua a palavra feminina por uma masculina, de mesma natureza. Se aparecer a combinação ao,
é certo que OCORRERÁ crase antes do termo feminino:
Amanhã iremos ao colégio / à escola.
Prefiro o futebol ao voleibol / à natação.
Resolvi o problema / a questão.
Vou ao campo / à praia.
Eles foram ao parque / à praça.
2 - Substitua o termo regente da preposição a por outro que exija uma preposição diferente
(de, em, por). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem as
formas da(s), na(s) ou pela(s), não haverá crase:
Refiro-me a você. (sem crase) - Gosto de você / Penso em você / Apaixonei-me por você.
Refiro-me à menina. (com crase) - Gosto da menina / Penso na menina / Apaixonei-me pela
menina.
Começou a gritar. (sem crase) - Gosta de gritar / Insiste em gritar / Optou por gritar.
3 - Substitua verbos que transmitem a ideia de movimento (ir, voltar, vir, chegar etc.) pelo verbo voltar.
Ocorrendo a preposição "de", NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", HAVERÁ crase:
Vou a Roma. / Voltei de Roma.
Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos Césares.
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Voltarei a Paris e à Suíça. / Voltarei de Paris e da Suíça.
Ocorrendo a preposição "de", NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", HAVERÁ
crase:
Vou a Brasília. / Voltei de Brasília.
Vou à Brasília de Juscelino. / Voltei da Brasília de Juscelino .
Voltarei a Paris e à Suíça. / Voltarei de Paris e da Suíça.
4 - A crase deve ser usada no caso de locuções, ou seja, reunião de palavras que equivalem a uma só
ideia. Se a locução começar por preposição e se o núcleo da locução for palavra feminina, então haverá
crase:
Gente à toa.
Vire à direita.
Tudo às claras.
Hoje à noite.
Navio à deriva.
Tudo às avessas.
No caso da locução "à moda de", a expressão "moda de" pode vir subentendida, deixando
apenas o "à" expresso, como nos exemplos que seguem:
Sapatos à Luiz XV.
Relógios à Santos Dummont.
Filé à milanesa.
Churrasco à gaúcha.
No caso de locuções relativas a horários, somente no caso de horas definidas e especificadas ocorrerá
a crase:
À meia-noite.
À uma hora.
À duas horas.
Às três e quarenta
.
Casos Especiais e Dicas
1 - Nome próprio geográfico
Em se tratando de nomes de lugar (cidade, estado, país, continente, planeta), o fenômeno da crase
acontece quando a palavra admite artigo "a".
Nestes casos, (nomes próprios geográficos), substitui-se o verbo da frase pelo verbo "voltar" e caso
resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase. Observe os 2 (dois) exemplos abaixo:
I. Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Grécia.
II. Nestas férias, viajaremos a (artigo) Roma.
Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo "voltar", conforme
proposto:
I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.
II. Voltamos DE Roma há duas semanas.
Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo "voltar", conforme
proposto:
I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.
II. Voltamos DE Roma há duas semanas.
Atenção:
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A crase estará confirmada nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por um
adjunto adnominal. Veja o exemplo abaixo:
Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Roma histórica.
Dizemos: "Voltamos DE Roma" e "Voltamos DA Roma histórica".
2. Nomes de mulher
Para usar (ou não) crase com nome de mulher, temos que considerar três situações:
a) Quando chamamos a pessoa (mulher) pelo "primeiro nome" o uso da crase é facultativo, com adiante
se demonstra:
Exemplo 1-Contei a Magali o que falei a Ana. ou Contei à Magali o que falei à Ana.
b) Antes de nomes de mulheres consideradas célebres, por não admitir artigo, NÃO admite crase. Veja
exemplos: O filme faz referência a Joana D’Arc. ( Retratou a Joana D’Arc como santa...)
c) Pessoa não-especificada - Admite artigo facultativamente; por isso, o uso da crase também é
facultativo.
3. Números Cardinais
Antes de números cardinais NÃO se utiliza crase.
Exemplo: Vou embora daqui a quinze minutos.
4. Antes de pronomes possessivos
O uso da crase é facultativo. Neste caso, o melhor é aplicar a regra geral de substituir
o "feminino" pelo "masculino". Ao substituir um pronome possessivo feminino por um pronome
possessivo masculino encontramos a resposta quanto a ocorrência ou não de crase. Veja a frase:
Dei férias a / à minha equipe.
Primeiramente vamos substituir o substantivo feminino equipe por um substantivo masculino
equivalente.
Dei férias a meu grupo OU Dei férias ao meu grupo.
Segue daí que: se no masculino, posso dizer a ou ao, então a crase é facultativa no
feminino.
Colocação Pronominal
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as,
lhes) em relação ao verbo.
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições:
1-antes do verbo (próclise)
2- no meio do verbo (mesóclise)
3-depois do verbo (ênclise).
Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
Próclise
Usamos a próclise nos seguintes casos:
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1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo algum.
- Nada me perturba. - Ninguém se mexeu. - De modo algum me afastarei daqui. - Ela nem se importou
com meus problemas.
2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que. - Quando
se trata de comida, ele é um “expert”. - É necessário que a deixe na escola. - Fazia a lista de convidados,
conforme me lembrava dos amigos sinceros
3) Advérbios - Aqui se tem paz. - Sempre me dediquei aos estudos. - Talvez o veja na escola.
OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o pronome. - Aqui,
trabalha-se.
4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. - Alguém me ligou? (indefinido) - A pessoa
que me ligou era minha amiga. (relativo) - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
5) Em frases interrogativas. - Quanto me cobrará pela tradução?
6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo). - Deus o abençoe! - Macacos me
mordam! - Deus te abençoe, meu filho!
7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM. - Em se plantando tudo dá. - Em se
tratando de beleza, ele é campeão.
8) Com formas verbais proparoxítonas - Nós o censurávamos.
Mesóclise
Usada quando o verbo estiver;
1- no futuro do presente (vai acontecer – amarei, amarás, ...)
2- no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – amaria, amarias, ...) - Convidar-me-
ão para a festa. - Convidar-me-iam para a festa.
3- Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória. –
Ex.Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.
ÊNCLISE
A ênclise ocorre :
1- verbo no infinitivo.
- Entregar-lhe
- Não posso recebê-lo.
a)Infinitivo
Ex. Não lhe quero dizer o que aconteceu
Não quero dizer-lhe o que aconteceu.
b)Gerúndio
Ex. Não lhe ia dizendo a verdade
Não ia dizendo-lhe a verdade.
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“Viajarei para onde ninguém me encontrará”
b)ser contrário
Somos muito diferentes, suas ideias vem de encontro às minhas.
X- DEMAIS/ DE MAIS
1-DEMAIS – classifica-se como advérbio ou pronome
a)advérbio de intensidade(= muito)
Não se deve comer demais.
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b)pronome indefinido (= outros)
Sai da reunião antes que os demais membros tivessem chegado.
2-DE MAIS – é o contrário de menos.
Não vi nada de mais nas suas perguntas.
XI- A PRINCIPIO/ EM PRINCÍPIO
1-Em princípio – significa teoricamente.
Em princípio, sua sugestão é muito boa.
2-A princípio- significa no começo, inicialmente
A princípio, queremos dar-lhes boas vindas.
XI- EU/ MIM
1-Eu – pronome pessoal do caso reto – Sujeito
Este bolo eu para eu preparar
2-Mim –pronome pessoal do caso obliquo (objeto)
Esse bolo é para mim
XII- MEIO/ MEIA
1-Meio - Pode funcionar como adjetivo ou advérbio.
a- adjetivo, concorda com o substantivo a que se refere (= metade).
Já se passava de meio-dia e meia quando chegaram ao sítio.
b- advérbio, fica invariável(= um pouco).
As atrapalhadas do Fisco estão meio evidentes
XIII- BASTENTE/BASTANTES
1-Bastante - Pode funcionar como adjetivo ou advérbio.
a- adjetivo, concorda com o substantivo a que se refere.
Ainda havia bastantes crianças no parque de diversões.
Vocês acham bastantes dificuldades para a realização de uma simples tarefa.
b- advérbio, fica invariável.
A verdade é que todos estavam bastante preocupados com o que lhes poderia acontecer.
Essas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se
referem.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas faremos isso.
Seguem inclusos os papéis solicitados.
Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites.
Essas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam com o nome a que se
referem quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais.
XIX-Alerta – Menos
Por Exemplo:
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Referências Bibliográficas
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ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 42. ed. São Paulo: Saraiva,
1998. CEREJA, William Roberto. Gramática reflexiva: texto, semântica e interação. São Paulo: Atual,
1999.
MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Novo acordo ortográfico da língua portuguesa. São Paulo:
Atlas, 2009.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas, 11. ed. São
Paulo: Atlas, 2009.
MENDONÇA, Julieta. Manual do texto dissertativo: modo de escrita da redação científica. Foz do Iguaçu,
PR: Associação
internacional Editares, 2011.
MUSSALIM, Fernanda (Org.). Introdução a linguística - v. 1: domínios e fronteiras. 9. ed. São
Paulo: Cortez, 2011.
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