Assiclero Cavalcante Teotonio de Lacerda PDF
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Assiclero Cavalcante Teotonio de Lacerda PDF
por
sob a orientação do
Agosto / 2015
João Pessoa - PB
†
O presente trabalho foi realizado com o apoio da CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de
Agosto / 2015
Agradecimentos
Em primeiro lugar a Deus, por ter me permitido realizar esse trabalho, provendo-
me todas as condições para conclusão deste mestrado.
Ao meu orientador Prof. Dr. Uberlandio Batista Severo, pela orientação segura
e pelas contribuições dadas ao texto.
Ao Prof. Eduardo Wagner, por ter me inspirado, com suas abordagens sobre
Geometria Analítica, a desenvolver o tema.
À minha esposa Maria do Amparo, pelo apoio constante desde o momento do
exame de acesso até a conclusão deste trabalho.
Aos amigos e colegas de turma pelo compartilhamento de conhecimentos.
Aos membros da Sociedade Brasileira de Matemática, pela iniciativa de estimular
a melhoria do ensino de Matemática através deste mestrado.
A todos os professores do PROMAT a nível nacional e a nível local, pelo suporte
dado ao programa.
Ao meu lho Igor por está sempre presente.
À CAPES, pelo suporte nanceiro e credibilidade dispensada ao PROFMAT.
iii
Dedicatória
iv
Resumo
v
Abstract
vi
Sumário
vii
1.11.2 Distância de um Ponto a uma Reta no Plano . . . . . . . . . . 22
1.12 Área do Paralelogramo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.13 Área do Triângulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.14 Equação da Circunferência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.15 Equação do Plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.16 Volume de um Paralelepípedo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.17 Sistemas de Equações Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
1.18 Comparando Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.19 Sistema Cartesiano Oblíquo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Referências Bibliográcas 83
Lista de Figuras
ix
1.19 Quadrado ABCD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
1.20 Sistema Cartesiano Oblíquo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
1.21 Reta no Sistema Oblíquo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
xi
Introdução
xii
a equação geral da reta que passa pelos pontos (2,2) e (5,3), etc. A Geometria
Analítica ca parecendo uma parte da Matemática que se encerra em si mesma. Na
nossa opinião, é aí onde se encontra a maior falha no ensino de Geometria Analítica.
Certo que devemos valorizar as fórmulas, anal a Geometria Analítica é basicamente
isso, um estudo de Geometria Plana e Espacial por meio de equações. Mas, se a
Geometria Analítica é isso, é primordial que nós professores, revisitemos a Geometria
Plana, a Geometria Espacial, a Cinemática Escalar, etc, para resolver problemas de
enunciados aparentemente especícos desses conteúdos, porém utilizando recursos
aprendidos em Geometria Analítica. O uso de coordenadas no plano e no espaço,
oferece não apenas um método para resolver problemas geométricos com recursos
de álgebra como, reciprocamente, fornece uma interpretação geométrica valiosa para
questões de natureza algébrica. A abordagem da Geometria Analítica que faremos
neste trabalho, limita-se a utiliza-lá na resolução de situações problema, onde possa
gerar soluções mais simples, do que as habitualmente usadas para resolver esses
problemas.
A metodologia proposta nesta dissertação é amparada nos Parâmetros Curricu-
lares Nacionais, particularmente em consonância com o transcrito abaixo:
xiii
Geometria Analítica, tornando-a mais prazerosa para ser estudada.
Este trabalho está estruturado em dois capítulos.
O Capítulo 1 introduz o conceito de equipolência de segmentos orientados que
será a base para a introdução do conceito de vetor. Aborda a denição de vetor no
espaço, fazendo o estudo das operações envolvendo vetores, a adição, a multiplicação
de um vetor por um escalar, as propriedades das operações com vetores e denição
de vetor no plano. Introduz o conceito de produto interno e suas propriedades e
aborda os conceitos e fórmulas da Geometria Analítica Plana e Espacial.
O Capítulo 2 trata das aplicações da Geometria Analítica na resolução de pro-
blemas, que no seu contexto geral não cita coordenadas.
Os registros geométricos presentes em todo o trabalho foram obtidos com o
3
auxílio do software Geogebra.
xiv
Capítulo 1
1
1.2. DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS NO ESPAÇO
um eixo medida pelo módulo da diferença das suas coordenadas, as medidas desses
catetos são, respectivamente, |P R| = |x2 − x1 | e |QR| = |y2 − y1 |. Do teorema de
Pitágoras, obtemos
p p
d(P,Q) = |P Q| = |P R|2 + |QR|2 = (x2 − x1 )2 + (y2 − y1 )2 .
p
d(A,B) = (x − x0 )2 + (y − y 0 )2 + (z − z 0 )2 .
2
1.3. EQUIPOLÊNCIA DE SEGMENTOS ORIENTADOS
3
1.3. EQUIPOLÊNCIA DE SEGMENTOS ORIENTADOS
Proposição 1.1. AB ≡ CD ⇐⇒ x2 − x1 = x4 − x3 e y2 − y1 = y4 − y3 .
x1 + x4 y 1 + y 4 x2 + x 3 y 2 + y 3
AB ≡ CD ⇐⇒ , = ,
2 2 2 2
⇐⇒ (x1 + x4 , y1 + y4 ) = (x2 + x3 , y2 + y3 )
⇐⇒ x1 + x4 = x2 + x3 −→ y1 + y4 = y2 + y3
⇐⇒ x2 − x1 = x4 − x3 −→ y2 − y1 = y4 − y3 .
Exemplo 1.1. Dados os pontos A = (1, 2), B = (3, −2) e C = (−2, 0), determine
as coordenadas do ponto D = (x, y) de modo que AB ≡ CD.
4
1.4. VETORES NO ESPAÇO
5
1.4. VETORES NO ESPAÇO
6
1.5. OPERAÇÕES COM VETORES NO ESPAÇO
Exemplo 1.2. Sejam A = (3, 2, 0), B = (0, 3, −2) e C = (4, 3, 2) pontos do espaço.
−−→ −→ −→
Obtenha o ponto D tal que AD = AB + AC .
−→ −→
Solução: Temos, AB = (0 − 3, 3 − 2, −2 − 0) = (−3, 1, −2) e AC = (4 − 3, 3 −
−→ −→
2, 2−0) = (1, 1, 2). Logo, AB + AC = (−3, 1, −2)+(1, 1, 2) = (−2, 2, 0). Além disso,
7
1.6. PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES COM VETORES
−→ −→
se D = (x4 , y4 , z4 ) é a extremidade do representante AD do vetor soma AB + AC
com origem no ponto A, então x4 − 3 = −2, y4 − 2 = 2 e z4 − 0 = 0. Portanto,
D = (1, 4, 0).
Se ~u, ~v e w
~ são vetores do espaço, valem as seguintes propriedades:
a) ~u + ~v = ~v + ~u (Comutativa);
b) ~u + (~v + w) = (~u + ~v ) + w
~ (Associativa);
c) ~u + ~0 = ~u (elemento neutro);
d) ~u + (−u)
~ = ~0 (Existência de inverso aditivo).
8
1.6. PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES COM VETORES
~u + (~v + w)
~ = (x1 , y1 , z1 ) + [(x2 , y2 , z2 ) + (x3 , y3 , z3 )]
= (x1 , y1 , z1 ) + (x2 + y2 + z2 , x3 + y3 + z3 )
= (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 ) + (x3 , y3 , z3 )
= (~v + ~u) + w.
~
9
1.7. PRODUTO INTERNO EM TERMOS DE COORDENADAS
e λ ∈ R. temos que
= λ(x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 )
= λ(x1 , y1 , z1 ) + λ(x2 , y2 , z2 )
= λ~u + λ~v ,
o que mostra a propriedade. Analogamente, são feitas as provas algébricas das partes
a), b) e d).
Exemplo 1.3. Determine o número real x para que o produto interno dos vetores
10
1.7. PRODUTO INTERNO EM TERMOS DE COORDENADAS
Temos: 5 = h~u, ~v i = 4x − 3 · 1 + 0 · 1 ⇐⇒ 8 = 4x ⇐⇒ x = 2.
−→
tal que ~v = OP , então d(O, P ) = k~v k = x2 + y 2 + z 2 . Se ~u = (x, y, z), então o
p
comprimento do vetor λ~u é |λ| vezes a norma do vetor ~u, ou seja, kλ~uk = |λ|.k~uk.
11
1.7. PRODUTO INTERNO EM TERMOS DE COORDENADAS
p
kλ~uk = (λx)2 + (λy)2 + (λz 2 )
p
= λ2 x2 + λ2 y 2 + λ2 z 2
p
= λ2 (x2 + y 2 + z 2 )
√ p
= λ2 . x2 + y 2 + z 2
= |λ|.k~uk.
12
1.7. PRODUTO INTERNO EM TERMOS DE COORDENADAS
Se ~u, ~v e w
~ são vetores no espaço e k é um número real, então as seguintes
propriedades valem:
h~u, ~v + wi
~ = h(x1 , y1 , z1 ), [(x2 , y2 , z2 ) + (x3 , y3 , z3 )]i
= h(x1 , y1 , z1 ), (x2 + x3 , y2 + y3 , z2 + z3 )i
= x1 x2 + x1 x3 + y1 y2 + y1 y3 + z1 z2 + z1 z3
= (x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 ) + (x1 x3 + y1 y3 + z1 z3 )
13
1.7. PRODUTO INTERNO EM TERMOS DE COORDENADAS
= k(x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 )
= h(k~u), ~v i.
De maneira análogo mostra-se que kh~u, ~v i = h~u, (k~v )i. Para demostrar a parte d),
considerando ~u = (x, y, z), temos h~u, ~ui = x2 + y 2 + z 2 = k~uk2 ≥ 0.
−→ −→
Para vericar esta proposição, tomemos OP = ~u = (x1 , y1 , z1 ) e OQ = ~v =
(x2 , y2 , z2 ) no triângulo OP Q da Figura 1.7 e aplicamos a lei dos cossenos, o que
14
1.7. PRODUTO INTERNO EM TERMOS DE COORDENADAS
−→ −→ −→
kQP k2 = kOP − OQk2 = k~u − ~v k2
= k(x1 − x2 , y1 − y2 , z1 − z2 )k2
k~ukk~v kcosθ = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2
15
1.8. COORDENADAS DO PONTO DIVISOR DE UM SEGMENTO DE RETA
k~u + ~v k2 = h~u + ~v , ~u + ~v i
de Reta
xt = a + t(a0 − a)
yt = b + t(b0 − b)
zt = c + t(c0 − c).
16
1.9. ALINHAMENTO DE TRÊS PONTOS NO PLANO
Portanto, Xt é, para todo t ∈ [0, 1], o ponto do segmento de reta AA0 tal que
1
d(A, Xt )/d(A, A0 ) = t. Em particular, tomando t = obtemos as coordenadas do
2
ponto médio de AA0
a + a0 b + b 0 c + c 0
M = X1/2 = , , .
2 2 2
Dizemos que três pontos distintos estão alinhados ou são colineares, quando
existe uma reta que passa pelos três. Para que A = (x1 , y1 ), B = (x2 , y2 ) e C =
−→ −→
(x3 , y3 ) estejam alinhados é preciso que os vetores AB e AC sejam colineares, isto é:
−→ −→
AB = α.AC , para algum α ∈ R. Desenvolvendo a expressão acima em coordenadas,
x − x1 y2 − y1
tem-se (x2 − x1 , y2 − y1 ) = α(x3 − x1 , y3 − y1 ) ⇒ 2 = = α, usando a
x3 − x1 y3 − y1
17
1.10. BARICENTRO DE UM TRIÂNGULO
x2 − x1 y2 − y1
= 0.
x −x y −y
3 1 3 1
18
1.11. EQUAÇÃO DA RETA NO PLANO E NO ESPAÇO
x1 + x2 + x3 y 1 + y 2 + y 3
G= , .
3 3
Se r é uma reta no plano, que passa pelo ponto A = (a, b) e tem direção de
−→
~v = (α, β) 6= ~0, sendo P = (x, y) ∈ r temos P ∈ r ⇐⇒ AP é múltiplo de ~v . Então,
P ∈ r ⇐⇒ AP = t.~v para algum t ∈ R, dai P = A + t.~v , com t ∈ R. Logo
(x, y) = (a, b) + t(α, β). Portanto
x = a + αt
r:
y = b + βt, t ∈ R.
Estas são portanto, as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto A = (a, b)
e tem a direção do do vetor ~v = (α, β).
Exemplo 1.4. Determine a equação da reta que passa pelos pontos A = (1, 2) e
B = (4, 4).
Estas são portanto, equações paramétricas da reta que contém os pontos A = (1, 2)
19
1.11. EQUAÇÃO DA RETA NO PLANO E NO ESPAÇO
x−1 y−2
e B = (4, 4). Colocando t em função de x e y , temos: = =⇒ 2x − 2 =
3 2
3y − 6 =⇒ 2x − 3y + 4 = 0.
No espaço, uma reta r passa pelo ponto A = (a, b, c) e tem direção de ~v =
−→
(α, β, γ) 6= ~0, sendo P = (x, y, z) ∈ r temos P ∈ r ⇐⇒ AP é múltiplo de ~v . Então,
−→
P ∈ r ⇐⇒ AP = t.~v para algum t ∈ R, dai P = A + t.~v , com t ∈ R. Logo
(x, y, z) = (a, b, c) + t(α, β, γ). Portanto
x = a + αt
r: y = b + βt
z = c + γt, t ∈ R.
Estas são portanto, as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto A =
(a, b, c) e tem a direção do do vetor ~v = (α, β, γ).
ax + by = c.
20
1.11. EQUAÇÃO DA RETA NO PLANO E NO ESPAÇO
dois pontos distintos, P = (x1 , y1 ) e Q = (x2 , y2 ) sobre esta reta. Então tem-se
ax1 + by1 = c e ax2 + by2 = c, logo a(x2 − x1 ) + b(y2 − y1 ) = 0. Esta igualdade
signica que o segmento OA é perpendicular a P Q, portanto à reta ax + by = c.
Mantendo a e b xos e fazendo variar c, as diversas retas ax + by = c assim obtidas
são paralelas entre si, todas perpendiculares ao segmento OA, com A = (a, b).
Quando c = 0, a reta ax + by = 0 passa pela origem. Evidentemente, uma outra
reta a0 x + b0 y = c0 , com A0 = (a0 , b0 ) será perpendicular à primeira se, e somente se,
OA ⊥ OA0 , isto é, aa0 + bb0 = 0. Portanto, aa0 + bb0 = 0 é condição necessária e
suciente para que as retas ax + by = c e a0 x + b0 y = c0 sejam perpendiculares. Por
exemplo, as retas ax + by = c e bx − ay = c0 são perpendiculares, sejam quais forem
a, b, c, c0 . Analisar a posição relativa de duas retas com base nos coecientes das
21
1.11. EQUAÇÃO DA RETA NO PLANO E NO ESPAÇO
ax + by = c
a0 x + b 0 y = c 0 .
podemos notar que dado o ponto P = (x, y) no plano, tem-se y = ax+b se, e somente
se, P pertence à reta r que tem inclinação (ou coeciente angular) a e corta o eixo
OY no ponto (0, b), de ordenada b. Vemos assim que esse tipo de equação só pode
ser usado para representar retas que não são paralelas ao eixo OY , isto é, retas
não-verticais. Lembrando ainda que a inclinação de uma reta não-vertical r é o
número
y2 − y1
a=
x2 − x1
onde (x1 , y1 ) e (x2 , y2 ) são ponto de r com abcissas distintas. Este número a é o
mesmo, não importa que pontos (x1 , y1 ) e (x2 , y2 ) se tomem sobre a reta r (com
x1 6= x2 ) pois ele é a tangente trigonométrica do ângulo α que o eixo OX forma com
a reta r.
Ao representar a reta não-vertical r pela equação y = ax + b estamos dizendo
que r é o conjunto de pontos P = (x, y) tais que y = ax + b. Isto signica que r é o
gráco da função f : R −→ R, dada por f (x) = ax + b.
22
1.11. EQUAÇÃO DA RETA NO PLANO E NO ESPAÇO
ax + by = c
bx − ay = 0
e
ax + by = c0
bx − ay = 0
0 0
ac bc ac bc
Facilmente obtemos P = , eQ= 2 , . A distância
a2 + b 2 a2 + b 2 a + b 2 a2 + b 2
entre as as duas retas é a distância entre os pontos P e Q . Outro cálculo fácil nos
fornece
0
|c − c|
d(P,Q) =√ .
a2 + b 2
23
1.12. ÁREA DO PARALELOGRAMO
c = ax0 + by0 e que a distância de P a r é igual à distância entre essas duas reta
0
paralelas, Figura 1.11. Pelo que acabamos de ver, tem-se então a expressão
|ax0 + by0 − c|
d(P,r) = √ .
a2 + b 2
24
1.12. ÁREA DO PARALELOGRAMO
h~u, ~ui h~u, ~v i
g(~u, ~v ) = .
h~v , ~ui h~v , ~v i
25
1.12. ÁREA DO PARALELOGRAMO
−−→ −→
S = kADk.kABk.senθ. Sendo sen2 θ = 1 − cos2 θ, temos
S 2 = (k~uk.kwk.senθ)
~ 2
= k~uk2 .kwk
~ 2 .sen2 θ
= k~uk2 .kwk
~ 2 .(1 − cos2 θ)
= k~uk2 .kwk
~ 2 − k~uk2 .kwk
~ 2 .cos2 θ
= k~uk2 .kwk
~ 2 − (h~u, wi)
~ 2.
Portanto,
k~uk2 h~u, wi
~
S2 =
h~u, wi
~ ~ 2
kwk
Se ~u = (α, β) e w
~ = (α , β ), em relação ao sistema de eixos ortogonais OXY , temos
0 0
k~uk2 = α2 + β 2 , kwk
~ 2 = (α )2 + (β )2 e h~u, wi
~ = α.α + β.β . Logo,
0 0 0 0
0 0 0 0
S 2 = (α2 + β 2 ).[(α )2 + (β )2 ] − (αα + ββ )2
0 0 0 0 0 0 0
= α2 (β )2 + α2 β 2 + β 2 (α )2 + β 2 (β )2 − α2 (α )2 − 2αα ββ − β 2 (β )2
0 0 0 0 0 0
= α2 (β )2 − 2(αβ )(α β) + β 2 (α )2 = (αβ − βα )2 ,
26
1.12. ÁREA DO PARALELOGRAMO
α β
∆=
α0 β 0
Exemplo 1.5. Os pontos A = (2, 3), B = (3, 1) e C = (9, y) são vértices consecu-
tivos de um retângulo. Determine o quarto vértice.
−→ −−→
Deveremos ter ~u = BA = (−1, 2) e ~v = BC = (6, y − 1). Como h~u, ~v i =
(−1) · 6 + 2(y − 1) = 0, então y = 4, logo ~v = (6, 3). Assim ~u + ~v = (5, 5) e
D = B + ~u + ~v = (8, 6).
27
1.13. ÁREA DO TRIÂNGULO
α β
∆= .
α0 β 0
1
Daí segue que S1 = |∆|.
2
Exemplo 1.6. Calcular a área do quadrilátero ABCD, sabendo que A = (−4, −2),
B = (−2, 4), C = (7, 5) e D = (1, −1).
A área do quadrilátero ABCD será a soma das áreas dos triângulos ABD e
−→ −−→
BDC . Calculo da área S1 do triângulo ABD. Sejam AB = (2, 6) e AD = (5, 1),
28
1.14. EQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA
2 6
∆= = 2 · 1 − 5 · 6 = 2 − 30 = −28
5 1
1 1
e S1 = .|∆| = .| − 28| = 14. Calculo da área S2 do triângulo BDC . Sejam
2 2
−−→ −−→
BD = (3, −5) e BC = (9, 1) então
3 −5
∆= = 3 · 1 − 9 · (−5) = 3 + 45 = 48
9 1
1 1
e S2 = .|∆| = .|48| = 24. Portanto, S = S1 + S2 = 14 + 24 = 38.
2 2
29
1.15. EQUAÇÃO DO PLANO
ax + by + cx = d
30
1.16. VOLUME DE UM PARALELEPÍPEDO
h~u, ~ui h~u, ~v i h~u, wi
~
g(~u, ~v , w)
~ =
h~v , ~
u i h~
v , ~
v i h~
v wi
~ ,
hw,
~ ~ui hw,~ ~v i hw,~ wi
~
a1 b 1 c 1
m=
a2 b 2 c 2
a3 b 3 c 3
e g(~u, ~v , w)
~ é chamada, por denição, de matriz Gram dos vetores dados. Evidente-
mente, ela não depende do sistema de eixos adotado. Já a matriz m, cujas linhas são
as coordenadas do vetores ~u = (a1 , b1 , c1 ), ~v = (a2 , b2 , c2 ), w
~ = (a3 , b3 , c3 ) em relação
a um sistema OXY Z , varia conforme os eixos que se tomem. Mas se escrevermos ex-
plicitamente os elementos da matriz de Gram, teremos, portanto m(~u, ~v , w)
~ = mmt .
Segue-se daí que det.g(~u, ~v , w)
~ = det.mmt = (det.m)2 . Por conseguinte, o determi-
nante da matriz m depende apenas dos vetores ~u, ~v , w
~ mas não do sistema de eixos
31
1.16. VOLUME DE UM PARALELEPÍPEDO
escolhido. Esta observação nos permitirá obter a expressão que buscamos para o
volume de um paralelepípedo. Sejam P , A, B e C quatro pontos não-coplanares,
−→ −−→ −→
Figura 1.17. Consideremos os vetores ~u = P A, ~v = P B e w
~ = P C . Os pontos P ,
A, B e C determinam um paralelepípedo cujos outros quatro vértices são os pontos
D = P + (~u + ~v ), P + (~u + w)
~ , P + (~v + w)
~ e P + (~u + ~v + w)
~ . Chamaremos de S (só-
a1 b 1 0
m=
a2 b 2 0 .
a3 b 3 c
Logo,
32
1.16. VOLUME DE UM PARALELEPÍPEDO
a1 b 1
det.m = c · det .
a2 b 2
a1 b 1
a2 b 2
a1 b 1 c 1
m=
a2 b 2 c 2
a3 b 3 c 3
1
Por outro lado, é bem conhecido que o volume do tetraedro P ABC é igual a do
6
1
volume do paralelepípedo S , logo vol(P ABC) = |det.m| e verica-se também que
6
sendo |det.m| = 0, os pontos P , A, B e C serão co-planares.
33
1.17. SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES
−→ −→ −−→
Solução. Sejam os vetores AB = (3, −1, 1), AC = (2, 1, 2) e AD = (−1, 2, 1).
Sendo m a matriz que tem como elementos nas linhas, as coordenadas dos vetores
−→ −→ −−→
AB , AC e AD, temos
3 −1 1
m=
2 1 2
−1 2 1
a1 x + b 1 y = c 1
a2 x + b 2 y = c 2 (1.2)
34
1.17. SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES
(1.1) tem como soluções as coordenadas (x, y) dos pontos de uma reta, de modo
que o sistema é indeterminado, impossível ou determinado, conforme as retas r1 e r2
representadas pelas duas equações, coincidam, sejam paralelas ou sejam concorrentes
respectivamente. Para decidir em qual dessas três alternativas se enquadra o sistema
(1.1) deve-se examinar a matriz dos coecientes
a1 b 1 c 1
m= .
a2 b 2 c 2
Suas linhas são os vetores (a1 , b1 , c1 ) e (a2 , b2 , c2 ) pertencentes a R3 , e suas colunas são
os vetores (a1 , a2 ), (b1 , b2 ) e (c1 , c2 ) em R2 . A matriz m chama-se a matriz aumentada
do sistema (1.1). Duas retas que possuem mais de um ponto em comum devem
coincidir. Logo o sistema (1.1) é indeterminado se, e somente se, duas equações
denem a mesma reta. Isto ocorre se, e somente se, existe um número real k 6= 0
tal que a2 = ka1 , b2 = kb1 e c2 = kc1 . Uma forma mais prática de exprimir
as igualdades a2 = ka1 e b2 = kb1 , sem referências ao número k , é dizer que se
tem a1 b2 − b1 a2 = 0. Analogamente, os outros pares de igualdades equivalem a
a1 c2 − c1 a2 = 0 e b1 c2 − c1 b2 = 0, isto é, os vetores linha L1 = (a1 , b1 , c1 ), e
L2 = (a2 , b2 , c2 ) da matriz m são colineares (múltiplos um do outro).
a1 b2 − b1 a2 = a1 c2 − c1 a2 = b1 c2 − c1 b2 = 0.
35
1.18. COMPARANDO MÉTODOS
a1 b 1
a2 b 2
36
1.18. COMPARANDO MÉTODOS
37
1.19. SISTEMA CARTESIANO OBLÍQUO
2x − y = 0
38
1.19. SISTEMA CARTESIANO OBLÍQUO
entre os eixos, porem existe algumas relações que são absolutamente iguais, tanto
no sistema oblíquo quanto no ortogonal, como por exemplo a equação da reta. Ou
seja, pela semelhança dos triângulos P0 P1 Q1 e P0 P Q da Figura 1.21 temos que
y − y0 y1 − y0
= ⇒ (y − y0 )(x1 − x0 ) = (x − x0 )(y1 − y0 ) desenvolvendo esta
x − x0 x1 − x0
expressão obtemos
ax + by + c = 0
39
Capítulo 2
40
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
Exemplo 2.1. Um trapézio isósceles ABCD tem bases AB e CD que medem res-
pectivamente 9 e 3, com AD = BC = 5. Qual a medida do ângulo formado pelas
diagonais do trapézio?
−→
A = (0, 0), B = (9, 0), C = (6, 4) e D = (3, 4), então AC = (6 − 0, 4 − 0) = (6, 4)
−−→
e DB = (9 − 3, 0 − 4) = (6, −4). No trapézio isósceles, as diagonais tem o mesmo
−→ −−→ √ √ √
comprimento, donde kACk = kDBk = 62 + 42 = 36 + 16 = 52. Sabemos que
41
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
−→ −−→
hAC, DBi = 6 · 6 + 4 · (−4) = 36 − 16 = 20. Então,
−→ −−→
hAC, DBi 20 20 5
cosα = −→ −−→ = √ √ = = .
kACk.kDBk 52. 52 52 13
= 67, 38◦ .
α∼
Pesquisamos diversos livros didáticos do Ensino Médio e Ensino Fundamental, e
nenhum deles demostra a existência do ortocentro. É consenso entre professores que
atuam no Ensino Básico de que, deveria ser mostrado ao aluno a demostração desta
propriedade dos triângulos. Mas, na maioria das vezes, um dos problemas para não
abordarem esse assunto em sala de aula é que a demostração desta propriedade é
muito dicultosa usando Geometria Plana, e portanto, como não há questionamen-
tos, sobre a demostração, acham melhor não apresentá-la. A seguir, apresentamos
uma maneira mais acessível para os professores trabalharem essa demostração, atra-
vés da Geometria Analítica. Usaremos apenas os conceitos de ângulo entre vetores
e produto interno.
−−→ −−→0
Os vetores BH e AH são perpendiculares aos lados AC e BC respectivamente.
−−→ −→ ab
Então hBH, ACi = 0 =⇒ ab + ch = 0 =⇒ h = − e também da mesma forma
c
−−→ −−→0 ab
hBC, AH i = 0 =⇒ ab + ch = 0 =⇒ h = − . Donde provamos que os pontos
0 0
c
H e H são coincidentes. Portanto, as três alturas de um triângulo qualquer se
0
42
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
p p √ √
d(A,G) = (xG − xA )2 + (yG − yA )2 = (6 − 0)2 + (3 − 9)2 = 72 = 6 2.
A solução desse problema por meio de Geometria Plana, não é difícil mas requer
43
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
2 2 √ √
AG = AC = · 9 2 = 6 2.
3 3
44
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
−→ −→
de P . Sendo AP = (1, a) e CQ = (b, −1), devemos ter
−→ −→ −→ −→
AP ⊥CQ ⇒ hAP , CQi = 0 =⇒ 1.b + a.(−1) = 0 =⇒ a = b.
45
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
|br + ar − ab|
√ = r.
a2 + b2
√ ab
ou seja, |r(a+b)−ab| = r a2 + b2 , o que fornece as soluções r = √ e
(a + b + a2 + b2 )
ab √ ab
r= √ . Note que a+b− a2 + b2 > 0. Logo, se r = √
(a + b − a2 + b2 ) (a + b − a2 + b2 )
teríamos que o ponto (r, r) estaria acima da reta que representa a hipotenusa, ou
ab
seja, a circunferência inscrita deve ter raio r = √ .
(a + b + a2 + b2 )
Mais um problema de difícil solução na Geometria Plana que será resolvido
facilmente usando o conceito de distância de um ponto a uma reta no plano.
Este problema foi proposto em [7] no artigo intitulado "A Geometria Analítica
46
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
do ensino médio ". Vamos apresentar uma solução analítica. Colocamos o retângulo
47
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
5
ou seja, F = , 1 . Como AD esta sobre o eixo OY , então a distância de F ao
3
5
segmento AD é igual a .
3
O próximo problema, que não é trivial usando Geometria Plana, pode ser resol-
vido de maneira bem simples quando usarmos um sistema de coordenadas oblíquas
48
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
no plano.
y−0 h−0
=
x+1 b+1
h
e corta o eixo OY no ponto (0, y), portanto substituindo x = 0 =⇒ y = . A
b+1
49
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
2x + 3y = 30
−→
ou seja, D = (6, 6). Daí, sendo SACD a área do triângulo ACD, temos AC = (0, 15),
50
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
−−→
AD = (6, 6) e SACD será igual a metade do valor absoluto do determinante da matriz
−→ −−→
que tem como linhas as coordenadas dos vetores AC e AD, sendo ∆ o valor do
determinante, então
6 6
∆= = 6 · 15 − 0 · 6 = 90 − 0 = 90
0 15
−→
ou seja, SACD = 45. E sendo SABD a área do triângulo ABD temos AB = (0, 10),
−−→
AD = (6, 6) e SABD será igual a metade do valor absoluto do determinante da matriz
−→ −−→
que tem como linhas as coordenadas dos vetores AB e AD, sendo ∆ o valor do
determinante, então
6 6
∆= = 6 · 10 − 0 · 6 = 60 − 0 = 60
0 10
51
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
3x + 2y = 12
3x + 8y = −24
3
encontramos o ponto C = (8, −6). O comprimento da terceira mediana é igual a
2
52
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
3p 3p
(xC − xG )2 + (yC − yG )2 = (8 − 0)2 + (−6 − 0)2 = 15.
2 2
No próximo problema, se usarmos Geometria Plana para resolvê-lo, nos depara-
mos com uma solução difícil pois é preciso observar algumas semelhanças não muito
óbvias, no entanto, atribuindo coordenadas e usando o conceito de área do triângulo
formalizado seção 1.13 do Capítulo 1, chegaremos a uma solução simples.
−−→ −→
ou seja, E = (6, 12) ou E = (15, 15). Dessa forma, AD = (30, 0) e AE = (6, 12)
−→
ou AE = (15, 15). Portanto, a área do triângulo ADE , é a metade do módulo do
−−→ −→
determinante onde as linhas são as coordenadas dos vetores AD e AE , ou seja,
53
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
1 30 0
SADE = = 180
2 6 12
−→
ou ainda, usando o vetor AE = (15, 15), já que o ponto E pode assumir duas
posições, pois, este está sobre o lado BC do trapézio e o ângulo AED é reto, temos
1 30 0
SADE = = 225.
2 15 15
Vamos mostrar agora mais um problema difícil sobre área de guras planas, que
pode ser resolvido facilmente utilizando a Geometria Analítica.
54
2.1. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA PLANA
55
2.2. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA ESPACIAL
−−→ −−→ √
hCD, CEi 0+8+0 8 11
cosα = −−→ −−→ = √ = √ = .
kCDk.kCEk 4 44 8 11 11
56
2.2. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA ESPACIAL
Exemplo 2.14. Provar que duas arestas opostas de um tetraedro regular são orto-
gonais.
57
2.2. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA ESPACIAL
Este problema foi proposto em [5]. Vamos apresentar uma solução analítica.
Fixando um sistema de coordenadas ortogonais, como mostra a Figura 2.14, e con-
siderando o cubo cujos vértices são A1 = (0, 0, 0), B1 = (1, 0, 0), C1 = (1, 1, 0),
D1 = (0, 1, 0), A2 = (0, 0, 1), B2 = (1, 0, 1), C2 = (1, 1, 1) e D2 = (0, 1, 1). Então
B1 D1 C2 A2 são vértices de um tetraedro regular. Duas arestas opostas desse tetrae-
dro, como B1 D1 e A2 C2 , por exemplo, são ortogonais porque são diagonais diferentes
em faces paralelas do cubo. Ou seja, B1 D1 = (−1, 1, 0) e A2 C2 = (1, 1, 0). Logo
−−−→ −−−→
hB1 D1 , A2 C2 i = (−1) · 1 + 1 · 1 + 0 · 0 = −1 + 1 + 0 = 0.
−→ −−→
D = (0, 0, 1) e E = (0, 1, 0), sendo os vetores AE = (−1, 1, −1), BC = (0, 1, 1) e
−−→ −→ −−→
BD = (−1, 0, 1), com isso hAE, BCi = (−1) · 0 + 1 · 1 + (−1) · 1 = 0 + 1 − 1 = 0 e
−→ −−→ −→ −−→ −→ −−→
hAE, BDi = (−1)·(−1)+1·0+(−1)·1 = 1+0−1 = 0. Então AE⊥BC e AE⊥BD,
−→ −→
e como AE é perpendicular a dois vetores do plano (BCD), então AE⊥(BCD).
58
2.2. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA ESPACIAL
−→ 1 −→ −→ −−→
AP = (AB + AC + AD).
3
1 1 1 −→ 1 −→
Em termos de coordenadas, temos P = ( , , ), donde AP = AE . Assim,
3 3 3 3
P pertence tanto ao plano (BCD) como ao segmento AE , logo é a interseção de
(BCD) com AE .
Mostraremos agora um problema proposto em [5] que tem uma solução traba-
lhosa quando usamos apenas os conceitos de Geometria Plana e Espacial, que será
resolvido facilmente usando coordenadas de vetores e produto interno.
59
2.2. APLICAÇÕES NA GEOMETRIA ESPACIAL
1 h~u, ~ui h~u, ~v i
(A4ABC )2 = · det
4
h~u, ~v i h~v , ~v i
1 2 2
(A(ABC) )2 = (a b + a2 c2 + b2 c2 ), ou seja, (A4OAB )2 + (A4OBC )2 + (A4OCA )2 =
4
1
(A4ABC )2 . Devemos observar que o quadrado da área de um triângulo é do
4
quadrado da área do paralelogramo no qual dois lados consecutivos são lados desse
triângulo.
60
2.3. APLICAÇÕES NA ÁLGEBRA
61
2.3. APLICAÇÕES NA ÁLGEBRA
Exemplo 2.19. Considere todos os números reais x e y tais que x + 3y = 30. Para
quias valores de x e y a expressão E = x2 + y 2 assume menor valor?
Esse é também um problema de Álgebra. Sua solução, uma vez que o enunciado
esteja bem entendido, não é difícil. Entretanto, a solução analítica é interessante.
Estabelecendo um sistema de coordenadas, todos os pontos P = (x, y), tais que
x + 3y = 30, pertencem a uma reta r e o valor de E é o quadrado da distância de P
à origem do sistema de coordenadas, Figura 2.19. Precisamos encontrar o ponto de
r cuja distância ao ponto (0, 0) é mínima. A reta s, perpendicular a r e passando
pela origem, tem equação 3x−y = 0 e a interseção dessas retas é o ponto procurado.
Resolvendo o sistema formado pelas equações das retas r e s
62
2.3. APLICAÇÕES NA ÁLGEBRA
3x − y = 0
y = 2 + 2t, t ∈ R
e dentro do par ordenado (1+5t, 2+2t), com t ∈ Z estão guardadas todas as soluções
inteiras da equação. Basta, ao ponto (1, 2) acrescentar sucessivas vezes o vetor (5, 2)
para encontrar uma nova solução inteira da equação. Por exemplo, (1, 2), (6, 4),
63
2.4. APLICAÇÕES NA CINEMÁTICA
(11, 6), (16, 8), ... são algumas das soluções inteiras da equação.
64
2.4. APLICAÇÕES NA CINEMÁTICA
para a cidade de Patos, viajando a uma velocidade média de 50km/h e ao meio dia
chega à Patos. Um automóvel parte de Patos às 8 horas da manhã desse dia e,
viajando com velocidade constante pela mesma estrada, chega à joão Pessoa também
ao meio dia. Em que momento o caminhão e o automóvel cruzaram-se na estrada?
y = −75x + 450
65
2.4. APLICAÇÕES NA CINEMÁTICA
Exemplo 2.22. Dois trens de carga, na mesma linha férrea, seguem uma rota de
colisão. Um deles vai a 46 km/h e o outro a 58 km/h. No instante em que eles se
encontram a 260 km um do outro, um pássaro que voa a 60 km/h, parte de um ponto
entre os dois, até encontrar um deles e então volta para o outro e continua nesse
vai e vem, até morrer esmagado no momento em que os trens se chocam. Quantos
quilômetros voou o pobre pássaro?
y = −46x + 260
66
2.5. OUTRAS APLICAÇÕES
Diversos outros problemas poderão ser resolvidos de maneira mais simples utili-
zando o método analítico, tais como, problemas que envolvem programação linear,
máximos e mínimos de funções cujas variáveis estão sujeitas a certas desigualdades,
probabilidade geométrica, economia, etc. Abordagens envolvendo inequações apa-
recem em alguns livros de Geometria Analítica do ensino médio, geralmente dentro
de uma seção intitulada, representação gráca de uma inequação, como em [1]. No
entanto, pesquisando em vários livros, constatamos que essas abordagens são apenas
para resolver exercícios manipulativos, não trazem uma conotação de aplicação da
Geometria Analítica. Sugerimos que os livros didáticos priorizem aplicações como
essa, dentro das abordagens sobre inequações estudadas em Geometria Analítica.
Exemplo 2.23. Em uma partida de futebol entre Brasil e Argentina, aos 40 minutos
do segundo tempo de jogo, durante um contra-ataque para a Argentina, o jogador
argentino Messi recebe a bola exatamente na lateral do campo sobre a linha que divide
o gramado e no mesmo momento o zagueiro brasileiro Thiago Silva está no centro
do campo. Messi corre com a bola dominada, em linha reta, em direção ao centro
do gol e Thiago Silva também corre em linha reta para tentar interceptar Messi e
67
2.5. OUTRAS APLICAÇÕES
85
metros, Thiago Silva corre 85, podemos estabelecer que d(T,P ) = · d(M,P ) . Daí
100
teremos s s
2 2
4x 85 4x
(x − 36)2 + = x2 + ,
3 100 3
68
2.5. OUTRAS APLICAÇÕES
que ser menor do que 31, 5 metros. Como y = 32, 47 metros, isto nos mostra que
Thiago Silva só conseguiu derrubar Messi dentro da área.
Este problema foi extraído de [2] do capítulo de Sistemas Lineares, vamos propor
uma solução analítica. Seja x o número de artigos do tipo A e y o número de artigo
do tipo B que devem ser encomendados. Se para cada artigo A que vende tem
lucro de 20 reais e para cada artigo B tem lucro de 30 reais, o lucro total é dado por
L = 20x + 30y . Como cabem no máximo 100 artigos, então x + y ≤ 100. Além disso,
serão vendidos pelo menos 15 artigos A e pelo menos 25 artigos B , ou seja, x ≥ 15
e y ≥ 25. O distribuidor entregará no máximo 60 artigos A e no máximo 50 artigos
B , e daí x ≤ 60 e y ≤ 50. As restrições dão origem, no plano cartesiano, ao polígono
convexo limitado pelas retas de equações x + y = 100, x = 15, y = 25, x = 60 e
y = 50 e os pares ordenados que satisfazem essas condições pertencem ao polígono,
Figura 2.24. As coordenadas dos vértices do polígono resultante, que encontramos
facilmente resolvendo o sistema dos pares de equações que correspondem aos lados
que determinam o vértice, são (15, 25), (15, 50), (50, 50), (60, 40), (60, 25). Como o
lucro é da forma L = 20x + 30y , calculando os valores da função lucro nos vértices
69
2.5. OUTRAS APLICAÇÕES
do polígono, temos
(15, 25) −→ L = 1050
(15, 50) −→ L = 1800
(50, 50) −→ L = 2500
(60, 40) −→ L = 2400
(60, 25) −→ L = 1950.
Daí, a solução que corresponde ao valor máximo de lucro L é (50, 50) e o lucro
máximo é 2500. A justicativa para o lucro máximo e para calcular o valor da
função nos vértices está evidente nas restrições do problema, o ponto (50, 50) é
obtido da interseção das retas y = 50 e x + y = 100, onde 15 ≤ x ≤ 60, 25 ≤ y ≤ 50
e x+y ≤ 100. O comerciante, para obter o lucro máximo nas condições do problema,
deverá encomendar 50 artigos do tipo A e 50 artigos do tipo B . Com isso, vendendo
todos, terá um lucro de 2500 reais.
Temos agora um problema de probabilidade geométrica, onde iremos mostrar
uma solução bem interessante usamos o método analítico.
Exemplo 2.25. Dividindo aleatoriamente uma vara de bambu em três partes, qual
70
2.5. OUTRAS APLICAÇÕES
Portanto, cada forma de dividir o segmento em três partes está agora representada
por um ponto interior ao triângulo. Mas, não são todas as divisões que formam
triângulos. Um triângulo existe se, e somente se, o comprimento de cada lado for
menor que a soma dos outros dois. Isto equivale a dizer que, em um triângulo, cada
lado é menor que seu semiperímetro, que no nosso caso é igual a 21 . Daí teremos,
1 1 1 1
x < , y < , 1 − x − y < . A última condição é equivalente a x + y > e,
2 2 2 2
reunindo as três, temos que a região favorável é o interior do triângulo formado
pelos pontos médios dos lados do triângulo inicial, como mostra a Figura 2.27. O
1
triângulo formado pelos pontos médios tem área igual a , o triângulo grande tem
8
1
área igual a . Chamamos de P a probabilidade de que os três segmentos formem
2
71
2.5. OUTRAS APLICAÇÕES
um triângulo, teremos
1
1
P = 8 = .
1 4
2
Alguns problemas, de diversos ramos da Matemática, não nos dar nenhuma
pista no sentido de podermos usar coordenadas, como no problema de probabilidade
72
2.5. OUTRAS APLICAÇÕES
que resolveremos agora, adaptação de [6]. Problemas desse tipo mostra como é
imensa a utilidade da Geometria Analítica e como é graticante e prazeroso usar
essa ferramenta no momento adequado.
73
2.5. OUTRAS APLICAÇÕES
74
2.5. OUTRAS APLICAÇÕES
parte da comitiva, o matemático Pedro Batista Lacerda que, após breves cálcu-
los, conseguiu descobrir o tesouro e, naturalmente, reivindicou para si a sua posse.
Como ele fez isso? Vamos mostrar um exemplo de um problema em que o uso de
coordenadas foi extremamente útil. É um exercício de [5].
Pedro Batista Lacerda estabeleceu na ilha, que felizmente era plana, um sistema
de coordenadas com origem em A e com o ponto B no eixo OX , ver Figura 2.30.
Ele mediu a distância de A até B e encontrou 60 metros. Assim cou estabelecido
que A = (0, 0), B = (60, 0) e para a palmeira desaparecida ele pôs C = (x, y).
−→ −−→
Temos então que AC = (x, y) e AM = (y, −x) pois o produto interno entre esses
−−→ −−→
dois vetores é igual a zero. Note que BC = (x − 60, y) portanto BN = (−y, x − 60)
−−→ −−→
já que BC é ortogonal a BN . Como A é a origem então M = (y, −x). Logo,
−−→
N = B + BN = (60 − y, x − 60). Sendo X o ponto médio de M N , suas coordenadas
são dadas por
y + 60 − y −x + x − 60
X= , = (30, −30).
2 2
75
2.5. OUTRAS APLICAÇÕES
76
2.6. QUESTÕES DA OBMEP
77
2.6. QUESTÕES DA OBMEP
de diculdade. Vamos apresentar soluções analíticas mais simples e com menor grau
de diculdade para algumas dessas questões.
apresentaremos agora uma solução analítica para o problema 17, da primeira fase
da OBMEP 2015 nível 3, muito mais simples e menos rebuscada do que a solução
apresentada no gabarito ocial. Usaremos o conceito de distância entre dois pontos
no plano.
78
2.6. QUESTÕES DA OBMEP
Exemplo 2.30. A gura mostra um polígono ABCDEF no qual dois lados con-
secutivos quaisquer são perpendiculares. O ponto G está sobre o lado CD e sobre
a reta que passa por A e E. Os comprimentos de alguns lados estão indicados em
centímetros. Qual é o perímetro do polígono ABCG ?
79
2.6. QUESTÕES DA OBMEP
9
encontramos x = , que é a abcissa do ponto G. Daí,
2
9 7
d(G,C) = 8 − =
2 2
e s 2 r
9 225 15
d(A,G) = 62 + = = .
2 4 2
80
2.6. QUESTÕES DA OBMEP
usando o método analítico que é muito mais simples do que a resolução mostrada
no gabarito ocial da Olimpíada.
Exemplo 2.31. Numa certa cidade existem apenas duas empresas de táxi, a Dona
Leopoldina e a Dom Pedro II. A Dona Leopoldina cobra uma taxa xa de 3, 00
mais 0, 50 por quilômetro rodado. Já a Dom Pedro II cobra uma taxa xa de 1, 00
mais 0, 75 por quilômetro rodado. Os amigos Bento, Soa e Helena trabalham nessa
cidade e sempre voltam de táxi do trabalho para casa. Para pagar menos, Helena
sempre usa os táxis da Dona Leopoldina e, pelo mesmo motivo, Bento só usa os da
Dom Pedro II. Soa usa os táxis das duas empresas, porque paga o mesmo preço em
ambas.
b)Qual dos três amigos percorre, de táxi, a menor distância entre trabalho e casa?
81
2.6. QUESTÕES DA OBMEP
82
Referências Bibliográcas
[4] KARAN, R. A. S. Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá. RPM 71,
2010.
83