Processamento Do Leite para Fabricação de Queijos
Processamento Do Leite para Fabricação de Queijos
Processamento Do Leite para Fabricação de Queijos
PROCESSAMENTO
DO LEITE PARA A
FABRICAÇÃO DO
QUEIJO
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1 INTRODUÇÃO
O leite é um alimento natural conhecido pelo seu excelente valor nutritivo, além de
energético, o leite contribui para diversas funções em todas as idades.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Mesmo que haja várias teorias sobre coma surgiu o queijo, não se sabe onde nem
quando foi criado. Vários documentos fazem referências sobre este alimento desde 8.000 a.C..
Muitos citam a Mesopotâmia. Porém definir o local é quase impossível. O queijo pode ter
aparecido em diversas partes do mundo simultaneamente, já que diferentes povos
domesticavam animais mamíferos (EPAMIG, 1989; LUIZA, 1994; SEBRAE, 1994,
EMATER, 1994; HISTÓRIA DO QUEIJO, 2004).
A idéia de ordenhar os animais para a obtenção de leite data de cerca de 10.000 anos.
O homem antigo vivia nas cavernas, cujo ambiente era quente devido às fogueiras que ali
eram acesas. Com o calor, o leite coalhava mais rapidamente, e ao solidificar-se, um líquido
escorria e a coalhada ficava mais consistente. Formava-se então uma pasta branca e
consistente – o famoso requeijão (EPAMIG, 1989; LUIZA, 1994; SEBRAE, 1994, EMATER,
1994; HISTÓRIA DO QUEIJO, 2004).
Industrialização do leite
Para a industrialização do leite, alguns aspectos são verificados a fim de se obter
produtos de boa qualidade.
Definição de queijo
O queijo é a coalhada que se forma com a coagulação do leite de alguns mamíferos,
pela adição de coalhos ou enzimas coagulantes e/ou pelo ácido láctico produzido pela
atividade de determinados microrganismos presentes normalmente no leite ou adicionados a
eles intencionalmente: dessora-se a coalhada por corte, aquecimento e/ou prensagem, dando-
lhe forma em moldes e, em seguida, submetendo-a à maturação (da qual participam bactérias
lácticas e, às vezes também outros microrganismos) durante determinado tempo com
temperaturas e umidades relativas definidas (ORDÓÑEZ, 2005).
A composição do queijo varia de acordo com o tipo produzido e a matéria-prima
empregada. Um leite com percentagem mais elevada de matéria gorda, além de propiciar
produto melhor, resultará também em maior rendimento, pois há estreita relação entre a
matéria gorda e a caseína, sendo esta, a base dos queijos (VON HOHENDORFF & SANTOS,
2006).
Os queijos têm sabor peculiar, característico da localidade em que foi produzido,
resultado da soma de fatores como clima, solo, temperatura, pastagens, genética do gado,
origem do coalho e do fermento e técnicas específicas de produção, uma diversidade
encontrada em cada estado. A capacidade de transformar o leite em queijo trouxe uma série
de vantagens para a humanidade como forma de estabilizar o leite, facilitar o transporte e
diversificar a dieta (SOBRAL, 2008).
Existem centenas de queijos produzidos em todo o mundo e a difusão de tecnologia se
torna cada vez mais facilitada no contexto globalizado em que vivemos. A principal evolução
ocorreu devido a gradual aquisição de conhecimento nas áreas de química e microbiologia,
podendo controlar e melhorar as alterações ocorridas nas etapas de fabricação do queijo,
principalmente a maturação (SOBRAL, 2008).
Padronização do leite
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Coagulação do leite
Para se obter a massa do queijo, procede-se à coagulação do leite, com o auxílio do
coalho, que é um elemento fundamental na fabricação de queijos, onde este é composto de
uma mistura de enzimas (quimiosina renina e pepsina bovina) e tem a função de precipitar a
caseína, formando o coágulo firme, em tempo determinado, portanto a coagulação do leite
corresponde à formação de um gel, a coalhada, obtido através de modificações físico-
químicas das micelas de caseína. A obtenção do gel pode ocorrer por acidificação ou por ação
enzimática. Os dois mecanismos são bastante distintos e dão origem, por consequência, a
queijos totalmente diferentes (BEHMER, 1980; SPREER, 1991; MARTINS, 2000).
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Corte do queijo
O corte do coágulo deve ser efetuado no momento adequado (ponto de corte); se
realizado antes, devido à natureza frágil do coágulo, ocorrerá um rendimento menor em
queijo, devido às perdas de proteína e gordura e, se realizado depois do ponto, o coágulo
estará muito rígido e dessa forma a dessora torna-se mais difícil, resultando em queijos com
variações de umidade (VON HOHENDORFF & SANTOS, 2006).
Para verificar se o coágulo está no ponto de corte, é necessário observar a sua
resistência. Decorrido o tempo de coagulação esperado, são realizados alguns testes empíricos
para analizar se o coágulo está no ponto. Inicialmente, através do fácil desprendimento do
coágulo das paredes do tanque, quando se exerce uma leve pressão no mesmo com as mãos
ou com uma espátula. Em seguida outro teste realizado, que permite verificar o ponto, é a
introdução de uma espátula na superfície do coágulo, no sentido inclinado, e depois a mesma
é empurrada para cima para romper o coágulo. Se estiver no ponto de corte, deve ser formada
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uma fenda única retilínea e sem fragmentação do coágulo (VON HOHENDORFF &
SANTOS, 2006).
Na coagulação ácida, o ponto de corte é verificado através de determinações de pH e/
ou acidez titulável (VON HOHENDORFF & SANTOS, 2006).
O objetivo dessa etapa é aumentar a área superficial das partículas de massa, o que por
sua vez permite a expulsão do soro e um aquecimento mais uniforme de todas as partículas de
massa no tanque. Quanto menor o tamanho das partículas, maior é a sinerése e,
consequentemente, menos a umidade do queijo. É por essa razão que ao se produzir queijos
moles e mais úmidos, o coágulo é cortado em partículas (grãos) maiores (1 a 2 cm3) e quando
se produzem queijos semiduros ou duros, as partículas apresentam o tamanho de grãos de
milho (semiduros) e arroz (duros). As partículas devem ser cortadas de forma uniforme, para
evitar a ocorrência de defeitos no queijo final (VON HOHENDORFF & SANTOS, 2006).
Para o corte são usadas liras, fios ou lâminas de aço inox, dispostas equidistantes e
paralelas, que podem ser horizontais ou verticais. A distância entre os fios é maior, cerca de 1
a 2 cm, nas liras utilizadas na fabricação de queijos moles, enquanto nos queijos duros é de
0,5 cm (VON HOHENDORFF & SANTOS, 2006).
Em tanques retangulares e manuais, normalmente, as liras horizontais de aço inox
cortam a massa no sentido longitudinal do tanque seguido pelo corte com liras verticais no
sentido longitudinal, primeiro, e depois no sentido transversal. Em tanques automatizados, os
movimentos de corte são normalmente circulares ou giratórios e as liras, horizontais e
verticais, são usadas concomitantemente. Esses movimentos são programados para o tamanho
de cubos de massa desejado, através de controle de velocidade, trajetória e do tempo de
passagem das facas automáticas (VON HOHENDORFF & SANTOS, 2006).
É possível verificar se o corte foi efetuado no ponto certo e com os devidos cuidados,
através de um exame do soro, o qual deve apresentar-se límpido e esverdeado. Uma coloração
leitosa indica que ocorreram perdas excessivas de massa no soro (VON HOHENDORFF &
SANTOS, 2006).
Prensagem do queijo
Esta operação é usada para determinar a completa separação do soro da massa, tornado
se esta, assim, mais ou menos sólida e resistente, com forma definida e bom aspecto
comercial, seu principal objetivo consiste em transformar as partículas de coalhada em uma
massa compacta que facilite seu manejo (BEHMER, 1980; SCOTT, 1991).
Esta fase obviamente não é aplicada em todos os tipos de queijo, queijos moles
dispensam esta operação. O processo destina-se a grande maioria dos queijos duros e
semiduros com a finalidade de iniciar a formação de um bloco pela aglomeração dos grãos,
facilitando a divisão da massa para enformagem e prensagem final (FURTADO, 1991).
A pressão varia com o tamanho e gênero do queijo que se fabrica; é de mais ou menos
de 4 horas com 6 a 8 vezes o peso da massa em queijos de pequeno tamanho, e 24 horas com
25 vezes o seu próprio peso para queijos grandes (BEHMER, 1980; SCOTT, 1991).
A prensagem deve ser um princípio gradual, já que uma pressão excessivamente
elevada nesta fase comprime a capa superficial do queijo e pode bloquear a saída do soro,
retendo em formas de pequenas bolsas (SCOTT, 1991).
Salga do queijo
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Existem diversos métodos para promover a salga dos queijos. Os mais comuns são a
utilização de salmouras, a salga na massa e a salga a seco. Os dois últimos restringem-se a
poucas variedades de queijos, que muitas vezes podem ser opcionalmente salgados também
em salmoura (FURTADO, 1991; SPREER, 1991; VEISSEYRE, 1988).
Salgam-se os queijos quando eles são suficientemente livres de soro. A salga assegura
a conservação do queijo, dá sabor a massa, auxilia a eliminação do soro e favorece a formação
da casca. O sal empregado deve ser puro, fino e seco, e a quantidade a usar-se varia de 2 a 5%
em peso, do queijo (BEHMER, 1980).
O sal exerce influência preponderante nos fenômenos físico- químicos, bioquímicos e
microbiológicos que ocorrem durante a maturação do queijo. O sal exerce ainda, outros
papéis importantes no queijo, como: melhora o sabor do queijo, complementação da
dessoragem do queijo, favorecendo a liberação da água livre da massa; importante papel na
seleção da flora microbiana do queijo; interfere na regulação do conteúdo de soro e da acidez;
assegura a conservação; inibe a germinação dos microrganismos causadores do inchamento;
influencia também na consistência do queijo e a formação da casca do queijo inicia-se na
salmoura. Quando o teor de sal do queijo não é adequadamente controlado, diversos
problemas podem ocorrer na maturação; daí a importância de se conhecer todos os fatores que
afetam o processo de salga na salmoura (FURTADO, 1991; SPREER, 1991; VEISSEYRE,
1988).
moles, deve-se ir espalhando na superfície a gordura que for sendo segregada pela massa
(BEHMER, 1980).
3. MATERIAL E MÉTODOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A empresa trabalha com a produção de queijo prato tipo colonial. O laticínio também
produz ricota, mais conhecida em nossa região como “puína”, principalmente pelos
descendentes de italianos. A ricota é produzida normalmente uma vez por semana ou
conforme a necessidade, pois é um produto muito apreciado pelos consumidores e, portanto,
sua procura é grande.
Toda a produção da empresa provém da matéria-prima de produtores de Sananduva e
municípios vizinhos, onde se prioriza o leite de boa qualidade. Atualmente, se processa 5000
litros/dia, de segunda a sexta-feira, sendo todo esse total para a produção de queijo.
ml de corante urucum cuja função é de dar uma cor mais característica ao queijo. Após a
adição dos ingredientes, o leite fica em repouso por aproximadamente 40 minutos para que se
efetue a coagulação.
Em seguida, a massa recebe uma ducha de água quente e agita-se por mais 15 minutos,
cuja função é que ocorra o máximo possível de liberação de soro dessa massa.
Posteriormente, essa massa é transferida para o tanque de prensagem com capacidade de 3500
l (Figura 03). Esse tanque fica a um nível inferior para facilitar o processo, onde retira-se o
restante do soro com o auxílio de 5 grandes placas tipo peneiras com furos de diferentes
tamanhos entre elas.
Após essa etapa, são colocadas placas sobre essa massa para auxiliar a expulsão do
soro. Adicionalmente, são colocados pesos sobre as placas (Figura 04). Vale salientar que
esse processo não retira o soro em sua totalidade. O restante do soro será expulso pelos
processos subsequentes.
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Para a produção do queijo colonial com orégano, a massa é retirada com uma peneira e
colocada em um recipiente onde é feita a adição de orégano. Após, essa massa é colocada nas
formas e, em seguida, prensada. Decorridos 45 minutos, a massa é desenformada para a
retirada das beiradas e giradas em um ângulo de 180°, enformadas novamente e prensadas por
mais 45 minutos. Passado esse tempo, são desenformadas e enviadas para ao tanque de
salmoura que fica na câmara fria, onde permanecerão por 12 horas. Posteriormente, são
retirados e colocados na prateleira para secarem.
devem ser bem higienizadas, caso contrário, poderão atribuir ao produto manchas, mau cheiro
ou deformações decorrentes dos resíduos que, por ventura, ficarão aderidos à essas toalhas.
Logo após a massa ser colocada nas formas, as mesmas são prensadas em prensas
pneumáticas ou em prensas manuais, com a possibilidade de regulagem conforme a
necessidade da massa (Figura 07). É necessário que a massa enformada fique em torno de 45
minutos para que adquira forma. Após, são retiradas das prensas, desenformadas e invertidas
em um ângulo de 180 °C nas formas, sendo retiradas as beiradas para conferir ao produto uma
melhor forma e aparência. Depois são colocadas novamente nas prensas por mais 45 minutos
até que a massa esfrie totalmente.