Curso de Dir Eleit
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO AO
DIREITO ELEITORAL
SUMÁRIO • 1. Introdução ao direito eleitoral. 1.1. Conceito de Direito Eleitoral. 1.2. Objeto. 1.3. Taxonomia e
autonomia. 1.4. Fontes. 1.4.1. Fontes diretas. 1.4.2. Fontes indiretas. 1.5. Codificações eleitorais. 1.6. Competência
legislativa. 1.7. Princípios do Direito eleitoral. 1.7.1.. 1.7.2. Princípios do Direito eleitoral em espécie. 1.7.2.1.
Princípio da anualidade ou da anterioridade da lei eleitoral. 1.7.2.2. Princípio da celeridade. 1.7.2.3. Princípio
da periodicidade da investidura das funções eleitorais. 1.7.2.4. Princípio da lisura das eleições ou da isonomia de
oportunidades. 1.7.2.5. Princípio da responsabilidade solidária entre candidatos e partidos políticos. 2. Sinopse.
3. Para conhecer a jurisprudência. 3.1. Informativos. 3.2. Jurisprudência selecionada. 4. Questões de exames e
concursos. 4.1. Questões extras. 5. Gabarito.
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nacional pertence ao povo.
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CURSO DE DIREITO ELEITORAL – Roberto Moreira de Almeida
da propaganda política, da votação, da apuração e da diplomação dos eleitos, bem como das ações,
medidas e demais garantias relacionadas ao exercício do sufrágio popular.
1.2. Objeto
Incumbe ao Direito Eleitoral tratar sobre:
• A organização da Justiça e do Ministério Público Eleitoral;
• As diversas fases do processo eleitoral:
a) o alistamento eleitoral: inscrição, transferência, revisão, cancelamento e exclusão de eleitores;
b) a convenção partidária: momento e disciplinamento para escolha de candidatos e for-
malização de coligações;
c) o registro de candidatos: competência dos órgãos jurisdicionais, documentação necessária
para o registro e demais regras específicas;
d) a propaganda política: o disciplinamento da propaganda partidária, intrapartidária e
eleitoral;
e) os atos preparatórios à votação: distribuição das seções eleitorais e sua composição,
material para votação, organização das mesas receptoras e respectiva fiscalização;
f ) a votação: a forma do voto e do sufrágio, os lugares de votação, a polícia dos trabalhos, o
horário de início e de encerramento da votação;
g) a apuração; e
h) a diplomação dos eleitos.
• A estruturação dos partidos políticos6;
• A fixação das regras de competência e procedimentos em matéria eleitoral;
• O estabelecimento de punições administrativas e criminais no âmbito eleitoral, etc.
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de direito privado, integra ou não o Direito Eleitoral.
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Capítulo I • INTRODUÇÃO AO DIREITO ELEITORAL
Dizemos que há autonomia científica porque existem normas e princípios próprios de Direito
Eleitoral, os quais serão examinados ao longo do presente livro
A autonomia didática calca-se na presença de disciplinas específicas de Direito Eleitoral nos
cursos de graduação e pós-graduação em direito.
No que concerne à autonomia normativa, encontramos no ordenamento jurídico brasi-
leiro uma grande quantidade de normas jurídicas autônomas e específicas de Direito Eleitoral,
exempli gratia, dentre outras, a Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral); a Lei nº
9.096, de 19 de setembro de 1995 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos); a Lei nº 9.504, de 30
de setembro de 1997 (Lei das Eleições); e a Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990
(Lei das Inelegibilidades). Tais diplomas legais, como já foi salientado, são normas jurídicas de
efeito cogente (imperativo), isto é, não podem ser alteradas em prol de interesses de particulares
(eleitores, candidatos ou partidos políticos) envolvidos no processo eleitoral.
1.4. Fontes
O vocábulo fonte, originariamente, refere-se ao local onde algo é produzido, isto é, à sua
procedência ou à sua origem. Designa a nascente ou a mina d’água. No campo jurídico, fala-se
em fontes históricas, materiais (reais) e formais. Nas lições de John Gilissen8: a) fontes históricas:
são todos os documentos prévios que influenciaram a formação do diploma normativo; b) fontes
materiais ou reais: são as concepções filosóficas, doutrinárias e até religiosas que justificam o direito
posto em determinada época; e c) fontes formais: são as formas de expressão do direito e refletem os
meios de elaboração e sistematização das normas jurídicas e do direito em um determinado grupo
sociopolítico. [GILISSEN, John, Introdução histórica ao direito. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1986,
p. 135]. Elencam-se ainda as fontes formais estatais (as oriundas do devido processo legislativo) e
as fontes formais não estatais (aquelas não positivadas, ou seja, os costumes e o negócio jurídico).
As fontes do Direito Eleitoral, isto é, aquelas que dizem respeito à sua origem ou ao fun-
damento do direito, podem também ser classificadas em dois grandes grupos: fontes diretas ou
primárias e indiretas ou secundárias.
A) A Constituição Federal9.
É a fonte suprema.
O Direito Eleitoral brasileiro, como todos os demais ramos da dogmática jurídica, retira seu
fundamento de validade da Constituição Federal promulgada e publicada em cinco de outubro
de 1988.
É nela onde estão inseridos os princípios fundamentais eleitoralísticos, as disposições acerca
da forma e do sistema de governo; regras gerais sobre nacionalidade, direitos políticos e partidos
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Leis Orgânicas dos Municípios também são fontes diretas de Direito Eleitoral.
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políticos, bem como, dentre outros relevantes temas, a organização da Justiça Eleitoral e a com-
petência legislativa em matéria eleitoral.
X INDAGAÇÃO DIDÁTICA
3 Medida provisória pode ser editada sobre matéria eleitoral ou partidária?
Não. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a nacionalidade, a cidadania,
a direitos políticos, a partidos políticos e a Direito Eleitoral (CF, art. 22, § 1º, inc. I, alínea “a”, de acordo
com a EC nº 32/01).
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Capítulo I • INTRODUÇÃO AO DIREITO ELEITORAL
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CURSO DE DIREITO ELEITORAL – Roberto Moreira de Almeida
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Capítulo I • INTRODUÇÃO AO DIREITO ELEITORAL
F) Consultas14
O TSE pode responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese,
por autoridade com jurisdição federal ou por órgão nacional de partido político (competência
consultiva prevista no inc. XII do art. 23 do Código Eleitoral decorrente de delegação constitu-
cional contida no art. 121 da CF/88).
Dois são os requisitos para que possam ser respondidas (condições de admissibilidade):
i) apresentação por autoridade competente [com jurisdição federal (“exempli gratia”,
Tribunal Regional Eleitoral, Senador da República, Deputado Federal) ou por órgão nacional de
agremiação partidária (“verbi gratia”, presidente do diretório nacional do PSTU)]; e
ii) indagação em tese: jamais deverá ser respondida consulta formulada sobre fato concreto.
Inobstante não terem caráter vinculante, podem servir as respostas dadas às consultas como suporte
para futuras decisões judiciais.
Daí a importância das consultas para o Direito Eleitoral.
Acerca das consultas respondidas pelo TSE, a propósito, já assentou o STF15 ser “ato norma-
tivo em tese, sem efeitos concretos, por se tratar de orientação sem força executiva com referência
a situação jurídica de qualquer pessoa em particular”.
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CURSO DE DIREITO ELEITORAL – Roberto Moreira de Almeida
X INDAGAÇÃO DIDÁTICA
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Capítulo I • INTRODUÇÃO AO DIREITO ELEITORAL
ter sido o responsável pelo renascimento da Justiça Eleitoral brasileira, extinta pela Constituição de 1937.
A doutrina brasileira, em sua maioria, não o elenca como um Código Eleitoral1.
Não obstante incumbir à União legislar sobre Direito Eleitoral, nada impede que os Estados e
o Distrito Federal legislem específica e supletivamente sobre os mecanismos de democracia direta
nos seus respectivos territórios.
Esses meios de democracia direta19 estão inseridos nos incisos I a III do art. 14 da CF de
1988. São eles: plebiscito, referendo e iniciativa popular.20
Por fim, é digno de registro informar que, tal qual estatuído no parágrafo único do art. 22 da
Constituição Federal, lei complementar federal poderá autorizar que os estados-membros legislem
sobre questões específicas de Direito Eleitoral.
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CURSO DE DIREITO ELEITORAL – Roberto Moreira de Almeida
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52